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Sobre o autor

Gabriel
Gabriel Pereira
Pereira Gonçalves
Gonçalves

O autor do caderno de estudos é o prof. M. S. Gabriel Pereira Gonçalves,


brasileiro, natural do Rio de Janeiro (RJ), mestre em Engenharia Civil pela UENF
(2011), especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (Redentor, 2009),
bacharel em Engenharia Civil (Redentor, 2008). Professor do Centro Universitário
Redentor desde 2010 na modalidade presencial, na modalidade à distância, desde
2015. É coordenador e professor do curso técnico de nível médio em Edificações do
Centro de Ensino Técnico Redentor (CETER). Já ministrou as disciplinas de
Cálculo1, Cálculo 2, Mecânica Geral, Mecânica Aplicada, Sistemas Isostáticos,
Materiais de Construção 1 e 2, Engenharia de Segurança do trabalho,
Equipamentos, Sistemas Estruturais e Estruturas de aço e madeira. É Inspetor
Regional do CREA-RJ (Representante em Porciúncula-RJ). Trabalha na área da
construção civil, prestando serviços a empresas privadas e prefeituras como
engenheiro civil, elaborando orçamentos, vistorias, laudos, parecer técnico, entre
outros.
Apresentação

Olá querido aluno (a), seja muito bem-vindo (a) ao espaço de estudo da
Disciplina de Edificações!

Esta é uma disciplina que dá continuidade aos conteúdos de técnicas de


construção (do semestre anterior), onde você estudou: Estudos preliminares;
Serviços preliminares; Fundações; Escoramentos e reforços; Fôrmas de estruturas
de concreto; Alvenaria; Argamassas e revestimentos; Coberturas; Esquadrias;
Aplicação de tintas e vidros.
Neste período, em Edificações, o primeiro conteúdo a ser retratado será a
documentação necessária para a legalização da execução de uma obra, abordando
desde os projetos, alvará de construção, até habite-se.
Para a matéria da V1, também serão abordados o dimensionamento de
canteiros de obra, impermeabilização, assentamento de revestimento cerâmico e
não cerâmico.
Na V2, em síntese, você irá estudar os seguintes conteúdos: Projeto de
demolição de edificações, norma de acessibilidade e norma de desempenho.
Espero que você se aprofunde nos assuntos que serão abordados, pois estes
fornecerão subsídios para sua atuação profissional.
.
.
.
Bons estudos!
Objetivos

Ao final desta disciplina, o aluno deverá ter o conhecimento em: Projetos e


construção de canteiros de serviços e locação; Materiais betuminosos e
impermeabilização; Aplicação de revestimentos cerâmicos e similares; Projeto de
demolição; Normas de desempenho de edificações; Normas de acessibilidade.

Este caderno de estudos tem como objetivos:

➢ Apresentar os tramites legais para execução de uma obra


legalizada (emissão de ART, alvará de construção, matrícula
junto ao INSS, o HABITE-SE, entre outras documentações;
➢ Apresentar as definições de canteiro de obra, a sua importância,
e como deve ser o seu planejamento, abordando suas áreas de
vivência, áreas operacionais e a sua logística sob aspectos
interno e externo para o aproveitamento eficiente dos recursos
materiais e humanos, alcançando vantagens operacionais;
➢ Apresentar os principais materiais betuminosos utilizados na
impermeabilização;
➢ Abordar as principais aplicações dos revestimentos cerâmicos e
outros tipos de materiais de assentamento, focando no preparo
da base, forma de assentamento e rejuntamento;
➢ Entender por que a demolição é necessária, sua importância,
tipos, principais etapas de um projeto de demolição;
➢ Apresentar os conceitos de acessibilidade;
➢ Compreender as principais recomendações da NBR 9050 (2015)
sobre acessibilidade;
➢ Compreender os conceitos principais sobre a norma de
desempenho.
Sumário

AULA 1 - LICENÇA, ALVARÁS E REGISTROS


1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15
1.1 Projetos ........................................................................................................ 15
1.2 Anotação de Responsabilidade Técnica ................................................. 17
1.3 Alvará .......................................................................................................... 18
1.4 Comunicação prévia à SRTE ..................................................................... 18
1.5 Habite-se ..................................................................................................... 19
1.6 Averbação .................................................................................................. 19
1.7 Licenças ambientais .................................................................................. 19

AULA 2 - CONSTRUÇÃO DE CANTEIROS DE OBRA


2 CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................. 27
2.1 Planejamento do canteiro ......................................................................... 27
2.1.1 Tipos de canteiro ........................................................................................ 28
2.1.2 Disponibilidade de água ........................................................................... 31
2.1.3 Instalações Elétricas ................................................................................... 31
2.1.4 Tapumes ...................................................................................................... 32
2.1.5 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho ....................... 32
2.1.6 Estudo Preliminar do Canteiro de Obras .................................................. 32
2.2 Elaboração de croquis do layout do canteiro......................................... 34

AULA 3 - ÁREAS DE VIVÊNCIA NO CANTEIRO DE OBRAS


3 INFRAESTRUTURA DO CANTEIRO DE OBRA – ÁREAS DE VIVÊNCIAS .......... 44
3.1 Instalações Sanitárias................................................................................. 45
3.2 Vestiário ....................................................................................................... 45
3.3 Alojamento.................................................................................................. 47
3.4 Local para as refeições.............................................................................. 47
3.5 Cozinha, (quando houver preparo de refeições) ................................... 47
3.6 Lavanderia .................................................................................................. 48
3.7 Área de Lazer .............................................................................................. 48
3.8 Ambulatório ................................................................................................ 48
3.9 Escritórios ..................................................................................................... 48
3.10 Portaria e vigilância.................................................................................... 49
3.11 Galerias ....................................................................................................... 49

AULA 4 - ÁREAS OPERACIONAIS


4 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 56
4.1 Áreas para armazenamento de materiais e ferramentas ...................... 56
4.2 Estocagem de material .............................................................................. 57
4.3 Centrais de Produção ................................................................................ 61
4.3.1 Carpintaria e Central de formas ............................................................... 62
4.3.2 Central de concreto e argamassa ........................................................... 63
4.3.3 Central de armação de ferragens ........................................................... 64
4.4 Instalações hidro sanitárias e elétricas..................................................... 65

AULA 5 - LOGÍSTICA EM CANTEIROS DE OBRAS


5 LOGISTICA ................................................................................................... 72
5.1 Partes da Logística...................................................................................... 72
5.2 Transporte .................................................................................................... 73
5.2.1 Transporte externo ...................................................................................... 73
5.2.2 Transporte interno ....................................................................................... 74
5.2.3 Classificação segundo a mobilidade....................................................... 78
5.3 Construção Enxuta ..................................................................................... 79
5.4 O Método 5S ............................................................................................... 82

AULA 6 - MATERIAIS BETUMINOSOS E IMPERMEABILIZAÇÃO


6 IMPERMEABILIZAÇÃO.................................................................................. 91
6.1 Nomenclaturas ........................................................................................... 92
6.2 Classificação dos impermeabilizantes ..................................................... 93
6.2.1 Rígido ........................................................................................................... 93
6.2.2 Semiflexível .................................................................................................. 94
6.2.3 Flexíveis ........................................................................................................ 95
6.3 Tipos de impermeabilização ..................................................................... 96
6.3.1 Impermeabilização de baldrame............................................................. 96
6.3.2 Impermeabilização de alvenaria ............................................................. 97
6.3.3 Impermeabilização de fachadas ............................................................. 99
6.3.4 Aplicação de mantas ................................................................................ 99
6.4 Proteção mecânica ................................................................................. 102
6.5 Cuidados na execução de impermeabilizações ................................. 103
6.5.1 Drenos ........................................................................................................ 104

AULA 7 - APLICAÇÕES DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS E SIMILARES


7 REVESTIMENTOS ......................................................................................... 111
7.1 Revestimentos cerâmicos ........................................................................ 111
7.1.1 Azulejos ...................................................................................................... 112
7.1.2 Pastilhas ..................................................................................................... 116
7.1.3 Revestimento para pisos .......................................................................... 117
7.2 Porcelanato ............................................................................................... 123
7.3 Granilite ..................................................................................................... 123
7.3.1 Regularização de base para granilite .................................................... 125
7.3.2 Pasta de granilite ...................................................................................... 126
7.4 Rochas ornamentais ................................................................................. 126
7.5 Demais tipos de pisos............................................................................... 127

AULA 8 - AULA DE EXERCÍCIOS PARA V1


8 EXERCÍCIOS MODELO ENADE ................................................................... 135
8.1 Questões objetivas ................................................................................... 135
8.2 Questão discursiva modelo enade......................................................... 139
8.3 Questões extras ........................................................................................ 140

AULA 9 - DEMOLIÇÃO
9 DEMOLIÇÃO .............................................................................................. 148
9.1 Processo de Demolição ........................................................................... 149
9.1.1 Fase de pré-demolição ........................................................................... 149
9.1.2 Fase da Execução .................................................................................... 151
9.1.3 Fase pós demolição ................................................................................. 151
9.2 Técnicas de Demolição e Equipamentos .............................................. 152
9.2.1 Demolição Manual................................................................................... 152
9.2.2 Demolição Mecânica .............................................................................. 153
9.2.3 Demolição por Explosivos ou Implosão .................................................. 154
9.3 Projeto de Demolição .............................................................................. 155
9.4 Estudo de caso ......................................................................................... 156
9.5 Finalidades dos resíduos na construção e demolição ......................... 159

AULA 10 - ACESSIBILIDADE – PARTE 1


10 ACESSIBILIDADE – PARTE 1 ........................................................................ 167
10.1 Definições dos termos .............................................................................. 168
10.2 Parâmetros antropométricos e dimensões básicas .............................. 169
10.3 Alcance físico manual ............................................................................. 172
10.4 Informação e sinalização ........................................................................ 173
10.4.1 Símbolos..................................................................................................... 173
10.4.2 Acessibilidade na comunicação ............................................................ 175

AULA 11 - ACESSIBILIDADE – PARTE 2


11 ACESSIBILIDADE – PARTE 2 ........................................................................ 187
11.1 Pisos táteis ................................................................................................. 187
11.1.1 Piso tátil e visual de alerta........................................................................ 187
11.1.2 Piso tátil e visual direcional ...................................................................... 190
11.1.3 Mudança de direção .............................................................................. 191
11.1.4 Outras formas de sinalização .................................................................. 193
11.2 Acessos e circulação............................................................................... 193
11.2.1 Desníveis .................................................................................................... 194
11.2.2 Grelhas, juntas de dilatação e tampas .................................................. 195
11.2.3 Rampas ..................................................................................................... 195
11.2.4 Degraus e escadas fixas .......................................................................... 199
11.3 Corrimãos .................................................................................................. 199
11.4 Vias públicas ............................................................................................. 201
11.4.1 Rebaixamento de calçadas ................................................................... 202

AULA 12 - ACESSIBILIDADE – PARTE 3


12 SANITÁRIOS, BANHEIROS E VESTIÁRIOS ................................................... 213
12.1 Dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário acessível ........ 214
12.1.1 Barras de apoio ........................................................................................ 217
12.2 Bacia sanitária .......................................................................................... 218
12.3 Lavatórios .................................................................................................. 219
12.4 Sanitário coletivo ...................................................................................... 220
12.5 Mictórios .................................................................................................... 221
12.6 Banheiros acessíveis e vestiários com banheiro conjugados .............. 222

AULA 13 - ACESSIBILIDADE – PARTE 4


13 MOBILIÁRIO URBANO E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS ................................ 232
13.1 Mobiliário urbano ..................................................................................... 232
13.1.1 Pontos de embarque e desembarque de transporte público ............ 232
13.1.2 Telefones públicos .................................................................................... 236
13.1.3 Bebedouros ............................................................................................... 236
13.1.4 Assentos públicos...................................................................................... 237
13.1.5 Bilheterias, balcões de informações e similares e as mesas ou superfícies
de trabalho ............................................................................................... 237
13.2 Equipamentos ........................................................................................... 239
13.2.1 Cinema, teatro e similares ....................................................................... 239
13.2.2 Restaurantes e similares ........................................................................... 242
13.2.3 Locais de hospedagem ........................................................................... 242
13.2.4 Parques, praças, praia e locais turísticos................................................ 243
13.2.5 Escolas ....................................................................................................... 244
13.2.6 Biblioteca e centros de leitura ................................................................ 244
13.2.7 Piscinas ...................................................................................................... 244

AULA 14 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE ACESSIBILIDADE


14 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES SOBRE ACESSIBILIDADE ....................... 252

AULA 15 - NORMA DE DESEMPENHO


15 NORMA DE DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES ............................................ 268
15.1 Conteúdo da NBR 15575 .......................................................................... 269
15.2 Principais definições................................................................................. 271
15.2.1 Vida útil - VU .............................................................................................. 271
15.2.2 Vida útil de projeto-VUP ........................................................................... 272
15.2.3 Patologia ................................................................................................... 273
15.2.4 Agentes de degradação ........................................................................ 273
15.2.5 Degradação ............................................................................................. 273
15.2.6 Durabilidade ............................................................................................. 273
15.2.7 Manutenção ............................................................................................. 274
15.2.8 Participantes ............................................................................................. 275
15.3 Incumbências ........................................................................................... 275

AULA 16 - ENSAIOS/ATIVIDADES E EXERCÍCIOS PARA V2


16 CRITÉRIOS PRESENTES NA NBR 15575........................................................ 283
16.1 Requisitos gerais ....................................................................................... 283
16.2 Estanqueidade .......................................................................................... 283
16.3 Desempenho térmico e acústico............................................................ 284
16.4 Desempenho lumínico ............................................................................. 285
16.5 Saúde, higiene e qualidade do ar .......................................................... 285
16.6 Funcionalidade e acessibilidade ............................................................ 285
16.7 Segurança contra incêndio ..................................................................... 286
16.8 Considerações finais ................................................................................ 287
Iconografia
Aula 1
Licenças, alvará e registros

APRESENTAÇÃO DA AULA

Os engenheiros e os arquitetos são os principais responsáveis pela


construção civil no Brasil, sendo responsáveis pela elaboração de projetos e
acompanhamento técnico das obras. Antes de qualquer construção, torna-se
necessária a aquisição de documentos que aprovem o empreendimento perante aos
órgãos competentes. Nesta primeira aula, trataremos dos tramites legais para
execução de uma obra, como por exemplo a famosa ART do engenheiro, o alvará de
construção emitido pela prefeitura, a matrícula junto ao INSS, o HABITE-SE, entre
outros.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Verificar quais tipos de projetos estão sujeitos à aprovação prévia em


órgãos ou empresas de serviço público;
➢ Ter um conhecimento básico sobre o que é ART-Anotação de
Responsabilidade Técnica;
➢ Revisar os conceitos dos projetos arquitetônico/civil, estrutural,
hidrossanitário e pluvial, instalações elétricas e telefônicas;
➢ Conhecer os principais documentos necessários para execução de
uma construção.
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1 INTRODUÇÃO

Uma obra para ser realizada envolve, além da execução, o procedimento


legal de permissão para construção e moradia/uso. Ao construir uma edificação, seja
ela residencial, comercial ou industrial é indispensável garantir junto à prefeitura o
licenciamento de obras.
Caso o empreendimento não tenha a documentação necessária, a
fiscalização dos órgãos competentes poderá embargar a obra, além da multa pela
infração às leis vigentes, e, em alguns casos, a construção pode até ser demolida.
Se tratando da documentação necessária para execução da obra, não existe
uma regra única, pois cada cidade possui exigências particulares para legalização
do imóvel, além da autorização e fiscalização de órgãos competentes que vai de
acordo com o tipo e tamanho do empreendimento. Porém, existem processos
comuns em todos os empreendimentos, como exemplo, a retirada de alvará de
construção, conseguir licença de instalação de energia e água, certidão de habite-
se, etc. Diante de tanta burocracia até a liberação de uso da edificação, vamos
abordar aqui os principais tramites legais para a execução de uma obra.

1.1 Projetos

Você já estudou que o projeto nada mais é do que uma representação do


empreendimento no papel, contendo detalhes que facilitam a execução.
Os projetos são compostos da seguinte forma:
• Projeto arquitetônico (termo usado para arquitetos) ou projeto de
construção civil/edificação/engenharia civil (novos termos usados por
engenheiros civis): define os espaços e a forma da edificação, o tamanho
de cada cômodo e suas aberturas e fachadas externas;
• Projeto estrutural: define os elementos que sustentarão a edificação, são
eles: a fundação, os blocos, os pilares, lajes, vigas e escadas;
• Projeto hidro sanitário e pluvial: apresenta as tubulações de água fria e
esgoto sanitário e de águas pluviais. Detalha onde serão os principais
pontos: caixa de gordura, caixa de passagem, fossa séptica, caixa d’água,
calhas, etc;
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• Projeto de instalações elétricas e telefônicas: Define e localiza os


eletrodutos, fiações, disjuntores, pontos de interruptores, tomadas e
lâmpadas.

Os projetos acima especificados estão sujeitos à aprovação prévia


em diferentes órgãos ou empresas de serviço público. Os principais
são apresentados no quadro 1 abaixo.

Quadro 1: Aprovação dos projetos.


Projeto arquitetônico ou projeto de
Prefeitura Municipal
engenharia civil
Projeto de instalação elétrica Concessionária de energia
Projeto de instalação hidro sanitária e Prefeitura Municipal e Concessionária de
pluvial água e esgoto
Projeto de instalações de combate ao
Corpo de bombeiros
incêndio
Projeto de instalação telefônica Concessionária de telefonia
Fonte: SORAGGI (2016)

Conforme a complexidade da edificação e do tipo de projeto, outros tipos de


projetos podem ser necessários.
Segue abaixo uma lista de projetos que podem ser requisitados:
• projeto de terraplenagem;
• projeto de pavimentação;
• projeto de impermeabilização;
• projeto de instalações de gás;
• projeto de instalações de incêndio;
• projeto de ar condicionado;
• projeto de automação predial;
• projeto de segurança patrimonial e Circuito Fechado de Televisão (CFTV);
• projeto de acústica;
• projeto de demolição.
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1.2 Anotação de responsabilidade técnica

Todo profissional contratado, seja ele engenheiro ou arquiteto tem por


obrigação legal aprovar os projetos junto à prefeitura e recolher a Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(CREA) e/ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) no Conselho de
Arquitetura e Urbanismo (CAU).

Por que todo engenheiro civil deve emitir, no mínimo,


uma ART para cada tipo de serviço?

A.R.T. não é apenas uma obrigação legal para todos os profissionais


vinculados ao Crea (Lei 6.496/77). A Anotação de Responsabilidade Técnica valoriza
o exercício profissional, confere legitimidade documental e assegura, com fé pública, a
autoria e os limites da responsabilidade e participação técnica em cada obra ou
serviço. Gera as garantias jurídicas de um contrato. Com o registro da A.R.T., todo
profissional constrói seu Acervo Técnico. Esse documento é o espelho de suas
realizações, de sua carreira. Tem efeito legal; é indispensável em licitações e
representa um grande diferencial de sucesso individual. Empresas e profissionais são
distinguidos no mercado quando comprovam atividades técnicas de que participaram
quando apresentam seu Atestado de Acervo Técnico. A ART deve ser registrada antes
do início da atividade técnica de acordo com os dados do contrato escrito ou verbal.
Sua ausência sujeita à multa e as demais comunicações legais.

Quer saber mais, acesse o site do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA)
através de: http://transparencia.confea.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Carta-de-
Servi%C3%A7os_Anota%C3%A7%C3%A3o-de-Responsabilidade-T%C3%A9cnica-
ART_01.pdf.
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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) exige que seja


afixada na frente principal da obra uma placa de identificação com os nomes,
registros e anotações das empresas e dos responsáveis envolvidos nos projetos e
execução da obra.

Na disciplina de TÓPICOS DE PLANEJAMENTO EM ENGENHARIA CIVIL


(10° período) você estudará de uma forma mais aprofundada sobre o
tema, inclusive, vendo como o engenheiro deve preencher de forma
correta este documento!

1.3 Alvará

Após o recolhimento da ART e a aprovação do projeto de engenharia civil


junto à secretaria responsável pelo serviço, o profissional contratado deve preencher
o requerimento solicitando o Alvará de Construção.
Junto ao requerimento é necessário:
• projeto de engenharia civil;
• guia de recolhimento de ART (comprovante de pagamento);
• documento de propriedade do imóvel;
• ART de execução da obra.

Dependendo do Município, torna-se necessário também a realização


de uma matrícula junto ao INSS para recolhimento dos impostos
relativos à execução de obras. Normalmente este procedimento é
realizado em obras acima de 70 m².

1.4 Comunicação prévia à SRTE

Conforme visto na disciplina de Segurança do Trabalho, é indispensável a


comunicação prévia à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) –
a antiga Delegacia Regional do Trabalho (DRT) – antes do início das atividades,
informando:
• endereço da obra;
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• qualificação (CEI – Cadastro Específico INSS, CNPJ ou CPF) do


contratante, empregador ou condomínio;
• número máximo de empregados previstos (inclusive subempreiteiros);
• datas previstas de início e término da obra.

1.5 Habite-se

Ao final da construção, a Vistoria de Conclusão de Obra deve ser solicitado


junto à secretaria Municipal Responsável para que este fique apto a receber
moradores.
Imóveis que não possuem o Habite-se, ou outro documento de mesmo fim
(Certidão de Edificação Existente ou Certificado de Vistoria de Conclusão de Obra –
CVCO) perdem valor no mercado, pois, estão irregulares perante ao Município.

1.6 Averbação

Para deixar a edificação regularizada, a construção deve ser averbada junto


ao Registro de Imóveis, desta forma, no registro onde continha apenas o terreno,
agora será incluída a construção em questão.

É importante destacar que entidades que fazem financiamento


de imóveis exigem que a edificação esteja regularizada para
aprovação do empréstimo.

1.7 Licenças ambientais

As atividades da construção civil, por serem atividades que transformam o


meio ambiente, estão submetidas ao licenciamento ambiental na área de influência
do projeto. Este procedimento visa: análise dos impactos, definições das medidas
corretivas e a elaboração de um acompanhamento e monitoramento dos impactos.
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As licenças, quando solicitadas, são concedidas pelos órgãos ambientais do


Município, Estado e União que analisam o impacto ambiental do
empreendimento.

O impacto ambiental de construções civis ganhou mais notoriedade à medida


que o assunto sustentabilidade ganhou importância na sociedade. Hoje, ações que
visam combinar o crescimento econômico aliado à preservação do meio ambiente,
utilizando melhor os recursos naturais existentes, são não só bem vistas, como
necessárias. Aliar o progresso econômico com ações sociais e conservação
ambiental tem sido meta de muitas empresas de engenharia no ramo da construção
civil. O licenciamento ambiental, além de conceder a autorização para a localização
de uma construção civil, também concede a instalação, a ampliação e a operação de
construções pesadas e atividades de potencialidade poluidora ou de degradação do
meio ambiente, ajudando o empreendedor a identificar os efeitos ambientais do seu
negócio e também de que forma esses efeitos podem ser gerenciados.
Ele é primordial na realização de empreendimentos. É com ele que tanto as
empresas envolvidas na realização da obra, como o cliente final adquirem a garantia
de que aquele empreendimento está sendo realizado dentro do que rege a
legislação, evitando assim maiores transtornos após o início das obras.
Os tipos de licenças ambientais são: Licença Ambiental Simplificada
(LS): ato administrativo pelo qual o órgão ambiental emite uma única licença
estabelecendo as condições, restrições e medidas de controle ambiental que
deverão ser obedecidas pelo empreendedor para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas de
baixo impacto ambiental que se enquadrem nas Classes “S” e “I” em instruções
normativas do órgão competente. O prazo de validade da Licença Simplificada (LS)
será, no mínimo, de 4 (quatro) anos, não podendo ultrapassar 06 (seis) anos, neste
último caso, quando comprovada a implementação do programa de gestão
ambiental voluntário e cuja eficiência tenha sido atestada pelo órgão ambiental.
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Vantagens:
- Licença única
- Taxa de licenciamento reduzida
- FINDES, SEBRAE e Assembleia Legislativa

Licença Prévia (LP): Deve ser solicitada na fase inicial do projeto e determina
a viabilidade ambiental e a localização do empreendimento. Especifica as condições
básicas a serem atendidas durante a instalação do empreendimento. A licença
Prévia tem validade estabelecida pelo cronograma de elaboração dos planos,
programas e projetos, mas não pode ser superior a 05 (cinco) anos.
Licença de Instalação (LI): Com o cumprimento das exigências contidas na
LP e a apresentação dos documentos/informações necessárias, a LI é emitida e
autoriza o início da implantação do projeto. O prazo de validade da Licença de
Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação
do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
Licença de Operação (LO): após a instalação dos equipamentos e toda a
infraestrutura necessária à operação do empreendimento, bem como a implantação
dos sistemas de controle de poluição hídrica, atmosférica, de resíduos sólidos,
ruídos e vibrações, a Licença de Operação é emitida, permitindo o início das
atividades operacionais. Esta licença tem validade que varia de 04 (quatro) a 06
(seis) anos.
Resumo

Nesta aula vimos que:

✓ Para se construir, tornam-se necessários profissionais técnicos que


elaborem projetos e façam o acompanhamento da obra;
✓ O engenheiro deve emitir através de um documento (ART – Anotação
de Responsabilidade Técnica) suas obrigações contratuais para com o
contratante. O recolhimento é obrigatório e seu valor varia de acordo
com o tipo de serviço.
✓ Além da ART existem outros trâmites para a execução de uma obra,
são alguns deles: Aprovação de projetos junto ao órgão/departamento
competente, licenças ambientais, alvará de construção, matrícula junto
ao INSS, Habite-se, etc.
Complementar

Como conteúdo complementar, leia o primeiro capítulo do livro Construção de


Edifícios – do Início ao Fim da Obra do autor do autor Paulo H. L Ambrozewicz,
editora PINI, 2015.

Este capítulo aborda os seguintes conteúdos:


Função dos engenheiros e arquitetos;
Tramites legais para a execução de uma obra;
Legalização do empreendimento;
Modalidade de contrato para construção civil.

Assista os vídeos complementares em sua plataforma digital.


Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

SORAGGI, M. V. F. Edificações. Notas de aula da disciplina de Edificações.


Itaperuna: UniRedentor, 2017.

CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA – CONFEA. Anotação de


Responsabilidade Técnica – ART. Lei nº 6.496/77. Disponível em: http://www.confea.org.br.
Acesso em: 22 out. 2017.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO DE


JANEIRO. Anotações de Responsabilidade Técnica: ART. Disponível em:
http://transparencia.confea.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Carta-de-Serviços_Anotação-
de-Responsabilidade-Técnica-ART_01.pdf. Acesso em: 10 mar. 2018.
Exercícios
AULA 1

1) O que é ART? Qual professional deve fazer seu


recolhimento?

2) Qual a importância da ART para o profissional?

3) Você sendo um engenheiro civil, elabore um fluxograma do processo de


legalização de um empreendimento.

4) Quais são os tipos de licenças ambientais existentes?

5) Qual a importância da licença ambiental para a sociedade?

6) Normalmente, o que é necessário para retirar o alvará de construção?


Aula 2
Construção de canteiros de obra

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Na execução de uma edificação, após o terreno limpo e com o movimento de


terra executado, conforme visto na disciplina de Técnicas, o canteiro de obra é
preparado de acordo com as necessidades de cada construção. Deverá ser
localizado em áreas onde não atrapalhem a circulação de operários, veículos e a
locação da obra. Vocês irão estudar nesta aula as definições de canteiro de obra, a
sua importância, e como deve ser planejado e desenhado seu layout.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Entender a importância do canteiro de obra;


➢ Verificar a importância do bom planejamento do canteiro de obras;
➢ Identificar os objetivos do planejamento e os tipos de canteiro;
➢ Revisar informações sobre o Programa de Condições e Meio Ambiente
de Trabalho (PCMAT);
➢ Conhecer os principais itens que devem constar nos desenhos técnicos
relacionados ao layout do canteiro de obras.
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2 CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obra é uma área de trabalho fixa ou temporária,


onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra,
e, é fundamental para evitar desperdícios de tempo, perdas de
materiais, até mesmo defeitos de execução e falta de qualidade final
dos serviços realizados. A NR-18 “estabelece diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas
de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e
no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção”. É justamente essa
norma que é a principal responsável pelo dimensionamento de um canteiro de
obra junto com a NBR 12284 – áreas de vivência em canteiros de obra (1991).
O dimensionamento de um canteiro de obra compreende o estudo geral do
volume da obra, seu tempo de execução e a distância de centros urbanos, podendo
ser dividido como segue:
• área disponível para instalações;
• empresas empreiteiras previstas;
• máquinas e equipamentos necessários;
• serviços a serem executados;
• materiais a serem utilizados;
• prazos a serem atendidos.

2.1 Planejamento do canteiro

Com a planta do terreno em mãos, demarca-se o local de implantação da


casa. Com a ajuda do engenheiro e construtor, define-se onde devem ficar o
barracão de alojamento e o depósito de materiais e ferramentas. Observar a melhor
posição também para a chegada de caminhões, lembrando que o descarregamento
de materiais pode ser feito por suas laterais ou por basculamento de caçamba. Para
os materiais a granel, como areia e pedra, é preciso determinar um local (baia) que
não atrapalhe o desenvolvimento do trabalho, mas que seja de fácil acesso e evite
desperdícios. O processo de planejamento do canteiro visa a obter a melhor
utilização do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e
P á g i n a | 28

máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da


minimização das movimentações de materiais, componentes e mão-de-obra.
Os principais objetivos do planejamento em um canteiro são:
a) objetivos de alto nível: promover operações eficientes e seguras e
manter alta a motivação dos empregados. No que diz respeito à motivação dos
operários destaca-se a necessidade de fornecer boas condições ambientais de
trabalho, tanto em termos de conforto como de segurança do trabalho. Ainda dentre
os objetivos de alto nível, pode ser acrescentado cuidado com os aspectos visuais
do canteiro, que inclui a limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes.
Não seria exagero afirmar que um cliente, na dúvida entre dois apartamentos (de
obras diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar aquele do canteiro
mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em relação a
qualidade da obra;
b) objetivos de baixo nível: minimizar distâncias de transporte, minimizar
tempos de movimentação de pessoal e materiais, minimizar manuseios de materiais
e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos.

2.1.1 Tipos de canteiro

Os canteiros de obra podem ser enquadrados dentro de um dos três


seguintes tipos: restritos, amplos e longos e estreitos. O primeiro tipo de canteiro
(restrito, ver Figura 1) é o mais frequente nas áreas urbanas das cidades,
especialmente nas áreas centrais. Devido ao elevado custo dos terrenos nessas
áreas, as edificações tendem a ocupar uma alta percentagem do terreno em busca
de maximizar sua rentabilidade. Outros exemplos de obras com este tipo de canteiro
são as reformas e ampliações, cujo o terreno já consta uma edificação.
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Figura 1: Canteiro de obras do tipo restritos.

Fonte: RESIDENCIAL ARBORÉ JAGUARÉ (2011)

Em decorrência disto os canteiros restritos são os que exigem mais cuidados


no planejamento, devendo-se seguir uma abordagem criteriosa para tal tarefa.
Existem duas regras fundamentais que sempre devem ser seguidas no
planejamento de canteiros restritos:
a) sempre atacar primeiro a fronteira mais difícil;
b) criar espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quanto possível.

A primeira regra recomenda que a obra inicie a partir da divisa mais


problemática do canteiro. O principal objetivo é evitar que se tenha de fazer serviços
em tal divisa nas fases posteriores da execução, quando a construção de outras
partes da edificação dificulta o acesso a este local. Os motivos que podem
determinar a criticalidade de uma divisa são vários, tais como a existência de um
muro de arrimo, vegetação de grande porte ou um desnível acentuado.
A segunda regra aplica-se especialmente a obras nas quais o subsolo ocupa
quase a totalidade do terreno, dificultando, na fase inicial da construção, a existência
de um layout permanente. Exige-se, assim, a conclusão, tão cedo quanto possível,
de espaços utilizáveis ao nível do térreo, os quais possam ser aproveitados para
locação de instalações provisórias de armazenamento, com a finalidade de facilitar
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os acessos de veículos e pessoas, além de propiciar um caráter de longo prazo de


existência para as referidas instalações. Os canteiros considerados amplos são
aqueles no qual a edificação ocupa uma pequena parte do terreno completo,
contribuindo com espaços significantes para o fluxo de materiais e pessoas,
disponibilização de áreas para estocagem e recebimento. Os exemplos mais
comuns deste tipo de canteiro são localizados nas construções de conjuntos
habitacionais, grandes obras como barragens, plantas industriais, entre outros. Os
longos e estreitos possuem poucas vias de acesso ao canteiro, impossibilitando o
fluxo ideal de materiais e trabalhadores necessário no decorrer da execução da
obra. Segue alguns exemplos: Em estradas de ferro e rodagem, rede de gás e
peróleo e alguns casos de edificações em zonas urbanas.
As Figuras 2 e 3 apresentam, respectivamente, exemplos de canteiros amplos
e longos e estreitos.

Figura 2: Canteiro de obras do tipo amplo.

Fonte: RIBERO (2011)


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Figura 3: Canteiro de obras do tipo longo e estreito.

Fonte: RIBERO (2011)

2.1.2 Disponibilidade de água

O uso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela serve


também para a higiene dos trabalhadores e deve estar disponível em abundância.
Se a obra não contar com rede pública de abastecimento, que exigirá a instalação
de um cavalete de entrada com registro, é preciso providenciar um poço, prevendo-
se uma bomba para retirar a água. Lembrar ainda que o uso sanitário da água gera
esgotos. Se não houver coleta de rede pública, será necessária uma fossa.

2.1.3 Instalações elétricas

É necessário esquecer as gambiarras e os fios elétricos pendurados no


ambiente de trabalho, nada seguros. Não custa exigir cuidado nesse tipo de
instalação, desde a entrada de energia no terreno até a sua distribuição e iluminação
das frentes de trabalho. Deve-se procurar saber se existem equipamentos que
exigem instalações elétricas mais sofisticadas.
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2.1.4 Tapumes

Algumas prefeituras e condomínios exigem que as obras sejam cercadas por


tapumes, uma providência necessária, sobretudo se houver crianças perto da
construção, e que sempre representa uma medida de prevenção contra roubos e
depredações. Não se deve esquecer de considerar essa hipótese na discussão
preliminar com seu construtor, incluindo os custos na planilha para não ser
surpreendido com gastos extras.

2.1.5 Programa de condições e meio ambiente de trabalho

E você, lembra o que é PCMAT?


Dica: Você estudou na disciplina de Segurança do trabalho.

O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT), que o


artigo 18.3 da NR-18 torna obrigatória sua elaboração nos estabelecimentos com 20
(vinte) trabalhadores ou mais, contempla os aspectos constantes na Norma e outros
dispositivos complementares de segurança. Além disso, ele deve contemplar as
exigências contidas na NR-9 que discorre sobre o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA. O PCMAT deve ser mantido na obra, à disposição do
Órgão Regional do Ministério do Trabalho – MTb.

