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• Modelos assistenciais são a forma como a assistência à saúde é


organizada;
• Eles podem variar muito ao longo do tempo e espaço em que
estão inseridos, de acordo com as mudanças que ocorrem na
sociedade como um todo;
• No Brasil, ao longo da história que vimos anteriormente,
devido às transformações sociais, históricas e políticas, vários
modelos assistenciais tiveram ascensão e declínio;

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SAÚDE PÚBLICA
• Nesse sentido, os modelos assistenciais em saúde são
entendidos como o modo como são produzidas ações de saúde e
maneira como os serviços de saúde e o Estado se organizam
para produzi-las e distribui-las.

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SAÚDE PÚBLICA
• Consideramos que no mundo existam diversos modelos assistenciais
calcados na compreensão da saúde e da doença, nas tecnologias
disponíveis em determinada época para intervir na saúde e na
doença e nas escolhas políticas e éticas que priorizam os problemas a
serem enfrentados pela política de saúde.

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• Inclui :

Usuários de
Ações sobre o Grupos Equipamentos diferentes unidades
ambiente populacionais comunitários prestadoras de
serviço de saúde

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• No período da República, em meio às epidemias existentes, como febre
amarela, peste e varíola, foram realizadas campanhas contra essas doenças,
que por fim acabaram se tornando uma política de saúde;
• Já na década de 1930, houve instalação de centros e postos de saúde para
atender algumas demandas específicas da população, como: pré-natal,
vacinação, infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase;
• Logo, percebe-se a presença de dois modelos assistenciais: o médico
Hegemônico (atendimento a demandas específicas) e o Sanitarista
(campanhas de saúde para algumas demandas).

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– Modelos Hegemônicos:

• Este modelo privilegia as demandas espontâneas da população com


atendimento médico unicamente.
• Tem como características principais: individualismo, saúde/doença
como mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos
problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo
médico.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Modelo Sanitarista

• Essencialmente constituído de campanhas de saúde, programas


especiais e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade:
vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias.
• O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de
campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico,
fortalece a influência americana, desenvolve programas especiais,
incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Modelo Sanitarista

• Essencialmente constituído de campanhas de saúde, programas


especiais e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade:
vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias.
• O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de
campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico,
fortalece a influência americana, desenvolve programas especiais,
incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Modelo Médico Assistencial Privatista

• Esse modelo é centrado também na demanda espontânea, porém baseado em


procedimentos e serviços especializados e na clínica. Ainda é o mais prestigiado na
sociedade.
• O seu perfil principal é demanda aberta. O objetivo é a doença ou o doente, seu
agente é o médico, complementado pelos paramédicos. Os meios de trabalho são as
tecnologias médicas e as formas de organização são as redes de serviços, com
destaque para hospitais.
• Esteve presente na assistência filantrópica e na medicina liberal. Fortalecido por
meio do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social.

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SAÚDE PÚBLICA
– Modelo da Atenção Gerenciada

• O presente modelo está fundamentado a partir da análise de custo – benefício e custo


–, efetividade e na medicina baseada em evidências. Tem como principais áreas a
epidemiologia clínica, a informática e a bioestatística.
• Como principais aspectos temos a retomada do aspecto saúde/doença como
mercadoria, o biologismo e a subordinação do consumidor.
• O principal diferencial desse modelo é que há uma racionalização de procedimentos
e serviços especializados indo em direção oposta ao modelo médico assistencial
privatista.

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– Modelos de Campanhas Sanitárias e Programas Especiais

• Consiste em uma combinação entre disciplinas biológicas e epidemiológicas, resultando em


uma atenção voltada para certas doenças e riscos e determinados grupos populacionais.
• A administração é vertical, com coordenadores ou gerente nacional, estadual e municipal,
cujas decisões, normas e informações atravessam instituições, estabelecimentos e serviços
de saúde de forma individualizada.

