Marxismo-Leninismo: desenvolvimento teórico e aplicação prática das ideias de
Marx e Engels na Rússia por Lenine. Caracterizou-se por: importante papel do proletariado rural e urbano na conquista do poder pela via revolucionária JÁ MAIS PELA EVOLUÇÃO POLíTICA; identificação do Estado com o partido comunista; recurso à força e violência na concretização da ditadura do proletariado. 1917- O ano das revoluções:
Em 1905 na Rússia vivia-se sobre o domínio autocrático do czar Nicolau II-
existência de censura e polícia política. Eram, portanto, visíveis na sociedade russa as imensas diferenças entre os grupos privilegiados (clero e aristocracia: minoria na sociedade) e os grupos não privilegiados (povo: composto por camponeses, operários, vagabundos e burguesia: maioria na sociedade), e era importante que esta ordem se mantivesse para o bom funcionamento da sociedade. Isto levou ao trágico episódio do “DOMINGO SANGRENTO” em 1905 em que os manifestantes que se aproximaram do palácio de inverno para entregar ao czar uma petição reivindicando melhores condições de vida foram fuzilados. Para alem disso a burguesia russa queria ascender à posição de um grupo social visto que detinha capitais- o que lhe permitia viver confortavelmente- mas não tinham poder político, algo que queriam. Esta combinação de fatores levou os burgueses a liderar uma revolução em fevereiro de 1917. No início de 1917 o império russo era o palco de inúmeras tensões sociais e políticas: os camponeses reivindicavam as terras concentradas nas mãos dos grandes latifundiários; os operários exigiam melhores salários e condições de vida e trabalho, e, a burguesia e nobreza liberal queria abertura política e modernização do país. Para alem destes fatores a participação da Rússia na primeira guerra mundial foi também um fator que agravou as más condições e fraquezas do regime. Assim a fome justificava as manifestações e as greves e, as derrotas face à Alemanha na grande guerra estimulavam o anticzarismo. Sovietes: concelhos camponeses, operários, soldados e marinheiros da Rússia. (assembleias- revolução de outubro procurou nos sovietes a legitimação popular, fazendo a deles a base da organização do estado) Com a abdicação do czar Nicolau II a 2 de março o czarismo chegou ao fim e a Rússia tornou-se uma república. Foi criado um governo provisório- dirigido por Lvov e depois por Kerensky- que se empenhou na instauração de uma democracia parlamentar; com tudo este governo apenas satisfaz os interesses da burguesia que agora detinha os capitais e o poder político. DUMA: assembleia russa Nacionalização: passar para o estado Coletivizar: o mesmo que nacionalizar, mas aplicasse às terras. Revolução de outubro:
A Rússia cobria-se agora, de sovietes controlados pelas bolcheviques que
apelavam à retirada imediata da guerra, ao derrubo do governo provisório, à entrada do poder aos sovietes, e a confiscação da grande propriedade. Foi a graças às medidas do governo provisório- amnistia imediata e completa aplicada a todos os casos de natureza política e religiosa, que Lenine voltou à Rússia, publicando as teses de abril onde apelava ao empoderamento do povo, querendo ir mais além e procurando nos sovietes o apoio necessário para em outubro do mesmo ano fazer uma nova revolução: a revolução Bolchevista. O governo provisório foi derrubado e o poder foi entregue ao concelho dos comissários do povo- composto por Bolcheviques- sendo que Lenine ocupou a presidência, Trotsky a pasta da guerra e Estaline a pasta das nacionalidades. Pela primeira vez na história os representantes do proletariado conquistavam o poder político exatamente como Marx tinha idealizado recorrendo à luta de classes. A democracia dos sovietes à consequências da NEP:
O novo governo iniciou funções com a publicação dos decretos revolucionários:
decreto sobra a paz: convidava os povos em guerra às negociações; decreto sobre a terra: aboliu a grande propriedade entregando-a aos sovietes camponeses; decreto sobre o controlo operário: atribui aos operários das empresas a superintendência e a gestão de produção; decreto sobre as nacionalidades: conferia aos povos do antigo império russo o estatuto de igualdade e o direito à autodeterminação. Assim, os sovietes converteram-se nos grandes protagonistas da revolução; dai dizer-se que os primeiros tempos após a revolução se viveram sob as democracias dos sovietes. Mesmo assim houve alguns fatores que dificultaram a ação do governo revolucionário: negociações Brest-Litovsk, perda da polonia, Ucrânia, província bálticas e Finlândia, ¼ da população e terras cultiváveis, ¾ das minas de carvão e ferro. Também o regresso 7 milhões de soldados contribuiu para a débil adesão da população russa ao projeto bolchevique, algo que, culminaria na guerra civil 1918-20, na qual morreram 10 milhões de pessoas (fome, frio ou doenças na sua grande maioria) A guerra civil:
Exército branco “mencheviques” (moderados, estão com a revolução, mas não
querem o assassinato da família imperial, nem dos capitalistas), czaristas, aristocracia fundiária, capitalistas (burgueses)e clero: opõem-se ao bolchevismo e são apoiados pelos países demoliberais da europa. Exército vermelho: Bolcheviques, melícias vermelhas, sovietes: defendem o bolchevismo, comunismo. 17 de julho a família imperial foi executada na casa onde estavam, sendo que todos têm morte imediata à exceção de duas das meninas, que aparavam as balas com o ouro bordado na roupa. A europa rejeita o comunismo-países demoliberais. O EXÉRCITO VERMELHO VENCE. O comunismo da guerra (1918-1921):
Ditadura do proletariado: segundo a teoria marxista, é a etapa por que deve
passar a revolução socialista antes da edificação do comunismo, sendo que esta surge para desmantelar a estrutura do regime burguês, possibilitando a supressão do Estado e a eliminação da desigualdade social. Mostra-se muito importante para atingir o comunismo, a etapa final para que caminha a revolução proletária, que se caracteriza pelo desaparecimento do Estado e pela instauração da sociedade de abundância. A ditadura do proletariado assume-se como uma transição necessária no processo de construção da sociedade socialista. Retiraria todo o capital à burguesia, e , centralizaria todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado- representante exclusivo e legitimo do proletariado. Deste modo, chegar-se-ia a um patamar em que as diferenças sociais se apagavam e o Estado não teria mais razões para existir, extinguindo-se: esse patamar é o COMUNISMO a que Marx chama a “forma mais alta de organização da sociedade”. Lenine quiz implementar imediatamente a ditadura do proletariado, mas, na Rússia, este revestiu-se de alguns aspetos bem específicos: o Proletariado que segundo Marx, era constituído pelos operários, mas, segundo Lenine, este era constituído pelos operários e pelos camponeses- devido ao atraso industrial na Rússia e estruturas arcaicas e rurais nela existentes; e, a Resistência aos decretos revolucionários e clima de guerra civil. Contudo Lenine não desistiu, tomando medidas- comunismo de guerra- que conferiam à ditadura do proletariado um caráter violento e implacável. A democracia dos sovietes chegou, portanto, ao fim (concedia terras aos camponeses e o controlo das fábricas aos operários.) Medidas tomadas durante o comunismo de guerra: 1. Toda a economia foi nacionalizada: obrigaram-se os camponeses à entrega das colheitas; os bancos, o comércio interno e externo, a frota mercante e as empresas com mais de cinco operários e um motor foram nacionalizados; ao Estado competia, assim, a distribuição de bens de acordo com a seguinte ordem: Exército vermelho, operários e camponeses, e por fim, burgueses. 2. Trabalho obrigatório dos 16 aos 50 anos. Prolongou o tempo de trabalho, reprimiu a indisciplina, atribui o salário de acordo com o rendimento. 3. Promoção cultura: combateu-se o analfabetismo e nacionalizaram-se os museus, obras artísticas, literárias e científicas (declarado património do Estado e do povo). Março de 1918- partido bolchevique passa a ser o partido comunista, a partir de 1922 todos os restantes partidos passariam a ser proibidos. Com isto, instala-se um período de Terror na Rússia, caracterizado pela existência de uma polícia política, a Tcheca- polícia política criada em dezembro de 1917- prendia os suspeitos e julgava-os rapidamente. Os campos de concentração e as execuções sumárias multiplicavam-se. A NEP (1921-1927) Após a vitória Bolchevista da guerra civil, a economia do país encontrava-se completamente destruída – com a requisição de géneros, os camponeses não produziam, ou escondiam e destruíam