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Harry sentou-se a mesa com um copo d' água em sua mão direita e a
outra mão sobre a perna esquerda e inclinou sua cabeça de forma
pensativa. Muitas coisas estavam passando em sua mente. Harry
havia perdido sua esposa há mais ou menos quatro anos, um
acontecimento que ninguém daquela família esperava e mesmo
depois de tanto tempo ele ainda custava a acreditar que isso havia
acontecido. Ninguém soube explicar como uma doença pode progredir
de forma tão rápida e se tornar fatal em poucos dias. O laudo informou
um tipo raro de câncer, mas era difícil acreditar, pois aquilo aconteceu
de forma tão rápida, ou seja, não era nada parecido com os sintomas
que essa doença apresenta. Harry apoiou sua cabeça na mesa e
passou a mão sobre a nuca, ele tentava entender como isso pode
acontecer a sua família.
Cheryl não sentiu tanto a perda da mãe adotiva, pois ela havia
passado pouquíssimo tempo ao lado dela, mas mesmo assim levou
um bom tempo para a pequena menina entender o que havia
acontecido. Ela tinha apenas três anos de vida quando aconteceu e
nesta idade fica difícil explicar uma coisa assim.
"- Esta tudo bem filha, vai ficar tudo bem, vamos tomar um copo de
leite e voltar a dormir tá bom?"
Harry pôs sua filha sentada na cadeira próxima a mesa, foi até a
geladeira, pegou a garrafa de leite e foi até o fogão para esquentar um
pouco. Minutos depois ele entregara um pequeno copo com leite
morno para sua filha.
...
"- Bom dia!" disse Harry olhando com o canto dos olhos para sua
esposa sem desviar a atenção da estrada.
"- Bom pela hora eu acho que é boa tarde não?" respondeu sua
esposa com um sorriso tímido e com os olhos apertados como quem
acabou de acordar.
"- Essas férias foram ótimas, já fazia um tempo que não saímos assim,
temos que fazer isso mais vezes, é bom você dar um tempo no seu
trabalho às vezes!" ela disse olhando para Harry demonstrando
satisfação em seu semblante.
Harry passou com seu carro bem devagar, quase o parando, enquanto
sua esposa olhava para aquilo atentamente, "- Acho que não é nada,
deve ser alguma coisa que caiu de um caminhão?" disse ela se
afastando lentamente da janela aberta. Harry já estava se preparando
para acelerar o seu carro e voltar para a estrada quando ouviu o grito
de sua esposa aparentemente desesperada.
"- O que foi? O que foi? O que você viu?" Perguntou Harry aflito
enquanto tentava ver o que sua esposa havia visto.
"- O que? Uma criança? Tem certeza?" disse Harry mais espantado
ainda.
"- Temos que ir lá ver!" disse a esposa de Harry saltando para fora do
carro ainda em movimento, indo correndo em direção à suposta
criança.
Harry parou o carro, puxou o freio de mão, abriu a porta e foi correndo
em direção a sua esposa deixando a porta de seu carro aberta. Ao
chegar lá viu sua esposa se abaixando em direção a cesta com sua
mão sobre seu rosto em uma expressão de espanto e foi aí que
tiveram certeza, havia mesmo uma criança ali enrolada naqueles
panos, deixada as margens de uma estrada por alguém,
provavelmente uma mãe que não a desejava ou não tivesse
condições de cria-la. Muitas teorias passavam pela cabeça de Harry
sobre o porquê daquela criança estar ali e principalmente o que eles
iriam fazer agora que a encontraram.
"- Claro, claro!" disse sua esposa tão nervosa que nem havia pensado
nisso.
Harry olhou para o rosto de sua esposa, olhou para o rosto da menina
e disse: "- O que você acha de adotarmos ela?". Sua esposa o olhou
de volta se mostrando pensativa e após uns segundos ela deu um
sorriso e disse: "- Claro que sim! Ela será nossa filha daqui por
diante.".
"- Cheryl... Cheryl Mason... Gostei! Bem vinda à família Cheryl!" ela
disse com grande emoção em sua voz...
...
Harry abriu seus olhos e olhou para Cheryl deitada em sua cama já
dormindo tranquilamente. Ficou feliz por sua filha conseguir dormir,
mas as lembranças de sua esposa em um momento mais feliz de sua
vida o fizeram entristecer e sentiu um aperto em seu peito ao perceber
que sua esposa não estava mais ao seu lado e que somente ele e
Cheryl seguiriam juntos.
CAPÍTULO 2
Era de manhã e Harry acabara de levantar, Cheryl não teve mais
pesadelos e conseguiu dormir bem o restante da noite, normalmente
ele levaria Cheryl na escola, mas era verão e ela estava de férias.
Após vestir-se e escovar os dentes Harry foi para a cozinha preparar o
café da manha relembrando da viagem que fez com sua esposa sete
anos antes e foi quando ele percebeu que deveria aproveitar esse
tempo de férias de verão e fazer uma nova viagem, somente ele e sua
filha, ele sabia que uma viagem de férias iria trazer a tona certas
lembranças, mas ele pensou que era melhor revive-las ao lado de sua
filha do que fingir que nunca existiram.
"– Ah... não sei, vamos aproveitar que você está de férias e passear
um pouco!" disse Harry olhando para sua filha.
"– Claro que sim, papai conhece um lugar aqui perto que tem um
parque muito legal, você quer ir?" disse Harry enquanto pegava Cheryl
no colo que vinha correndo em sua direção pela cozinha.
"– Podemos ir sim, agora vai arrumar seu quarto e depois venha tomar
o café da manhã para depois sairmos." Disse Harry a colocando no
chão com cuidado.
"– Esta bom papai! Já estou indo! Ah... posso levar meu livro de
colorir?" Perguntou Cheryl enquanto andava de costas pelo corredor
olhando para seu pai.
Harry se lembrou do livro de colorir que deu para sua filha em seu
sétimo aniversário, que foi decidido que seria comemorado no mesmo
dia em que ele e sua esposa a encontraram. "– Claro que pode filha,
agora vai fazer o que te pedi para podermos sair daqui cedo!" disse
Harry enquanto terminava de preparar a mesa do café da manhã.
"– Tá bom papai!" respondeu Cheryl correndo em direção ao seu
quarto para fazer suas tarefas.
Harry preparou sua mala, mas não colocou muita coisa, pois não
planejava ficar muito tempo em Silent Hill, já que ele tinha o seu
trabalho como escritor e as férias de verão acabariam dentro de uma
semana e Cheryl retornaria para a escola.
Harry não teve motivo para achar aquilo estranho, afinal deveria ser
uma atividade de polícia ou qualquer coisa parecida. Nesse instante
Cheryl estava despertando do seu sono e olhava para Harry piscando
seus olhos e bocejando, "– Ainda não chegamos papai? Falta muito?"
perguntou Cheryl ao seu pai enquanto olhava pela janela ao seu lado
tentando enxergar alguma coisa em meio à escuridão.
"– Ainda não, mas já está quase chegando, falta bem pouco agora.
Você dormiu bem?" Perguntou Harry enquanto fazia uma curva pela
estrada deserta e escura.
"– Eu tive um sonho muito estranho com uma menina que morava
nessa cidade que...".
"– Aquela é a moto da policial que passou por mim há alguns minutos
atrás. O que será que aconteceu? E onde está a policial? Isso é muito
estranho, faz poucos minutos que ela passou por mim! Se ocorreu
algum acidente, deveria ter sido há poucos segundos e ela ainda
estaria por perto?". Pensou Harry confuso ao passar bem ao lado da
motocicleta observando-a.
"– Papai que barulho é esse? Desliga isso, por favor!" disse Cheryl
com um tom de voz alto enquanto tampava os ouvidos com as duas
mãos.
"– MEU DEUS!" Harry gritou bem alto, o que atraiu a atenção de
Cheryl e a fez gritar também: "– CUIDADO PAPAI! AHHHHHHHHH!"
CAPÍTULO 4
Harry desperta no banco do seu carro com uma terrível dor de cabeça
e por uns três segundos ele não se lembra do que havia acontecido,
mas assim que retoma o controle ele sofre aquele cheque de
realidade! "– Meu Deus! O carro! A pessoa da estrada! Um acidente!
CHERYL!" Pensou Harry assimilando gradativamente tudo que havia
ocorrido.
Harry olha para o banco do carona e percebe que Cheryl não está lá e
que a sua porta estava aberta, ela havia desaparecido! "– Cheryl?
CHERYL?" Harry chama pelo nome da filha enquanto abre com muita
dificuldade a porta do seu veículo acidentado às margens da estrada.
Imediatamente, ao sair do seu veículo e caminhar uns metros à frente,
ele percebe que havia amanhecido e que esteve desmaiado durante
muito tempo.
Ele pensou que poderia procurar sua filha com a ajuda de seu carro,
mas ao observar melhor chegou à conclusão de que não havia
possibilidades disso, pois seu carro estava bastante danificado e não
iria a lugar nenhum por conta própria, o jeito seria procurar a pé e foi
quando ele enfim voltou sua atenção ao lugar onde estava. A primeira
coisa que Harry notou foi à densa neblina cobrindo todo o local, tão
densa que só se via uns metros à frente. Olhando para trás ele pode,
mas com muita dificuldade, ver que havia um túnel. "– Não me lembro
de ter passado por um túnel antes de chegar à cidade?" pensou Harry
ficando cada vez mais confuso, mas sua preocupação no momento
era com Cheryl, pois ele não sabia onde ela estava ou se estava
machucada.
Harry não tinha certeza se era sua filha por causa da visão obstruída,
mas como não havia visto mais ninguém ele imaginou que só poderia
ser ela e começou a correr atrás dela: "– EI CHERYL! PARE! SOU
EU, SEU PAI! CHERYL!" Mas a menina continuou a correr para dentro
da neblina e Harry correndo atrás. Estranhamente Harry não
conseguiu alcança-la e a perdeu de vista, mas continuou correndo até
chegar à entrada de um beco onde ele conseguiu ver uma fraca
silhueta de Cheryl adentrando aquele lugar: "– CHERYL! PARE
AGORA!" Mas ela não parou e continuou seguindo correndo. Harry
continuou correndo atrás dela por aquele beco onde tinhas muitas
garagens dos dois lados e muitas latas de lixo com muito lixo
espalhado em volta delas, ele podia ver algumas árvores ao fundo,
com muita dificuldade, mas não se preocupou com isso e sim o
porquê Cheryl estava fugindo dele, aquela atitude não fazia sentido,
Cheryl nunca tinha agido assim na vida.
Harry correu por mais uns segundos e quando ele estava próximo de
chegar ao final do beco ele ouviu um barulho, como o de um portão de
metal se fechando. Ao chegar ao final do beco ele avistou a sua
esquerda um portão velho de grade, enferrujado entre aberto com
uma enorme placa fixada onde dizia "Cuidado com o cachorro" e teve
certeza que Cheryl tinha ido por ali, afinal não havia mais nenhuma
passagem no lado direito do fim daquele beco. Aquela placa avisando
que poderia haver cães ali o preocupou muito.
Ao passar pelo portão Harry teve uma visão aterradora, pois bem a
sua frente havia uma enorme poça do que parecia ser sangue, havia
muito daquilo espalhado pelo local, e ao chegar mais perto ele teve
certeza que era. O sangue aparentemente estava fresco, indicando
que o acontecimento havia sido recente. Estava espalhado por todo
chão e pelas paredes, havia um pedaço enorme de carne com ossos
no meio daquilo tudo. Harry não soube dizer se era humano ou de
algum animal, provavelmente um animal que havia sido atacado e
dilacerado, possivelmente pelos cães que estariam ali conforme
diziam a placa no portão. Harry se desesperou e gritou pelo nome de
Cheryl mais uma vez, mas como não teve resposta decidiu continuar
correndo.
A todo o momento passava pela cabeça de Harry, como aquilo tudo
estava acontecendo? O dia havia começado muito bem! Tínhamos
ótimos planos de passar umas férias agradáveis, só ele e sua filha em
um lugar tranquilo e de repente a coisa muda de figura e agora ele
parecia estar vivendo um pesadelo? Já estava começando a char que
ir para Silent Hill foi uma péssima ideia!
Ele colocou a mão em seu bolso e retirou um isqueiro que foi dado a
ele por sua esposa uns anos antes. Harry não fumava, mas por algum
motivo sentiu que deveria levar aquele objeto consigo em sua viajem.
Acabou que estava certo.
Harry acendeu o seu isqueiro, sua chama fraca não iluminava muito,
mas em meio aquela escuridão e sem saber o que ele encontraria,
achou melhor que nada. Harry seguiu andando por aquele corredor
enquanto tentava enxergar o caminho com a fraca luz emitida por seu
isqueiro e ao chegar mais uma vez no final daquele corredor ele se
deparou com uma cadeira de rodas muito velha e toda quebrada: "–
Isso está cada vez mais estranho e assustador!" pensou Harry
enquanto passava pela cadeira tentando ignora-la enquanto uma de
suas rodas ainda girava lentamente impulsionada por uma corrente de
ar que vinha do corredor com um rangido fantasmagórico.
"– Ah meu Deus! Cheryl onde você está? Que lugar é este? O que
aconteceu aqui?" Harry fazia essas perguntas a si mesmo enquanto
tremia e observava a chama do seu isqueiro tremer junto com o seu
corpo. Foi quando Harry escutou um som estranho vindo do local por
onde havia passado para chegar ali, um som agudo e alto, um tipo de
guinchado e ao se virar ele pode ver uma figura macabra vindo em
sua direção. Harry estava apavorado ao ver aquilo e começou a andar
para trás tropeçando nas partes de corpos que estavam no chão: "–
Para trás! Fique longe! Não se aproxime!" Gritou Harry olhando
fixamente para criatura que não obedecia as suas ordens e se
aproximava cada vez mais. Ao chegar perto ele pode perceber que
era um ser de baixa estatura, muito parecido com uma criança, mas
tinha braços longos e finos e parecia estar segurando uma faca suja
de sangue, tinha uma pele de cor marrom clara com manchas
escuras, andava lentamente, toda encurvada e não tinha rosto, era
realmente algo ruim, muito ruim!