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– Modelos de Campanhas Sanitárias e Programas Especiais

• O modelo de campanhas sanitárias e programas especiais podem gerar alguns transtornos,


por existir um programa para cada doença, gerando dificuldade no controle de verbas,
integração entre unidades de serviços e gestão.
• Além do fato de que muitas das vezes, vários indivíduos possuem mais de um problema de
saúde ao mesmo tempo.

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– Propostas Alternativas

• Prevaleceram as propostas que enfatizavam a racionalização, o uso das tecnologias na


atenção médica e o gerenciamento eficiente. A principal foi a atenção primária à saúde ou
medicina comunitária.
• No período da década de 1970, essa proposta foi vista pelos opositores ao governo militar
como uma estratégia de levar a assistência à saúde à população em geral.

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SAÚDE PÚBLICA
– Propostas Alternativas

• A partir disso, foi necessário buscar outras alternativas para a assistência à saúde. Assim,
foram valorizadas propostas como oferta organizada, distritalização, ações programáticas de
saúde, vigilância da Saúde, estratégia de saúde da família, acolhimento e linhas de cuidados,
projetos assistenciais e equipes matriciais e de referência.
• A maior parte dessas propostas é com o objetivo de atender às demandas da população e
promover a integralidade da atenção.

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– Oferta Organizada

• Já a oferta organizada compreende as necessidades epidemiologicamente identificadas e


mantém relações funcionais e programáticas com a demanda espontânea no interior da
unidade de saúde.
• Os problemas eram identificados por meio da análise da situação por estudos
epidemiológicos. A partir daí, geravam a oferta organizada.
• O local que se pautar pela oferta organizada atenderá os indivíduos por consulta, pronto-
atendimento, urgência/emergência. Também se preocupará com o ambiente, com o controle
de doenças e riscos e com o atendimento a demanda da comunidade.

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– Distritalização

• Organização dos serviços a partir de uma rede estruturada, meios de comunicação e


integração e de um modelo de atenção de base epidemiológica.
• Se estrutura a partir de doze princípios: Impacto, Orientação por problemas,
Intersetorialidade, Planejamento e Programação local, Autoridade Sanitária e Local,
Corresponsabilidade, Hierarquização, Intercomplementaridade, Integralidade, Adscrição,
Heterogeneidade, Realidade.

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– Vigilância da Saúde
• Essa proposta visa: problemas de saúde, respostas sociais, correspondência entre
níveis de determinação e níveis de intervenção (controle de causas, de riscos e
danos), práticas sanitárias (promoção, proteção e assistência).
• Seus principais aspectos: intervenção sobre os problemas de saúde; mais atenção a
problemas que requerem maior acompanhamento; relação entre as ações
promocionais, preventivas e curativas; atuação entre setores e ações sobre
território.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Estratégia de Saúde da Família

• A princípio surge como parte do modelo Sanitarista de


campanhas, foi modificado para um modelo assistencial.
• Foi criado como uma estratégia para a reorientação da atenção
básica e permitindo inclusão entre as propostas alternativas.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
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– Estratégia de Saúde da Família

• As diretrizes prescritas na ESF configuram um “novo” modelo


assistencial, no qual as práticas devem estar orientadas pelos
determinantes do processo saúde-doença, considerando o indivíduo
no seu contexto familiar, como parte de grupos e de comunidades
sócio-culturais e contemplando ações importantes no campo da
Vigilância em Saúde (VS) e da Promoção da Saúde (PS).

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Estratégia de Saúde da Família

• O modelo proposto pela Estratégia Saúde da Família inclui ações


territoriais, enfatizando atividades educativas e de prevenção de
riscos e agravos.