a sua produção e colheitas. Nas fábricas das cidades a produção industrial tinha caído ¾ em relação à de 1913 e as minas de hulha estavam completamente inutilizadas, bem como os caminhos de ferro. – PRODUÕES MENORES QUE NA ÉPOCA DO CZARISMO PROVAM A RESISTÊNCIA AO BOLCHEVISMO POR PARTE DOS RUSSOS- Lenine obteve aprovação do Congresso dos Sovietes para inverter a marcha da revolução, implementado a NEP (Nova Política Económica): um recuo estratégico que recorreu ao capitalismo (O SOCIALISMO NÃO DEVIA EDIFICAR-SE SOBRE RUÍNAS). De entre as suas medidas é importante destacar: as medidas ecómicas - As requisições foram substituídas por um imposto em género e a coletivização agrária foi interrompida; e, houve, agora, a possibilidade de venda no mercado interno leva ao aumento das produções. Medidas na indústria: desnacionalização das empresas com menos de vinte operários- entregues aos antigos proprietários; Fomento do investimento estrangeiro, constituindo-se sociedades de capitais mistos; Vinda do estrangeiro técnicos, máquinas e matérias-primas; supressão do trabalho obrigatório e atribuíram-se prémios. – assim, a Rússia modernizou-se: a produção de hulha, petróleo e aço registaram significativos aumentos. Centralismo Democrático: princípio básico que orienta a organização do partido comunista e do Estado, segundo o qual todos os corpos dirigentes são eleitos de baixo para cima, enquanto as suas decisões são de cumprimento obrigatório para as bases. Em 1922, a Rússia converteu numa união das repúblicas socialistas soviéticas (URSS) para Lenine o Estado soviético tinha de ser forte, disciplinado e democrático, de modo a garantir a vitória do socialismo. ------ CENTRALISMO DEMOCRÁTICO Todo o poder vinha dos sovietes, escolhidos por sufrágio universal. Cabia-lhes representar o conjunto das repúblicas federadas e as nacionalidades no Congresso dos Sovietes. Competia-lhes designar o Comité Executivo Central, espécie de parlamento, dotado de duas câmaras: o conselho de União e o conselho das Nacionalidades. Eram eles que escolhiam os órgãos de poder executivo: O Presidium e o conselho Comissários do Povo. A esta estrutura democrática, impunha-se o controlo de duas forças, uma exercia-se de cima para baixo por parte dos órgãos de topo do Estado e a outra fazia-se sentir por parte do Partido Comunista- “subordinava o Estado”. MODELO SOVIÉTICO: o martelo cruzado é a união entre os camponeses e os operários/ estrela: difusão /internacionalização do comunismo / 16 faixas= 16 repúblicas pertencentes à URSS Regressão do Demoliberalismo: Este socialismo revolucionário sentiu-se mais fortemente após a criação em março de 1919 da III internacional/internacional comunista/ Komintern. O Komintern representava-se como uma condição necessária a sobrevivência da revolução – atuando como meio de difusão. Os anos que seguiram ao pós-guerra foram marcados por profundas dificuldades económicas. Grandiosas greves e movimentos revolucionários irromperam na Europa, alimentados pelo exemplo da revolução bolchevista na Rússia (Soviética). Assistiu-se a uma radicalização social e política, que, provocou nos povos europeus um medo do bolchevismo fazendo tremer a grande burguesia proprietária e financeira, e, as classes médias - CONSERVADORES. Assim, era notável a aversão ao bolchevismo por parte destes grupos sociais, que, eram patriotas, conservadores, amantes da ordem. Por isso, era defendido um governo forte como garantia da paz social, da riqueza e da dignidade, algo que fez surgir as soluções autoritárias de direita- conservadoristas e nacionalistas, por exemplo, no caso italiano, em que tinha havido uma tentativa de aplicação deste modelo, mas que fora completamente exterminada quando, em 1922, Mussolini dinamizou a marcha sobre Roma (em outubro) em conjunto com os “camisas negras” Esquerda: Avanço do bolchevismo: a partir da URSS, assiste à expansão do modelo comunista- por exemplo na Alemanha com os espartaquistas e Rosa Luxemburgo; na Itália os operários expressam o seu apoio à causa comunista; Em França A esquerda comunista apresenta alguns simpatizantes entre o operariado e os intelectuais
Direita: Aparecimento do fascismo italiano em 1922, com a Marcha sobre Roma,
liderada por Benito Mussolini e que, como proposta, vai contrariar e opor-se ao bolchevismo.