CAPÍTULO 5
"NÃO! NÃOOOOOOOO! AHHHHH!" Harry saltou ofegante do sofá
onde estava deitado dormindo, com seu coração extremamente
acelerado e suando frio. "– Onde estou?" Pensou Harry. Foi aí que, ao
dar uma melhor olhada onde estava pôde perceber que aquilo tudo foi
só um pesadelo, um terrível pesadelo, um pesadelo extremamente
real.
Harry, ainda abalado com aquela cena, deu uma olhada no local para
perceber que estava no que parecia ser uma cafeteria. Havia umas
mesas rústicas com cadeira semelhantes, um longo balcão típico de
lanchonete e... "– Ah Deus! Finalmente uma pessoa nesta cidade!".
"– Será que essa é aquela policial que eu vi na estrada quando vinha
pra cá?" Harry pensava ao olhar fixamente para a mulher que estava
parada diante dele. "– Será que foi ela que sofreu aquele acidente de
moto?"
"– Como está se sentindo?" perguntou a mulher com uma voz suave
ao olhar para Harry.
"– Eu não sei o que aconteceu, sou apenas um turista, cheguei com a
minha filha a esta cidade para umas férias. Não sei o que há de errado
aqui, mas gostaria muito de saber".
"– Estou procurando a minha filha, é uma menina branca, tem sete
anos, cabelo preto, você a viu?" perguntou Harry esperançoso de que
a policial teria alguma informação que pudesse ajudar.
"– Não. Desde que cheguei nesta cidade, à única pessoal que eu vi
até agora foi você." Respondeu ela.
"– Mas, o que está havendo com essa cidade, onde estão todos?"
perguntou Harry.
"– Também não sei o que está havendo, eu lhe diria se soubesse, mas
posso afirmar que nada disso é normal, algo muito estranho está
acontecendo."
Harry ficou surpreso com a resposta e contente por não ser o único a
estar vivenciando aquela situação.
"Espere, aonde você pretende ir?" Disse Cybil enquanto Harry olha
para trás em direção aos olhos de Cybil.
"– Minha filha! Ela está sozinha nesta cidade! Tenho que encontra-la!
Ela é tudo que eu tenho!" respondeu Harry com uma voz intensa.
"– Não, Não, pode ser muito perigoso lá fora, não sabemos o que há
em meio a esta neblina?" disse Cybil caminhando lentamente em
direção a Harry.
"– Cheryl é minha filha, não posso deixa-la sozinha neste lugar, acha
que eu vou ficar sentado aqui esperando pra ver o que vai acontecer?
Não mesmo!"
"– Tá entendo, mas você tem alguma arma ou algo para poder se
defender caso apareça alguma coisa perigosa?
Cybil retira sua pistola 9 mm do seu coldre e a entrega para Harry, ela
olha para ele com muita seriedade em seu olhar e diz:
"– Tome, fique com isso, só use se realmente for necessário e o mais
importante, olhe bem em quem você está atirando, não quero que me
acerte por engano ou até mesmo em sua filha. Entendido?"
"– Isso com certeza não é um sonho! O que há de errado com esse
lugar?" Harry se perguntava, mas assim que a criatura parou de se
debater e Harry percebeu que estava morta, o rádio parou de emitir
aqueles ruídos estranhos e foi aí que Harry percebeu que de alguma
forma aquele rádio conseguia perceber a presença das criaturas
monstruosas de Silent Hill e as denunciava emitindo ruídos.
Harry saiu às pressas daquela cafeteria, após ver aquela cena com
aquele monstro ele ficou ainda mais preocupado com Cheryl e decidiu
não perder mais tempo. Ele pegou o mapa da cidade e viu que,
estranhamente, já estava marcado nele o lugar onde ele estava, ou
seja, a cafeteria e com isso ele poderia decidir aonde ir sabendo onde
está. "– Bom... Como não conheço nada nessa cidade ainda, acho
melhor voltar aquele beco onde eu vi Cheryl pela última vez, seja em
sonho ou não!" Pensou Harry enquanto segurava o mapa e marcava o
seu destino com uma caneta que estava em seu bolso.
Harry então colocou seu mapa de volta em seu bolso, empunhou sua
pistola e começou a correr pra o outro lado da rua deserta. A neblina
estava ficando mais densa, dificultando sua visibilidade, mas isso não
o impediu. Ele seguiu correndo pela Rodovia Bachman, onde viu no
mapa, todas as lojas da região estavam desertas e fechadas como
esperado. Seu rádio por enquanto estava silencioso para o seu alívio.
Chegando até o cruzamento com a Rua Finney ele virou à esquerda e
continuou. Harry estava ofegante e começou a andar mais devagar,
seu rádio volta e meia emitia uns ruídos familiares e Harry logo sentia
o frio e sua barriga e segurava fortemente sua pistola, mas ele estava
tentando poupar munição e procurava evitar conflitos, sempre que o
som emitido por seu rádio ficava mais intenso ele procurava se
esconder onde pudesse até que o ruído desaparecesse. As vezes era
possível ouvir os sons das asas batendo das estranhas criaturas, o
que deixava Harry ainda mais tenso. "– Aquilo só pode ser outro
pesadelo, tem que ser outro pesadelo!" Ele pensava a todo o
momento.
Harry seguiu em frente pelo beco até passar novamente pelo portão
de grade informando perigo de cães à frente. "– Essa placa deveria
estar fixada na entrada deste beco!" pensou ele.
CAPÍTULO 6
Harry pegou seu mapa e viu que havia uma escola próxima dali, era a
Escola Primária Midwich, ele fez uma marcação no mapa indicando
seu destino.
"– Destruída? Como a estrada pode estar destruída? O que pode ter
acontecido para que a estrada ficasse assim? Um terremoto? Perece
que a estrada foi implodida! Meu Deus o que há com esta
cidade?" Dúvidas e mais dúvidas brotavam na mente de Harry à
medida que ele adentrava mais naquele mundo estranho.
Harry não podia seguir por ali e então resolveu voltar e tomar outro
caminho. Após fazer um risco em seu mapa indicando que a Rua
Finney não tinha saída ele voltou uns metros ele decidiu pegar a
direita na Rua Levin e virar a direita novamente pela Rua Matheson,
ou pela Rua Bloch, ou pela Rua Bradbury, ou seja, quaisquer umas
dessas ruas transversais o levariam a Rua Midwich e em seguida até
a escola. Ele seguiu pela Finney pelo canto direito passando por uma
área residencial, havia várias casas, todas aparentemente
desabitadas, com árvores nos jardins gramados à frente. Harry passou
em frente a uma casa desta rua onde havia uma casinha de cachorro
a frente dela sobre o gramado, Harry notou que havia muito sangue
em volta da casinha. Ele achou muito estranho, mas decidiu não se
importar e continuou sua jornada. No caminho ele notou que o rádio
estava emitindo muitos ruídos e sabia que o perigo estava ficando
cada vez mais próximo, portanto redobrou sua atenção.
Harry acreditava que estas eram pistas deixadas por Cheryl para que
ele a encontrasse, mas por que afinal ela estaria fazendo isso? Por
que ela simplesmente não iria até ele para que os dois fugissem
daquele lugar? Sua mente estava confusa com tudo aquilo, mas no
momento ele não podia fazer nada além de tentar entender estes
enigmas e chegar ao fim daquilo tudo.
Harry imaginou que aquela chave seria da casa mais próxima e foi em
direção à porta da casa naquele mesmo jardim onde estava a casinha
de cachorro. Ele subiu as escadas de madeira que rangiam e se
posicionou em frente à porta "Toc, toc, toc" ele bateu na porta na
esperança de alguém atender, mas não teve resposta. Procurou
alguma campainha, mas não encontrou e decidiu então tentar abri-la.
Harry inseriu a chave a girou fazendo a porta ser destrancada.
CAPÍTULO 7
Harry estava novamente na Rua Levin tentando decidir por onde iria
para chegar aos locais indicados onde poderiam estar as benditas
chaves. "– Que tipo de pessoa faz uma brincadeira dessas?" Harry
pensava enquanto observava o mapa. Antes de subir a Rua Levin até
a Rua Finney e ir em direção ao seu destino, Harry pensou em ir
verificar as Ruas Matheson e Bradburry, pois caso pudesse passar por
elas ele deixaria de lado essas chaves e iria de uma vez ao seu
destino.
Harry verificou seu rosto e viu que foi somente um corte superficial,
nada grave, mas grave o suficiente pra o fazer prestar mais atenção e
ser mais cauteloso daqui pra frente. Após limpar o sangue com as
costas de sua mão, ele se aproximou do veículo parado a beira do
abismo e descobriu que era uma viatura policial, estava em péssimo
estado, muito amassada e arranhada, o capô estava amassado e a
tampa do porta-malas estava aberta. Ele verificou dentro do porta-
malas e encontrou a terceira chave que dizia em sua etiqueta "chave
do leão". Antes de ir embora ele pensou que seria uma boa ideia
verificar o veículo a procura de munição ou algo que o ajudaria, o que
foi uma sábia decisão, pois no porta luvas do carro havia uma caixa de
munição para sua pistola além de algumas balas espalhadas pelo
assoalho. Harry recolheu todas as munições, recarregou sua pistola e
guardou o restante em seu bolso. Agora não havia nada que o
impedisse de seguir o seu caminho.
Harry então puxou seu mapa para traçar sua rota. Ele viu que
precisava virar a esquerda no beco até chegar à Rua Midwich e então
torcer para que estrada não estivesse destruída até a escola. Ele
seguiu seu plano, correu até o final do beco, virou a direita na Rua
Matheson, a sua esquerda havia o abismo que o impossibilitou de
passar por esta rua anteriormente, mas que agora felizmente ela tinha
continuação até a Rua Midwich seguindo pela direita na saída do
beco. Enfim ele conseguira chegar a Rua Midwich e agora era só ir em
direção à escola descendo a rua.
Harry teve certeza que a cidade seria era ainda mais perigosa no
escuro, seu rádio soava a todo o momento enquanto corria naquela
rua deserta, ele até pensou em desligar para não atrair atenção, mas
isso seria muito mais arriscado, era melhor correr o risco e estar um
passo a frente das terríveis criaturas de Silent Hill.
"10:00"
"Laboratório de Alquimia"
"05:00"
"12:00"
Harry se deparou com uma grande mesa de centro com dois sofás
amarelos muito sujos e parcialmente rasgados, um vaso com uma
planta quase morta e a suas costas havia um enorme e macabro
quadro fixado na parede. A pintura era medonha, "– Minha nossa que
horror! Com certeza que pendurou isso aqui tem um terrível mau
gosto! Sem falar o pintor deste quadro, que com certeza deve ser uma
pessoa bem perturbada." Pensou Harry enquanto olhava com
desprezo àquela imagem. No quadro havia o que parecia ser uma
porta com três espaços quadrados divididos igualmente por sua área e
duas pessoas, aparentemente crianças, presas à parede uma de cada
lado da porta, amarrada em algum tipo de pano terrivelmente sujo.
Demonstrava sofrimento. Aquilo o fazia sentir depressivo e por isso
ele resolveu sair logo dali.
Harry parava às vezes para pensar se isso também não era outro
pesadelo. Tantas criaturas estranhas e sem sentido, todas
extremamente violentas, enigmas estranhos. Este tipo de coisa só se
via em filmes. Mas pesadelo ou não, ele teria que ir até o fim e
descobrir a verdade sobre Silent Hill e o mais importante, onde está
Cheryl?
"– Eu estava certo! Agora só preciso colocar ele na torre e ver o que
vai acontecer. Espero que não seja nada ruim." Harry pensou
enquanto pegava uma cadeira no canto da sala e se posicionava para
subir de modo a alcançar o medalhão.
"Um urubu aparece, voando mais alto que o pombo, apenas para
mostrar que ele pode."
"Um cisne plana, para achar um lugar pacífico, próximo a outro
pássaro."
"– A terceira estrofe diz: "Um urubu aparece, voando mais alto que o
pombo, apenas para mostrar que ele pode." O urubu é preto e já que
está voando mais alto que o pombo, deve estar próximo e acima
dele." Harry tocou a tecla preta muda mais próxima e acima da última
tecla branca.
"– A quarta estrofe diz: "Um cisne plana, para achar um lugar pacífico,
próximo a outro pássaro." O cisne é branco e esta planando próximo a
outro pássaro, ou seja, só existe uma tecla muda que está ao lado de
outra, deve ser esta aqui!" Harry tocou a tecla branca muda anterior à
tecla referente à tecla da pomba.
"– A quinta e última estrofe diz: "Finalmente vem o corvo, chegando
rapidamente a uma parada, bocejando e então dormindo." O corvo é
preto e como diz que ele finalmente chegou, ou seja, finalmente
alcançou os outros pássaros e em seguida deu uma parada rápida,
ele deve estar próximo ao pelicano. Espero que funcione! Deve ser
essa aqui!" Harry pressionou uma tecla preta muda acima da tecla do
pelicano uma casa atrás.
"– Não acredito que essa loucura deu certo! Mas quem estaria
elaborando estes enigmas sinistros? Com que propósito?" Harry
estava cada vez mais confuso com aquilo tudo, mas de certa forma
contente por ter conseguido resolver aquele complexo enigma.
Ele correu até lá, mas ao subir as escada e ficar diante do corredor
direito do andar térreo, ele ouviu algo estranho e incomum vindo do
andar de cima. Era um som muito baixo de algo metálico batendo
insistentemente. Ele imaginou que poderia ser alguém preso em
algum lugar. "– Cheryl! Minha nossa será que é ela?" Harry pensou
com um olhar de preocupação. Harry então subiu correndo as
escadas tentando localizar a fonte daquele estranho som. Ele o foi
seguindo e entrou no corredor onde estava a sala de musica e
rapidamente identificou a fonte como sendo a sala de armários. Ele
abriu a porta com força e se deparou com vários armários de metal no
centro da sala, um de costas pro outro, formando uma passagem a
sua volta em forma de "U". Harry reparou que aquelas batidas vinham
de dentro de um desses armários de metal do outro lado da sala.
