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Precursores de Linguagem

O que são os precursores de linguagem?


A linguagem verbal não é um evento que surge de forma
automática. Entre o nascimento do bebê humano e o uso da
linguagem verbal há um caminho sofisticado feito pela cognição.
São etapas do desenvolvimento indispensáveis que nos ajudam a rastrear os riscos do
desenvolvimento da criança e muitas vezes chegar ao diagnóstico do TEA.
Quando nos dispomos à alfabetizar uma criança com TEA precisamos antes de tudo
realizar uma avaliação do seu desenvolvimento, em especial do desenvolvimento
pedagógico. Os precursores de linguagem serão convocados durante todo o tempo no
processo de aquisição de leitura e escrita e por isso, acreditamos que esta orientação
pode ser útil aos participantes deste curso.
Quais são os precursores de linguagem?

 O olhar
 O sorriso responsivo
 Movimentos antecipatórios
 Atenção conjunta e compartilhada
 Uso do dedo indicador, envolvendo o apontar declarativo e imperativo.
 Imitação, dentre outros.
Quais são os indispensáveis durante a alfabetização e de que forma podem colaborar?
O olhar É o início da comunicação humana e uma sofisticada forma de interação social. O
olhar é indispensável na alfabetização para o reconhecimento e grafia de letras, palavras
e frases.
Será necessário que o aluno em processo de alfabetização seja convidado a olhar na
direção correta e também para a nossa face. Os sentimentos que expressamos através do
olhar serão importantes na interpretação e nas relações intersubjetivas. O movimento de
nossa boca na articulação dos fonemas, serão percebidos pelo olhar da criança.
Caso a criança ainda não faça uso do olhar adequadamente, o pai, o professor ou
terapeuta pode:
 Conduzir o olhar da criança na direção adequada com uma lanterna;
 Movimentos antecipatórios
Espera-se que o bebê antecipe com gestos o desejo de ir para o colo do adulto ou
buscar algo que não esteja ao seu alcance.
Este gesto é acompanhado do olhar. Na alfabetização necessitaremos deste
precursor para que a criança receba uma atividade ou material que será utilizado na
leitura e na escrita. Ao se antecipar ele também se mostrará motivado para a interação
e para a produção escolar. Caso a criança não apresente este precursor, você pode:

 Segurar um objeto que ela gosta e fazer um leve movimento em sua direção
para que ela tenha interesse em buscá-lo.
 Caso a criança use a mão do adulto como ferramenta, inverter a posição das
mãos, colocando a mão do adulto sobre a da criança para que ela perceba
que pode pegar e buscar objetos com autonomia.
 Uso do apontar. Esta etapa envolve olhar para onde o adulto
aponta e apontar de forma autônoma.
Existe uma sutil diferença quando o adulto aponta, mas um examinador bem
treinado conseguirá perceber o detalhe. A criança típica, em via de regra,olha para o
objeto que é apontado e a criança com TEA olha para a ponta do dedo do examinador.
Quando o apontar é feito pela criança, temos dois tipos: o apontar declarativo e o apontar
imperativo. O apontar declarativo é utilizado para mostrar algo interessante. A criança
deseja compartilhar com o seu interlocutor o que considera interessante. O
apontar imperativo se difere do declarativo por representar um pedido, uma solicitação. A
criança insiste no seu propósito até ser atendida ou ter ao menos a atenção do adulto.
Caso a criança não utilize o dedo indicador, você pode:
 Fazer pinturas somente com o dedo indicador.
 Apontar em objetos eletrônicos com a ajuda do adulto, personagens
preferidos.
 Atenção conjunta e compartilhada
Ser orientado a olhar para um lugar ou objeto apenas pelo olhar do adulto ou dividir
a atenção entre um brinquedo ou seu interlocutor são atividades sofisticadas de interação
social que representam um ensaio para uma futura conversação e consciência da
alternância de turno. Para a alfabetização precisaremos que a criança compartilhe a
atenção entre o professor, mediador, atividade lúdica ou escrita, sem perder o foco da
atenção. Até a conquista da atenção sustentada. Caso ela não tenha este precursor,
haverá prejuízos no transporte da informação do plano vertical para o horizontal e como
consequência, a dificuldade para reter a informação. Caso a criança não tenha estes
precursores, você pode: Brincar de jogar um novelo ou rolo de barbante colorido com pelo
menos dois adultos e o aluno, fazendo um grande emaranhado e despertando o interesse
da criança acompanhar enquanto o objeto é jogado para os participantes.

 Imitação A imitação é uma das habilidades mais importantes para o processo


de aprendizagem. Na alfabetização este precursor ocupa um lugar de muita
importância uma vez que o aluno necessitará desta habilidade para ler,
reproduzir, copia, escrever. A imitação reúne uma série de outras habilidades
como memória, atenção, interação social. Para ajudar seu aluno a imitar,
você pode:
 Imitar seus gestos;
 Imitar vídeos e cenas de desenhos.
 Trabalhar em frente ao espelho.
 Apresentar vídeos com imagens de pessoas conhecidas.
 A literatura sobre os precursores é vasta e abaixo você encontra um link para
pesquisar mais sobre o assunto. Para iniciar a alfabetização dos alunos com
TEA eles são indispensáveis!

JUSTIFICATIVA PARA O
TRABALHO ACADÊMICO NAS
ESCOLAS ESPECIAIS.

A condição da deficiência intelectual não poderá


nunca pré determinar qual será o limite do desenvolvimento da pessoa com DI.
A educação na área da deficiência intelectual deve atender às suas necessidades
educacionais sem se desviar dos princípios básicos da esducação propostas às demais pessoas.
Assim se faz necessário considerar novas concepções em relação ao potencial de
aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual. A escola precisa apreender e se apropriar
desta nova visão e suas decorrências para organização da prática escolar e pedagógica.
Um dos aspectos importantes na área da deficiência intelectual está ligado a busca de
alternativas pedagógicas através das quais esses alunos sejam membros participantes e atuantes
do processo educacional no interior das salas de aula e sua presença seja considerada. A escola
deve tomar para si a responsabilidade acerca de seu processo de conhecimento e de inserção
cultural.
Historicamente, as abordagens em Educação Especial acontece de maneira fragmentada,
justificada pela condição do aluno com deficiência intelectual, colocando-o numa na maioria das
vezes em posição inferior e assim dificultando dificultando sua participação no processo
educacional e construção do conhecimenmto.
Uma escola dinâmica, colaborativa, é determinante para o desenvolvimento de alunos com
deficiência intelectual, pois considera suas possibilidades de aprendizagem e não esquece que a
escola é sim um espaço acadêmico e de aprendizagem. Se em determinado momento o aluno
precisa aprender a utilizar o banheiro adequadamente será ensinado, nesse sentido o professor
atua como mediador.
Parece difícil inserir alunos com uma deficiencia intelectual grave em áreas do
conhecimento, mas se o professor dispõem de materiais adequados para o ensino de tais
conhecimentos sua prática se torna real e justifica assim a presença de alunos e professores em
escolas especiais.
A atuação pedagógica com alunos DI é responsável pelo processo de aprendizagem no
que diz respeito a possibilitar a desses alunos a construção de seu conhecimento como sujeitos
históricos, capazes de apreensão dos bens simbólicos e de desenvolvimento de suas
capacidades.
È um repensar sobre o papel da Escola Especial e seus objetivos educacionais. Favorecer
ao aluno com deficiência intelectual o acesso ao conhecimento, sem se esquecer dos
componentes curriculares mas ao mesmo tempo, respeitar sua condição própria de
aprendizagem, sem compara-lo ao outro. Cabe a escola encontrar formas de valorizar e
considerar a “maneira” de ser e aprender de crianças e adolescentes com deficiência intelectual.
Como diz Padilha (2001, p. 135) “vencer as barreiras de sua deficiência – expandir possibilidades,
diminuir limites, encontrar saídas para estar no mundo, mais do que ser apenas uma pessoa do
mundo”.
LISTA DE MATERIAL E PREÇOS

Para pedidos e orçamento do material favor entrar em contato com o email: pedidosabacada@gmail.com (41) 99530 -5480

ALFABETIZAÇÃO VOL. 1

Apostila de alfabetização vol. I (apostila de 129 páginas com atividades a serem preenchidas pelo aluno, impressão R$ 50,00
colorida)

Painel das sílabas (Confeccionado com tecido e plástico grosso montando 18 bolsos, para colocação das figuras e R$ 45,00
sílabas).

Figuras do painel. (jogo de figuras e sílabas, trabalhadas na apostila vol. L 18 figuras e 18 sílabas em cada conjunto) R$ 18,00 cada

Tabuleiros de figuras (5 tabuleiros com figuras e 89 sílabas) R$ 50,00

Tabuleiros de sílabas (5 tabuleiros com as sílabas e 89 cartões com figuras). R$ 50,00

Tabuleiro de palavras (4 tabuleiros com palavras e 57 cartões com figuras). R$ 40,00

Bolsinho das Sílabas (21 fichas de sílabas com desenhos e bolsinho) R$ 20,00

Forme a Sílaba ( 1 tabuleiro com as letras do alfabeto, 18 figuras, alfabeto móvel) R$ 20,00

Fichas de leitura de frases. (18 fichas com os desenhos e frases) R$ 18,00

Livrinho de sílabas (sílabas com a vogal A encadernadas, 16 cartões com figuras) R$ 20,00

Caderno de caligrafia I ( Em uma página letras do alfabeto pontilhadas e página seguinte escrita sem pontilhado) R$ 10,00

Bingo de Figuras ( 10 cartelas com figuras, 18 cartões com as sílabas) R$ 15,00

Bingo de Sílabas ( 10 cartelas com sílabas, 18 cartões com figuras)) R$ 15,00

Bingo de Palavras ( 10 cartelas com palavras, 24 cartões com desenhos) R$ 15,00

Dominó de Sílabas R$ 8,00


Dominó de Palavras R$ 8,00

Baralhinho das Sílabas ( 36 cartas com as sílabas e figuras) R$ 16,00

Baralho de Palavras (42 cartaz com palavras e figuras, com a vogal A) R$ 18,00

Varal de Leitura (18 fichas com imagens, palavra e sílaba) R$ 15,00

Caça palavras R$ 5,00

Junte as sílabas R$ 20,00

Corrida das sílabas R$ 15,00

Dicionário ( o aluno desenha e escreve) R$ 15,00

Livros: A GATA A MACACA, OBJETO DOS ANIMAISDE QUEM É? R$ 15,00

Textos (10 textos simples) R$ 20,00

Letras do alfabeto (plastificadas para escrita com caneta de quadro branco). R$ 20,00

Tabuleiro de figuras (para escrita de sílabas com caneta de quadro branco, 18 figuras) R$ 5,00

Fichas para escrita de sílabas (18 fichas) R$ 18,00

ALFABETIZAÇÃO VOL. 2

Apostila de alfabetização vol. 2 (124 páginas) R$ 48,00

Apostila Ler, Escrever, Compreender. (apostila com textos para leitura, interpretação e R$ 43,00
produção escrita, 99 páginas)

Tabuleiro de figuras (sílabas complexas, cada tabuleiro com uma dificuldade ch, nh, ç, al, R$ 10,00
el br, cr, etc., 12 figuras no tabuleiro e 12 fichas palavras)
(cada tabuleiro)

R$ 10,00

Tabuleiro de palavras (12 palavras no tabuleiro e 12 fichas com figuras) (cada tabuleiro)

Bingo de palavras (sílabas complexas 10 cartelas) R$ 16,00

Dominó de Palavras R$ 8,00

Baralho Falta letra R$ 16,00

Baralho de Palavras R$ 16,00

Jogo “Cuidado com Jacaré” (acompanha alfabeto móvel e figuras) R$ 30,00

Textos (10 textos para alunos já alfabetizados) R$ 20,00

Complete a frase. R$ 15,00

Você sabe? R$ 15,00

MATEMÁTICA

Apostila de Matemática I (102 páginas) R$ 42,00

Painel dos números (costurado) R$ 30,00


Fichas de Situação Problemas R$ 20,00

Cartões para Adição e Subtração quantidade até 5 (escrita com caneta de quadro branco) R$ 1,00

cada

Jogo de contagem

R$ 16,00

Bingo de Números (10 cartelas até 20) R$ 16,00

Sudoku R$ 15,00

Baralho de números R$ 16,00

Dominó de Figuras Geométricas R$ 10,00

Números (10 fichas para atividades com escrita) R$ 20,00

Dominó de quantidade ( até 5) R$ 16,00

Tabuleiro de posição R$ 15,00

Livro dos números (com velcro) R$ 40,00

Matriz lógica (figuras geométricas) R$ 15,00

Jogo Falta 1 R$ 20,00

Tabuleiro de tabuada R$ 30,00

MATEMÁTICA

CONCEITOS BÁSICOS

Grande / pequeno R$ 15,00

Tamanhos Iguais R$ 15,00

Alto/Baixo R$ 15,00

Largo/Estreito R$ 15,00
Grosso/Fino R$ 15,00

Comprido/Curto R$ 15,00

Dentro,/Fora R$ 15,00

Vazio/Cheio R$ 15,00

Pesado/Leve R$ 15,00

Muito/Pouco R$ 15,00

Em cima/Embaixo R$ 15,00

HABILIDADES PRÉ NUMÉRICAS

Classificação R$ 15,00

Seriação R$ 15,00

Correspondência Biunívoca R$ 15,00

Conservação de Quantidade R$ 15,00

Inclusão Hierárquica R$ 15,00

Sequencia R$ 15,00

Contagem R$ 15,00

Todos os tabuleiros acompanham material manipulável.

EDUCAÇAO INFANTIL

Apostila Ed. Infantil R$ 42,00

Figuras Sílabas “A” R$ 20,00


Livrinho das Figuras R$ 20,00

Quebra Cabeça R$ 3,00 (cada)

Livro de atividade (com velcro)

R$ 60,00

Placa de Alinhavo R$ 6,00

AUTISMO (TEA)

Apostila Recorte e colagem ( 85 páginas apostila, 24 páginas recorte)

R$ 45,00

Figuras Sílabas e Palavras (jogo com 54 fichas, com imã, vogal A)

R$ 30,00

Livro de atividades (com velcro e plastificado)

R$ 70,00
A Repetição

A REPETIÇÃO

É chata, cansativa, devagar. Falta-lhe


criatividade, iniciativa, mas ela tem os seus
méritos, vence pela insistência. Depois de
repetir inúmeras vezes, a memória não tem
como lhe negar permanência. Aliás a insistência garante a participação na memória.
Não basta procurar a repetição um dia! É preciso voltar a ela em momentos e dias
consecutivos. Também não adianta ficar com a repetição por muito tempo porque ele é
extremamente cansativa, portanto, é preferível visita la rapidamente, de preferência em
companhia da atenção, pode acreditar a repetição acaba conquistando seu lugar com a
memória.
REPETIÇÃO E PLASTICIDADE NEURAL.
O aprendizado é uma mudança de comportamento que acontece com a aquisição
de conhecimentos e seu registro na memória.
A plasticidade neural trata da capacidade de aumentar ou regenerar o potencial
neural, que, ao longo das observações e experimentos, tem demonstrado possibilidades
bastante superiores ao imaginado anteriormente.
Recentes estudos mostram que a melhora do desempenho obtida pelo treino e
repetição provocam mudanças no substrato neural: “ O ganho na performance reflete e é
auxiliado por uma mudança no processamento neural, que é obtida pela prática” (Karni,
1997).
No aspecto emocional, a repetição permite a segurança porque elimina a
ansiedade natural diante de situações novas, o que às vezes se esquece é que a resposta
alcançada precisa ser frequentemente positiva, ou não trará segurança nenhuma e ainda
será associada ao desanimo e desinteresse. Portanto a repetição só funciona se ocorrer
passo a passo, em pequenas doses, comprovando, inúmeras vezes, a certeza de se
conseguir o que se quer. Como no exercício de matemática, que para ser sistematizado
precisa ser repetido com acerto, a partir do mais fácil, como nas experiências de vida,
onde os pequenos sucessos diários são estímulos para os sucessos futuros.
Cérebro e aprendizagem - Um jeito diferente de viver.
Luiza Elena L. Ribeiro do Valle - Membro da sociedade Brasileira de Neuropsicologia.
AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL

A avaliação não pode restringir-se às suas condições de desenvolvimento bio-psico-social,


mas também deve estabelecer o seu potencial de aprendizagem, inclusive o nível de
competência curricular desse aluno, tendo como referencia à proposta curricular do ano ou ciclo
onde está matriculado (OLIVEIRA e POKER,2004; OLIVEIRA e LEITE, 2000; SEBASTIAN, 1999).
Os instrumentos de avaliação devem informar o desenvolvimento atual do aluno, a forma
como ele enfrenta determinadas situações de aprendizagem, os recursos e o processo que faz
uso em determinada atividade.
Avaliar as condições de desenvolvimento dos alunos com deficiência intelectual
demonstrando a importância e a possibilidade de um processo avaliativo que forneça elementos
para um planejamento pedagógico diretivo que responda ás necessidades e possibilidades de
aprendizagem do estudante.
De acordo com Ferreira (1993), no caso dos estudantess com deficiência intelectual, nem
sempre ficam claros os “ajustes” a serem feitos em termos de materiais, recursos, técnicas,
currículos ou pessoal, necessários para garantir sua aprendizagem e, consequentemente, os
aspectos a serem analisados numa avaliação educacional. Dessa forma, muitas vezes, a
avaliação acaba por reduzir-se à busca de um diagnóstico que justifique o fracasso desse aluno.
A avaliação na ótica da Educação Especial deve ser realizada de forma processual,
observando o desenvolvimento biopsicossocial do aluno, sua funcionalidade, características
individuais, interesses, possibilidades e respostas pedagógicas alcançadas, com base no
currículo adotado.
Dessa forma a avaliação possibilita identificar e responder as necessidades educacionais
dos estudantes no processo educacional na busca de soluções alternativas que favoreçam a
aprendizagem.
Seis passos do processo de alfabetização de um aluno com
Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo a Dra. Dayse Serra, especialista, que também é doutora em psicologia


clínica, são seis passos no processo de alfabetização de um aluno com Transtorno do
Espectro Autista (TEA).