2.1.6 Estudo preliminar do canteiro de obras

No estudo preliminar do Canteiro de Obras, ainda na fase de planejamento,


diversos itens de vital importância devem ser considerados. Entre eles:
1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser
solicitadas, junto às respectivas Concessionárias, as informações necessárias.
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2) Localização e dimensionamento, em função do volume da Obra, de áreas


para armazenamento de materiais a granel (areia, brita, etc.).

3) Localização e dimensionamento, em função do efeito máximo previsto para


a Obra, das Áreas de Vivência, com as seguintes instalações:
a) Sanitários;
b) Vestiários;
c) Alojamento;
d) Local de Refeições;
e) Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições);
f) Lavanderia;
g) Área de Lazer;
h) Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta ou
mais trabalhadores).

Observação.: O cumprimento do disposto nos itens “c”, “f”, e “g”, é


obrigatório nos casos onde houver trabalhadores alojados.

4) Localização e dimensionamento das centrais de:


Argamassa (betoneira);
Mini-central de concreto, quando houver;
Armaduras;
Serra Circular;
Armação de forma;
Outras.

5) Localização e dimensionamento dos Equipamentos de Transporte de


Materiais e Pessoas:
Grua;
Elevador de Transporte de Materiais (Prancha);
Elevador de Passageiros (Gaiola).
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6) Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos


serviços.

7) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.

8) Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de


Máquinas e Equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição
e construção.

2.2 Elaboração de croquis do layout do canteiro

A análise da (s) planta (s) de layout é útil para a identificação de problemas


relacionados ao arranjo físico propriamente dito, permitindo observar, por exemplo, a
localização equivocada de alguma instalação ou o excesso de cruzamentos de fluxo
em determinada área. A necessidade desta ferramenta surge do fato de que a
grande maioria dos canteiros não possui uma planta de layout, situação que acaba
obrigando a elaboração de um croqui na própria obra, durante a visita de
diagnóstico. Considerando essa necessidade, são apresentadas a seguir algumas
diretrizes para a elaboração de croquis do layout do canteiro. Tais diretrizes também
são aplicáveis à elaboração das plantas de layout.
Inicialmente, recomenda-se desenhar croquis de todos os pavimentos
necessários à perfeita compreensão do layout (subsolo, térreo e pavimento tipo, por
exemplo). Nos canteiros convencionais, uma aproximação da escala 1:200 será
suficiente, não sendo, porém, necessária muita rigidez na transferência de escala.
Nos croquis, devem constar no mínimo os seguintes itens:
a) definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas
fechadas e abertas;
b) localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de
materiais ou pessoas;
c) portões de entrada no canteiro (pessoas e veículos) e acesso coberto para
clientes;
d) localização de árvores que restrinjam ou interfiram na circulação de
materiais ou pessoas, inclusive na calçada;
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e) localização das instalações provisórias (banheiros, escritório, refeitório,


etc.), inclusive plantão de vendas;
f) todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de
entulho;
g) localização da calha ou tubo para remoção de entulho;
h) localização da betoneira, grua, guincho e guincheiro, incluindo a
especificação do (s) lado (s) pelo (s) qual (is) se fazem as cargas no guincho;
i) localização do elevador de passageiros;
j) localização das centrais de carpintaria e aço;
l) pontos de içamento de fôrmas e armaduras;
m) localização de passarelas, rampas e/ou escadas provisórias com indicação
aproximada do desnível;
n) linhas de fluxo.
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As Figuras 4 e 5 ilustram modelos plantas de canteiro de obra.

Figura 4: Modelo 1 de planta de canteiro de obras.

Fonte: IFRN (2018)


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Figura 5: Modelo 2 de planta de canteiro de obras.

Fonte: CONSTRUÇÃO CIVIL (2018)


Resumo

Na aula 2, abordamos a construção e o planejamento dos canteiros de obra, e


você aprendeu que:

✓ O canteiro de obra é uma denominação dada ao local de trabalho onde


serão desenvolvidas as atividades necessárias à realização de uma
obra de engenharia;
✓ O planejamento e organização do canteiro deve preceder a realização
dos serviços de cada etapa de uma obra, a fim de que não se tenha
problemas nos equipamentos e mão de obra, transporte desnecessário
de material e perda de produtividade;
✓ Os canteiros de obra podem ser enquadrados dentro de um dos três
seguintes tipos: restritos, amplos e longos e estreitos.
✓ O projeto do canteiro de obras é útil para a identificação de problemas
relacionados ao arranjo físico propriamente dito, permitindo observar,
por exemplo, a localização equivocada de alguma instalação ou o
excesso de cruzamentos de fluxo em determinada área;
✓ Para estabelecimentos com mais de 20 trabalhadores, torna-se
obrigatório a elaboração do PCMAT alertando os riscos presentes em
cada ambiente de trabalho no canteiro de obras e quais instrumentos e
equipamentos são necessários para eliminar ou diminuir os riscos no
ambiente de trabalho, devendo contemplar as exigências contidas na
NR-9 sobre o programa de Prevenção de Riscos Ambientais, vulgo
PPRA.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA

Acesse também o site do Ministério do Trabalho e baixe a NR-18 que contempla as


Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção através de:
http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras.
Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do Início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12284: Áreas de


vivência em canteiros de obra. Rio de Janeiro: Abnt, 1991.

GONÇALVES, G. P. Projeto embrionário para construção de unidades


habitacionais em Porciúncula/RJ. Monografia apresentada à Faculdade Redentor.
Itaperuna/RJ, 2008.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 18


(NR18) - condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Publicado
em Brasília, 06 de julho de 1978 e atualizado em 09 de dezembro de 2015.

RIBEIRO, P. F. C. Caracterização dos canteiros de obras da cidade de


Angicos/RN. Monografia apresentada à UFERSA. Angicos-RN, 2011.

SORAGGI, M. V. F. Edificações. Notas de aula da disciplina de Edificações.


Itaperuna: UniRedentor, 2017.

Complementar:
BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. . Normas Regulamentadoras (Português).
2015. Disponível em: http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras. Acesso em: 12 fev. 2018.

CIVIL, C. Canteiro de obras. Disponível em: http://construcaocivil1-2010a-


rogeriotodes.blogspot.com.br/2010/07/canteiro-de-obras.htm. Acesso em: 10 fev. 2018.

JAGUARÉ, A. Exemplos. Disponível em:


https://arborejaguare.wordpress.com/contato/. Acesso em: 12 abr. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. .


Apostila de planejamento de canteiro de obra. Disponível em:
http://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/projeto-e-implantacao-de-canteiro-de-
obras/apostila-de-planejamento-de-canteiro-de-obra/view. Acesso em: 10 mar. 2018.
Exercícios
AULA 2

1) Explique os principais objetivos de um planejamento


de canteiro de obra.

2) Os canteiros de obra podem ser enquadrados dentro


de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos e longos e estreitos. Marque a
alternativa correta a respeito deste assunto.
a) O canteiro amplo é o mais frequente nas áreas urbanas das cidades,
especialmente nas áreas centrais.
b) As duas principais regras fundamentais dos canteiros de obra restritos são
a criação de espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quanto possível e deixar
por último a fronteira mais difícil do terreno.
c) Os canteiros considerados amplos são aqueles no qual a edificação ocupa
uma pequena parte do terreno completo, contribuindo com espaços significantes
para fluxo de materiais e pessoas.
d) Os amplos e estreitos possuem poucas vias de acesso ao canteiro,
impossibilitando o fluxo ideal de materiais e trabalhadores necessário no decorrer da
execução da obra.
e) Nos canteiros amplos, as edificações tendem a ocupar uma alta
percentagem do terreno em busca de maximizar sua rentabilidade.

3) Das alternativas falsas do exercício anterior, explique o erro de cada


sentença

4) O que diz a NR-18 a respeito do PCMAT? Sua elaboração é obrigatória em


estabelecimentos com o mínimo de quantos trabalhadores?

5) Na fase de planejamento do canteiro torna-se necessário um estudo


preliminar. Quais são os principais itens que devem ser considerados nesta fase?
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6) Sobre a disponibilidade da água em canteiros.


I - O uso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela serve
também para a higiene dos trabalhadores e deve estar disponível em abundância.
II - O canteiro de obra deve contar com a rede pública de abastecimento, não
sendo permitido a construção de um poço.
III – Em todo canteiro de obra é obrigatório a instalação de vasos sanitários.
Não havendo coleta de esgoto de rede pública, será necessário a instalação de uma
fossa séptica.

Está correto o que se afirma em:


a) I apenas
b) I e II apenas
c) I e III apenas
d) II e III apenas
e) Todas estão corretas.

7) Na representação de um layout de um canteiro de obra, quais são os itens


que devem constar no projeto?
Aula 3
Áreas de vivência no canteiro de obras

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Nas próximas duas aulas abordaremos os conteúdos relacionados à


instalação da infraestrutura de um canteiro de obra. Nesta aula, vamos estudar a
implantação das áreas de vivência, que segundo a NBR12284 (1991) corresponde
as áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação,
higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e ambulatoriais, devendo ficar
fisicamente separadas das áreas operacionais.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de
compreender a Norma Regulamentadora NR-18, em especial o item 18.4 que diz
respeito às áreas de vivência nos canteiros de obra, a fim de implementar as
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança na construção civil.
P á g i n a | 44

3 INFRAESTRUTURA DO CANTEIRO DE OBRA – ÁREAS DE VIVÊNCIAS

Na implantação do Canteiro de Obras, deve-se procurar evitar, ao máximo, o


deslocamento das instalações durante a execução do projeto, evitando desperdício
de material e mão-de-obra. Desta forma, é interessante locar a área de vivência em
um local estratégico para que não ocorra uma perda na produtividade ao longo do
dia de serviço.

Em um terreno muito grande, a área de vivência, assim como as


centrais de produção e estocagem de material podem mudar de
localização ao longo do desenvolvimento dos serviços.

Conforme já dito na aula anterior, as condições de alojamento, instalações


sanitárias, vestiário, refeitório, cozinha, lavanderia, área de lazer, ambulatório e o
fornecimento de água potável devem atender ao que se estabelece na NR-18.
Com relação à área de vivência, segundo o item 18.4 da norma
regulamentadora citada acima, o canteiro de obras deve dispor de:
• áreas de vivência mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e
limpeza;
• em suas instalações móveis, incluindo containers: possuir uma área de
ventilação natural efetiva de no mínimo 15% da área do piso, composta, de
no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz
ventilação interna; garantir condições de conforto térmico; possuir pé direito
mínimo de 2,40 metros.
P á g i n a | 45

3.1 Instalações sanitárias

As instalações sanitárias devem:


a) ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas
de modo a manter o resguardo conveniente. Importante não ligar diretamente com
locais destinados às refeições;
b) estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150 m
(cento e cinquenta metros) de distância - tanto na horizontal quanto na vertical - do
posto de trabalho;
c) ser independente para homens e mulheres, quando necessário. Ter pé
direito de 2,50 metros ou respeitando o código de obras municipal;
d) ser constituídas de: um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário
(provido de assento, tampa e rolo de papel higiênico) e mictório, para cada grupo de
20 (vinte) trabalhadores ou fração; um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez)
trabalhadores ou fração com altura de 2,10 m do piso.

A fim de estimar a área necessária para as instalações sanitárias, devem ser


considerados:
• Número máximo de trabalhadores na obra;
• Para cada vaso sanitário: 1,00 m²;
• Para cada chuveiro: 0,80 m²;
• Para lavatório, espaçamento: 0,60 m²;
• Para mictório, espaçamento: 0,60 m².

3.2 Vestiário

Todo Canteiro de Obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residam no local. Suas paredes e pisos devem ser laváveis.
Os vestiários devem ter armários individuais dotados de fechadura ou
dispositivo com cadeado e bancos, com largura mínima de 0,30 cm (trinta
centímetros). Sua área de ventilação deve corresponder a 1/10 de área do piso. Pé
direito de no mínimo 2,50. A NR-24 também apresenta requisitos referentes as
condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, estabelecendo um
P á g i n a | 46

parâmetro de 1,5 m²/pessoa para dimensionamento de vestiário. Este valor


dificilmente é cumprindo, principalmente se tratando de canteiros restritos.
A Figura 6 ilustra um exemplo de projeto de parte de uma área de vivência de
um projeto de canteiro de obra, constando as instalações sanitárias e o vestiário.

Figura 6: Modelo de projeto para vestiário e instalações sanitárias dos canteiros de obra.

Fonte: SORAGGI (2017)

Conforme visto na ilustração podemos verificar que no projeto de uma área de vivência
devem constar a planta baixa do ambiente e as vistas frontais e laterais (podendo
representar através de cortes). Devido ao número de chuveiros, totalizando 8, podemos
prever um número máximo de trabalhadores até 80, haja visto que para cada grupo de 10
colaboradores, torna-se necessário a instalação de 1 chuveiro.
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3.3 Alojamento

O alojamento do Canteiro de Obras deve possuir área mínima de 3,00m² (três


metros quadrados) por módulo cama/armário, incluindo a circulação, ter no máximo
duas camas na vertical (beliche) com lençol, fronha e travesseiro por cama, em
condições adequadas de higiene; cobertor, quando as condições climáticas o
exigirem e armários duplos, individuais. É obrigatório o fornecimento de água
potável, filtrada e fresca no alojamento, na proporção de 1 (um) bebedouro para
cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração. As dimensões mínimas
das camas são oitenta centímetros por um metro e noventa centímetros e elas não
podem estar localizadas no subsolo ou porão de qualquer edificação.

3.4 Local para as refeições

É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:


• ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no
horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender
os usuários;
• ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.

Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da


cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.

3.5 Cozinha, (quando houver preparo de refeições)

Quando houver Cozinha no Canteiro de Obras, ela deve:


• ter pia para lavar os alimentos e utensílios;
• possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso
exclusivo dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e
utensílios;
• Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.
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3.6 Lavanderia

Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o


trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Este
local deve ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.

3.7 Área de lazer

Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados,


podendo ser usado o local de refeições para este fim.

3.8 Ambulatório

As frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores devem ter


um ambulatório. Neste ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de
Primeiros Socorros, conforme as características da atividade desenvolvida.
Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada
para esse fim.

3.9 Escritórios

O escritório é uma construção, normalmente de madeira, cujo acabamento é


feito com maior ou menor esmero, conforme a previsão do prazo de funcionamento
no local, ou das características da obra. Compõem-se, geralmente, de dependências
para os seguintes elementos da Administração da Obra:
• engenharia (Gerentes e engenheiros);
• estagiários e técnicos;
• mestre de obras;
• encarregado de escritório e auxiliares;
• segurança do trabalho;
• ambulatório;
• sanitários;
• encarregados.
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O dimensionamento de um escritório é em função do número de


colaboradores daquele ambiente e das dimensões dos equipamentos (armários,
mesas, cadeiras, computadores, etc.), variáveis estas que são dependentes dos
padrões de cada empresa. As dimensões usuais de escritórios podem ser 3,30 m x
3,30 m ou 3,30 m x 2,20 m.

3.10 Portaria e vigilância

A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal sendo


localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos da Obra. O vigia, além de
anotar o nome e a identidade dos visitantes, não deve permitir a entrada de pessoas
na Obra sem os Equipamentos de Proteção Individuais determinados pelas normas
da empresa, e deve consultar a administração ou gerência da Obra, para
autorização do acesso aos visitantes.
Na guarita deve ser feito o controle do ponto dos funcionários.

Figura 7: Portaria de canteiro de obra.

Fonte: https://russelservicos.com.br/produto/terceirizacao-porteiro-de-obra-construcao-civil/.

3.11 Galerias

Nas construções e reformas com mais de dois pavimentos executadas


próximas ao alinhamento do logradouro, devem ser construídas galerias sobre o
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passeio para a segurança dos passantes com altura interna mínima de 3,0 m. Na
borda da cobertura da galeria deve ser instalado um complemento em balanço de
1,0 m de extensão e inclinação de 45° conforme ilustração abaixo.

Figura 8: Galeria sobre passeio.

Fonte: (GALERIA..., 2018)


Resumo

Na aula 3, você aprendeu que:

✓ As Áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de


conservação, higiene e limpeza;
✓ Que são destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de
alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e
ambulatoriais;
✓ Os canteiros de obra devem dispor de instalações sanitárias, vestiário,
alojamento, local de refeições, cozinha, lavanderia, área de lazer e
ambulatório, sendo obrigatório o cumprimento da NR-18 do MTb.
Complementar

Em sua plataforma será disponibilizado um arquivo contendo slides (apresentando


as imagens ilustrativas das principais áreas de vivência de canteiros de obra) com
as notas de aula da disciplina no modelo presencial.

Acesse também o site do Ministério do Trabalho e leia o item 18.4 da Norma


Regulamentadora - NR18 através de: http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras.
Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12284: Áreas de


vivência em canteiros de obra. Rio de Janeiro: Abnt, 1991.

GONÇALVES, G. P. Projeto embrionário para construção de unidades


habitacionais em Porciúncula/RJ. Monografia apresentada à Faculdade Redentor.
Itaperuna/RJ, 2008.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 18


(NR18) - condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Publicado
em Brasília, 06 de julho de 1978 e atualizado em 09 de dezembro de 2015.

MORAES, C. R. N. Perguntas e Respostas Comentadas em Segurança e


Medicina do Trabalho. 2. Reimp. 4. ed. São Caetano do Sul-SP: Ed. Yendis, 2011.

RIBEIRO, P. F. C. Caracterização dos canteiros de obras da cidade de


Angicos/RN. Monografia apresentada à UFERSA. Angicos-RN, 2011.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de


pessoas. Recomendações Técnicas HABITARE. Porto Alegre: ANTAC, 2006

SORAGGI, M. V. F. Edificações. Notas de aula da disciplina de Edificações.


Itaperuna: UniRedentor, 2017.

Complementar:
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Normas Regulamentadoras (Português). 2018.
Disponível em: http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras. Acesso em: 10 abr. 2018.

RUSSEL SERVIÇOS. Terceirização: porteiro de obras construção civil. Disponível


em: https://russelservicos.com.br/produto/terceirizacao-porteiro-de-obra-construcao-civil.
Acesso em: 10 abr. 2018.
Exercícios
AULA 3

RESPONDA AS QUESTÕES DISCURSIVAS ABAIXO BASEADAS


EM MORAES (2011)

1) Sobre as áreas de vivência, como devem ser os


canteiros de obra? Devem dispor de quais ambientes?

2) Quando um canteiro de obras fica obrigado a ter um ambulatório?

3) Quais são as condições para que as instalações móveis sejam aceitas em


áreas de vivência de canteiros de obras e frentes de trabalho?

4) O que é que toda a instalação sanitária deve ter?

5) Em banheiros, quais são as condições exigidas para os vasos sanitários?

6) Qual a área mínima exigida por norma para cada chuveiro?

7) Como devem ser os alojamentos do canteiro de obras?

8) Como deve ser o local para refeições nos canteiros de obra?

9) Quando houver cozinha no canteiro de obras, coo esta deve ser?

10) Que espaço poderá ser utilizado para a recreação dos trabalhadores?

Para encontrar as respostas das questões acima, acesse em sua plataforma


digital o arquivo complementar relacionado a perguntas e respostas sobre as
áreas de vivência nos canteiros de obra.
Aula 4
Áreas operacionais

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Continuaremos estudando a infraestrutura de um canteiro de obras. Nesta


aula vamos abordar as áreas operacionais, abrangendo as áreas de armazenamento
e as centrais de produção.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Identificar os tipos de áreas para armazenamento de materiais e


ferramentas;
➢ Entender como devem ser estocados os principais materiais de
construção utilizados na obra, com por exemplo: cimento, cal,
ferragem, tubos e conexões, agregados, blocos e tijolos, revestimentos,
etc.;
➢ Conhecer as principais informações relacionadas as centrais de
produção;
➢ Conhecer as principais informações relacionadas às instalações hidro
sanitárias e elétricas.
P á g i n a | 56

4 INTRODUÇÃO

A NB-1367 (1991) descreve área operacional como aquelas em que se


desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente à produção.

Nesta aula vamos abordar as principais áreas para armazenamento de


materiais e ferramentas, e as centrais de produção (carpintaria, central de
concreto e argamassadeira, central de formas, etc.

4.1 Áreas para armazenamento de materiais e ferramentas

As áreas para armazenamento de materiais e ferramentas devem ser


divididas entre:
a) Depósitos;
b) Silos / baias;
c) Almoxarifado.

Os depósitos são instalações destinadas à guarda de materiais de


considerável quantidade e volume por razões de segurança e deterioração o seu
dimensionamento depende do volume estimado de material a ser estocado e do
espaço disponível. Os silos/baias são instalações destinadas a armazenar
agregados e aglomerantes a granel. Devem ser localizados de forma a permitir fácil
acesso de caminhões basculantes. As baias devem ter separações de madeira ou
alvenaria para que não haja mistura entre os materiais.
O almoxarifado é uma instalação destinada à guarda de ferramentas e
materiais de pequeno porte e valor elevado. Deve ser construído, de preferência,
separado dos escritórios, porém nas suas proximidades. Deve também ficar próximo
das entradas e ser localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos
materiais/equipamentos pelo canteiro.
P á g i n a | 57

Outras características são:


• Esta área deve ser mantida limpa e organizada, de modo a não prejudicar
o trânsito de pessoas, a circulação de materiais e o acesso aos
equipamentos de combate ao incêndio;
• Manter pilhas estáveis de materiais com facilidade de acesso e manuseio;
• Armazenar os materiais (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e explosivos)
identificados e separados por compatibilidade química e em local isolado e
sinalizado.

4.2 Estocagem de material

Seguem abaixo as diversas formas de se estocar materiais em canteiros de


obra.
a) Cimento
• Manter longe de ambientes úmidos;
• Sobre estrado ou assoalho de madeira;
• 20 cm distantes das paredes;
• Empilhamento máximo de 10 sacos;
• Favorecer a utilização do lote mais antigo (Não se deve utilizar cimento
velho em uma construção).

b) Cal
• Extinta e ensacada – local seco e arejado;
• Empilhados sobre estrado de madeira;
• Altura máxima de 2,0 m;
• Camadas sucessivas cruzadas (amarração);
• Argamassas industrializadas: armazenamento em locais protegidos das
intempéries. Para organizar o ambiente, é interessante separar em pilhas
diferentes os diversos tipos de argamassas a serem utilizadas.

c) Agregados
• Armazenados em silos ou baias;
• Acesso livre para descarrego;
P á g i n a | 58

• Descarregar a altura inferior a 3,0 m;


• Evitar a ação prejudicial do vento;
• Estoque deve estar próximo ao acesso direto do basculamento do
caminhão;
• Deve-se prover delimitação quanto às laterais;
• Evitar carregamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e
outros materiais;
• A altura máxima do estoque sobre o terreno deve ser da ordem de 1,5 m;
• Não deve ser estocado sobre laje (devido à sobrecarga).

Figura 9: Armazenamento de agregados.

FONTE: SAURIN e FORMOSO (2006)

d) Blocos e tijolos
• Os blocos e tijolos devem ser separados por tipo;
• A altura máxima da pilha é no máximo 1,80 m;
• O estoque deve estar situado em local coberto, caso contrário, deve ser
coberto com uma lona plástica (ver Figura 10);
P á g i n a | 59

• As pilhas não devem ser apoiadas diretamente sobre o terreno – apoio


sobre colchão de brita ou paletes.

Figura 10: Empilhamento de tijolos.

Fonte: GONÇALVES (2017)

e) Tubos de PVC
• Armazenados no almoxarifado em armários que permitem separação entre
as diferentes bitolas;
• No dimensionamento, deve ser lembrado que os tubos de PVC podem ter
comprimento de 6,0 m;
• Podem ser acomodados em ganchos fixados nas paredes, de forma similar
a utilizada para as barras de aço.

f) Tubos metálicos e vergalhões


• Área de comprimento mínimo de 7,5 m para tubos, perfis e vergalhões
quando dobrados;
• Área de comprimento mínimo de 13,5 m para vergalhões de aço estirados;
• Arrumados em camadas, com espaçadores transversais travados
lateralmente;
• As extremidades devem ser alinhadas para não avançarem nas
circulações;
• Separados por tipos e altura máxima de 1,50 m;
P á g i n a | 60

• Devem ser apoiados sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim


de se manterem afastadas do solo.

Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente


estudados, uma vez que cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,0 m dobradas
em estoque). As imagens da fig. 11(a), fig.11(b) e fig. 11(c) apresentam formas de
armazenamento provisório de vergalhões em obras. A figura 11(d) ilustra o
armazenamento correto dos tubos metálicos em prateleiras de acordo com o tipo de
seção e sua bitola.

Figura 11: Armazenamento de tubos metálicos e vergalhões.

Fonte: SORAGGI (2017)

g) Madeiras
• Estocagem da madeira na obra deve ser feita por tipo de madeira e bitola;
• As linhas, caibros, ripas são armazenados da mesma forma que os tubos e
vergalhões;
• As peças devem ficar em local coberto de modo que não sofram a ação
das intempéries;
• Apoiadas sobre travessas de madeira para se manterem afastadas do piso;
P á g i n a | 61

• Deve ser observado, principalmente em peças de compensados, se não


estão sofrendo deformações no armazenamento;
• Área dimensionada em função do comprimento máximo (em local afastado
de inflamáveis);
• Extintor de incêndio: CO2 de 6 Kg;
• Pilhas travadas lateralmente e altura máxima de 1,50 m.

O Estoque de compensados para formas deve ser instalado próximo ao portão


de materiais, próximo ao local de confecção das formas. Deve ser evitado
contato com solo e umidade, isolando o chão com caibros e cobrindo-o com
lona. As pilhas devem ter no máximo 75 chapas.

h) Revestimento cerâmico
• No recebimento do material no canteiro de obras é necessário verificar se a
embalagem contém informações como: marca do fabricante, tipo de
revestimento cerâmico, tamanho nominal, tamanho de fabricação, natureza
da superfície, classe de abrasão, tonalidade do produto, espessura de junta
recomendada, entre outras;
• No armazenamento, as embalagens devem ser separadas de acordo com
o tipo, em pilhas que não ultrapassem 1,5 m de altura;
• Estocagem em local coberto e fechado.

4.3 Centrais de produção

Vamos dividir as centrais de produção em três partes, sendo elas:


• Carpintaria e central de formas;
• Central de concreto e argamassa;
• Central de armação de ferragens.
P á g i n a | 62

4.3.1 Carpintaria e Central de formas

A carpintaria é composta basicamente de bancadas de trabalho e serra


circular (ver Figura 12). Destinada ao corte e montagem das formas e esquadrias.
Deve ser localizada próximo ao estoque de madeira e possuir comprimento mínimo
de 6 metros e área coberta na ordem de 25 m².

Figura 12: Ilustração de uma bancada com serra circular.

Fonte: SORAGGI (2017)

A serra circular deve estar em local coberto e protegido e atender as


seguintes disposições:
a) ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores,
anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade,
material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com
dimensionamento suficiente para a execução das tarefas;
b) ter a carcaça do motor aterrada eletricamente;
c) o disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando
apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos;
d) as transmissões de força mecânica devem estar protegidas
obrigatoriamente por anteparos fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em
hipótese alguma, durante a execução dos trabalhos;
e) ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do
fabricante e ainda coletor de serragem.
P á g i n a | 63

Na central de formas, local destinado a montagem das formas dos elementos


de concreto armado, recomenda-se um local coberto com área aproximada de 20m².

4.3.2 Central de concreto e argamassa

As obras de grande porte possuem suas próprias centrais de concreto. Um


reservatório de água exclusivo deve ser instalado junto às centrais de argamassa e
concreto.
Sobre a localização dessas centrais:
• Próxima ao estoque de agregados;
• Próximo ao equipamento para transporte vertical (que
será apresentado na próxima aula);
• De preferência em local coberto;
• Situar em uma região que não atrapalhe o fluxo de
outros materiais.

Sempre que possível, utilize concreto dosado em central. Busque usinas que
tenham equipamentos recentes, com boa manutenção e bem operados. A
produção na própria obra gera emissão de partículas, causa ruídos e
desperdiça cimento, areia e brita. Se for necessário, tenha uma usina de
concreto no local que garanta uma boa dosagem e minimize o uso de cimento.

Evite desperdícios: solicite à central apenas a quantidade


necessária de concreto. Para isso, na hora de fazer o pedido, tenha em
mãos informações como volume de concreto necessário (calculado a partir
das medidas das fôrmas), resistência e característica desejadas, abatimento
(slump), resistência à compressão (fck) ou quantidade de cimento por m³ de
concreto e dimensão dos agregados graúdos (brita 0, 1 ou 2).

DICAS: Concretagem em canteiro de obras. Veja dicas de


profissionais sobre como diminuir os impactos ambientais no momento
da concretagem em um canteiro de obras em: Disponível em:
http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/38/concretagem-225320-1.aspx.
P á g i n a | 64

4.3.3 Central de armação de ferragens

A dobragem, o corte e a montagem dos vergalhões de aço devem ser feitos


em bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies
resistentes, niveladas e não escorregadias, afastadas da área de circulação dos
trabalhadores.

Lembrete importante! É proibida a existência de pontas verticais de


vergalhões de aço desprotegidas e, durante a descarga de
vergalhões de aço. A área deve ser isolada.

Sobre esta área operacional:


• A localização do processamento do aço (corte, dobra e pré-montagem)
deve estar próxima ao estoque;
• Área na ordem de 50 m²;
• Cobertura seria o ideal, porém, apenas a área da máquina de policorte (fig.
13) é obrigatória.

Figura 13: Policorte.

Fonte: IFRN (2018)


P á g i n a | 65

A Figura 14 traz a ilustração de planta baixa de uma central de armação.

Figura 14: Planta baixa de uma central de armação.

Fonte: IFRN (2018)

4.4 Instalações hidro sanitárias e elétricas

Conforme já mencionado na aula 2, “toda obra deve ser provida de


abastecimento permanente de água potável”. O reservatório provisório deve ser
dimensionado para atender ao consumo geral e a uma eventual falta de
fornecimento de água. Os esgotos devem ser lançados na rede pública ou no
sistema de fossa e sumidouro. A execução e manutenção das instalações elétricas
devem ser realizadas por um profissional qualificado, sendo proibida a existência de
partes vivas expostas de circuitos, condutores e equipamentos elétricos.

Sobre as instalações elétricas


Placas de sinalização e instruções devem ser afixadas estrategicamente;
Os locais de trabalho devem ser bem iluminados e as lâmpadas para iluminação de locais
de movimentação de materiais devem estar protegidas contra impactos.
Todos os circuitos devem ser protegidos com chaves acondicionadas em quadros.
Resumo

Na aula 4, você aprendeu que:

✓ As áreas operacionais são aquelas em que se desenvolvem as


atividades de trabalho ligadas diretamente à produção;
✓ As áreas para armazenamento de materiais e ferramentas devem ser
divididas entre: Depósitos, silos / baias e almoxarifado;
✓ Existem diversas maneiras de se estocar os materiais de construção.
Nesta aula abordamos os seguintes materiais: cimento, cal, agregados,
tijolos e blocos, tubos de PVC, tubos metálicos, vergalhões e madeira.
✓ A carpintaria deve ser localizada próximo ao estoque de madeira e
possuir comprimento mínimo de 6m e área coberta de 25m²;
✓ As centrais de concreto devem estar localizadas próximo ao estoque
de agregados e aos equipamentos de transporte vertical. Se possível,
em local coberto;
✓ A dobragem, o corte e a montagem dos vergalhões de aço devem ser
feitos em bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis. Sua
localização deve ser próxima ao estoque de aço;
✓ Toda obra deve ser provida de abastecimento permanente de água
potável e o esgoto sanitário deve ser lançado na rede pública ou em
um sistema de fossa filtro ou sumidouro.
Complementar

Em sua plataforma será disponibilizado um arquivo contendo slides (apresentando


as imagens ilustrativas das principais áreas de vivência de canteiros de obra) com
as notas de aula da disciplina no modelo presencial.

Acesse também o site do Ministério do Trabalho e leia o item 18.4 da Norma


Regulamentadora - NR18 através de: http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras.

Acesse também o link abaixo para ter acesso ao manual de padronização do


Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - DNIT sobre canteiros de
obras para diversos tipos de empreendimentos rodoviários.
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/noticias/novas-normas-em-consulta-
publica/novo-projeto-de-norma-canteiro-de-obra-padraoapos-diversas-correcoes-
1-copia.pdf.
Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12284: Áreas de


vivência em canteiros de obra. Rio de Janeiro: Abnt, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-1367. Áreas de vivência


em canteiros de obras. Rio de Janeiro: Abnt, 1991.

GONÇALVES, G. P. Projeto embrionário para construção de unidades


habitacionais em Porciúncula/RJ. Monografia apresentada à Faculdade Redentor.
Itaperuna/RJ, 2008.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 18


(NR18) - condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Publicado
em Brasília, 06 de julho de 1978 e atualizado em 09 de dezembro de 2015.

RIBEIRO, P. F. C. Caracterização dos canteiros de obras da cidade de


Angicos/RN. Monografia apresentada à UFERSA. Angicos-RN, 2011.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de


pessoas. Recomendações Técnicas HABITARE. Porto Alegre: ANTAC, 2006.

SORAGGI, M. V. F. Edificações. Notas de aula da disciplina de Edificações.


Itaperuna: UniRedentor, 2017.

Fontes consultadas:
EQUIPE DE OBRA. Planejamento: concretagem. Jamila Venturini. Disponível em:
http://equipedeobra17.pini.com.br/construcao-reforma/38/concretagem-225320-1.aspx.
Acesso em: 12 abr. 2018.

INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIAS – IPR. Canteiro de Obra Padrão para


os diversos tipos de empreendimentos rodoviários: Padronização. Disponível em:
http://ipr.dnit.gov.br/noticias/novas-normas-em-consulta-publica/novo-projeto-de-norma-
canteiro-de-obra-padraoapos-diversas-correcoes-1-copia.pdf. Acesso em: 13 abr. 2018.

INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. O que é Canteiro de Obras?


Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/projeto-e-implantacao-
de-canteiro-de-obras/elementos-do-canteiro-de-obra. Acesso em: 10 abr. 2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Normas Regulamentadoras (Português). 2018.


Disponível em: http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras. Acesso em: 10 abr. 2018.
SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. A (org.). Planejamento de canteiros de obra e
gestão de processos. Porto Alegre: ANTAC, 2006. (Recomendações Técnicas HABITARE,
v. 3).
Exercícios
AULA 4

RESPONDA AS SEGUINTES PERGUNTAS

1) Quais são as disposições que devem ser atendidas no


caso do uso da serra circular?

2) Como devem ser feitos a dobragem e o corte de vergalhões de aço em


obra?

3) Há algum cuidado especial com pontas verticais de vergalhão de aço?

4) Quais as diferenças entre as áreas de armazenamento citadas abaixo?


• Depósitos;
• Silos/baias;
• Almoxarifado.

5) Explique como devem ser estocados os seguintes materiais:


a) Cimento;
b) Agregados;
c) Tubos de PVC;
d) Tijolos cerâmicos;
e) Vergalhões.

6) Em que parte do canteiro de obras deve estar localizada a central de


formas?
Aula 5
Logística em canteiro de obras

APRESENTAÇÃO DA AULA

Prezado aluno, daremos início nesta aula com a seguinte afirmação de


SOUZA (2000): “Não há sentido em se falar em qualidade na obra ou produtividade
no processo produtivo quando não se tem planejado o local onde os serviços de
construção acontecem”. Portanto, vamos abordar agora a logística no canteiro de
obras sob dois aspectos, o interno e o externo, para o aproveitamento eficiente dos
recursos materiais e humanos, e, desta forma, alcançar vantagens operacionais e
econômicas.