Havia alguma coisa presa dentro dele, mas não poderia ser Cheryl,
afinal os armários eram muito pequenos para ela caber ali. Mesmo
assim ele decidiu investigar.
Harry saiu pela porta direto no corredor das classes do lado direito.
Ele conseguiu destrancar a porta que dava acesso ao corredor
superior e em seguida entrou na primeira sala de aula. Por dentro ele
avistou uma fileira de armários de metal todos enferrujados e
manchados de sangue e a sua esquerda uma enorme mesa com
algumas cartas de baralho espalhadas em uma ponta dela. Entre as
cartas havia um tipo de cartão amarelado com o desenho de três
quadrados pretos separados igualmente pela área do cartão e no
verso havia o desenho de uma chave. Aqueles três quadrados pretos
o fizeram lembrar-se da terrível e sinistra pintura que ele havia visto na
sala atrás da recepção na entrada da escola. Ele guardou em seu
bolso, pois era muito suspeito e quem sabe aquilo seria útil.
Harry viu que era possível acessar a outra sala de aula sem ter que
passar pelo corredor, pois havia uma porta que ligava as duas. Harry
atravessou a porta e estava dentro da sala de aula seguinte. Não
havia nada além de umas cadeiras velhas manchadas com sangue e
uma eterna escuridão. Ao sair pelo corredor ele se deparou com um
enorme portão de grade bloqueando a passagem até o subsolo, coisa
que não existia na escola versão mundo "normal" e pensou que
atravessar aquilo seria um problema se caso tivesse que passar por
ali por algum motivo.
"– Espera? O que está havendo? Que lugar é esse? Onde está a porta
que eu passei usando o cartão?" Harry ficou muito confuso, pois ao
sair do banheiro feminino ele não estava mais no mesmo lugar. A
porta que dava acesso ao quarto com os dois corpos pendurados não
estava mais lá e o corredor tinha uma barreira de metal o
impossibilitando de passar. Tudo estava ficando cada vez mais
confuso a cada minuto. Harry já começava a questionar sua lucidez.
Havia ali também uma grande mesa de metal e em cima dela, uns
telefones antigos, obviamente estavam danificados tendo em vista o
estado em que se encontravam. Não haviam cabos conectados. Harry
não se importou muito e caminhou em direção a porta de saída
quando de repente... "TRIIINNNNN, TRIIIIIINNNNNN" Harry deu uma
parada brusca após tomar um tremendo susto. "– O que? O telefone
está tocando? Como pode?" Harry caminhou em direção ao telefone,
parece que ele ainda funcionava mesmo estando daquele estado, ele
retirou o fone do gancho, colocou em seu ouvido e sentiu um enorme
frio na barriga ao ouvir a voz de sua filha.
"– Papai...? Papai me ajuda...? Onde você está...?" Disse Cheryl com
uma voz triste demonstrando sofrimento.
"– CHERYL!" respondeu Harry com seu tom de voz aflito segurando
com força o fone.
Ele saiu da sala, virou a esquerda e foi pelo corredor das classes do
lado esquerdo. Passou enfrente as salas e as portas estavam abertas,
porém nada dentro, somente inimigos fazendo o rádio chiar, Harry
achou mais seguro os trancar lá dentro. Ele entrou no corredor
superior e foi direto a porta da livraria reservada, inseriu a chave e a
abriu.
"MANIFESTAÇÕES DE ILUSÕES"
"Com isso, o furioso lagarto gritou," "Eu vou engolir você com uma só
mordida!"
"Era isso que o homem queria. Calmamente sacando o seu arco, ele
atirou bem na boca do lagarto."
Logo após Harry lembrou-se de ter lido algo assim quando era
criança. Um tipo de conto infantil muito popular na época.
O gerador não estava mais lá, havia apenas uma passagem central
bloqueada por barras de metal e duas válvulas, uma de cada lado da
passagem. Aquilo era com certeza outro dos enigmas estranhos
daquele lugar. Harry então começou a girar uma das válvulas e
percebeu que as barras que bloqueavam a passagem começavam a
girar em um sentido, sendo que havia um momento em que as barras
não bloqueavam a passagem e foi aí que ele entendeu. Ele deveria
girar as válvulas de modo que as barras liberassem a passagem. As
barras referentes à válvula que ele estava girando movia-se apenas
um quarto de volta enquanto as barras do lado contrário moviam-se
dois quartos de volta. Depois de muito observar a posição das barras
ele elaborou um movimento que liberaria o caminho. A válvula da
direita ele girou duas vezes para a esquerda e a válvula da esquerda
ele girou uma vez para a direita. As barras pararam em uma posição
onde era possível atravessar. O caminho estava liberado. Não foi tão
complicado quanto ao enigma do piano, mas o fez esquentar a cabeça
da mesma forma.
CAPÍTULO 10
Harry teve um sonho, e nesse sonho ele vira uma menina, muito
parecida com Cheryl, porém mais velha, ela estava na sala do gerador
do colégio, apenas em pé olhando para ele enquanto desaparecia
lentamente. Harry então desperta na sala do gerador da escola, a
sirene não estava mais tocando e estava coma sua escopeta em suas
mãos ainda quente, "– Não! Dessa vez não foi um pesadelo, foi muito
real!" ele pensava ao olhar para a escopeta em sua mão. Ele se
levantou e notou que a escola tinha voltado ao normal. O chão era
novamente feito de piso de madeira e não de grades ensanguentadas.
Os corpos sinistros não estavam mais lá e a sua frente, caído próximo
ao gerador havia uma chave. Harry a pegou e viu que havia escrito
"Casa do Gordon". Harry não imaginava quem deixara aquela chave
ali e muito menos aonde deveria ser usada, mas ele a guardou, pois
poderia ser muito importante. Sua busca por Cheryl pela escola
terminou, ela não estava mais lá, só cabia a ele continuar procurando
em cada canto da cidade.
Ele saiu pela porta e subiu as escadas, foi quando ele... "– Mas que
som é esse? Parece um sino de igreja? É sim, com certeza é um sino,
mas, quem será que o está tocando? Será Cheryl?"
Um som alto e repetitivo vindo de um sino estava ecoando pelos
corredores do colégio. Harry precisava saber quem estava tocando
aquele sino, poderia ser Cybil ou Cheryl ou outra pessoa que pudesse
ajuda-lo. Ele pegou seu mapa da cidade e o examinou. Existia uma
igreja na Rua Bloch com a Bradbury, ele só teria que seguir a
Bradbury e virar na Rua Bachman até chegar a Rua Block em frente à
igreja.
"– AHH, mas que droga! Não acredito nisso!" Harry ficou muito irritado
ao ver que a Rua Bradbury também estava destruída, somente um
enorme buraco sem fundo havia ali. "– Será que eu vou ter que voltar
todo o caminho para chegar do outro lado? Não tenho tempo para
isso!" Harry se perguntava enquanto olhava aquele imenso buraco
com os braços cruzados.
Harry caminhou pela beira do abismo até chegar do outro lado da rua
e percebeu que havia um daqueles becos com garagens. Harry entrou
pelo beco para examinar. Tudo aparentemente estava normal, ao
estilo Silent Hill, até que ele passou por uma porta de garagem
fechada coberta de sangue e bem ao lado um estreito corredor que
dava em um pequeno portão de madeira. Após passar por tudo
naquela terrível e amaldiçoada escola ele percebeu que manchas de
sangue significavam pistas e resolveu investigar.
A casa era muito parecida com a última em que ele havia estado.
Havia duas caixas de munições em cima da mesa da cozinha, uma
para cada arma que ele carregava. Harry, com muita satisfação
apanhou as munições e seguiu para a porta da frente em direção à
rua, ele não podia perder tempo ali.
Harry cruzou o beco, saiu na Rua Bloch e pôde ver a torre do sino da
igreja a sua direita com sua visão muito obstruída pela neblina. Havia
algumas criaturas aladas rodeando o sino da igreja, talvez elas
tivessem sido atraídas pelo som emitido mais cedo.
"– Hump! Eu sabia que você chegaria até aqui, você quer a garotinha
certo?" disse a senhora com um sorriso estranho em seu rosto.
"– Espere aí! A garotinha? Por acaso está falando de Cheryl?" Harry
aumentou seu tom de voz começando a ficar nervoso.
"– Entenda uma coisa." Ela falou. "– Nada se ganha quando se
trapaceia. Você tem que seguir o caminho do ermitão que está oculto
pelo Flauros."
"– O que? Mas... o que á isso? Do que você está falando?" Harry
estava ficando irritado, pois aquela senhora sabia de algo e estava
falando varias coisas sem sentido.
"– Espere! Espere! Não vá ainda... Espere!" Harry gritou com a sua
mão estendida fazendo sinal, pedindo para ela parar, mas a senhora
não quis escutar, saiu e desapareceu em meio à neblina.
A velha senhora disse que ele teria que seguir para o hospital antes
que fosse tarde, algo estava acontecendo por lá e de alguma forma
ela tinha conhecimento de Cheryl. Harry verificou em seu mapa, mas
não conseguiu achar nenhum hospital ali. Parecia que estava faltando
uma parte do mapa, porém a chave informava ser de operação de
uma ponte. No mapa atual mostrava uma ponte que cruzava um
grande rio. Harry achou melhor ir até lá e verificar se existia mais
alguma pista ou talvez outro mapa.
"Manufaturado aqui?"
"Negociante – Fabricante?"
"Acho difícil o oficial Gucci ter sido assassinado. Parece que a morte
foi de causas naturais, mas registros médicos mostram que Gucci não
teve sintomas anteriores de doenças cardíacas."
Harry percebeu que eram apenas investigações rotineiras da policia
de Silent Hill, não era nada que poderia ajuda-lo. Ele saiu da sala,
passou pelo salão de entrada em direção á rua.
Essa parte da cidade era diferente, estava mais para uma área
comercial, pois havia muitos prédios pequenos e muitos tipos de
comércios variados. Harry correu pela rua passando por lanchonetes,
prédios em obra e coisas do tipo. Ele chegou a Rua Koontz e correu
ao portão de entrada do hospital. Na entrada do portão de grade
enorme havia uma placa onde dizia "Alchemilla Hospital", ele sabia
que estava no lugar certo. O que será que ele encontraria ali? O que
aquela senhora quis dizer com "tarde demais"? Harry logo iria
descobrir.
"– Não estou aqui para lhe fazer mal! Meu nome é Harry Mason, sou
de fora da cidade!"
"– Você sabe o que está acontecendo aqui nesta cidade? Pode me
dizer o que você sabe?" perguntou Harry.
"– Não sei bem o que está acontecendo aqui. Eu estava dormindo
nesta sala e quando acordei já estava tudo desse jeito. Todas as
pessoas perecem ter desaparecido. E essa neblina estranha que não
é comum nesta época do ano. Acredite tem alguma coisa seriamente
errada acontecendo." Respondeu o Dr. Kaufmann.
"– Não, sempre achei que criaturas assim não existiam." Ele
respondeu.
"– Sim... mas, por acaso você viu uma garotinha por aqui? Estou
procurando minha filha, ela tem sete anos, cabelo curto preto."
"– Sinto muito eu não a vi, eu não quero te desanimar, mas sinto lhe
dizer que se existem tantos monstros soltos por aí é provável que ela
não esteja mais viva."
Harry não queria acreditar nessa teoria, mas infelizmente a essa altura
já poderia ser verdade. Kaufmann se virou e pegou sua maleta preta
que estava no chão.
"– Sua esposa está aqui nessa cidade com você?" perguntou
Kaufmann.
"– Não, ela faleceu há quatro anos, somos somente eu e minha filha
agora." Respondeu Harry.
"– Desculpe, mas eu tenho que ir agora. Não posso ficar aqui parado
sem fazer nada. Boa sorte em encontrar a sua filha, espero que ela
esteja bem."
Ele apenas balançou a cabeça e saiu pela porta. Harry então voltou
sua atenção para a sala onde estava. Ao lado da porta havia uma
mesa com um telefone que não funcionava e vários outros objetos
espalhados. Uma cama aos fundos onde o Dr. Kaufmann informou
estar dormindo, o monstro terrivelmente fedorento ao chão coberto de
sangue e uma porta ao lado. Harry entrou pela porta passando por um
pequeno escritório sem nada de importante a ser examinado. Dali ele
teve acesso ao balcão de informações do hospital e lá ele encontrou o
mapa do hospital preso a uma parede. Harry o pegou para ajudar em
sua busca.
Ele seguiu por dentro da sala e chegou à sala dos remédios onde
havia duas enormes estantes de madeira rústicas com vários frascos
de medicamentos, havia também um jornal que aparentava ser muito
velho, porém o mais estranho é que vários artigos foram recortados.
Vendo que não havia mais nada de importante para o momento ele
passou pela porta onde saiu em um corredor no formato de "L" com
muitas salas. Ao ver o mapa ele conseguiu identificar a sala de
armazenamento, ao lado dela um pequeno escritório, depois o
escritório dos doutores, a cozinha em seguida e enfim o escritório dos
diretores.
A sala de armazenamento e o escritório ao lado estavam trancados.
Ele tentou o escritório dos doutores e conseguiu entrar. Do lado de
dentro havia uma mesa de centro com dois sofás pretos bastante
empoeirados, duas escrivaninhas com cadeiras e a janela onde era
possível ver a intensa neblina. Nada de importante ali, mas havia uma
porta que dava a outra sala, a sala de conferencia. Harry entrou na
sala e viu uma enorme mesa escura com várias cadeiras em volta. Em
cima da mesa havia uma chave que dizia em sua etiqueta "porão".
Harry a pegou e colocou em seu bolso. Vendo que não havia mais
nada de interessante ele saiu da sala em direção ao corredor.
Após verificar cada uma das portas daquele local Harry viu que
somente a porta da sala do gerador estava aberta felizmente. Ele
entrou e avistou um enorme gerador ao fundo e ao se aproximar
iluminando com sua lanterna havia uma informação fixada ao gerador:
Havia um botão para ligar com uma pequena luz acesa ao lado. Harry
pressionou o botão e o gerador deu partida fazendo um barulho
enorme e sombrio.