1. Entendimento do funcionamento do pensamento do autista.

Suas alterações no que diz respeito a percepção de mundo, as sensações, os medos e


seu desempenho linguístico. ”As tarefas com o autista precisam ser estruturadas e
adaptadas às características específicas”.

2. Conhecimento do nível de gravidade da criança em questão.

A criança com autismo pode apresentar transtornos adicionais. “Ou ainda uma
gravidade maior. A partir disso será possível projetar um caminho e ver se será um pouco
mais longo ou não”.

3. Avaliação psicopedagógica.

Essa análise permitirá considerar os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e


sociais. A importância de se avaliar essas questões é que todas elas, de alguma forma,
vão interferir na aprendizagem e mais especificamente na alfabetização. São avaliadas as
particularidades relacionadas com a habilidade da teoria da mente, já que a interpretação
requer a compreensão do significado e a inferência .É preciso também estar atento no
aperfeiçoamento da capacidade de análise e síntese, pois elas são importantes no
processo de alfabetização”.

4. Verificar as possibilidades e habilidades pré-acadêmicas.

Se consegue suportar o ambiente de uma sala de aula. Por isso, deve-se


levantar os seguintes pontos com seriedade: será que esse estudante possui
habilidades para se concentrar? Conseguirá permanecer sentado por algum tempo?
5. Conhecimento dos elementos contidos em nossa língua.
Rimas, fonemas, aliterações ou repetições de sons de consoantes semelhantes. “Uma
boa sugestão é trabalhar com a música, pois facilita o aprendizado”.
6. Aquisição da leitura pela abordagem dos sons.

Essa fase tem outras divisões, pois apresenta cada fonema e com uma ordem
previamente definida e cientificamente comprovada, com o acompanhamento do
alfabetizador.

“Ainda assim há um percentual altíssimo de fracassos nessa área. E apesar da


diversidade dos métodos, nem todos são adequados para uma criança ou jovem com
TEA. É fundamental que o educador pesquise bem para entender o funcionamento do
cérebro do autista. Apenas dessa forma será possível fazer as escolhas apropriadas para
cada aluno e, assim, poder trilhar um caminho melhor para o aprendizado”.
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR.
APRESENTAÇÃO

Esta é uma proposta voltada para alunos do Primeiro Ano do Ensino


Fundamental, para alunos com Dificuldades de Aprendizagem, para Educação de
Jovens e Adultos e alunos com Deficiência Intelectual, alunos esses que com a
inclusão frequentam a escola comum e muitas vezes não obtém exito na
aprendizagem da leitura es escrita.
A Proposta de Alfabetização “Desafios do Aprender,” apresenta os recursos
didáticos utilizados para a compreensão da linguagem oral e à aquisição do código
escrito. Evidencia o desenvolvimento e aplicação da consciência fonológica em seu
nível silábico pressupondo que essa prática enriquecerá e aprimorará a utilização
da sílaba na palavra como recurso de estudo, levando o aluno a interagir e
assimilar a fala, o ato de ler e de escrever em sua trajetória escolar.
Um fator importante a destacar é que, esta forma de trabalhar apóia-se no
método fônico silábico, isto é, se evidencia o som da sílaba e não o som da letra. O
processo acontece de forma sistemática, ordenada e progressiva, de passo em
passo, respeitando conforme o ritmo de cada aluno.
Ressalta-se ainda, que o desenvolvimento da proposta está atrelado aos
benefícios de se trabalhar com o desafio de forma lúdica, na utilização de vários
jogos de sílabas e palavras. O uso da apostila também visa garantir a todos os
alunos oportunidades para, ludicamente, atuarem como sujeitos da linguagem,
tornando-os participativos e atuantes, mudando a rotina escolar. Acredita-se que
esta forma de trabalhar colabora para o desenvolvimento cognitivo, o controle das
emoções, a construção da auto estima e da individualidade.
Nesse sentido, coloca-se a importância de seguir corretamente os passos da
proposta e ter em mãos os materiais que fazem parte da mesma, o que contribui
para uma eficaz atuação do professor e do aluno. Os recursos didáticos são
apresentados com orientação de uso para que sejam introduzidos no cotidiano
escolar e gere reflexões sobre a apropriação do código escrito e do modo como os
alunos aprendem.
Assim, é possível esperar que ao se apropriarem da fase inicial da
alfabetização, os alunos estejam habilitados para ampliar e aprofundar cada vez
mais aquilo que já aprenderam e passem a desenvolver com mais desenvoltura o
processo de letramento.
Por fim neste manual, elaborado e pensado com o objetivo de ajudá-lo, você
vai encontrar orientações didáticas para o desenvolvimento de uma alfabetização
inicial simples e prática, ao alcance do seu aluno.

PROPOSTA: DESAFIOS DO APRENDER

O aluno com déficit intelectual, devido as suas dificuldades de comunicação e


expressão, que é imprescindível à construção da leitura e da escrita, necessita de
estratégias que o ajudem na simbolização, que estabeleça a relação do significante
com o significado. Aqui entra a importância do trabalho de Consciência Fonológica,
de Aliteração, feito com as sílabas iniciais das palavras e que nesta proposta é
simplificado com o trabalho das consoantes + as vogais. No primeiro momento,
forma-se o A-BA-CA-DA-FA..., usando apenas a letra de caixa alta, associada ao
objeto ou a figura apresentada. Ex: A de avião, BA de banana, CA de cachorro e
assim sucessivamente. Depois de esgotado o trabalho com as consoantes + vogal
A, passa-se para a sequência das consoantes + vogal O,U, I, E.
Na continuidade, após a apresentação das sílabas, são apresentadas as
junções silábicas formando as palavras. Inicia-se a alfabetização com as sílabas
formada de consoantes + vogal A. Nessa construção atenta-se para o aspecto
sonoro das sílabas que formam a palavra onde o aluno vai perceber, a cada passo,
a relação entre a fala e a escrita. Utiliza-se também do aspecto sonoro da palavra
para o trabalho com a linguagem oral.
É na repetição das sílabas conhecidas que o aluno constrói a palavra e a
escuta para entendê-la. Por ex: Pega o BA da figura banana e o LA da figura do
lápis, e forma a palavra BALA, repetindo várias vezes as duas sílabas até entender
que está falando BALA.
Nesse momento deve-se fazer um longo trabalho de fixação de palavras com
duas, três ou mais sílabas com atividades de leitura e escrita. Em seguida iniciar
com a construção de frases, mostrando sequência, e espaçamento. As frases
devem sempre ser colocadas junto com a gravura para melhor entendimento do
aluno especial. Ex: A pata nada. (A figura de uma pata nadando.) Procurar construir
frases com as sílabas que eles já dominam.
Quando o aluno já apresenta algum progresso, parte-se para a construção do
texto, ainda com A, para que perceba e avance na forma como nos comunicamos,
não usando palavras soltas, mas por meio de frases que explicam o que estamos
querendo comunicar. Fazer esta montagem com a ajuda dos alunos para que
compreendam a sintaxe. Lembrar que no início da alfabetização, o aluno não tem
condições ainda para entender todo processo. Assim, não exigir que nesse
momento ele já tenha o entendimento necessário para decifrar ou montar o texto
sozinho. É preciso ter muita calma e paciência pedagógica. O aluno está apenas se
familiarizando com o mecanismo.
Na continuidade ler o texto, junto com o aluno, muitas vezes alternando
sempre com o processo de escrita em caixa alta. Entre o momento do
conhecimento das sílabas até o texto com as sílabas com A, os jogos devem estar
sempre presentes no cotidiano escolar, como também as atividades do livro
didático, o caderno de português, os cartazes silábicos e os objetos da sacola
animada.
Ao término das atividades com as sílabas com A, segue-se com a
apresentação das sílabas com O, depois com U, seguidas pelo I, e por fim com a
vogal E. Sequência esta, que se encontra no livro didático do aluno. Pode-se ficar
um longo período trabalhando apenas com as sílabas simples, desenvolvendo
vários jogos e muitos exercícios de fixação. Sempre lembrando de que é necessário
mediar o trabalho com intensa participação e motivação com ajuda de um variado
material.
Apesar da impossibilidade de falar corretamente ou de se expressar com
destreza, apresentada por alguns alunos, verifica-se que o trabalho com a Proposta
“Desafios do Aprender” permite ao aluno o ingresso no mundo da leitura e da
escrita, de forma gradual e com um passo de cada vez.
O importante é que o professor sinta que seu aluno está interagindo e
assimilando o processo de aprendizagem e que verifique também quanto cada
aluno evolui e desenvolve em cada passo dado. É preciso reconhecer que quando
se trata de aluno especial, basta a aquisição dos mecanismos básicos do código
escrito para o domínio inicial da alfabetização, sem perder de vista o compromisso
do letramento, sua inclusão e promoção social.
Assim, para efetivação da Proposta, faz-se necessário acrescentar as sílabas
complexas que fazem parte de nossa língua, que devem ser apresentadas de forma
sistematizada e progressiva, iniciando com dificuldades menores até as mais
complicadas de compreensão, esse aprendizado acontece na apostila de
alfabetização vol. 2.
O aluno põe em prática o que sabe para aprender o que não sabe e firma
sua iniciativa e autoconfiança. Lembrando assim, o que nos ensina Vigotsyky sobre
a zona de desenvolvimento proximal, “que esta não é outra coisa senão a distância
entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto.”
Portanto,o que hoje seu aluno faz com ajuda e assistência, amanhã ele poderá
realizar sozinho.
A proposta evidencia três pontos importantes:
Primeiro- Que os alunos se apropriam rapidamente do processo, quase sem se dar
conta;
Segundo- Que os professores trabalham motivados, com entusiasmo e alegria;
Terceiro- Que a proposta oferece um caminho extremamente simples, mas eficaz.
Em suma, sintetizando a definição dessa proposta: É um instrumento em prol
da alfabetização de todo e qualquer aluno.
Destacam-se aqui alguns pontos importantes referentes ao desenvolvimento da
proposta:
 Seguir fielmente os passos indicados na proposta para que a apropriação da leitura
e da escrita aconteça de forma simples e objetiva: sílabas com A, palavras com A,
frases com A, textos com A.
 O material de apoio é muito importante para o manuseio do aluno. E além de
também servir para a atuação do professor, enriquece a experiência que ele
certamente já possui.
 Todo material tem como base a proposta de alfabetização silábica diferenciada,
portanto deve ser manuseado, diariamente, pelos alunos e seu professor.
 A seleção e a organização das atividades propostas seguem os princípios da
alfabetização silábica, isto é, enfatiza a sílaba e não o nome da letra.
 As atividades que o material propõe são desafiadoras, porém, simples e objetiva de
fácil entendimento.
 A avaliação deve ser realizada de forma processual, observando o
desenvolvimento biopsicossocial do aluno, sua funcionalidade, características
individuais, interesses, possibilidades e respostas pedagógicas alcançadas.
Em suma, a definição dessa proposta: É um instrumento em prol da
alfabetização de todo e qualquer aluno.

OS JOGOS DE ALFABETIZAÇÃO
Os jogos resgatam o caráter lúdico do movimento humano de apropriação e
construção do conhecimento, dando vida e significado as coisas.
É um instrumento eficiente que ensina, desenvolve e educa de forma
prazerosa. É o recurso mais bem aplicado para aguçar as funções cerebrais e fazer
com que o aluno sinta-se desafiado e reflita sobre o sistema escrito.
O jogo usado no processo de alfabetização “Desafios do Aprender” pretende
contemplar as atividades fonológicas.
Fazem parte da proposta uma variedade de jogos. Jogos para o trabalho com
as sílabas: bingo de sílabas, bingo de figuras, painel das sílabas, forme a sílaba, e
outros. Jogos para o trabalho com as palavras: baralhos, bingos, forme a palavra,
caça palavras, bolsinho das palavras, enfim uma variedade de jogos e atividades
para trabalhar com todas as etapas da proposta de alfabetização.
MATERIAIS DA PROPOSTA DESAFIOS DO APRENDER

1. A SACOLA ANIMADA E AS SÍLABAS


A Sacola Animada contém dezoito objetos que iniciam com sílabas
simples a serem trabalhadas: avião, banana, cachorro, dado, faca, gato, jacaré,
lápis, macaco, navio, pato quati, rato, sapo, tatu, vaca, xadrez, zabumba (tambor) e
fichas com as sílabas em tamanho grande A-BA-CA-DA-FA-GA-JÁ-LA-MA-NA-PA-
QUA-RA-SA-TA-VA-XA-ZA.
Os objetos são de forma, tamanho, cor e textura diferentes. São: brinquedos,
utensílios ou outros. Ex: avião de brinquedo, banana de plástico, cachorro de
pelúcia, patinho de borracha, e outros.
A apresentação dos objetos da sacola e das sílabas com A foram escolhidos
para iniciar o trabalho de consciência fonológica por aliteração e devem ser
apresentados envoltos de suspense e entusiasmo.
É importante mostrar todos os objetos, usando de vários jogos e brincadeiras
para enfatizar as sílabas iniciais. A introdução das atividades com os objetos da
sacola e do alfabeto silábico possibilitam o aluno a percepção do som inicial da
palavra e a identificação da sílaba.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM A SACOLA ANIMADA E
AS SÍLABAS
1. Espalhar os objetos no chão e pedir que guardem o que começa assim BA...,
depois o que começa assim LA..., e assim sucessivamente, sempre envolvendo
todos os alunos.
2. Colocar as sílabas A- BA- CA- DA... nos objetos espalhados na mesa ou no chão.
3. Contar uma história usando os objetos da sacola. Ex: Era uma vez um MA...(
deixar que os alunos completem) que gostava de comer BA...e um dia quando
estava comendo viu um JA...no rio e...
4. Separar os objetos por cor, tamanho, textura e categoria, e enfatizar as sílabas
iniciais.
5. Colocar os objetos espalhados pela sala de aula, seguindo alguns critérios, por ex:
O rato embaixo da mesa, o cachorro em cima da cadeira, a banana dentro de uma
caixa, o dado fora da caixa, etc. Pedir os objetos reforçando a sílaba e as situações.
6. Reparta os objetos entre os alunos e mostre as sílabas para reconhecimento,
colocando-as na carteira de quem acertou. Auxilie para que todos consigam.
7. Montar situações com os objetos da sacola, por ex: Colocar o rato no tapete e
perguntar qual situação o aluno enxerga ali.
8. Mostrar dois objetos e suas respectivas sílabas, ex: LÁPIS e VACA e as sílabas LA
e VA, formando a palavra LAVA.
9. Colocar um objeto atrás do outro e perguntar: Quem é o primeiro. O último e assim
por diante.
1 10. Distribuir os objetos entre os alunos, em seguida escrever uma
sílaba no quadro de giz. Pedir ao aluno que tem o objeto com aquela
sílaba que jogue o objeto dentro da sacola como no jogo de basquete (cesta).
1 11.Separar objetos que iniciam com a mesma sílaba do objeto da sacola.
1 12. Contar uma história (ex: dos Três Porquinhos)e comparar alguns sons
conhecidos da sacola.
1 14. Colocar as sílabas com A no chão e junto com os alunos depositar os objetos
sobre as sílabas iniciais.

