You are on page 1of 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI

Curso de Administração
Gustavo Sales Pereira - 2020017555
Nemoel Esdras de Souza - 2018004193

PEC 45/2019 E PEC 110/2019: PERCEPÇÕES SOBRE AS PROPOSTAS


DE REFORMA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

Itajubá-MG
2021
Gustavo Sales Pereira - 2020017555
Nemoel Esdras de Souza - 2018004193

PEC 45/2019 E PEC 110/2019: PERCEPÇÕES SOBRE AS PROPOSTAS


DE REFORMA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

Atividade Avaliativa apresentada ao Prof. Dr.


Marcos Antônio de Olivas para obtenção de nota
parcial do Primeiro bimestre na disciplina Direito
do Trabalho, Previdenciário e Tributário do curso
de Administração da Universidade Federal de
Itajubá – UNIFEI.

Itajubá-MG
2021
Autores

Franciele Spengler da Silva Schmidt

Diego Luís Bertollo

Mayara Pires Zanotto


SUMÁRIO

Publicação 4
Objetivo 4
Metodologia 4
Resumo 4
Problemas Apontados no Artigo Base 5
PEC 45/19 e a PEC 110/19 6
A Melhor Proposta Aparente 7
Conclusão 8
REFERÊNCIAS 9
Publicação

XX Mostra de Iniciação Científica, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, pela Universidade


de Caxias do Sul entre novembro 5, 2020 a novembro 7, 2020.

Objetivo

Este artigo tem como principal objetivo descrever a carga tributária e analisar as diferentes
propostas de reforma tributária no Brasil, além de complementar o assunto trazendo um pouco
sobre a carga tributária com os resultados das diferenças entre as PEC e o PLC.

Metodologia

A pesquisa é do tipo descritiva, com abordagem qualitativa e com procedimentos do tipo


bibliográfico.

Resumo

Em países desenvolvidos a prioridade é a tributação sobre a renda, o que torna a carga


tributária mais justa e menor, ao mesmo tempo que em países menos desenvolvidos a tributação
incide sobre o consumo, refletindo em uma carga tributária injusta e alta.

Dessa forma, o Imposto sobre valor adicionado (IVA) é utilizado em muitos países do
mundo, além disso conta com uma alíquota única sobre bens e serviços, substituir impostos do
sistema atual por um novo imposto com alíquota única, garante vários benefícios para a
economia do país, que contará com um sistema transparente, justo e eficaz (APPY, 2016).

O sistema tributário brasileiro é visto como complexo e oneroso, por consequência de


vários tributos terem a mesma incidência tributária, gerando aumento no recolhimento de
imposto no Brasil, portanto prejudicando o bolso do empresário e da população em geral
(SANTOS, 2015). Assim, a carga tributária brasileira é ruim, prejudicando alguns setores em
seu crescimento economicamente, mostrando assim fortemente a importância de mudanças no
sistema tributário, precisando de uma reforma mais justa e transparente, com intuito de aplicar

4
no Brasil um sistema moderno utilizado nas maiores economias mundiais para o
desenvolvimento do país (ROSA; SOUSA; SILVA, 2016).

No ano de 2019 foi apresentada duas Propostas de Emenda à Constituição para a


reforma tributária, são elas a PEC 45/2019 da Câmera dos deputados e a PEC 110/2019 do
Senado Federal, que buscam trazer essa modernidade ao sistema tributário, já que o atual
cenário que o país se encontra dá força e relevância no meio político, empresarial, profissional
e social para que uma possível mudança aconteça.

Portanto, devido ao excesso de tributos com a mesma incidência tributária, alta


elevação da carga tributária e excesso de obrigações entregue ao governo nos últimos anos, se
estuda na reforma tributária a utilização do IVA, que está em prática nas maiores economias
mundiais, com a criação do IBS substituindo tributos federais, estaduais e municipais.

Problemas Apontados no Artigo Base

Muitos dos pontos abordados no texto foram bem observados. O Brasil, infelizmente,
possui uma combinação um tanto quanto complicada de problemas tributários. Antes mesmo
de discutir os pontos abordados no texto, traz-se uma pesquisa do Ibope pedida pela Associação
Comercial de São Paulo (ACSP). A pesquisa mostra que a importância da reforma tributária é
para 72% da população, porém apenas 10% estão bem informados sobre o tema. A importância
de uma reforma tributária, é quase que indiscutível. Os dados trazidos pelo autor do artigo base
são suficientes para demonstrar o tamanho do problema que sua falta representa.