Harry viu que havia muitas salas ali, ele decidiu investigar os
banheiros próximos a porta de entrada do terceiro andar. Ele entrou
no banheiro masculino, o lugar era ainda mais nojento que todo o
colégio. Muito sangue talhado e viscoso pra toda parte. O piso que
algum dia foi branco, agora estava terrivelmente sujo com sangue e
manchas amareladas! Os mictórios estavam amarelados e
transbordando uma coisa escura e com um odor repugnante! Harry
queria logo sair dali antes que pegasse uma doença, mas avistou algo
brilhando sobre o parapeito da janela aos fundos. Era uma pequena e
quadrada placa azul que possuía um desenho de uma tartaruga. Ele
achou que aquilo seria parte de um futuro enigma. Após colocar em
seu bolso ele saiu dali às pressas.
Neste corredor ainda havia os quartos 301, 302, 303, 304, banheiro
feminino e a lavanderia que também dava acesso ao outro lado do
andar com os restantes das salas. Harry investigou cada uma delas.
No quarto 301 havia uma maca com um colchão repugnante e uma
misteriosa gaiola de pássaros vazia o que não é muito comum de se
ver em um hospital. Harry fez uma anotação em seu mapa, pois era
muito suspeito. No quarto 302 também havia uma maca e uma
televisão com um videocassete, aparentemente funcional, pois havia
uma pequena luz vermelha acesa, ele não tinha encontrado nenhuma
fita de vídeo ainda, mas anotou em seu mapa a localização daquele
aparelho caso fosse preciso usa-lo. O quarto 303 estava trancado. No
quarto 304 haviam muitas macas enferrujadas e ao fundo da sala ele
notou uma pequena placa de metal fixada à parede com parafusos, o
que chamou sua atenção foi que ela havia sido posta ali recentemente
a julgar pela aparência. Ele não possuía uma chave de fenda para
abrir aquilo para saber o que há atrás dela, mas ele continuaria
procurando. O banheiro feminino estava trancado e Harry verificou
então a lavanderia, não havia nada além de maquinas de lavar velhas
e enferrujadas. Harry passou pela porta que havia dentro da
lavanderia e saiu no outro lado do corredor, ao ver o mapa ele
identificou a sala de armazenamento, os quartos 305, 306 e 307. Na
sala de armazenamento havia algumas estantes de metal bem
enferrujadas, alguns frascos de medicamentos vazios e em uma das
prateleiras havia uma pequena bolsa de sangue fechada, ela havia
sido posta ali, também recentemente. Ele não tinha certeza se queria
levar aquilo consigo, mas era melhor ter e não precisar do que
precisar e não ter. Ele apanhou a bolsa de sangue e saiu da sala. Os
quartos 305 e 307 estavam trancados. No quarto 306 ele encontrou
outra placa de cor amarela com o desenho de um gato presa em uma
fenda na parede dos fundos, exatamente no local onde estava a placa
de metal parafusada a parede no quarto 304, com isso ele pôde
presumir que atrás daquela placa de metal haveria uma dessas placas
coloridas com gravuras, ele não fazia ideia pra que serviria e nem
quantas havia, mas com certeza era importante. Ele apanhou a placa
do gato e seguiu.
Chegando lá ele pode perceber que não havia nada dentro, somente
uma porta trancada na outra parte da sala que daria acesso à outra
ala de salas, porém nesta porta havia um tipo de dispositivo fixado,
era grande e havia quatro encaixes, um em cada ponta do objeto.
Alguma coisa com um formato de quadrado deveria ser inserida ali.
Neste dispositivo fixado a porta já existia quatro placas com as cores,
branco em cima, roxo em baixo, cinza a esquerda e laranja a direita,
fazendo um formato de cruz. Imediatamente Harry se lembrou das
placas que ele havia pego, elas com certeza se encaixariam ali, mas
ele teria somente três delas, faltava uma a ser encontrada, mas qual
seria a ordem a se colocar? Harry olhou para o lado e viu um pequeno
pedaço de folha de caderno fixado a parede com algo escrito:
"Violetas no jardim."
"Dente-de-leão no caminho."
A segunda estrofe dizia "Céu num dia de Sol" o que significava azul
que é a cor do céu, Harry pós a placa da tartaruga no espaço superior
direito. Parecia que o enigma girava no sentido do relógio.
Faltava apena o primeiro andar a ser visitado. Ele saiu desta sala,
pegou as escadas e foi em direção ao primeiro andar. Lá chegando
ele passou pelas portas que davam acesso ao corredor do elevador. A
sua direita estava o depósito e um escritório e a sua esquerda estava
à sala de medicamentos. Ele deu uma olhada rápida no depósito e no
escritório, mas não havia nada além de escuridão e sons estranhos.
Ele verificou então a sala de medicamentos e ao se aproximar da
porta que dava acesso a sala de exames ele pode ouvir sons de
passos do outro lado da porta, mas como a porta estava trancada ele
não teve certeza se era uma pessoa normal ou alguma enfermeira
zumbi. Não havendo nada mais de interessante neste local ele
continuou a verificar o corredor do primeiro andar. A sala dos médicos
estava trancada. Na cozinha ao lado ele encontrou, dessa vez um
médico portando um desses parasitas nas costas, o mesmo atacou
Harry furiosamente, mas ele conseguiu se esquivar e deu um tiro de
escopeta, pois sua munição de pistola estava quase no fim. O tiro
praticamente arrancou a cabeça do médico, espalhando sangue e
miolos por toda cozinha e em cima das pias e fogões, uma terrível
realidade! O médico foi ao chão sem a menor chance de revidar.
Apesar de tudo aquilo ser terrível, Harry já estava começando a se
acostumar com a presença do mal, ele sabia que não era uma coisa
saudável, mas naquela situação poderia ajudar a lidar com tudo que
existe de maligno em Silent Hill.
Após isso ele verificou a UTI bem ao lado e no interior ele encontrou
uma garrafa de álcool desinfetante ainda pela metade em cima de
uma mesa destruída. "– Isso pode ser importante!" ele pensou
apanhando a garrafa e colocando no bolso interno da sua jaqueta.
Com tantos itens que ele está encontrando, ele chegou a pensar que
deveria ter vindo com uma mochila, pois seus bolsos estavam ficando
cheios.
A sua volta não havia mais nada além de estantes de metal
enferrujadas e tortas e muitas garrafas velhas com algum tipo de
droga já vencida há anos, nada que lhe interessasse. O quarto 205
estava trancado e o 206 não havia nada dentro.
Harry decidiu ir até o porão para utilizar a chave do depósito que ele
havia encontrado. Ele pegou o elevador no final do corredor e
pressionou o botão "P" para ir até o porão. O lugar sem dúvida era o
mais escuro de todo aquele hospital. Ao olhar no mapa ele identificou
a sala do gerador, a sala da caldeira, o depósito e o necrotério. Ele
investigou a sala do necrotério que estava a sua frente e dentro dela
havia seis macas com corpos cobertos por um lençol branco, ou
melhor, um dia foi branco, agora estavam manchados com muito
sangue e uma substancia amarelada extremamente nojenta! O odor
de carne podre era indescritível, chegando a fazer os olhos de Harry
lacrimejar! Ele não queria entrar ali e fechou a porta rapidamente.
"– Alessa? Quem será? Ela é muito parecida com Cheryl, porém
aparenta ser mais velha. Tenho quase certeza que essa foi à garota
que eu vi naquele sonho e na visão ao sair daquele elevador. Será
que é a irmã mais velha de Cheryl?" Harry se perguntava ao segurar o
porta-retratos, olhando fixamente para a imagem.
"......Ainda...........febre............incomum!.......não.........veri......puls.........
apenas respir............pele está..... Mas quando eu
tr...................................coa por..............................Por
quê................crian.................
Era uma moça muito bonita, jovem de pele branca e cabelos loiros
compridos. Ela estava usando um uniforme branco de enfermeira com
um pequeno blazer vermelho por cima e uma boina branca em sua
cabeça. A moça se afastou e olhou diretamente para Harry.
"– Affff! Finalmente outra pessoa viva!" Ela disse com sua voz suave e
graciosa.
"– Então você também não sabe de nada! Que ótimo! Não estou
conseguindo entender. É como se eu estivesse vivendo em um
pesadelo!" Harry falou.
"– Olha, eu queria te perguntar uma coisa... Você não viu uma
garotinha por aí? Pequena, morena ela tem sete anos."
"– Uma menina de sete anos? Por que? É sua filha?" respondeu Lisa.
"– Sim"
"– Humm... sete anos... não posso dizer que sim, pois estive
desmaiada aqui todo esse tempo. Me desculpe."
"– Mas... você não trabalha aqui? Como você não sabe?" perguntou
Harry muito confuso.
"– Nós temos ordens explicitas para nunca se aproximar deste local.
Então eu não sei mesmo. O que tem lá?" perguntou Lisa.
...
Harry então acordou na sala de exames, Lisa não estava mais lá, o
local também havia voltado ao normal. Harry sentou-se na cama com
os olhos fechados. Sua cabeça ainda latejava e se sentia um pouco
tonto.
"– Isso foi um sonho? Não, não, com certeza não foi! Já não sei mais
em que acreditar." Harry pensava enquanto ouvia a porta se abrir a
sua frente e uma grave e amedrontadora voz falava:
"– É você!" Harry olhava a figura diante de seus olhos, era aquela
mulher que ele encontrou na igreja.
"– Está bem, agora chega! Diga-me tudo que você sabe agora! O que
está acontecendo com essa cidade?" ele perguntou com um tom de
voz alto e firme.
"– A escuridão... ela está consumindo toda a cidade. As forças devem
superar os desejos... os sonhos infantis. Mas eu sabia que este dia
chegaria." Ela respondeu com seu ar de mistério.
"– Mas que droga! Do que você está falando? Que baboseira é essa,
não estou entendendo uma só palavra?" Harry estava nitidamente
frustrado, pois ninguém lhe dava explicações claras sobre o que ele
queria saber.
"– Você não viu o emblema marcado pelo chão em toda a cidade?"
"– Ei espere! Não vá ainda!" Harry disse em voz alta olhando para a
mulher, mas já era tarde, ela já tinha saído da sala. Harry correu atrás,
mas após abrir a porta ela havia desaparecido.
Essa mulher era muito suspeita e aparentava saber muito sobre o que
estava acontecendo, mas se recusava a passar uma informação clara.
Seu nome era Dahlia Gillespie, ele não poderia esquecer.
Harry voltou à sala e apanhou a chave que ela havia deixado. Nela
havia uma etiqueta onde dizia "Antiquário". Ele a pegou e guardou em
seu bolso. Ela tinha mencionado algo sobre o seu próximo destino,
parece que seria outra igreja da região, mas ao verificar o seu mapa
ele não conseguiu encontrar nenhuma outra igreja, ele não sabia o
que ela quis dizer com a "próxima igreja", mas ele conseguiu visualizar
em seu mapa um Antiquário que ficava no final da Rua Simmons e já
que ele tinha a chave o melhor que poderia fazer por enquanto era ir
lá e verificar.
Harry o iluminou e já estava pronto para entrar, foi quando ele ouviu o
som da porta se abrindo atrás dele. Ele imediatamente empunhou sua
pistola e apontou na direção da porta.
"– Cybil?" respondeu Harry surpreso por encontra Cybil ali naquele
lugar tão vago.
"– Ah! Que bom saber que você esta bem!" disse Cybil se
aproximando de Harry enquanto ele abaixava a sua arma. "– Eu não
deveria tê-lo deixado, esta tudo muito pior do que eu pensei. É
loucura!"
"– Achei que você fosse deixar a cidade em busca de ajuda? O que
faz aqui?" perguntou Harry.
"– Espera! Espera! Então você a deixou ir? Aonde foi isso? Harry
perguntou impaciente.
"– Sim... conheci uma velha senhora bem bizarra. Ela disse que se
chamava Dahlia Gillespie. Você a conhece?"
"– Bem... ela disse algo sobre a escuridão estar consumindo a cidade
em um estranho dialeto. Sabe alguma coisa sobre isso?" perguntou
Harry.
"– Ainda não sabemos, mas talvez seja a "escuridão" da qual ela
falava. É só o que me vem à cabeça".
"– Não sei, acabei de descobrir, mas acredito que haja alguma coisa
importante aí dentro." respondeu Harry.
"– Tudo bem, eu ficarei aqui dando cobertura, mas tome muito cuidado
lá dentro e se algo parecer suspeito volte para cá imediatamente,
entendido?" Perguntou Cybil.
"– Entendido."
"– AHH! Cybil? Pode parecer estranho, mas você sabe algo sobre...
ahh... bem... como um tipo de mundo feito de pesadelos?"
"– Ainda não faço ideia do que você está falando Harry." Ela
respondeu franzindo suas sobrancelhas.
"– Harry, você está apenas cansado!" ela disse olhando para seus
olhos.
...
"– Harry? Está tudo bem? Harry?" ela gritou, sua voz ecoou pelo
estreito corredor, mas não obteve resposta. Ela entrou pelo corredor e
saiu na sala do altar, mas Harry não estava lá e o altar já estava
apagado. "– Harry? Cadê você? Aqui não tem nenhuma saída, como
ele pode ter saído daqui?" Cybil estava confusa. Ela observou o altar,
tendo a mesma reação de horror que Harry. Ela não tinha mais
nenhuma opção a não ser voltar para cidade e continuar procurando
por Harry ou qualquer outra pessoa que possa ajudar.
CAPÍTULO 12
Harry acordou em uma cama de hospital totalmente confuso, sua
cabeça estava doendo muito. A sala estava parcialmente escura.
Somente uma luz avermelhada iluminava o local, era um ambiente
ainda mais sinistro! Ele sentou-se na cama e a sua frente estava Lisa
sentada em uma cadeira com as mãos juntas o observando.
"– Ah nossa!... Onde será que eu estou agora? Ahh... minha cabeça!"
disse Harry passando as mãos no rosto.
"– Harry? Você está bem? Parecia que você estava tendo um
pesadelo!" perguntou Lisa.
"– Aff! Eu não sei ainda." Harry respondeu. Ele olhou para o rosto
dela, ela estava muito pálida e com uma aparência horrível.