2. Painel das Sílabas

De pano com 18 bolsos de plástico grosso.


Apresenta-se a letra A, de forma lúdica, e se trabalha a escrita em caixa alta,
associando a figura do cartaz a seu som. Pode-se falar o A do avião e aos poucos ir
desvinculando da figura para o reconhecimento da sílaba.
O importante é respeitar o tempo de aprendizagem de cada aluno e sempre
elogiar o esforço ou o desenvolvimento por menor que este seja. Mostrar que ele
aprende e que o erro faz parte do processo. Incentivar a tentativa de escrita,
mesmo que seja feita de rabiscos linhas tortas.
Mesmo que apresente somente uma sílaba de cada vez para ser trabalhada,
deve-se mostrar todo o painel com o A e ler sempre para os alunos todas as sílabas
iniciais das figuras. O ritmo da aprendizagem é dado pelos alunos. O painel deve
ficar em um lugar destacado na sala de aula, de forma que esteja ao alcance de
todos para o manuseio.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM O PAINEL DAS SÍLABAS


1-Retirar somente as sílabas da primeira fila e pedir para que coloquem no lugar.
Repetir com as sílabas da segunda fila e assim sucessivamente.
2-Tirar todas as sílabas do painel e pedir que alguns alunos as coloquem no lugar.
Repetir várias vezes até que todos se apropriem dela.
3- Ler diariamente junto as sílabas com os alunos e pedir que cada aluno leia
individualmente. Primeiro na sequência e depois alternando as sílabas.
4-O professor mexe nas sílabas colocando as sílabas erradamente nas figuras e
pede a ajuda dos alunos para arrumá-las no lugar certo.
5- Usar as sílabas do painel para construir palavras com duas sílabas e com três
sílabas.
6- Ditar para o aluno, para que ele escreva no seu caderno, as sílabas do painel.
7- Retirar algumas sílabas do cartaz e pedir que escrevam as que foram retiradas.
8-Distribuir as sílabas do painel entre os alunos e ditar as palavras que estão
representadas nas figuras. O aluno levanta a sílaba inicial da palavra.
9-Dobrar a folha A4 em oito partes, escrever as sílabas ditadas e desenhar o que
começa com aquela sílaba.
10-Distribuir as sílabas do cartaz e chamar o aluno que está com a sílaba
correspondente a figura falada pelo professor para ser colocada no cartaz.
A APOSTILA DE ATIVIDADES
Determina os conteúdos da Proposta de Alfabetização que serão trabalhados
e condiciona as estratégias de ensino das sílabas para eficácia da aprendizagem.
Trata-se de um recurso bem elaborado, com atividades claras, bem objetivas,
isento de poluição visual. Acompanha os passos do processo de alfabetização
silábica e atende as necessidades de apoio que o método requer.
Com o apoio das atividades da apostila, o professor terá condições de auxiliar
o aluno em suas reais possibilidades de aprendizagem tanto na leitura quanto na
escrita, promovendo a elevação do autoconceito e da capacidade de aprender.
É importante lembrar que aprendemos fazendo e quando fazemos estamos
aprendendo. É uma fonte de ajuda, mas não é substituto do professor. Dependendo
da maneira que for utilizado pode comprometer a aprendizagem do aluno.

CADERNO DE ATIVIDADES
É conveniente que cada aluno tenha seu caderno com as atividades
sugeridas pela proposta. Trata-se de reforçar o que se está trabalhando na apostila,
praticar a escrita e incentivar o amadurecimento pedagógico. O caderno também
poderá servir para as tarefas de casa, as quais devem ser as mesmas feitas na sala
de aula para que o aluno possa realizar com segurança e autonomia.

ETAPAS DA PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO

1. Leitura e escrita de sílabas com a vogal A.

 No inicio do processo se referir a sílaba à figura da apostila, A avião, BA banana,


Ca cachorro ... Quando trazemos da memória a sílaba, primeiro fazemos a imagem
da figura, depois da sílaba ou para nos lembrarmos da sílaba primeiro lembramos
da imagem, então se apresento várias figuras como referência á sílaba o estudante
fará a imagem de várias figuras.
 O importante é a sílaba e não a palavra, mostro a palavra, explico que palavras são
formadas por letras. Que para escrever as sílabas usamos letras, que as letras
precisam ser colocadas no lugar certo para formar palavras e sílabas. Para

formar BA primeiro B depois A.

 Ao se referir a letra é aconselhável que se reproduza o som e não o nome da letra.


 O trabalho com as sílabas precisa ser consolidado, desse aprendizado depende os
proximos passos, daí a importância do material de apoio para essa aprendizagem,
o estudante DI precisa de repetição, pois assim conseguirá instalar esse
conhecimento na memória de longo prazo.
 Podemos utilizar: painel das sílabas, bingo de sílabas, tabuleiro de sílabas, bingo
de figuras, dominó de sílabas, baralho de sílabas, corrida das sílabas, varal das
sílabas...

2. Leitura e escrita de palavras com a vogal A.

 Com o painel das sílabas exposto na sala fica fácil montar as palavras pois

o BA da banana vai se juntar ao LA do lápis e forma então BALA.

 Somente quando domina o conhecimento das sílabas, a relação das silabas e


figuras, som da sílaba relacionado á escrita é que começamos o trabalho com
palavras.
 Se o estudante domina esse conhecimento a compreensão da formação da palavra
juntando às sílabas se torna mais fácil.
 Trabalhar sempre com a imagem da palavra.
 Muita leitura, alfabeto móvel, ditado, imagem, jogos...
 Podemos utilizar: bingo de palavras, forme a palavra, bolsinho das palavras,
baralho de palavras, livrinho das palavras, dominó de palavras ...

3. Frases com palavras com a vogal A.

 Nesta etapa trabalhamos bastante com a dimensão sintática, com a sintaxe, o


estudante precisar praticar muito a leitura e escrita de frases.
 Usar sempre o apoio visual, no inicio isso é importante, pois a imagem reforça o
que está sendo escrito e lido.
A GATA NA MALA.
 Nesta etapa trabalhamos com palavras soltas para a formação da frase utilizando
cartões com palavras, alfabeto móvel.
 Escrita de frases a vista de gravuras.
 Quando o estudante lê e interpreta frases passamos a última etapa com o trabalho
da vogal A.
 Em pesquisas constata-se que, para o entendimento e interpretação de textos se
faz necessário ler com fluência, então só passamos para a leitura de texto
quando o aluno lê com fluência as frases.

4. Textos com a vogal A.


 · Se torna difícil um texto contextualizado somente com consoantes e vogal A,
cabe ao professor dar significado ao texto, contextualizar.

A PACA
A PACA NA MALA.
A PACA NA CAMA.
A PACA NA SALA.
A PACA NA LATA.
PACA, VÁ PARA A MATA.
 Ao apresentar este texto para os alunos conto a história: Fui passear na casa do
meu tio Juca em um sitio, deixei minha mala no quarto, quando voltei sabem quem
estava na mala? Uma paca, gritei e a paca pulou para a cama, chamei meu tio e a
paca foi para a sala, meu tio espantou a paca e ela saiu para o quintal e entrou em
uma lata. Tio Juca então falou: "Paca vá para a mata", a paca sumiu na mata.

 Próxima etapa é o trablho com a vogal O, seguindo a mesma sequência da vogal


A, ja iniciando a junção de sílabs com a vogal A e O.

Dificuldade de Aprendizagem na Escola

Dificuldade de aprendizagem na escola


Por que há, hoje, tantos alunos com dificuldades de aprendizagem? E por que há uma
tendência em encaminhar essas crianças para os consultórios médicos? Não seria o caso de
“tratar” dessas questões por meio de intervenções pedagógicas individualizadas? Esta pergunta
parece ter tantas respostas que hoje não se sabe se o problema é mesmo de aprendizagem da
criança ou de “ensinagem” do professor e da professora.

Geralmente, os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, sobretudo, quando o


assunto é leitura e escrita – a base sobre a qual todas as disciplinas são edificadas. Mas, há
outras dificuldades que podem aparecer no aluno em idade escolar: memorização, raciocínio
matemático, compreensão e até mesmo dificuldade global, aquela que atinge o desenvolvimento
geral do aluno. Se um aluno não sabe tirar de um texto tudo aquilo que ele pode oferecer,
certamente os conteúdos escolares não o transformarão como poderiam.

É justamente aí que a exclusão começa a se manifestar. A exclusão social é


operacionalizada também pela escola e dentro dela. Isso ocorre quando a escola não consegue
lidar com as dificuldades dos alunos nos quesitos ler, escrever e pensar e essa dificuldade básica
vai repercutir nas outras disciplinas levando o aluno a não entender matemática, história e demais
áreas pois todas elas dependem da leitura. A dificuldade em lidar com o texto na sala de aula não
é um problema específico do professor de língua portuguesa.

Professores de história, de geografia, de filosofia, para citar alguns exemplos, também


lidam diariamente com textos e, portanto, deveriam trabalhar também técnicas de produzi-lo, mas
ao invés disto, sabe-se que muitos esperam que este trabalho seja apenas do professor de língua
portuguesa e ai está um problema grave da escola. Tender a olhar na direção dos professores de
língua portuguesa quando se busca um responsável pela superação dessa dificuldade dos
alunos é um pecado dos mais graves da educação. Isso precisa mudar. Toda a escola é
responsável pela aquisição da habilidade de leitura e escrita. Todo professor deveriam dominar
técnicas de leitura e escrita para poder ensiná-las aos alunos, mas o que vemos na realidade é
que há muitos educadores deficientes neste quesito. Basicamente, existem dois tipos de
dificuldades de aprendizagem: as associadas às causas orgânicas ou às causas pedagógicas. As
que são associadas a causas orgânicas estão vinculadas aos transtornos, aos déficits, às
deficiências, ao estresse ou a outros quadros patológicos que podem interferir na atividade e no
processamento de informações que envolvem o processo de ler, escrever e pensar.

Para lidar com essas situações é preciso contar com uma equipe multidisciplinar, em que
cada profissional terá um papel específico e confluente. Assim, médicos, fonoaudiólogos,
psicólogos e psicopedagogos podem, cada um na sua área, trazer uma contribuição importante
para a superação, quando possível, da limitação apresentada pelo aluno. Já as dificuldades de
aprendizagem associadas às causas pedagógicas (não orgânicas) são demarcadas pelo uso
equivocado de procedimentos pedagógicos em grupos de alunos incapazes ou com limitações
para acompanhá-los.

Os erros de condução pedagógica são os mais encontrados nas escolas e este está
diretamente relacionado à falta de competência do professor. Resta-nos apenas, nesse caso,
sonhar com o dia em que educadores voltem a estudar para reaprender a ensinar.
Materiais da Proposta

Claudia Mara da Silva

O estudante com diagnóstico de deficiência intelectual apresenta significativas oscilações e ritmos diferenciados no
processo de construção do conhecimento. Assim não se justificam práticas no nivelamento cognitivo ou nas
limitações decorrentes da deficiência intelectual. As potencialidades que esses alunos apresentam necessitam ser
valorizadas e as estratégias de ensino precisam estar articuladas ao interesse do aluno e ao conhecimento já
adquirido, porém é preciso considerar sobre a prática e as oportunidades de interação com o objetivo de ampliar o
conhecimento. Quanto mais as estratégias forem diversificadas e adequadas às diferenças de ritmo e estilo de
aprendizagem, menores serão as barreiras no processo de aquisição do conhecimento.

O objetivo do material pedagógico manipulável é estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas por meio
de experiências ricas e criativas, buscando provocar a analise de ideias, conceitos e reflexão, para subsidiar as ações
pedagógicas.

A formação de conceitos depende do contato do estudante DI com o objeto de aprendizagem. O contato com o
material faz com que o desafio da aprendizagem seja colocado em prática, já que alguns recursos podem suprir
lacunas na aquisição de conceitos e habilidades que se tornam imprescindíveis para aprendizagem desse grupo de
estudantes.

O manuseio de diversos materiais possibilita ao estudante realizar sua aprendizagem mais eficientemente,
constituindo-se num meio para incentivar, possibilitar e efetivar o processo ensino-aprendizagem. O bom
aproveitamento dos materiais didáticos estará sempre condicionado a habilidade do estudante, sua experiência e
interesse, pois na Educação Especial os materiais didáticos precisam ser elaborados levando em consideração a
necessidade do estudante, sua habilidade cognitiva e a possibilidade da diversidade de experiência.

As apostilas e jogos no material Desafios do Aprender tem seu principal objetivo contribuir para a aprendizagem
de alunos com dificuldade, alunos esses que necessitam de um material diferenciado, tudo é muito funcional, no
primeiro momento são trabalhadas as sílabas formadas com a vogal A: BA CA DA FA GA JA LA MA NA PA QUA
RA SA TA VA XA ZA. Não trabalho o H, K, W, Y esses fonemas são trabalhados na apostila volume 2.

Na apostila de alfabetização volume 1 são trabalhadas as sílabas com todas as vogais, primeiro A, sílabas, palavras,
frases, textos, depois vogal O, U, I, E.
Confeccionar o material é uma das coisas que mais gosto na vida, procuro fazer tudo com muito carinho
e capricho, todo material é confeccionado com papel cartaz e plastificado, as figuras eu pesquiso na
internet e imprimo.

A proposta de Alfabetização Desafios do Aprender deu tão certo que decidi mostrar isso, afinal
conhecimento e afeto se você tem e não reparte com as pessoas de nada adianta.

Pesquiso e desenvolvo o material de acordo com a necessidade do meu aluno, considerando sempre sua
habilidade cognitiva, exemplo disso é o caderno de caligrafia com letra bastão, minha aluna queria muito
um caderno de caligrafia, porem não tinha habilidade motora para a escrita cursiva então criei o caderno.
Com o caça palavras a mesma situação, meu aluno queria fazer caça palavras, então elaborei um caça
palavras de acordo com a habilidade desse aluno.

Mas querem saber o que dá certo mesmo? É a mediação do professor, o professor que busca, que
acredita na capacidade do seu aluno e tenta mudar sua condição de alguém que não aprende para um ser
aprendente.
Apostila alfabetização vol. 1 (129 páginas)
OBJETIVO

 Auxiliar o professor nos encaminhamentos acadêmicos durante o processo de alfabetização.

É uma apostila como cartilha, elaborada com atividades simples e claras, acompanhando os passos da
proposta de alfabetização, as atividades evidenciam a alfabetização silábica atendendo as necessidades
de apoio que a proposta requer.

Alguns materiais para o trabalho com a proposta

PAINEL DAS SÍLABAS

OBJETIVO:

 Trabalhar com as figuras e sílabas.


SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

O painel das sílabas é um material durável que deve ser manuseado pelos alunos,
colocando e retirando as sílabas e figuras.
FIGURAS DO PAINEL

18 fichas com figuras e 18 fichas com sílabas.

OBJETIVOS:

 Possibilitar o desenvolvimento da discriminação auditiva e o reconhecimento das


sílabas.
 Despertar a consciência silábica (capacidade de segmentar a palavra em sílabas).
 Reconhecimento de figuras e sílabas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1. Tirar todas as sílabas e apontar para o desenho perguntando qual sílaba deverá ser
colocada ali;
2. Ler diariamente com os alunos;
3. Distribuir as sílabas entre os alunos e pedir para que coloquem novamente;
4. Usar as sílabas do cartaz para escrever palavras;
5. Ditar as sílabas do cartaz;
6. Distribuir as sílabas entre os alunos, sortear um desenho ou um objeto da sacola animada
(sacola com objetos que iniciem com as sílabas do cartaz, ex. avião, banana, cachorro,
dado, etc) o aluno que tiver com a sílaba correspondente vira a sílaba, ganha o aluno que
virar todas as sílabas.
O painel deve ficar na sala de modo que os alunos consigam visualizar os desenhos e
as sílabas correspondentes.

VARAL DAS SÍLABAS

18 fichas

OBJETIVOS:

 Leitura de palavras a vista de uma gravura.


 Leitura de sílabas.
 Reconhecimento de figuras, palavras e sílabas.
 Estimular o vocabulário.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. Pendurar as fichas em varal e fazer a leitura da palavra e sílaba.


2. Distribuir entre os alunos as fichas, o professor vai falando as características de cada
figura, o aluno que tiver a ficha com as características citadas pelo professor pendura sua
ficha no varal. Ex: uma fruta que começa com BA, um animal que não podemos ter em
casa e começa com JA.

3. Sobrepor sobre as fichas objetos referente as mesmas.

4. Fazer leitura das fichas,


5. Jogar como se fosse um bingo, sorteando as sílabas, objetos, figuras.

TABULEIRO DE FIGURAS

tabuleiro A4 e 18 fichas com as sílabas.