Bom aprendizado!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Entender o conceito de logística sob os aspectos interno e externo;


➢ Conhecer o conceito de construção enxuta;
➢ Conhecer o método 5S que pode ser utilizado em canteiros de obra.
P á g i n a | 72

5 LOGISTICA

A logística articula estratégias que oferecem vantagens nas obras, como o


acesso facilitado aos materiais, redução dos transportes e deslocamentos dentro do
canteiro, aumento de produtividade, diminuição de desperdícios e gastos
desnecessários. Qualquer tipo de obra, de porte pequeno até as maiores possíveis,
deve ser considerado um estudo de planejamento criterioso do layout e logística do
canteiro para aproveitamento eficiente dos recursos materiais e humanos e desta
forma alcançar vantagens operacionais e econômicas.

5.1 Partes da logística

O conceito de logística aplicada pode ser divido em duas partes, interno e


externo. O aspecto externo se refere à interface comercial da obra (construtora) com
seus fornecedores.

Dica importante neste quesito: Entradas e saídas programadas


em portões diferentes proporcionam maior agilidade às atividades de
carga e descarga, conforme Figura 15.

Figura 15: Ilustração de entrada e saída programadas.

Fonte: SORAGGI (2017)

Já o interno, refere-se a todo tipo de manuseio de material no decorrer da


obra, seja no transporte ou armazenamento do mesmo.
P á g i n a | 73

Dica importante neste quesito: o estoque central deve ser


organizado de forma que os materiais usados com mais frequência
tenham melhor acesso conforme Figura 16.

Figura 16: Logística interna.

Fonte: SORAGGI (2017)

5.2 Transporte

Realizado de forma externa e interna. As operações de transporte são


responsáveis pelo suprimento de recursos na obra bem como o deslocamento dos
mesmos em seu canteiro. Devem ser muito bem planejadas para não gerarem
acidentes e principalmente não comprometerem o cronograma e orçamento.

5.2.1 Transporte externo

O transporte externo está relacionado a entrega do material do fornecedor até


o interior da obra. Para que funcione de forma ideal, deve haver um bom
acompanhamento do cronograma de suprimentos da obra, dos equipamentos
mecânicos que podem ser necessários para auxiliar na retirada do material e do
local de armazenamento preparado para o recebimento.
P á g i n a | 74

Para um transporte externo eficiente, os seguintes parâmetros de carga


devem ser analisados:
• Peso: Elemento de grande importância para análise. Dependendo do valor
podem ser necessários equipamentos para carga e descarga além da
necessidade da distribuição da carga por eixos do veículo;
• Volume: Outra variável, está relacionada ao peso e densidade da carga.
Em casos de baixa densidade é preciso ter cuidado com o aproveitamento
do espaço físico da carroceria do veículo para que não ultrapasse o limite
de altura;
• Dimensão da carga: A organização das mercadorias varia de acordo
com o tamanho da unidade transportada. Em circunstâncias de diferentes
mercadorias e dimensões, pode haver dificuldade no arranjo devido à
assimetria gerada;
• Grau de fragilidade da mercadoria: Materiais frágeis devem ser
transportados e armazenados com todo cuidado, além do uso de
embalagens especiais;
• Ciclo de vida do produto: Exemplo do concreto fresco que tem um
tempo de uso controlado;
• Compatibilidade: Certas mercadorias não apresentam compatibilidade
de serem transportadas juntas.

5.2.2 Transporte interno

O transporte interno pode ser dividido em vertical e horizontal, sendo


considerados como pontos chaves para qualquer canteiro de obra (representam
80% das atividades de uma construção).
Para os transportes internos horizontais, os principais utilizados na construção
estão representados no Quadro 2.
P á g i n a | 75

Quadro 2: Transportes internos na horizontal.


Carrinho de mão:
• Formado por uma caçamba, uma roda e
dois puxadores;
• Essencial para transportar materiais de
construção, como areia e pedras.

Girica:
• Um carrinho de mão aprimorado para
suportar maiores cargas;
• Projetado para maior mobilidade no
canteiro.

Carrinho hidráulico ou transpalete:

• Idealizado para movimentação de cargas


paletizadas;
• Seus garfos são projetados para encaixe
nos paletes e realização do transporte dos
mesmos;
• Constituído por macaco hidráulico e
chapas de aço.

Empilhadeira:
• Máquina com a função de carregar e
descarregar paletes;
• Mais utilizada em galpões onde há
predominância de paletes.

Fonte: COELHO (2015) adaptado

O transporte na vertical é realizado principalmente por gruas e elevadores


do tipo cremalheira. É de extrema importância para um melhor aproveitamento
operacional, influenciando diretamente na eficiência na execução de tarefas das
empreiteiras envolvidas no processo construtivo. Nos itens abaixo, veja o que a
NR18.14 diz sobre o transporte no quesito vertical:
➢ Os equipamentos de transporte de materiais e pessoas devem ser
dimensionados por profissionais legalmente habilitados;
P á g i n a | 76

➢ A manutenção deve ser executada por trabalhador qualificado, sob


supervisão de profissional legalmente habilitado;
➢ Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e
pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá sua função
anotada em Carteira de Trabalho;
➢ No transporte vertical e horizontal de concreto, argamassas ou outros
materiais, é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de
movimentação da carga, sendo a mesma isolada e sinalizada;
➢ No transporte e descarga dos perfis, vigas e elementos estruturais, devem
ser adotadas medidas preventivas quanto à sinalização e isolamento da área;
➢ Os acessos da obra devem ser desimpedidos, possibilitando a
movimentação dos equipamentos de guindar e transportar;
➢ Antes do início dos serviços, os equipamentos de guindar e transportar
devem ser vistoriados por trabalhador qualificado, com relação a capacidade de
carga, altura de elevação e estado geral do equipamento;
➢ Estruturas ou perfis de grande superfície somente devem ser içados com
total precaução contra rajadas de vento;
➢ Todas as manobras de movimentação devem ser executadas por
trabalhador qualificado e por meio de código de sinais convencionados;
➢ Devem ser tomadas precauções especiais quando da movimentação de
máquinas e equipamentos próximos a redes elétricas;
➢ O guincho do elevador deve ser dotado de chave de partida e bloqueio que
impeça o seu acionamento por pessoa não autorizada;
➢ Em qualquer posição da cabina do elevador, o cabo de tração deve dispor,
no mínimo, de seis voltas enroladas no tambor;
➢ Os elevadores de caçamba devem ser utilizados apenas para o transporte
de material a granel;
➢ Os equipamentos de transportes de materiais devem possuir dispositivos
que impeçam a descarga acidental do material transportado.
P á g i n a | 77

A grua é um equipamento pesado utilizado no transporte horizontal e


vertical de materiais. A grua é desmontável e, geralmente treliçado. É
composto de duas extremidades: numa delas, fica a pinça elevatória
descendente e/ou ascendente; na outra, fica um imenso contrapeso,
que estabiliza o conjunto, evitando a sua queda. Normalmente, é fixada
em pesada base sustentado por uma torre modular. É um conjunto de
possante motor com roldanas, acopladas a um ou mais cabos de
alta resistência.
Disponível em: http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-grua.html.

Segue na Figura 17 uma ilustração com os principais elementos de uma grua.

Figura 17: Elementos de uma grua.

Fonte: adaptado de COELHO (2015)

No mercado existem vários modelos de gruas, seguem abaixo os três tipos


mais usuais:
a) Grua fixa: caracteriza-se por ter a base da torre chumbada dentro de um
bloco de concreto. Sua ascensão e ancoragem são feitas de acordo com a
P á g i n a | 78

necessidade da obra, sendo que a fixação da ancoragem e a altura livre serão


limitadas de acordo com cada fabricante, e a capacidade de cada equipamento;
b) Grua ascensional: fixada entre lajes, normalmente instalada dentro do
poço do elevador por meio de gravatas metálicas;
c) Grua móvel: montada sobre base metálica com lastro e trucks de
translação que por sua vez se move sobre trilhos, permitindo que todo conjunto se
desloque horizontalmente.

Alguns cuidados especiais devem ser tomados na utilização de uma grua:


• A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação devem ficar no mínimo a
3,00 metros de qualquer obstáculo;
• É proibido qualquer trabalho sob intempéries ou outras condições
desfavoráveis que exponham a risco os trabalhadores da área;
• É proibida a utilização da grua para arrastar peças;
• É obrigatória a instalação de dispositivos de segurança ou fins de curso
automáticos como limitadores de cargas ou movimentos, ao longo da
lança;
• As áreas de carga/descarga devem ser delimitadas, permitindo o acesso às
mesmas somente por pessoal envolvido na operação;
• A grua deve possuir alarme sonoro que será acionado pelo operador
sempre que houver movimentação de carga;
• A implantação, instalação, manutenção e retirada de gruas deve ser
supervisionada por um engenheiro, sendo obrigatória a emissão de ART.

5.2.3 Classificação segundo a mobilidade

Os equipamentos de transporte podem ser classificados segundo a sua


mobilidade em móveis, fixos e semifixos.
Os equipamentos móveis são aqueles que devem ser “guardados” ao final do
dia de trabalho:
• ferramentas;
• equipamentos de transporte horizontal, como carrinhos e caminhões;
• vibradores de concreto;
P á g i n a | 79

• equipamento de escavação, etc.

Os equipamentos fixos devem ser instalados nas posições mais otimizadas


possíveis, exemplos:
• elevadores de obras;
• gruas;
• centrais de produção (concreto, argamassa e armaduras, etc.).

Os equipamentos semifixos, também chamados de semimóveis, possuem por


característica o deslocamento de acordo com a evolução das frentes de serviço,
exemplos:
• betoneiras e misturadores de argamassa;
• andaimes;
• bancadas de serra, etc.

5.3 Construção enxuta

Termo conhecido internacionalmente como Lean Construction, se refere a um


modelo de gerenciamento de obra que evita perdas.
Essa filosofia de trabalho pontua as seguintes metas:
• menor desperdício;
• maior qualidade;
• maior produtividade;
• reduz custos;
• alocação de recursos na hora certa;
• atendimento ao cliente incrementando a sua satisfação.

A ineficiência é mais facilmente observada em uma obra através das perdas


na produção, refletidas no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital
acima do planejado para a construção. A produção enxuta tem como objetivo mitigar
essas perdas ao máximo e como ferramenta de ajuda, expõe as perdas mais
ocorrentes junto das suas causas e origens nas diferentes fases de uma obra.
P á g i n a | 80

É apresentado no quadro abaixo exemplos de perdas mais ocorrentes junto


às suas causas e origens nas diferentes fases de uma obra.

Quadro 3: Manifestações, causas e origens das perdas.


Manifestações de
Causas Origens Fase da obra
perdas
1 - Falta de
procedimento formal
para utilização da
ferramenta para corte de 1- Planejamento
blocos
2- Falta de treinamento
dos operários quanto ao
Corte com
Entulho de bloco de procedimento a ser 2 – Produção
ferramenta
concreto seguido
inadequada
3- Falta de
compatibilização
modular entre as
dimensões das paredes 3 - Concepção
e os componentes da
alvenaria

1- Falta de procedimento
formal para utilização da
ferramenta adequada
para corte de blocos
2- Falta de treinamento 1- Planejamento
Corte com dos operários quanto ao
Entulho de placas
ferramenta procedimento a ser 2 – Produção
cerâmicas
inadequada seguido.
3- Projeto indicando 3- Concepção
placas muito grandes
para ambientes
pequenos. Gerando
desperdício
1 – Falta de treinamento
Espessura elevada Fala de esquadro do encarregado quanto
1 – Produção
do reboco interno nas paredes aos procedimentos para
inspeção do serviço
Espessura elevada Viga de concreto 1- Falta de coordenação
1 -Concepção
do reboco interno mais espessa de projetos
Fonte: AQUINO (2007)

Em uma construção enxuta, preocupa-se na otimização dos processos do


início ao fim, de maneira que o projeto deve ser idealizado detalhadamente e
visando a maneira mais propícia a atingir qualidade com menos gastos, tanto de
material quanto de mão de obra e tempo.
P á g i n a | 81

No decorrer da obra, a atenção


Histórico do programa 5S
é grande no desempenho da
produção no intuito de se atingir a O programa 5S foi introduzido no Japão por
melhor produtividade possível. A KAORU ISHIKAWA na década de 50,
definição de produtividade usada por destinado a combater as causas das

Aquino (2007) é como a quantidade perdas, desperdícios e a desorganização

de trabalho realizado por uma nas entidades japonesas, nos anos que se
seguiram ao fim da segunda grande guerra,
unidade de tempo, ou seja, produto
posteriormente, sua prática se estendeu a
gerado por homem-hora. Quanto
empresas com a percepção da
maior forem os resultados atingidos e
possibilidade de mudança e
menores forem os recursos gastos no conscientização das pessoas em relação
processo, melhor será a aos seguintes aspectos do trabalho:
produtividade da equipe. Sendo ambiente, significado e suas relações com

assim, lista os fatores que interferem ele.


Fonte: LUIZ; VITO (2011/02)
diretamente na mesma como:
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/169/1/Do
• capacitação e treinamento uglas%20Barcelos%20Luiz.pdf.
da mão de obra;
• metodologia de trabalho empregada;
• layout do canteiro de obra;
• práticas gerenciais de controle;
• processos de produção;
• utilização de insumos;
• estrutura organizacional da empresa.

O planejamento, gerenciamento e forma de execução destes fatores é


determinante para que toda a operação esteja no prazo e custo estipulados, com
segurança e qualidade. O enfoque na construção enxuta e produtividade estão
diretamente interligados com a logística aplicada em todo o processo.
P á g i n a | 82

QUER SABER MAIS SOBRE ...

• Os princípios da construção enxuta, acesse:


http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/313/
anexo/seminariol.pdf.

• O que é Lean Construction? Como faço para implementar Lean Construction?


Quais são os benefícios? Acesse:

Disponível em: https://leanconstruction.wordpress.com/category/teoria-lean-

construction/.

5.4 O Método 5S

O programa 5S é uma ferramenta utilizada para organizar o ambiente onde


ele é implantado, baseado sempre na ideia dos 5 sensos: senso de utilidade, senso
de organização, senso de limpeza, senso de segurança e senso de autodisciplina.
Este método pode ser considerado como importante ferramenta para o ganho
de qualidade no canteiro de obras. Nele, a limpeza e organização são vitais para
qualidade, afetando diretamente na segurança e produtividade dos trabalhadores e
mitigando os desperdícios.
O termo 5s representa as iniciais de cinco palavras japonesas que são: SEIRI,
SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE, e, no Brasil convencionou-se chamá-los
de cinco sensos com as seguintes denominações:
1) Primeiro S – SENSO DE UTILIZAÇÃO (SEIRI): “Tenha só o necessário na
quantidade certa. ” Resulta na liberação de áreas, ganhos em espaço e organização
nos deslocamentos internos;
2) Segundo S – SENSO DE ORDENAÇÃO (SEITON): “Um lugar para cada
coisa, cada coisa em seu lugar. ” Conceito de ordenação dos espaços no intuito de
se obter um layout otimizado. Cada material terá seu local próprio já próximo à sua
utilização, gerando ganhos em tempo, movimentação, no controle de estoque e
produtividade;
P á g i n a | 83

3) Terceiro S – SENSO DE LIMPEZA (SEISO): “Um ambiente limpo motiva ao


trabalho. ” Pouco comum na construção civil, a limpeza contribui não só com a
higiene do ambiente, mas também em evitar acidentes que afetam diretamente na
produtividade. Um ambiente limpo motiva o trabalhador a mantê-lo limpo além de
motivá-lo a desempenhar melhora a sua função;
4) Quarto S – SENSO DE SAÚDE (SEIKETSU): “Qualidade de vida no trabalho é
motivacional. ” Tem como foco o fator humano. Qualidade de vida no ambiente de
trabalho resulta positivamente na produtividade;
5) Quinto S – SENSO DE AUTODISCIPLINA (SHITSUKE): “Ordem, rotina e
constante aperfeiçoamento. ” Diz respeito ao treinamento e disciplina adquiridos na
instrução e repetição.
Resumo

Na aula 5, você aprendeu que:

✓ A logística de um canteiro pode ser dividida em duas partes: Externa


(referente à interface comercial da obra com os fornecedores) e a
interna (refere-se a todo tipo de manuseio no decorrer da obra dentro
do canteiro);
✓ O transporte no canteiro de obras pode ser realizado de forma externa
e interna;
✓ Os equipamentos de transporte podem ser classificados de acordo com
a sua mobilidade em móveis, fixos e semifixos;
✓ A construção enxuta é um termo conhecido mundialmente como Lean
Construction que tem como meta: reduzir o desperdício, aumentar a
qualidade e a produtividade da obra, alocar recursos na hora certa,
satisfazer o cliente, entre outras;
✓ O programa 5S é uma importante ferramenta para organizar o
ambiente de trabalho, inclusive em canteiros de obra, baseado sempre
na ideia dos 5 sensos: senso de utilidade, senso de organização, senso
de limpeza, senso de segurança e senso de autodisciplina.
Complementar

Acesse os links abaixo como conteúdos complementares


Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra – TCC de Coelho, 2015.
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013675.pdf.

Construção Enxuta
http://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_206_227_28529.pdf
http://www.pit.org.br/sites/default/files/CONSTRU%C3%87%C3%83O%20ENXUTA%20-
%20CASE%20EXPANDIDO.pdf.

Programa 5S
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/169/1/Douglas%20Barcelos%20Luiz.pdf.
Referências

Básica:
AQUINO, E.C.G. – Gerenciamento de obras. 2007.

COELHO, G. P. Logística aplicada a layout de canteiro de obra. Projeto de


Graduação apresentado ao curso de engenharia civil à URFJ. Rio de Janeiro, 2015.
Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013675.pdf. Acesso
em: 10 jan. 2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 18


(NR18) - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Publicado em
Brasília, 06 de julho de 1978 e atualizado em 09 de dezembro de 2015.

RIBEIRO, P. F. C. Caracterização dos canteiros de obras da cidade de


Angicos/RN. Monografia apresentada à UFERSA. Angicos-RN, 2011.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de


pessoas. Recomendações Técnicas HABITARE. Porto Alegre, ANTAC, 2006.

SORAGGI, M. V. F. Edificações. Notas de aula da disciplina de Edificações.


Itaperuna: UniRedentor, 2017.

Complementar:
ANTUNES, A. C. Logística no canteiro de obras, utilizando os princípios da
construção enxuta. Pernambuco: comunidade da construção, 2018. 61 slides, color.
Disponível em:
http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/313/anexo/seminariol.pdf. Acesso
em: 04 abr. 2018.

COELHO, G. P. Logística aplicada a layout de canteiro de obra. 2015. 89 f. TCC


(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

DOUGLAS BARCELOS LUIZ. Implantação do programa 5s em um canteiro de


obras: estudo de caso. Disponível em:
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/169/1/Douglas Barcelos Luiz.pdf. Acesso em: 10 abr.
2018.

E-CIVIL. O que é GRUA. Disponível em: http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-


grua.html. Acesso em: 04 abr. 2018.

JUNQUEIRA, L. E. L. Lean Construction – download apresentações. Disponível


em: https://leanconstruction.wordpress.com/category/teoria-lean-construction/. Acesso em:
02 mar. 2018.

PIT. Construção enxuta: Case expandido. Disponível em:


http://www.pit.org.br/sites/default/files/CONSTRUÇÃO ENXUTA - CASE EXPANDIDO.pdf.
Acesso em: 04 abr. 2018.

PEREIRA, A, M. et al. Aplicação da construção enxuta (Lean Construction) na


construção civil. PRODUÇÃO, XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Anais.
P á g i n a | 87

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Disponível em:


http://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_206_227_28529.pdf. Acesso em: 10 abr. 2018.
Exercícios
AULA 5

RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO

1) O conceito de logística aplicada pode ser dividido em


duas partes, externo e interno. Explique as diferenças entre
eles.

2) O transporte externo está relacionado a entrega do material do fornecedor


até o interior da obra. Quais os parâmetros de carregamento devem ser analisados?

3) Cite os principais meios de transporte interno na horizontal.

4) Sobre o transporte na vertical.


I - Os equipamentos de transporte de materiais e pessoas devem ser
dimensionados por profissionais legalmente habilitados;
II - Estruturas ou perfis de grande superfície somente devem ser içados com
total precaução contra rajadas de vento;
III - O guincho do elevador deve ser dotado de chave de partida e bloqueio
que impeça o seu acionamento somente por pessoa autorizada;
IV - No transporte vertical do concreto, argamassas ou outros materiais, é
proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de movimentação da
carga, sendo a mesma isolada e sinalizada, no transporte na horizontal, esta
movimentação é permitida.

Estão corretas apenas as afirmações:


a) I e II
b) I e III
c) I, II e III
d) I, III e IV
e) Todas as alternativas estão corretas
P á g i n a | 89

5) Sobre as gruas utilizadas em obras de grande porte, pesquise na literatura


e responda as seguintes perguntas.
a) O que é grua? Quais são os seus principais elementos construtivos?
b) Como é o seu funcionamento?
c) Quais são os principais cuidados na utilização deste equipamento?

6) O que é Lean Construction? Como faço para implementar Lean


Construction? Quais são seus benefícios?

Gabarito será disponibilizado em sua plataforma como


conteúdo complementar.
Aula 6
Materiais betuminosos e
impermeabilização

APRESENTAÇÃO DA AULA

A água na construção civil é um elemento muito importante, pois além de


realizar a limpeza de vários materiais e ambientes, também é essencial na
constituição de argamassas, concretos, tintas, entre outros. Entretanto, ao mesmo
tempo que é aliada, a água pode ser uma substância indesejável nas construções
quando não precisamos dela. Assim, são necessárias medidas para a sua
contenção. A NBR 9575 (2010) define o sistema de impermeabilização como um
conjunto de produtos e serviços destinados a conferir estanqueidade a partes de
uma construção. Nesta aula abordaremos este tema, ou seja, os materiais
betuminosos utilizados na impermeabilização.

Vamos começar? Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Entender a execução de uma impermeabilização, inclusive a de


fundações;
➢ Analisar a importância da impermeabilização, os seus diferentes tipos e
nomenclatura usual.
P á g i n a | 91

6 IMPERMEABILIZAÇÃO

Os serviços de impermeabilização representam uma pequena parcela do


custo e do volume de uma obra, quando anteriormente planejada. Eles servem para
combater:
• presença de umidade nas estruturas executadas ao nível do solo;
• presença de umidade nas paredes junto ao piso;
• vazamento de água em lajes;
• vazamento de água em caixas-d’água;
• vazamento de água em piscinas;
• umidade em pisos.

A impermeabilização das edificações não é uma prática moderna.


Os romanos empregavam, clara de ovos, sangue, óleos, etc. para
impermeabilizar saunas, aquedutos. Já no Brasil, nas cidades históricas, existem
igrejas e pontes onde a argamassa das pedras foi aditivada com óleo de baleia.
Atualmente, em lojas do gênero são encontrados diversos tipos de produtos
desenvolvidos especialmente para evitar a ação prejudicial da água.
Seguem abaixo as principais recomendações para a aquisição e o uso desses
produtos:
• sempre que possível, consultar o fabricante;
• ler atentamente os procedimentos e as dosagens a serem aplicadas;
• nem todos os materiais destinados à impermeabilização podem ser
aplicados em superfícies úmidas
• seja criterioso na execução de um sistema de impermeabilização.

Atenção! Não existe meia impermeabilização. Ou ela é bem executada


ou simplesmente não existe.
P á g i n a | 92

6.1 Nomenclaturas

Para entender corretamente os trabalhos e projetos de impermeabilização é


necessário o conhecimento de alguns termos comumente utilizados.
Vejamos:
a) água de percolação: água que atua sobre superfícies, não exercendo
pressão hidrostática superior a um quilo-pascal.
b) água sob pressão negativa: água confinada ou não, que exerce pressão
hidrostática de forma inversa à impermeabilização, como mostra a Figura 18.

Figura 18: Impermeabilização de alicerces para fundação.

Fonte: SALGADO (2014)

c) Água sob pressão positiva: Água confinada ou não, que exerce pressão
hidrostática de forma direta na impermeabilização. Exemplo: Impermeabilização de
caixas-d’água, como mostra a Figura 19.

Figura 19: Ação da pressão positiva.

Fonte: SALGADO (2014)

d) Umidade do solo: água existente no solo, presente entre as partículas do


solo.
P á g i n a | 93

e) Fluido: corpo cujas moléculas são tão pouco aderentes entre si que
deslizam umas sobre as outras, tomando a forma do recipiente que o contém (gases
e líquidos).
f) Estanque: elemento que impede a passagem de fluidos.
g) Estanqueidade: propriedade de um elemento de impedir a penetração ou
passagem de fluidos através de si.
h) Impermeável: produto que impede a passagem de fluidos.
i) Impermeabilidade: propriedade de um produto de ser impermeável. É
interessante lembrar que essa propriedade está diretamente associada à pressão
limite do produto em suportar a condição de impermeabilidade.
j) Infiltração: penetração de fluidos nas estruturas.
k) Sistema de impermeabilização: conjunto de produtos e serviços
destinados a tornar um elemento impermeável.
l) Manta: produto impermeável, pré-fabricado, de consistência elástica, à
base de elastômeros PVC.
m) Membrana: produto impermeabilizante, moldado no local, com ou sem
estruturante.
n) Armadura ou estruturante: elemento flexível, de forma plana, destinado a
absorver esforços, conferindo resistência mecânica aos diferentes tipos de
impermeabilização.

6.2 Classificação dos impermeabilizantes

Existem basicamente três sistemas principais de impermeabilização: rígido,


semiflexível e flexível.

6.2.1 Rígido

São aditivos que atuam no sistema capilar, preenchem todos os vazios dos
poros e impedem a percolação da água. São misturados aos concretos e às
argamassas destinadas ao assentamento de elementos de alvenaria e
revestimentos.
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O consumo desse aditivo impermeabilizante varia conforme a quantidade de


aglomerante, devendo ser verificado junto ao fabricante.
Os usos mais comuns são para:
• impermeabilização de vigas baldrames;
• impermeabilização de argamassas, concretos e revestimentos;
• tratamento de subsolos, túneis;
• revestimento em piscinas, caixas d’água e reservatórios.

Este tipo de impermeabilizante não apresenta a propriedade de


trabalhar com a estrutura principal da edificação.

6.2.2 Semiflexível

Os impermeabilizantes semiflexíveis são revestimentos constituídos de


materiais que possuem dilatação e flexibilidade. Promovem a absorção de pequenas
movimentações ou acomodações da estrutura e podem suportar pressões negativas
e positivas. Normalmente são produtos bicomponentes, que se apresentam prontos
para o uso, e que devem ser misturados energicamente antes da aplicação.
Algumas marcas disponíveis no comércio podem ser aplicadas sobre umidade,
porém em qualquer situação a superfície deverá estar livre de sujeira, pó, graxa,
óleo ou outros elementos que podem prejudicar a aderência do impermeabilizante
no substrato.
Os usos mais comuns são para:
• impermeabilização de superfícies de concreto, argamassa, alvenaria e aço;
• impermeabilização de pequenas lajes e terraços;
• revestimento em piscinas, caixas d’água e reservatórios.
P á g i n a | 95

6.2.3 Flexíveis

São os que possuem em sua composição materiais que modificam as


características elásticas do produto, pois recebem adição de polímeros, elastômeros
etc., podendo absorver considerável movimentação estrutural. Estes podem ser
divididos em dois grupos: as emulsões e as mantas.
a) Emulsões
São emulsões à base de elastômeros sintéticos e betumes emulsionados ou
de base acrílica. Quando aplicados, a quente ou a frio, formam um filme
impermeabilizante, elástico, e de elevada aderência. Esses materiais não devem
ficar expostos ao tempo, pois por possuírem betume em sua composição não
resistem aos raios ultravioletas. Para aumentar a vida útil desses materiais deve-se
proceder à execução de uma proteção mecânica sobre o produto aplicado.
Confecciona-se uma argamassa de cimento: areia no traço 1:3 em volume, e coloca-
se em cima da emulsão aplicada.

Atenção!
• Alguns produtos não podem ser aplicados em caixas
d’água destinadas ao consumo, pois transferem gosto à
água.
• Consultar o fabricante ou os catálogos técnicos para
especificação dos produtos impermeabilizantes quando se
destinar a reservatórios de água.

b) Mantas
Um tipo de impermeabilização flexível cada vez mais utilizado, pois garantem
excelente tratamento, principalmente sobre lajes e coberturas, é a utilização de
mantas asfálticas. Estas são fornecidas em rolos, com variada espessura, uma para
cada tipo de finalidade ou solicitação. O fornecedor desse tipo de material deve ser
sempre consultado e sua aplicação é normalmente executada por profissionais
P á g i n a | 96

treinados. Usos mais comuns: Impermeabilização de lajes, banheiros, caixas-


d’água, reservatórios e piscinas.

6.3 Tipos de impermeabilização

Vejamos agora os tipos de impermeabilizações que podem ser realizadas em


obras de edificações.

6.3.1 Impermeabilização de baldrame

A impermeabilização de baldrames serve para evitar um dos problemas


recorrentes em muitas habitações brasileiras, a umidade que se apresenta na parte
inferior das paredes junto ao piso. Uma das principais causas deste fenômeno é a
falta de uma barreira de proteção contra a umidade ascendente do solo, que passa
pelo baldrame, e atinge as alvenarias proporcionando um aspecto de degradação
dos revestimentos e da pintura.
As Figuras 20 e 21 ilustram a forma correta de impermeabilização dos
baldrames.

Figura 20: Passo a passo para impermeabilização de baldrame.

Fonte: SALGADO (2014)


P á g i n a | 97

Figura 21: Impermeabilização de baldrame.

Fonte: SALGADO (2014)

O processo ilustrado acima é o mais utilizado, aplicando-se argamassa


rígida; usando, geralmente, impermeável gorduroso (Vedacit ou
similar). Após a cura da argamassa impermeável a superfície é
pintada com piche líquido (Neutrol ou similar), pois o piche penetra nas
possíveis falhas de camadas, corrigindo os pontos fracos. Devemos
aplicar duas demãos e em cruz.

Outro processo utilizado dispensa o uso da pintura com piche líquido sobre a
argamassa. Nesse sistema aplica-se uma argamassa de cimento e areia no traço
1:3 e pintura com cimento cristalizante e aditivo (Kz + água + K11 na proporção de
1:4:12; Viaplus 1000; Tec100 ou similar). Podemos utilizar aditivo acrílico que
proporciona uma composição semiflexível. Aplicar sempre com as paredes úmidas
em três demãos cruzadas.
6.3.2 Impermeabilização de alvenaria

É muito comum vermos em alvenarias já revestidas e pintadas umidade


ascendente, causando em uma altura de 1 m acima do piso, patologias na pintura e
o emboço com pouca resistência. Isso pode acontecer devido:
• falta ou deficiência de impermeabilização nos alicerces;
P á g i n a | 98

• umidade do lado externo da alvenaria, por exemplo, águas da chuva


provenientes de beirais muito curtos.

A correção desse problema é sempre trabalhosa e traz desconforto aos


moradores e usuários. Acompanhe as etapas na Figura 22.

Figura 22: Impermeabilização de parede.

Fonte: (IMPERMEABILIZAÇÃO..., 2018)

Seguem abaixo os principais cuidados:


• A primeira providência é retirar todo o emboço da alvenaria até uma altura
de 1 metro acima do piso, preferencialmente nos dois lados da alvenaria. O
ideal é também retirar o rodapé quando este existir;
• Na retirada do revestimento podem surgir eventuais buracos na alvenaria.
Caso aconteça, devem ser tampados com argamassa de cimento e areia
no traço 1:5;
• Deve-se varrer muito bem a superfície, retirando todas as partes soltas, e o
pó, bem como realizar a aplicação de um impermeabilizante semiflexível
conforme as recomendações do fabricante;
• Depois de aplicado o impermeabilizante, proceder normalmente ao
revestimento desejado.
P á g i n a | 99

Esse procedimento só é viável em circunstâncias normais. Não se aplica quando o


piso também apresenta sinais de umidade, o que sugere a necessidade de
promover impermeabilização no piso, muitas vezes acompanhada de um sistema
de drenagem.

6.3.3 Impermeabilização de fachadas

São impermeabilizantes destinados a impedir a absorção da água pelos


materiais, tais como: cerâmicas, tijolos, pedras e concreto, provenientes
principalmente da ação das chuvas. Esses impermeabilizantes, também chamados
de “hidrofugantes” têm a propriedade principal de repelir a água e são constituídos
basicamente de resinas siliconadas ou acrílicas. A aplicação desses produtos se dá
como na pintura; utilizam-se broxas, trinchas e rolos de lã curta.
As principais vantagens da impermeabilização de fachadas são:
• Durabilidade das peças por mais tempo;
• Evitar a umidade no interior da edificação;
• Diminuir o peso estrutural pela absorção da água principalmente em telhas
e tijolos.

6.3.4 Aplicação de mantas

A manta asfáltica é um dos impermeabilizantes mais utilizados para


vedar superfícies, sendo indicada principalmente para estruturas sujeitas a
movimentação.
Ela é produzida a partir de asfaltos modificados armados com filme de
polietileno, filme de poliéster, borracha butílica ou PVC plastificado. Possui grande
resistência à tração, a furos e rasgamento. Sua classificação é feita em função dos
seus índices de tração, alongamento, flexibilidade e espessura. Existe uma ampla
variedade de mantas asfálticas, cada uma indicada para um uso específico,
conforme variações dimensionais, movimentos estruturais, etc.
P á g i n a | 100

Segue abaixo alguns exemplos:


• Manta asfáltica de Alumínio (isolante térmico e acústico): lajes não
transitáveis ou inclinadas em geral, telhados em geral (fibrocimento, barro,
zinco, telhas ecológicas, etc.), calhas e canaletas, marquises, juntas de
dilatação – a manta asfáltica aluminizada dispensa a proteção mecânica
(contrapiso). Quando utilizada em telhados, deve acompanhar o formato
das telhas, moldando-se a elas;
• Manta Asfáltica de Poliéster: lajes transitáveis planas ou inclinadas em
geral, jardineiras e floreiras, muros de arrimo e paredes verticais, caixas
d´água e reservatórios, piscinas e tanques de piscicultura, pisos de
estacionamento, áreas frias (banheiros, cozinhas, lavanderias, etc.),
terraços e sacadas. – Deve receber proteção mecânica (contrapiso), o qual
deve ser feito sobre base intermediária de papel Kraft, feltro asfáltico, ... (é
importante verificar o manual de instalação de cada produto);
• Manta Asfáltica pré-moldada de Polietileno: é indicada para lajes
transitáveis planas ou inclinadas em geral, sendo que áreas superiores a
100 m² devem usar, preferencialmente, a espessura de 4mm; áreas frias
(áreas de serviço, porões, banheiros, etc.), espelhos d’água, piscinas
elevadas, terraços.