"– Lisa? Você não parece muito bem? O que houve? Ele perguntou
olhando para o seu rosto.
"– Ah sim... a louca senhora Gillespie!" ela respondeu. "– Ela é bem
popular por aqui! Ela não costuma falar muito com as pessoas e por
isso não sei muito sobre ela, mas eu soube que a filha morreu
queimada em um incêndio e essa na verdade é a razão de sua
loucura."
"– Bem... ela tem falado sobre a escuridão estar consumindo esta
cidade, tem alguma ideia do que isso possa ser?" Ele perguntou.
"– A cidade consumida pela escuridão... Sim, acho que sei! Antes da
cidade virar um ponto turístico, todos os habitantes daqui viviam
isolados uns dos outros. Eles eram devotos de uma estranha religião
que envolvia magia negra, ocultismo, esse tipo de coisa. Sempre que
uma pessoa nova chegava eles acreditavam que ela era enviada por
um tipo de Deus e por isso coisas como estas costumavam acontecer
todo o tempo. Naquela época não havia praticamente nada neste
lugar, mas o povo estava entusiasmado. Deveria haver algum motivo
para isso. Mais tarde outras pessoas apareceram então todos ele se
isolaram novamente."
Como não havia outra escolha Harry entrou naquele local. Ao entrar
seu rádio começou a emitir ruídos, Harry segurou forte o martelo à
procura do inimigo enquanto iluminava o local. A sua frente havia uma
placa onde dizia "Galeria Central de Silent Hill". Harry caminhou
lentamente enquanto seu rádio chiava. A sua frente ele o viu, era um
daqueles terríveis macacos rastejando ao pé de uma das escadas
rolantes desativadas. A criatura o avistou e veio em direção a ele
dando enormes saltos, mas sua experiência anterior o ensinou a não
subestimar aquela criatura! Faltando poucos metros para alcançar
Harry ela deu um salto com toda velocidade em direção a ele, mas
Harry jogou seu corpo para o lado e a criatura passou direto por ele
indo de encontro a placa fixada no meio do hall de entrada, ela bateu
com toda força na placa fazendo um barulho tremendo que ecoou por
todo o local vazio. A criatura, horrível, sem pele e com um fedor
terrível de carne estragada ficou atordoada com o impacto. Harry
rapidamente se levantou e aproveitando a situação ergueu seu
enorme martelo com a ponta afiada, contraria a parte onde se martela,
mirando sua cabeça e desceu com toda força! "CRASSHHH!" a
criatura deu um gemido de dor enquanto sangue escuro pútrido
vazava por entre seus dentes! A ponta do martelo ficou cravada com
força na cabeça da criatura e Harry teve um pouco de dificuldade para
remover, mas após segurar o corpo da criatura com o pé e puxar com
força o martelo, ele se soltou trazendo consigo partes dos miolos do
monstro, espalhando-os pelo chão sujo! Ela não teve a menor chance.
"– CHERYL!" Harry gritou ao ver a imagem de sua filha na tela, ela
estava com os braços para trás amarrados e em uma posição de dor e
sofrimento!
"– PAPAI...! ...Me ajude...! Onde ... está você?" Harry ouviu a voz de
Cheryl o chamando pedindo por ajuda!
"– OH meu Deus! CHERYL!" Harry estava desesperado, ela ainda
estava viva e não parecia bem, ele tinha que correr!
...
Harry seguiu correndo pela Rua Simmons, o som das suas pegadas
no chão de metal ecoava por entre as paredes das lojas desertas. O
seu rádio começou a chiar incessantemente, havia muitos monstros
pela redondeza, ele podia ouvir o som de patas dos cães e as asas
das bestas voadoras, mas ele não podia parar! Passando em frente à
Rua Wilson ele pode ver que ela também estava destruída, só restava
pegar o caminho mais longo, a Rua Crichton. Ele ouviu o som de
patas batendo no chão de metal, o rádio estava chiando alto, sons de
asas batendo no céu escuro e chuvoso, ele começou a correr com
toda energia que tinha! Sem dúvida as coisas ficavam muito piores
quando as trevas tomavam conta do local! Era muito perigoso tentar
enfrentar alguma criatura em meio a toda aquela escuridão. Ele virou
a esquerda pela Rua Crichton e correu o mais rápido que pôde! Havia
pelo menos cinco ou seis criaturas o prosseguindo, até que ele avistou
os portões de entrada do hospital por onde passou rapidamente e foi
em direção à porta de entrada, girou a maçaneta e entrou correndo
fechando a porta atrás de si. Do lado de fora ele ouvia os sons
terríveis que as criaturas da escuridão emitiam! O rosnado enfurecido
dos cães demoníacos, os grasnados que as feras aladas davam, o
gemido dos macacos humanoides... Era algo extremamente
aterrorizante!
Ele descansou ali por uns minutos até ir em direção à sala de exames.
Ao entrar ele pode ver Lisa sentada em uma cama de hospital com
uma expressão de preocupação intensa.
"– HARRY!" Lisa disse em voz alta ao ver que ele estava ali vivo e
bem, ela correu em sua direção parando bem a sua frente segurando
as mãos de Harry.
"– Estou agradecida por você ter vindo! Eu estava aqui com muito
medo sozinha." Disse Lisa.
"– Eu também estava preocupado, mas agora estou aqui. É bom ver
você!... Ahh Lisa? Você pode me dizer se existe uma maneira de
chegar ao lago?"
"– Ao lago? Você pode chegar lá pela Rodovia Bachman." Disse Lisa.
"– Tem certeza? Tem que haver outro caminho! Por favor, pense?"
perguntou Harry.
"– Sério? Você acha que eu poderei chegar até o lago por lá?"
perguntou Harry.
"– Bom... não posso garantir isso a você, pois eu nunca estive lá
pessoalmente, além do mais esta estação está trancada há anos para
manter as pessoas afastadas."
"– Não Harry! Não vá!" disse Lisa com uma voz assustada. "– Eu não
quero ficar mais aqui sozinha! É assustador demais! Não aguento
mais isso!"
"– Pode ser perigoso, mas porque você não vem comigo? Pode não
ser o lugar mais seguro do mundo e eu não posso prometer que tudo
ficará bem, mas eu prometo que farei o que puder para te proteger!"
falou Harry.
"– Não! Algo me diz que eu não devo sair deste hospital... Oh Harry,
estou com medo e com frio!"
"– Olhe... espere aqui só mais um pouco, prometo que voltarei assim
que encontrar a minha filha."
"– Harry..."
Harry correu pela Rua Crichton até chegar a ponte. Após uma longa
corrida por ela, respirando aquele ar gelado, ele estava do outro lado
da cidade. Continuou sua corrida passando pelo posto de gasolina, a
igreja até chegar ao beco que ligava a Rua Bloch a Bradbury. Ele
correu pelo beco saindo na Bradbury, virou a direita até a Rua Levin
para então chegar à porta da casa que dava acesso ao outro lado,
onde deveria passar pelo beco até chegar à continuação da Rua
Bradbury. Após percorrer todo esse caminho, desviando e evitando
inúmeros monstros ele passou em frente à escola e caminhou pela
calçada até encontrar a entrada da estação de tratamento de esgoto
que Lisa havia mencionado. Ele observou que havia um portão de
metal trancado com uma corrente presa por um cadeado muito
enferrujado. "– Acho que se eu der um tiro ele pode se
quebrar!" pensou Harry enquanto sacava sua pistola. Ele apontou sua
arma para o cadeado, virou o rosto para não ser atingido por
estilhaços e "POW!" ele pode ouvir os fragmentos do cadeado caindo
no chão. Ele passou pelo portão e viu a sua esquerda uma escotilha
aberta no chão e uma longa escadaria. Harry pôs sua pistola em seu
bolso e desceu as escadas em direção aos esgotos.
CAPÍTULO 14
Harry agora estava nos esgotos da cidade de Silent Hill e se tinha um
lugar onde tudo poderia ser muito pior era bem ali! Sem dúvida era
escuro, o chão era pegajoso e podiam-se ouvir goteiras por todo o
lugar. As paredes e o chão estavam cobertos por um tipo de musgo
verde escuro! Até mesmo um leve passo podia ser ouvido ecoando
pelas paredes do esgoto. O odor de excremento era repulsivo e pode-
se dizer que havia muito metano pelo local, pois ele já se sentia tonto
só de ficar alguns minutos ali parado!
Após percorrer este caminho ele virou a direita, seguido por seu mapa
até sair em um túnel mais alto e mais largo. A sua esquerda estava
outra porta de metal trancada, novamente ele teria que seguir na
direção oposta para encontrar uma chave. Ele se virou e correu pelo
túnel passando por umas portas em seu caminho até chegar ao final
onde havia somente um córrego de água fétida! Parecia o fim da linha,
mas Harry observou que a beira do córrego havia uma enorme
mancha de sangue, ele se aproximou para examinar e quando a luz
de sua lanterna iluminou a água abaixo ele pode ver o brilho da chave
imersa dentro d' água. "– ARG! Só faltava essa! Terei que por a mão
nessa água imunda!" ele pensou com uma expressão de nojo em seu
rosto! Vendo que não havia jeito ele se abaixou mergulhou sua mão
sentindo ânsia de vomito e apanhou a chave dentro da água. Não
havia etiqueta, mas com sorte ela seria daquela porta.
Assim que ele se levantou e pôs a chave em seu bolso, ele viu um
estranho movimento na água e de repente um daqueles lagartos
estranhos saltou de dentro da água bem ao pé de Harry! Ele levou um
enorme susto, e já ia sacar sua arma, quando notou a sua volta mais
duas daquelas criaturas descendo pela parede fazendo aquele chiado
assustador! Elas eram muito rápidas e ele não poderia dar conta das
três juntas, não restava alternativa a não ser correr! Ele se virou,
tomou impulso e disparou numa corrida em direção aporta de saída!
As criaturas eram muito rápidas e uma delas já o estava alcançando e
faltando poucos segundos para ela o pegar ele passou pela porta e a
fechou, porém a criatura havia passado uma de seus braços longos
pela porta enquanto ele a fechava prendendo-a! Ela lutava
furiosamente para abrir a porta de metal enquanto Harry fazia o
mesmo para mantê-la fechada! Harry utilizou toda força que tinha para
fechar a porta até que... "CRASHH" o braço da criatura foi arrancado e
a porta se fechou! Uma enorme poça de sangue verde escuro
pegajoso se formou ao chão enquanto a criatura se contorcia de dor
do outro lado da grade fazendo vários sons estranhos.
Era o Dr. Kaufmann caído no chão entre duas mesas de sinuca com
um daqueles monstros parecidos com macaco sobre o seu peito
tentando mata-lo! "– AHHHH! NÃÃÃOOOO!" ele gritava
desesperadamente enquanto a terrível criatura tentava a todo custo
morder o seu pescoço! Muito semelhante à forma com que Harry
havia sido atacado em frente à delegacia na outra parte da cidade.
Harry se aproximou devagar, sacou sua pistola e "BAM!" um tiro
certeiro na cabeça do monstro fazendo o projetil atravessa-la! O
sangue espirrou por todo o chão atingindo um dos pés de madeira de
uma mesa de sinuca próxima. Ao ver que a criatura estava morta o Dr.
Kaufmann a jogou para o lado, se pôs de pé e deu um enorme chute
no monstro fazendo-o bater com as costelas no pé da mesa de sinuca
deixando somente um rastro de sangue do chão!
"– Nada! Mas é cedo para desistirmos. Essa loucura não pode
continuar para sempre. Acredito que um grupo de militares deve
chegar a qualquer momento. Se eles vierem para a cidade ficará tudo
bem." respondeu o Dr. Kaufmann.
"– Não." Ele respondeu de forma rude, sem nem ao menos olhar para
trás, enquanto fechava a porta.
Harry foi lá parado olhando ele desaparecer na escuridão pelo vidro
da vitrine. Ele não era um homem de muitas palavras e parecia estar
bem mais estressado que antes e embora ele tivesse dito que não
conhecia a menina do porta-retratos chamada Alessa, Harry não
achava que ele estava dizendo a verdade. Kaufmann era tão
misterioso quanto Dahlia.
Harry correu pela rua escura, seu radio estava chiando novamente,
contente por ele ainda funcionar e preocupado, pois havia criaturas ali
também! Decidido a evitar conflitos ele correu o mais rápido que pode
até chegar ao local, no inicio da Rua Weaver.
"20 de Agosto"
"12 de Setembro"
"3 pães"
"Norman Young"
Era uma pequena sala com uma mesa de centro cheia de papeis,
revistas de mulheres nuas, um cinzeiro bem sujo, um sofá ao lado e
um pequeno rack aos fundos com uma televisão e um rádio que não
funcionavam. Havia um jornal com a mesma data do que ele havia
encontrado no hospital e nele tinha uma notícia destacada por alguém:
"INVESTIGAÇÃO ENCERRADA"
Ele foi então em direção a uma das portas daquela sala e do outro
lado havia uma garagem fechada, aparentemente tinha anos que não
passava ninguém por ali. Havia uma motocicleta parada bem no meio
da garagem muito empoeirada e o chão em baixo dela estava todo
sujo de óleo antigo. Havia uma pequena estante próxima da
motocicleta com vários produtos automotivos e chaves de boca
penduradas em um quadro na parede. Harry não notou nada de
incomum ali e voltou ao quarto. Ele passou por uma porta até um local
onde havia um balcão de atendimento com uma prancheta dos
registros de hóspedes em branco largado em cima, um sofá de espera
muito sujo e uma velha máquina automática de refrigerantes que não
funcionava. Dali ele teve acesso ao pátio principal do hotel onde era
possível ver vários quartos com os números fixados às portas. Harry
se lembrou da chave que ele encontrou dentro da carteira do Dr.
Kaufmann que possuía o numero "3", ele teria que encontrar esse
quarto. Ele seguiu andando pelo corredor das portas até chegar ao
"3", inseriu a chave e a porta se destrancou.