TABULEIRO DE FIGURAS

OBJETIVO:

 Associar a sílaba inicial a figura correspondente.

 Reconhecimento de sílabas e figuras.

 Observação.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. O aluno associa sílaba/figura, colocando a sílaba na figura correspondente.

2. O professor distribui as fichas com as sílabas para os alunos e pede que leiam colocando na figura correspondente.

3. Formar palavras com as sílabas.


TABULEIRO DAS SÍLABAS

tabuleiro tamanho A4, 18 figuras

OBJETIVOS:

 Fazer associação figura/sílaba inicial.


 Reconhecimento de figuras e sílabas.
 Observação.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. O aluno associa figura/sílaba, colocando a figura na sílaba correspondente.


2. O professor distribui as fichas com as figuras, e o aluno deverá colocar na sílaba
correspondente.
3. Dizer a sílaba inicial da figura.
4. Jogar bingo com as figuras, o Professor distribui as figuras e sorteia uma silaba, o
aluno que tiver com a figura da sílaba sorteada vira a figura, vence quem virar todas as
figuras.
Tabuleiro no tamanho A4, acompanha um dado grande com numeração até 3 e 4 carrinhos.

CORRIDA DAS SÍLABAS

tabuleiro tamanho A4, acompanha 1 dado e 3 carrinhos

OBJETIVOS:

 Discriminação de sílabas.
 Associação sílaba/palavra.
 Atenção e concentração.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1. O aluno que tirar o número maior no dado começa o jogo, pula- se as casas conforme o
número do dado. Se cair na sílaba o aluno deverá falar uma palavra correspondente a
sílaba, se cair na figura o aluno deverá falar outra palavra que inicia com o mesmo som
desta. Ex o carrinho parou na figura da abelha o aluno deverá falar outra palavra que
inicie com A.

2. Se parar na sílaba o aluno deverá somente ler a sílaba, se parar na figura o aluno deverá
falar a sílaba inicial da mesma.

O professor poderá desenvolver várias atividades de acordo com o nível dos alunos.

BINGO DE FIGURAS

10 cartelas e 18 fichas com as sílabas.

OBJETIVOS

 Reconhecer figuras e associar a sílaba inicial.


 Atenção e concentração.
 Aquisição de vocabulário.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1. O professor sorteia uma sílaba e o aluno marca na cartela a figura referente a sílaba
sorteada.
2. O professor escreve no quadro ou pede para um aluno escrever uma sílaba, de
acordo com a sílaba escrita é marcada na cartela a figura.
3. Por hipóteses o aluno descobre a sílaba inicial da figura sorteada. Ex a sílaba
sorteada é de um objeto que fica na cozinha.

BARALHO DAS SÍLABAS

36 cartas com sílabas e figuras)

OBJETIVOS:

 Discriminação de sílabas
 Reconhecimento de sílabas.
 Leitura de sílabas.
 Atenção e concentração
SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. Separa se as sílabas das figuras, o professor distribui as sílabas entre os alunos, as


cartas das figuras ficam em um monte e uma a uma vão sendo “viradas”, o aluno que tiver
a sílaba da carta com a figura “virada” faz um par. Ganha quem primeiro montar todos os
pares.
2. Uma variação é distribuir as figuras colocando as cartas das sílabas para serem “viradas”.

3. Distribuir todas as cartas entre os alunos, eles compram uns dos outros, quem formar
todos os pares primeiro ganha o jogo.

4. Distribuir as cartas das figuras e colocar sobre a mesa 4 cartas de sílabas, o aluno que
tiver as figuras correspondentes pega a carta da mesa formando um par, quando todos
pegarem as cartas da mesa coloca se mais 4 cartas. Ganha o jogo quem primeiro formar
os pares com suas cartas.

BINGO DAS SÍLABAS

10 cartelas e 18 fichas com figuras).

OBJETIVOS:

 Reconhecer e discriminar as sílabas.


 Trabalhar a discriminação auditiva.
 Percepção da estruturação silábica.
 Atenção e concentração.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1. O professor sorteia uma figura ou um objeto e o aluno marca na cartela a sílaba inicial do
que for sorteado.
2. Sorteia-se a sílaba e o aluno marca na cartela.
3. Por hipóteses o aluno tem que descobrir a figura ou a silaba sorteada. Ex a sílaba
sorteada é de um animal que vive na lagoa.
4. Utilizar as cartelas como fichas de leitura.
DOMINÓ DAS SÍLABAS

19 fichas com figura e sílaba.

OBJETIVOS:

 Leitura de sílabas.
 Associação figura/sílaba.
 Atenção e concentração
SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. Joga-se como se fosse um dominó, associando figura à sílaba correspondente.

FICHAS DE LEITURA DE SÍLABAS


OBJETIVOS:

 Leitura de sílabas e palavras.


 Associação figura/palavra/sílaba.
 Atenção e concentração

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. O professor distribui as fichas entre os alunos e cada um lê sua ficha.

2. Jogar bingo com as fichas.

3. formar palavras com as fichas. (BALA, FACA, MALA...)

TABULEIROS PARA ESCRITA DAS SÍLABAS

1 tabuleiros tamanhoaA4 para escrita das sílabas com caneta de quadro branco.

OBJETIVOS:

 Escrita de sílabas.
 Associação figura/sílaba.
 Coordenação Motora para escrita.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. O aluno escreve as sílabas correspondentes nos espaços conforme a figura.


FORME A SÍLABA

1 tabuleiro tamanho A4 acompanha alfabeto móvel e 18 figuras

OBJETIVOS:
Formar sílabas.

 Reconhecimento das letras do alfabeto.


 Reconhecimento da sílaba inicial da palavra.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

1. Sobrepor as letras do alfabeto sobre as letras impressas.

2. O professor ou o colega escolhe uma figura colocando no espaço vazio.

3. O aluno monta a sílaba com as letras do alfabeto de acordo com a sílaba inicial da
figura.
Proposta de Alfabetização Desafios do Aprender

Prof. Claudia Mara da silva

1. PERSPECTIVA DA PROPOSTA
A leitura e escrita são processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de
maneiras diversas: inadequação de métodos específicos, desrespeito às particularidades
dos estudantes, a escolha da metodologia que deveria ser baseada nas diferentes
necessidades e dificuldades que as pessoas apresentam, o desrespeito aos reais níveis
etários e possibilidades instrumentais dos estudantes, o que acarreta em exigências
aquém ou além de suas competências.
O conhecimento do sujeito em seu processo evolutivo de aprendizagem, a
observação de aspectos individuais – cognitivos e afetivo emocionais, é primordial para
que o estudante possa pensar e compreender, e assim aprimorar a aprendizagem da
leitura e escrita.
Nenhuma dificuldade se vence com método intempestivo. O melhor caminho, no caso
da leitura, é o entendimento que ler é ato de soletrar, de decodificar fonemas
representados por letras, reconhecer as palavras, atribuir-lhes significados.
O primeiro passo para ensinar o estudante atuar eficientemente com as dificuldades
do acesso ao código escrito, é possibilitar que aprenda mais sobre os sons da língua,
como os sons se organizam no âmbito da leitura ou da escrita.
A proposta de alfabetização Desafios do Aprender procura tornar as atividades
interessantes e prazerosas para que a aprendizagem aconteça de maneira ativa, o
estudante vivencia as tentativas, a troca, tolerância de erros, para que desenvolva os
esquemas de conhecimento: observar e identificar, comparar e classificar, conceituar,
relacionar e inferir.
Ensinar é estimular a produção de sinapses, tornar possíveis estímulos intelectuais
que acionem o cérebro e favoreçam a aprendizagem.

2. PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO

Essa é uma proposta voltada para estudantes com dificuldade de aprendizagem e


deficiência intelectual, a proposta se baseia no Método Fônico e Método Sodré de
alfabetização.
Estudantes sem dificuldade aprendem facilmente com o método escolhido pela
escola, porém alunos com dificuldade necessitam de um trabalho sistemático e
muita repetição, a neurociência comprova isso.
O processo ensino aprendizagem acontece de forma sistemática, ordenada e
progressiva, iniciando com o desenvolvimento da habilidade de consciência fonológica até
chegar a escrita e leitura de pequenos textos.Nesse processo de alfabetização, o aluno
faz tentativas de leitura e escrita com ajuda de um variado material, praticando e
vivenciando, com a mediação do professor. Todos os passos evocam uma forma de
trabalhar com intensa participação e motivação.
Na proposta de alfabetização primeiro trabalhamos com as sílabas com a
vogal A, (A,BA.CA...) o estudante deverá ser capaz de discriminar as sílabas
relacionando-as com as figuras, ler e escrever as sílabas canônicas formadas com a
vogal A, o som de letras também é trabalhado, porém para o estudante DI se torna mais
claro a associação da sílaba com a palavra, isto se constata com a experiência em
alfabetização, o estudante percebe essa associação com compreenssão, não seria
então J (jota) de jacaré e sim JA de jacaré.
Para tornar a aprendizagem mais dinâmica foram criados vários jogos: painel
das sílabas, baralhinho das sílabas, varal, dominó. etc. e as apostilas. Com prática dos
jogos e atividades o estudante vai se apropriando do entendimento que para formar
palavras usamos letras (consoantes) que devem ser combinadas com as vogais, é o
entendimento do principio alfabético.
Alfabetizar estudantes DI é um desafio para a escola e também para o professor
que precisa aceitar esse desafio, o primeiro passo é despertar nesses estudantes o
desejo de aprender, condição básica para que o aprendizado aconteça.
3. MATERIAIS DA PROPOSTA
Confeccionar o material é uma das coisas que mais gosto na vida, procuro fazer tudo com
muito carinho e capricho, todo material é confeccionado com papel cartaz e plastificado.
A proposta de Alfabetização Desafios do Aprender deu tão certo que decidi divulgar, afinal
conhecimento e afeto se você tem e não compartilha com as pessoas de nada adianta.
Pesquiso e desenvolvo o material de acordo com a necessidade do aluno, considerando
sempre sua habilidade cognitiva.

Mas quer saber o que dá certo mesmo? É a mediação do professor, o professor que
busca, que acredita na capacidade do seu aluno e tenta mudar sua condição de alguém que não
aprende para um ser aprendente.

BINGO DE FIGURAS

BINGO DE FIGURAS
OBJETIVO
 Reconhecer figuras e associar a sílaba inicial.
 Atenção e concentração.
 Aquisição de vocabulário.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1. O professor sorteia uma sílaba e o aluno marca na cartela a figura referente a sílaba.
2. O professor escreve no quadro ou pede para um aluno escrever uma sílaba, de acordo com a
sílaba escrita é marcada na cartela a figura.
3. Por hipóteses o aluno tem que descobrir a sílaba inicial da figura sorteada. Ex a sílaba sorteada
é de um objeto que fica na cozinha.
PAINEL DAS SÍLABAS

PAINEL DAS SÍLABAS


OBJETIVO
 Possibilitar o desenvolvimento da discriminação auditiva e o reconhecimento das sílabas.
 Despertar a consciência silábica (capacidade de segmentar a palavra em sílabas).
 Reconhecimento de figuras e sílabas.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1. Tirar todas as sílabas e apontar para o desenho perguntando qual sílaba deverá ser colocada ali;
2. Ler diariamente com os alunos;
3. Distribuir as sílabas entre os alunos e pedir para que coloquem novamente;
4. Usar as sílabas do cartaz para escrever palavras;
5. Ditar as sílabas do cartaz;
6. Distribuir as sílabas entre os alunos, sortear um desenho ou um objeto da sacola animada (sacola
com objetos que iniciem com as sílabas do cartaz, ex. avião, banana, cachorro, dado, etc) o aluno
que tiver com a sílaba correspondente vira a sílaba, ganha o aluno que virar todas as sílabas.
O estudante precisa ler e escrever (se apresentar condições motoras) as sílabas
com a vogal A.
Quando domina esse conhecimento o próximo passo é a leitura e escrita de
palavras com A. Com o painel das sílabas exposto na sala fica fácil montar as palavras
pois o BA da banana vai se juntar ao LA do lápis e forma então BALA.
O passo seguinte: frases com palavras somente com a vogal A:
A BALA NA LATA.
A PATA NADA.
A MALA NA SALA.

Muita leitura, jogos, alfabeto móvel, jogos, escrita, jogos,..... O estudante DI precisa
de muita repetição, mas uma repetição estimulante praseroza, os jogos cumprem com
esse objetivo.
Elvira Souza Lima nos diz que independente do método que se utilize precisamos
trabalhar com as dimensões da linguagem: Léxica, Semântica, Prosódia, Sintaxe,
Fonológica e Ortográfica, função dos jogos e atividades dentro da proposta.

A GATA NA MALA.

Quando o estudante lê e interpreta as frases, começamos então a trabalhar com


textos com a vogal A. Em pesquisas constata-se que, para o entendimento e
interpretação de textos se faz necessário ler com fluência, então só passamos para a
leitura de texto quando o aluno lê com fluência as frases.
Este é um dos textos da apostila, para trabalhar com esse texto contei a história: Fui
passear na casa do meu tio Juca em um sitio, deixei minha mala no quarto, quando voltei
sabem quem estava na mala? Uma paca, gritei e a paca pulou para a cama, chamei meu
tio e a paca foi para a sala, meu tio espantou a paca e ela saiu para o quintal e entrou em
uma lata. Tio Juca então falou: "Paca vá para a mata"

A PACA

A PACA NA MALA.
A PACA NA CAMA.
A PACA NA SALA.
A PACA NA LATA.
PACA, VÁ PARA A MATA.

O próximo passo é o trabalho com a vogal O, seguindo a apostila.


A apostila conta com 129 páginas, abaixo 2 páginas da apostila.
“E, acima de tudo, lembre-se que pessoas com deficiência necessitam do que há de
melhor em nós. A fim de que possam ser elas mesmas e que possam crescer, aprender,
modificar-se, desenvolver-se e experimentar, você deve ter essas capacidades. Você só
pode ensinar aquilo que sabe. Se você é aberto ao crescimento, ao aprendizado, às
mudanças, e às novas experiências, permitirá que elas também o sejam.”
Adaptações Curriculares

Prof. Claudia Mara da Silva

As adaptações curriculares, como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998),


constituem possibilidades curriculares de atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos
estudantes.
Estar na escola para se socializar, brincar, fazer parte de um grupo, são atitudes que já
não condizem com a escola inclusiva, se está na escola para aprender, disponibilizando para tal
fim o acesso aos conteúdos escolares. Para isso, existem métodos próprios de ensino,
adaptações e recursos de atendimento.
Não se trata de inventar um currículo novo, mas sim realizar adaptação do currículo para
torna-lo apropriado às peculiaridades do estudante, um currículo dinâmico, alterável, possível de
ampliação para que atenda os estudantes com dificuldade.
As adaptações curriculares devem apontar flexibilizações em várias áreas, requer que na
escola se permita ajustar o fazer pedagógico à necessidade do estudante. Para atender tais
necessidades se faz necessário organizar um programa adequado que dê conta de ensinar a
partir das especificidades dos estudantes com dificuldade de aprendizagem.
Podem ser consideradas ações adaptativas ao currículo:
 Priorização de conteúdos: conteúdos que sejam funcionais e essenciais ou seja, instrumentos
para aprendizagens posteriores.
 Priorização de objetivos: que enfatizam capacidades básicas de atenção, participação,
socialização, relacionamento inter pessoal.
 Seqüência de conteúdos: que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade
das tarefas, atendendo a seqüência de etapas, à ordenação da aprendizagem.
 Reforço da aprendizagem e retomada de determinados conteúdos: para garantir o seu domínio e
a sua consolidação. Isso é feito a partir da diversidade de situações e tarefas que tem o mesmo
objetivo.
 Não se prender a conteúdos menos relevantes: focar em conteúdos considerados básicos e
essenciais no currículo.

OBJETIVOS EDUCACIONAIS
Se torna difícil cumprir com objetivos mesmo que organizando os meios e as formas de
ensino, então como se faz para levantar objetivos educacionais para estudantes com deficiência?
O Professor não pode deixar de lado os componentes curriculares e as metas a serem atingidas,
mas ao mesmo tempo se depara com estudantes que apresentam dificuldade ou deficiência em
áreas do desenvolvimento. Tem em mãos uma proposta de adaptação curricular mas pergunta-
se: De que forma ensinar determinado conteúdo? Como vou fazer isso? Que tipo de material
usar?
Considerando que a criança com dificuldade de aprendizagem aprenda de uma maneira
peculiar, torna-se lógica a ideia que seus materiais e os procedimentos de ensino sejam também
diferenciados. Os componentes curriculares e seus conteúdos precisam ser mantidos; as
mudanças estarão na forma de apresentação da atividade, na visualização dos conceitos que
serão ensinados e na proposta do ensino voltado para a diversidade.
Definir um planejamento pedagógico baseado em critérios que estabeleçam: o que
ensinar, como ensinar e quando ensinar, quais as formas de ensino mais eficiente para
determinado estudante.
No registro do desempenho pedagógico do estudante deve constar que as avaliações são
elaboradas com adaptações e que o estudante não acompanha o desempenho acadêmico da
turma, isso acontece porque é aluna de inclusão e a escola tem um projeto pedagógico para
esse fim.

