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Acadêmico (a): Mônica Bordini Cabral

Curso: Economia Disciplina: Administração

Analise das Ferramentas Macroeconômicas nos Planos Econômicos

As políticas monetárias desempenham um papel crucial no controle da moeda


e da inflação em uma economia. No Brasil, diversos planos econômicos foram
implementados ao longo da história para lidar com problemas inflacionários e
promover estabilidade. Neste texto, analisaremos a utilização das ferramentas
macroeconômicas nos planos Sarney, Collor e Real, destacando seus efeitos na
economia brasileira, bem como os sucessos e fracassos dessas políticas.
As políticas macroeconômicas são utilizadas para controlar a moeda e a
inflação, buscando manter a estabilidade econômica e promover o crescimento
sustentável. A política monetária é uma das principais ferramentas nesse contexto,
através do controle da oferta de moeda e da taxa de juros. A política fiscal também
desempenha um papel importante, controlando os gastos do governo e a
arrecadação de impostos. A política cambial influencia as relações comerciais e a
competitividade externa, enquanto a política de rendas busca controlar os preços e
salários na economia.
No Plano Sarney, as políticas macroeconômicas adotadas tiveram efeitos
limitados na estabilização da economia. A falta de ajustes estruturais mais profundos
e a adoção de medidas de congelamento de preços e salários geraram distorções e
prejudicaram a alocação eficiente de recursos.
No Plano Collor, as políticas macroeconômicas também apresentaram
resultados insatisfatórios. O congelamento de preços e salários causou queda na
atividade econômica, e a falta de transparência e medidas estruturais mais
profundas enfraqueceram o plano.
Já no Plano Real, as políticas macroeconômicas foram bem-sucedidas na
estabilização da economia brasileira. O controle da inflação, através de medidas de
política monetária e fiscal, proporcionou um ambiente mais estável para o
desenvolvimento econômico. A adoção de um regime cambial fixo e a
implementação de reformas estruturais foram elementos-chave nesse sucesso.
Os sucessos das políticas macroeconômicas corretamente implementadas
podem ser vistos no Plano Real, em que a estabilidade da moeda e a redução da
inflação proporcionaram condições favoráveis para o crescimento econômico. A
credibilidade da moeda brasileira foi restabelecida, a confiança dos investidores foi
retomada e houve aumento da competitividade externa.
Por outro lado, os fracassos ocorreram quando as políticas macroeconômicas
foram equivocadas ou insuficientes. Nos planos Sarney e Collor, a falta de ajustes
estruturais profundos, a adoção de medidas distorcivas e a falta de transparência
enfraqueceram os resultados dessas políticas, resultando em instabilidade
econômica, queda da atividade e desconfiança dos agentes econômicos.
A política macroeconômica desempenha um papel fundamental na condução
da economia brasileira. Ela busca promover a estabilidade econômica, controlar a
inflação, estimular o crescimento sustentável e garantir a equidade social. Através
das ferramentas macroeconômicas, como a política monetária, fiscal, cambial e de
rendas, o governo pode intervir na economia para direcionar os rumos do
desenvolvimento.

Plano Sarney
O Plano Sarney, implementado em 1986, tinha como objetivo combater uma
inflação extremamente alta. A política monetária desse plano foi baseada na
contenção dos gastos públicos e no controle da emissão de moeda. O governo
buscou reduzir o déficit fiscal e limitar a expansão monetária através do controle do
crédito. No entanto, a falta de ajustes estruturais e a resistência política dificultaram
a efetividade do plano. Além disso, o congelamento de preços e salários gerou
distorções na economia, prejudicando a alocação eficiente de recursos. A falta de
confiança na moeda brasileira persistiu, e a inflação voltou a se acelerar
posteriormente.
1. Política Fiscal: No Plano Sarney, a política fiscal buscou conter os gastos
públicos e reduzir o déficit fiscal. Medidas de contenção foram adotadas,
como o corte de subsídios e o aumento de impostos. No entanto, a falta de
ajustes estruturais mais profundos dificultou a efetividade dessa política.
2. Política Cambial: Durante o Plano Sarney, não foram implementadas medidas
significativas de política cambial. O país enfrentava uma crise de
endividamento externo, o que limitava a capacidade de intervenção no
câmbio.
3. Política Monetária: A política monetária do Plano Sarney visou controlar a
emissão de moeda e reduzir a expansão monetária. Medidas restritivas de
crédito foram adotadas para conter a inflação. No entanto, a falta de
coordenação e o enfraquecimento da credibilidade da moeda prejudicaram os
resultados dessa política.
4. Política de Rendas: No Plano Sarney, foram implementadas medidas para
congelar preços e salários como forma de combater a inflação. No entanto,
essas medidas geraram distorções na economia, prejudicando a alocação
eficiente de recursos e desestimulando investimentos.