Era uma suíte muito simples, com apenas uma cama de casal
desarrumada uma cômoda de madeira bem antiga e um pequeno
banheiro sem nada muito importante dentro. Aparentemente não havia
nada de interessante ali até que Harry observou o chão ao lado da
cômoda e percebeu que havia arranhões ali! Ele empurrou à cômoda
e encontrou um pequeno buraco no chão de madeira. Dentro havia
algo brilhante feito de metal, mas seus dedos não conseguiam
alcançar. "– AHH! Não consigo alcançar! Aquilo parece ser uma
chave! AHH! Que Droga! Eu devia ter trago aquele ímã que estava no
sofá!" Harry havia se lembrado do ímã que ele achou que não serviria
para nada e se sentiu idiota por não apanha-lo, pois Silent Hill já lhe
havia ensinado por várias vezes que qualquer objeto simples pode ter
uma grande importância! Harry saiu daquela suíte e foi em direção ao
local onde encontrara o ímã. Chegando lá ele o apanhou e voltou para
o quarto do Dr. Kaufmann. Ele segurou o ímã com a ponta dos seus
dedos dentro do buraco e ouviu um "click" quando o objeto foi atraído
por ele. Era uma chave mesmo, só que não era de nenhuma porta,
parecia ser de algum automóvel, "– Ou de uma motocicleta!" ele
pensou, ao observar a chave. Ela deveria ser daquela moto que
estava parada na garagem, mas no estado em que ela estava ela não
iria funcionar, então pra que serviria? Talvez não fosse nada, mas ele
precisava verificar.
"– Isso não é da sua conta! Ao invés de ficar zanzando por aí que tal
ser mais útil e encontrar uma maneira de tirar agente daqui? Você não
devia estar aqui nesse local perdendo tempo! O que pensa que está
fazendo? Você quer acabar morrendo? Saia já daqui!" disse o Dr.
Kaufmann extremamente irado.
Ele realmente esta uma pilha de nervos e parecia com pressa. Após
Harry perceber que havia perdido muito tempo ali ele achou melhor
voltar a procurar sua filha. Harry não queria mais perder tempo e
decidiu ir logo na direção do lago tentar encontra sua filha. Ele
observou o mapa e decidiu pegar a Rua Weaver até o fim e virar a
direita na Rua Sandford até o final, seria uma longa corrida, pois a rua
era muito comprida, mas ao final dela havia um cais que dava em um
farol, se Cheryl foi em direção ao lago, este seria o lugar mais
provável de se estar.
Harry saiu daquele quarto, correu pela Rua Weaver e virou à direita.
Ele correu bastante pela rua escura e muito fria até chegar próximo ao
cais, mas faltando poucos metros algo aconteceu...
...
"– Harry! Eu segui você pela estação de tratamento de água. Foi você
que quebrou o cadeado que trancava a porta da estação?" ela
perguntou.
"– Sim! Que bom que está bem! Estava preocupado!" respondeu
Harry.
"– Isso pode parecer muito fora do comum, mas ouça... você tem que
acreditar! Eu não estou louco e nem estou brincando! No início eu
achei que estava perdendo a cabeça, mas agora tenho certeza que
não! Não sou eu, o problema está em toda a cidade! Ela está sendo
invadida por outro mundo... um mundo em que os pesadelos se
tornam realidade! Pouco a pouco essa invasão está se espalhando,
tentando levar tudo para as trevas! Acho que finalmente estou
entendendo o que aquela mulher queria dizer." Explicou Harry.
"– Olha... eu mesmo não posso entender como isso é possível e muito
menos explicar!" disse Harry.
"– Bem, mas... o que faz isso acontecer?" Perguntou Cybil.
"– Isso eu também não sei ainda, mas sei que Cheryl está lá!"
"– Acho que ela está nas mãos de quem está por trás disso! Ela está
em algum lugar e precisa de mim!"
"– Harry... acho que tudo isso já está subindo a sua cabeça, precisa
descansar um pouco." Falou Cybil.
"– Mas... Você mesmo viu! Vá lá fora e dê uma boa olhada! Não tem
outra explicação racional para o que está acontecendo!... Cybil eu não
poss..." nesse momento eles ouviram a porta lateral do barco se
abrindo. Era Dahlia quem aparecera misteriosamente naquele lugar.
"– O demônio está acordando! Abrindo suas assas!" disse Dahlia com
sua voz rouca e sinistra.
"– Eu não lhe falei? Agora eu vejo tudo... sim, posso ver tudo isso!
Sedento por sacrifícios o demônio engolirá essa cidade! Eu sabia que
este dia chegaria! E tem mais... isto esta quase no fim, restam apenas
duas... somente duas marcas de Samael para selar essa cidade no
abismo. Ao se concluir, tudo será perdido! Mesmo de dia a escuridão
cobrirá o sol! Os mortos irão caminhar e os mártires se queimarão no
fogo do inferno! Todos irão morrer!"
"– Então o que eu preciso fazer? Tenho que salvar minha filha o
quanto antes!" perguntou Harry ao se aproximar de Dahlia.
"– Escuta Harry... eu ainda não entendo o que está acontecendo, mas
se há uma chance de salvarmos sua filha, conte comigo! Estou indo
checar o parque de diversões. Você vá para o farol" disse Cybil
enquanto caminhava para a porta de saída da embarcação.
"– Você precisará usa-lo..." disse Dahlia após a Cybil sair do local.
Ele saiu do barco ecaminhou por outra pequena ponte de madeira até
o píer. O vento gelado vindo dolago açoitava seu rosto enquanto corria
pelo cais. O farol estava longe, eleteve que passar por vários locais,
passando por escadas e pontes de madeiraentre as plataformas
flutuantes até enfim chegar ao farol. Havia uma escada demetal
vermelha bem deteriorada onde ele deveria subir até a porta de
entrada dofarol. Ele era muito alto e estava desativado. A escuridão
era tremenda e aoolhar para cima ele pode ver pelo menos quatro
criaturas aladas rodeando ofarol! Ele entrou rapidamente e diante de
si estava uma longa escada em espiralmuito enferrujada, ele achou
muito perigoso subir ali, mas não havia outrojeito já que ele chegara
até ali. Harry começou a subir lentamente enquantoouvia apavorado o
som do metal rangendo com o seu peso! Ela era muito longa oque
deixou Harry ainda mais tenso. Ao chegar no topo do farol ele teve
umavisão assustadora, a marca de Samael já havia sido feita com
algum tipo detinta fluorescente e essa marca era enorme,
preenchendo toda a área do topo dofarol! O desenho feito ao chão
brilhava bastante e foi quando Harry observouque havia uma pessoa
de pé bem ao centro do desenho, era uma menina branca comcabelos
pretos e usava uma roupa estilo peregrino. Ele ficou perplexo ao
verque ela era a garota da foto, a menina chamada Alessa. Ele se
aproximou, maspara a sua surpresa a menina foi desaparecendo
gradativamente como se fosse umfantasma! "– EI ESPERE! NÃO VÁ!"
Harry gritou, mas já era tarde, ela haviadesaparecido totalmente. "– Ah
droga!Cheguei muito tarde!" Harry pensou. Ele não conseguiu impedir
que a marcafosse feita, sua única esperança era que Cybil tivesse
mais sucesso.
CAPÍTULO 15
Cybil saiu daquele barco ainda não entendendo praticamente nada
daquela história que aquela mulher estranha e Harry haviam contado,
mas ela sabia que algo inexplicável estava realmente acontecendo
naquela cidade e que a filha de Harry ainda estava desaparecida. Era
dever dela ajudar no caso estando em um mundo sobrenatural ou não.
CAPÍTULO 16
Harry havia feito o caminho de volta até o barco e viu que Cybil ainda
não tinha voltado, ele precisava chegar ao parque de diversões e
verificar o que havia, foi quando... "BAM!" ele ouviu ao longe o som de
um tiro. "– O que foi isso? Parece o som de um tiro? Será que foi
Cybil? Ela deve estar com problemas, preciso ir agora!" Harry notou
que o som veio na direção do final da Rua Sandford e achou melhor ir
lá verificar. Ele saiu do barco, passou pela estreita tábua de madeira
que ligava o barco ao cais. E percorreu o caminho até chegar na Rua
Sandford. A rua estava destruída, não havia como ele chegar ao
parque, provavelmente deve ter uma rota alternativa. Foi então que
ele olhou para o lado esquerdo da rua e viu um cercado de grades de
metal e foi lá verificar. A tampa da escotilha que dava para o esgoto
estava aberta, havia uma cápsula de pistola e um cadeado quebrado
ao chão.
"– Hum! Acho que o barulho de tiro que eu ouvi veio daqui,
provavelmente Cybil deve ter usado sua pistola para abrir esse
cadeado. Então essa deve ser a rota alternativa até o parque. Devo
me apressar ela não deve estar longe!" pensou Harry ao examinar a
entrada aberta a força.
Enquanto ele descia as escadas ele ouviu mais três tiros ecoando
pelos corredores dos esgotos "– Ah essa não! Cybil deve estar com
problemas!" ele pensou enquanto tentava apertar o passo ao descer
as longas escadas de metal escorregadias pelo lodo grudado a elas.
Ele finalmente atingiu o chão, a sua esquerda havia um antigo, porém
ainda legível mapa daquele esgoto. Ele resolveu pegar para não se
perder naquele local. Ele não queria acreditar que estava nos esgotos
de novo! Logo ele que não esperava ter que voltar naquele lugar de
novo nunca mais em sua vida, mas agora não só Cheryl corria perigo,
mas também Cybil! Com sua escopeta em mãos ele correu pelo
corredor a sua frente, olhou em seu mapa e virou a direita chegando a
um rio de esgoto podre! Ele correu pela lateral e chegou ao local onde
havia duas criaturas mortas banhadas em sangue, eram estranhas,
diferente dos monstros que ele havia enfrentado até o momento,
lembrava muito os humanoides da escola, mas aquelas enormes
garras afiadas no lugar das mãos a tornavam, aparentemente, mais
mortais! Felizmente elas haviam sido abatidas por Cybil sem
problemas aparente. "– Ela parece ser uma ótima policial, muito
segura e profissional, para ela essas coisas não seriam um
problema" ele imaginou.
"– CYBIL O QUE ESTÁ FAZENDO? CYBIL?" Harry gritou, mas ela
não ouviu, até que... "BAM!" ela efetuou um disparo na direção de
Harry, por sorte o tiro passou longe, por sorte ela estava toda mole e
por isso não conseguia mirar direito! Harry se escondeu atrás de um
dos cavalos do carrossel e continuou gritando para ela retomar a si,
mas sem sucesso. "BAM!" "BAM!" "BAM!" os tiros acertaram o cavalo
fazendo voar estilhaços de madeira para todo lado, Harry não sabia o
que fazer! Por que ela estava agindo assim? O que fizeram com ela?
Parece que algo a estava controlando! Ela estava se aproximando,
Harry então correu para trás de outro cavalo e Cybil ainda mirando e
efetuando disparos! Um dele quase o pegou, ele pode ouvir o som do
projétil passando zunindo perto de sua cabeça! Ele tinha que fazer
algo para trazer ela de volta a si. Depois de vários disparos Harry
pode ouvir "click", "click", "click", a munição dela havia acabado, então
Harry saiu de trás do cavalo, mas Cybil ainda estava decidida que o
mataria e veio para cima dele para agredi-lo com o cabo da sua
pistola! Ela efetuou um ataque, mas Harry desviou e foi aí que ele
pode ver...
Havia algo preso nas costas de Cybil, era o mesmo parasita que
estava controlando as enfermeiras no hospital, agora tudo fazia
sentido, era por isso que ela esta agressiva daquele jeito! Mas como
Harry removeria aquilo? Ele não podia simplesmente puxar, pois
aquilo poderia a matar e Cybil nunca iria deixar estando daquele
estado, mata-la não era uma opção! "– Pense Harry, pense!"
"– ...Harry?...O que... houve?" Disse Cybil com sua voz fraca.
"– Não fale!... Eu estou aqui, vou cuidar de você." Disse Harry.
Harry a ajudou se levantar. Ela estava muito fraca e sua pele muito
pálida! Ele a colocou sentada na cadeira de rodas para que pudesse
recuperar um pouco de suas energias. Após alguns minutos ela disse
que não se lembrava de quem teria feito aquilo com ela, apenas se
lembrava de ter recebido um forte golpe na parte de trás da cabeça,
depois disso mais nada! "– Era como estar em um pesadelo!" ela
disse.
Harry ficou ali por vários minutos, sentado no chão ao lado dela,
aguardando-a se recuperar ao ponto de poder falar normalmente. Foi
quando ela virou para ele e perguntou:
"– Eu não tenho certeza, mas sabe... Cheryl não é minha filha
biológica. Na verdade eu não disse isso a ela ainda, mas
provavelmente ela já deve saber disso. Achamos ela abandonada a
beira de uma estrada próximo a Silent Hill. Tentamos descobrir quem
era ela mas ninguém sabia de onde ela vinha. Nós não tínhamos filhos
e minha... esposa adoeceu de repente, e como não dava sinais de
melhora, nó resolvemos adotá-la." Explicou Harry.
"– Acredito que haja alguma conexão entre Cheryl e esta cidade."
...
Harry levantou-se do chão frio. Cybil ainda parecia muito fraca, mas
aos poucos estava se recuperando. Ele caminhou lentamente para
borda do brinquedo e foi quando ele percebeu que havia alguém de pé
no meio do parque! Estava escuro e ele não sabia quem era. Ele
mandou Cybil ficar ali sentada mais um pouco enquanto ele iria
verificar.
Ela não disse uma palavra, somente ergueu seu braço direito em
direção a Harry e de repente ele sentiu uma enorme pressão em seu
peito que o arremessou para trás fazendo-o voar uns dois metros
caindo de costas no chão! "– Ahhhhhh! O que foi isso? O que é essa
menina?" ele se perguntava.
"– Hã?... Já chega! Cadê Cheryl? Onde ela está me digam?" Harry
perguntou em voz alta ficando impaciente.
"– Hãh? Mamãe? Será que ela..." disse Harry extremamente surpreso.
"– Você tem sido uma menina muito má não é Alessa? Eu fui
descuidada ao achar que você não escaparia do feitiço! A mamãe não
havia notado o quanto você cresceu e foi por isso que eu não pude
captura-la pessoalmente. Foi uma pena...sim! Agora eu estou em
débito com este homem por sua ajuda." Disse Dahlia.
