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nua em nossos
sonhos.
— Estamos
tentando não distrair o propósito deste
sonho — Zeph falou.
— Oh. — Limpei a garganta. —
Bem, todos vocês estão... — Acenei
com a mão para seus peitos nus e limpei
a garganta novamente. — Desculpem.
Qual é o propósito disso agora?
Kols riu.
— Acho que ela está bem, Zeph.
— Venha aqui, linda flor — meu
companheiro Guerreiro de Sangue
exigiu, estendendo o braço.
Normalmente, eu recuaria, mas eu
realmente queria obedecer desta vez.
Então me arrastei em direção à cama e
rastejei em cima dele para roubar um
abraço muito necessário. Embora eu não
conseguisse me lembrar do porquê
queria um. E tocá-lo fez meus olhos se
encherem de lágrimas.
Enterrei o rosto na curva de seu
pescoço, inalando seu cheiro familiar, e
estremeci contra ele.
— Não acho que ela esteja bem —
ele disse, fechando os braços ao meu
redor, em um abraço repleto de calor e
poder.
Segura, pensei. Eu me sinto segura
aqui.
Entre meus companheiros.
Mas não era real. Isso estava na
minha cabeça, e fez meu coração doer
com uma sensação de perda aguda.
— Não sei o que há de errado
comigo — admiti, engolindo em seco.
— Eu... eu... sinto... me sinto tão triste.
— Ele encantou a mente dela —
Shade murmurou em voz baixa. — Posso
ver as teias de sua magia enfiadas em
seus pensamentos.
— Ele? — repeti. — Ele quem?
— Zakkai — Zeph disse,
emoldurando meu rosto para fazer com
que eu olhasse para ele. — Ele te levou
a um paradigma.
Rainha dos Vampiros
Livro Um
Livro Dois
Livro Três
Livro Quatro
Sinopse
Prólogo
1. Kols
2. Aflora
3. Zakkai
4. Kols
5. Aflora
6. Shade
7. Aflora
8. Zakkai
9. Zeph
10. Aflora
11. Zakkai
12. Aflora
13. Shade
14. Kols
15. Zeph
16. Aflora
17. Shade
18. Aflora
19. Zakkai
20. Aflora
21. Zeph
22. Zakkai
23. Kols
24. Aflora
25. Zakkai
26. Shade
27. Zakkai
28. Aflora
29. Zeph
Epílogo
Nota da autora
Rainha dos Vampiros: Livro Quatro
Sobre a autora
Mais Livros de Lexi C. Foss
Rainha dos Vampiros: Livro Três
Lexi C. Foss
Copyright de Midnight Fae Academy: Book
Three © Lexi C. Foss, 2020.
Texto revisado segundo o novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa.
Este livro é uma obra de ficção. Nomes,
personagens, lugares e incidentes são produtos
da imaginação do autor ou foram usados de
forma fictícia e não devem ser interpretados
como reais. Qualquer semelhança com
pessoas, vivas ou mortas, eventos reais,
localidades ou organizações é inteiramente
coincidência.
Todos os direitos reservados e protegidos pela
Lei 9610 de 19/02/1998. Exceto para o uso de
pequenos trechos em resenhas, é proibida a
reprodução ou utilização deste livro, no todo
ou em parte, de qualquer forma, sem a
permissão prévia por escrito do detentor dos
direitos autorais deste livro.
Tradução: Andreia Barboza
Copidesque da tradução: Luizyana Poletto
Designer de capa: Raquel Lyon, Crooked
Sixpence
Foto de capa por: CJC Photography
Modelo da capa: Jeffrey Violette
ISBN e-book: 978-1-68530-120-0
ISBN físico: 978-1-68530-121-7
Vingança.
Reforma.
Dois lados de uma revolução, ambos
disputando minha lealdade.
Não vou escolher nenhum deles.
Chega de truques.
Sem mais mentiras.
Nem segredos mortais.
ESTOU NUA .
Normalmente, esse pensamento não
me incomodaria. Faes da Terra
frequentemente perambulavam sem
roupas.