Mutações nos comportamentos e na cultura
As transformações da vida urbana
A nova sociabilidade (Loucos Anos 20)
Homem e mulher partilham os mesmos transportes, consomem os mesmos produtos, habitam casas semelhantes e partilham os mesmos lazeres : tendência para a massificação. Nos tempos livres, são muitos os que convergem para os lugares públicos, invadindo os cafés, as esplanadas, os cinemas, os salões de baile, os recintos de espetáculos desportivos. O crescimento da classe média, as melhorias do nível de vida proporcionam uma nova cultura do ócio, oferecendo inúmeras distrações, sendo que o trabalho é, agora, substituído pelo prazer do consumo e pela ânsia de divertimento. Assim, a convivência entre sexos torna-se mais livre e ousada. A mulher adquire visibilidade: sai para ir às compras nos grandes armazéns, para tomares chá e refrescos, para ir à praia, para dançar num clube noturno. Este gosto pelo movimento, pela “ação”, sementa a prática desportiva, que entra nos hábitos quotidianos. O ritmo de vida, outrora lento e pacato, acelera-se, nos anos 20, torna-se quase delirante. Evasão: cafés, cinemas, clubes noturnos, salões de dança
Fuga à realidade e aos horrores da Primeira Guerra Mundial – Convergência para as
cidades (massificação urbana)
Anomia social: romper as tradições: “flapper” americana – Teenager ousada que usa maquilhagem, cabelo à garçonne , saias curtas. Ex: música – jazz
A crise dos valores tradicionais
Entre 1914 e 1918, as certezas e esperanças desmoronaram-se. a brutalidade da
primeira guerra mundial pôs em causa as instituições, os valores espirituais e morais, todo o edifício social a que tinha sustentado a ordem burguesa do século XIX. Quando o conflito terminou, tinham morrido 9 mil homens, e, a miséria tomara conta das ruas das grandes cidades europeias. O impacto da destruição gerou um sentimento de descrença e pessimismo, que afetou tanto os intelectuais como a gente comum. Uma vaga de contestação a todos os níveis abalou a sociedade que mergulhou numa profunda “crise de consciência”. A família, a indissolubilidade do casamento, a moral sexual, o papel da mulher, os preceitos religiosos, as regras de conduta social deixaram de ter um padrão rígido e foram abertas e sistematicamente subvertidas. Instalou-se um clima de anomia, isto é, ausência de normas morais e sociais que, com clareza, distinguissem o certo e o errado. Este relativismo de valores, que tudo punha em questão, acelerou as mudanças já em curso, e, assistiu-se a um fenómeno que perturbou os contemporâneos: a emancipação feminina.
Anomia social: ausência de um conjunto de normas consistentes e genericamente
aceite pelo grupo social. A anomia pressupõe a fragilidade e a relativização dos valores que ditam a conduta dos indivíduos. Características das sociedades atuais onde as mudanças rápidas impedem a consolidação de um código social rígido. Feminismo: movimento de contestação e luta empreendido pelas mulheres com vista ao fim da sua situação de dependência e inferioridade relativamente ao sexo masculino. (IGUALDADE).
A imagem da rapariga que, de saia curta e cabelo arrapazado, desafia todas as
convenções- irreverente- marcou a década de 20. O movimento feminista organizado remonta ao século XIX. (por volta de 1850, as reivindicações centravam-se no direito das mulheres casadas à propriedade dos seus bens – sendo que nem lhes era reconhecida a liberdade de dispor do seu salário- à tutela dos filhos que, em caso de viuvez, o poder paternal era exercido por um parente masculino; ao acesso à educação e a um trabalho socialmente valorizado). Em 1900, o direito de participação na vida política (direito ao voto) passou a assumir um papel preponderante nas reivindicações femininas. Na Europa, destacam-se as sufragistas britânicas lideradas pela Emmeline Pankhurst. Em Portugal, fundou-se, em 1909, a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, e contaram com o esforço de mulheres prestigiadas como Carolina Beatriz Ângelo. Com a guerra, os homens foram enviados para as trincheiras, e as mulheres viram-se libertas das suas tradicionais limitações como donas de casa, assumindo a autoridade do lar e o sustento da família. No campo, realizavam também o trabalho masculino. Nas décadas subsequentes ao final do conflito, em grande parte dos países ocidentais as mulheres adquiriam o direito de intervenção política, consolidaram a sua posição jurídica na família e viram aberto o acesso a carreiras profissionais prestigiadas. Portugal no primeiro pós-guerra: Falência da primeira república- 16 anos, 45 governos.