A manta pode ser aplicada sobre diferentes tipos de superfícies: cimento,


zinco, alumínio, cimento amianto, madeira, etc. A área deve ser regularizada, com
caimentos adequados - mínimo de 1% de inclinação na direção do (s) ralo (s) - e
cantos em meia cana (arredondados). As superfícies ao redor de ralos de
escoamento devem ser rebaixadas e preparadas para que a impermeabilização seja
perfeita. Sua aplicação é feita com o uso de maçarico e exige mão-de-obra
especializada, a qual deve usar materiais de proteção individual (EPI): botas, luvas
de raspa e óculos de segurança.

Há duas maneiras de aplicar a manta asfáltica:


a) Aplicação tipo 1: O asfalto oxidado derretido por caldeira é lançado sobre
a camada de regularização e em seguida (com o asfalto ainda quente e fluido) é
aplicada a manta asfáltica;
P á g i n a | 101

b) Aplicação tipo 2: Primeiramente deverá ser aplicada uma ou duas


demãos de primer asfáltico (o qual é o elemento de ligação entre o substrato e as
mantas pré-fabricadas de asfalto). Depois de seco, inicia-se a aplicação da manta,
iniciando pelo lado mais baixo da superfície, para que as emendas obedeçam ao
sentido de escoamento. A maioria das marcas indica 10 cm como medida de
sobreposição das mantas. Sendo que estas emendas devem ser biseladas.
A aplicação da manta é realizada com um maçarico para unir a manta e o
primer, assim como as emendas, veja a Figura 23.

Figura 23: Aplicação de manta.

Fonte: VOITILLE (2012)

Após sua aplicação, costuma-se executar uma camada de argamassa de


cimento e areia para proteção mecânica da manta, evitando que esta seja danificada
pela ação do tempo (especialmente raios solares), tráfego de veículos e pessoas e
queda de objetos sobre sua superfície - esta camada é normalmente feita sobre uma
camada de proteção de papel kraft ou feltro asfáltico. Se a área não é acessível (não
há tráfego sobre ela), pode-se utilizar proteção mecânica com material solto (brita,
argila expandida, dolomita, etc. Mantas asfálticas aluminizadas não precisam de
proteção mecânica. Uma forma de verificação da impermeabilização é através do
teste de estanqueidade. Neste procedimento é inserida uma lâmina de água sobre a
superfície impermeabilizada por 72 horas para a verificação de possíveis infiltrações.
A imagem da Figura 24 abaixo ilustra o teste de estanqueidade.
P á g i n a | 102

Figura 24: Teste de estanqueidade.

Fonte: VOITILLE (2012)

Todos os materiais retratados nesta aula não devem entrar em contato direto
com a pele. Caso ocorra, deve-se lavar com bastante água pelos primeiros 15
minutos e depois aplicar hidratante. Caso tenha secado, utilize óleo vegetal e
passe hidratante.

6.4 Proteção mecânica

Para proteger as impermeabilizações expostas às intempéries, uma camada


de proteção deve ser executada.
Esta camada pode ser uma argamassa com traço de 1:5 (cimento e areia)
com, no mínimo, 2 cm de espessura, com a finalidade de evitar a exposição direta
do revestimento aos raios solares, evitando assim o ressecamento do material e sua
perda da capacidade de elasticidade. Além do mais, tal camada de proteção
mecânica também irá proteger a impermeabilização quando de eventual trânsito.
P á g i n a | 103

Argila expandida ou vermiculita são materiais comumente utilizados sobre a


proteção mecânica com a finalidade de reduzir a incidência de calor sobre o sistema
de impermeabilização.

6.5 Cuidados na execução de impermeabilizações

Os principais cuidados na execução de impermeabilizações são:


➢ Ler atentamente as instruções de aplicação, manuseio e estocagem do
produto;
➢ Consultar sempre o fabricante em caso de dúvidas;
➢ Toda a superfície deve estar íntegra e livre de partículas soltas;
➢ Toda graxa, óleo e poeira devem ser removidos;
➢ A superfície tem de estar seca. Para alguns produtos a superfície deve
estar úmida e não saturada.

Atenção na impermeabilização de reservatórios de água. Alguns


produtos não podem ser aplicados em reservatórios de água
destinados ao consumo.

➢ A impermeabilização não pode ser aplicada em dias chuvosos;


➢ Em casos de lajes, um escoamento de água é muito importante. Executar
caimento mínimo de 1%;
➢ Os cantos formados entre planos diferentes de impermeabilização devem
ser arredondados para atenuação de pressões, principalmente em reservatórios de
água, além de facilitar a aplicação das camadas de impermeabilização;
➢ A impermeabilização em platibandas, principalmente em casos de mantas,
deve ser embutida na mesma, conforme Figura 25.
P á g i n a | 104

Figura 25: Impermeabilização em cantos.

Fonte: SALGADO (2014)

6.5.1 Drenos

Em alguns casos, para garantir bons resultados na impermeabilização de


alicerces e nas paredes de muros de contenção, são necessários confeccionar
drenos. Sua aplicação depende de uma série de fatores, entre eles, o tipo de solo, a
profundidade do lençol freático, etc.
Os drenos subterrâneos podem ser de três tipos:
• Drenos horizontais (ao longo de uma área);
• Drenos verticais (tipo estacas de areia);
• Drenos em camada (sob base de estrada).

No caso de não ter tubulação condutora de água, o dreno é


chamado de cego. Os drenos cegos consistem de valas cheias de
material granular (brita e areia). O material é colocado com diâmetro
decrescente, de baixo para cima.

Os drenos horizontais (ver Figura 26) são constituídos de camada filtrante,


material drenante, tubo coletor, camada impermeável e o solo a ser drenado.
• 1 - Camada filtrante (areia de granulometria adequada ou manta de
poliéster servindo como elemento de retenção de finos do solo;
P á g i n a | 105

• 2 - Material drenante (pedra de granulometria apropriada) que serve para


evitar carreamento de areia - 1 - para o interior do tubo, e conduzir as
águas drenadas.
• 3 - Tubo coletor deve ser usado para grandes vazões. Normalmente de
concreto, cerâmico ou PVC;
• 4 - Camada impermeável (selo) no caso de o dreno ser destinado
apenas à captação de águas subterrâneas. Se o dreno captar águas de
superfície, esta camada será substituída por material permeável;
• 5 - Solo a ser drenado em um estudo mais aprofundado, a sua
granulometria servirá de ponto de partida para o projeto das camadas de
proteção.

Figura 26: Dreno horizontal.

Fonte: MILITO (200-)

Uma das aplicações dos drenos é o rebaixamento do lençol freático, conforme


ilustração abaixo.

Figura 27: Exemplo de aplicação de dreno.

Fonte: MILITO (200-)


Resumo

Na aula 6, você aprendeu:

✓ Que existem três tipos de impermeabilizantes: rígidos, semiflexíveis e


flexíveis, e o uso corrente de cada um deles;
✓ Como deve ser realizada a execução dos principais sistemas de
impermeabilização e os cuidados nesses serviços;
✓ Que o uso de drenos pode ser necessário para garantir bons
resultados na impermeabilização.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;
Acesse também o site de MILITO (Projetos e Construções) disponível em:
http://demilito.com.br/apostila.html clicando abaixo de APOSTILA-Técnicas de
Construção Civil no tópico “Fundações Convencionais”, e veja ao final do capítulo
o conteúdo sobre impermeabilização e drenos.

Acesse também sites relacionados aos produtos referenciados nesta aula.


http://www.vedacit.com.br/proteja/.
https://www.quartzolit.weber/impermeabilizantes-quartzolit.
http://www.viapol.com.br/profissional/impermeabilizantes/.
https://bra.sika.com/pt/solucoes-produtos/construcao/impermeabilizacao.html.
http://www.denverimper.com.br/produtos.
Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

MILITO, J. A. Técnicas de Construção Civil e Construção de Edifícios. Notas de


aula da disciplina de Técnicas das Construções Civis e Construções de Edifícios da
Faculdade de Ciências Tecnológicas da PUC Campinas e Faculdade de Engenharia de
Sorocaba. Disponível em: http://demilito.com.br/apostila.html. Acesso em: 29 jan. 2018.

SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas: da implantação ao


acabamento. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.

VOITILLE, N. Impermeabilização com manta asfáltica: uma maneira eficaz de


proteger lajes, telhados, piscinas, floreiras, pisos, etc. Artigo da revista eletrônica Clique
Arquitetura, julho de 2012. Disponível em: http://www.cliquearquitetura.com.br/index.html.
Acesso em: 29 jan. 2018.

Complementar:
DENVER. Produtos. Disponível em: http://www.denverimper.com.br/produtos.
Acesso em: 02 fev. 2018.

JOSÉ ANTONIO DE MILITO (São Paulo). Faculdade de Ciências Tecnológicas da


P.U.C. Campinas e Construção Civil da FACENS-Faculdade de Engenharia de Sorocaba.
Técnicas de construção civil. 2009. JOSÉ ANTONIO DE MILITO. Disponível em:
http://demilito.com.br/apostila.html. Acesso em: 10 abr. 2018.

SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas para edificação. 3. ed. São


Paulo: Saraiva, 2014.

SIKA BRASIL. Impermeabilização. Disponível em: https://bra.sika.com/pt/solucoes-


produtos/construcao/impermeabilizacao.html. Acesso em: 01 fev. 2018.

VEDACIT. Proteja. Disponível em: http://www.vedacit.com.br/proteja/. Acesso em: 02


fev. 2018.

VIAPOL. Impermeabilizantes. Disponível em:


http://www.viapol.com.br/profissional/impermeabilizantes/. Acesso em: 10 fev. 2018.

VOITILLE, N. Gesso acartonado: usos e vantagens. Revista Clique Arquitetura,


2012, texto digital. Disponível em: http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/gesso-
acartonadousos-e-vantagens-.html. Acesso em: 29 maio 2018.

WEBER SAINT GOBAIN. Impermeabilizantes. Disponível em:


https://www.quartzolit.weber/impermeabilizantes-quartzolit. Acesso em: 10 abr. 2018.
Exercícios
AULA 6

ATIVIDADE BASEADA EM SALGADO (2014)

1) Faça uma pesquisa e procure nas lojas de


construção os impermeabilizantes comercializados. Identifique
a loja, o fabricante, a marca, a finalidade e o modo de usar.

2) Após essa pesquisa e coleta de dados, elabore um plano de


impermeabilização para uma viga baldrame a ser impermeabilizada na sua região
informando quais produtos pesquisados você utilizaria, sua forma de aplicação e o
custo desta impermeabilização.
Aula 7
Aplicações de revestimentos
cerâmicos e similares

APRESENTAÇÃO DA AULA

Prezado aluno, você viu nas disciplinas de Materiais de Construção I e


Técnicas de Construção que o revestimento é um elemento que serve para proteção
do que já foi construído, além de dar estanqueidade às edificações. Nesta aula
iremos abordar as aplicações dos revestimentos cerâmicos e outros materiais de
assentamento, focando no preparo da base, forma de assentamento e rejuntamento.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de
entender as formas de aplicação dos seguintes revestimentos:

➢ Azulejos;
➢ Pisos cerâmicos;
➢ Pastilhas;
➢ Pedras decorativas;
➢ Pedras brutas, etc.
P á g i n a | 111

7 REVESTIMENTOS

Existem hoje no mercado diversos tipos de revestimentos, inclusive


destinados às condições e ambientes específicos de acordo com as particularidades
de cada um. Podemos encontrar revestimentos industriais, navais, químicos,
comerciais, hospitalares etc., cada um deles com suas características e finalidades.

Nesta aula abordaremos os revestimentos cerâmicos e similares destinados à


construção residencial, suas aplicações e principais cuidados no
assentamento.

7.1 Revestimentos cerâmicos

Os revestimentos cerâmicos são largamente utilizados em locais sujeitos à


presença de água constante, tais como: áreas de serviço, cozinhas, fachadas e
banheiros, não impedindo, no entanto, o seu uso em outros ambientes. No geral,
além da higiene, as principais funções dos revestimentos cerâmicos são:

Figura 28: Função do revestimento cerâmico.

Fonte: (FUNÇÃO..., 2018)

As placas de cerâmica podem ser encontradas nos mais diversos tamanhos,


a partir das chamadas pastilhas 2 x 2 cm, até as grandes peças de 60 cm até 1
P á g i n a | 112

metro. Sobre seu assentamento, deve seguir as normas técnicas brasileiras NBR
13753 para revestimento de piso interno e externo, NBR 13754 para revestimento de
paredes internas e NBR 13755 para revestimento cerâmico de fachadas. Segundo o
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e a
Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), os
revestimentos cerâmicos são classificados quanto a alguns aspectos de resistência
ao uso. No Quadro 4 consta essa classificação das cerâmicas quanto a resistência à
abrasão:

Quadro 4: Resistência à abrasão.


Resistência à
Grupo Usos recomendados
abrasão superficial
Grupo 0 Baixíssima Não aconselhável em pisos
PEI 1 Baixa Banheiros residenciais e dormitórios
Ambientes sem portas para o exterior e
PEI 2 Média
banheiros
Cozinhas, corredores, halls residenciais e
PEI 3 Média alta
quintais
Áreas comerciais, garagens, bares,
PEI 4 Alta bancos, restaurantes, hospitais, hotéis e
escritórios
Áreas públicas ou de grande circulação:
PEI 5 Altíssima shopping centers, aeroportos, padarias,
fast-foods, etc.
Fonte: (RESISTÊNCIA..., 2018)

Não se esqueça! As cerâmicas também são classificadas quanto à resistência


a manchas, grau de absorção e resistência mecânica, entre outros. Em
situações específicas, consulte os fabricantes. Para recordar estes conteúdos,
leia a aula 11 do seu caderno de materiais de construção I.

7.1.1 Azulejos

Normalmente possuem formato quadrado de 15x15 cm ou 20x20 cm, sendo


que alguns possuem formato retangular como 20x30 cm. A espessura média das
P á g i n a | 113

peças gira em torno de 5,4 mm. Estão disponíveis nas mais diversas cores e
acabamentos, com opções de peças lisas ou decoradas.
Ao efetuar a compra ou receber o material na obra, o responsável deve
observar as informações que constam na embalagem, presença de riscos na
superfície, cantos quebrados, diferença de dimensões entre as peças, tonalidade e
cor uniforme. O material deve ser estocado em local seco e abrigado das
intempéries, em pilhas que não ultrapassem 2 m de altura, dentro de suas
embalagens de origem e separados de acordo com o tipo, tamanho e/ou tonalidade.
Os azulejos normalmente são assentados no local de aplicação com argamassas
industrializadas próprias para esse fim e de maneira semelhante à descrita para o
assentamento de pisos e ladrilhos cerâmicos.

7.1.1.1 Assentamento dos azulejos

Os azulejos podem ser assentados com juntas em diagonal, prumo ou em


amarração, conforme Figura 29.

Figura 29: Tipos de juntas dos azulejos.

Fonte: MILITO (2018)

A colocação das placas deve ser realizada de baixo para cima, de fiada em
fiada, com argamassa de cal e areia no traço 1:3 com 100 kg de cimento por m³ de
argamassa (pelo processo convencional), ou com argamassa colante comercializada
para diversos tipos de usos. O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas
deve estar limpo, isento de pó, gorduras ou partículas secas e não deve ser molhado
P á g i n a | 114

antes do assentamento. A argamassa deve ser aplicada com desempenadeira


dentada de aço, sobre base regularizada. Vejamos na figura abaixo como é feita a
primeira fiada de assentamento cerâmico em paredes. Para garantirmos o
alinhamento correto na horizontal devemos proceder o serviço da seguinte maneira:
1º - Fixar uma régua em nível acima do nível de piso acabado.
2º - Deixar um espaço entre a régua e o nível do piso acabado, para
colocação de rodapés ou uma fiada de azulejos.
3º - Verificar, para melhor distribuição dos azulejos, se será colocado moldura
de gesso, deixando neste caso um espaço próximo à laje, que já deverá estar
revestida.

Figura 30: Detalhes do assentamento de azulejos.

Fonte: MILITO (2018)

7.1.1.2 Recortes

Os cortes em azulejos devem ser evitados, porém, é muito difícil não realiza-
los em virtude dos projetos não levar em consideração as dimensões das peças
cerâmicas. Para que os recortes não fiquem muito aparente, eles podem ser
realizados para ficar posicionados atrás das portas, dentro de boxes, ou ainda dividi-
los em partes iguais nos painéis, conforme Figura 31.
P á g i n a | 115

Figura 31: Exemplo de divisão dos azulejos

Fonte: MILITO (2018)

7.1.1.3 Juntas entre azulejos

Os espaços denominados juntas superficiais entre as peças cerâmicas são


necessários para:
• acomodar movimentações oriundas de variações térmicas e higroscópicas;
• alinhamento perfeito entre componentes (ocultam diferenças dimensionais);
• estanqueidade;
• acabamento estético.

As juntas superficiais deverão ter largura suficiente para que haja perfeita
penetração da pasta de rejuntamento e para que o revestimento de azulejo tenha
relativo poder de acomodação. Normalmente, a espessura mínima do rejunte
obedece ao descrito na Tabela 1.

Tabela 1: Juntas superficiais entre azulejos.

Fonte: MILITO (2018)

Quando os painéis internos excederem a 32 m² e os externos 24 m² ou


sempre que a extensão do lado for maior que 8,0 m ou 6,0 m respectivamente,
devemos prever juntas de movimentação longitudinais e/ou transversais.
P á g i n a | 116

As juntas de movimentação necessitam aprofundar-se até a superfície da


alvenaria e ser preenchida com material deformável, vedada com selante flexível e
devem ter entre 8 a 15 mm de largura

7.1.1.4 Rejuntamento

O rejuntamento pode ser


O que é alvaiade?
efetuado utilizando pasta de cimento
branco e alvaiade na proporção de 2:1
ou seja, duas partes de cimento
branco e uma de alvaiade. Podemos
utilizar ainda o rejunte (material
industrializado), estes normalmente (a) (b)
vêm agregado a outros componentes, O alvaiade é um produto que tem a
que conferem características especiais propriedade de conservar a cor branca por
mais tempo.
a ele: retenção de água, flexibilidade, Foi usado largamente na 'cozinha' da pintura
artística. Era usado, misturando-o a uma
dureza, estabilidade de cor, resistência cola de gelatina, de cartilagem de peixe, ou
a manchas etc., portanto, na hora de de pele de coelho para fazer a base para o
início da pintura (imprimação). Era usado
escolher a argamassa de também como pigmento para o fabrico da
tinta branca, porém deveria ser usada
rejuntamento, esteja atento às suas apenas na pintura à óleo, não na aquarela,
características. Esta pasta deve ser nem no afresco, pois tais técnicas não
davam a devida ´proteção para estas cores,
aplicada em excesso. O excedente o que fazia com que este branco
enegrecesse ao entrar em contato com a
será retirado, com pano, assim que
atmosfera. Hoje tal substância é substituída
começar a secar. O rejuntamento só na imprimação pelas tintas acrílicas cujo
pigmento geralmente é o dióxido de titânio,
deve ser efetuado após um período de entre outros.
3 a 5 dias depois do assentamento das Fontes:
Fig. (a):
placas cerâmicas.
http://hidracal.blogspot.com.br/2015/09/carbonat
o-de-calcio-alvaiade.html.
7.1.2 Pastilhas Fig. (b):
http://www.amccunha.pt/artigo/sodacasa/todos/al
São materiais semelhantes aos vaiade-zinco-po-balde-800-gr/1.

azulejos, porcelana mais compacta e


impermeável, baixíssima absorção, espessura de 3 a 5 mm, dimensões 25x25 mm,
40x40 mm, 50x50 mm, sextavadas, palito e outros. Podem ser esmaltadas numa
P á g i n a | 117

face, coloridas, ou coloridas no próprio biscoito, apresentando-se foscas. Vem de


fábrica coladas pela face acabada em folha de papel Kraft formando painéis de
aproximadamente 40x80 cm. São aplicadas sobre superfície lisa emboçada ou
rebocada, assentes com argamassa tipo cimento-cola ou com argamassa especial
colorida que também será o rejunte. O painel com papel é pressionado, tomando-se
o cuidado da coincidência das juntas entre painéis e, após a secagem de 72 horas, o
papel é retirado com lavagem com água e soda cáustica, é feito o rejunte, cujos
excessos são retirados 24 horas após com solução água/ácido muriático 10:1.
O assentamento das pastilhas é demorado e para se obter boa qualidade de
acabamento as fachadas necessitam estar em prumo rigoroso, pois não se pode
cortar as pastilhas, bem, como as interferências de janelas, vitrôs tem que ser
criteriosamente analisadas. O rejuntamento é executado com pasta de cimento
branco ou rejunte.

7.1.3 Revestimento para pisos

Antes que um piso seja assentado, uma camada de preparação em concreto


magro deve ser executada, que normalmente é chamada de contrapiso, base ou
lastro, e depois uma argamassa de regularização.

7.1.3.1 Preparo da base

a) Lastro: Os lastros mais comuns são executados com concreto não


estrutural no traço 1:4:8, 1:3:5 ou 1:3:6. Sua espessura mínima deverá ser de 5 cm;
podendo atingir até ± 8 cm. Esta variação é devido à variação do nível do terreno,
onde o mesmo pode não estar completamente plano. Já em residências, nos locais
de passagem de veículos o lastro deverá ser no mínimo 7,0 cm, podendo chegar até
a ±10,0 cm.
P á g i n a | 118

Considerações importantes!

Para aplicação do concreto o terreno deve estar nivelando e apiloado;


Em caso de aterro com mais de 1 metro de profundidade, este deve ser executado em
camadas de 20 cm compactadas;
Quando não se puder confiar num aterro recente, convém trabalhar com o concreto armado
para que o mesmo seja capaz de resistir a maiores esforços proveniente da movimentação
do aterro.

A Figura 32 apresenta o procedimento para nivelar a sub-base do lastro.

Figura 32: Procedimento para nivelar sub-base do lastro.

Fonte: (PROCEDIMENTO..., 2018)

Para termos uma superfície acabada de concreto plana e nivelada devemos


seguir os seguintes passos:
1º- determinar o nível do piso acabado em vários pontos do ambiente
utilizando uma mangueira de nível;
2º- descontar a espessura do piso e da argamassa de assentamento ou
regularização, cimento cola ou cola.
3º- colocar taliscas de madeira cujo nivelamento é obtido com o auxílio de
linha.
4º- entre as taliscas, executar as guias em concreto.
5º- entre as duas guias consecutivas, será preenchido com concreto;
6°- Utilizar a régua para retirar o excesso de massa.
P á g i n a | 119

Devemos ter muito cuidado quanto à presença de água no contrapiso. Caso


haja umidade, deverá ser feito um tratamento impermeável (vide aula anterior) para
evitar certas patologias já estudadas na disciplina de materiais de construção 1,
como por exemplo: desplacamento da cerâmica, aparecimento de manchas e até
empenamento do revestimento.

b) Argamassa de Regularização: A regularização consiste de uma camada


de argamassa no traço, em volume, de 1:4 (cimento e areia), normalmente de 2 cm
de espessura e executada sobre o contrapiso com a finalidade de dar a
regularização final e definitiva ao piso. É sobre essa camada que o piso cerâmico
será assentado com cimento colante, conforme figura.

Figura 33: Etapas de um revestimento de piso.

Fonte: SALGADO (2014)

Nas duas camadas, que servem de base para o revestimento, são


imprescindíveis que:
• não haja partes soltas;
• não tenham restos de argamassa provenientes de outras etapas
construtivas;
• estejam livres de poeiras, óleos e graxas;
• tenham uma boa aderência e resistência mecânica.

7.1.3.2 Assentamento dos pisos

Assim como nos revestimentos cerâmicos de parede (azulejos e pastilhas), é


também necessário o uso de uma argamassa que possa aderir o piso cerâmico a
uma base. As argamassas de assentamento podem ser divididas em argamassa
P á g i n a | 120

convencional e argamassa colante (industrializada), também chamado de cimento


cola.
a) Assentamento utilizando argamassa convencional: Utiliza-se uma
argamassa mista de cimento e cal com areia média seca no traço 1:0,5:4 ou 1:0,5:6
sobre o piso regularizado (quando a espessura da argamassa de assentamento for
maior de 3,0 cm) ou sendo a própria argamassa de assentamento utilizada para
regularizar e assentar.

Atenção! A espessura de argamassa de assentamento não deve


ultrapassar 2 cm a 2,5 cm, a fim de minorar as tensões de retração. Caso
haja necessidade de maior espessura, deverá ser efetuada em duas
camadas, sendo a segunda após completada a secagem da primeira camada.

Segue abaixo uma síntese da melhor maneira de assentar os pisos cerâmicos


pelo processo convencional:
• a superfície da laje ou contrapiso deve ser varrida para eliminação de
poeira;
• estender a massa em pequenos panos de maneira a colocar em nº de piso
que se possa alcançar;
• polvilhar por igual o cimento sobre a argamassa para enriquecer a sua
dosagem na superfície de contato;
• colocar o piso úmido e não saturado de água, pois esse excesso faz com
que a pasta de cimento se torne fraca;
• para garantir uma melhor distribuição de pasta de cimento, espalhar o pó
de cimento com a colher;
• com o auxílio da desempenadeira, dar pequenos golpes sobre o piso até
que a pasta de cimento comece a surgir pelas juntas.
P á g i n a | 121

b) Assentamento utilizando cimento cola: A argamassa de assentamento


industrializada normalmente já vem pronta, basta que se adicione água. É fornecida
sob forma de pó seco e em embalagens plásticas herméticas. Também chamada de
argamassa colante, proporciona uma obra mais organizada e limpa, agilidade na
execução, e ainda confere aderência muito superior entre a cerâmica e o substrato.

Os principais requisitos de uma argamassa colante são:


• trabalhabilidade (retenção de água, tempo em aberto,
deslizamento e adesão inicial);
• aderência;
• capacidade de absorver deformações, ou seja, flexibilidade (característica
mais comum para ser usada em fachadas).

As principais argamassas colantes encontradas no mercado da


construção civil predial, tanto para alvenaria quanto para pisos, são:
• AC-I: argamassa apropriada para revestimentos internos, exceto para
saunas, churrasqueiras, estufas e outros;
• AC-II: indicada para uso em ambientes externos. Possui propriedades que
absorvem as influências da temperatura e da umidade;
• AC-III: é indicada para condições de altas exigências tais como fachadas,
piscinas e saunas. Possui alta flexibilidade e aderência;
• AC-IIIE: indicada para aplicação de cerâmicas e porcelanatos de grandes
dimensões, áreas de tráfego intenso, saunas úmidas e piscinas aquecidas.

Sua aplicação deve ser realizada sobre a regularização da base curada no


mínimo 7 (sete) dias, com o auxílio da desempenadeira dentada em pequenos
panos.

A desempenadeira dentada é utilizada pois facilita o espalhamento da


argamassa de assentamento garantindo uma espessura constante. Com o seu uso,
formam-se cordões de cerca de 4 mm alternados com estrias vazias. Ao pressionar
o piso ou azulejos, os cordões se espalham, formando uma camada contínua de
aproximadamente 2 mm. A colagem das peças cerâmicas é simples: estendo a
P á g i n a | 122

pasta de cimento colante sobre a base já curada e seca, em camada fina, de 1mm a
2mm, com desempenadeira dentada, formando estrias e sulcos que permitem o
assentamento e nivelamento das peças. Em seguida, bate-se até nivelar, deixando
juntas na largura de acordo com o fabricante. Tanto para colocação de azulejos
quanto para pisos cerâmicos pelo método dos cimentos colantes, não há
necessidade de se molhar quer a superfície a ser revestida quer as peças
cerâmicas. Porém, no caso de camada de regularização estiverem molhados por
qualquer motivo, não haverá problemas no uso de cimento colante.

Para o assentamento com cimento cola, deixar na regularização da base


as caídas para os ralos, as saídas, etc.… pois a espessura do cimento
cola é muito pequena, não conseguindo dar as caídas necessárias.

7.1.3.3 Rejuntamento

Após a execução do assentamento, deve-se aguardar entorno de cinco dias


para iniciar o rejuntamento das peças, preenchendo as juntas com pasta de cimento
ou rejunte industrializado. O rejuntamento sobre o piso é executado espalhando-se
sobre o vão entre as peças a pasta com o total preenchimento conforme
demonstrado na Figura 34. Na sequência, após o início da pega da pasta, limpa-se o
excesso de rejunte com um pano.

Figura 34: Detalhes da execução do rejunte.

Fonte: MILITO (2018)


P á g i n a | 123

No assentamento de pisos cerâmicos em grandes áreas deve-se prever


juntas de dilatação (expansão). As juntas são obrigatórias e evitam que movimentos
térmicos causem "estufamento" com a produção de som cavo, e,
consequentemente, destacamento da peça.

7.2 Porcelanato

O Porcelanato é fabricado através de uma mistura de argila, feldspato, caulim


e outros aditivos (corantes), submetido a uma forte pressão e queima em alta
temperatura (entre 1200°C a 1250°C), resultando um piso resistente a abrasão e de
baixa porosidade. Hoje no mercado, existem diferentes tipos de porcelanatos para
cada utilização. Seu acabamento pode ser o não esmaltado nos padrões semi-
rústico, rústico e satinado, ou esmaltados. Os não esmaltados tem uma durabilidade
maior pois o esmalte é aplicado antes da queima e mais tarde polido, portanto a fina
camada de esmalte tende a desgastar.
Como o Porcelanato não é poroso, é necessária uma argamassa mais
aderente para sua fixação, desta forma, é recomendada uma argamassa colante
aditivada com polímeros, como o PVA, para melhorar esta propriedade. É importante
também, espaçar as peças conforme recomendação do fabricante e rejuntá-las com
uma massa de rejunte também aditivada.
Devido a qualidade deste tipo de revestimento, a abertura entre as peças será
a mínima possível

DICAS: ASSENTAMENTO DE PORCELANATOS


- Veja no vídeo do link abaixo alguns cuidados necessários
antes do assentamento de porcelanatos:
https://www.youtube.com/watch?v=Vwu0nhRXrmM.
- Acesse também um manual para assentamentos de pisos
através do link:
https://www.portodesign.com.br/wp-content/uploads/2017/11/1423249169_Manual-de-assentamento.pdf.

7.3 Granilite

Granilite ou marmorite, é um piso rígido polido, moldado in loco, com juntas de


dilatação (em madeira, plástico ou outro material). Sua composição leva cimento
P á g i n a | 124

(comum ou branco), areia e grânulos de minerais (mármore, granito, quartzo e


calcário).
A principal propriedade deste revestimento é a sua elevada resistência à
abrasão, além de ser um material não absorvente, impermeável e imune à ação de
óleos. Sua cor varia de acordo com a granilha e o corante que são colocados na sua
composição (ver figuras 35 e 36).

O que é granilha?
As granitinas, granilites ou granilhas são grãos de rochas
moídas, derivadas de um processo de moagem seletiva por
cores e granulometria.

Figura 35: Exemplos de granitinas.

(a) Granitinas em pó com ∅ = 0,8mm (d) Granitinas em grãos com ∅ = 12,0mm


(b) Granitinas em grãos com ∅ = 1,5mm (e) Granitinas em grãos com ∅ = 15,0mm
(c) Granitinas em grãos com ∅ = 3,8mm (f) Granitinas Basalto
Fonte: adaptado de CAMARGO (2010)
P á g i n a | 125

Figura 36: Tipos de cores de pisos granilites.

Fonte: adaptado de CAMARGO (2010)

7.3.1 Regularização de base para granilite

A regularização da base é feita com argamassa de cimento e areia no traço


1:3. Sua base deve estar limpa e nivelada, com idade superior a 14 dias e seu
acabamento deve ser áspero. Durante a execução do contrapiso, devem ser fixados,
com argamassa ainda em estado plástico, os perfis escolhidos para constituir as
juntas do piso, formando painéis quadrados com área média de 1 m².
Veja a ilustração abaixo.

Figura 37: Ilustração do piso granilite.

Fonte: adaptado de CAMARGO (2010)


P á g i n a | 126

7.3.2 Pasta de granilite

A argamassa de granilite é aplicada no contrapiso com colher de pedreiro e


regularizada com régua de alumínio. Após dois dias da colocação do granilite, a
argamassa já está apta para receber o primeiro polimento. O polimento é executado
com máquina com emprego de água e abrasivos de granulação 40, 80 e 160
progressivamente. Após o primeiro polimento, as superfícies serão estucadas com
mistura de cimento comum ou branco e corantes (para tirar pequenas falhas).
O polimento final será a máquina com emprego de água e abrasivos nº 220.

7.4 Rochas ornamentais

As rochas ornamentais, como granitos e mármores deverão ser executadas


por equipes especializadas, os quais fornecerão os colocadores e suas ferramentas
(martelo de borracha, serra maquita, nível, régua metálica). As pedras, dependendo
do lugar da aplicação, podem ser rústicas com espessura irregular ou serradas e
polidas com espessura regular. O seu assentamento se faz utilizando argamassa
(convencional) para as rústicas e argamassa ou cimento cola para as serradas e
polidas. A base para o assentamento deve ser executada com argamassa de
cimento e areia grossa no traço 1:3 com espessura média de 3 cm e acabamento
desempenado. Os mesmos critérios estabelecidos para o assentamento de pisos
cerâmicos podem ser utilizados.
Para saber mais sobre as rochas ornamentais usadas como revestimentos,
acesse o conteúdo do seu caderno de materiais de construção 2, aula 1 e revise as
informações sobre o uso das rochas na construção civil.
P á g i n a | 127

No quadro abaixo, é apresentado algumas recomendações sobre as


aplicações dos mármores e granitos.

Quadro 5: Locais indicados para aplicação dos mármores e granitos.


Locais Mármores Granitos
É o mais indicado,
principalmente em bancadas.
Recomenda-se evitar os
Cozinha Não recomendado
granitos mais porosos, como
por exemplo: mauá e
andorinha.
Em bancadas e paredes não há
Pode ser usado. Seguir as
restrição.
Banheiro instruções da cozinha.
Nenhum tipo de mármore é
indicado para piso de boxe.
Recomendado, porém, os
polidos ficam escorregadios
Piso externo (e bordas de Não deve ser usado devido ao
quando molhados. Prefira
piscinas) desgaste da pedra.
acabamentos antiderrapantes.

A princípio, todos são


Nenhuma restrição, mas, o
indicados. Embora os mais
Piso interno contrapiso do térreo deverá ser
porosos manchem com a
impermeabilizado.
umidade.
Fonte: MILITO (2018)

7.5 Demais tipos de pisos

Além dos pisos aqui mencionados nesta aula, existe uma variedade de outros
tipos de materiais que servem para revestimento.
Segue abaixo alguns exemplos:
• Piso laminado;
• Piso vinílico;
• Piso de borracha;
• Carpetes;
• Pisos de concreto (abordado na disciplina de Técnicas de Construção).

Para saber mais sobre esses tipos de revestimentos acesse os links disponíveis ao
final desta aula no campo reservado ao conteúdo complementar.
Resumo

Na aula 7, você aprendeu:

✓ Que as funções de um revestimento cerâmico são: proteção, estética,


conforto térmico e acústico.
✓ A execução de cada um deles e a importância de uma boa base para
um perfeito assentamento do revestimento;
✓ Que existem diversos tipos de argamassas de assentamento, uma para
cada tipo de ambiente e para cada tipo de revestimento.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;
Acesse os links abaixo para assistir as aplicações de diversos tipos de revestimentos:
https://www.youtube.com/watch?v=bodY2AlaAbY.
https://www.youtube.com/watch?v=8MhI_B8gpJg.
https://www.youtube.com/watch?v=89ioW9ImpTM.
https://www.youtube.com/watch?v=IBWYv6xpaiI.