Mas os lençóis macios que
acariciavam minha pele não me
pertenciam. Nem o aroma sutil do
oceano fazendo cócegas no meu nariz.
Zakkai.
Reconheci sua essência ao meu
redor, pude sentir seus poderes
Quandary arrepiando os pelos dos meus
braços em uma tentativa de seduzir
minha magia a sair para brincar, e pude
sentir sua familiaridade na minha língua.
Por um mês, pensei que ele era uma
invenção da minha imaginação. No
entanto, ele me deixou pistas do
contrário – pistas que escolhi ignorar.
Eu não estava ignorando agora.
— Sei que você está acordada,
estrelinha. — Sua voz calorosa veio até
mim em uma brisa, seguida por outro
aroma tentador de lar. Minha mãe
decorava nossa casa com fragrâncias do
Reino da Água. Era uma indulgência
secreta dela, que ela dizia combinar
muito bem com nossos perfumes
terrosos.
De alguma forma, Zakkai tinha
engarrafado aquela fragrância e a usava
em volta de si como uma espécie de
manto sensual. Ou talvez fosse apenas
seu cheiro natural.
— Aflora — ele murmurou. A
provocação em seu tom era
inconfundível. — Preciso me juntar a
você debaixo desses lençóis e acordá-la
com a minha língua? Porque ficarei feliz
em atender, assim como fiz em todos os
nossos sonhos.
Argh. Minhas bochechas queimaram
com as memórias – aquelas em que me
deixei levar completamente porque
achei que ele não era real. As coisas que
eu o fiz fazer comigo...
Estremeci.
Ele riu como se tivesse ouvido esse
pensamento. E talvez ele tivesse já que
alegava ser meu companheiro.
O calor de seu corpo me atingiu
quando ele se sentou ao meu lado na
cama – não perto o suficiente para me
tocar, mas o suficiente para sentir.
Sua familiaridade me enervava,
assim como a sensação de seus lençóis
sedosos se movendo por minhas pernas
enquanto eu me afastava dele. Ele não
tentou me impedir, apenas se acomodou
na cabeceira da cama e cruzou as pernas
compridas sobre os tornozelos.
Observei seus pés por um momento
antes de passar meu olhar pela calça do
pijama para o abdômen.
Porque é claro que ele escolheu
ficar sem camisa.
Assim como ficou em todos os meus
sonhos.
A perfeição esculpida de seu corpo
não deixou nenhum mistério sobre
porque eu achei que o tinha criado. Ele
era divino demais para ser real, com
aqueles longos fios de cabelo branco e
olhos azul-prateados.
— Continue me olhando assim e vou
entender como um convite, Aflora.
Argh, sua voz era tão aveludada
quanto o resto dele.
O homem emanava sexo.
E o sorriso curvando seus lábios
dizia que ele sabia disso também.
— Não é um convite — murmurei,
me enrolando mais nos lençóis de seda.
Um par de covinhas apareceu em
suas bochechas impecáveis.
Sim, ele tinha um sorriso matador
também. Porque não?
Talvez ele fosse um Incubus do reino
Fae do Inferno. Mas não, peguei o
lampejo de magia cerúleo espreitando
profundamente em seu olhar insondável.
Ele pegou minha varinha, me
lembrei, franzindo a testa. Não, ele disse
que era a dele.
Meu coração se apertou com a
memória e a indiferença de Shade
enquanto ele me entregava como se eu
não significasse nada para ele.
Por quê? sussurrei para ele. Por que
você fez isso?
Ele não respondeu. Não que eu
esperasse alguma resposta. Eu podia
sentir o bloqueio em nosso vínculo –
algo que ele havia colocado lá antes de
me entregar a Zakkai.
Zeph? tentei o outro vínculo em
minha mente, aquele conectado ao meu
companheiro Guerreiro de Sangue. As
extremidades do nosso vínculo pareciam
desgastadas, seu silêncio era
ensurdecedor.