Exemplificando, vamos trabalhar na área de Língua Portuguesa 2º ano:


Habilidades e competências: considerar a ordem alfabética na organização de registros
como listas, dicionário, etc.
O estudante com dificuldade precisa trabalhar muito mais ou melhor repetir mais vezes que a
criança sem dificuldade, o professor elabora as atividades de acordo com os critérios a serem
avaliados.
Critérios: quais os critérios serão avaliados nessa habilidade? Aí é que o professor elabora as
atividades de acordo com a capacidade cognitiva do estudante, vamos imaginar um
estudante não alfabetizado, lembrando, que para avaliar critérios, preciso trabalhar com esse
conteúdo. Digamos que o professor irá avaliar os seguintes critérios:
 Identifica as letras do alfabeto?
 Nomeia as letras do alfabeto?
 Reconhece que o alfabeto é escrito de acordo com uma ordem e que a escrita das letras seguem
uma seqüência?
 Emprega a ordem alfabética na escrita de lista de palavras? (De que maneira?)
 Escreve as palavras ou copia escrevendo-as em ordem alfabética?
 Utiliza a ordem do alfabeto considerando a primeira letra das palavras?

Na prática ficaria assim: (lembrando o aluno não é alfabetizado)

COPIE O ALFABETO NA ORDEM:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRS

TUVW XYZ

ESCREVA AS LETRAS QUE FALTAM PARA COMPLETAR O ALFABETO

A C D F I J K
N P Q S V W Y

RISQUE A PRIMEIRA LETRA DE CADA PALAVRA.

ABACAXI BANANA CAVALO DADO

FOCA GATO JACARÉ LOBO


ESCREVA A LETRA QUE VOCÊ RISCOU NA ORDEM, COMEÇANDO DA
PRIMEIRA PALAVRA.

_____ _____ _____ _____ _____ _____ _____ ______

Autismo: Informação visual antes da verbal!!


Considero o estilo cognitivo diferencialmente VISUAL da criança com autismo o principal
problema dentro da escola regular. Em geral , as pessoas insistem em fazer com que a criança
com autismo se guie pelo que esta sendo dito, que é o meio mais simples e eficaz de ensinar
crianças SEM AUTISMO.
Ao contrário, nossas crianças com autismo processam rapidamente e preferencialmente as
informações visuais. Isto faz toda diferença no aprendizado dentro da sala de aula, mas não quer
dizer que os professores não deveriam usar linguagem verbal como uma modalidade
educacional, mas que o uso exclusivo desta modalidade poderá ser frustrante tanto para o
professor quanto para o aluno.
De todas as técnicas educacionais que usamos, a que atende diretamente as
necessidades educacionais da criança com autismo é a apresentação visual da informação. As
palavras podem ser usadas, indicações físicas podem ser úteis, mas os materiais e estrutura
física que orientam visualmente o aluno são muito mais efetivos. Isto tanto para a execução da
rotina quanto das tarefas, independente do grau de autismo do aluno.
Esta diferença de processamento, causa as principais queixas escolares: resistência, distração,
agitação e até agressividade. Também o isolamento e a passividade.
Pense você sendo obrigado a permanecer numa sala com pessoas falando grego ou pior
tendo que fazer tarefas com as explicações em Grego.
Quanto tempo vai durar sua paciência?
Quanto tempo você conseguirá permanecer sentado olhando para as pessoas que estão falando?
O primeiro e grande aprendizado para as pessoas que tem alunos com autismo ou que se
dispõem a atender estas crianças é saber que você esta lidando com um cérebro diferente, que
aprende por caminhos diferentes!!

Atividades Programa Teacch


PROGRAMA TEACCH

(Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children)

Em português significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados
com a Comunicação. É um programa educacional e clínico com uma prática predominantemente
psicopedagógica criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou observar profundamente os
comportamentos das crianças autistas em diversas situações frente a diferentes estímulos.

0 método Teacch fundamenta-se em pressupostos da teoria comportamental e da psicolingüística:


* Na área da psicolingüística, fundamenta-se nessa teoria a partir da afirmação de que a imagem visual
é geradora de comunicação.

* Na Terapia comportamental é imprescindível que o professor manipule o ambiente do autista de


maneira que comportamentos indesejáveis desapareçam ou, pelo menos, sejam amenizados, e condutas
adequadas recebam reforço positivo.

* Na terapêutica psicopedagógica, trabalha-se concomitantemente a linguagem receptiva e a


expressiva. São utilizados estímulos visuais (fotos, figuras, cartões), estímulos corporais (apontar, gestos,
movimentos corporais) e estímulos audiocinestesicovisuais (som, palavra, movimentos associados às
fotos) para buscar a linguagem oral ou uma comunicação alternativa. Por meio de cartões com fotos,
desenhos, símbolos, palavra escrita ou objetos concretos em seqüência (potes, legos etc.), indicam-se
visualmente as atividades que serão desenvolvidas naquele dia na escola. Os sistemas de trabalho são
programados individualmente e ensinados um a um pelo professor. As crianças autistas são mais
responsivas às situações dirigidas que às livres e também respondem mais consistentemente aos
estímulos visuais que aos estímulos auditivos.

Quando a criança apresenta plena desenvoltura na realização de uma atividade (conduta adquirida), esta
passa a fazer parte da rotina de forma sistemática.

Mas o trabalho não se limita apenas aos aspectos cognitivos, ensinando-lhes também noções básicas
de (AVD –atividades de vida diária e AVP- Atividades de vida prática) possibilitando-lhes maior
independência possível.

Na maioria das vezes a utilização deste método traz tranqüilidade à criança já que possibilita melhor
compreensão e comunicação. A classe é, geralmente , composta no máximo por seis alunos; há um
professor e um assistente.

Usando da pesquisa de potencialidades, dificuldades e preferências do indivíduo para criar um


plano que promova o máximo possível sua independência, tem atingido os objetivos propostos.

O TEACCH tem ajudado o autista a adequar-se dentro de suas possibilidades à sociedade,


promovendo sua independência em função de suas dificuldades.

As técnicas comportamentais e a educação especial têm mostrado a forma mais eficiente para o
atendimento dos indivíduos portadores do espectro autístico.

O TEACCH é um programa especial de educação talhado para as necessidades individuais de


aprendizado da criança autista baseado no desenvolvimento do cotidiano.

Teve início nos anos 60 quando 3 médicos estavam trabalhando com crianças autistas e viram a
necessidade de construir meios para o controle do ambiente de aprendizado e que encorajasse a
independência das crianças. O que faz a diferença na abordagem TEACCH ser única é o foco no design
do ambiente físico, social e na comunicação. O ambiente é estruturado para acomodar as dificuldades que
a criança autista tem ao mesmo tempo que treina a sua performance para a aquisição de hábitos
aceitáveis e apropriados.
Baseado no fato de crianças autistas serem frequentemente aprendizes visuais, o TEACCH trás uma
clareza visual ao processo de aprendizado buscando a receptividade, a compreensão, a organização e a
independência. A criança trabalha num ambiente altamente estruturado que deve incluir organização física
dos móveis, áreas de atividades claramente identificadas, murais de rotina e trabalhos baseados em
figuras e instruções claras de encaminhamento. A criança é guiada por uma sequência de atividades muito
clara e isso ajuda que ela fique mais organizada.

Objetivos do TEACCH:

Os objetivos do TEACCH são basicamente dez, a saber:

1. Ensinar a relação entre causa e efeito


2. Incentivar a comunicação
3. Ensinar habilidades para a vida adulta
4. Promover o máximo de independência reduzindo a ajuda do adulto
5. Promover clareza e sinalização do ambiente e tarefas
6. Apresentar visualmente instruções
7. Organizar a noção de fim
8. Manter a Rotina com flexibilidade
9. Respeitar a individualidade
10. Ensinar habilidades em situações as mais próximas das naturai

Princípios do programa TEACCH


Guiando-se pelos princípios abaixo, o TEACCH oferece as idéias básicas de sua fundamentação, sem as
quais o educador não conseguirá organizar-se na estrutura do programa.
São eles:
1.Para se ensinar novas habilidades é necessário adequar o ambiente ás dificuldades do indivíduo.
2.A colaboração entre família e escola é condição indispensável para o tratamento
Para que que a intervenção seja eficaz é necessário colocar ênfase na HABILIDADE e nas facilidades
4.A corrente teórica que fundamenta a prática educativa é a cognitivo-comportamental
5.A avaliação deve nos guiar pelas áreas de desenvolvimento
6.Os suportes visuais auxiliam na estruturação da forma de ensinar. São os chamados “prompts"
7.A Previsibilidade organiza a mente caótica da pessoa com autismo
Fundamentação básica:

1.Preocupar-se com os interesses e facilidades do aluno


2.Realizar avaliação processual
3.Auxiliar o aluno na compreensão dos significados
4.Potencializar a comunicação com a família
5.Estruturar a forma de ensinar e apresentar as tarefas
6.Planejar estratégias de mudança comportamental mediante a análise funcional do comportamento

Características do TEACCH

• Individualidade na programação do currículo


• Instrução visual
• Rotina com flexibilidade
• Ambiente livre de hiperestimulação
• Ordenação universal (da esquerda para a direita/ de cima para baixo)
• Clareza nas ordens
• Automonitoramento provocando independência
• Análise de tarefas como recurso de ensino e avaliação
• Atividades e tarefas organizadas em sistemas de trabalho

Contribuições do TEACCH:

1. Favorecer a Generalização
2. Favorecer o Controle do comportamento
3. Estimular e desenvolver Atenção
4. Administrar a Sequencialização

O TEACCH não visa eliminar o padrão autistico, mas aproveitar o que o autismo provoca na pessoa.

Ao mesmo tempo em que o TEACCH estrutura atividades em sistemas de trabalho que organizam o
pensamento e evidenciam o conceito que está sendo ensinado, o oferecimento das tarefas em vários
contextos (ambientes, pessoas, situações, material) favorece a generalização do conteúdo, gerando a
aprendizagem.

O que infelizmente ainda se vê em instituições e escolas que supostamente usam o TEACCH, é o


aluno executando as mesmas atividades por tempo indeterminado, sentado em uma mesa de trabalho o
tempo todo, sem variar de conteúdo, sem mudar a ordem de apresentação, sem introduzir o conceito
ensinado em outras tarefa, etc. Esta prática ajudou a proliferar a falsa idéia de que o TEACCH "mecaniza"
ou "robotiza" os alunos. (ver "mitos e verdades sobre o TEACCH" no link TEACCH - o que é).
Isso não é verdade quando usamos as formas adequadas e o uso correto dos procedimentos de ensino.
Além disso, colocando ênfase em um conceito, guiando o aluno para o foco a ser trabalhado, eliminando
estímulos desnecessários e concorrentes, garantimos a atenção e por conseguinte, sucesso no trabalho.
Tal engajamento, sendo mais produtivo faz com que o aluno obtenha sucesso e passe a emitir condutas
mais adequadas. Sabendo o que tem que ser feito, por quanto tempo terá que trabalhar, visualizando a
instrução e reconhecendo o que se espera dele, o aluno com autismo sai de um estado ansioso e passa a
contribuir funcionalmente para a sua aprendizagem. Talvez seja esta a maior contribuição do TEACCH
para estas pessoas.

O Programa TEACCH beneficia alunos que apresentam:

1. Dificuldade na aprendizagem de conceitos


2. Foco excessivo em detalhes
3. Distrabilidade
4. Pensamento concreto
5. Dificuldade na associação de idéias
6. Dificuldade na generalização
7. Impulsividade e ansiedade
8. Anormalidades sensório-perceptuais

Ambiente Otimizado para a Aprendizagem


Compreender a maneira como o cérebro da sua criança funciona é crucial para poder oferecer a ela
uma ambiente otimizado para a aprendizagem. Abaixo apresentamos um breve resumo de alguns dos
estudos sobre o cérebro de crianças com autismo.

O autismo é referido como uma desordem de espectro devido à grande variedade de sintomas
presentes em pessoas com o diagnóstico. Pesquisadores, utilizando tecnologias que possibilitam o estudo
da estrutura cerebral, também afirmam que os cérebros de pessoas com o diagnóstico de autismo variam
vastamente de um para o outro. Por consequência, alguns cientistas têm sugerido que devemos estudar
não apenas a estrutura do cérebro, mas também o mecanismo em que neurônios (células cerebrais)
individuais se conectam e comunicam para que encontremos o problema de conexão neural que afete
todas as pessoas com autismo. Pesquisadores têm encontrado evidências de que a maneira com que
alguns neurônios são conectados no cérebro de pessoas com autismo pode levar a uma correlação baixa
entre sinal e ruído.

Isto significa que muitos dos sinais que as células cerebrais estão enviando umas para as outras talvez
venham acompanhados de “barulho” ou “ruído”, como a estática em um sinal de rádio. Esta é uma das
explicações do porquê crianças com autismo tornariam-se hiper-estimuladas por informações sensoriais e
teriam então dificuldade para escolher entre duas fontes diferentes de informação. Por exemplo, é
geralmente mais difícil para uma criança com autismo conseguir ouvir o que o professor fala quando
outras crianças estão fazendo barulho. Estudos analisando a eletricidade no cérebro de pessoas com
autismo mostram que mesmo quando elas estão tentando ignorar certos aspectos de seu ambiente (como
o barulho em uma sala de aula), seus cérebros respondem a estas informações do mesmo jeito que
respondem à informação que a criança está tentando prestar atenção (como a voz do professor). O
problema para muitas crianças com autismo parece ser o de “filtragem”, isto é, elas são menos capazes do
que as crianças típicas de filtrar e descartar a informação sensorial que é irrelevante para o que elas estão
tentando prestar atenção. Consequentemente, os cérebros daqueles com autismo dão igual valor para
todos os estímulos recebidos, causando um bombardeio de informação sensorial com o qual a criança tem
de lidar. Os cérebros de crianças típicas aprendem a filtrar e descartar os estímulos irrelevantes durante
os primeiros anos de vida, o que possibilita que, ao começarem a frequentar a escola, consigam focar sua
atenção na atividade pedida pelo professor. É muito difícil para um grande número de crianças com
autismo conseguir aprender em um ambiente onde existem muitas informações sensoriais concomitantes
(incluindo-se barulhos, toques, cheiros, estímulos visuais, etc.), como acontece em uma sala de aula.
Crianças com autismo estão absorvendo uma quantidade enorme de informação a todo momento; isto
significa que em algum ponto elas terão que escolher entre reter ou descartar essas informações. Estudos
demonstram que, em comparação com pessoas neurotípicas, as pessoas com autismo tendem a retardar
este processo de “escolha”. Uma analogia para este processo seria como andar pelos corredores de um
supermercado e colocar em seu carrinho uma unidade de cada item a venda para apenas depois, na
chegada ao caixa, descartar o que você não quer comprar. Isto causa uma demora no processamento de
estímulos. Estudos com tecnologias que permitem ver quais partes do cérebro estão sendo utilizadas
durante uma tarefa confirmam que este é o fenômeno acontecendo dentro do cérebro de pessoas com
autismo. Há mais atividade nas regiões do cérebro designadas para o processamento de baixa ordem
(como o andar pelos corredores do supermercado) do que em regiões cerebrais especializadas para o
processamento de alta ordem (passar pelo caixa e levar para casa os itens que constavam na sua lista de
compras).
Talvez isto explique por que as crianças com autismo frequentemente apresentam dificuldades em
áreas de processamento de alta ordem (ex: atenção, organização, linguagem, etc.). Elas passariam tanto
tempo tentando lidar com a recepção de informação sensorial (baixa ordem) que acabariam não tendo
tempo para praticar o processamento de alta ordem que outras crianças da mesma idade praticam. Desta
forma, o cérebro da criança com autismo começaria a se desenvolver de forma diferenciada em relação ao
cérebro de seu irmão com desenvolvimento típico. Há sinais de que este estilo de processamento da
informação já se encontre presente na época do nascimento da criança, mesmo que os comportamentos
autísticos não sejam identificados até os cerca de 18 a 24 meses de idade.
Especialistas dão a este estilo de processamento (que limita-se em parte ao processamento de baixa
ordem) o nome de “ fraca coerência central”. A coerência central refere-se à habilidade de processar
contextualmente a informação recebida, associando informações para se chegar a um significado do todo,
geralmente às custas da memória de detalhes. Assim sendo, na fraca coerência central haveria a
tendência entre aqueles com autismo de prender-se ao processamento de detalhes ao invés da visão do
todo em uma situação. Por exemplo, após olhar para figuras idênticas e receberem a requisição para se
lembrarem do que estava na figura, uma pessoa típica provavelmente descreveria a cena como sendo “um
pôr-do-sol na floresta”, enquanto que uma pessoa com autismo poderia descrevê-la como “folhas
brilhantes, luz laranja e um galho com uma balança pendurada”. Este estilo de processamento é a razão
pela qual algumas pessoas com autismo, em comparação com pessoas típicas, apresentam performances
superiores em certas tarefas. Uma destas tarefas é o teste da figura inserida. Como um exemplo desta
tarefa, a figura de um carro seria apresentada para as pessoas. Todas conseguiriam identificar facilmente
o carro. Porém, quando fosse pedido que apontassem os três triângulos na figura, as pessoas sem
autismo seriam muito mais lentas do que aquelas com autismo. Isto se deve ao fato de pessoas típicas
focarem rapidamente no todo da figura, não prestando tanta atenção aos detalhes. As pessoas com
autismo identificariam rapidamente os triângulos por estarem acostumadas a ver o mundo através dos
detalhes.
Pesquisas envolvendo pessoas com autismo, desde estudos sobre como as células cerebrais
conectam-se até estudos sobre como as pessoas atuam em testes psicológicos, nos oferecem a imagem
de um mundo fragmentado, sobrecarregado e tomado por “barulho” para aqueles com autismo. Esta
noção é confirmada por relatos autobiográficos de pessoas com autismo. A compreensão do mundo
fragmentado e sobrecarregado de uma criança com autismo nos leva a ver a importância que tem o
ambiente ao seu redor na elaboração dos programas educacionais e nos tratamentos que a ela são
oferecidos. Também explica a razão das crianças com autismo procurarem ordem e previsibilidade em
seus ambientes físicos.