"– Não!... Fique longe de mim!" disse Alessa com pavor em sua voz.
Um brilho intenso azul começou a surgir entre elas e foi ficando cada
ver mais forte iluminando todo o local.
"– Está tudo pronto, vamos para casa!" disse Dahlia enquanto o brilho
aumentava.
"– Mas o que é isso? O que está acontecendo aqui?" perguntou Harry
assustado com o que vira.
Ele ouviu um grito de dor vindo de Alessa e foi quando a luz emitiu
uma onda de impacto em todas as direções arremessando Harry com
muita força para trás fazendo-o bater a cabeça no chão com força!
Sua visão escureceu imediatamente e ele desmaiou.
CAPÍTULO 17
Harry acordou no chão do hospital totalmente confuso! Ele não sabia
como havia chegado ali e onde estaria Cybil? Harry estava sentado no
chão da sala de exames do hospital com as mãos em seu rosto, sua
cabeça doía mais do que nunca! Estava um clima péssimo daquele
hospital, ao perceber o local a sua volta ele se deu conta que
novamente as trevas haviam tomado conta de tudo!
"– Harry?..."
Ele tomou um susto ao ver que atrás dele estava Lisa em pé na parte
mais escura da sala.
"– Bem... mesmo estando com muito medo, eu fui checar o depósito
no porão do hospital. Como você disse haviam umas salas estranhas,
mas nada muito incomum lá em baixo, só que ao estar lá em eu tive
uma sensação estranha, como se já tivesse estado lá. Parece que
aconteceu algo por lá, mas, de alguma forma, eu não consigo me
recordar! O que era? Harry... ajude-me! Não suporto mais isso, tenho
tanto medo!" disse Lisa ao começar a chorar.
"– ESPERE! Aonde você vai? Lisa?" Harry gritou antes dela passar
pela porta e desaparecer.
Lisa estava muito estranha, ela achava que esteve no porão, mas não
conseguia se lembrar, será que alguém a fez esquecer? Mas de que
jeito? E por quê? Toda historia ficava cada vez mais estranha para
Harry, mas ele poderia ter certeza que Lisa estava tão envolvida
quanto o Dr. Kaufmann e Dahlia.
"– AFF! O que é isso agora? Até fantasmas existem em Silent Hill?
Que droga de lugar é esse?" ele viu a imagem de Alessa vindo
correndo em sua direção! Fantasmagórica, ela estava
semitransparente e Harry pode ver através dela! Ele nunca tinha visto
isso na vida, será que era um fantasma? Uma lembrança? Ele não
poderia nem se quer imaginar em uma explicação lógica para isso! Ela
passou correndo por ele e atravessou uma porta fechada no final
desse corredor. Harry se aproximou da porta e ela estava trancada,
havia um nome entalhado na madeira da porta "Phaleg" ele não sabia
o que significava, não era nenhuma língua que ele conhecera.
Ele continuou sua busca e entrou em outra porta próxima a essa. Para
sua surpresa ele estava dentro do antiquário, era extremamente
confuso! Será que a escuridão está alterando até a física daquele
universo fazendo distorcer até a lógica das coisas? Ele estava em
todos os lugares ao mesmo tempo ou em lugar nenhum! Era a única
explicação plausível para tudo. Ele verificou o interior da loja de
antiguidades e estava quase igual à última vez em que ele esteve lá,
exceto pelo buraco na parede aos fundos da loja, o qual não estava
mais lá. Ele já ia saindo do local quando percebeu que no relógio
próximo da porta havia uma chave no lugar de um dos ponteiros!
Havia um vidro impedindo que Harry a pegasse. Ele pegou sua pistola
de bateu com a coronha no vidro, mas ele nem se quer foi arranhado!
Ele bateu de novo, de novo e de novo, mas nada, estava intacto! "–
Agora chega, vou resolver logo isso!" ele mirou no vidro e "BAM!"
efetuou um disparo, mas ele permanecia do mesmo jeito! Harry ficou
perplexo! Ou o vidro daquele relógio era incrivelmente resistente, ou
havia uma força desconhecida que o estava impedindo de burlar os
planos! De qualquer modo ele só conseguiria aquela chave do modo
correto.
Harry deixou aquela sala e seguiu pela parte mais longa do corredor,
havia uma porta trancada mais a frente com outra inscrição entalhada
com o nome "Ophiel" e aos fundos uma enorme porta dupla também
trancada com a inscrição "Hagith". Ele não fazia ideia do que eram
esses nomes, mas ele estava apenas começando a explorar aquele
local confuso. Ao lado da porta dupla havia outra porta onde o levaria
para um andar mais abaixo, pela lógica real ele chegaria ao porão,
mas pela lógica de Silent Hill ele poderia sair até no fundo do lago que
seria tudo normal! Ele entrou por esse corredor descendo as escadas,
ele passou pelas portas e pra o deixar mais confuso ainda, ele estava
dentro de uma das salas de aula da escola! Sem nada mais pra
declarar ele caminhou pela sala e havia somente uma carteira escolar
no meio dela, Harry se aproximou e viu que havia algo rabiscado na
madeira da pequena mesa escolar "Suma... Ladrão... Morra!" Parecia
ser a carteira escolar de algum aluno que sofria bullying dos colegas,
algo muito estranho!
Ele continuou passando por uma porta no final da sala de aula e saiu
em uma das salas do hospital, era a mesma sala onde ele havia
jogado uma das enfermeiras na escuridão do abismo que havia abaixo
das grades de metal ao qual ele estava pisando. Mais a frente ele
encontrou em cima de uma mesa um alicate e uma chave de fenda.
Estavam bastante enferrujados, mais ainda funcionavam. Ele pensou
que com aquele alicate ele poderia conseguir remover a chave que
estava presa dentro do cano da torneira no banheiro do andar de
cima. Já a chave de fenda ele ainda iria descobrir sua utilidade. Ele
guardou os itens e retornou ao corredor de cima passando
rapidamente por dentro da sala de aula. Ele correu até o banheiro,
pegou o alicate, segurou firme a chave e puxou com toda força até
que ela finalmente se desprendeu! Harry apanhou a chave e nela
estava escrito "Ophiel" gravado no metal. Harry já saberia onde usar
essa chave. Ele saiu daquele terrível banheiro e foi em direção a porta
com o mesmo nome da chave e a destrancou.
A Lista do Ceifeiro
35 Lydia Findly
60 Trevor F White
18 Albert Lords
45 Roberta T Morgan
38 Edward C Briggs
A Lista do Ceifeiro
18 Albert Lords
35 Lydia Findly
38 Edward C Briggs
45 Roberta T Morgan
60 Trevor F White
"– Harry?"
"– Lisa?" ela estava em pé num canto escuro da sala e com certeza
não estava bem, sua pele estava pálida e seus olhos levemente
avermelhados. "– O que está havendo com você?" perguntou Harry.
"– Agora eu sei... sei por que eu estou viva enquanto todos estão
mortos! Não sou a única que ainda anda por aí. Eu sou uma deles! Eu
só não havia percebido isso antes." Ela respondeu seus olhos ficando
cada vez mais vermelhos.
Ela ficou lá encostada na parede por uns cinco segundo até que se
virou, olhou para Harry e começou a caminhar em sua direção, uma
fina linha de sangue correu por seu rosto e depois mais outra e outra,
até que o seu rosto estava completamente encharcado de sangue!
Suas roupas já estavam completamente banhadas de sangue! Ela
vinha caminhando, tropeçando em suas pernas com sua mão esticada
em direção a Harry! Lisa chorava chamando pelo nome dele, mas
Harry se afastava dela com medo! Ela caiu de joelhos ao chão e vinha
caminhando deste modo, um enorme rastro de sangue marcava o
chão por onde passava! Lisa estava morrendo e ele sabia que para
ela não havia mais solução! Ele saiu correndo da sala, fechou a porta
e ficou de costas em frente a ela fazendo uma barreira, impedindo que
Lisa a abrisse! Ela começou a bater na porta e ainda era possível
ouvir o lamento e o choro daquela pobre mulher.
Após alguns segundos ela parou de bater e não se ouvia mais o seu
choro. Harry estava arrasado! Ele ainda não entendia o que aconteceu
com Lisa? Como ela pode chegar aquele ponto? Quem teria feito
aquilo com ela?
CAPÍTULO 18
Harry ficou sentado ali de costas para porta durante muito tempo. Ele
ainda custava a creditar no que ele e sua filha estavam passando. Era
terrível demais! Estava mexendo demais com o seu psicológico, era
uma tensão inimaginável! Ele estava perdendo sua filha e agora uma
amiga acabou de morrer! Ele não sabia onde estava Cybil e se ela
estava bem. Às vezes era difícil continuar, mas ele não tinha escolha
além de tentar.
Lisa não emitia mais nenhum som, parece que ela nem estava mais lá
dentro. Harry abriu a porta apenas um pouco para saber se ela ainda
estava lá, esperando pelo pior, mas ele ficou surpreso, pois ela havia
desaparecido! Somente o seu sangue estava espalhado pelo chão.
Harry avistou algo no chão no meio do sangue. Era um diário, o diário
de Lisa. Harry o leu:
"É estranho! Ela ainda está viva, mas as suas feridas não cicatrizam!"
"Eu disse ao doutor que não queria mais trabalhar neste hospital."
"Ajude-me!"
Parece que Lisa estava cuidando de uma paciente não muito normal.
De acordo com relato ela já deveria estar morta, mas alguma coisa a
mantinha viva sem explicação. O que mais o impressionou foi o fato
dela estar tomando drogas. Não era por acaso que ela estava tendo
perda de memória, talvez a causa disso fosse essas tais drogas. E
quem era essa paciente?
No momento a única coisa que ele tinha certeza é que ele precisava
encontrar sua filha e sair daquele terrível pesadelo! Harry estava com
a estranha placa com o desenho de um relógio e decidiu ir até o
antiquário examinar.
Ele saiu dali e foi em direção à porta no final do corredor mais longo e
usou a chave na porta onde havia o mesmo nome da chave. Ela se
abriu e ele estava de frente para as portas do elevador. Harry entrou e
havia dois andares a se explorar. Ele decidiu ir ao segundo andar
primeiro. Após o elevador parar Harry estava em outro corredor com
várias portas, seu rádio começou a chiar e mais a frente ele encontrou
duas enfermeira infectadas, ele mal conseguia acreditar que Lisa iria
se transformar em uma delas! Harry pegou sua pistola e as finalizou
rapidamente com um tiro na cabeça! Quase todas as portas estavam
trancadas ou impedidas de se passar, porém uma delas o levou a uma
loja de joias que havia visto no shopping. Havia vários balcões de
mostruário de joias, todos vazios e muito danificados, mas em um
deles estava um objeto de metal estranho, havia o desenho de uma
cobra enrolado em um bastão, era o símbolo de medicina se ele não
estava enganado. Estava gravado o nome "Crista de Mercúrio" na
parte de trás do objeto. Em outra prateleira havia um pequeno anel de
contração, geralmente usado para prender elos de correntes, estava
muito bem limpo e por isso Harry o apanhou. Ele saiu daquela sala e
verificou as outras portas até virar no corredor. Somente a porta que
dava acesso ao outro lado dos corredores estava aberta. Era outro
dos andares do hospital, este estava exatamente igual, porém quase
todas as portas estavam trancadas. A última porta do corredor estava
aberta e ele encontrou, além de várias macas destruídas e colchões
sujos, a placa de metal parafusada a parede, porém desta vez ele
havia encontrado uma chave de fenda para removê-la. Harry a retirou
do bolso e um a um foi removendo os quatro parafusos que a fixavam.
A placa se soltou para revelar uma chave dourada, mas havia algo
estranho! Ela estava enrolada em fios desencapados de energia, e
estava emitindo um ruído, o que significava que havia corrente elétrica
passando por ali, se Harry tocar naquela chave ele será terrivelmente
eletrocutado. Ele precisava desligar a energia antes, provavelmente
ele teria que procurar o gerador de energia e desliga-lo. Mas quem
teria feito todo esse trabalho? Alguém certamente estava jogando com
ele! Ele saiu dali e foi em direção ao elevador. Antes de virar no
corredor ele viu uma porta a esquerda que sairia na lavanderia do
hospital, ela estava destrancada e Harry passou por ela. Não era mais
a lavanderia e sim uma simples sala com uma mesa de madeira podre
aos fundos. Em cima dela havia uma câmera fotográfica, muito antiga
mais parecia estar funcional. Harry a pegou e seguiu para o corredor.
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outros país. Caio que era Alegre e espontâneo, se torna frio e arrogante. Venha conh...
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Sabe a palavra "casamento"? Poisé, Jungkook nunca pensou que em algum
dia isso iria se passar pela sua cabeça; mas passou. Pra S/n, tudo iria ser perfeito, a...
Foi quando ele percebeu que essa era a resposta para o enigma da
porta ao lado, ele se aproximou e pressionou os botões das placas
fixadas a porta de acordo com a imagem que surgiu após o flash e
pode ouvir um "click" quando a porta se destrancou. Ele nunca tinha
visto nada parecido! Era surreal, será que ele estava preso em algum
tipo de reality show macabro? Servindo de entretenimento para outras
pessoas ainda mais doentias? Se fosse ele, com certeza, ficaria muito
zangado!