Shade criou algum tipo de bloqueio
mental para me isolar deles.
Ele me avisou que eu o odiaria.
E tinha razão.
Confiei nele, o amei, acasalei com
ele, e ele me pagou me entregando ao
inimigo.
Deve haver uma razão, pensei. Ele
cuida de mim. Sei que ele se importa
comigo. Pude sentir em nosso vínculo,
testemunhei em seus pensamentos.
Talvez Zakkai o tivesse coagido... Mas
por que Shade bloquearia meus vínculos
de acasalamento?
Meu maxilar tensionou enquanto eu
considerava as infinitas possibilidades
de suas intenções. Então me concentrei
no homem ao meu lado – aquele que
deveria ter todas as respostas que eu
precisava.
— Por que estou aqui? — perguntei,
me sentando com o lençol agarrado ao
meu peito. — Por que você não me disse
quem era? E como você é meu
companheiro? Você nunca me mordeu
nos sonhos. — Acho que um Fae da
Meia-Noite não poderia reivindicar uma
companheira dessa maneira.
Se pudessem, seria perigoso.
Fae, a quem eu estava enganando?
Os Fae da Meia-Noite eram o perigo
personificado.
O macho ao meu lado emanava
letalidade enquanto fios de poder
giravam em torno dele. Eu podia sentir o
gosto de sua essência no ar e no fundo
da minha alma. Ele incorporava a fonte
de maneira semelhante a Kols.
Mentalmente, acariciei meus fios de
magia sombria, curiosa e cautelosa.
Seus lábios se curvaram em resposta
e sua energia se intensificou como se
quisesse dar as boas-vindas ao meu
estímulo.
— É fascinante, não é? — Sua voz
baixa me envolveu como uma carícia. —
Nossos dons cresceram mais ou menos
juntos ao longo dos anos, criando uma
conexão eterna. Acho que, mesmo que
eu quebrasse nosso vínculo agora, você
ainda manteria minhas habilidades
Quandary.
— Anos? — repeti.
— Hum-humm — ele murmurou,
respondendo de forma evasiva. Assim
como todo o resto.
— Por que estou aqui? — repeti.
— Por que você acha que está aqui?
— ele rebateu.
Meu aperto ao redor do lençol
aumentou.
— Somos companheiros.
— Sim — ele concordou.
— Como?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Certamente você está
familiarizada com o funcionamento do
processo de acasalamento, não é? Quero
dizer, você recentemente acasalou com
um Guerreiro de Sangue, certo? E o
Shade?
— Você é sempre tão insuportável?
— Respondendo a cada pergunta com
outra. Varinha de Duende, nunca
chegaremos a lugar algum nesse ritmo!
— Acho que gostava mais de você
quando achava que era uma invenção.
— É porque você gostou da minha
língua entre suas pernas, Aflora. — Ele
inclinou a cabeça. — Um orgasmo te
acalmaria?
Um grunhido escapou dos meus
lábios.
— Onde estão as minhas roupas? —
Porque eu não podia continuar tendo
essa conversa nua em sua cama.
Ele acenou para um roupão de seda
enrolado nos lençóis.
— Você pode usar isso.
— Não, quero minhas roupas. —
Não conseguia me lembrar se as tinha
usado aqui ou se as tinha perdido na
Floresta Mortal. Eu realmente esperava
que fosse o último, porque o primeiro
implicaria que ele tinha me despido. E
eu realmente não queria pensar nisso
agora.
Claro, ele era um Fae divino.
E aparentemente meu companheiro.
Mas isso não significava que eu
queria ficar nua com ele.
Mesmo que ele tivesse uma língua
maliciosa e mãos habilidosas.
Limpei a garganta.
— Roupas.
— Não — ele respondeu. — Você
tem sorte por eu ter te dado um roupão,
Aflora. Não pressione.
— O quê? — Arqueei as
sobrancelhas. — Me deixe ver se
entendi. Você me estuprou em sonhos,
então...