Ambientes físicos com grandes quantidades de estimulação sensorial (ex: painéis com cores fortes,
barulho de fundo, etc.) aumentam o “barulho” num sistema sensorial já sobrecarregado, tornando
extremamente difícil qualquer nova aprendizagem – como tentar aprender japonês dentro de um
barulhento shopping center. Devido à presença de outras crianças e do tamanho do espaço físico
necessário para abrigá-las, a sala de aula convencional é altamente limitada em termos de poder atender
às necessidades das crianças com autismo. Até a iluminação por meio de lâmpadas fluorescentes, tão
comum em salas de aula, tem sido apontada em estudos científicos como sendo um fator que afeta o
comportamento de crianças com autismo. Infelizmente, estas considerações relativas ao ambiente da
criança são geralmente desprezadas e têm sua importância desvalorizada quando programas
educacionais são oferecidos para crianças com autismo, ou ficam além dos limites físicos e materiais das
escolas convencionais.
Abordagem interacionista, Responsiva e Motivacional. A
Aprendizagem Social através da Interação Prazerosa

Crianças e adultos com autismo apresentam dificuldades na aprendizagem da habilidade de orientação


social, no desenvolvimento de habilidades como a atenção compartilhada (prestar atenção à mesma
atividade ou ao tópico que outra pessoa está prestando) e o compartilhar experiências emocionais com os
outros. Estes são passos cruciais durante os primeiros anos do desenvolvimento da criança e formam a
fundação para todo o aprendizado social. Sem a habilidade de atenção compartilhada, a criança não é
capaz de sustentar uma conversa ou até envolver-se em uma simples brincadeira de cócegas por muito
tempo. De maneira similar, esta criança não consegue colocar-se “no lugar de outra pessoa” e imaginar o
que a outra pessoa possa estar pensando ou sentindo, o que é vital para a participação em trocas sociais
dinâmicas e espontâneas. O desenvolvimento da atenção compartilhada, da flexibilidade social, do contato
visual, da comunicação receptiva e expressiva são fundamentais para que a criança com autismo não
fique perdida na arena social.

Ao considerar o desenvolvimento da habilidade de atenção compartilhada uma fundação para os


outros aprendizados, utilizamos uma abordagem interacionista que valoriza o relacionamento com a
pessoa que apresenta características do espectro do autismo. Investimos em interações divertidas com a
criança que incentivem o desejo por mais participações espontâneas em interações. Queremos que a
criança aprenda a ser ativa na interação social e que se interesse cada vez mais pelo que o outro faz ou
fala. Para tanto, é essencial que sejamos pessoas interessantes para ela, pessoas com quem ela goste de
estar! Procuramos então ser divertidos, lúdicos, compreensivos, prestativos, amorosos, demonstrando
nosso respeito e admiração pela criança em nossas interações diárias com ela.

Muitas das pessoas com autismo apresentam grandes dificuldades de comunicação. O


estilo responsivo de interação tem como príncipio responder aos sinais e comunicações da criança para
atender aos seus interesses e necessidades. Respondendo de forma imediata, positiva e intensa à maior
parte das tentativas de comunicação da criança, demonstramos a função e o poder de sua comunicação, e
a estimulamos a querer se comunicar conosco com maior frequência e qualidade.

Quanto mais motivada a criança estiver para interagir conosco espontaneamente, maior será o seu
envolvimento, participação e aprendizado. Queremos então inspirar a criança a se sentir motivada para
interagir, superar suas dificuldades e aprender. A avaliação das habilidades atuais da criança identifica os
próximos passos a serem trabalhados e estimulados (as metas educacionais), e as informações relativas
aos atuais interesses, estilo de aprendizagem e preferências sensoriais da criança auxiliam a elaboração
personalizada de atividades interativas motivacionais, interessantes e divertidas, que proporcionem a
oportunidade da criança desenvolver suas habilidades brincando.

O mesmo aplica-se para o trabalho com um adulto. As atividades são adaptadas para serem
motivadoras e apropriadas ao estágio de desenvolvimento específico do indivíduo, qualquer que seja sua
idade. Uma vez que a pessoa com autismo esteja motivada para interagir com um adulto, este adulto
facilitador poderá então criar interações que a ajudarão a aprender as habilidades do desenvolvimento que
são aprendidas através de interações dinâmicas com outras pessoas (por exemplo, o contato visual “olho
no olho”, as habilidades de linguagem e de conversação, o brincar, a imaginação, a criatividade, as
sutilezas do relacionamento humano), e habilidades emocionais, sensório-motoras, de vida diária e de
cognição.
Propomos a implementação de um programa de desenvolvimento contando com a participação
fundamental dos pais, o acompanhamento de uma equipe profissional multidisciplinar, a parceria da escola
e a possível colaboração de voluntários. Para muitas famílias, recomendamos um programa de
desenvolvimento que inclua sessões responsivas e lúdicas na residência da criança ou adulto com
autismo. As sessões geralmente individuais (um-para-um) são realizadas em um quarto especialmente
preparado com poucas distrações visuais e auditivas, contendo brinquedos e materiais motivadores que
sirvam como instrumento de facilitação para a interação e subseqüente aprendizagem.

Colocando em Prática o Estilo Responsivo de Interação


A criança com características do espectro do autismo apresenta dificuldades para interagir e se
comunicar. Na residência da criança, em uma clínica, ou até na escola quando possível, reserve um tempo
para ser especialmente responsivo à sua criança (Ver página sobre o Estilo Responsivo na Escola). Ao ser
responsivo aos desejos e às iniciativas sociais da criança, sendo prestativo e respondendo positivamente
ao que ela quer, você estará facilitando e encorajando mais interações com ela. A atitude responsiva não
poderá ser utilizada o tempo todo, pois precisaremos também impor limites e lidar com os direitos e
desejos das outras pessoas, mas podemos aumentar a porcentagem do tempo em que somos
responsivos com a criança, principalmente em ambientes especialmente preparados para ela e e nos
quais ela tenha nossa total atenção.

Se sua criança demonstrar para você com gestos, sons, palavras ou olhares que deseja algo (e que
seja possível para você dar), seja prestativo e responda imediatamente oferecendo a ela o que ela deseja.
Mostre claramente que as iniciativas sociais da criança são eficazes para conseguir sua ajuda. Quanto
mais a criança interagir com você, mais ela aprenderá com você. Com o tempo, em interações prazerosas
e de confiança, você poderá ajudar sua criança a comunicar-se de formas cada vez mais complexas e
eficazes.

A atenção compartilhada ou conjunta (prestar atenção ao mesmo que a outra pessoa) é a base para o
aprendizado social da criança. Queremos que a criança tenha experiências prazerosas ao interagir
conosco para motivá-la a querer interagir mais vezes. Nada melhor então do que brincar! Observe o que a
sua criança está gostando de fazer e brinque com ela, divirta-se, e ofereça ideias para expandir a
brincadeira. Conhecendo os interesses da criança, você também pode criar e sugerir atividades interativas
que sejam interessantes para ela e que possibilitem mais interações e oportunidades para que as metas
educacionais (aquilo que você gostaria de ajudá-la a aprender naquele momento) sejam trabalhadas. As
metas educacionais podem ser trabalhadas de forma divertida no decorrer da interação prazerosa.
Brincadeira Imitativa.

No momento em que a criança não apresenta disponibilidade para interagir, ao invés de forçá-la a
brincar conosco, podemos utilizar uma estratégia responsiva que crianças de desenvolvimento típico
utilizam nos primeiros anos de vida: brincar em paralelo com as outras crianças. Quando brincamos em
paralelo, observamos as ações da outra pessoa e espelhamos ou imitamos essas ações demonstrando
nosso interesse no que a pessoa faz. É uma forma não invasiva de aproximação. Aos poucos, a criança
que está sendo espelhada pode passar a espontaneamente prestar atenção em nós interessada em nossa
ação, o que leva ao desenvolvimento da habilidade de atenção compartilhada! Ao sermos observados pela
criança, podemos tentar expandir nossas ações oferecendo variações da ação imitada, ações motivadoras
que estimulem a criança a permanecer interativa, e quem sabe conseguir até que a criança passe a nos
imitar e a responder positivamente a desafios divertidos.
Pesquisas empíricas como as citadas abaixo demonstraram que a imitação das atividades da criança
pode estimular o desenvolvimento de habilidades sociais, como o aumento do contato visual, maior
atenção compartilhada e interesse no adulto, maior habilidade para imitar o adulto, maior disponibilidade
para aproximar-se fisicamente e brincar junto.

Idéias para ajudar na comunicação

Figuras e fotografias

Para ensinar crianças a se comunicarem, temos que ajudá-las a entender que palavras, figuras e símbolos
têm significado. O processo inicial é ensinar a associação entre figuras e objetos, que pode ser feito com
jogos nos quais se nomeiam objetos. Depois, pode expandir-se para atividades, inicialmente usando-se
ações reais (por exemplo, beber no copo) e, então, o abstrato (por exemplo, fingir que bebe no copo).
Assim, pode-se usar a figura de um copo para expressar a necessidade de beber. Depois que se aprende
essa etapa, pode-se acrescentar mais figuras.
Há dois modos de se usar figuras mais sistematicamente: o sistema de comunicação por troca de figuras
para melhorar a comunicação e o horário visual, o qual emprega uma série de figuras para explicar uma
seqüência de eventos futuros. Constata-se que ambos são de grande utilidade para muitas crianças.
Algumas talvez não atinjam esse estágio, mas ainda assim recebem ajuda com o uso de cartões isolados
para indicar que o farão a seguir.

Objetos
No início, algumas crianças acham dificílimo entender a ligação entre figuras e atividade. Nesse caso, é
melhor começar usando-se um objeto real, talvez mostrando sapatos para indicar que a criança logo sairá.
Ela pode comunicar a necessidade de beber alguma coisa colocando o copo sobre a mesa.
Os pais talvez queiram ajudar o filho a encontrar o caminho mais adequado para buscar ajuda. Por
exemplo, podem usar uma técnica denominada “modelagem”.

Usar linguagem simples.


Em geral, nossa linguagem é muito complicada para crianças com autismo. Muitos pais ficam perplexos ao
descobrir o volume de complexidade da linguagem que usar ao assistirem a si próprios em vídeo, quando
estão em casa com o filho. É mais útil manter frases curtas e o vocabulário simples. Usar primeiro o nome
da criança e ater-se a verbos e substantivos simples pode fazer maravilhas em alguns casos: “George, dê
o livro à mamãe” é mais eficaz do que: “Por favor, poderia me passar o livro?”

Contato frente a frente

Crianças reagem melhor se nos aproximamos delas e as olhamos no olho. É assim com todas as crianças,
mas é muito importante para aquelas com autismo. Como ela praticamente não lançam mão do contato
visual, é tentador achar que não é importante. Contudo, talvez nunca o aprendam se não vivenciarem
regularmente.

Dar tempo para as respostas.

Crianças com autismo costumam ter problemas de processamento da linguagem. Demoram mais para
entender o que os outros dizem. Portanto, é importante dar-lhes mais tempo do que o normal para
ouvirem, entenderem e descobrirem como responder. Deve-se falar mais devagar e esperar mais tempo
pela resposta. Alguns pais ficam perplexos ao perceberem a diferença que essa atitude causa.

Computadores

Às vezes crianças com autismo reagem bem às informações em uma tela de computador. Há muitos
jogos e programas didáticos no mercado. Chegou-se a se pensar que o uso de computadores levaria as
crianças a desenvolverem automaticamente obsessões com essas máquinas e, assim, reduziria seu
contato social. Na verdade, o uso de computadores costuma ajudar a incentivar a comunicação porque
motiva muitas crianças, que se dispõem a pedir ajuda e compartilhar seu entusiasmo. Contudo, é
importante proporcionar várias atividades alternativas e ter cautela quanto ao tempo que a criança passa
exclusivamente brincando com o computador, pois o desenvolvimento de obsessões é uma realidade.

Usar interesse e aptidões da criança.

Use os interesses e as aptidões de seu filho para ajudar seu desenvolvimento. Se ele é interessado em
marcas de carro, por exemplo, tente criar jogos com elas para que seu filho denomine-as ou as relacione
com palavras ou símbolos.

Trecho extraído do livro Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger


Relato: Proposta de alfabetização para alunos com deficiência
intelectual: desafios do aprender.

Relato:

Apresentar o mundo das letras a um aluno com deficiência intelectual, é antes de


tudo uma responsabilidade da Escola Especial e do professor que trabalha nela. No
entanto, o ensino tem que vir acompanhado da aprendizagem. Se tornarmos o processo
de ensino difícil ou complicado, é bem possível que um aluno com deficiência nunca se
interesse ou se aproprie dele. Podemos aprender muitas atividades fora da instituição,
mas ler e escrever é função da escola, dever do professor e direito do aluno.

Assim, no ano de 2010, iniciamos, na Escola Brasil Perrotti, questionamentos sobre


os benefícios que teriam nossos alunos ao se apropriarem da leitura e da escrita.
Conscientizados de que seriam muitos e de grande peso para seu desenvolvimento,
partiu-se em busca de encontrar uma forma de ensinar a ler e escrever que estivesse ao
alcance deles, uma vez que o método desenvolvido pelo Ensino Regular não os atingia.

Para ensinar de forma que aprendessem e tivessem sucesso, fizemos a experiência


de trabalhar com a Proposta Desafios do Aprender, da professora Claudia Mara da Rede
Municipal de Ensino, que repassou seus conhecimentos para os professores de nossa
escola. E com um trabalho conjunto entre direção, coordenação e professores
desenvolveu-se esta forma de alfabetizar que respeita as características de nossos
educandos.

A Proposta Desafios do Aprender é simples, prática, e eficaz. O processo ensino-


aprendizagem acontece de forma sistemática, ordenada e progressiva. O aluno aprende
com facilidade, torna-se autoconfiante e fica com sua autoestima elevada.

Conclui-se, então, que nosso olhar para o potencial cognitivo e não para a
deficiência, investindo numa forma de ensinar, nos resultou em alunos alfabetizados, mais
seguros e confiantes, o que proporcionou e facilitou o desenvolvimento de outras
habilidades.