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SAÚDE PÚBLICA
Em relação às várias alternativas estudadas, verificamos certo consenso no
que diz respeito à reformulação dos serviços de saúde:

b) A definição de problema de
a) A noção de território não é saúde é construída de maneira mais
compreendida apenas do ponto de ampla que as doenças, por meio de
vista geográfico, mas como uma sistematização de causas e
território-processo, onde a consequências das situações que
sociedade se estrutura e reproduz a interferem na saúde da população,
vida, organiza a cultura, vive a na programação de ações e na
história. avaliação de seu impacto sobre
problemas identificados.

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SAÚDE PÚBLICA
– O processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) tem o propósito
central de racionalizar formas de financiamento e gestão dos sistemas
estaduais e municipais de saúde, a partir de uma proposta de gerar maior
autonomia política dos municípios.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– Hoje, o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre os mais diversos
modelos assistenciais, com maior vinculação aos modelos hegemônicos,
médico assistencial privatista e modelo assistencial sanitarista. Em
contrapartida, também busca a construção de modelos alternativos.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
– As dificuldades do financiamento do modelo de saúde vinculado na doença
exige o estabelecimento de novas estratégias que visem a qualidade de vida
e o desenvolvimento das comunidades com participação dos cidadãos.

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– Vigilância de Saúde no contexto da Municipalização
• O processo de municipalização se refere a constituição de sistemas municipais de
saúde, nos quais se pode identificar o modelo de gestão e de atenção à saúde ou
modelo assistencial.
• É importante mencionar que nesse contexto, o município tem condições de
articular o conjunto de propostas, programas e estratégias que vêm sendo definidos
no nível federal e em vários estados, o que cria uma nova organização do SUS.

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SAÚDE PÚBLICA
– Vigilância de Saúde no contexto da Municipalização
• Comparando esta concepção de Vigilância da Saúde com os modelos assistenciais
vigentes (médico-assistencial e sanitarista, hegemônicos), constatam-se as
diferenças com relação aos sujeitos, objeto, métodos e forma de organização dos
processos de trabalho.
• A Vigilância da Saúde corresponderia, portanto, a um modelo assistencial que
incorpora e supera os modelos vigentes. Dessa forma, é o modelo aconselhado,
atualmente, pelo Ministério da Saúde.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
• O essencial parece ser a Vigilância da Saúde como eixo para orientação dos modelos
assistenciais presentes no SUS, mostrando caminhos para a superação da crise que se
encontra no sistema de saúde brasileiro.

• É importante mencionar ainda que a presença de um modelo de atenção à saúde não significa
que o anterior deixa de existir. Isso porque os modelos de assistência podem existir ao mesmo
tempo com harmonia ou sem ela, o que também acontece no SUS.

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POLÍTICAS DE SAÚDE E MODELOS ASSISTENCIAIS EM
SAÚDE PÚBLICA
• ACURCIO, F.A.,SANTOS, M.A, FERREIRA, S.M.G. O planejamento local de serviços de saúde. In: MENDES, E.V. A
organização da saúde no nível local. São Paulo: HUCITEC, 1998. Cap. 4, p. 111-132.

• BARROS, E. Política de saúde no Brasil: a universalização tardia como possibilidade de construção do novo. Ciência &
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 5-17, 1996.

• BERTOLLI FILHO, C. História da saúde pública no Brasil. São Paulo: Ática, 1996. 71p.

• CUNHA, J.P.P., CUNHA, R.E. Sistema Único de Saúde - SUS: princípios. In: CAMPOS, F.E., OLIVEIRA JÚNIOR, M., TONON,
L.M. Cadernos de Saúde. Planejamento e Gestão em Saúde. Belo Horiozonte: COOPMED, 1998. Cap.2, p. 11-26.

• FRANÇA, S.B. A presença do Estado no setor saúde no Brasil. Revista do Serviço Público, v.49, n.3, p.85-100, 1998.

• LEITE, M.S.P. Políticas sociais e cidadania. Physis, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 117-131, 1991 LUZ, M.T. Notas sobre as
políticas de saúde no Brasil de "transição democrática" - anos 80. Physis, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 77-96, 1991

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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR E EQUILÍBRIO DE
STARLING
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