— Te estuprei em sonhos? — ele
repetiu, sua expressão rivalizando com a
minha enquanto ele soltava uma risada
incrédula. — Você me pediu, querida.
Não o contrário. Vim até você para
conversar, mas você me mandou não
dizer nada e te comer com a minha boca.
Como seu companheiro, obedeci. Eu
dificilmente chamaria isso de estupro.
— Achei que você fosse fruto da
minha imaginação!
— E eu te disse mais de uma vez
para considerar que eu era real — ele
respondeu. — Podemos discutir sobre
isso o dia todo, ou você pode aceitar o
que aconteceu e podemos passar para a
fase de reconciliação. A escolha é sua.
— Como posso aceitar qualquer
coisa quando você nem me diz por que
estou aqui? — Não consegui segurar
meu tom estridente, minha paciência já
havia acabado há muito tempo. — Como
você pode ser real? Como você é meu
companheiro? Pare de falar em enigmas
e me dê algo útil!
— Que tal você parar de fazer
perguntas ridículas e olhar dentro de sua
mente para as respostas que já existem?
— ele sugeriu de forma categórica.
Minha mente? Ele queria que eu
entrasse na minha mente em busca de
respostas? Sim, tudo bem. Eu faria isso.
As brasas cerúleo queimaram dentro
de mim e minha magia vibrou em
antecipação. Passei os últimos meses
tentando diminuir o poder, contê-lo e
controlá-lo, mas o chamei agora.
Venha brincar, pedi, fechando os
olhos enquanto os fios giravam dentro
dos meus pensamentos, piscando com
eletricidade e chiando ao nosso redor.
Zakkai disse alguma coisa.
Eu o ignorei.
Ele me disse para entrar em minha
mente. Então eu faria isso. E agora ele
experimentaria as consequências dessa
sugestão.
Talvez eu pudesse nocauteá-lo e
correr.
Eu não tinha ideia de onde estava,
mas certamente havia um portal por
perto. Ou talvez eu pudesse descobrir
como me transportar de novo, ou o que
quer que eu tenha feito com Emelyn.
Mesmo que Shade tivesse me
bloqueado, eu ainda podia sentir sua
essência aquecendo meu sangue. Zeph
também estava lá. Até Kols.
E... Zakkai.
Sua presença era a mais forte, talvez
porque ele estivesse ao meu lado. Mas
eu suspeitava que fosse mais profundo
do que isso. Nosso vínculo era antigo.
Eu podia sentir as raízes dele na
juventude, sua magia de alguma forma
casada com minha conexão com a Fonte
da Terra.
Ele falou novamente.
E continuei a ignorá-lo, muito
ocupada seguindo as raízes, procurando
o começo e uma maneira de destruí-lo.
Não, não destruir.
Ferir.
Os Faes da Terra não eram
violentos. Nós criávamos a vida.
Sua espécie matava.
Era por isso que eu nunca seria uma
verdadeira Fae da Meia-Noite, não
importava com quem eu acasalasse ou
quais poderes vagassem por mim. Meu
espírito era todo Fae Elemental. Sua
Fonte dentro de mim era estranha e
errada, tinha me transformado em uma
abominação contra a minha vontade, e
eu ainda não sabia como isso aconteceu.
Porque ele não me contou.
Grunhi novamente, sentindo minha
raiva aumentar a cada segundo que
passava.
Este homem entrou na minha cabeça
sem minha permissão.
Ele tinha acasalado comigo em
algum momento.
Agora ele se recusava a explicar,
preferindo me sequestrar, me despir e
me dar só um roupão para vestir.
E queria que eu entrasse em minha
mente para procurar respostas.
Encontrei a Fonte da minha magia e
a enrolei em um ponto focal todo
voltado para ele. Zakkai não queria
explicar, e eu estava sem paciência para
este jogo.
Abri os olhos para encontrá-lo ainda
sentado ao meu lado, com a expressão
repleta de diversão.
Eu odiava aquele sorriso e aquelas
covinhas. Detestava a ruga nas laterais
de seus olhos azul-prateados.