17

O TRABALHO COM O DICIONÁRIO ILUSTRADO

Com o dicionário ilustrado podemos trabalhar com a consciência fonológica, o desenho,


alfabeto móvel, leitura e escrita.
O trabalho com a consciência fonológica é indispensável para a alfabetização, mas afinal o que
é consciência fonológica e por que é tão importante para a alfabetização?
A consciência fonológica é a capacidade de identificar e manipular os sons de uma língua.
Representa uma capacidade complexa em que a criança começa a identificar e a refletir que o
discurso é constituído por um conjunto de frases, e que estas podem ser segmentadas em
palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em unidades mínimas, ou seja, os
fonemas.(Freitas, Alves e Costa, 2007).
É importante o trabalho com a consciência fonológica porque o desenvolvimento de tal
habilidade está relacionado com a aprendizagem da leitura e escrita, da associação grafema-
fonema (leitura) e fonema-grafema ( escrita). Nem todas as crianças têm a oportunidade de
adquirir e desenvolver essa competência.
E o desenho? Por meio do desenho a criança cria e recria individualmente formas
expressivas, inteirando percepção e imaginação, a criança é o sujeito do seu processo, aprende a
desenhar a partir da sua interação com o desenho.
Possibilitar à criança que desenhe, é possibilitar que represente graficamente suas
experiências com a imaginação. O desenho está ligado com o desenvolvimento da escrita,
auxilia também para a representação simbólica, o desenvolvimento motor e consequentemente
para a alfabetização.
O trabalho com o alfabeto móvel contribui para que a criança se aproprie do princípio
alfabético ou seja o entendimento que para formar palavras as letras precisam ser colocadas nos
espaços corretos, para escrever por exemplo ABACAXI primeiro a letra A, depois o B e de novo o
A para formar BA.

A INCLUSÃO DO ALUNO DI NO ENSINO COMUM.

Prof. Claudia Mara da Silva


A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. Possibilita, aos que são
discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor, que por direito, ocupem seu espaço na
sociedade.
Uma proposta de educação inclusiva deve ser compreendida como uma educação para todos e com
todos que tem condições de frequentar uma escola comum, buscando-se meios e modos de remover as
barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos os aprendizes. É preciso considerar o outro no
mundo, valorizar o que ele é, e o que pode vir a ser, a função da escola então é garantir a todos o direito a
educação.
A escola comum enfrenta o desafio da inclusão, vivemos um momento importante na história da
educação de pessoas com deficiência, evidenciar o potencial de aprendizagem destes alunos e a importância
da convivência entre deficientes e não deficientes é fundamental para se estabelecer um planejamento
pedagógico e adaptações necessárias, garantindo assim aprendizagem desses alunos dentro da escola
comum.
Discutir a prática pedagógica em sala de aula e analisar as premissas teóricas e práticas relacionadas a
aprendizagem de alunos com deficiência intelectual para possibilitar o acesso ao currículo desses alunos,
atendendo assim suas necessidades de aprendizagem e seu desenvolvimento. Conhecer o aluno, o que ele
é capaz de realizar, mesmo com a mediação de outros é fundamental para organizar ações educativas
adequadas para o trabalho.
Neste contexto educacional a compreensão das necessidades educacionais dos alunos com deficiência
intelectual é elemento fundamental para subsidiar sua aprendizagem e assessorar o acompanhamento da
escolarização desse aluno na escola comum, através da oferta de recursos necessários para viabilizar seu
sucesso educacional.
A entrada do aluno com deficiência intelectual na escola comum, numa perspectiva inclusiva,
proporciona um momento diferenciado para a educação na medida em que possibilita um processo de
criação pedagógica na busca de novos procedimentos de ensino, novas estratégias metodológicas capaz de
atingir o potencial de cada um dos alunos, respeitando suas diferenças e ao mesmo tempo possibilitando sua
participação na escola comum.
Devido às especificidades de suas necessidades e de seu desenvolvimento, bastante diferenciadas, a
aprendizagem do aluno com deficiência intelectual tem se caracterizado como um processo complexo, e
para se garantir a escolaridade desse aluno faz-se necessário adaptações pedagógicas e curriculares.
A condição de deficiência intelectual não poderá nunca predeterminar qual será o limite de
desenvolvimento do individuo., por isso a educação na área da deficiência intelectual deve atender ás
necessidades educacionais sem se desviar dos princípios básicos da educação propostas as demais pessoas.
Um dos aspectos importantes na área da deficiência intelectual está ligado a busca de alternativas
pedagógicas através das quais esses alunos sejam membros participantes e atuantes do processo educacional
e sua presença seja considerada. A escola deve tomar para si a responsabilidade acerca de seu processo de
conhecimento.
É preciso definir e documentar as necessidades específicas do aluno com deficiência intelectual, com
base no referente curricular do ano em que está matriculado, relacionado aos: conteúdos e objetivos;
procedimentos de ensino, avaliação e níveis de apoio pedagógico especializado. As adequações precisam
responder as diferentes necessidades educacionais dos alunos, uma vez que não podemos desconsiderar as
especificidades da deficiência intelectual e a complexidade curricular que se amplia no decorrer da
escolaridade.
A escola tem um importante desafio: encontrar caminhos que possam superar os limites impostos pela
deficiência, através do mecanismo de compensação, e centrar sua atenção nas condições em que a
aprendizagem ocorre.De acordo com Smolka e Laplane (2005).
Historicamente, as abordagens em Educação Especial acontece de maneira fragmentada, justificada pela
condição do aluno com deficiência intelectual, colocando-o numa posição inferior e dificultando sua
participação no processo educacional.
A atuação pedagógica com alunos DI assume papel imprescindível já que é responsável pelo processo de
mediação da aprendizagem no que diz respeito a possibilitar a constituição desses alunos como sujeitos
históricos, capazes de apreensão dos bens simbólicos e de desenvolvimento de suas capacidades.
A presença de alunos com deficiência intelectual em ambientes comuns de aprendizagem poderá nos
permitir reconhecer possibilidades de compartilhar experiências educacionais significativas, essencial para o
desenvolvimento humano. Nesse sentido a escola desempenha um papel insubstituível frente ao
desenvolvimento de alunos com deficiência intelectual.
Uma escola dinâmica, colaborativa, é determinante para o desenvolvimento, capaz de oferecer um
novo espaço para alunos com deficiência intelectual, que ao considerar suas possibilidades de aprendizagem
mesmo que diferente dos demais alunos.
A proposta de uma educação inclusiva pode caracterizar-se como uma nova possibilidade de
reorganização dos elementos constituintes do cotidiano escolar, uma vez que, para tornar-se inclusiva e
atender as diferenças de seus alunos, há de se pensar num novo projeto pedagógico: flexível, aberto e
dinâmico. Projeto capaz de envolver toda a comunidade escolar e ousar na busca de novas relações
educativas (OLIVEIRA, 2004).
È um repensar sobre o papel da escola e seus objetivos educacionais. Não se trata de negar os
conhecimentos curriculares e sim favorecer ao aluno com deficiência intelectual o acesso ao conhecimento,
mas ao mesmo tempo, respeitar sua condição própria de aprendizagem, sem iguala-lo ao outro. Cabe a
escola encontrar formas de valorizar e considerar a “maneira” de ser e aprender de crianças e adolescentes
com deficiência intelectual. Como diz Padilha (2001, p. 135) “vencer as barreiras de sua deficiência –
expandir possibilidades, diminuir limites, encontrar saídas para estar no mundo, mais do que ser apenas uma
pessoa do mundo”.
Avaliação do aluno com deficiência intelectual
A avaliação não pode restringir-se às suas condições de desenvolvimento bio-psico-social, mas
também deve estabelecer o seu potencial de aprendizagem, inclusive o nível de competência curricular desse
aluno, tendo como referencia à proposta curricular do ano ou ciclo onde está matriculado (OLIVEIRA e
POKER,2004; OLIVEIRA e LEITE, 2000; SEBASTIAN, 1999).
Os instrumentos de avaliação devem informar o desenvolvimento atual do aluno, a forma como ele
enfrenta determinadas situações de aprendizagem, os recursos e o processo que faz uso em determinada
atividade.
Avaliar as condições de desenvolvimento dos alunos com deficiência intelectual demonstrando a
importância e a possibilidade de um processo avaliativo que forneça elementos para um planejamento
pedagógico diretivo que responda ás necessidades e possibilidades de aprendizagem do aluno.
De acordo com Ferreira (1993), no caso dos alunos com deficiência intelectual, nem sempre ficam
claros os “ajustes” a serem feitos em termos de materiais, recursos, técnicas, currículos ou pessoal,
necessários para garantir sua aprendizagem e, consequentemente, os aspectos a serem analisados numa
avaliação educacional. Dessa forma, muitas vezes, a avaliação acaba por reduzir-se à busca de um
diagnóstico que justifique o fracasso desse aluno.
Educadores e pesquisadores em educação especial vem discutindo as inadequações do sistema de
avaliação diagnóstica e pedagógica, considerando-se a necessidade de acompanhamento dos avanços
educacionais desses sujeitos, principalmente nesse momento em que sua escolarização deve se dar, de
acordo com os pressupostos inclusivistas, nas classes comuns do ensino regular.
A avaliação da aprendizagem na perspectiva de inclusão educacional não poderá jamais ser
entendida com o objetivo único de aferir resultados e medir conhecimentos e sim identificar as habilidades e
competências desenvolvidas pelo aluno e a busca nas atividades pedagógicas diferenciadas o aprendizado
do aluno. Nesse sentido o planejamento das atividades pedagógicas deve favorecer aos alunos a construção
de conhecimentos significativos, que sejam úteis no seu dia a dia e que favoreçam a sua integração na
sociedade.
A avaliação na ótica inclusiva deve ser realizada de forma processual, observando o
desenvolvimento biopsicossocial do aluno, sua funcionalidade, características individuais, interesses,
possibilidades e respostas pedagógicas alcançadas, com base no currículo adotado.
Dessa foram a avaliação, torna-se documento de inclusão, pois possibilita identificar e responder as
necessidades educacionais dos alunos no processo educacional na busca de soluções alternativas que
favoreçam a aprendizagem.

Adaptação Curricular
Adaptação Curricular é o conjunto de modificações necessárias seja nos objetivos, conteúdos,
metodologia, atividades, avaliações para atender as dificuldades no princípio da individualização, são
estratégias educativas adotadas para facilitar o processo de aprendizagem de alunos com necessidades
educativas específicas. Tais estratégias pretendem, a partir de modificações curriculares adequar as
condições de aprendizagem de cada um.
Uma adaptação curricular portanto é uma sequência de ações sobre o currículo escolar que
beneficiem a aprendizagem de alunos que não poderiam ser atendidas através dos meios e dos recursos
metodológicos usados habitualmente pelo professor para responder as diferenças individuais de seus alunos
e que requerem ajustes, recursos ou estratégias pedagógicas distintas das requeridas pela maioria dos
estudantes. Dizem respeito à alunos que apresentam maiores dificuldades que os demais estudantes.
A adaptação curricular fundamenta-se em: o que o aluno deve aprender, como e quando aprender,
que formas de organização do ensino são mais eficientes no processo de aprendizagem, o que e como
avaliar o aluno.
Nas adaptações dos objetivos e conteúdos devem ser priorizados os que sejam essenciais para a
aprendizagem posterior, reformulação de sequência de conteúdos ou ainda a eliminação de conteúdos
secundários, sempre acompanhando as adaptações propostas para os objetivos educacionais.
Adaptar o método de ensino ás necessidades do aluno é um procedimento fundamental na atuação do
professor, procurar estratégias que melhor respondam ás necessidades de aprendizagem e introduzir
atividades alternativas para que o aluno realize enquanto os colegas realizam outras atividades são
procedimentos que facilitariam a aprendizagem desses alunos.
Muitas vezes se faz necessário ensinar ao aluno o conteúdo de uma forma diferente, com uma
linguagem menos elaborada e utilizar-se de material manipulável, demonstrando na prática o que se quer
ensinar. Os alunos com deficiência intelectual não conseguem aprender determinado conteúdo se este não
for apresentado passo a passo e muitas vezes o professor terá que diminuir a complexidade das tarefas
considerando sempre a competência acadêmica do aluno.
Alunos com deficiência intelectual tem um ritmo próprio de aprendizagem, necessitam de um tempo
maior para alcançar os objetivos de aprendizagem propostos no currículo, por isso faz-se necessário a
adaptação da temporalidade. Essas adaptações tanto pode aumentar como diminuir o tempo previsto para o
trabalho com determinados conteúdos.
A adaptação do processo de avaliação é essencial para que se possa atender a necessidade do aluno
com deficiência intelectual, alterar se necessário as formas, instrumentos, técnicas, critérios, linguagem, ou
tempo e oferecer outras oportunidades de promoção. A avaliação requer articulação entre professor e equipe
pedagógica para as adequações curriculares que respondam a necessidade do aluno.

APRESENTAÇÃO PROF. GERALDO PEÇANHA DE ALMEIDA

APRESENTAÇÃO
Prof. Dr. Geraldo Peçanha de Almeida – UFPR

Conheci o trabalho da professora Claudia por meio de uma amiga que estava inserida na
educação especial da rede municipal de ensino na cidade de Curitiba. O que me chamou
atenção no trabalho foi que, de maneira absolutamente simples, sem rebuscamentos algum, ela
conseguia, e ainda consegue levar palavras ao universo de alunos que costumeiramente
costumam ficar fora dele.
O trabalho da Cláudia é muito simples, tão simples que à primeira vista podemos nos perguntar –
Mas se é tão simples, por que dá certo? Se é tão simples e não apresenta nenhuma novidade por
que eu deveria ter este livro ou por que eu devia acreditar no trabalho dela?
A professora Cláudia soube como ninguém associar tudo o que de melhor existe – seja de teorias
fônicas ou psicodinâmicas e montar uma estratégia muito pessoal de trabalho. Ela não inventou
nenhum método ou tampouco criou uma nova teoria, apesar de suas leituras e seus
conhecimentos serem suficientes para tanto. O que ela fez foi justapor uma coisinha aqui, trazer
outra coisinha de lá, aproximar, remendar, selar, colar, inserir, organizar e reapresentar isto tudo
não em uma colcha de retalhos, mas em um tecido que não se pode ver diferenças de suas
tramas. A textura tão bem composta e tão firmemente elaborada por ela só pode dar certo como
tem dado até agora.
A professora Claudia faz de sua pratica diária seu maior testemunho intelectual e seu maior
defensor público. Ela nos apresenta um trabalho pedagógico rigoroso, cheio de atividade para
vogais, para sílabas, para palavras, frases e textos. Parece que ela fez estágio em um
formigueiro e não em uma escola. O trabalho dela é rigorosamente passo a passo. Ela
acompanha a criança ou o adulto passo a passo, mostrando-lhe, por meio de atividades
pedagógicas como ela pode chegar até aquele lugar chamado alfabetização.
Alunos com comprometimento intelectual desafiam quaisquer educadores, sobretudo quando
esses não possuem uma linha-mestra clara e determinante para atuar. Assim, o que a professora
Claudia faz aqui com este material que agora chega às nossas mãos é mostrar como ela faz para
ter essa linha mestra de trabalho.
De atividade em atividade, de ação em ação poderíamos ate dizer que ela apresenta receitinhas
prontas e acabadas, mas basta ter uma leitura mais atenta entre cada uma das atividades para
perceber que o que ela faz vai alem disso.
O que ela faz tem a neuropsicologia por detrás. O que Ela faz tem teorias de linguagem como
embasamento, o que Ela faz tem a prática cotidiana entrelaçando e costurando as ações
pedagógicas.
Resta-nos, torcer para que este não seja o único material que ela nos apresenta. Resta-nos torcer
para que ela nos traga sempre balizas, apontamentos e, sobretudo, o amor ao trabalho. Amor que
podemos ver na construção de jogos, de brincadeiras, de material lúdico e de prática inovadora
em relação ao trabalho com estes alunos que se não são especiais por conta da legislação, são
especiais no que diz respeito ao amor que possuem em seus corações.
ADAPTAÇÕES CURRICULARES

Prof. Claudia Mara da Silva

As adaptações curriculares, como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998),


constituem possibilidades curriculares de atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos
estudantes.
Estar na escola para se socializar, brincar, fazer parte de um grupo, são atitudes que já
não condizem com a escola inclusiva, se está na escola para aprender, disponibilizando para tal
fim o acesso aos conteúdos escolares. Para isso, existem métodos próprios de ensino,
adaptações e recursos de atendimento.
Não se trata de inventar um currículo novo, mas sim realizar adaptação do currículo regular para
torna-lo apropriado às peculiaridades do estudante, um currículo dinâmico, alterável, possível de
ampliação para que atenda os estudantes com dificuldade.
As adaptações curriculares devem apontar flexibilizações em várias áreas, requer que na
escola se permita ajustar o fazer pedagógico à necessidade do estudante. Para atender tais
necessidades se faz necessário organizar um programa adequado que dê conta de ensinar a
partir das especificidades dos estudantes com dificuldade de aprendizagem.
Podem ser consideradas ações adaptativas ao currículo:
 Priorização de conteúdos: conteúdos que sejam funcionais e essenciais ou seja,
instrumentos para aprendizagens posteriores.
 Priorização de objetivos: que enfatizam capacidades básicas de atenção, participação,
socialização, relacionamento inter pessoal.
 Seqüência de conteúdos: que requeiram processos gradativos de menor à maior
complexidade das tarefas, atendendo a seqüência de etapas, à ordenação da
aprendizagem.
 Reforço da aprendizagem e retomada de determinados conteúdos: para garantir o seu
domínio e a sua consolidação. Isso é feito a partir da diversidade de situações e tarefas
que tem o mesmo objetivo.
 Não se prender a conteúdos menos relevantes: focar em conteúdos considerados
básicos e essenciais no currículo.