Falando-se com mais clareza sobre o tema, como observa Filho (2018 apud SCHMIDT;
BERTOLLO; ZANOTTO, 2020), as últimas alterações ocorridas no sistema tributário do
Brasil, tem como origem a Constituição Federal de 1988 e elas seriam responsáveis pela atual
carga tributária, tornando o sistema oneroso. Dentre alguns dos problemas citados em “Carga
tributária e as Propostas de Reforma Tributária no Brasil” (SCHMIDT; BERTOLLO;
ZANOTTO, 2020), estão: a preferência pela alta tributação indireta ao invés da tributação
direta, o alto custo de conformidade no país, a complexidade dos impostos, impostos pequenos
que são mais baratos do que o próprio custo para o calcular, constantes mudanças na base de
cálculo, entre outros. O resultado acaba sendo um ambiente de difícil empreendimento e de
muita insegurança até mesmo para profissionais da área, como considera Bessa (2017 apud
SCHMIDT; BERTOLLO; ZANOTTO, 2020).

5
Com o texto do autor, também é elencado o problema da desigualdade e a participação
dos problemas na tributação do Brasil, uma das grandes responsáveis por tal desigualdade.
Pêgas (2020 apud SCHMIDT; BERTOLLO; ZANOTTO, 2020), traz um dado que mostra o
Brasil como o 7º país mais desigual do mundo e na colocação de 2º lugar no ranking de
concentração de renda. Como dito acima, um dos problemas apontados no texto foi a alta
tributação indireta. Fala-se tributação indireta, tributações que têm como base o consumo. O
Brasil, de maneira não inteligente, tributa altamente o consumo. A penalização fica sobre
pessoas de classe baixa, como diz Abreu e Santos (2019 apud SCHMIDT; BERTOLLO;
ZANOTTO, 2020). Isso se dá porque pessoas de baixa renda precisam consumir o seu salário
todo, sem que sobre algum valor no final. Desta forma, em proporção, toda população de baixa
renda é extremamente afetada com altos impostos no consumo.

PEC 45/19 e a PEC 110/19

As duas Propostas de Emenda Constitucional, por fim, têm como objetivo acabar com
os problemas da complicação e de difícil compreensão do código tributário nacional. Dentre as
duas principais propostas de reforma tributária apontadas no texto, o destaque vai para a PEC
45 de 2019, que irá extinguir 5 impostos (IPI, ICMS, ISSQN, PIS e COFINS), enquanto a PEC
110, também de 2019, irá extinguir 9 impostos (IPI, ICMS, ISSQN, PIS, COFINS, IOF, CSLL,
Salário Educação, Cide). A PEC 45/19 substituirá cinco impostos sobre consumo. Como
observa Abreu e Santos, “as PEC buscam extinguir os principais impostos que incidem sobre
bens e serviços por um único imposto denominado de IBS com características de um IVA,
diante disso, busca atingir a simplificação do sistema tributário brasileiro que atualmente gera
insegurança aos seus usuários devido o sistema atual ser complexo, além do mais, diminuição
do tempo gasto para atender as exigências do fisco e obrigações acessórias ao governo levando
assim, a diminuição de omissão na arrecadação dos tributos aos cofres públicos” (2019 apud
SCHMIDT; BERTOLLO; ZANOTTO, 2020).

6
A Melhor Proposta Aparente

A PEC 45 é a mais atrativa, além de possuir objetivos mais bem definidos e ter
características de um Sistema Tributário Nacional moderno, como observa Cysne (2019 apud
SCHMIDT; BERTOLLO; ZANOTTO, 2020). Ela, como a PEC 110/19, contará com um
sistema de “devolução dos créditos”, de forma que a renda seja distribuída de forma mais
igualitária. De acordo com os Deputados (2019), a alíquota será definida pelos municípios,
pelos estados e pelo ente federal. O sistema é de sub-alíquotas, onde os municípios irão fixar
uma alíquota, os estados outra, e por fim, o Governo Federal irá definir a última. O resultado
da soma das três alíquotas é a alíquota final que será praticada no município. Por exemplo:
Itajubá estipula uma alíquota de 3%, o Governo de Minas Gerais define em 7% e o Governo
Federal coloca a taxa de 15%. A alíquota praticada em Itajubá seria de 25% e essa alíquota
seria usada para todos os bens e serviços, sem distinção.