Para saber a diferença entre piso vinílico e laminado acesse:


https://www.leroymerlin.com.br/dicas/diferencas-pisos-vinilicos-e-pisos-laminados.
Acesse também: http://www.intermaxbrasil.com.br/images/manuais/pisos_vinilicos_-
_manual_de_instalacao_manutencao_e_limpeza.pdf.
https://revista.zapimoveis.com.br/veja-dicas-para-evitar-erros-na-instalacao-do-piso-
vinilico/.
http://construindodecor.com.br/piso-emborrachado/.
https://minhacasaminhacara.com.br/vantagens-e-desvantagens-de-ter-carpete-
em-casa/.
Referências

Básica:
AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1.
ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.

MILITO, J. A. Técnicas de construção civil e construção de edifícios. Notas de


aula da disciplina de Técnicas das Construções Civis e Construções de Edifícios da
Faculdade de Ciências Tecnológicas da PUC Campinas e Faculdade de Engenharia de
Sorocaba. Disponível em: http://demilito.com.br/apostila.html. Acesso em: 29 jan. 2018.

SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas: da implantação ao


Acabamento. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.

CAMARGO, M. F. S. Pisos à base de cimento: caracterização, execução e


patologias. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil,
UFMG. Belo Horizonte, 2010. Disponível em:
http://pos.demc.ufmg.br/novocecc/trabalhos/pg1/Monografia%20Maria%20de%20Fatima.pdf.
Acesso em: 30 jan. 2018.

Complementar:
AZULEJISTA, Canal Fabio 123. Assentamento de porcelanato 80x80 com
nivelador de porcelanato fabio123. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=89ioW9ImpTM. Acesso em: 10 abr. 2018.

AZULEJISTA, O. Não comece o assentamento do porcelanato sem ver esta dica!


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Vwu0nhRXrmM. Acesso em: 01 fev.
2018.

CARA, Minha Casa Minha. Vantagens e desvantagens de ter carpete em casa.


Disponível em: https://minhacasaminhacara.com.br/vantagens-e-desvantagens-de-ter-
carpete-em-casa/. Acesso em: 02 fev. 2018.

CERBRAS. Cerbras - Assentamento de revestimentos cerâmicos. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=bodY2AlaAbY. Acesso em: 09 mar. 2018.

COR, Construindo de. Piso emborrachado: Tudo sobre piso de borracha.


Disponível em: http://construindodecor.com.br/piso-emborrachado/. Acesso em: 02 mar.
2018.

CUNHA, A. M. C. Alvaiade zinco pó balde 800 gr. Disponível em:


http://www.amccunha.pt/artigo/sodacasa/todos/alvaiade-zinco-po-balde-800-gr/1. Acesso
em: 08 abr. 2018.

INTERMAX BRASIL. Pisos vinílicos: Manual de instalação, manutenção e limpeza.


Disponível em: http://www.intermaxbrasil.com.br/images/manuais/pisos_vinilicos_-
_manual_de_instalacao_manutencao_e_limpeza.pdf. Acesso em: 05 abr. 2018.

JOSÉ NONI HIDRACAL. CARBONATO DE CÁLCIO (ALVAIADE). Disponível em:


http://hidracal.blogspot.com.br/2015/09/carbonato-de-calcio-alvaiade.html. Acesso em: 06
abr. 2018.

MADEIRA, Pedreiro Azulejista Raphael. Como aplicar azulejos em parede pintada,


passo a passo sem enrolação! Parte 1. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8MhI_B8gpJg. Acesso em: 06 abr. 2018.
P á g i n a | 131

MERLIN, L. Descubra as diferenças entre pisos vinílicos e pisos laminados.


2014. Disponível em: https://www.leroymerlin.com.br/dicas/diferencas-pisos-vinilicos-e-pisos-
laminados. Acesso em: 02 fev. 2018.

PORTO DESIGN. Manual de assentamento em piso. 2015. Disponível em:


https://www.portodesign.com.br/wp-content/uploads/2017/11/1423249169_Manual-de-
assentamento.pdf. Acesso em: 10 abr. 2018.

REFORMA, Casa e. Como aplicar argamassa colante corretamente no


assentamento de pisos cerâmicos e porcelanato. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=IBWYv6xpaiI. Acesso em: 10 abr. 2018.

ZAP EM CASA. Veja dicas para a instalação do piso vinílico. Disponível em:
https://revista.zapimoveis.com.br/veja-dicas-para-evitar-erros-na-instalacao-do-piso-vinilico/.
Acesso em: 03 abr. 2018.
Exercícios
AULA 7

RESPONDA AS QUESTÕES DISCURSSIVAS ABAIXO

1) Existem diversos tipos de revestimentos para pisos,


com suas características de execução. Porém, há algumas atividades que são
comuns a eles. Quais são essas condições gerais de execução, independentemente
do tipo de piso a executar?

2) Sobre os revestimentos cerâmicos, explique como deve ser feito o


rejuntamento entre as peças assentadas.

3) Quais são os principais requisitos de uma argamassa colante?

4) Explane onde podem ser utilizadas as argamassas colantes abaixo:


a) AC-I;
b) AC-II;
c) AC-III.

5) Faça um passo a passo sobre a forma correta de assentar um azulejo.

6) O revestimento cerâmico é largamente utilizado em locais sujeitos a


presença de água constante tais como áreas de serviço, cozinhas e banheiros, não
impedindo, no entanto, o seu uso em outros ambientes. Estes revestimentos são
classificados quanto aos aspectos de resistência quanto à abrasão. Em uma obra,
qual seria a classe de piso que devemos indicar para os compartimentos como
garagem, sala, banheiro, área de serviço e garagem? Justifique sua resposta?

7) Sobre os granilites, explique:


a) Suas composições e as suas principais características.
b) Como é feita a regularização da base e a sua aplicação.
P á g i n a | 133

8) Os mármores não são indicados para locais ao ar livre devido a ocorrência


de chuvas o que reduz o seu tempo de vida útil e a ocorrência de manchas.
Pesquise o porquê deste fato.

9) Quais as principais diferenças entre os revestimentos laminados e


vinílicos?
Obs.: Para responder essa pergunta acesse o link informado no campo sobre
conteúdos complementares, ou leia o capítulo 12 sobre “Acabamentos na
Construção de Edifícios” do livro Construção de Edifícios: do início ao fim da obra do
autor AMBROZEWICZ. Você também pode pesquisar na literatura online.
Aula 8
Aula de exercícios para V1

APRESENTAÇÃO DA AULA

Prezados alunos, nossa primeira avaliação semestral se aproxima, vamos


então abordar nessa aula exercícios de revisão para a AV1. Reveja a parte teórica
de todo o conteúdo e resolva as questões!

Vamos começar então? Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Recordar todo o conteúdo;


➢ Resolver as questões propostas como uma atividade de revisão ao
final da aula.
P á g i n a | 135

8 EXERCÍCIOS MODELO ENADE

Nossa avaliação está chegando, portanto, treine seus conhecimentos


resolvendo as questões que já caíram no ENADE, se familiarizando com este
modelo!

8.1 Questões objetivas

Questão 1 – ENADE (2011) – TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO


- Tapumes são painéis contínuos, construídos em torno de locais onde se executam
obras, com a finalidade de proteger o público contra possíveis efeitos prejudiciais
que decorrem da execução dos trabalhos.
ROUSSELET, E. S.; FALCÃO, C. A segurança na obra: manual técnico de segurança do
trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência: SOBES, 1999.

Considerando o tema, analise as asserções a seguir. O tapume deve ser


construído e fixado de forma resistente e ter altura mínima de 2,20 m (dois metros e
vinte centímetros) em relação ao nível do terreno.

PORQUE

Essas determinações estão contidas na Norma Regulamentadora (NR) 18 e


são de cumprimento obrigatório em canteiros de obra com 20 ou mais trabalhadores.

Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta.


a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma
justificativa correta da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é
uma justificativa correta da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma
proposição falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma
proposição verdadeira.
e) As duas asserções são proposições falsas
P á g i n a | 136

Questão 2 - ENADE (2011) – TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO


- O fluxo de materiais no canteiro de obras abrange as etapas de recebimento,
estocagem e transporte de insumos, produção, estocagem e transporte de
componentes até os locais de aplicação. Para que o fluxo seja otimizado, é
necessário:
I. empilhar os materiais diretamente sobre o piso para evitar o seu
tombamento.
II. utilizar o caminho mais direto possível para o transporte dos materiais.
III. entregar todos os materiais diretamente no local de sua aplicação.
IV. garantir amplo espaço de circulação em torno da área de estoque.

É correto apenas o que se afirma em:


a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

Questão 3 - ENADE (2008) – TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO


- No planejamento das construções, devem ser considerados aspectos específicos
de organização dos espaços físicos e instalações do canteiro de obras. A respeito
desse assunto, julgue os itens seguintes.
I. Quando houver trabalhadores alojados no canteiro de obras, é obrigatória a
existência de lavanderia e área de lazer no próprio canteiro.
II. O depósito de cimento deve estar posicionado próximo às baias de
agregados (depósitos), devendo possuir piso nivelado e cantos arredondados.
III. A betoneira destinada à produção de concretos e argamassas deve estar
posicionada em ambiente com iluminação natural e(ou) artificial adequada à
atividade.
IV. Quando se tratar de frentes de trabalho com 20 ou mais operários, é
obrigatória a instalação de bebedouro de jato inclinado ou equipamento similar.
P á g i n a | 137

Estão certos apenas os itens:


a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

Questão 4 - ENADE (2008) – ENGENHARIA CIVIL -Os licenciamentos


ambientais de obras visam a evitar que empreendimentos incompatíveis com as
exigências ambientais sejam implantados, sendo que:
a) a Licença Prévia (LP) autoriza o empreendedor a iniciar a obra.
b) a Licença de Instalação (LI) tem prazo indeterminado e é concedida após
análise e aprovação do projeto executivo e de outros estudos que especificam os
dispositivos de controle ambiental.
c) a Licença de Operação (LO) autoriza o início do funcionamento do
empreendimento, cumpridas as exigências da LP e da LI.
d) a Licença de Meio Ambiente (LMA) substitui as licenças LP, LI e LO.
e) as licenças de projetos individuais e a avaliação de impactos ambientais
(AIA) são dispensadas com a utilização da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE).

Questão 5 - ENADE (2005) – ENGENHARIA CIVIL - Uma obra organizada e


bem planejada deve ter seu canteiro projetado de forma que sejam previstas áreas
de vivência que garantam condições adequadas ao trabalho na indústria da
construção. Para tanto, deve ser observado o estabelecido na Norma
Regulamentadora NR-18, do Ministério do Trabalho e Emprego. Dentre as situações
apresentadas, qual a que está de acordo com essa norma?
a) Os mictórios têm de ser individuais, providos de descarga automática e
revestidos internamente de material liso, impermeável e lavável.
b) Os vasos sanitários podem ser do tipo bacia turca ou sifonado, separados
ou não por divisórias, sendo prevista a área mínima de 1,00 m² para cada vaso.
c) Nos alojamentos, para garantir maior área de circulação, é permitido que
sejam colocadas até 3 camas na mesma vertical.
P á g i n a | 138

d) Todo canteiro de obra deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residem na obra e, no caso de haver alojados, possuir áreas
específicas para alojamento, lavanderia e lazer.
e) A cozinha, obrigatória em qualquer canteiro de obra, deve ficar adjacente
ao local de refeições, possuir equipamento de refrigeração e dispor de recipiente
com tampa para a coleta de lixo.

Questão 6 - ENADE (2005) – ENGENHARIA CIVIL - O que é necessário para


que um engenheiro tenha legitimidade e fé pública da autoria, dos limites da
responsabilidade e da participação técnica na execução de obras ou serviços
profissionais por ele realizados, de acordo com a Resolução n° 425 do Conselho
Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), de 18 de dezembro de 1998?
a) Alvará autorizando o início da execução da obra ou serviço, emitido pela
prefeitura do município onde a atividade será exercida.
b) ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de alguma obra ou serviço
similar, devidamente registrada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CREA) da jurisdição onde o engenheiro se formou e está registrado.
c) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de alguma obra ou serviço
similar, devidamente registrada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CREA) da jurisdição onde a atividade será exercida.
d) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) específica para cada obra
ou serviço, devidamente registrada no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA) da jurisdição onde será exercida a atividade.
e) Registro, na prefeitura do local da obra ou serviço a ser executado, caso
seja desenvolvido em jurisdição diferente daquela na qual o engenheiro se formou e
está registrado.

Para ter acesso às respostas das questões objetivas acesse o site do portal
INEP e veja todas as provas que já foram aplicadas pelo Ministério da Educação
com os seus respectivos gabaritos (INEP, ENADE. 2008, Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/. Acesso em: 10 jan. 2018).
P á g i n a | 139

8.2 Questão discursiva modelo ENADE

Questão 7- ENADE (2008) – TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO


- A Construtora Beta está executando uma obra de edificação vertical com 9
pavimentos, cuja estrutura da edificação está representada abaixo, devendo iniciar
os serviços de alvenaria somente após concluir todos os serviços de estrutura
(pilares, vigas e lajes).

Figura 38: Questão 7.

Fonte: ENADE (2008)

Representação esquemática da estrutura da edificação. Tendo como base


exclusivamente a situação acima, e considerando a representação esquemática
mostrada, responda as seguintes questões. Em que pontos entre pavimentos devem
ser colocadas as proteções contra quedas (plataformas principal e secundária)?
Quando as proteções contra quedas (plataformas principais e secundárias) devem
ser retiradas? Para ter acesso à resposta acesse o site do portal INEP, procure pela
prova do Curso de Construção de Edifício do ano de 2008 e clique em resolução de
prova (INEP, ENADE. 2008, disponível em: http://portal.inep.gov.br/. Acesso em: 10
jan. 2018).
P á g i n a | 140

8.3 Questões extras

Questão 8 – ELABORAÇÃO PRÓPRIA - As mantas asfálticas são um sistema


de impermeabilização flexível e pré-fabricado. São feitas à base de asfalto
modificado com polímeros e estruturantes - poliéster ou polietileno.

Figura 39: Questão 8.

Fonte: REVISTA PINI (2011)

CORSINI, R. Tecnologia – Proteção Uniforme. Revista PINI, Ed. 168, março de 2011.
a) Sobre o uso da manta asfáltica, em quais casos são indicados?
b) Qual a diferença entre impermeabilizante rígido e impermeabilizante
flexível?
c) Quando é necessário fazer manutenção da impermeabilização?

Respostas:
Letra a) Manta asfáltica é um impermeabilizante flexível indicado para
superfícies planas, como lajes de piso do andar térreo e de cobertura de edifícios.
Ou seja, locais sujeitos à fissuração. Como também em reservatórios, jardineiras,
paredes de encosta e áreas frias. A manta asfáltica não é recomendada para locais
expostos ao lençol freático ou à pressão de água do solo
Letra b) A diferença é caracterizada pelas partes construtivas onde serão
aplicados. A NBR 9575 - Impermeabilização - Seleção e Projeto define que
impermeabilização flexível é o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas
partes construtivas sujeitas à fissuração e que impermeabilização rígida é o conjunto
de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas não sujeitas à fissuração.
P á g i n a | 141

Letra c) A manutenção de impermeabilizações expostas deve ser realizada


de acordo com instruções do fabricante do produto, mas precisam ser monitoradas.
A manutenção de impermeabilizações protegidas deve ser realizada inicialmente na
camada de proteção e, no caso de infiltrações, deve ser realizada até o
impermeabilizante na região da falha. No caso de obras ou instalação de
equipamentos, a área abrangida deverá ser reparada imediatamente.
Disponível em: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-
reforma/50/artigo262902-4.aspx.
E: http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/168/protecao-uniforme-
indicadas-para-impermeabilizar-estruturas-sujeitas-a-dilatacoes-285858-1.aspx.

Questão 9 – PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS DE MORAIS (2011)


Sobre os canteiros de obras:
a) Quais os postos de trabalho básicos que deve conter o canteiro de obras
de edifícios?
b) No momento da definição do canteiro de obras, por que é importante saber
o tempo previsto para a execução da mesma?

Respostas:
Letra a) Produção de concreto, posto das armaduras, carpintaria e produção
de formas, entre outros.
Letra b) Para ser estipulada a forma que o canteiro terá dentro da obra. Se
será necessário locar outro local para ele ser feito, ou parte dele. De que material os
alojamentos serão construídos, ou se pode ser utilizada uma parte da obra. Auxilia
no dimensionamento dos postos de trabalho.

Fonte: MORAIS, C. R. N. Livro sobre perguntas e respostas comentadas em segurança e


medicina do trabalho. 4. ed. São Caetano do Sul: Ed. Yendis, 2011.
Resumo

Na aula 8, você revisou os conteúdos das aulas 1 a 7 por meio de exercícios


resolvidos comentados de modelo padrão ENADE.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Acesse os links abaixo:


http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/50/artigo262902-4.aspx.
http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/168/protecao-uniforme-indicadas-
para-impermeabilizar-estruturas-sujeitas-a-dilatacoes-285858-1.aspx.
Referências

Básica:
EQUIPE DE OBRA. Construção: reforma. Disponível em:
http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/50/artigo262902-4.aspx. Acesso em: 12
abr. 2018.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Questões ENADE. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/inicio.
Acesso em: 10 fev. 2018.

MORAIS, C. R. N. Livro sobre Perguntas e Respostas Comentadas em


Segurança e Medicina do Trabalho. 4° Ed. São Caetano do Sul: Ed. Yendis, 2011.

REVISTA TÉCHNE. Engenharia Civil. Disponível em:


http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/168/protecao-uniforme-indicadas-para-
impermeabilizar-estruturas-sujeitas-a-dilatacoes-285858-1.aspx. Acesso em: 12 abr. 2018.

Complementar:
CORSINI, R. Tecnologia – proteção uniforme. Revista PINI, Ed. 168, março de
2011.

EQUIPE DE OBRA. Obras: 50 perguntas. Juliana Martins. Disponível em:


http://equipedeobra17.pini.com.br/construcao-reforma/50/artigo262902-4.aspx. Acesso em:
10 mar. 2018.

MORAIS, C. R. N. Livro sobre perguntas e respostas comentadas em segurança


e medicina do trabalho. 4. Ed. São Caetano do Sul: Ed. Yendis, 2011.

REVISTA TÉCHNE. Tecnologia: proteção uniforme. Disponível em:


http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/168/protecao-uniforme-indicadas-para-
impermeabilizar-estruturas-sujeitas-a-dilatacoes-285858-1.aspx. Acesso em: 12 abr. 2018.

ROUSSELET, E. S.; FALCÃO, C. A segurança na obra: manual técnico de


segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência: SOBES, 1999.
APS - 1
(V1)

PROPOSTA DE ATIVIDADE PRÁTICA (V1)

Segue abaixo uma atividade prática para ser


desenvolvida.

1) Elaborar o projeto de canteiro de obras de uma edificação verticalizada em


um terreno de 20 m de frente e fundos, 40 m nas laterais em ambos os lados. A taxa
de ocupação da construção no terreno é de 80% do mesmo. O número previsto de
colaboradores é de 50 profissionais. O projeto deve conter:
a) Área de vivências;
b) Áreas de apoio, baias, silos.
c) Área Administrativa;

d) Stand de vendas;
e) Projeção da obra no terreno.

2) A atividade poderá ser realizada em duplas.

3) O projeto deve conter planta baixa, cortes e fachada das áreas de vivência
e administrativas atendendo as legislações vigentes.

4) Não há necessidade da planta baixa da edificação, apenas a projeção da


implantação da mesma no terreno.

5) O projeto deverá ser entregue conforme data indicada pelo calendário de


provas apresentado em seu plano de ensino.

6) O valor da APS é de 2,0 (dois) pontos.


P á g i n a | 146

7) O projeto deverá ser postado na plataforma até a data indicada de prova


V1. O mesmo também deverá ser plotado em escala.

8) Não será aceito projetos entregues após a data determinada.


Aula 9
Demolição

APRESENTAÇÃO DA AULA

Prezados alunos, tudo bem? Nossa primeira aula depois da V1 vamos


apresentar os conceitos de demolição. No mercado global vem surgindo de forma
acelerada construções modernas, favorecendo a necessidade das antigas
construções serem substituídas por outras contemporâneas para assim se
enquadrarem ao novo meio. Desta forma estudaremos os processos de demolição,
suas principais técnicas de desconstrução, como é realizado o projeto de demolição,
entre outros assuntos relacionados a este tema.

Vamos começar então? Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Entender por que a demolição é necessária e a importância de um


projeto de demolição;
➢ Identificar os tipos de demolições;
➢ Conhecer as principais etapas de um projeto de demolição;
➢ Saber o que fazer com os resíduos de uma demolição.
P á g i n a | 148

9 DEMOLIÇÃO

De acordo com Companhia Estadual de Habitação e Obras


Públicas (CEHOP) a demolição pode ser definida como a prática de
desfazer um trabalho finalizado para reaproveitamento do local para
outros fins, no qual os elementos gerados não apresentam
possibilidades de serem reaproveitados tornando-se um lixo para
construção. O serviço de demolição consiste na ação de aniquilar, destruir, retirar de
uma forma projetada uma construção, tendo como propósito gerar outro destino a
área ocupada por ela. Buscando utilizar meios estudados para evitar a ocorrência
de fatores não esperados e acidentes indesejáveis, de modo a proporcionar a ruína
da estrutura conforme as normas técnicas e de forma segura.
Um ponto que também deve ser mencionado é o impacto gerado na natureza
em virtude das demolições, quesito este muito importante junto com a segurança
que tal prática acarreta. É imprescindível que se descarte de forma correta os
fragmentos gerados no processo de desconstrução.
O ato de demolir não consiste apenas em destruir algo e gerar impactos
ambientais sem que haja benefícios, envolve muitos fatores.

Os principais motivos da demolição são:


 A necessidade de um melhor aproveitamento do solo, que
se encontra cada vez mais escasso, sobretudo em
grandes cidades e zonas de alta densidade populacional, onde se encontra
um certo número de edifícios antigos;
 Devido à mudança na tecnologia da construção civil em curto período de
tempo, exigindo pelo menos alterações parciais nos edifícios a fim de
manter um alto grau de competitividade, eficazes e que acompanhem a
evolução;
 Necessidade de adaptação dos edifícios a novas funções e utilizações;
 Trabalhos de demolições parciais para o reforço estrutural ou ainda
intervenções de reabilitação;
 Dar espaço para novas construções, modernas, com a utilização de novos
métodos construtivos e materiais, possibilitando maior conforto e ainda
P á g i n a | 149

adquirir espaço para construção de novas infraestruturas públicas, como


recintos desportivos, escolas, hospitais, entre outros;
 Edifício com sua estrutura comprometida devido a diversos fatores, como
por exemplo: idade, falta de manutenção, erro no dimensionamento das
estruturas e demais erros de projetos e incompatibilidades, abalos sísmicos
e outras catástrofes naturais, deslizamento de terra e danos provocados
por incêndios, explosões e vandalismo.

Ao executar uma demolição é necessário conceber um planejamento


adequado, onde o local deverá ser analisado por especialistas da área, para se
efetuar uma atividade sem riscos para os vizinhos ao redor e aos seus operários.

Nesta aula vamos expor a importância da elaboração de um


projeto de demolição como também apresentar as etapas
necessárias para realização do mesmo, englobando as técnicas
fundamentais para realização de tal ato.

9.1 Processo de demolição

O processo de demolição inicia-se quando o cliente adota o propósito de


demolir a sua edificação. Para a execução da demolição é preciso haver um bom
planejamento e uma boa organização.
Podemos dividir este processo em três fases:
 fase de pré-demolição;
 fase de demolição propriamente dita;
 fase pós-demolição.

9.1.1 Fase de pré-demolição

Nesta fase ocorrem as avaliações dos fatores de degradação da edificação


que se quer demolir e as características do meio envolvente. Deve ser verificado a
estabilidade com inspeção visual, estudos e realização de ensaios, especialmente
nos casos em que apresentam uma estrutura comprometida, para se poder
determinar as medidas de prevenção e os métodos de demolição mais adequados
P á g i n a | 150

para a execução dos trabalhos. As avaliações são importantes pois possibilita obter
a maior quantidade possível de informações para minimizar acidentes em que
envolva o edifício em causa e os edifícios vizinhos.
Também devem ser tomadas as seguintes providências preliminares:
 isolamento da edificação;
 proteção da infraestrutura do entorno, como por exemplo, das vias
públicas;
 proteção da zona de trabalho;
 implantação dos sistemas de sinalização e proteção coletiva.

Quanto às empresas para execução do serviço, é escolhida a mais apta de


acordo com as propostas assim por elas elaboradas. Caso a obra seja de caráter
público, torna-se indispensável uma licitação de acordo com a lei 8666 de 1993.

Curiosidades sobre a Lei 8.666 (1993)


• Esta lei federal estabelece normas gerais sobre licitações
e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

• Você pode ter acesso na íntegra desta lei através do site da Previdência da
República, ou por meio de:
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm.

Após a realização desses quesitos vem o processo de pré-demolição no qual


o terreno é preparado para receber a ação. Nesta etapa são inativados todos os
elementos tóxicos como óleo, amianto e baterias e a inativação de rede elétricas, de
água e gás. Por conseguinte, vem os procedimentos de reutilização e reciclagem,
sendo retirados todos os utensílios de decoração assim como móveis e objetos de
cozinha e banheiro, revestimentos de embelezamento como pedras, pastilhas,
revestimentos cerâmicos, telhas e madeira para tratamento. Entretanto os elementos
que mais são recolhidos para possíveis aprimoramento ou aproveitamento são os
P á g i n a | 151

objetos de aço inoxidável, metais, alumínio e cobre e madeira, citando como


exemplo portas, janelas, maçanetas.

9.1.2 Fase da execução

Na execução da demolição continua sendo aplicada a prevenção de riscos


com o devido acompanhamento do técnico responsável ou por uma pessoa
escolhida para esse fim. A execução dos trabalhos de demolição propriamente dita
inicia-se com a remoção e demolição de componentes da edificação, mediante os
métodos previamente escolhidos, de caráter parcial ou total, executado por operários
e empresa especializada na área, de forma organizada e precisa obedecendo uma
adequada sequência de execução de tarefas.

Os processos de demolição devem ser cuidadosamente pensados, pois é


importante quando se trata de urbanização, mediante isso, o responsável
pelo serviço pode escolher diversas maneiras de demolir uma edificação,
sendo elas mecânica, manual ou com uso de explosivos como veremos
mais adiante.

9.1.3 Fase pós demolição

Esta fase pode ser dividida em duas partes:


a) Remoção, transporte e tratamento dos resíduos de demolição: É a fase de
limpeza de todas da área ocupada durante os trabalhos e gestão dos resíduos de
demolição (RD). A gestão dos RD é um processo que consiste na recolha e
transporte dos resíduos para locais apropriados, para triagem, tratamento e
reciclagens, para possíveis reutilizações ou mesmo o descarte em local apropriado.
b) Retomada das atividades no local: Depois que não há mais riscos de
acidentes, as atividades do local da desconstrução e o seu entorno voltar ao normal.
P á g i n a | 152

9.2 Técnicas de demolição e equipamentos

Existem diferentes tipos de demolição. No quadro a seguir é apresentado um


sistema de classificação das técnicas de demolição através dos tipos de
equipamentos utilizados.

Quadro 6: Sistema de classificação das técnicas de demolição.


Grupo Variantes
Ferramentas manuais; martelos pneumáticos hidráulicos,
elétricos e a gasolina; retroescavadeiras com acessórios
Equipamentos mecânicos
(tesoura, alicate, pinça, martelo); bolas de grande massa;
macacos hidráulicos; pinça de esmagamento; etc.
Lança térmica (oxigênio e pólvora); maçarico (pólvora e
Processos térmicos
plasma) e laser
Mecanismo tipi telescópio, derrube, implosão ou colapso
Meios explosivos
sequencial
Corte diamantado através de serras; uso de motosserras;
Processos abrasivos
jato de água (hidrodemolição)
Aquecimento das armaduras; aquecimento induzido de
Processos elétricos
um material ferromagnético; arco voltaico e micro-ondas
Processo químico Ataques químicos e eletroquímicos
Fonte: BRITO, JORGE (1999) apud GOMES (2010, s.p)

No Brasil, os tipos de demolição são classificados de acordo com os tópicos


seguintes.

9.2.1 Demolição manual

Este tipo de método é aplicado quando a obra é de pequeno porte ou para a


retirada de itens secundários antes da demolição.
Requisita-se certo esforço muscular já que se trata de destruição de
estruturas dúcteis. Por ser uma técnica vagarosa e de baixa eficiência na produção
exige-se mão de obra em grande escala por isso trata-se de um meio oneroso.
As principais recomendações para esta técnica são:
 quando os outros procedimentos não são apropriados devido à má
localização do terreno não possibilitando a entrada de máquinas no local;
 quando há necessita de maior precisão e controle, sendo necessário
preservar a estrutura geral da construção.
P á g i n a | 153

Os materiais mais usados para tal atividade são as marretas,


picaretas e máquinas manuais. O uso dessas ferramentas manuais
também aumenta os riscos de acidentes e, por isso, possuir uma
mão-de-obra especializada se torna fundamental para o sucesso do
procedimento. Veja o exemplo deste tipo de demolição na Figura 40.

Figura 40: Exemplo de demolição manual.

Fonte: ALEXIA (2017)

9.2.2 Demolição mecânica

A demolição mecânica (ver Figura 41) depende de máquinas e equipamentos


como os guindastes e escavadeiras, as mesmas são voltadas para a derrubada total
ou parcial de paredes, coberturas e lajes e a retirada dos resíduos.
Considera-se um método econômico e com execução rápida comparado a
demolição manual, porém necessita-se de mão de obra especializada e uma área
que facilite a entrada e trabalho dos veículos.
É considerado um processo mais usado e mais rápido se comparado aos
outros, e o que mais exige mão de obra especializada, devido ao número de
acidentes. Além da utilização da retroescavadeira e máquinas com lanças e pás, há
também por colapso planejado, que remove as principais peças da estrutura.
P á g i n a | 154

Figura 41: Exemplo de demolição mecânica.

Fonte: IDD (online)

9.2.3 Demolição por explosivos ou implosão

A implosão é realizada com o uso de explosivos nos elementos de apoio da


construção como os pilares para o início da demolição.
Esse método é utilizado em obras de grande porte, como edifícios e pontes,
principalmente em centros urbanos. Para que uma demolição por meio de
explosivos aconteça de maneira eficaz e segura, é necessária uma equipe
especializada e um profissional para determinar qual é o melhor explosivo a ser
utilizado, posiciona-lo corretamente e temporizar o ato.

Nas detonações, é obrigatória a existência de um alarme sonoro e


as áreas de fogo devem ser protegidas contra projeção de
partículas, quando expuser a risco trabalhadores e terceiros.

A Figura 42 apresenta a sequência do desabamento de uma edificação


através do uso da implosão.
P á g i n a | 155

Figura 42: Exemplo de demolição por implosão.

Fonte: IDD (2018)

9.3 Projeto de demolição

O documento que tem por obrigação apresentar todo o sistema do projeto,


onde deverá ser especificado todos os meios e processos empregados, tais como a
aptidão da empresa que será contratada para a execução da tarefa como as
informações referentes às estruturas existentes ao redor da construção.
A parte principal é a garantia pelo empreendedor da segurança, durante todo
o procedimento. Assim como qualquer serviço relacionado à construção, o
engenheiro civil responsável deve emitir uma ART dos serviços a serem realizados.
Também é necessário um alvará concedido pela prefeitura em que o imóvel está
localizado.
Para iniciar o projeto, o terreno deverá ser visitado por um encarregado da
empresa para análise do local e adquirir os dados necessários, tais como o grau de
estabilidade da estrutura a ser demolida e o tipo de material usado para a
construção da mesma. Todas essas informações deverão estar contidas em um
documento, apresentando imagens fotográficas das construções (ou a
representação delas) a ser demolida e ao redor da mesma.
P á g i n a | 156

Deve ser especificado também em projeto, os tipos de sinalizações e onde


estas serão aplicadas. A escolha do método de demolição deve vir especificada na
documentação, incluindo todo o procedimento do mesmo e também de que forma
serão transportados os resíduos provocados por tal atividade e qual será a sua
destinação final.

9.4 Estudo de caso

Para uma melhor compreensão, vejamos um estudo de caso de um projeto de


demolição realizado pelas discentes Bárbara, Bruna e Alice em artigo apresentado à
Faculdade Redentor no ano de ____. Neste artigo as autoras propuseram a
demolição de uma edificação antiga para a construção de um edifício residencial
multifamiliar na cidade de Porciúncula-RJ. Para início do projeto realizou-se um
conhecimento prévio do local, onde foram especificados o tipo da parede, a
fundação e o tipo de cobertura da edificação.
A Figura 43 aborda os dados para o exemplo adotado.

Figura 43: Informações sobre a demolição.


Endereço: Rua Duque de Caxias
Fundação: Sapata com baldrames em tijolo cerâmico maciço.
Paredes: Alvenaria antiga confeccionada em tijolos cerâmicos maciços
Cobertura: Telhado colonial e forro pvc
Observação: Não possui laje.
Fonte: o autor.

Antes de se iniciar a demolição, as linhas de energia elétrica e água devem


ser cortadas respeitando o item 8.5.1 da NR18. Após esses procedimentos realizam-
se as seguintes etapas:
 coloca-se tapumes na envoltória de toda construção e as sinalizações de
segurança;
 remoção das instalações prediais, onde as tubulações de água serão
desfeitas e os condutores de eletricidade desconectados da rede;
 retirada da cobertura, onde as mesmas deverão ser removidas
manualmente em unidades por um escorregador. esta escolha foi para
P á g i n a | 157

evitar a queda de materiais, ou seja, uma demolição considerada


sustentável;
 após a retiradas dos forros, deve ser removida toda a sustentação de
madeira do telhado no sentindo descendente.

Veja na Figura abaixo o estado de conservação do forro (Fig. 44.a) e do


telhado (Fig.44b) da edificação em estudo.

Figura 44: Cobertura a ser retirada do local.

(a) (b)
Fonte: (COBERTURA..., 2018)

 retirada das louças e de todas esquadrias, como janelas, portas,


maçanetas entre outras. sendo estas reaproveitadas quando estão em
condições reutilizáveis ou vendidas;
 demolição de paredes internas (representação ilustrada na figura 45):
derrubadas manualmente, no sentido de cima para baixo.
 os resíduos deverão ser removidos por carrinho de mão e levados para o
exterior da área de demolição, para depois serem encaminhados ao seu
destino final.

Observação: No município, ainda, não há local apropriado para


descarte, como um centro de triagem, sendo enviados ao aterro
sanitário municipal.
P á g i n a | 158

Figura 45: Representação das paredes internas e externas que serão demolidas.

Fonte: (REPRESENTAÇÃO..., 2018)

 demolição da fachada (ver figura 46) e as paredes exteriores (em azul na


figura 47): as paredes que fazem divisa com as construções vizinhas
devem ser demolidas em sentido interno e manualmente para evitar
quaisquer danos às edificações vizinhas.