16 anos de regime, 7 eleições gerais para o congresso, 8 para a presidência e
45 governos. O parlamento afetava todos os aspetos da vida governativa- exigindo constantes justificações aos membros do Governo. O laicismo da República (população portuguesa fortemente católica e monárquica) assente na separação da igreja e do Estado, originou um violento anticlericalismo. A guerra trouxe o agravamento da instabilidade política que se vivia desde a implantação da república em Portugal; Pimenta de Castro dissolveu o parlamento e instalou a ditadura militar, e, pouco depois Sidónio Pais foi o ditador em abril de 1918. Sidónio apoiou-se nas forças mais conservadoras da sociedade, nomeadamente os Monárquicos. Fundador de uma “República Nova” visto como “salvador da pátria”, acabou por assassinado em dezembro de 1918. Em janeiro/fevereiro de 1919 deu-se a guerra civil em Lisboa e no Norte; os monárquicos quiseram aproveitaram-se da desagregação dos partidos republicanos durante o consulado sidonista e ensaiaram uma efémera “Monarquia do Norte”, proclamada no Porto -mas que teve pouca duração. À instabilidade governativa somavam-se atos de violência, foi o caso da “noite sangrenta” em 1921 em que ocorreu o assassinato do chefe do governo, António Granjo. Falência da 1º República: A igreja estava revoltada com o anticlericalismo e o ateísmo republicano, e, por isso, cerrou fileiras em torno do Centro Católico Português, em 1915. Esta dispunha imenso país agrário, conservador e católico como seu apoiante, algo que apenas foi exacerbado com as aparições de Fátima em 1917 – mostrando o fervor religioso da população portuguesa. Também os grandes proprietários e capitalistas, ameaçados pelo aumento de impostos e pelo surto grevista e terrorista criaram, em 1922, a confederação Patronal, cansados das arruaças constantes e receosos do bolchevismo, foram também as classes médias que mostraram apoiar um governo forte que restaurasse a ordem e a tranquilidade e lhes devolvesse margem económica- tão desejada por si. Assim, com esta combinação de fatores, a Primeira República portuguesa caiu a 28 de maio de 1926, às mãos de um golpe militar.
A grande Depressão - 1929- EUA
Nos anos 30 do séc. XX o capitalismo liberal conheceu uma grave e trágica crise, que se iniciou, em 1929 nos Estados Unidos da América e se expandiu a todos os países que com eles tinham laços económicos e financeiros. Esta crise provou que a falsa prosperidade americana escondia graves problemas sociais. Após a Grande Guerra as populações tinham uma necessidade de evasão, de afastamento de toda a miséria, ansiando por uma sociedade eufórica e desejosa de bem-viver. Iniciaram-se os Loucos Anos 20 que vieram dar precisamente isso aos americanos. A sociedade do consumismo estava, assim, consumada. As pessoas frequentavam clubes noturnos e adquiriam bens e ações a crédito – algo que se veio a provar extremamente prejudicial contribuindo como fator de miséria. Assim, em 1928 os norte americanos acreditavam que o seu país atravessava uma fase de prosperidade infindável- iniciada com a década- os Loucos Anos 20 – AMERICAN WAY OF LIFE. As indústrias (extração de carvão, construção ferroviária, os têxteis tradicionais e os estaleiros navais), não tinham recuperado os níveis anteriores à crise de 1920-21, e, o desemprego crónico devia-se à intensa mecanização verificada nas cidades. No campo, a agricultura não se mostrava compensadora para os que a ela se dedicavam. As produções excedentárias originavam preços baixos e a queda de lucros. (Lei da oferta e da procura). Crise de 1929 Mundo urbano: Crash da bolsa de Wall Street ---- ➡️ falência de bancos----- ➡️ falência de famílias ( estas investiam na Bolsa e nos bancos)----- ➡️falência de fábricas e empresas : tudo isto leva ao desemprego, à diminuição do consumo e à falta de dinheiro – que provoca FOME E MISÉRIA. Mundo rural: Queda dos preços dos produtos (conceito de deflação) ---- ➡️ abandono das quintas por falta de pagamento da renda ---- ➡️ abate do gado por falta de condições e destruição de colheitas ----➡️provoca falta de dinheiro: FOME E MISÉRIA. Tanto o mundo urbano como o mundo rural se verificam os mesmos problemas: FALTA DE DINHEIRO---➡️FOME E MISÉRIA. Dimensão financeira, económica e social da crise: A 24 de outubro deu-se a quinta-feira negra onde 13 milhões de títulos foram postos no mercado a preços baixos e não encontraram compradores. A 29 de outubro, 16 milhões de ações acabaram de igual forma. A catástrofe ficou conhecida como “crash” bolsista, e, centenas de acionistas foram à falência de seguida. A ruína destes significou a ruina dos bancos que deixaram de ser reembolsados, e, entre 1929 e 1933 fecharam mais de 10 mil bancos. A economia estado-unidense parou. As empresas foram à falência, especialmente as de frágil situação financeira e o desemprego disparou bruscamente em 1933. A produção industrial reduziu e os preços baixaram. Estava, assim, consumada a crise que levou à Grande Depressão dos anos 30. Famílias inteiras encontravam-se na miséria, sem o que comer, procuravam ajuda na Sopa dos Pobres e habitavam bairros de lata à porta das cidades – cresciam agora visto que não havia dinheiro para pagar as rendas e as famílias haviam sido despejadas. Os EUA estavam, de facto, arruinados, com milhares nas ruas, na miséria.