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Conforme o artigo 100 do Código penal/40, a regra é que toda ação é publica incondicionada,

ou seja, é o Ministério Público quem tem legitimidade para propor a ação. Então, quando há
indícios de um suposto crime o Estado inicia o "persecutio criminis", para averiguar, processar
e se necessário for exercer o seu direito de punir. Essa fase de averiguar os fatos que
aconteceram na pratica da infração penal, é chamada de Inquérito Policial, é a fase pré-
processual.

O sistema processual brasileiro se divide em 2: sistema inquisitorial e sistema acusatorial.


Antigamente, no sistema inquisitorial o juiz fazia tudo, investigava e julgava sem obedecer ao
princípio da ampla defesa e contraditório. Atualmente, o sistema inquisitorial é usado no
inquérito policial em que cabe à autoridade policial investigar e consequentemente levantar
elementos de prova que comprovem na ação penal que a pratica da infração penal realmente
aconteceu, isso tudo sem precisar seguir o princípio da ampla defesa e do contraditório. Nesse
sentido, quando o delegado percebe que há indícios de autoria e materialidade (fumus comissi
delicti), o mesmo, abre o inquérito policial. Vale ressaltar, que a natureza jurídica do Inquérito
policial é de um procedimento administrativo, inquisitiva, escrito e sigiloso. Quando o I.P
encerra o processo sai da delegacia e vai para o Ministério Público que pode oferecer a
denúncia ou não. Características do Inquérito Policial:

1) Procedimento escrito Art. 9 CPP.

2) Autoritariedade Realizado pela polícia judiciária – A atividade investigatória é atribuída no


âmbito estadual as polícias civil, dirigidas pelo delegado e no âmbito federal à polícia federal e
ao delegado federal.

3) Procedimento sigiloso art. 20 CPP. O sigilo é crucial para elucidação do crime. * (exceção
sumula vinculante 14 do STF) – Pela sumula em questão não se pode opõe o sigilo do inquérito
policial aos advogados, uma vez que eles devem conhecer o que pesa sobre seu cliente. Estes
só poderão ter acesso ao que já estiver documentado, sendo que medidas de busca e
apreensão e mandado de prisão não cumprido no podem ser acessados sob pena de ruía a
eficácia das investigações.

4) Oficialidade – O I.P é conduzido pelo Estado na pessoa do delegado de polícia, não podendo
uma pessoa comum proceder com as investigações.

5) Oficiosidade - O delegado de polícia atua de oficio diante a ocorrência conforme art 5º I CPP.
As exceções são a queixa crime (advogado) e ação penal pública condicionada.

6) Autoridade Cabe ao delegado conduzir as investigações sendo assim chamado de


Autoridade polícia (art. 4 caput CPP).

7) Indisponibilidade: Uma vez começado a autoridade policial não poderá arquivar os autos
investigativos somente podendo pedir o seu arquivamento para a autoridade judicial (art. 17
CPP).

8) Inquisitivo –Como o próprio nome deixa claro resquícios de inquisição. É feito de forma
discricionária (aquele praticado com liberdade de escolha de seu conteúdo, do seu
destinatário, tendo em vista a conveniência e a oportunidade de sua realização) art. 14. Sem
contraditório e ampla defesa.

9) Dispensável – As provas do crime podem ser encontradas de outra maneira. (art 39 §5º
CPP). O inquérito não é imprescindível para a propositura da ação penal. Segundo o STF e o
STJ, os vícios do I.P. NÃO contaminam o processo, afinal, a investigação é meramente
dispensável. Os vícios do I.P. são endoprocedimentais (dentro do próprio inquérito).

10) Sistemático- Há de se respeitar a cronologia dos fatos e o caso concreto dada as


circunstâncias.

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