Desprezava sua presença e a risada que
sacudia seu peito.
Ele achava isso engraçado?
Então eu daria algo para ele
realmente rir.
Chamas saíram dos meus dedos e
foram diretamente para seu peito
esculpido.
Só que, ao invés de queimá-lo,
foram absorvidas por ele e seu sorriso
se transformou de divertido para algo
completamente diferente. Caloroso. Suas
íris ardiam com o poder que eu tinha
acabado de liberar. E então ele abriu a
mão.
Tentei me esquivar, mas ele foi
rápido demais, a esfera espiralada de
eletricidade cravou em meu peito e me
prendeu em uma teia de poder intenso.
Meus pulmões se apertaram, meu
coração parou e uma lufada de ar
escapou dos meus lábios.
— Descubra como se desembaraçar,
Aflora — ele respondeu, e a cama se
moveu enquanto ele se afastava dos
lençóis e ficava de pé. — Quando
terminar, venha me encontrar e vamos
conversar.
Uma risada sem humor ameaçou
escapar do meu peito. Fale, repeti em
minha mente. Tudo o que você faz é me
dar enigmas!
Tente resolvê-los, estrelinha, ele
respondeu. Sua voz era como chocolate
líquido em minha mente. Comece com os
cordões em volta do peito antes de
sufocar até a morte.
Zakkai!
Nada.
Apenas o toque de uma brisa do
oceano em meus sentidos e o estalo
suave de uma porta se fechando.
Ele me deixou para desembaraçar
sua rede mágica sem uma varinha ou
qualquer instrução.
E eu já estava vendo manchas
devido à falta de ar em meus pulmões.
Zakkai!
Se concentre nos fios, Aflora. Me
encontre quando terminar.
Vou te encontrar e te matar, jurei.
Mal posso esperar para ver você
tentar.
CAPÍTULO TRÊS
ZAKKAI
ESPLÊNDIDO .
Aflora parecia uma deusa, com o
poder saindo dela a uma proporção
impressionante, virando mesas e
provocando gritos em seu rastro
glorioso.
Cipós ardentes brotaram por todo o
salão de baile, seus membros
carbonizados atirando em direção ao
teto e liberando chamas de proporções
monstruosas.
Ela gritou novamente enquanto
enviava seus galhos, espetando todos
aqueles em seu caminho.
— Aflora! — Zephyrus gritou, seus
olhos verdes selvagens preocupados.
Ele arrancou o broche no momento em
que percebeu como tinha sido usado, seu
aborrecimento palpável. Agora, ele
parecia um guarda desgrenhado, seu
cabelo escuro selvagem e seus olhos
cheios de lágrimas não derramadas.
Se alguém deveria entender a reação
de Aflora, era ele.
No entanto, ele parecia determinado
a impedir sua demonstração de poder.
— Deixe-a em paz — eu disse,
adorando essa demonstração apaixonada
de temperamento. Era literalmente um
sonho vê-la se soltar, usar toda aquela
energia aproveitada em glória vingativa.
Mas todos que mereciam o impacto
de sua explosão não estavam aqui.
Todos os conselheiros e anciãos
estavam em outra sala. A não ser
Constantine.
Ele serviria. Merecia isso mais do
que ninguém.
No entanto, seus olhos estavam
brilhando com aprovação quando ele
encontrou meu olhar, seu sorriso
vitorioso me fazendo parar. Como um
interruptor, aquele olhar se dissolveu em
horror quando ele se afastou da mesa,
gritando:
— Abominação!
Levei dois longos segundos para
perceber seu estratagema e me xingar
por não ter visto antes.
— Corram! — ele gritou, seu poder
crescendo quando assumiu uma postura
defensiva, alinhado com os Guerreiros
de Sangue. — Corram!
Puta merda.
Ele usaria Aflora como exemplo.
Uma demonstração de poder como uma
plataforma para se manter em guerra
contra Quandarys de Sangue e
abominações.
Um fato alarmante que se
concretizou quando os sussurros se
espalharam pelo salão de baile, o terror
crescente alimentando sua performance.