Figura 46: Fachada do mercado a ser demolida.

Fonte: (FACHADA..., 2018)


P á g i n a | 159

As paredes que não possuem vínculo com nenhuma construção podem


ser demolidas com auxílio de uma pá carregadeira afim de acelerar este
processo ou manualmente, já que a área de acesso para maquinário é
limitada e de fluxo de trânsito para o trabalho da mesma.

 remoção de resíduos: Realizada com a ajuda de uma pá carregadeira


devido a rápida trabalhabilidade que a mesma oferece, com os resíduos
inseridos em caçambas para posteriormente seguirem até o aterro. Feita a
limpeza o contrapiso e as vigas baldrames podem ser quebradas através
de um martelo pneumático e realizado a regularização do terreno para a
nova construção.

9.5 Finalidades dos resíduos na construção e demolição

Os resíduos das construções e desconstruções podem causar dificuldades na


circulação de pessoas e veículos tanto no canteiro como em sua vizinhança,
aumentar o número de doenças e ocasionar impactos naturais significativos.
Tendo em vista esses problemas gerados o Conama 307 (2002) elaborou um
projeto de gerenciamento dos mesmos, que conta com a parceria de órgãos
ambientais e os agenciadores das obras. Esse programa tem como base diminuir o
quantitativo de resíduos, recolher, separar, analisar sua utilização e conduzir para o
ambiente apropriado. Conforme a CONOMA 307 (2002), é dever do município
apresentar um projeto de gerenciamento de resíduos, do qual o dirigente pelo
empreendimento seja de caráter público ou privado deve se conscientizar pelo
destino correto dos mesmos. A empresa ou o realizador da construção ou demolição
deve motivar seus operários em separar todos os materiais de acordo em que a
execução da obra for acontecendo, e assim elaborar um roteiro especificando o
material, classe e o destino dos mesmos.
Nos ambientes das obras deverão apresentar recipientes para deposição e
separação dos materiais, onde cada empreiteiro deverá realizar tal tarefa.
P á g i n a | 160

Cada elemento carece de ser encaminhado para os locais temporários onde


os mesmos deverão ser recolhidos e transportados para a estação de triagem e
reciclados, aterro sanitário, aterro de inertes, entre outros.
Resumo

Na aula 9, você aprendeu que:

✓ A realização de um projeto de demolição é indispensável no ambiente


de renovação;
✓ Para demolir alguma edificação é necessário ter conhecimento do que
se vai demolir e de como realizar a melhor técnica, seja ela manual,
mecânica ou utilizando outros meios como os explosivos;
✓ O principal objetivo em um bom projeto de demolição é a busca por
segurança, evitando assim acidentes indesejáveis;
✓ Todos os resíduos deverão ser destinados em locais apropriados,
essa tarefa cabe aos profissionais responsáveis ao projeto e ao cliente
que deverão inserir nas obras recipientes para essa coleta e veículo
para transporte dos mesmos.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Acesse os links abaixo para obter mais informações relacionadas à demolição:


https://blogdopetcivil.com/2010/11/09/demolicao-riscos-legislacao-e-erros/.
http://187.17.2.135/orse/esp/ES00045.pdf.
http://www.geotesc.com.br/site/conheca-os-diferentes-tipos-de-demolicao/.

Acesse também o link abaixo e saiba o porquê e como elaborar um projeto de


gerenciamento de resíduos da construção civil em um canteiro de obras.
http://www.sinduscondf.org.br/portal/arquivos/elaborandoprojetodegerenciament
oderesiduos.pdf.
Referências

Básica:
BALDASSO, P. C. P. Procedimentos para desconstrução de edificação
verticalizada: estudo de caso. Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, outubro de
2005.

BARROS, B. L. P.; SANTIAGO, B. P. R.; MENDONÇA, A. F. A importância da


execução de um projeto de demolição. Artigo apresentado `Faculdade Redentor como um
dos requisitos para a conclusão do curso de Engenharia Civil. Itaperuna-RJ, dezembro de
2016.

BRITO, J. Técnicas de demolição de edifícios correntes. Cadeira de Processos de


Construção, Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Lisboa, setembro
de 1999.

GOMES, G. M. Medidas preventivas na execução de trabalhos de demolição e


reabilitação de edifícios antigos – técnicas e equipamentos de demolição. Dissertação
apresentada à Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, julho de 2010.

GOMES, J. F. O.; SÁ, F. Técnicas de demolição. Trabalho realizado do programa


operacional sociedade da informação-POSI,2013.

MAIA, A. L. et al. Plano de gerenciamento integrado de resíduos da construção


Civil-PGIRCC. Fundação Internacional do Meio Ambiente. Belo Horizonte –MG,2009.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 18


(NR18) - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Publicado em
Brasília, 06 de julho de 1978 e atualizado em 09 de dezembro de 2015.

Complementar:
CIVIL, B. P. Demolição, riscos, legislação e erros. Disponível em:
https://blogdopetcivil.com/2010/11/09/demolicao-riscos-legislacao-e-erros/. Acesso em: 01
fev. 2018.

COMPANHIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS.


Demolições/Remoções. Disponível em: http://187.17.2.135/orse/esp/ES00045.pdf. Acesso
em: 04 abr. 2018.

DENISE CHAVES ROS. Porquê e Como elaborar um Projeto de Gerenciamento


de Resíduos da Construção Civil em um Canteiro de Obra. Disponível em:
http://www.sinduscondf.org.br/portal/arquivos/elaborandoprojetodegerenciamentoderesiduos.
pdf. Acesso em: 10 abr. 2018.

GEOTESC. Conheça os diferentes tipos de demolição. Rebeca Alexia. Disponível


em: http://www.geotesc.com.br/site/conheca-os-diferentes-tipos-de-demolicao/. Acesso em:
02 fev. 2018.

GRUPO IDD. Tipos de demolição - a importância da especialização. Disponível


em: https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/tipos-de-demolicao-a-importancia-da-
especializacao. Acesso em: 04 fev. 2018.
Exercícios
Aula 9

1) Com suas palavras, opine o que é demolição. Quais


são os principais motivos deste ato?

2) Quais providências devem ser tomadas antes de uma


demolição?

3) Para a execução da demolição é preciso haver um bom planejamento e


uma boa organização, sendo necessário uma divisão em três fases. Elabore um
texto argumentativo explicando o processo deste serviço obedecendo essas três
fases.

4) Quais são as principais recomendações para a demolição manual.

5) Em relação à demolição, julgue as alternativas abaixo em certo ou


errado e justifique sua resposta.
a) A demolição manual é aplicada quando a obra é de pequeno porte ou para
a retirada de itens secundários antes da demolição.
b) A demolição manual é método econômico e com execução rápida
comparado a demolição mecânica
c) A demolição mecânica é um processo mais usado e mais rápido se
comparado aos outros, e o que mais exige mão de obra especializada, devido ao
número de acidentes.
d) A demolição mecânica é indicada quando há necessidade de maior
precisão e controle, sendo necessário preservar a estrutura geral da construção.

6) O que é um projeto de demolição?

7) O que é necessário para que uma demolição por meio de explosivos


aconteça de maneira eficaz e segura?
P á g i n a | 165

8) Como deve ser feito o descarte da forma correta dos resíduos da


construção civil?
Aula 10
Acessibilidade – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Vamos dar início aos estudos sobre acessibilidade. Para isso devemos
sempre consultar a NBR 9005 (2015). Esta Norma visa proporcionar a utilização de
maneira autônoma, independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário,
equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção.
Você verá ao longo de três aulas que toda edificação, seja ela multifamiliar,
condomínio ou conjuntos habitacionais necessitam ser acessíveis em suas áreas de
uso comum.
Resumindo, para serem considerados acessíveis, todos os espaços,
edificações, mobiliários e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados,
construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de
edificações e equipamentos urbanos, devem atender o que está disposto nesta
Norma.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Compreender as recomendações da NBR9050 sobre acessibilidade em


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos;
➢ Saber as definições dos principais termos utilizados na norma
supracitada;
➢ Conhecer os principais parâmetros antropométricos e dimensões
básicas das pessoas com deficiência e o alcance manual.
➢ Compreender as condições de informação e sinalização para garantir
uma adequada orientação aos usuários.
P á g i n a | 167

10 ACESSIBILIDADE – PARTE I

Acessibilidade é, atualmente, um importante fator a considerar nos projetos


de edificações e em áreas públicas de bem comum, visando o bem-estar da
sociedade, assegurando o direito de ir e vir de todos. Para isso, devemos consultar
sempre a norma técnica NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), válida a partir de outubro de 2015 (atualizada).
A referida Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos aplicáveis em
diversos projetos, porém, as áreas técnicas de serviço ou de acesso restrito, como
casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico, entre outras, não
necessitam ser acessíveis. Vejamos abaixo as principais informações iniciais sobre o
tema em estudo.

Informações iniciais sobre a NBR 9050 (2015)


• Estabelece critérios e parâmetros técnicos
aplicáveis a projeto, construção, instalação e
adaptação de edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos às condições de
acessibilidade.
• Considerado de interesse social, a Acessibilidade
de Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos
Urbanos, através desta NBR, ao contrário das outras normas, é
disponibilizada na Internet para conhecimento público e de forma gratuita
através do site da secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da
Pessoa com Deficiência, ou por meio de:
Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.

Nesta aula vamos abordar os seguintes aspectos desta norma:


✓ Definições dos principais termos voltados à acessibilidade;
✓ Parâmetros antropométricos e dimensões básicas
✓ O alcance físico manual, focando no posicionamento de maçanetas,
puxadores, interruptores, tomadas, etc.;
✓ Os principais símbolos utilizados para deixar um ambiente acessível.
P á g i n a | 168

10.1 Definições dos termos

O primeiro assunto abordado na NBR 9050 (2015)


sobre Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos é sobre as definições dos principais
termos da Norma.
Vejamos os principais:
a) Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço,
mobiliário, equipamento urbano e elementos.
b) Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou
elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer
pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto
acessibilidade física como de comunicação.
c) Adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou
elemento cujas características possam ser alteradas para que se torne acessível.
d) Adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou
elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem
acessíveis.
e) Adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou
elemento cujas características foram originalmente planejadas para serem
acessíveis.
f) Rota Acessível: Trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta
os ambientes externos ou internos de espaços, edificações, e que possa ser
utilizada de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com
deficiência ou mobilidade reduzida.
g) Desenho Universal: É a concepção de espaços, artefatos e produtos que
visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade.
P á g i n a | 169

10.2 Parâmetros antropométricos e dimensões básicas

Na concepção de projetos arquitetônicos/civis e urbanísticos, assim como no


desenho de mobiliários, é importante considerar as diferentes potencialidades e
limitações do homem. Para uma circulação que promova segurança e autonomia de
acesso, as dimensões mínimas praticadas são apresentadas no quadro abaixo.

Quadro 7: Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa com limitações.


Dimensões referenciais Limitação

(A)
Pessoas com
bengala e
andador

(B)
Pessoas com
muletas.

(C)
Pessoas com
bengala de
rastreamento,
cão guia e
sem órtese

Fonte: (DIMENSÕES..., 2018)


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O módulo de projeção da cadeira de rodas com seu usuário (módulo de


referência – 0,80 x 1,20 m) é o espaço mínimo necessário para sua
mobilidade. Portanto, essas dimensões devem ser usadas como
referência em projetos, devendo-se considerar ainda o espaço
demandado para movimentação, aproximação, transferências e rotação
da cadeira de rodas conforme ilustrações a seguir (Figuras 47, 48 e 49).

Figura 47: Área de manobra: sem deslocamento.

Fonte: CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO DE JANEIRO


(2018)

Figura 48: Largura para deslocamento em linha reta.

Fonte: CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO DE JANEIRO


(2018)
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Figura 49: Área de manobra: com deslocamento (dimensões em metros).

Fonte: NBR 9050 (2015)

Ainda sobre os cadeirantes, a NBR 9050 nos itens 4.3.6 e 4.3.7 aborda os
seguintes temas, respectivamente, o “Posicionamento de cadeiras de rodas em
espaços confinados” e a “Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis”.
P á g i n a | 172

10.3 Alcance físico manual

Os elementos de acionamento para abertura de portas devem possuir formato


de fácil pega, não exigindo firmeza, precisão ou torção do pulso para seu
acionamento.
As dimensões apropriadas das maçanetas, barras antipânico e puxadores de
portas (item 4.6.6 da norma) podem ser vistas na ilustração da Figura 50.

Figura 50: Maçanetas e puxadores.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Para o alcance físico dos comandos e controles, como por exemplo


interruptores, recomenda-se o posicionamento dos diferentes tipos de instalações de
acordo com a Figura 51.

Figura 51: Altura para comandos e controles.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 173

10.4 Informação e sinalização

Neste item da nossa aula são estabelecidas condições de informação e


sinalização para garantir uma adequada orientação aos usuários. A informação deve
ser clara e precisa para ser facilmente entendida e não ambígua. Excesso de
informação dificulta sua memorização. Informações conflitantes podem contribuir
para o estresse dos usuários e dificultar a compreensão.
Por esse motivo, a consistência da informação é tão importante. A informação
deve ser fornecida no momento em que for necessária. Informações adequadas
significam também que devem estar atualizadas e que deficiências na informação
diminuem a confiança dos usuários no sistema informativo.

10.4.1 Símbolos

De acordo com a NBR 9050 (2015) símbolos são representações gráficas que,
através de uma figura ou forma convencionada, estabelecem a analogia entre o
objeto e a informação de sua representação e expressam alguma mensagem.
Devem ser legíveis e de fácil compreensão, atendendo a pessoas
estrangeiras, analfabetas e com baixa visão, ou cegas, quando em relevo.
A indicação de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e
dos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional de
acesso (S.I.A). A figura deve estar sempre voltada para o lado direito, sem
modificação, estilização ou adição de outros elementos, conforme Figura 52.
O S.I.A deve ser instalado em local de melhor visibilidade possível, na entrada
principal.
P á g i n a | 174

Figura 52: Símbolos internacionais de acesso.

Fonte: adaptado de NBR 9050 (2015)

Atenção: Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a estes


símbolos. Este símbolo (fig.52) é destinado a sinalizar os locais acessíveis.

Abaixo são apresentados os símbolos adotados para pessoa com Deficiência


Visual (fig.53) e pessoa com Deficiência Auditiva (fig.54).

Figura 53: Símbolos internacionais de pessoas com deficiência visual.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 175

Figura 54: Símbolos internacionais de pessoas com deficiência auditiva.

Fonte: adaptado de NBR 9050 (2015)

Outras ilustrações são apresentadas na NBR 9050 chamadas de símbolos


complementares, sendo utilizados para indicar as facilidades existentes nas
edificações, no mobiliário, nos espaços, equipamentos urbanos e serviços
oferecidos.

10.4.2 Acessibilidade na comunicação

a) Braile: A sinalização tátil


(Braile) ou texto em alto relevo são O Sistema Braile
instalados juntos com os demais O Braile é um sistema de escrita e leitura
símbolos de informação visual em tátil para as pessoas cegas. Surgiu na
França em 1825, sendo o seu criador o
portas e passagens, em todo início de
francês Louis Braille que ficou cego, aos
pavimento e em escadas. três anos de idade vítima de um acidente
Nas portas e passagens, as seguido de oftalmia.
Este sistema consta do arranjo de seis
marcações devem estar localizadas pontos em relevo, dispostos na vertical em
na faixa de alcance entre 1,20 m e duas colunas de três pontos cada. Os seis
pontos formam o que se convencionou
1,60 m em plano vertical, porém nos
chamar "cela braile".
batentes dos acessos ou espaços
Para saber mais sobre o sistema e como é
adjacentes à maçaneta de portas, a
representado o nosso alfabeto no Braile
altura poderá ser fixada entre 0,90 m acesse:
e 1,20 m do piso acabado (ver figura https://www.infoescola.com/portugues/braile/.
http://www.apadev.org.br/pages/workshop/Osiste
55) em um plano inclinado entre 15 e
mabraile.pdf.
30°.
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A sinalização visual na porta identificando a função da sala deve ser instalada


no centro da porta a uma altura entre 1,40 m e 1,60 m do piso acabado e não pode
conter informações táteis. A Figura 55 ilustra a sinalização tátil em Braile e texto em
relevo.

Figura 55: Sinalização tátil em Braile e texto em relevo.

Fonte: MANUAL DE ACESSIBILIDADE PARA ESPAÇOS INTERNOS (2018)


P á g i n a | 177

Os corrimãos de escadas fixas e rampas também devem ter sinalização tátil


(caracteres em relevo e em Braille), identificando o pavimento. A Figura 56
apresenta a forma correta de se instalar essa sinalização, sendo na parede opcional
a indicação tátil.

Figura 56: Sinalização de pavimento e corrimão.

Fonte: NBR 9050 (2015) - adaptado

b) Libras: Entende-se como Língua Brasileira de Sinais (Libras) a forma de


comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora,
com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de
ideias e fatos, oriundos de pessoas com deficiência auditiva.
Esse sistema é reconhecido como meio legal de comunicação e expressão
pela Lei Federal 10.436/2002. Quando existir espaço de atuação dos intérpretes de
Libras deve ser garantido uma boa iluminação em local sinalizado e de fácil acesso.
A figura 57 apresenta o alfabeto por meio desta linguagem de sinais.
P á g i n a | 178

Figura 57: Alfabeto em libras.

Fonte: PREFEITURA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (online)

Você já parou para pensar, que pode trabalhar com alguém ou


em algum setor que tenha um fluxo maior de pessoas com
determinadas limitações, sendo necessário se comunicar por
esses meios apresentados aqui (braile ou libras)?

Uma outra forma de comunicação com as pessoas com


deficiência visual pode ser realizada através do assentamento de
piso tátil, recomendado tanto para espaços internos como
externos, sendo abordado na próxima aula. Até lá!
Resumo

Na aula 10, você aprendeu que:

✓ A NBR 9050 (2015) estabelece critérios e parâmetros técnicos


aplicáveis a projeto, construção, instalação e adaptação de edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de
acessibilidade;
✓ Para uma circulação que promova segurança e autonomia de acesso,
as dimensões mínimas praticadas devem obedecer aos valores
apresentados no item 4.3 da norma supracitada;
✓ As maçanetas, barras antipânico e puxadores de portas, assim como
interruptores, tomadas, campainhas, quadro de luz, registro de
pressão, quadro de aquecedor, entre outros., devem ficar ao alcance
manual de todos os usuários;
✓ Os símbolos devem ser legíveis e de fácil compreensão, atendendo a
pessoas estrangeiras, analfabetas e com baixa visão, ou cegas,
quando em relevo.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Acesse também o site da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa


com Deficiência e baixe a NBR 9050 (2015) e outras 20 normas de acessibilidade da
ABNT.
Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.
Referências

Básica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: Abnt, 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Manual de


acessibilidade para espaços internos. Disponível em:
<http://www.aeasjc.org.br/download/manual_acessibilidade.pdf. Acesso em: 12 abr. 2018.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA CATARINA.


Acessibilidade: Cartilha de Orientação – Implantação do Decreto 5.296/04. Disponível em:
http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/File/cartilha-acessibilidade-final-web.pdf.
Acesso em: 12 abr. 2018.

Complementar:
ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DOS DEFICIENTES VISUAIS. O Sistema
Braile. Disponível em: http://www.apadev.org.br/pages/workshop/Osistemabraile.pdf.
Acesso em: 04 abr. 2018.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. . Brasília,

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO DE JANEIRO.


Acessibilidade - Cartilha de Orientação: Implementação do Decreto 5.296/04. Disponível
em: http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/File/cartilha-acessibilidade-final-web.pdf.
Acesso em: 05 abr. 2018.

INFO ESCOLA. Braile. Disponível em: https://www.infoescola.com/portugues/braile/.


Acesso em: 04 abr. 2018.

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO URBANO DE FLORIANÓPOLIS. Manual de


Acessibilidade. Disponível em:
http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/26_12_2011_17.31.26.f930687d1baa0226e6
41b934b6fa8d6c.pdf. Acesso em: 05 maio. 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Manual de acessibilidade


para espaços internos. Disponível em:
http://www.aeasjc.org.br/download/manual_acessibilidade.pdf. Acesso em: 04 abr. 2018.

SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.


Normas ABNT. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.
Acesso em: 12 abr. 2018.
Exercícios
AULA 10

1) O conhecimento das demais características das


pessoas com deficiência é de extrema importância para o
planejamento de projetos plenamente acessíveis.
Sobre os parâmetros antropométricos e dimensões
básicas dos espaços públicos, informe as principais larguras para deslocamento em
linha reta de:
a) Uma pessoa em cadeiras de rodas;
b) Um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas;
c) 2 pessoas em cadeira de rodas.

2) Para efeito da aplicação da NBR 9050, a indicação de acessibilidade das


edificações, do mobiliário, dos espaços e dos equipamentos urbanos deve ser feita
por meio do símbolo internacional de acesso cujas representações admissíveis
consistem em pictograma branco sobre fundo preto, pictograma preto sobre fundo
branco ou pictograma branco sobre fundo
a) verde.
b) azul.
c) marrom.
d) vermelho.
e) laranja.

3) Sobre o alcance manual que trata a NBR 9050. Marque a alternativa


correta.
a) As maçanetas podem ser do tipo bola ou alavanca e devem ser instaladas
a uma altura que pode variar entre 1,10 m e 1,3 m do piso acabado
b) As maçanetas devem preferencialmente ser do tipo alavanca, possuir pelo
menos 100 mm de comprimento e acabamento sem arestas e recurvado na
extremidade, apresentando uma distância mínima de 40 mm da superfície da porta.
P á g i n a | 183

c) Os puxadores verticais para as portas devem ter diâmetro entre 25 mm e


60 mm e ter comprimento mínimo de 0,30 m, podendo variar entre 1,0 m e 1,30 m do
piso acabado.
d) Os puxadores horizontais para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e
45 mm, com afastamento de no mínimo 40 mm. Devem ser instalados a uma altura
que pode variar entre 0,60 m e 1,00 m do piso grosso.
e) O interruptor deve ficar a uma altura entre 0,80 m e 1,20m do piso
acabado.

4) Observe as figuras abaixo:

Os símbolos indicados de I a IV referem-se, respectivamente, a


a) deficientes visuais; telefone em braille para cegos; símbolo internacional de
acessibilidade; telefone público para surdos.
b) acesso de idosos; telefone braille; acesso a cadeirante; telefone público
para deficientes.
c) acesso a idosos; telefone público internacional para deficientes; vaga para
cadeirante; deficiência auditiva.
d) deficientes visuais; telefone em braille para cegos; vaga para cadeirantes;
acesso para surdos.
e) deficientes visuais; telefone com teclado; símbolo internacional de
acessibilidade; deficiência auditiva.

5) A NBR 9050, que estabelece critérios de acessibilidade a edificações,


mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, determina que, para áreas de
circulação a largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de
rodas deve ser respectivamente:
P á g i n a | 184

a) 0,70 m - 1,00 m a 1,20 m - 1,20 m a 1,50 m.


b) 0,80 m - 1,00 m a 1,20 m -1,20 m a 1,50 m.
c) 0,80 m - 1,20 m a 1,50 m -1,50 m a 1,80 m.
d) 0,90 m - 1,00 m a 1,20 m -1,20 m a 1,50 m.
e) 0,90 m - 1,20 m a 1,50 m -1,50 m a 1,80 m

6) Em ambientes públicos, como devem ser instalados os avisos em braile?

7) Quais as diferenças dos seguintes termos: acessível, adaptável e


adaptado?

8) Para uma circulação que promova segurança e autonomia de acesso, as


dimensões mínimas praticadas por pessoas com bengalas são?

9) A NBR 9050/2004 estabelece algumas dimensões mínimas necessárias


para uma manobra de cadeira de rodas sem deslocamento.
P á g i n a | 185

As figuras A e B dimensionam a rotação de 90° e 180°. Para que o usuário do


banheiro acima representado possa fazer um giro de 360°, a dimensão, em metros,
que deverá ter o círculo pontilhado é igual a
a) 2,00 m
b) 1,20 m
c) 1,40 m
d) 1,80 m
e) 1,50 m

Atenção! Gabarito será disponibilizado via plataforma.


Aula 11
Acessibilidade – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Nesta aula, vamos continuar estudando acessibilidade. Vamos abordar os


seguintes temas: Pisos táteis; rotas acessíveis, corrimãos, rampas e escadas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Conhecer os tipos de pisos táteis e a forma correta de aplicação em


espaços internos e externos;
➢ Conhecer os tipos de rotas acessíveis e suas formas de classificação;
➢ Identificar as principais recomendações da NBR9050 sobre os acessos
e circulação em ambientes internos e externos de edificações e
diversos espaços públicos;
➢ Verificar os tipos de rampas e escadas que podem ser executadas e
como dimensiona-las de acordo com a norma vigente de acessibilidade
atendendo as necessidades de todo público, assim como a instalação
de corrimãos.
P á g i n a | 187

11 ACESSIBILIDADE – PARTE II

Paramos na aula anterior no conteúdo relacionado a sinalização em


edificações com o uso de avisos táteis e visuais em locais de passagem e escadas
em uma edificação de caráter pública. Vamos agora abordar essa sinalização em
pisos que podem ser utilizados tanto em ambientes internos quanto externos.
Depois, abordaremos as formas de acesso e circulação de edificações e demais
espaços públicos, focando nos seguintes assuntos: rotas acessíveis, inclinações
máximas, desníveis, rampas, escadas, entre outros.

11.1 Pisos táteis

A sinalização tátil e visual no piso pode ser de alerta e direcional para


promover o deslocamento de pessoas com deficiência visual ou baixa visão de
forma segura e autônoma. Para isso, o piso tátil tem cor e textura diferente, se
comparado ao revestimento ao redor.

NBR 16537 (2016): Acessibilidade — Sinalização tátil no


piso — Diretrizes para elaboração de projetos e instalação

Para a aplicação da sinalização tátil de alerta e direcional e


suas composições, baixe a NBR 16537 (2016) através de:
Disponível em:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.

11.1.1 Piso tátil e visual de alerta

Deve ser instalado perpendicularmente ao sentido de deslocamento, em cor e


textura contrastantes com o restante do piso adjacente. O piso tátil de alerta é mais
funcional quando a textura está disposta à 45°, pois os cones em linha reta, podem
confundir com o piso guia com fileiras dispostas em linha reta também. Para saber
as dimensões dos detalhes deste piso consulte a NBR9050 (2015) no item 5.4.6.
P á g i n a | 188

Figura 58: Piso tátil de alerta.

Fonte: PMF (2019)

As Figuras 59, 60 e 61 apresentam exemplos de aplicações desta sinalização


com o intuito de que uma pessoa com bengala detecte antecipadamente a presença
do obstáculo.

Figura 59: Piso tátil de alerta em obstáculos suspensos.

Fonte: PREFEITURA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (2019)


P á g i n a | 189

Figura 60: Sinalização em escadas.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 61: Piso tátil de alerta em: rampa (a) escada ou esteira rolante (b)

(a)

(b)
Fonte: NBR 16537 (2016)
P á g i n a | 190

A sinalização tátil de alerta no piso deve atender aos seguintes


requisitos:
• ser antiderrapante durante todo o ciclo de vida da
edificação/ambiente, tanto em áreas internas como externas;
• ter relevo contrastante em relação ao piso adjacente;
• ter contraste de luminância em relação ao piso adjacente, para ser
percebida também por pessoas com baixa visão, tanto em áreas internas
como externas.

11.1.2 Piso tátil e visual direcional

Deve ser utilizado no sentido de deslocamento em cor e textura contrastante


com o restante do piso, em áreas de circulação, para indicar o caminho a ser
percorrido em ambientes internos e externos. Suas principais características são:
• ter textura c/ seção trapezoidal;
• ser instalado no sentido do deslocamento;
• ter largura da base do relevo entre 25 e 40 cm;
• ser antiderrapante e com relevo contrastante, conforme piso de alerta;
• normalmente, ter cor diferenciada em relação ao piso adjacente.

Quando o piso do entorno for liso, é recomendada a largura L


entre 0,25 m e 0,40 m conforme ilustração da figura 62, caso
contrário, é recomendado um acréscimo de faixa lateral lisa com no
mínimo 0,60 m de largura cada uma no entorno da faixa direcional.
P á g i n a | 191

Figura 62: Sinalização tátil direcional.

Fonte: NBR 16537 (2016)

O projeto da sinalização tátil direcional no piso deve:


• considerar todos os aspectos envolvidos no deslocamento de pessoas com
deficiência visual, como fluxos de circulação de pessoas e pontos de
interesse;
• seguir o fluxo das demais pessoas, evitando-se o cruzamento e o confronto
de circulações;
• evitar interferências com áreas de formação de filas, com pessoas
sentadas em bancos e demais áreas de permanência de pessoas;
• considerar a padronização de soluções e a utilização de relevos e contraste
de luminância semelhantes para um mesmo edifício.

11.1.3 Mudança de direção

As mudanças de direção na sinalização tátil direcional devem ser executadas


conforme quadro 8, sendo normalmente necessária a aplicação de sinalização tátil
de alerta. A sinalização tátil de alerta utilizada nas mudanças de direção deve
possuir a mesma cor da sinalização tátil direcional. Quando houver mudança de
direção formando ângulo entre 150° e 180°, não é necessário seu uso.
P á g i n a | 192

Quadro 8: Mudanças de direção na sinalização tátil direcional.


Mudança de direção – 90° ≤ X ≤ 150°

Encontro de três faixas direcionais

Encontro de quatro faixas direcionais

Fonte: NBR 16537 (2016)


P á g i n a | 193

11.1.4 Outras formas de sinalização

De acordo com a NBR 9050 (2015) Além dos pisos táteis existem outras
formas de sinalização para condução de pessoas com ou sem deficiências em
espaços públicos, são elas:
• Sinalização de emergência: Deve direcionar o usuário, por meio de
sinais para a saída, saída de emergência ou rota de fuga. Devem ser
observadas as normas e instruções do corpo de bombeiros, para
compatibilização;
• Sinalização de vaga reservada para veículo: As vagas reservadas
para veículo no estacionamento devem ser sinalizadas e demarcadas com
o símbolo internacional de acesso ou a descrição de idoso;
• Alarmes: equipamentos ou dispositivos capazes de alertar situações de
emergência por estímulos visuais, táteis e sonoros. Devem ser aplicados
em espaços confinados, como sanitários acessíveis, boxes, cabines e
vestiários isolados.

11.2 Acessos e circulação

As áreas de qualquer espaço ou edificação de uso público ou coletivo devem


ser servidas de uma ou mais rotas acessíveis.
As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos
habitacionais necessitam ser acessíveis em suas áreas de uso comum. As unidades
autônomas acessíveis devem estar conectadas às rotas acessíveis. Podemos definir
uma rota acessível quando esta é um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado,
que conecta os ambientes externos e internos de espaços e edificações, e que pode
ser utilizada de forma autônoma e segura por todas as pessoas.
Os tipos de rotas acessíveis são:
• Rota acessível externa: incorpora estacionamentos, calçadas, faixas de
travessias de pedestres (elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e
outros elementos da circulação;
• Rota acessível interna: incorpora corredores, pisos, rampas, escadas,
elevadores e outros elementos da circulação. Sobre a circulação, podemos
P á g i n a | 194

classifica-la em horizontal e vertical. A circulação vertical pode ser


realizada por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é
considerada acessível quando atender no mínimo a duas formas de
deslocamento vertical. Na circulação horizontal, os pisos devem ter uma
superfície regular com uma inclinação máxima a ser considerada de acordo
com a tabela abaixo. Inclinações iguais ou superiores a 5% são
consideradas rampas (circulação vertical).

Tabela 2: Inclinação máxima de piso.


Tipo de inclinação Tipo de piso Inclinação
Pisos internos ≤ 2%
Inclinação transversal
Pisos externos ≤ 3%
Inclinação Longitudinal Pisos internos e externos < 5%
Fonte: adaptado de NBR 9050 (2015)

Recomenda-se prever uma área de descanso, fora da faixa de circulação, a cada 50


m, para piso com até 3% de inclinação, ou a cada 30 m, para piso de 3% a 5% de
inclinação. Recomenda-se a instalação de bancos com encosto e braços. Estas áreas
devem estar dimensionadas para permitir também a manobra de cadeiras de rodas.

11.2.1 Desníveis

Para uma melhor circulação de pessoas, principalmente em rotas que devem


ser acessíveis, os desníveis de qualquer natureza devem ser evitados.
Vejamos as principais recomendações da NBR 9050 neste quesito:
1º - Eventuais desníveis no piso de até 5 mm (Fig. 63)., dispensam tratamento
especial.
2º - Desníveis superiores a 5 mm até 20 mm devem possuir inclinação
máxima de 1:2 (50 %), conforme Fig. 64.
3º - Desníveis superiores a 20 mm, quando inevitáveis, devem ser
considerados como degraus.
4º - Em reformas, pode-se considerar o desnível máximo de 75 mm, tratado
com inclinação máxima de 12,5 %.
P á g i n a | 195

Figura 63: Tratamento de desníveis.

(a) (b)
Fonte: NBR 9050 (2015)

11.2.2 Grelhas, juntas de dilatação e tampas

Em rotas acessíveis, as grelhas, juntas de dilatação e tampas de caixas de


inspeção e de visita devem estar fora do fluxo principal de circulação.
Quando não possível tecnicamente, os vãos devem ter dimensão máxima de
15 mm (conforme ilustração abaixo), devem ser instalados perpendicularmente ao
fluxo principal ou ter vãos de formato quadriculado/circular, quando houver fluxos em
mais de um sentido de circulação.

Figura 64: Ilustração de grelha em rota de fuga.

Fonte: MANUAL ACESSIBILIDADE (2018)

As superfícies das tampas de inspeção e de visita devem estar niveladas com


o piso adjacente, e eventuais frestas, assim como as grelhas, devem possuir
dimensão máxima de 15 mm. As tampas devem ser firmes, estáveis e
antiderrapantes sob qualquer condição, e a sua eventual textura, estampas ou
desenhos na superfície não podem ser similares à da sinalização de piso tátil de
alerta ou direcional.

11.2.3 Rampas

As rampas são superfícies de piso com inclinação igual ou superior a 5%.


Para garantir a acessibilidade sua inclinação deve ser calculada utilizando a seguinte
equação:
P á g i n a | 196

ℎ × 100
𝑖=
𝑐

Onde:
𝑖 = inclinação (%);
ℎ = altura do desnível;
𝑐 = comprimento da projeção horizontal.

Figura 65: Dimensionamento de rampa.

Fonte: NBR 9050 (2015)

As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na


Tabela 3. Para inclinação entre 6,25% e 8,33%, é recomendado criar áreas de
descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso. As exceções deste requisito são
as rampas de plateia e palcos, piscinas) e praias.
P á g i n a | 197

Tabela 3: Dimensionamento de rampas.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Em caso de reforma, quando esgotadas as possibilidades de soluções que


atendam integralmente à Tabela 4, podem ser utilizadas inclinações superiores a
8,33% (1:12) até 12,5% (1:8), conforme tabela abaixo.

