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Engenharia Ambiental e Sanitária

UNIPAMPA – Caçapava do Sul

Empuxos de terra

Obras de Terra
Por que calcular o empuxo?
Por que calcular o empuxo?
Definição
• Empuxo de terra: força resultante da pressão exercida pelo solo contra
uma superfície ou obra de engenharia.
• Essas forças são resultantes do peso do próprio solo e de cargas
externas;
• A magnitude é determinada por propriedades físicas do solo,
interações solo/estrutura e valores de deslocamento e deformações.
Definição
• Ação horizontal (lateral) produzida pelo maciço sobre as
obras com ele em contato;
• A determinação do seu valor é fundamental na análise e projetos
de estruturas de contenção como muros de arrimo, cortinas de
estacas-pracha, construções em subsolos, encontros de pontes,
etc.
Definição
• As teorias clássicas sobre empuxo de terra foram
formuladas por Coulomb (1773) e Rankine (1856),
desenvolvidas por Poncelet, Culmann, Rebhann, Krey
e, modernamente, estudadas e criticadas por Caquot,
Ohde, Terzaghi, Brinch Hansen e outros autores.

Seus trabalhos mais conhecidos estão na formulação da Primeira Lei da Termodinâmica (com Clausius e Thomson) e
na construção do motor a vapor, além de diversos manuais de engenharia, no desenvolvimento de conceitos de
hidrodinâmica que são aplicado até hoje. Publicou centenas de artigos e notas sobre ciência e engenharia, a partir de
1842. Com interesses diversificados, estudou botânica e a teoria da música, passando pelos ramos da matemática,
ciência e engenharia. Ele era um cantor amador entusiástico que compunha suas próprias músicas.
Relação entre tensão vertical e horizontal
• A tensão horizontal será calculada em função da tensão vertical multiplicada pelo
coeficiente de empuxo.
Tensões totais atuantes em um elemento de solo
localizado a uma profundidade igual a h

h
Relação entre tensão vertical e horizontal
• A tensão horizontal será calculada em função da tensão vertical multiplicada pelo
coeficiente de empuxo.
Tensões totais atuantes em um elemento de solo
localizado a uma profundidade igual a h

h
Relação entre tensão vertical e horizontal
• A aplicação do empuxo se dá no centro de gravidade da figura formada pelo
diagrama de tensão:

Diagrama de tensões no solo


Classificação do empuxo
• O empuxo lateral atuando em uma estrutura de contenção é
convencionalmente classificado em três tipos:

EMPUXO NO REPOUSO

EMPUXO ATIVO

EMPUXO PASSIVO
Classificação do empuxo
Empuxo ativo Repouso Empuxo passivo

Ka = Coeficiente K0 = Coeficiente de Kp = Coeficiente de


de empuxo ativo empuxo no repouso empuxo passivo
EMPUXO NO REPOUSO
•Condição em que o plano de contenção não se movimenta.
•Consideramos, neste tipo de empuxo, um equilíbrio perfeito em que
a massa de solo se mantém absolutamente estável, sem nenhuma
deformação na estrutura do solo, isto é, está num equilíbrio elástico.
EMPUXO NO REPOUSO
•Fórmula empírica de Jaky (1944) para areias e argilas normalmente
adensadas:

•O coeficiente K0 serve para calcular o empuxo (E) sobre estruturas


muito rígidas, que não sofrem deslocamento quando em contato com
o solo. O valor assim é denominado "empuxo no repouso".
EMPUXO ATIVO

•Há uma diminuição do empuxo sobre a parede


de contenção em relação ao repouso; Empuxo ativo Repouso
•A parede se afasta do maciço 🡪 compressão
do solo diminui 🡪 alívio de tensão horizontal;
•Deformação lateral de extensão.

•Ka = empuxo ativo


EMPUXO ATIVO

• Dentro de todas as considerações já feitas sobre o maciço, como


no caso de empuxo no repouso, temos :
EMPUXO PASSIVO

•Há um aumento do empuxo sobre a parede em


relação à condição de repouso; Repouso Empuxo passivo
•A parede se move na direção do solo 🡪
compressão do solo aumenta 🡪 aumento da
tensão horizontal;
•Deformação lateral de compressão.

•Kp = empuxo passivo


EMPUXO PASSIVO

•Para o cálculo do empuxo passivo, o procedimento é análogo,


variando apenas o coeficiente de empuxo:
Exemplos

Er Er
Exemplos

Er Er
Exemplos

Ep Ep
Estado limite
• Condição na qual um componente estrutural, como uma fundação ou um muro de
arrimo, cessa de cumprir a função para a qual foi projetado

•Os estados limites mais freqüentes considerados em projetos geotécnicos são os


estados limites de ruptura e os estados limites de utilização:
Estados limite de ruptura: consideram o colapso total ou parcial da estrutura.
•Ex.: ruptura por capacidade da carga de uma fundação direta , ruptura por deslizamento de um
muro de arrimo, ruptura por escorregamento de um talude.
Estados limites de utilização: consideram a performance da estrutura sob cargas
de trabalho.
• Ex.: recalque de uma fundação, deslocamento lateral de uma estrutura de contenção.
Métodos de cálculo

Teoria de Rankine
Teoria de Coulomb
Teoria de Rankine
Rankine impõe algumas condições iniciais para análise da resistência ao
cisalhamento das massas de solos. São elas:
• O solo considerado é areia pura seca (sem coesão) homogênea em
todo o espaço semi-infinito considerado;
• Não há atrito entre o solo e o plano de contenção;
• Solo sem nenhuma sobrecarga (concentrada, linear ou distribuída);
• O solo é constituído de uma camada única e contínua e sua superfície
superior é horizontal (solo homogêneo).
Teoria de Rankine
• Leva em consideração o critério de ruptura de
Mohr-Coulomb:

Envoltório de
Tensão de
resistência do solo
cisalhamento

Tensões normais
Teoria de Rankine
• Leva em consideração o critério de ruptura de
Mohr-Coulomb:

Envoltório de
Tensão de
resistência do solo
cisalhamento

Tensões normais
Teoria de Rankine
• É interessante observar que:
Teoria de Rankine
• Caso de Superfície do Terreno Inclinada:

Empuxo ativo

Empuxo passivo
Teoria de Rankine
• Efeito da sobrecarga:

A carga na superfície deve ser somada ao valor da


tensão vertical (o mesmo vale para Ea):
Obs: presença de água e poropressão
• Em situações de solos abaixo do N.A., isto é, havendo ocorrência de
pressão neutra, o diagrama de pressões horizontais ficará acrescido dessa
parcela da pressão neutra.

Diagrama de pressões horizontais em função da tensão efetiva

• Importância de drenagem:
https://www.youtube.com/watch?v=_DWKL-tfFWg
Referências
• MASSAD, F. Obras de Terra: curso básico de geotecnia. São Paulo: Oficina de
Textos, 2003.
• CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações, v.2 Mecânica das rochas,
fundações e obras de terra. Rio de Janeiro LTC, 2015. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-3007-4/cfi/6/2!/
4/2@0:0

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