Este era o verdadeiro show.
E Aflora respondeu ao seu papel na
mesma moeda enquanto as chamas
engoliam todas as saídas, suas emoções
conduzindo as reações, não a lógica.
Havia muitos inocentes nesta sala.
Se ela explodisse agora, nunca
estaria apta a liderar, mesmo sob um
novo regime. Todos a temeriam,
perceberiam que Constantine estava
certo em abolir aqueles com muito
poder, e sofreríamos outros mil ou mais
anos dessa segregação imposta.
Destruir Constantine e o Conselho
era o que sempre desejei, e Aflora
poderia conseguir isso neste estado.
Mas não era o caminho certo.
Não era o momento certo.
Não seria nos termos de Constantine
Nacht, mas nos nossos. Eu não podia
permitir que ele a usasse como um peão,
não depois de tudo o que ele tinha feito.
Ele não ganharia. Não nesta rodada.
Nunca.
Arranquei meu relógio e engatei
minha conexão mental com minha
companheira. Aflora. Você precisa se
acalmar. É isso o que o Constantine
quer. Ele vai usar este episódio como
uma plataforma para se manter em sua
busca para aniquilar a todos nós.
Ela não respondeu, a concentração
na destruição crescendo dentro dela,
aquela linda bola de energia cerúleo se
misturando com verde e roxo, além da
Terra.
Vida e morte. Ela estava repetindo
as palavras em sua cabeça com outra
frase. Criar e destruir.
Não, Aflora, eu disse, rastejando até
ela.
Minha companheira caiu da cadeira
momentos depois que o caos irrompeu
na Fonte, e eu não me levantei depois
que Constantine me atingiu com um
feitiço. Eu estava muito atordoado e
confuso com a descida do poder para
tentar lutar. Meu pai incutiu a estratégia
em minha mente desde muito jovem, um
presente pelo qual eu estava grato agora.
Agarrei seu pulso. Aflora.
Chamas surgiram entre nós enquanto
ela tentava me empurrar para longe com
seu WarFire cerúleo. Inalei o feitiço
com minha mente, desmontando-o antes
que ela pudesse me queimar. Então nos
envolvi com uma bolha impenetrável.
Zephyrus caiu dentro dela, meu
encantamento ligado àqueles com os
melhores interesses de Aflora no
coração – que aparentemente o incluíam.
Certo.
Ele poderia ficar.
— Me ajude — exigi, encontrando
seu olhar. — Precisamos acalmá-la.
Eu me encolhi quando Constantine
atingiu meu escudo com um feitiço
destinado a corroer o tecido da minha
camada externa. A Fonte de energia me
deu uma pausa momentânea, e meu olhar
encontrou o dele através da barreira
invisível.
Então peguei as linhas se
contorcendo em sua pele, a Fonte
Sombria crescendo nele a cada segundo,
confirmando sua reascensão. Só que não
era a forma tradicional. Sem
julgamentos. Sem rituais. Apenas uma
chamada para a Fonte Sombria para
conceder-lhe acesso, para nomeá-lo o
legítimo rei.
E outra peça do quebra-cabeça se
encaixou.
Ele estava usando este incidente
para retomar o trono. Ele alegaria que
Malik não era poderoso o suficiente
para parar Aflora, então assumiria o
manto para proteger seu povo.
Uma plataforma fantástica para um
ditador.
Tudo com Aflora no centro. Então
ele usaria sua recém-descoberta
ascensão ao poder para pedir o
extermínio em massa novamente e, desta
vez, ele teria o apoio total do povo.
O medo era um motivador.
E Constantine era um manipulador
experiente.
Vi tudo acontecer em minha mente,
sua estratégia magistral.
— Zakkai! — Zephyrus gritou
enquanto mais WarFire saía de Aflora,
indo direto para o meu escudo. Eu a
puxei de volta com minha mente,
empurrando-a para o chão.
— Pare! — ordenei, colocando as
mãos em seus ombros, montado sobre
ela. — É o que ele quer!