Tabela 4: Dimensionamento de rampas para situações excepcionais.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Rampas curvas também são admitidas por norma. Sua inclinação máxima
admitida e raio mínimo são, respectivamente, 8,33% (1:12) e de 3,00 m (medido no
perímetro interno à curva), conforme Figura 66.

Figura 66: Rampa em curva.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 198

A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de
pessoas. A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é
de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m.

Ainda sobre as rampas, temos as seguintes características a serem


obedecidas segundo norma:
• toda rampa deve possuir corrimão de duas alturas em cada lado;
• quando não houver paredes laterais, as rampas devem incorporar
elementos de segurança, como guarda-corpo e corrimãos, guias de
balizamento com altura mínima de 0,05 m, instalados ou construídos nos
limites da largura da rampa, conforme figura 67;
• os patamares no início e no término das rampas devem ter dimensão
longitudinal mínima de 1,20 m;
• entre os segmentos de rampa devem ser previstos patamares
intermediários com dimensão longitudinal mínima de 1,20 m,
• os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões
iguais à largura da rampa.

Figura 67: Guia de balizamento, dimensões em metro.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 199

11.2.4 Degraus e escadas fixas

Quando houver degraus ou escadas em rotas acessíveis, estes devem estar


associados a rampas ou equipamentos eletromecânicos de transporte vertical.
Deve-se dar preferência à rampa.
As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada
ou degraus isolados. Para o dimensionamento, devem ser atendidas as seguintes
condições:
a) 0,63 m ≤ p+ 2 e ≤ 0,65 m,
b) pisos (p): 0,28 m ≤ p≤ 0,32 m e
c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m.

A largura das escadas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo


de pessoas, conforme ABNT NBR 9077 (2001) - Saídas de emergência
em edifícios. A largura mínima para escadas em rotas acessíveis é de
1,20 m, e deve dispor de guia de balizamento. Revise o conteúdo de
dimensionamento de escadas abordado em disciplinas anteriores.

11.3 Corrimãos

Os corrimãos, estruturas de apoio para as mãos, podem ser acoplados aos


guarda-corpos e devem ser construídos com materiais rígidos.
Devem ser firmemente fixados às paredes ou às barras de suporte,
garantindo condições seguras de utilização. Para o dimensionamento dos corrimãos
e barras de apoio, devem ser atendidos os seguintes requisitos:
• devem estar afastados no mínimo 40 mm da parede ou outro obstáculo;
• quando o objeto for embutido em nichos, deve-se prever também uma
distância livre mínima de 150 mm, conforme figura 68;
• devem ter seção circular com diâmetro entre 30 mm e 45 mm, ou seção
elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45 mm e a menor de 30 mm.
P á g i n a | 200

Figura 68: Empunhadura e seção do corrimão em milímetro.

Fonte: NBR 9050 (2015)

A figura ilustra a forma de instalação dos corrimãos em rampas e escadas.


Segue abaixo os principais requisitos de acordo com a NBR 9050.
• os corrimãos laterais das escadas e rampas devem prolongar-se pelo
menos 30 cm antes do início e após o término da mudança de plano;
• os corrimãos laterais em escadas e rampas devem ser instalados a duas
alturas sendo em 0,92 m e outro em 0,70 m do piso medidos da geratriz
superior.

É recomendável a instalação de faixa com largura mínima de 5 cm de material


antiderrapante preferencialmente de cor amarela instaladas nas bordas superiores
dos degraus.
P á g i n a | 201

Figura 69: Corrimãos em escadas e rampas.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Os guarda-corpos devem atender às normas da NBR 9077(2001) - Saídas de


emergência em edifícios e NBR 14718 (2008) - Guarda-corpos para edificação.

11.4 Vias públicas

Calçadas e vias exclusivas de pedestres devem ter piso conforme 6.3 e


garantir uma faixa livre (denominada de passeio) para a circulação de pedestres sem
degraus. A largura da calçada pode ser dividida em três faixas de uso, conforme
definido a seguir e ilustrado na figura:
a) faixa de serviço: serve para acomodar o mobiliário, os canteiros, as
árvores e os postes de iluminação ou sinalização. Nas calçadas a serem
construídas, recomenda-se reservar uma faixa de serviço com largura mínima de
0,70 m;
b) faixa livre ou passeio: destina-se exclusivamente à circulação de
pedestres, deve ser livre de qualquer obstáculo, ter inclinação transversal até 3%,
ser contínua entre lotes e ter no mínimo 1,20 m de largura e 2,10 m de altura livre;
c) faixa de acesso: consiste no espaço de passagem da área pública para o
lote. Esta faixa é possível apenas em calçadas com largura superior a 2,00 m. Serve
para acomodar a rampa de acesso aos lotes lindeiros sob autorização do município
para edificações já construídas.
P á g i n a | 202

Figura 70: Faixas de uso da calçada – Corte.

Fonte: NBR 9050 (2015)

O acesso de veículos aos lotes e seus espaços de circulação e


estacionamento deve ser feito de forma a não interferir na faixa livre de circulação de
pedestres, sem criar degraus ou desníveis. Nas faixas de serviço e de acesso é
permitida a existência de rampas.

11.4.1 Rebaixamento de calçadas

Os rebaixamentos de calçadas são ilustrados nas figuras 71, 72 e 73.


P á g i n a | 203

Devem ser construídos na direção do fluxo da travessia de pedestres e sua


inclinação deve ser constante e não superior a 8,33% (1:12) no sentido longitudinal
da rampa central e na rampa das abas laterais. A largura mínima do rebaixamento é
de 1,50 m. O rebaixamento não pode diminuir a faixa livre de circulação, de no
mínimo 1,20 m, da calçada, conforme apresentado na Figura 71.

Figura 71: Rebaixamentos de calçada – Vista superior.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Principais cuidados na execução de uma rampa!


• não é permitido desnível entre o término do rebaixamento da calçada e o
leito carroçável;
• em calçada estreita, onde a largura do passeio não for suficiente para
acomodar o rebaixamento e a faixa livre com largura de no mínimo 1,20
m, o rebaixamento total da largura da calçada pode ser executado de
acordo com a figura 72.
P á g i n a | 204

Figura 72: Rebaixamentos de calçadas estreitas.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Em vias com inclinação transversal do leito carroçável superior a 5%, deve ser
implantada uma faixa de acomodação de 0,45 m a 0,60 m de largura ao longo da
aresta de encontro dos dois planos inclinados em toda a largura do rebaixamento,
conforme apresenta a Figura 73.
P á g i n a | 205

Figura 73: Faixa de acomodação para travessia com inclinação transversal.

Fonte: NBR 9050 (2015)


Resumo

Na aula 11, você aprendeu que:

✓ A sinalização tátil de alerta, assim como a direcional, deve ser


antiderrapante, possuir um relevo e luminância contrastante em relação
ao piso adjacente;
✓ A mudança de direção na sinalização tátil direcional deve ser
executada de acordo com a NBR 16537 (2016), sendo normalmente
necessária a aplicação de sinalização tátil de alerta;
✓ As áreas de qualquer espaço ou edificação de uso público ou coletivo
devem ser servidas de uma ou mais rotas acessíveis.
✓ Os tipos de rotas acessíveis são: as rotas externas (incorpora
estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres, rampas,
escadas e passarelas em ambientes externos) e as rotas internas
(corredores, pisos, rampas e escadas de ambientes internos,
elevadores, entre outros).
✓ As rampas são superfícies de piso com inclinação igual ou superior a
5%, sendo recomendável uma largura mínima em rotas acessíveis de
1,50m;
✓ Os corrimãos são acessórios obrigatórios em escadas e rampas
devendo ser confeccionados em material rígido. Devem ser firmemente
fixados às paredes ou às barras de suporte.
✓ A largura de uma calçada pode ser dividida em três faixas, sendo elas:
faixa de serviço, faixa livre ou passeio e faixa de acesso.
✓ A largura mínima de um rebaixamento de calçada é de 1,50 m.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse às videoaulas, às notas de aula


e aos demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Acesse também o site da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa


com Deficiência e baixe a NBR 16537 (2016) - Acessibilidade — Sinalização tátil no
piso — Diretrizes para elaboração de projetos e instalação
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.

Sobre construção e manutenção de calçadas, acesse a cartilha elaborada pela


Prefeitura de São Paulo através do site abaixo.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeituras/calcada
s/arquivos/cartilha_-_draft_10.pdf.
Referências

Básica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16537: Acessibilidade


– Sinalização tátil no piso – Diretrizes para elaboração de projetos e instalação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2016.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Manual de


acessibilidade para espaços internos. Disponível em:
http://www.aeasjc.org.br/download/manual_acessibilidade.pdf. Acesso em: 11 jan. 2018.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA CATARINA.


Acessibilidade: Cartilha de Orientação – Implantação do Decreto 5.296/04. Disponível em:
http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/File/cartilha-acessibilidade-final-web.pdf.
Acesso em: 10 jan. 2018.
Exercícios
AULA 11

1) Considerando-se a norma técnica de acessibilidade —


NBR9050, assinale a afirmativa CORRETA.
a) Desníveis no piso de até 10 mm não demandam
tratamento especial.
b) Desníveis no piso entre 10 mm e 15 mm deverão ser tratados em forma de
rampa com inclinação máxima de 12,5%.
c) Quando esgotadas as possibilidades de soluções com rampas de
inclinação de até 8,33%, podem ser utilizadas outras inclinações, sendo a máxima
12,5% em segmento único de rampa.
d) A largura de rampas deve ser calculada de acordo com o fluxo de pessoas.
A largura mínima, recomendável pela norma, para rampas em rotas acessíveis é de
1,50 m, sendo o mínimo admissível 0,80 m.

2) Um prédio de escritórios em construção tem seu acesso feito por uma


escada com três espelhos de 0,17 m. Além dos degraus, para garantir a
acessibilidade, conforme a NBR 9050/2015 (Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos), será executada uma rampa.
De acordo com essa norma, a projeção horizontal dessa rampa deverá ter
comprimento mínimo, em metros, de:
a) 0,51
b) 1,02
c) 2,57
d) 3,88
e) 6,12

3) A sinalização tátil no piso funciona como orientação às pessoas com


deficiência visual ou baixa visão no percurso da rota acessível. O piso tátil pode ser
de dois tipos: direcional ou alerta. Associe o tipo de piso tátil com as suas
características.
1. Piso tátil direcional
P á g i n a | 210

2. Piso tátil de alerta


( ) Possui textura em relevos lineares, regularmente dispostos. Será instalado
em áreas de circulação, no sentido de deslocamento.
( ) Será instalado no início e término de escadas fixas e rampas, afastado de
0,32 m no máximo do ponto onde ocorre mudança do plano.
( ) Recomenda-se instalar junto a desníveis ou vãos, como pisos elevados,
degraus isolados, etc., instalado ao longo de toda a extensão onde houver risco de
queda e estar a uma distância da borda de no mínimo 0,50 m.
( ) Será utilizado quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia
identificável, como guia de caminhamento em ambientes internos ou externos, ou
quando houver caminhos preferenciais de circulação.
( ) Será utilizado para sinalizar situações que envolvem risco de segurança.

Marque a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) 1 - 1 - 2 - 1 - 2.
b) 1 - 2 - 1 - 1 - 2.
c) 1 - 2 - 2 - 1 - 2.
d) 2 - 1 - 1 - 2 - 2.
e) 2 - 2 - 2 - 1 - 2.

4) Para vencer um desnível de 110 cm (1,10 m) utilizando rampa, calcule:


a) O comprimento necessário da rampa e número de patamares para obter
uma inclinação de 8,33%. Desenhe esta rampa dimensionada.
b) O comprimento necessário da rampa e número de patamares para obter
uma inclinação de 8,33%. Desenhe esta rampa dimensionada.
c) O comprimento necessário da rampa com uma inclinação de 5%. É
necessário criar um patamar para dividir segmentos desta rampa perante a NBR
9050 (2015)?

5) Uma rampa foi projetada ao lado de uma escada a fim de vencer o desnível
de 80 cm dando acessibilidade à entrada de uma edificação, conforme figura abaixo.
P á g i n a | 211

a) Com base nas medidas de comprimento e largura da rampa, o


dimensionamento foi correto?
b) Dimensione os degraus da escada determinando as dimensões dos pisos e
dos espelhos
6) Para garantir que uma rampa seja acessível, os seus parâmetros devem
estar dentro de limites estabelecidos pela Norma NBR 9050: 2015.
Analise as opções abaixo e assinale a afirmativa INCORR ETA.
a) As rampas acessíveis devem ter inclinação máxima de 8,33%, com áreas
de descanso em patamares a cada 50 metros.
b) A largura mínima recomendável de rampa acessível é medida a partir da
projeção do corrimão.
c) A largura mínima recomendável para rampas em rotas acessíveis é de 1,50
m.
d) Entre segmentos de rampa acessível, devem ser previstos patamares
intermediários com dimensão longitudinal mínima de 1,20 m.
Aula 12
Acessibilidade – Parte 3

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Nesta aula abordaremos os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis.


Estes locais devem obedecer aos parâmetros da NBR 9050 (2015) quanto às
quantidades mínimas necessárias, localização, dimensões dos boxes,
posicionamento e características das peças, acessórios barras de apoio, comandos
e características de pisos e desnível. Os espaços, peças e acessórios devem
atender aos conceitos de acessibilidade, como as áreas mínimas de circulação, de
transferência e de aproximação, alcance manual, empunhadura e ângulo visual.

Bons estudos!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
➢ Identificar as principais características dos sanitários, banheiros e
vestiários acessíveis e conhecer as principais recomendações da
NBR9050 (2015) sobre estes espaços, em especial aos seguintes
equipamentos: Bacia sanitária, lavatório, sanitários coletivos, mictórios,
chuveiro e boxe para troca de roupa, etc.
P á g i n a | 213

12 SANITÁRIOS, BANHEIROS E VESTIÁRIOS

Os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas


acessíveis, próximas à circulação principal, próximas ou integradas às demais
instalações sanitárias, evitando estar em locais isolados para situações de
emergências ou auxílio, e devem ser devidamente sinalizados.
As principais recomendações segundo NBR9050 (2015) sobre os sanitários,
banheiros e vestiários são:
• a distância máxima a ser percorrida de qualquer ponto da edificação até o
sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 m;
• devem possuir entrada independente, de modo a possibilitar que a pessoa
com deficiência possa utilizar a instalação sanitária acompanhada de uma
pessoa do sexo oposto;
• devem ser instalados dispositivos de sinalização de emergência;
• o número mínimo de sanitários acessíveis é determinado pela tabela 5.

Tabela 5: Número mínimo de sanitários acessíveis.

Fonte: (NÚMERO..., 2018)


P á g i n a | 214

12.1 Dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário acessível

As dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário acessível devem


garantir o posicionamento das peças sanitárias e parâmetros de acessibilidade,
segue abaixo alguns destes:
• circulação com o giro de 360°, conforme figura 47 (aula 10);
• área mínima necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular
e diagonal para a bacia sanitária, conforme figuras 74 a) e 79;
• a área de manobra pode utilizar no máximo 0,10 m sob a bacia sanitária e
0,30 m sob o lavatório, conforme figuras 74 b) e 76;
• deve ser instalado lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou
lavatório sobre tampo, dentro do sanitário ou boxe acessível, em local que
não interfira na área de transferência para a bacia sanitária, podendo sua
área de aproximação ser sobreposta à área de manobra, conforme figura
75;
• os lavatórios devem garantir altura frontal livre na superfície inferior,
conforme figura 75, e na superfície superior de no máximo 0,80 m, exceto a
infantil;
• quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, deve abrir para o lado
externo do sanitário ou boxe e possuir um puxador horizontal no lado
interno do ambiente, medindo no mínimo 0,40 m de comprimento,
afastamento de no máximo 40 mm e diâmetro entre 25 mm e 35 mm;
• quando o boxe for instalado em locais de prática de esportes, as portas
devem atender a um vão livre mínimo de 1,00 m;
• a figura 76 exemplifica medidas mínimas de um sanitário acessível;
• em edificações existentes ou em reforma, quando não for possível atender
às medidas mínimas de sanitário da figura 76, serão admitidas as medidas
mínimas demonstradas na figura 77.
P á g i n a | 215

Figura 74: Áreas de transferência e manobra para uso da bacia sanitária.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 75: Área de aproximação para uso do lavatório.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 216

Figura 76: Medidas mínimas de um sanitário acessível.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 77: Medidas mínimas de um sanitário acessível em caso de reforma.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 217

Figura 78: Áreas de transferências para a bacia sanitária.

Fonte: NBR 9050 (2015)

12.1.1 Barras de apoio

As barras de apoio são necessárias para garantir o uso com segurança e


autonomia das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Nos sanitários e em
vestiários, devem resistir um esforço mínimo de 150 Kg e quando forem
confeccionadas em material metálico, devem resistir a corrosão. As dimensões
mínimas das barras devem respeitar os detalhes que são apresentados no Anexo C
da NBR9050, possuindo seção transversal entre 30 e 45 mm. O comprimento e o
modelo variam de acordo com as peças sanitárias as quais estão associados.
P á g i n a | 218

12.2 Bacia sanitária

Para instalação de bacias sanitárias devem ser previstas áreas de


transferência lateral, perpendicular e diagonal, conforme Figura 79.
As bacias e assentos sanitários acessíveis não podem ter abertura frontal e
devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir
da borda superior sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser de no máximo
0,46 m para as bacias de adulto, conforme Figura, e 0,36 m para as infantis.

Figura 79: Altura de bacia sanitária e dimensões dos corrimãos.

Fonte: NBR 9050 (2015) - adaptado

As principais observações nas instalações das bacias sanitárias são:


• na ausência de uma parede lateral próxima à bacia sanitária, devem ser
instaladas barras de apoio retas e laterais fixadas na parede ao fundo;
• a altura do acionamento da válvula de ser ≥ 1,00 m;
• na impossibilidade de uso de válvula de descarga, recomenda-se que seja
colocada caixa de descarga embutida cujo acionamento fique localizado
dentro do alcance manual de pessoas em cadeira de rodas;
• as papeleiras de embutir em paredes devem ser instaladas a uma altura de
aproximadamente 55 cm, enquanto que as papeleiras de sobrepor (rolo ou
interfolhado) devem ser fixadas abaixo de 1 metro.
P á g i n a | 219

12.3 Lavatórios

A instalação dos lavatórios deve possibilitar a área de aproximação de uma


pessoa em cadeira de rodas, quando se tratar do sanitário acessível, e garantir a
aproximação frontal de uma pessoa em pé, quando se tratar de um sanitário
qualquer, conforme figura 80.

Figura 80: Área de aproximação frontal – Lavatório.

Fonte: NBR 9050 (2015) - adaptado

As barras de apoio dos lavatórios podem ser horizontais e verticais. Quando


instaladas, devem ter uma barra de cada lado conforme exemplos ilustrados na
figura, garantindo as seguintes condições:
• ser instaladas até no máximo 0,20 m, medido da borda frontal do lavatório
até o eixo da barra para permitir o alcance;
• garantir o alcance manual da torneira de no máximo 0,50 m, medido da
borda frontal do lavatório até o eixo da torneira;
• barras horizontais devem ser instaladas a uma altura 0,78 m a 0,80 m;
• barras verticais devem ser instaladas a uma altura de 0,90 m do piso;
• o comprimento da barra vertical deve ser no mínimo 0,40 m;
• ter uma distância máxima de 0,50 m do eixo do lavatório ou cuba até o eixo
da barra vertical instalada na parede lateral ou na parede de fundo para
garantir o alcance.
P á g i n a | 220

12.4 Sanitário coletivo

Para qualquer edificação pública ou privada com área de uso comum, o


sanitário coletivo deverá ser utilizado tanto para pessoas com mobilidade reduzida
quanto para usuários sem deficiência. O sanitário coletivo pode ter um boxe
acessível para uso preferencial de pessoas em cadeira de rodas, além do com
entrada independente. Para tanto, deve garantir área de circulação, manobra e
aproximação para o uso das peças sanitárias.
Nos boxes comuns, as portas devem ter vão livre mínimo de 0,80 m e conter
uma área livre com no mínimo 0,60 m de diâmetro conforme figura 81(a). Entretanto,
em edificação existente, pode ser admitida porta com vão livre de no mínimo 0,60 m.

PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
Havendo área útil, optar pela construção de boxes com portas abrindo para fora, conforme
figura 81 (b), para facilitar o socorro à pessoa, se necessário.
Implantar pelo menos um boxe com barras de apoio em forma de “L” (ver fig. 81 c), de
0,70 m por 0,70 m, ou duas barras retas de 0,70 m no mínimo e com o mesmo
posicionamento (fig. 81 d), para uso de pessoas com redução de mobilidade,
flexibilidade, coordenação motora e percepção.

A figura 81 apresenta as diferenças entre os boxes comuns e os boxes com


barras de apoio.
P á g i n a | 221

Figura 81: Tipos de boxes para sanitário coletivo.

Fonte: adaptado de NBR 9050 (2015)

Fique atento!
Em edifícios de uso público ou coletivo, dependendo da sua especificidade ou natureza do
seu uso, recomenda-se ter sanitários ou banheiros familiares com entrada independente,
providos de boxes com bacias sanitárias para adultos e outro com bacia infantil, além de
boxe com superfície para troca de roupas na posição deitada, com dimensões mínimas de
0,70 m de largura por 1,80 m de comprimento e 0,46 m de altura, devendo suportar no
mínimo 150 kg, e providos de barras de apoio.

12.5 Mictórios

Pelo menos um dos mictórios em um sanitário deve conter barras de apoio,


uma área de aproximação frontal com diâmetro igual a 60 cm para PMR (pessoas
P á g i n a | 222

com mobilidade reduzida) e ser equipado com válvula de mictório instalada a uma
altura de até 1,00 m do piso.

A figura 82 ilustra as características acima mencionadas. É recomendado também a


instalação deste equipamento tanto para P.M.R quanto P.C.R (pessoas em cadeira
de rodas) o mais próximo possível da entrada dos sanitários.

Figura 82: Mictório suspenso.

Fonte: NBR 9050 (2015) - adaptado

12.6 Banheiros acessíveis e vestiários com banheiro conjugados

Banheiros acessíveis e vestiários com banheiros conjugados devem prever


área de manobra para rotação de 360° para circulação de pessoa em cadeira de
rodas. Para boxes de chuveiros, deve ser prevista área de transferência externa ao
boxe, de forma a permitir a aproximação e entrada de cadeira de rodas, cadeiras de
banho ou similar. As principais recomendações para a instalação dos boxes são
citadas abaixo e também apresentada na figura 83:
• a entrada do boxe deve ter uma largura livre mínima de 90 cm;
P á g i n a | 223

• os boxes devem ser providos de banco articulado ou removível, com


cantos arredondados e superfície antiderrapante impermeável;
• as dimensões mínimas dos boxes de chuveiros devem ser de 0,90 m ×
0,95 m
• ser providos de barras de apoio;
• sobre o piso, ser antiderrapante, estar em nível com o piso adjacente e
possuir inclinação de até 2% para escoamento da água.

Figura 83: Boxe para chuveiro (Vistas superior, lateral e frontal).

Fonte: NBR 9050 (2015)

Os vestiários em cabinas individuais acessíveis com uma superfície para troca


de roupas na posição deitada devem atender às dimensões da Figura 84 e conter
duas barras de apoio horizontais, na parede frontal e na parede lateral oposta à
porta, além de espelho e cabides como acessórios obrigatórios.
P á g i n a | 224

Figura 84: Cabinas para vestiário acessível.

Fonte: NBR 9050 (2015) - adaptado

Os bancos devem ser providos de encosto, ter profundidade mínima de 0,45


m, largura mínima de 0,70 m e ser instalados a uma altura de 0,46 m do piso
acabado.
Resumo

Na aula 12, você aprendeu que:

✓ Os sanitários, banheiros e vestiários para serem considerados


acessíveis devem obedecer às recomendações da NBR9050 (2015),
atendendo assim as quantidades mínimas necessárias, localização,
dimensões dos boxes, posicionamento e características das peças,
posicionamento e dimensões padronizadas dos acessórios (barras de
apoio, espelho, papeleira, cabides, entre outros), comandos e
características de pisos e desnível do piso.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de


aula e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Para esta aula, é indicado como conteúdo complementar a leitura do item 7 da


NBR 9050 (2015) - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. Págs. 97 a 112.
Referências

Básica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: 2015.

Complementar:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16537: Acessibilidade
— Sinalização tátil no piso — Diretrizes para elaboração de projetos e instalação. Rio de
Janeiro: Abnt, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saídas de


emergência em edifícios. Rio de Janeiro: Abnt, 2001.

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO URBANO DE FLORIANÓPOLIS. Manual de


Acessibilidade. Disponível em:
http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/26_12_2011_17.31.26.f930687d1baa0226e6
41b934b6fa8d6c.pdf. Acesso em: 05 maio. 2018.

PAULO. PREFEITURA DE SÃO PAULO. . Conheça as regras para arrumar a sua


calçada. Disponível em:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeituras/calcadas/arquivos/c
artilha_-_draft_10.pdf. Acesso em: 02 fev. 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Manual de acessibilidade


para espaços internos. Disponível em:
http://www.aeasjc.org.br/download/manual_acessibilidade.pdf. Acesso em: 04 abr. 2018.

SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.


Normas ABNT. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/normas-abnt.
Acesso em: 12 abr. 2018.
Exercícios
AULA 12

1) As dimensões do sanitário acessível e do boxe


sanitário acessível devem garantir o posicionamento das peças
sanitárias e parâmetros de acessibilidade, desta forma, cite
alguns deles.

2) De acordo com a NBR 9050 (2015), as barras de apoio são necessárias


para garantir o uso com segurança e autonomia das pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. Sobre este assunto, marque a alternativa verdadeira.
a) O comprimento de uma barra de apoio é aproximadamente 0,80 m;
b) O comprimento de uma barra é fixo enquanto o seu modelo varia de acordo
com as peças sanitárias.
c) As barras de apoio devem possuir uma seção transversal entre 30 e 45
mm;
d) As barras de apoio devem possuir uma seção transversal entre 50 e 65
mm;
e) As dimensões mínimas das barras de apoio não devem respeitar os
requisitos apresentados na NBR 9050.

3) Julgue as alternativas abaixo sobre as bacias sanitárias, mictórios e os


lavatórios em CERTO ou ERRADO, justificando sua resposta.
a) Nas instalações das bacias sanitárias devem ser previstas áreas de
transferência lateral, perpendicular e diagonal para circulação de PCR.
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
P á g i n a | 229

b) Não é obrigatória a instalação de barras de apoio na ausência de uma


parede lateral próxima à bacia sanitária.
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

c) Na impossibilidade de uso de válvula de descarga, recomenda-se que seja


colocada caixa de descarga embutida cujo acionamento fique localizado dentro do
alcance manual de pessoas em cadeira de rodas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

d) As papeleiras de embutir em paredes são proibidas nos boxes utilizados


para PCR.
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

e) A instalação dos lavatórios deve possibilitar a área de aproximação de uma


pessoa em cadeira de rodas, quando se tratar do sanitário acessível, e garantir a
aproximação frontal de uma pessoa em pé.
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
P á g i n a | 230

______________________________________________________________

f) Pelo menos um dos mictórios em um sanitário deve conter barras de apoio,


uma área de aproximação frontal com diâmetro igual a 60 cm para PMR não sendo
recomendado para PCR
( ) CERTO ( ) ERRADO
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

4) Quais são as principais recomendações para a instalação dos boxes para


pessoas com deficiência?
Aula 13
Acessibilidade – Parte 4

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal! Chegamos ao nosso último conteúdo teórico sobre


acessibilidade. Vamos abordar os mobiliários urbanos e os equipamentos públicos.
Estes devem proporcionar a todos os usuários, com ou sem deficiência, segurança e
autonomia de uso.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Identificar as principais regras de acessibilidade nos diversos tipos de


mobiliários e equipamentos públicos.
P á g i n a | 232

13 MOBILIÁRIO URBANO E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

Nesta aula focaremos nos diversos mobiliários públicos existentes e a


acessibilidade nos mesmos.
Vamos abordar também os equipamentos públicos e verificar que a
ACESSIBILIDADE deve ser levado a sério também em locais de lazer, como por
exemplo, em praças, praias, clubes, cinema, teatro, restaurante, piscina, etc.
Bons estudos!

13.1 Mobiliário urbano

Para ser considerado acessível, o mobiliário urbano deve:  


a) proporcionar ao usuário segurança e autonomia de uso;  
b) assegurar dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance,
manipulação e uso, postura e mobilidade do usuário;  
c) ser projetado de modo a não se constituir em obstáculo suspenso;
d) ser projetado de modo a não possuir cantos vivos, arestas ou quaisquer
outras saliências cortantes ou perfurantes;  
e) estar localizado junto a uma rota acessível;
 f) estar localizado fora da faixa livre para circulação de pedestre;
g) ser sinalizado seguindo as recomendações das aulas 10 e 11.

A seguir, são listados vários tipos de mobiliários urbanos seguidos de suas


principais recomendações perante a norma vigente.

13.1.1 Pontos de embarque e desembarque de transporte público

Na implantação de ponto de embarque e desembarque de transporte público,


deve ser preservada a faixa livre na calçada. Nenhum de seus elementos pode
interferir na faixa livre de circulação de pedestres. Quando houver assentos fixos
e/ou apoios isquiáticos, deve ser garantido um espaço para P.C.R.
Hoje em dia, nas principais cidades brasileiras, muitos pontos, principalmente
de ônibus, não são respeitados as recomendações das normas vigentes
relacionadas à acessibilidade. Vejamos agora exemplo prático na Figura 85 relatado
P á g i n a | 233

por Maria Alice Furrer no site Acessibilidade na prática (ver referência bibliográfica
ao final da aula).

Figura 85: Ponto de ônibus em Campo Grande.

Fonte: ACESSIBILIDADE NA PRÁTICA (2018)

Analisando a figura 85 nota-se, além da falta de manutenção do mobiliário,


uma ausência da composição de sinalização tátil de alerta e direcional, dificultando a
circulação e identificação do ponto por deficientes visuais.
O piso em torno do ponto é regular, firme e estável, porém com vegetação na
guia da calçada, o que pode comprometer e acessibilidade.
Na mesma figura supracitada, verifica-se que havia um banco fixo de concreto
debaixo da cobertura, mas apenas suas bases estão no local (devido ao
vandalismo). A parte do banco que ficou fixada no chão é exatamente da cor do piso
e possui quinas vivas, oferecendo risco para qualquer pessoa que utilize o ponto ou
simplesmente passe pelo local.
Para finalizar, não há nenhum tipo de sinalização visual indicando que trata-se
de um ponto de embarque e desembarque de transporte público rodoviário.
Para saber mais sobre acessibilidade em veículos de características urbanas
para o transporte coletivo de passageiros, baixe a NBR 14022 (2011).
P á g i n a | 234

13.1.1.1 Embarque e desembarque em trens

O vão e o desnível entre o trem e a plataforma devem ser inferiores a 3cm e


2cm, respectivamente. No caso de dimensões maiores, o trem ou a plataforma deve
ser dotado de dispositivo que permita o embarque e o desembarque do usuário com
segurança e, preferencialmente com autonomia.
As principais soluções adotadas são:
• dispositivo com rampa no carro (ou rampa fixa ou móvel na plataforma) –
fig.86 (a);
• plataforma para embarque e desembarque em nível – fig. 86 (b);
• cadeira de transbordo, para quando houver degraus – fig. 86 (c).

Figura 86: Embarque e Desembarque em Trens.

Fonte: CARTILHA DE ACESSIBILIDADE – ANTT (2018)

13.1.1.2 Embarque e desembarque em ônibus

As principais soluções adotadas para a realização de embarque e


desembarque em veículos rodoviários urbanos são:
P á g i n a | 235

• plataforma para embarque e desembarque em nível com o veículo – fig. 87


(a);
• plataforma elevatória instalada no veículo – fig. 87 (b);
• rampa (com acionamento motorizado ou manual) em veículo de piso baixo,
o qual pode também possuir sistema de movimentação vertical da
suspensão – Fig. 87 (c).

Figura 87: Embarque e Desembarque em Ônibus.

Fonte: CARTILHA DE ACESSIBILIDADE – ANTT (2018)

As soluções adotadas para veículos urbanos também podem ser aplicadas no


transporte rodoviário de longo curso (intermunicipal, interestadual e internacional).
P á g i n a | 236

13.1.2 Telefones públicos

Os telefones públicos, quando instalados nas calçadas, não podem interferir


na faixa livre de circulação de pedestres. Em locais com cabinas telefônicas, deve
haver no mínimo uma que permita o uso por todas as pessoas, inclusive as P.C.R.
São apresentadas na figura 88 as principais dimensões para instalação de
uma cabine telefônica, possuindo um vão livre para entrada de no mínimo 0,80 m.

Figura 88: Telefone acessível – Medidas para instalação e área de aproximação.

Fonte: NBR 9050 (2015)

13.1.3 Bebedouros

Os bebedouros públicos podem ser do tipo:


• Bica – Instalação com no mínimo duas alturas diferentes de bica, sendo
uma de 0,90 m e outra entre 1,00 m e 1,10 m em relação ao piso acabado
permitindo aproximação frontal;
• Garrafão ou outros modelos - situar-se entre 0,80 m e 1,20 m de altura
do piso acabado, e localizados de modo a permitir aproximação lateral da
P.C.R.
P á g i n a | 237

13.1.4 Assentos públicos

Os assentos devem apresentar:


 a) altura entre 0,40 m e 0,45 m, medida na parte mais alta e frontal do
assento;  
b) largura do módulo individual entre 0,45 m e 0,50 m;  
c) profundidade entre 0,40 m e 0,45 m, medida entre a parte frontal do
assento e a projeção vertical do ponto mais frontal do encosto;  
d) ângulo do encosto em relação ao assento entre 100° a 110°.

Deve ser garantido um M.R. ao lado dos assentos fixos, sem interferir com a
faixa livre de circulação, conforme Figura 89.

Figura 89: Banco – Área para transferência – Exemplo – Vista superior.

Fonte: NBR 9050 (2015)

13.1.5 Bilheterias, balcões de informações e similares e as mesas ou superfícies de


trabalho

Balcões de vendas e serviços acessíveis a pessoas em cadeiras de rodas,


devem estar localizados em rotas acessíveis. Os balcões de autosserviço de
restaurantes (fig. 90 a) devem possuir passa-pratos. Bandejas, talheres, pratos,
copos, temperos, alimentos e bebidas devem estar dispostos dentro da faixa de
alcance do usuário de cadeira de rodas.
Seguem abaixo algumas recomendações para a instalação de bilheterias e
balcões de informações e similares (Fig. 90):
• possuir superfície com extensão mínima de 0,90 m;
P á g i n a | 238

• possuir altura entre 0,90 m a 1,05 m do piso acabado, assegurando-se


largura livre mínima sob a superfície de 0,80 m.
• deve ser garantida aproximação lateral à P.C.R. e circulação adjacente que
permita giro de 180°.

Figura 90: Balcão de: guichê (a) e self-servisse (b).

Fonte: CARTILHA DE ACESSIBILIDADE – ANTT (2018)

As mesas ou superfícies de trabalho acessíveis (ver figura 91) devem possuir


tampo com largura mínima de 0,90 m e altura entre 0,75 m e 0,85 m do piso
acabado, assegurando-se largura livre mínima sob a superfície de 0,80 m.
Sempre que a mesa ou superfície de trabalho acessível for utilizada por uma
única pessoa, esta pode ser adequada conforme necessidades específicas do
usuário, objetivando a melhoria das condições de conforto e autonomia.