Ele passou pela porta e encontrou uma chave com o desenho de uma
gaiola em cima de uma cadeira velha aos fundos, ele agora saberia
aonde ir. Ao sair daquela sala ele notou que havia outra porta diante
de si, que ele não havia notado antes, ele passou por ela e teve a
impressão de estar na sala do Dr. Kaufmann. Em cima da estante
velha estava um livro aberto, sobre uma prateleira empoeirada, com
uma informação marcada nele:
"White Claudia"
Ele foi verificar outra sala naquele corredor e entrou na segunda porta
a esquerda. Dentro ele viu a imagem fantasmagórica de uma
menininha sentada em baixo de uma mesa, ela estava chorando e ele
podia ouvir aquele som aterrador ecoando pela sala vazia! Era de
arrepiar até a raiz dos cabelos! A menininha foi lentamente
desaparecendo, era muito parecida com Cheryl, mas as roupas delas
lembravam as de Alessa. Não havia explicação para aquilo! Após a
garota desaparecer totalmente e a sala ficar em total silencio e
escuridão, ele observou que as paredes estavam rabiscadas com
símbolos estranhos do teto ao chão! Parecia que alguém havia ficado
preso ali por muito tempo. Nenhum daqueles símbolos fazia sentido
para ele, porém em cima da mesa havia outro objeto feito em metal
dourado, havia uma inscrição gravada "Ankh". Ele parecia com uma
cruz com um circulo na parte superior onde estaria a ponta. Harry
estava confuso com todos esses objetos. Eles pareciam pertencer a
algum tipo de ritual. Harry o pegou e saiu daquela sala estranha.
Ao lado dessa prateleira havia uma porta dupla. Da última vez em que
ele esteve nessa sala esta porta estava trancada, mas para tirar a
dúvida ele tentou passar por ela e pra sua surpresa estava aberta. Ele
saiu na sala do videocassete. Harry se aproximou e observou que
aquele aparelho, pelo menos em aparência, estava muito melhor que
o anterior. Ele ainda estava com a fita guarda em seu bolso e
aproveitou para tentar assistir mais uma vez. Ele inseriu a fita e desta
vez realmente a imagem estava melhor. Para sua estranha surpresa,
era Lisa no filme, ela estava sentada em uma mesa com a cabeça
baixa e falava alguma coisa:
"Os olhos não abrem, sua pulsação está alta, ela respira com
dificuldade..."
"Eu... Não suporto mais isso... Não direi nada a ninguém, eu prometo!"
"Por favor!"
Lisa não aguentava mais conviver com essa paciente, mas quem era
ela? "– Pele queimada? Ela me disse que a filha da Dahlia tinha
sofrido um acidente em um incêndio chegando a morrer, mas Alessa
parecia bem, não estou entendendo!" Harry tentava entender mais
ainda faltava algo importante nessa história toda. Será que Alessa de
algum modo é a responsável por tudo de ruim que aconteceu com
essa cidade?
Harry deixou a fita ali mesmo no aparelho e saiu daquela sala. Ele
estava coma chave "Bethor" da porta no começo do corredor e correu
até lá.
Neste corredor aos fundos ainda havia duas portas. Uma delas estava
trancada com o nome "Aratron" entalhado e a outra saiu em um quarto
que parecia um pouco com o de Cheryl, certamente era o quarto de
uma menina, havia bonecas pelo chão, uma pequena cama infantil,
desenhos feito por criança espalhados pelo chão, uma enorme
coleção de borboletas presas por alfinetes em quadros pendurados na
parede, estantes com vários livros de vários assuntos entre eles
animais e plantas e outras coisas mais. Harry avistou uma porta mais
ao fundo do quarto, era feita de metal e tinha cinco espaços de
diversos formatos. Havia uma inscrição na porta:
Harry passou pela porta e foi em direção à sala onde a chave estava.
Ele conseguiu remover a chave com segurança. Nela estava à
inscrição "Aratron" que serviria na porta em frente ao quarto de
menina, cuja mesma palavra estava inscrita.
"– Tudo está correndo conforme o plano! Ele agora está abrigado em
seu útero." Disse Dahlia olhando para a menina deitada na cama.
"– Porém ainda não acabamos! Ainda falta metade da alma e por isso
o embrião não reage." Falou um dos médicos.
"– Está dizendo que não vai funcionar? Não foi isso que combinamos!"
perguntou o Dr. Kaufmann muito nervoso.
"– Mas se der a luz agora o poder seria muito fraco, praticamente
nada! Precisamos encontrar a outra metade" disse o primeiro médico.
"– Mas como assim? Como Alessa poderia separar sua alma em
duas? E como seria essa alma após a separação, seria um monstro?
Uma pessoa? Ou... seria... Ah meu Deus! Agora estou começando a
entender! É por isso que Cheryl e Alessa são tão parecidas! Acho que
a outra metade da alma de Alessa é a minha filha Cheryl! Não! Eu não
vou deixar a minha filha se unir a nenhum tipo de monstro maligno! Eu
encontrarei Cheryl e sairemos daqui para nunca mais voltar!"
"– Não!... Eu não quero ir!" Alessa respondia com uma voz triste e
chorosa.
"– Faça logo o que a mamãe manda! Só estou pedindo que você me
dê um pouquinho do seu poder, nada mais!" Disse Dahlia.
"– Isso fará todos felizes entenda... e também será para o seu próprio
bem!" mencionou Dahlia enquanto parava de puxar o braço de Alessa,
ela ainda estava sentada no chão.
"– Mas... mamãe! Eu só quero estar com você!" Só você e eu, por
favor, mamãe entenda!" disse Alessa.
"– Oh! Sim! Entendo! Talvez a mamãe estivesse errada? Porque não
percebi isso antes? Não há razão para esperar..." Disse Dahlia.
"– Mamãe?"
"– Você possui o útero que tem o poder de criar a vida! Mas... eu não
poderia fazer isso sozinha." Disse Dahlia se mostrando pensativa.
Harry seguiu o corredor até o fim e a sua direita estava uma enorme
escadaria que descia para uma imensa escuridão! Harry sentiu algo
estranho, de alguma forma isso estava prestes a acabar. Ele desceu
as longas escadas e chegou a uma enorme plataforma de metal.
Estava extremamente escuro, apenas um fino feixe de luz iluminava o
centro do local e bem ao centro estava Cybil de pé apontando a sua
arma para algo. Sua costas ainda estavam manchadas com sangue.
Harry se aproximou e lá estava Dahlia de pé diante de Cybil e bem ao
lado dela uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas totalmente
enfaixada em bandagens encharcadas de sangue escuro. Havia
também uma menina sentada no chão, era Alessa, usando suas
roupas estilo peregrino. Harry se aproximava devagar, estava
surpreso por Cybil estar bem e ter chegado ali antes dele, mas ele
queria ouvir o que estavam falando, por isso ficou a uma distancia
observando.
De repente Cybil foi arremessada para trás por uma força invisível,
fazendo-a cair de costas e batendo a cabeça com força no chão bem
longe de onde estavam. Foi quando Harry correu em direção a eles.
"– Ora!... Ora!... Ora!... É difícil acreditar que você chegou ate aqui!"
disse Dahlia com deboche em sua voz.
"– Chega de bobagens! Onde está Cheryl? O que você fez com ela?"
ele perguntou nervoso.
"– Do que você esta falando? Você já a viu varias vezes com a sua
forma real restaurada!" disse Dahlia.
"– Você não vê? Ela está bem aqui!" ela respondeu apontando para a
menina sentada no chão com a cabeça baixa.
Foi quando Harry percebeu que a sua teoria estava certa! Cheryl era
mesmo a parte que faltava em Alessa e de alguma forma Dahlia
conseguiu fazer com que ela tomasse a forma da sua filha.
"– Já se foram sete longos anos... Sete anos desde aquele terrível dia!
Mesmo após ter sofrido muito com o incêndio, Alessa foi mantida viva,
sua dor era pior que a morte! Por isso ela aprisionou sua parte mais
poderosa em um pesadelo sem fim onde ela nunca acordaria! E foi
essa a causa de todo esse pesadelo! Todo o seu sofrimento se tornou
realidade! Ela esperava o dia para renascer e esse dia finalmente
chegou! Chegou a hora! Todos serão libertados deste terrível
pesadelo de dor e sofrimento! Nossa salvação está aqui! Este é o
último dia do juízo final! Todas as nossas mágoas serão lavadas e
retornaremos ao verdadeiro paraíso!" disse Dahlia. "– MINHA FILHA
SERÁ A MÃE DE UM "DEUS"!" ela gritou olhando para o alto com os
braços abertos.
Dahlia era uma mulher cruel! Ela ofereceu a própria filha para ser mãe
de um suposto "Deus" que traria o paraíso. Alessa foi queimada viva,
pois esse "Deus" se alimentaria do seu sofrimento para então, quando
chegar a hora, vir ao mundo, mas Alessa não queria que isso
acontecesse então ela separou a metade bondosa de sua alma e a
converteu em Cheryl, tornando-se um ser imperfeito para gerar o
"Deus". A outra parte, a que continham os poderes sobrenaturais, foi
adormecida e em seu estado subconsciente ela não conseguiu
controlar seus poderes e toda a dor e medo de Alessa se
transformaram em uma terrível realidade que encobriu Silent Hill. Seu
medo, raiva e dor eram grandes, mas ainda sim ela conseguiu gerar
uma imagem dela mesma que viria auxiliar Harry a atravessar a
escuridão. Alessa lutava contra ela mesma, ou seja, sua parte
maligna, querendo destruir tudo e uma pequena e enfraquecida parte
ainda racional. Harry e sua esposa encontraram a parte boa e pura de
Alessa abandonada, por sua parte ainda racional, a beira da estrada e
a criaram como sua filha dando-a o nome de Cheryl, até que anos
mais tarde, por uma infeliz coincidência, ele trouxe Cheryl de volta ao
local onde tudo começou. A parte racional de Alessa tentou avisa-los,
mas Dahlia viu a oportunidade e sequestrou Cheryl para fazer com
que a alma de Alessa possa ser restaurada e assim fazer o "Deus",
que estava adormecido, nascer e trazer o suposto paraíso para
encobrir a escuridão causada pela parte maligna de Alessa. Assim era
a crença de Dahlia e o seu outro cumplice, o Dr. Kaufmann que fez
parte disso tudo. Após Alessa ser hospitalizada em uma sala restrita
no hospital ele colocou a enfermeira Lisa para cuidar dela, mas com o
passar dos anos, Lisa foi percebendo que Alessa não era uma criança
normal e que cada vez mais as coisas inexplicáveis iam acontecendo.
Ela estava com muito medo de continuar e queria deixar de cuidar de
Alessa, mas o Dr. Kaufmann a obrigou a tomar drogas que apagava a
sua memória e dessa forma ela poderia continuar a cuidar de Alessa
até que a hora do nascimento do "Deus" chegasse, mas após anos de
uso de uso de drogas, o corpo de Lisa não aguentou e, após fraquejar,
foi tragado pela escuridão. Dahlia percebeu que os poderes de Alessa
estavam aumentando e não podia mais controlar. A escuridão criada
por ela estava fora de controle, se algo não fosse feito tudo iria se
acabar no mar de trevas! Foi então que ela viu a oportunidade e
enganou Harry lhe dando o Flauros lhe dizendo que serviria para deter
o demônio que estava encobrindo Silent Hill com trevas, mas na
verdade o objeto serviria apenas para enfraquecer os poderes de
Alessa enfraquecendo assim a sua parte ainda racional, para que
assim Dahlia pudesse unir as duas metades que Alessa se recusava a
aceitar. Agora Alessa estando fraca, Dahlia pode usar os seus
poderes e restaurar a parte bondosa de Alessa ao seu corpo
desfigurado sem impedimentos.
"– Acho que está na hora de por um fim nisso! Faça tudo ser como era
antes! Não foi com isso que eu concordei! Esse não é o "paraíso" que
você disse que traria! Não serei usado por ninguém! Você não vai sair
bem dessa!" disse o Dr. Kaufmann enfurecido olhando para Dahlia se
contorcendo de dor ao chão.
"– O seu papel acabou! Não precisamos mais de você! Você acha que
pode fazer alguma coisa estando aqui?" disse Dahlia de joelhos com
sua mão encharcada de sangue segurando sua ferida. Sangue
escorria por sua boca enquanto falava.
"– Você está sendo muito presunçosa! Fique na sua e observe." Disse
o Dr. Kaufmann.
Ele pôs a mão no bolso de seu terno e retirou uma garrafa com um
líquido vermelho, a mesma garrafa que Harry encontrou dentro do
banco da moto.
"– Mas... Como? Isso não deveria estar acontecendo!" Disse o Dr.
Kaufmann.
"– Papai!"
Era ela! Era sua filha! Do mesmo jeito que estava quando ele a
encontrou com a sua esposa! Ele sentiu uma forte emoção tomando
conta de si, quando de repente o local começou a tremer e
começaram a cair pequenas chamas do céu escuro! Elas começaram
a incendiar o local. Aquela realidade estava de desfazendo. Harry não
sabia o que fazer, foi quando ele observou Alessa, ainda caída no
chão, apontando para uma direção. Harry olhou para o local e havia
uma intensa luz azul ao longe iluminando um pequeno caminho, ela
esta lhe mostrando a saída! Ele olhou para o rosto de Alessa e fez um
pequeno sinal de agradecimento com a cabeça antes de começar a
correr em direção à luz. Harry estava correndo com o bebe no colo
quando passou pelo corpo caído de Cybil, ela ainda estava viva!
"– Cybil? Cybil? Acorda vamos! Temos que ir agora! Vamos!" Harry
disse a sacudindo pelo ombro.
...
"– Harry?... Harry querido?... Você esta bem?" perguntou sua esposa
Cybil no banco do carona do seu carro segurando uma criança em seu
colo.
"– Hã?... Cybil querida?... AHHH!... Eu... Eu... Ahhh! Acho que estou
bem... eu só... tive uma estranha sensação agora?" respondeu Harry
um pouco confuso.
"– Estanha sensação? Como assim? Você esteve bem durante toda
viagem de volta! Será que você pegou algum resfriado ou algo do
tipo?" perguntou Cybil.
"– Humm! Que conversa mais estranha! Acho que você precisa
entender suas féria mais um pouco!" respondeu Cybil.
Cybil olhou para o seu rosto com uma expressão enorme de surpresa
e disse:
"– Sim!... acho que poderá ficar tudo bem... eu...ahhh... Tenho que
verificar com a delegacia de policia de Brahms se há algum registro
dela antes, mas eu acho que podemos adota-la sim!" ela respondeu
meio desconcertada e deu um lindo sorriso em seguida. "– E como
iremos chama-la?" Perguntou Cybil.
"– O nome... Cheryl... não sei, mas eu estou com esse nome em
minha mente e não conheço ninguém que o tenha?" disse Cybil.
***