— Precisamos mordê-la —
Zephyrus disse. — Já ajudou antes.
— As outras implosões não foram
intencionais. — Cerrei os dentes quando
ela começou a criar uma parede própria
em sua mente para bloquear a todos nós.
Se ela conseguisse, minha barreira se
dissolveria sob seu poder, e ela
destruiria o lugar.
Me inclinei para beijá-la, colocando
toda a força do meu poder em exibição
enquanto assumi o controle dela como
Arquiteto da Fonte. Teci minha energia
através dela, desmantelando sua parede,
bloco por bloco. Ela rosnou, criando
mais, cada vez mais rápido, mas rebati
cada um e a beijei com mais força.
Vamos, Aflora. Me ouça.
Não! ela gritou, sua agonia era como
uma lâmina contra minha alma. Eles o
mataram! Eles mataram o Kolstov!
Eu sei, eu sussurrei.
Você o queria morto, ela acusou.
Você. Isso tudo é por sua causa!
Suspirei, ouvindo a dor naquelas
palavras e percebendo o quanto ela teria
me odiado se eu cumprisse meu plano de
acabar com toda a linhagem Nacht. Era
tarde demais agora, a ação já estava
feita, e nenhum pedido de desculpas
corrigiria esse erro para ela.
Então tentei outro caminho. Há
muita vida inocente nesta sala, Aflora.
Os que merecem vingança não estão
aqui. Olhe para as almas deles, doce
estrela. Veja quem são.
Ele está aqui, ela rosnou. Ele está
bem ali!
E ele está cercado de inocentes,
tentei novamente. Este não é o caminho.
É o que você queria.
Eu sei, concordei. Mas não assim.
Outro grito entreabriu seus lábios e
mais poder saía dela em fúria
atormentada, suas emoções partiam meu
coração e silenciavam meus sentidos.
— Aflora — Zephyrus murmurou
enquanto ele desabava ao nosso lado,
segurando seu peito, com os olhos
arregalados enquanto a energia ardente o
envolvia como um cobertor letal. Suas
defesas ganharam vida quando ele tentou
lutar, mas o poder dela o destruiu em um
flash, tocando sua pele e provocando um
grito torturado.
— Você vai matá-lo! — gritei,
movendo as mãos para sua garganta e
dando-lhe um aperto. — Foco, Aflora.
Veja o que você está fazendo!
Ela rosnou para mim, então segurei
sua bochecha e inclinei sua cabeça em
direção a Zephyrus. As chamas o
envolveram completamente, e eu não
tinha energia para desmantelar aquele
feitiço e manter nossa barreira – que
Constantine quase havia superado com
sua crescente magia.
Um suspiro ficou preso na garganta
de Aflora, a energia morrendo em um
instante enquanto ela tentava se
contorcer em direção a ele. Eu me movi,
permitindo que ela alcançasse o corpo
agora imóvel.
Constantine lançou outro feitiço
mortal em nossa direção, um que peguei
e devolvi para ele enquanto a energia
perigosa de Aflora se transformava em
vida e vitalidade.
Ela pressionou as palmas das mãos
no peito de Zephyrus, seu novo feitiço
era quente e reconfortante enquanto ela
puxava o encantamento negativo de seu
espírito.
Ele inalou bruscamente em resposta,
então murmurou um xingamento e
apertou o peito. As lágrimas caíam pelas
bochechas de Aflora e pedidos de
desculpas escapavam de seus lábios.
Mas não tínhamos tempo para isso.
Tínhamos um Elite de Sangue irado
martelando na minha carapaça com força
total.
Ascensões levavam tempo por uma
razão. Tinham relação com controle e
equilíbrio, nenhum dos quais ele parecia
possuir no momento.
E ele estava cercado por Guerreiros
de Sangue e Maléficos de Sangue. Suas
energias combinadas formavam uma
arma letal que destruiria a todos nós se
não encontrássemos uma saída.
— Aflora — sussurrei. — Preciso
que você nos esconda.