OBJETIVOS EDUCACIONAIS
Se torna difícil cumprir com objetivos mesmo que organizando os meios e as formas de
ensino, então como se faz para levantar objetivos educacionais para estudantes com deficiência?
O Professor não pode deixar de lado os componentes curriculares e as metas a serem atingidas,
mas ao mesmo tempo se depara com estudantes que apresentam dificuldade ou deficiência em
áreas do desenvolvimento. Tem em mãos uma proposta de adaptação curricular mas pergunta-
se: De que forma ensinar determinado conteúdo? Como vou fazer isso? Que tipo de material
usar?
Considerando que a criança com dificuldade de aprendizagem aprenda de uma maneira
peculiar, torna-se lógica a ideia que seus materiais e os procedimentos de ensino sejam também
diferenciados. Os componentes curriculares e seus conteúdos precisam ser mantidos; as
mudanças estarão na forma de apresentação da atividade, na visualização dos conceitos que
serão ensinados e na proposta do ensino voltado para a diversidade.
Definir um planejamento pedagógico baseado em critérios que estabeleçam: o que
ensinar, como ensinar e quando ensinar, quais as formas de ensino mais eficiente para
determinado estudante.
No registro do desempenho pedagógico do estudante deve constar que as avaliações são
elaboradas com adaptações e que o estudante não acompanha o desempenho acadêmico da
turma, isso acontece porque é aluna de inclusão e a escola tem um projeto pedagógico para
esse fim.

Exemplificando, vamos trabalhar na área de Língua Portuguesa 2º ano:


Habilidades e competências: considerar a ordem alfabética na organização de registros
como listas, dicionário, etc.
O estudante com dificuldade precisa trabalhar muito mais ou melhor repetir mais vezes que a
criança sem dificuldade, o professor elabora as atividades de acordo com os critérios a serem
avaliados.
Critérios: quais os critérios serão avaliados nessa habilidade? aí é que o professor elabora as
atividades de acordo com a capacidade cognitiva do estudante, vou imaginar um estudante não
alfabetizado, lembrando que para avaliar critérios, preciso trabalhar com esse conteúdo.
Digamos que o professor irá avaliar os seguintes critérios:
 Identifica as letras do alfabeto?
 Nomeia as letras do alfabeto?
 Reconhece que o alfabeto é escrito de acordo com uma ordem e que a escrita das
letras seguem uma seqüência?
 Emprega a ordem alfabética na escrita de lista de palavras? (Como
 Escreve as palavras ou copia escrevendo-as em ordem alfabética?)
 Utiliza a ordem do alfabeto considerando a primeira letra das palavras?

Na prática ficaria assim: (lembrando o aluno não é alfabetizado)


COPIE O ALFABETO NA ORDEM:

A B C D E F G H I J K L M
N O P Q R S T U V W X Y Z

ESCREVA AS LETRAS QUE FALTAM PARA COMPLETAR O ALFABETO

A C D F I J K
N P Q S V W Y

RISQUE A PRIMEIRA LETRA DE CADA PALAVRA.

ABACAXI BANANA CAVALO DADO

FOCA GATO JACARÉ LOBO

ESCREVA A LETRA QUE VOCÊ RISCOU NA ORDEM, COMEÇANDO DA


PRIMEIRA PALAVRA.
Obs: essa é uma avaliação para professores que não trabalham com a proposta Desafios
do Aprender, na proposta não se fala nome de letra, as atividades são elaboradas a partir das
sílabas com a vogal A.

DESAFIOS DO APRENDER- Perspectiva da proposta de Alfabetização.

Quando penso em “ensinar” acredito que devo ensinar aquilo que o aluno precisa aprender,
para os alunos com deficiência intelectual não é diferente eles precisam aprender a abrir uma
torneira, lavar as mãos, vestir-se e por que não aprender a ler e escrever? Cada um de nós sabe
se está aprendendo ou não, então sempre procurei conduzir minha prática de maneira, que a
ação pedagógica jamais poderia acentuar a incapacidade de quem não aprende e sim encontrar
uma forma adequada de aprendizagem à singularidade de cada um.
Considero que ensinar é a mais humana das artes, nosso “ensinar” precisa estar carregado de
carinho. Alunos que vem de fracassos contínuos na aprendizagem tem sua auto estima
rebaixada, sentem-se incapazes, assim se faz necessário trabalhar com entusiasmo e ter a
clareza que é preciso que sintam-se capazes de aprender. A aprendizagem precisa ser
prazerosa, o aluno precisa vivenciar o sucesso.
A partir dai comecei a desenvolver uma pesquisa e estudos sobre métodos de alfabetização.
Descobri e estudei o método Sodré e Método Fônico, fazendo adaptações que julgava
necessárias, utilizo esses dois métodos na proposta de alfabetização.
Segundo Marion Welchmann “Se uma pessoa não pode aprender da maneira que é ensinada,
é melhor ensina-la da maneira que pode aprender”. Ora, se uma pessoa não aprende do jeito que
ensino, preciso ensinar do jeito que aprenda.
Em relação aos alunos que utilizam a metodologia mesmo com suas limitações são capazes de
ampliar sua aprendizagem e desenvolver seu cognitivo, é preciso que pessoas envolvidas no seu
processo de aprendizagem não desistam em encontrar maneiras de ensinar. É um desafio
também para o professor promover aprendizagem.
Não saber ler ou escrever causa um menosprezo e o aluno traz esse sentimento consigo, não
há o que se possa fazer para modificar esse sentimento, este sentimento só será alterado se o
aluno efetivamente realizar o ato de escrever e ler. Quando alunos começam a escrever sentem-
se mais confiantes em si mesmos, sua capacidade de aprendizagem vai muito alem do esperado,
sua auto estima permite que acredite em si próprio como um ser que aprende.
Uma aluna pediu para que sua avó participasse de um atendimento, a menina então leu um
pequeno texto escrito em caixa alta e virou-se para a avó dizendo: “Viu vó como eu não sou burra
e aprendi a ler”.
Cora Coralina escreveu:“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, se
você desenvolve um trabalho com bons resultados porque então não partilhar com outras
pessoas para que também se utilizem da sua experiência para alfabetizar pessoas que precisam
tanto aprender a ler e escrever. Muitos alunos aprenderão ler palavras, não importa que sejam só
palavras, um aluno que lê palavras terá condições de ler uma placa, o nome de um ônibus,
quando for trabalhar em um supermercado por exemplo e alguém pedir um produto ele com
certeza usará a leitura para distinguir o nome do produto. Tenho alunos que só faziam bolinhas e
diziam que eram letras, hoje escrevem e lêem as sílabas. Vão se alfabetizar? Não sei, sei o
avanço cognitivo que esses alunos alcançaram.
A leitura e escrita são processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de
maneiras diversas: inadequação de métodos específicos, às particularidades dos estudantes, a
escolha da metodologia baseadas nas diferentes necessidades e dificuldades que as pessoas
apresentam, o desrespeito aos reais níveis etários e possibilidades instrumentais dos estudantes,
o que acarreta em exigências aquém ou alem da competência dos alunos. O professor é o
mediador, o condutor da aprendizagem.
O conhecimento do sujeito em seu processo evolutivo de aprendizagem, a observação de
aspectos individuais – cognitivos ou afetivo emocionais, é primordial para que o estudante possa
pensar e compreender e assim aprimorar a aprendizagem da leitura e escrita.
Nenhuma dificuldade se vence com método intempestivo. O melhor caminho, no caso da
leitura, é o entendimento que ler é ato de soletrar, de decodificar fonemas representados por
letras, reconhecer as palavras, atribuir-lhes significados.
O primeiro passo para ensinar o estudante atuar eficientemente com as dificuldades do acesso ao
código escrito, é possibilitar que aprenda mais sobre os sons da língua, como os sons se
organizam no âmbito da leitura ou da escrita.
A proposta de alfabetização Desafios do Aprender procura tornar as atividades interessantes e
prazerosas para que a aprendizagem aconteça de maneira ativa, o aluno vivencia as tentativas, a
troca, tolerância de erros para que desenvolva os esquemas de conhecimento, observar e
identificar, comparar e classificar, conceituar, relacionar e inferir.
A aprendizagem ocorre de forma sistemática, ordenada e progressiva, iniciando com o
desenvolvimento da consciência fonológica até chegar a leitura e escrita de palavras, e pequenos
textos. A prática leva o aluno a elaborar tentativas de leitura e escrita com auxilio de um
material variado. Para aprendizagem das sílabas, palavras, textos, foram criados vários jogos que
precisam ser utilizados para que a proposta se torne válida e aconteça a aprendizagem.
Trabalhar com essa proposta é proporcionar ao aluno um ambiente desafiador, estimulante e ao
mesmo tempo amigável, confiante e muito otimista.
Ensinar é estimular a produção de sinapses, tornar possíveis estímulos intelectuais que
acionem o cérebro e favoreçam a aprendizagem. Para aprender precisamos de estímulo em
todas as áreas: memória, atenção, concentração, abstração, percepção, linguagem, criatividade,
planejamento, raciocínio lógico, para que aconteça a plasticidade neural. O professor é
fundamental nesse processo, já que é o responsável por criar situações que possibilitem a
aprendizagem dos alunos inseridos naquele contexto, o professor que subestima a capacidade de
aprendizagem do aluno não permite que ele avance no processo de desenvolvimento.
Devemos levar em conta que algumas pessoas com DI não terão condições de tornarem-se
leitores com habilidades para interagir com fontes de informações elaboradas ou resolver
problemas complexos, mas poderão sim, ser capazes de desenvolver habilidades para superar
suas necessidades de leitura e escrita do seu dia a dia facilitando sua independência e interação
na sociedade.
Um aluno com DI escreveu um bilhete para a mãe:” a xave ta na vizina”, a mãe entendeu o
recado e ficou muito feliz. Uma aluna me perguntou: “ xícara é com X ou CH?” Depende muito de
cada aluno até onde ele vai chegar, é só fazendo um trabalho efetivo, pontual e sistemático pra
constatar, muitos alunos avançam e chegam a leitura e interpretação de textos, outros só
palavras, alguns não conseguem, mas eu só posso dizer que não conseguiu, não deu certo se já
tentei inúmeras vezes e de várias maneiras, enquanto isso não acontecer tenho que continuar
estimulando.
A mediação do professor é que vai trazer bons resultados, a qualidade dessa mediação, a
apostila auxilia, o material, sistematiza, facilita a atuação do professor mas o que trará bons
resultados é a forma, a maneira como o professor ensina, a credibilidade que ele deposita no seu
aluno. A verdade é que sua crença na capacidade de aprendizagem dessas pessoas é que vai
verdadeiramente valer como elemento de sucesso e te garanto: a sua satisfação vai valer a pena
esse desafio.
Quando uma pessoa aprende a ler e escrever e você tem uma participação positiva nesse
processo, então é como se descesse do céu um anjo e lhe soprasse palavras de agradecimento e
essas palavras ficam gravadas no coração. Mudanças boas acontecem a sua volta, para alguns
podem parecer insignificantes, mas tem a alegria do dever cumprido, é como se viéssemos para
este mundo para fazer exatamente isso.
O TRABALHO COM A MATEMÁTICA.

“A matemática deve favorecer o pensar e o atuar, construindo habilidades, valores e


atitudes que ampliem a visão de mundo, a construção do conhecimento e a flexibilidade
no apreender a realidade humana.”
Justina Motter Maccarini.

A aprendizagem se realiza através da prática, (ação), o estudante precisa vivenciar a


matemática, para que compreenda todas as etapas do processo, (compreensão).
Conhecer, usar, relacionar e atribuir significados aos símbolos (simbolização) é
fundamental na construção do conhecimento. Esse conhecimento deve ser
gradativamente incorporado (assimilação).
AÇÃO  COMPREENSÃO  SIMBOLIZAÇÃO  ASSIMILAÇÃO
O sucesso do trabalho com idéias matemáticas dependerá não só dos materiais
disponíveis mas da habilidade do professor em usar esses materiais. Aprender é recriar,
reinventar, utilizar adequadamente os diferentes recursos de ensino para que o aluno
desenvolva sua capacidade de estabelecer relações, lidar com grandezas, abstrair,
calcular, encaminhar raciocínios e procedimentos lógicos, questionamentos, Possibilitando
a reelaboração de suas experiências e desenvolvendo a autonomia no pensar e no fazer
matemática.
Um ambiente com atividades ricas e estimulantes, troca de idéias, material adequado e
problemas reais a serem vencidos, o professor fará com que seu aluno construa seu
conhecimento, avance em suas hipóteses e seja capaz de construir a “ação matemática”,
desenvolvendo assim o raciocínio lógico que será usado não apenas nas ciências exatas,
mas em todas as áreas do conhecimento e da vida.
CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS DE MATEMÁTICA

Vocabulário Fundamental

1. Noções de grandeza: grande, pequeno, maior, menor, mesmo tamanho, alto, baixo,
largo, estreito, grosso, fino, comprido, curto.

2. Noções de posição: dentro, fora, na frente de, atrás de, ao lado de, mais perto de,
mais longe de, o primeiro, o último, no meio, de frente, de costas, à direita, à esquerda,
acima, abaixo.

3. Noções de direção e sentido: para frente, para trás, para cima, para baixo, para o
lado, para a direita, para a esquerda, mesmo sentido, sentido contrário, setas, meia volta,
uma volta.

4. Noções de tempo: antes, depois, agora, mais tarde, ontem, hoje amanhã, dia, noite,
iniciação as horas inteiras, velho, novo, moderno, antigo, mais velho de todos, começo,
meio e fim, dia, semana, mês.

5. Noções de capacidade: vazio, cheio, pouco cheio, muito cheio, quase cheio, quase
vazio.

6. Noções de massa: pesado leve, mais pesado, mais leve.

7. Noções de quantidade: muito, pouco, o que tem mais, o que tem menos, mesma
quantidade.

Na aquisição do conceito de número destacam-se as habilidades Pré Numéricas,


habilidades que precisam ser trabalhadas para que o aluno estruture o pensamento para a
aprendizagem.

Classificação: agrupar segundo um critério: cor, forma tamanho, utilidade, espécie, ... ,
podemos classificar figuras geométricas, animais, frutas, botões, tampinhas, brinquedos,
etc.
Seriação: colocar em série, em ordem, ordenar: blocos lógicos, botões, palitos,
tampinhas, estabelecendo relações do tipo: maior que, menor que, mais alto, menos que,
... Seriar conforme a cor: do mais claro ao mais escuro.

Correspondência Biunívoca: correspondência um a um. Ex: xícaras e pires, cães e


ossos, meninos e bonés ...

Conservação de Quantidade: é o reconhecimento que o número de elementos de um


conjunto não varia, quaisquer que sejam as maneiras como se agrupam esses elementos.

Inclusão hierárquica: colocar os objetos em relação de inclusão, incluir mentalmente


“um” em “dois”, “dois” em “três” ... È preciso compreender que dentro de uma
determinada quantidade encontram-se outras, o maior, contem o menor. Ex: incluir
tampas colocando a menor sempre na maior.

Sequência: é a sucessão de elementos dispostos de acordo com uma regra


Uma sucessão de figuras geométricas que obedece à seguinte regra: um quadrado, dois
triângulos, um quadrado, etc

Contagem: contar tampinhas, palitos, etc.

 Por exemplo, se a criança tem dificuldade em realizar atividades de incluir o menor no


maior (inclusão hierárquica) com o material manipulável, tampas por exemplo, também
apresentará dificuldade no entendimento de que o 5 é maior que o 2 e que dentro do cinco
eu tenho 1,2,3,4.
 Se apresenta dificuldade para sequenciar, 1 tampinha azul, 1 vermelha, 1 azul, 1
vermelha, também apresentará dificuldade para realizar a sequencia numérica, que
primeiro vem o 1,2,3...
“Eu ouço e esqueço

Eu vejo e me recordo

Eu faço e compreendo”

Confúcio

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