Plano Real
O Plano Real, implementado em 1994, foi considerado um marco na
estabilização da economia brasileira. A política monetária desse plano foi baseada
em âncoras cambiais e fiscais, buscando promover a confiança na moeda brasileira.
Através do controle da inflação, o plano conseguiu reduzir significativamente os
índices inflacionários e trazer estabilidade econômica. A criação da nova moeda, o
Real, e a autonomia do Banco Central do Brasil foram medidas importantes nesse
processo. O plano também contou com medidas estruturais, como a abertura
comercial e a privatização de empresas estatais. O Plano Real obteve sucesso na
estabilização da economia e no controle inflacionário, proporcionando um ambiente
mais favorável para o desenvolvimento econômico.
1. Política Fiscal: No Plano Real, houve um esforço para promover o equilíbrio
fiscal e reduzir o déficit público. Medidas de contenção de gastos e aumento
de receitas foram adotadas. A estabilidade fiscal foi um dos pilares do
sucesso desse plano.
2. Política Cambial: O Plano Real adotou um regime de câmbio fixo, com a
criação da nova moeda

Plano Collor
O Plano Collor, implementado em 1990, tinha como objetivo controlar a
inflação por meio do confisco de ativos financeiros, congelamento de preços e uma
política monetária restritiva. O plano visava reduzir o excesso de liquidez na
economia e promover o equilíbrio fiscal. No entanto, a política de congelamento de
preços e salários gerou distorções e incentivou o mercado negro. Além disso, a falta
de transparência e a ausência de medidas estruturais mais profundas
enfraqueceram o plano. O resultado foi uma queda acentuada da atividade
econômica e um aumento na informalidade. A inflação não foi completamente
controlada, e outros ajustes foram necessários posteriormente.
No Plano Collor, implementado no início do governo de Fernando Collor de
Mello em 1990, foram utilizadas algumas ferramentas macroeconômicas com o
objetivo de combater a hiperinflação e promover a estabilização econômica. As
principais ferramentas adotadas foram:
1. Política Monetária: A política monetária do Plano Collor foi caracterizada por
uma abordagem restritiva. Foram implementadas medidas para reduzir a
liquidez da economia, como o bloqueio de ativos financeiros e a restrição ao
crédito. O objetivo era diminuir a demanda agregada, controlar a inflação e
promover a valorização da moeda.
2. Política Cambial: No Plano Collor, houve a adoção de um regime cambial
controlado. Foi estabelecido um novo padrão de câmbio fixo, com a criação
da Unidade Real de Valor (URV), que posteriormente foi convertida em Real.
O objetivo era estabilizar o valor da moeda brasileira em relação a outras
moedas estrangeiras e combater a inflação.
3. Política Fiscal: A política fiscal adotada no Plano Collor visava controlar o
déficit público e reduzir os gastos do governo. Foram implementadas medidas
de austeridade fiscal, como a redução de subsídios, o aumento de impostos e
o corte de despesas públicas. O objetivo era equilibrar as contas públicas e
reduzir a pressão inflacionária.
4. Política de Rendas: No Plano Collor, foram adotadas medidas de controle de
preços e salários. Foi implementado um congelamento temporário de preços
e salários como forma de combater a inflação. No entanto, essa política
enfrentou desafios e gerou distorções na economia.
É importante ressaltar que o Plano Collor foi marcado por controvérsias e
dificuldades na implementação das medidas propostas. Algumas das políticas
adotadas, como o confisco de ativos financeiros e o congelamento de preços,
tiveram impactos negativos na economia, causando instabilidade e desconfiança nos
agentes econômicos. O plano não conseguiu alcançar plenamente seus objetivos de
estabilização econômica e controle inflacionário, sendo necessário programar outras
medidas posteriormente.
Em conclusão, os planos econômicos mencionados - Plano Sarney, Plano Collor e
Plano Real - buscaram enfrentar desafios econômicos distintos e utilizaram diferentes
ferramentas macroeconômicas para alcançar seus objetivos. Enquanto o Plano Sarney e o
Plano Collor enfrentaram dificuldades e não alcançaram plenamente seus propósitos, o
Plano Real obteve sucesso na estabilização econômica e no controle da inflação.
No caso do Plano Sarney, as políticas macroeconômicas foram insuficientes
para lidar com os problemas estruturais da economia brasileira na época. A falta de
ajustes profundos e a adoção de medidas distorcivas resultaram em desequilíbrios e
distorções, prejudicando a eficácia das políticas implementadas.
O Plano Collor também enfrentou desafios, com medidas controversas e
impactos negativos na economia. O congelamento de ativos financeiros, a restrição
ao crédito e o congelamento de preços e salários geraram instabilidade e
desconfiança, comprometendo os resultados do plano.
Por outro lado, o Plano Real se destacou como um exemplo bem-sucedido
de política macroeconômica. A combinação de medidas de política monetária, fiscal
e cambial, aliada a reformas estruturais, trouxe estabilidade econômica, controle da
inflação e confiança aos agentes econômicos. O Real foi estabelecido como uma
moeda forte e a economia brasileira experimentou um período de crescimento
sustentável.
Esses exemplos nos mostram a importância de uma abordagem abrangente
e consistente das políticas macroeconômicas. A coordenação entre as diferentes
ferramentas, aliada a reformas estruturais sólidas, é fundamental para promover a
estabilidade econômica, o crescimento sustentável e a equidade social. A
implementação adequada das políticas macroeconômicas desempenha um papel
crucial na condução da economia brasileira e na busca por um ambiente econômico
favorável ao desenvolvimento.
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