A PEC 45/19, infelizmente, não é tão bonita o quanto parece. Um dos possíveis
problemas encontrados foi a falta de concessão de benefícios fiscais, como destacado por Neto
et al. (2019 apud SCHMIDT; BERTOLLO; ZANOTTO, 2020). Pela ideia de facilitar a
compreensão da contribuição pode ser até mais fácil, porém, por outro lado, pode ser
prejudicial em algum nível. No caso da PEC 110/19, mediante lei complementar, é possível
oferecer tais benefícios nos itens de “alimentos, inclusive os destinados ao consumo animal;
medicamentos; transporte público coletivo de passageiros urbano e de caráter urbano; bens do
ativo imobilizado; saneamento básico; e educação infantil, ensino fundamental, médio e
superior e educação profissional”. O tempo de transição da PEC 45/19 é de 10 anos, sendo que
nos dois primeiros anos será feito um “teste” de 1%. Outro problema a se considerar é o imposto
seletivo. A PEC 45/19 deixa margem para que seja discutido quais bens ou serviços iriam sofrer
a cobrança de tal imposto. No futuro, pode ser que com a adoção, margens se abram para que
produtos que não tenham tal necessidade sofram com a aplicação do imposto seletivo, por meio
de lei (ordinária) ou medida provisória.

7
Conclusão

Em conclusão, como dito, é indiscutível a necessidade de uma reforma tributária no


Brasil. Diantes tantos problemas, desde custo de conformidade, até a má distribuição de renda
causada pelo atual sistema. A PEC 45/19 se demonstra como sendo a mais atrativa, porém as
propostas chamadas de “reforma” contemplam apenas a cobrança de impostos indireta. Por um
lado, isso ajudaria um grande problema da tributação: a complexidade. Por outro, é difícil de
considerar uma reforma total quando a única parte descrita é a cobrança de impostos indiretos.
O grande problema da tributação de renda estaria ficando de lado. De acordo com uma matéria
no site G1, escrita por Marta Cavallini (2019), o imposto de renda no Brasil varia de 7,5% a
27,5%. Para comparação, Portugal, por exemplo, tem um imposto de renda que varia de 14,5%
a 48%. Em um vizinho próximo, a Argentina, a variação é de 5% a 35%. Há também quem fale
que é possível que com a aprovação das PEC, o resultado seja a maior tributação, já que a maior
prioridade das PEC seria a simplificação da tributação e não sua diminuição. Enfim, as
propostas representam uma necessidade real do país, porém não devem ser superestimadas e
existem pontos que devem ser mais esclarecidos e considerados.

8
Referências

CUNHA, Marcial Alves. Qual o principal modelo de tributação dos 5 países mais ricos do
mundo? Descubra!. Site Politize, 24 de março de 2021. Disponível em:
https://www.politize.com.br/a-tributacao-nos-5-paises-mais-ricos-do-mundo/ . Acesso em:
11/10/2021.

CAVALLINI, Marta. Veja como é o Imposto de Renda no Brasil e em outros países. Site G1,
28/04/2019. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/imposto-de-
renda/2019/noticia/2019/04/28/veja-como-e-o-imposto-de-renda-no-brasil-e-em-outros-
paises.ghtml . Acesso em: 14/10/2021.

FREITAS. Entenda o conteúdo da PEC 45/2019 e 110/2019 da Reforma Tributária. Site


Contabeis.com, 29/06/2020. Disponível em:
https://www.contabeis.com.br/noticias/43524/entenda-o-conteudo-da-pec-45-2019-e-110-
2019-da-reforma-tributaria/ . Acesso em: 13/10/2021.

NETO, Celso de Barros; NUNES, Fabiano da Silva; ARAÚJO, José Evande; SOARES,
Murilo Rodrigues. REFORMA TRIBUTÁRIA: COMPARATIVO DA PEC 45/2019
(CÂMARA) E DA PEC 110/2019. Site Câmara dos Deputados, jun/2019. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-
tecnicas/fiquePorDentro/temas/sistema-tributario-nacional-jun-2019/reforma-tributaria-
comparativo-das-pecs-em-tramitacao-2019. Acesso em: 15/10/2021.

You might also like