Não estávamos preparados para esta
batalha.
E ainda havia muitos inocentes, as
chamas de Aflora bloquearam suas
saídas.
— Aflora, eu preciso que você nos
esconda — repeti, fazendo uma careta
quando a camada final do meu escudo
começou a desmoronar. — Agora,
porra!
Ela agarrou meu pulso, ainda
tocando Zephyrus com a outra mão, e
engajou sua conexão com Shade. Foi
visceral e real, minha mente tão
conectada à dela que senti sua energia
crescente.
Ela encontrou o que precisava sem
pensar muito, seus poderes trabalhando
apenas por instinto. Então ela nos girou
em uma nuvem de magia sombria e nos
levou para um lugar que não reconheci.
Eu desabei no chão, minhas reservas
de energia esgotadas e precisando
urgentemente de restauração.
Aflora caiu ao meu lado, com os
ombros tremendo enquanto ela se perdia
em soluços. Zephyrus a puxou para si,
abraçando-a com uma ferocidade que
me deixou com inveja. Eu queria fazer
isso. Queria confortá-la. Mas não
conseguia me mexer.
E eu sabia que ela não me queria
agora.
Você o queria morto, ela disse, e a
acusação estava firme em meus
pensamentos.
Se eu soubesse o que isso faria com
ela... eu... eu não tinha certeza se seria
capaz de seguir em frente. Sempre foi
meu objetivo. Mas vê-la agora, ouvir
seus gritos, vê-la desmoronar... Eu nunca
quis ser responsável por tamanha
agonia.
Ela era minha companheira.
Minha outra metade.
Minha Flora.
Eu nunca a faria passar por algo
assim. Puta merda, ela já passou por
tanta coisa. Ela não merecia nada disso.
Isso me deixou imaginando o que
teria acontecido se eu tivesse recusado a
ordem do meu pai. Nada de vínculo.
Nada de puxá-la para este mundo de
guerra e destruição. Ela estaria em um
canteiro de flores agora? Brincando com
sua magia de Terra? Sorrindo para
algum garoto, um bom companheiro, que
fazia suas árvores e outras formas de
vida florescente?
Meu coração batia
descontroladamente contra minhas
costelas, minha mente formando a
imagem perfeitamente.
Doce Aflora, crescendo em seu
status de Rainha Fae da Terra.
Feliz.
Girando em círculos.
Com flores em seu cabelo.
Tão linda.
Mas seus gritos me lembraram de
sua realidade, seu cabelo escuro se
espalhando pelo tapete enquanto seu
corpo tremia sob soluços violentos.
O encantamento havia passado. Ela
voltou a si. Só que suas íris cerúleas
estavam borradas com lágrimas, suas
bochechas vermelhas, seus ombros
caídos.
Não era assim que ela deveria estar.
Me lembrou uma flor murcha, com suas
pétalas caindo no chão enquanto a vida
desaparecia de suas feições.
Sinto muito, sussurrei em sua mente,
com meu coração partido por ela, por
nós. Sinto muito, Aflora.
Estendi a mão para ela, precisando
fazer alguma coisa, quando os pés
pousaram à minha direita, a essência de
Shade arranhando meus sentidos e
atraindo meu olhar para ele e o corpo
em seus braços.
— Preciso que todos vocês me
ouçam e façam exatamente o que eu digo
— ele declarou. — Ou perderemos o
Kolstov para sempre.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
SHADE
Continua...
Caro leitor,
Abraços,
Lexi
RAINHA DOSVAMPIROS : LIVRO
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Lexi C. Foss é uma escritora perdida no mundo
do TI. Ela mora em Chapel Hill, na North
Carolina, com o marido e seus filhos de pelos.
Quando não está escrevendo, está ocupada
riscando itens da sua lista de viagem. Muitos
dos lugares que visitou podem ser vistos em
seus textos, incluindo o mundo mítico de
Hydria, que é baseado em Hydra nas ilhas
gregas. Ela é peculiar, consome café demais e
adora nadar.
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