Figura 91: Mesas de trabalho.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 239

13.2 Equipamentos

Trataremos aqui as principais recomendações sobre


acessibilidade de alguns equipamentos públicos, como teatros,
cinemas, auditórios, restaurantes, locais de hospedagem e piscinas.

13.2.1 Cinema, teatro e similares

Os cinemas, teatros, auditórios e similares, incluindo locais de eventos


temporários, mesmo que para público em pé, devem possuir, na área destinada ao
público, espaços reservados para pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida. Em cinemas, a distância mínima para a localização dos espaços para
P.C.R. e os assentos para P.M.R. e obesos deve ser calculada traçando-se um
ângulo visual de no máximo 30° a partir do limite superior da tela até a linha do
horizonte visual, com altura de 1,15 m do piso, conforme ilustração apresentada na
Figura 92.

Figura 92: Ângulo visual dos espaços para P.C.R. em cinemas – Vista lateral.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 240

O Decreto Federal n° 5296 de 2014 estabelece que:

Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de


espetáculos, salas de conferências e similares reservarão, pelo menos, dois
por cento da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas,
distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos
aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de
público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas
de acessibilidade da ABNT. (BRASIL, Decreto 5296-14, s.p).

Em teatros, auditórios ou similares, a localização dos espaços para P.C.R. e


dos assentos para P.M.R. deve ser calculada de forma a garantir a visualização da
atividade desenvolvida no palco, conforme figura 93.

Figura 93: Ângulo visual dos espaços para P.C.R. em teatros.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Os assentos para P.M.R. e P.O. (pessoa obesa) devem estar


localizados junto aos corredores e de preferência nas fileiras
contíguas às passagens transversais. Espaços para P.C.R. e os
assentos para P.M.R. podem ser agrupados, quando for impraticável
a sua distribuição por todo o recinto. Sempre que possível, os espaços devem ser
projetados de forma a permitir a acomodação de P.C.R. ou P.M.R. com no mínimo
um assento companheiro.
O espaço para P.C.R, conforme ilustrado na figura 94, deve possuir as
dimensões mínimas de 0,80 m por 1,20 m e estar deslocado 0,30 m em relação ao
P á g i n a | 241

encosto da cadeira ao lado, para que a pessoa em cadeira de rodas e seus


acompanhantes fiquem na mesma direção.

Figura 94: Dimensões mínimas para PCR em teatros, cinemas e similares.

Fonte: NBR 9050 (2015)

O assento para P.O. deve atender as dimensões apresentadas na figura 95.

Figura 95: Dimensões do assento para P.O.

Fonte: NBR 9050 (2015)


P á g i n a | 242

Deve ser previsto um espaço para cão-guia junto de um assento preferencial,


com dimensões de 0,70 m de comprimento, 0,40 m de profundidade e 0,30 m de
altura.

Os corredores de circulação da plateia devem ser livres de


obstáculos. Quando apresentarem rampa ou degrau, deve ser
instalado pelo menos um corrimão, conforme vimos na aula 11, na
altura de 0,70 m, instalado de um só lado ou no meio da circulação.
Podem ser admitidos inclinação máxima de rampa de até 12%.

Quando houver desnível entre o palco e a plateia, este pode ser vencido
através de rampa com as seguintes características:  
• largura de no mínimo 0,90 m;  
• inclinação máxima de 1:6 (16,66 %) para vencer uma altura máxima de
0,60 m;
• inclinação máxima de 1:10 (10 %) para vencer alturas superiores a 0,60 m;
• ter guia de balizamento, não sendo necessária a instalação de guarda-
corpo e corrimão.

13.2.2 Restaurantes e similares

Os restaurantes, refeitórios e bares devem possuir pelo menos 5 % do total de


mesas, com no mínimo uma, acessíveis à P.C.R. Estas mesas devem ser
interligadas a uma rota acessível, devendo incluir o acesso ao sanitário acessível.
Nos locais em que são previstos balcões de autosserviço, deve-se atender ao
descrito no item 13.1.5 desta aula.
Quando o local possuir cardápio, ao menos um exemplar deve estar em
Braille e em texto com caracteres ampliados.

13.2.3 Locais de hospedagem

Em hotéis, motéis, pousadas e similares, os auditórios, salas de convenções,


salas de ginástica, piscinas, entre outros, devem ser acessíveis.
P á g i n a | 243

As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem atender às


condições de alcance manual e visual devendo constar na dependência uma faixa
livre mínima de circulação interna de 0,90m de largura, prevendo área de manobras
para o acesso ao banheiro, camas e armários. Deve haver pelo menos uma área,
com diâmetro de no mínimo 1,50 m, que possibilite um giro de 360°.
Veja na ilustração a seguir.

Figura 96: Exemplo de dormitório acessível.

Fonte: NBR 9050 (2015)

Quando nas unidades acessíveis forem previstas cozinhas ou similares, deve


ser garantida a condição de circulação, aproximação e alcance dos utensílios, onde
as pias devem possuir altura de no máximo 0,85 m.

13.2.4 Parques, praças, praia e locais turísticos

Parques, praças e locais turísticos devem possuir pavimentação, mobiliário ou


equipamentos edificados ou montados com rotas acessíveis. Nas praias, para o
trajeto até o mar, deve ser garantida uma faixa livre de obstáculos, com no mínimo
0,90 m de largura, sendo demarcado com sinalização própria (símbolo internacional
de acesso).
P á g i n a | 244

13.2.5 Escolas

A entrada de alunos em escolas deve estar, preferencialmente, localizada na


via de menor fluxo de tráfego de veículos, existindo pelo menos uma rota acessível
interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática esportiva, de
recreação, de alimentação, banheiros, salas de aula, bibliotecas, centros de leitura e
demais ambientes pedagógicos. Todos complexos educacionais e campi
universitários, quando existirem equipamentos complementares, como piscinas,
livrarias, centros acadêmicos, locais de culto, locais de exposições, praças, locais de
hospedagem, ambulatórios, bancos e outros, estes devem ser acessíveis. As lousas
devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima de 0,90 m do piso.
Deve ser garantida a área de aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas.

13.2.6 Biblioteca e centros de leitura

Pelo menos 5%, com no mínimo uma das mesas, devem ser acessíveis.
Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para
acessibilidade. A largura livre nos corredores entre estantes de livros deve ser de no
mínimo 0,90 m de largura. Nos corredores entre as estantes, a cada 15 m, deve
haver um espaço que permita a manobra da cadeira de rodas.

13.2.7 Piscinas

As piscinas como espaços de inclusão do deficiente devem conter algumas


adaptações, conforme apresentação abaixo:
➢ Piso do entorno: O piso no entorno das piscinas não pode ter superfície
escorregadia ou excessivamente abrasiva. As bordas, degraus de acesso à água,
corrimãos e barras de apoio devem ter acabamento arredondado.
➢ Acesso à água por banco de transferência:
Deve atender aos seguintes requisitos:
a) ter altura entre 0,40 e 0,48 m;  
b) ter extensão de no mínimo 1,20 m e profundidade de 0,45 m;  
c) ter barras para facilitar a transferência para piscina. Quando forem
instaladas duas barras, a distância entre elas deve ser de no mínimo 0,60 m;  
P á g i n a | 245

d) garantir área para aproximação e manobra, sendo que a área para


transferência junto ao banco não pode interferir com a área de circulação;  
e) o nível da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do assento
do banco.

➢ Acesso à água por degraus submersos: Os degraus submersos devem


ter o piso variando de 0,35 m a 0,43 m e espelho de no máximo 0,20 m, além da
instalação de corrimãos em cada degrau ou contínuo

➢ Acesso à água por rampas: A inclinação das rampas de acesso à água


pode ser de no máximo 8,33. A rampa deve ter corrimão nos dois lados, a 0,70 m do
piso.

O ideal é que as piscinas sejam grandes e possuam rampas para melhor


acesso a ela. A piscina também deve ter sempre uma parte funda e uma rasa, além
de todo seu perímetro possuir barras de apoio em inox na altura da lâmina. Outros
acessórios contribuem para melhoria da acessibilidade como cadeiras elevatórias
que servem como meio de condução do deficiente sentado. No entorno da piscina o
piso não pode conter ondulação e irregularidades.
Resumo

Na aula 13, você aprendeu que:

✓ Os mobiliários urbanos devem proporcionar ao usuário segurança e


autonomia de uso. Devem estar localizados junto a uma rota acessível,
não podendo ser instalado dentro de faixas de livre circulação de
pedestres;
✓ Até mesmo equipamentos de lazer, como exemplo dos cinemas,
teatros, auditórios, parques, praias, clubes (incluindo locais de eventos
temporários), mesmo que para público em pé, devem possuir área
destinada ao público com deficiência ou mobilidade reduzida.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de


aula e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Leia o artigo “Problemas relacionados aos pontos de parada do transporte público


nas cidades de porte médio” disponibilizado como conteúdo complementar em
sua plataforma.
Acesse o site abaixo sobre o conteúdo de acessibilidade em pontos de ônibus:
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/avaliacoes-e-visitas/ponto-
onibus/#more-11229.
Referências

Básica:
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Cartilha de
Acessibilidade. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-
apoio/publicacoes/pessoa-com-deficiencia/acessibilidade-em-terminais-e-pontos-de-parada-
rodoviaria-e-estacoes-ferroviarias-do-sistema-de-transporte-interestadual-e-internacional-de-
passageiros-antt-2009. Acesso em: 10 abr. 2018.

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Superintendência de


Serviços de Transporte de Passageiros; Gerência de Regulação e Outorga de Transporte de
Passageiros. Cartilha de acessibilidade. Disponível em:
http://www.antt.gov.br/backend/galeria/arquivos/cartilha_acessibilidade.pdf. Acesso em: 10
abr. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14022: Acessibilidade


em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros. Rio de
Janeiro: Abnt, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14022: Acessibilidade


em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros. Rio de
Janeiro: Abnt, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: Abnt, 2015.

BLOG RIBEIRAOTOPIA: Modernização dos pontos de ônibus. Disponível em:


http://ribeiraotopia.blogspot.com.br/2015/06/modernizacao-dos-pontos-de-onibus.html.
Acesso em: 10 abr. 2018.

BRASIL. Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. . Brasília.

FURRER, M. A. Alguns pontos de ônibus de Campo Grande. Acessibilidade na


prática. Disponível em: http://www.acessibilidadenapratica.com.br/avaliacoes-e-visitas/ponto-
onibus/#more-11229. Acesso em: 10 abr. 2018.

PRÁTICA, Acessibilidade na. Alguns pontos de ônibus de Campo Grande.


Disponível em: http://www.acessibilidadenapratica.com.br/avaliacoes-e-visitas/ponto-
onibus/#more-11229. Acesso em: 10 abr. 2018.
Exercícios
AULA 13

1) (FCC – TRF 2º Região – 2012)


Segundo a NBR 9050 – norma brasileira que trata da
acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos − os cinemas, teatros, auditórios e locais
de reunião similares com capacidade total de 200 assentos devem possuir:
a) 2 espaços para P.M.R.
b) 4 espaços para P.C.R.
c) 2 espaços para P.O.
d) 2 espaços para P.C.R.
e) 4 espaços para P.C.R.

2) (Concurso Público UFMG – 2016)


Os equipamentos urbanos devem receber adaptações para acessibilidade
conforme as disposições da Norma NBR 9050:2015.
Analise as opções abaixo e assinale a afirmativa INCORR ETA.
a) Nas escolas, pelo menos 5% dos sanitários de uso dos alunos devem ser
acessíveis, sendo no mínimo um sanitário por cada sexo.
b) R ecomenda-se que as bibliotecas possuam publicações em braille ou
outro recurso audiovisual.
c) Em bibliotecas, a distância entre estantes de livros deve ser no mínimo de
0,90 m.
d) Nas escolas, a entrada dos alunos deve estar, preferencialmente,
localizada na via de maior fluxo de tráfego.

3) Proposta de atividade: Elabore um artigo relatando os principais


problemas relacionados aos pontos de transporte público de sua cidade/região. Ao
enumerar as falhas, proponha as correções necessárias para o enquadramento do
mobiliário urbano nas normas de acessibilidade.
Este artigo deve conter:
• introdução contendo os objetivos e a justificativa do trabalho;
P á g i n a | 250

• revisão bibliográfica sobre o tema ou fundamentação teórica;


• metodologia;
• resultados;
• conclusão;
• bibliografia pesquisada.
Aula 14
Exercícios resolvidos de acessibilidade

APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá pessoal!

Vamos findando mais um assunto da nossa disciplina, o conteúdo de


acessibilidade, e, para sua fixação, vamos abordar nesta aula diversos exercícios
como revisão. Ao final de cada questão é disponibilizado o gabarito do exercício com
os seus respectivos comentários. Espero que auxilie nos seus estudos.

Vamos começar então? “Bora praticar”!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Resolver os exercícios de acessibilidade.


P á g i n a | 252

14 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES SOBRE ACESSIBILIDADE

Nesta aula vamos abordar diversos exercícios sobre acessibilidade retirados


de provas de diversas instituições. Antes de começarem a resolver os exercícios,
sugiro que estudem primeiro os assuntos abordados nas aulas 10 a 13.
Ao final de cada questão é disponibilizado o gabarito das questões com os
seus respectivos comentários. Espero que auxilie nos seus estudos!
Questão 1 (FGV – ALERJ – 2016) - No projeto de reforma para adaptar uma
edificação aos parâmetros estabelecidos pela NBR 9050:2015, o engenheiro deverá
adequar o desnível de 75 mm, existente numa rota acessível.
O procedimento correto, nesse caso, será:
a) dispensar tratamento especial;
b) considerar 50% do desnível como degrau;
c) utilizar uma inclinação de 1:2;
d) desprezar 20% do desnível;
e) empregar uma rampa com 12,5% de inclinação.

Gabarito: alternativa E.

Comentários:
a) Só dispensam tratamento especial os desníveis no piso de até 5mm.
b) Afirmativa incompatível com a norma.
c) 1:2 ou 50% de inclinação é a inclinação máxima para desníveis superiores
a 5 mm até 20 mm, ou seja, 2 cm, lembrando que, acima de 2 cm, já se considera
degrau.
d) Afirmativa incompatível com a norma.
e) Correta! Em caso de reformas, desníveis até 75 mm (0,075 m), podem ser
adequados com rampas até 12,5%.

Vamos ao item da Norma: Em reformas, pode-se considerar o desnível


máximo de 75 mm, tratado com inclinação máxima de 12,5 %, conforme Tabela
abaixo, sem avançar nas áreas de circulação transversal, e protegido lateralmente
com elemento construído ou vegetação.
P á g i n a | 253

Tabela 6: Dimensionamento de rampas para situações excepcionais.

Fonte: (DIMENSIONAMENTO..., 2018)

Questão 2 (FGV – ALERJ – 2016) - De modo a garantir a visualização da


atividade desenvolvida no palco de um teatro, para P.C.R. (pessoa em cadeira de
rodas) e para P.M.R. (pessoa com mobilidade reduzida), estabelecida pela NBR
9050: 2015, o arquiteto calculará a localização dos espaços, traçando um ângulo
visual a partir do limite superior da boca de cena até a linha do horizonte visual, com
altura de 1,15 m do piso.
Esse ângulo deverá ser de:
a) 20º;
b) 30º;
c) 45º;
d) 60º;
e) 90º.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Para esse tipo de questão é importante nos imaginar na
situação e raciocinarmos, se não “matarmos a questão”, pelo menos, conseguiremos
eliminar várias alternativas.

Outra dica é estudarmos e entendermos bem aqueles parâmetros do começo


da norma, os parâmetros antropométricos, visuais e auditivo, pois quase todas as
exigências são baseadas neles.
Nesse caso do exemplo, temos a figura 97.
P á g i n a | 254

Onde:

Figura 97: Exemplo.

Onde observamos que a linha de horizonte de uma pessoa sentada em uma


cadeira de rodas é de 1,15 m (+-0,05 m) e que, à medida que nos afastamos de uma
parede, por exemplo, podemos enxergar uma área maior dela. Com base nesses
estudos, e no ângulo de cone visual confortável para assistirmos um filme ou teatro,
a norma estipulou o ângulo de 30º entre o limite superior da tela ou da cena e a linha
do horizonte visual para se localizar os espaços de P.C.R. e P.M.R. distribuídos na
área destinada ao público.
P á g i n a | 255

Vamos aos itens da Norma:


10.3.2.1 Em cinemas, a distância mínima para a localização dos espaços para
P.C.R. e os assentos para P.M.R. e obesos deve ser calculada traçando-se um
ângulo visual de no máximo 30° a partir do limite superior da tela até a linha do
horizonte visual, com altura de 1,15 m do piso, conforme Figura 98.
10.3.2.2 Em teatros, auditórios ou similares, a localização dos espaços para
P.C.R. e dos assentos para P.M.R. deve ser calculada de forma a garantir a
visualização da atividade desenvolvida no palco, conforme Figura 98.
10.3.2.3 A localização dos espaços deve ser calculada traçando-se um ângulo
visual de 30° a partir do limite superior da boca de cena até a linha do horizonte
visual (L.H.), com a altura de 1,15 m do piso. A altura do piso do palco deve ser
inferior à L.H. visual, com altura de 1,15 m do piso da localização do espaço para
P.C.R. e assentos para P.M.R., conforme Figura 98.

Figura 98: Ângulo visual dos espaços para P.C.R em teatros – Vista lateral.

Questão 3 (FCC – TRF 2º Região – 2012) - Segundo a NBR 9050 – norma


brasileira que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos − corrimãos e barras de apoio devem ter seção circular com
diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm e devem estar afastados no mínimo X da parede ou
outro obstáculo. Quando forem embutidos em nichos, deve-se prever também uma
distância livre mínima Y.
P á g i n a | 256

Figura 99: Exemplo.

As dimensões X e Y são, respectivamente, em cm:


a) 4 e 15.
b) 3 e 10.
c) 4,5 e 15.
d) 4,5 e 10.
e) 3 e 15.

Gabarito: Alternativa A.
Comentário: Vamos ao item da Norma NBR 9050 (2015):
4.6.5 Empunhadura - Objetos como corrimãos e barras de apoio, entre outros,
devem estar afastados no mínimo 40 mm da parede ou outro obstáculo. Quando o
objeto for embutido em nichos, deve-se prever também uma distância livre mínima
de 150 mm, conforme Figura 19. Corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem
ter seção circular com diâmetro entre 30 mm e 45 mm, ou seção elíptica, desde que
a dimensão maior seja de 45 mm e a menor de 30 mm. São admitidos outros
formatos de seção, desde que sua parte superior atenda às condições desta
subseção. Garantir um arco da seção do corrimão de 270°.
P á g i n a | 257

Figura 100: Exemplo.

Logo, a distância “x” entre o corrimão e a parede ou outro obstáculo e a


distância “y” livre mínima quando esse está dentro de um nicho, são,
respectivamente, 4 cm e 15 cm.

Questão 4 - (FCC – TRF 2º Região – 2012) - Segundo a NBR 9050 – norma


brasileira que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos − os boxes acessíveis para chuveiro e ducha devem ser
providos de banco articulado ou removível, com cantos arredondados e superfície
antiderrapante impermeável, ter dimensões mínimas, sendo X, em cm, de.
P á g i n a | 258

Figura 101: Exemplo.

a) 85.
b) 90.
c) 100.
d) 120.
e) 95.

Gabarito: alternativa E.
Comentário: Vamos ao item da Norma NBR 9050 (2015):
Dimensões mínimas dos boxes de chuveiros - As dimensões mínimas dos
boxes de chuveiros deveem ser de 0,90 m × 0,95 m.
P á g i n a | 259

Figura 102: Exemplo.

A dimensão “x” pedida na questão é a largura mínima do box de chuveiro


acessível, a qual, de acordo com a figura 126, é de 95 cm.

Questão 5 - (CONSULPLAN – Prefeitura Municipal de Sabará/MG – 2016)


- Conforme disposto na NBR nº 9.050, em piscinas, quando o acesso à água for feito
por banco de transferência, este deve atender aos seguintes requisitos:
I. Ter altura entre 0,40 e 0,60 m.
II. Ter extensão de, no mínimo, 1,20 m e profundidade de 0,45 m.
III. Ter barras para facilitar a transferência para piscina.
IV. Quando forem instaladas duas barras, a distância entre elas deve ser de,
no máximo, 0,60 m.
V. O nível da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do assento
do banco.
VI. Garantir área para aproximação e manobra, sendo que a área para
transferência junto ao banco não pode interferir com a área de circulação.

Estão corretas as alternativas:


a) I, II, III, IV, V e VI.
b) II, III e V, apenas.
P á g i n a | 260

c) I, III, IV e V, apenas.
d) II, III, V e VI, apenas.

Gabarito: alternativa D.
Comentário: Vamos ao item da Norma NBR 9050:2015:
Analisando o item 10.12.2.1 da norma temos os seguintes requisitos
para o banco de transferência:
• ter altura entre 0,40 e 0,48 m, logo a alternativa I está ERRADA;
• ter extensão de no mínimo 1,20 m e profundidade de 0,45 m, logo a
alternativa II está CORRETA;
• ter barras para facilitar a transferência para piscina, logo a alternativa III
está CORRETA;
• quando forem instaladasduas barras, a distância entre elas deve ser de no
mínimo 0,60 m, logo a alternativa IV está ERRADA;
• garantir área para aproximação e manobra, sendo que a área para
transferência junto ao banco não pode interferir com a área de circulação; E, o nível
da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do assento do banco. Logo,
as alternativas V e VI estão corretas.

QUESTÃO 6 - (FGV – Prefeitura Municipal de Paulínia-SP – 2016 -


Adaptada) Com a finalidade de atender às pessoas portadoras de necessidades
especiais, o arquiteto foi incumbido de substituir a escada existente, que interliga
dois blocos de uma edificação, por rampa. Para isso, inicialmente o arquiteto fez uso
da tabela a seguir e seguiu os parâmetros estabelecidos pela NBR 9050 (2015).
P á g i n a | 261

Tabela 7: Exemplo.

Fonte: (EXEMPLO..., 2018)

Sabe-se que a escada tem 5 degraus, cada um com 0,18 m de altura, e que o
arquiteto utilizou a inclinação de 6%. Com base nas informações acima, assinale a
opção que indica o comprimento total da rampa.
a) 13,30 m.
b) 15,00 m.
c) 15,60 m.
d) 16,20 m.
e) 18,60 m.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Se a escada tem 5 espelhos de 0,18 m cada, o desnível a ser
vencido pela rampa que vier a substituí-la é de 0,90 m (0,18 x 5). Como a inclinação
informada no problema é de 6%, fazendo uma regra de três teremos:
Em 1,00 m sobe-se 0,06 m
Em x m sobe-se 0,90 m
X= 0,90/0,06= 15,00 m
Logo, para vencermos um desnível de 0,90 m, com uma rampa de inclinação
de 6%, precisamos de uma rampa de 15,00 m de comprimento.

QUESTÃO 7 - (FGV – Prefeitura Municipal de Paulínia-SP – 2016 -


Adaptada) (FGV – Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia – 2015) - No
projeto da rampa para a circulação vertical de um edifício, o arquiteto utilizou a NBR
P á g i n a | 262

9050 (2004), que rege a acessibilidade a edificações, mobiliários e equipamentos


urbanos.
Sabendo-se que a projeção horizontal dessa rampa é de 53,00 m, incluindo-
se dois patamares de 1,50 m cada, e que a altura entre pisos é de 3,00 m, a
inclinação da rampa escolhida, corretamente, pelo arquiteto é:
a) 5,3%;
b) 5,5%;
c) 5,6%;
d) 6,0%;
e) 6,3%.

Gabarito: alternativa D.
Comentário: Como a projeção horizontal é de 53,00 m, mas há 2 patamares
de: 1,50 m cada, temos 50,00 m de rampa efetivamente.

Dividindo a altura pela projeção de 50 m obtemos: X= 3,00/50,00= 0,06 m,


logo 6,0%
Resumo

Na aula 14, você revisou os conteúdos de acessibilidade através de


exercícios resolvidos, abordando os seguintes assuntos: desnível, ângulo de visão
em teatros, cinemas e similares, corrimão, acessibilidade em boxes de banheiros,
rampas, entre outros.
Referências

Básica:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: Abnt, 2015.

CONCURSOS, Estratégia. Arquitetura para concursos - Curso Regular 2017.


Apostila elaborada por Moema Machado. Professor: Moema Machado.
Exercícios
AULA 14

Questão Única – Desafio (Concurso Caixa


Econômica Federal – 2012)- Um engenheiro foi solicitado a
elaborar um parecer sobre as condições de uma rampa externa
em rota acessível, executada em um edifício recém-construído.
Visitando o local, ele verificou que a largura da rampa atendia ao fluxo de pessoas e
que não havia inclinações transversais nem paredes laterais, mas guarda-corpos
metálicos em ambos os lados, firmemente fixados ao piso. Os esquemas a seguir
apresentam as medidas e os elementos encontrados no local.

Figura 103: Questão.


P á g i n a | 266

Baseado na NBR 9050 (2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,


espaços e equipamentos urbanos), o engenheiro constatou que o fato de haver
guarda-corpo contínuo dos dois lados, sem interrupção no patamar, atende a uma
das prescrições dessa norma. Constatou também que a rampa não apresentava
inclinações transversais, as quais são limitadas pela norma em 3% para rampas
externas. Levando em conta essa norma, apresente uma análise, que servirá de
subsídio ao engenheiro para elaboração do parecer, considerando os seguintes
elementos técnicos: largura da rampa, inclinação dos segmentos da rampa, patamar
entre os segmentos, guarda-corpos e corrimãos. Em sua análise, aborde quatro
aspectos desses elementos e justifique a conformidade ou não com a referida
norma, comparando as características ou medidas executadas com as estabelecidas
na NBR 9050 (2015).
Obs.: A resposta deverá ter de 20 até 30 linhas.
Aula 15
Norma de desempenho – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Chegamos agora no último conteúdo de nossa disciplina, sendo apresentado


nas duas últimas aulas deste caderno. Falaremos agora da Norma de
desempenho de Edificações. Desde julho de 2013 a referida norma entrou em
vigor pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelecendo
exigências de conforto e segurança em imóveis residenciais. Pela primeira vez, uma
norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao
consumidor, com instruções claras e transparentes de como fazer essa avaliação.
É importante que através desta norma, o engenheiro passe a enxergar o
edifício de uma forma sistêmica, olhando para o todo, e não só para determinadas
partes construtivas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

➢ Conhecer o histórico das argamassas;


➢ Entender suas definições e classificações.
P á g i n a | 268

15 NORMA DE DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES

A NBR 15575 (2013) –


Diferenças entre a norma de desempenho e
Edificações Habitacionais – as tradicionais
Desempenho, publicada pela
Normas tradicionais - orientação objetual
Associação Brasileira de Normas ou prescritiva, estabelecendo requisitos com
base no uso consagrado de produtos ou
Técnicas – ABNT, estabelece procedimentos, buscando atender aos
requisitos dos usuários de forma indireta.
parâmetros técnicos para vários
requisitos importantes de uma
edificação, como desempenho
acústico, desempenho térmico, Normas de desempenho - buscam
atender aos requisitos dos usuários,
durabilidade, garantia e vida útil, e referindo-se aos sistemas construtivos que
compõem as edificações habitacionais,
determina um nível mínimo independentemente dos seus materiais
constituintes e do próprio sistema
obrigatório para cada um deles. As
construtivo adotado.
regras privilegiam os benefícios ao
consumidor e dividem Principais observações:

responsabilidades entre fabricantes, 1° - As Normas de desempenho traduzem os


requisitos qualitativos dos usuários em critérios
projetistas, construtores e usuários. A
objetivos, e são consideradas como
norma NBR 15575 diz que níveis de
complementares às Normas prescritivas, sem
segurança, conforto e resistência substituí-las, desta forma, a utilização
devem proporcionar cada um dos simultânea delas visa atender aos requisitos do

sistemas que compõem um imóvel: usuário com soluções tecnicamente


adequadas.
estrutura, pisos, vedações,
2° - No caso de conflito ou diferença de
coberturas e instalações. Todos os
critérios ou métodos entre outras Normas
projetos protocolados para requeridas e a Norma ABNT NBR 15575, deve-
aprovação nos órgãos públicos a se atender aos critérios mais exigentes.

partir do ano de 2013 devem se


Fonte: VITTORINO (2017)
enquadrar a essas exigências.
P á g i n a | 269

15.1 Conteúdo da NBR 15575

As principais características a serem analisadas na construção de uma


edificação e todo o seu tempo de vida útil são:
• nos requisitos gerais: implantação; saúde, higiene e qualidade ar;
• desempenho estrutural (segurança e conforto);
• segurança contra incêndio;
• segurança no uso e operação;
• funcionalidade e acessibilidade;
• conforto tátil e antropodinâmico;
• desempenho térmico;
• desempenho acústico;
• desempenho lumínico;
• estanqueidade;
• durabilidade;
• manutenibilidade / gestão da manutenção predial.

Os métodos de avaliação da edificação podem ser por meio de análises,


cálculos e/ou ensaios, e seus níveis de desempenho aferidos normalmente pelos
valores mínimos (normalmente obrigatório), intermediários e superior.
Sobre a apresentação da Norma, contém seis partes: Requisitos Gerais
(NBR 15.575-1); Sistemas estruturais (NBR 15.575-2); Sistemas de pisos (NBR
15.575-3); Sistemas de vedações verticais internas e externas (NBR 15.575-4);
Sistemas de coberturas (NBR 15.575-5); e Sistemas hidrossanitários (NBR 15.575-
6).
Resumindo, a norma de desempenho está diretamente ligada à durabilidade e
a qualidade do imóvel conforme especificado abaixo.

A NBR 15.575 tem como um de seus objetivos a


preservação do desempenho da edificação ao longo de sua
vida útil, assim como contribui, indiretamente, para a
preservação de valor do patrimônio.
P á g i n a | 270

Vamos agora o seguinte questionamento.


É obrigatório o cumprimento das Normas Técnicas?

As normas técnicas têm natureza diferente das normas jurídicas. Seu


cumprimento é um dever legal, quando houver lei determinando sua implantação,
como por exemplo:
• especificações do (s) Códigos (s) de Obra (s) Municipal (ais);
• Lei 4.150/62 (regime obrigatório de cumprimento das normas da ABNT, nos
contratos de obras e compras do serviço público federal);
• artigo 6º da Lei 8666/93 sobre Licitações, considerando no item X – Projeto
Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução
completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT;
• artigo 12 da Lei 8666/93 sobre Licitações, que devem ser adotadas normas
técnicas adequadas nos projetos básicos e projetos executivos de obras e
serviços;
• Leis de acessibilidade, remete ao cumprimento de determinados itens das
normas técnicas da ABNT;
• código de defesa do consumidor.

Lei 8.078/90: Código de Defesa do Consumidor


Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos e
serviços:
✓ VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO. ”
P á g i n a | 271

Há de se destacar que, se comparado à NBR 15.575, não existe nenhuma


outra Norma da ABNT que tenha refletido tanto no campo jurídico, uma vez que seus
conceitos e obrigações interferem diretamente na responsabilidade dos agentes
envolvidos na construção, o que demonstra a maturidade e busca da qualidade nas
habitações, colocando o setor alinhado aos parâmetros técnicos adotados em todo o
mundo. Os requisitos técnicos estabelecidos pela Norma de Desempenho podem
ser exigidos das construtoras e incorporadoras servindo de base para as perícias
que forem feitas, inclusive judiciais, haja visto que a norma estabelece com clareza a
responsabilidade dos usuários pela manutenção, que é um pressuposto para que a
vida útil seja atingida, cuja realização também deverá ser apurada em qualquer
perícia.

Resumindo, respondo à pergunta acima citando uma das respostas do


advogado Carlos Pinto Del Mar (em entrevista à Revista Construção e
Mercado/PINI): “as normas de desempenho tiverem sido obedecidas, há
presunção de regularidade. Se as normas não tiverem sido obedecidas, há
presunção de irregularidade.” (ALCONPAT, 2013, s.p. Disponível em:
http://alconpat.org.br/2013/07/29/desempenho-de-edificacoes-na-justica-entenda-a-nbr-15-
575-do-ponto-de-vista-legal/).

15.2 Principais definições

São apresentadas a seguir as principais definições e conceitos do conjunto


das Normas de Desempenho.

15.2.1 Vida útil - VU

Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às


atividades para as quais foram projetados e construídos, com atendimento dos
níveis de desempenho previstos na Norma vigente, considerando a periodicidade e a
correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual
de Uso, Operação e Manutenção.
P á g i n a | 272

Além da correta manutenção, diversos outros fatores interferem na Vida Útil


da edificação, como o correto uso e operação da edificação e de suas partes,
alterações climáticas, mudanças no entorno da obra, dentre outros. Logo, o valor
final atingido de Vida Útil será uma composição do valor teórico calculado como Vida
Útil de Projeto (VUP), influenciado positivamente ou negativamente pelos fatores
expostos.
No que tange aos manuais a serem fornecidos ao usuário, o Código de
Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990) estabeleceu em seu artigo 50 que é
obrigatório o fornecimento, pelo construtor e/ou incorporador, de manual de
instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações, de
forma a orientar o usuário quanto às ações necessárias durante a VU desses itens.

15.2.2 Vida útil de projeto - VUP

Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de


atender aos requisitos de desempenho estabelecidos pela norma, considerando o
atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no
momento do projeto e supondo o cumprimento da periodicidade e correta execução
dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso,
Operação e Manutenção (a VUP não deve ser confundida com tempo de vida útil,
durabilidade, prazo de garantia legal e certificada).

A VUP é uma estimativa teórica de tempo que compõe o tempo de vida útil.
O tempo de VU pode ou não ser confirmado em função da eficiência e
registro das manutenções, de alterações no entorno da obra, fatores
climáticos, etc.

O estabelecimento da VUP mínima contribui para que não sejam colocadas


no mercado edificações com uma durabilidade inadequada. Os valores teóricos
P á g i n a | 273

mínimos, e também superiores, para a VUP, estão dispostos na NBR 15575 (ABNT,
2013), conforme retratado na Quadro 9.

Quadro 9: Vida Útil de Projeto (VUP) mínima e superior.

FONTE: NBR 15575 (ABNT, 2013)

15.2.3 Patologia

Também conhecido como manifestação patológica, é uma Irregularidade que


se manifesta no produto em função de falhas no projeto, na fabricação, na
instalação, na execução, na montagem, no uso ou na manutenção bem como
problemas que não decorram do envelhecimento natural.

15.2.4 Agentes de degradação

Tudo aquilo que age sobre um sistema, contribuindo para reduzir seu
desempenho (sol, chuva, ações dos usuários da edificação, outros.).

15.2.5 Degradação

Redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de


degradação.

15.2.6 Durabilidade

Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções


ao longo do tempo, sob condições de uso e manutenção especificadas no Manual de
Uso, Operação e Manutenção.
P á g i n a | 274

15.2.7 Manutenção

Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou


recuperar a capacidade funcional da edificação e seus sistemas
constituintes a fim de atender às necessidades e segurança dos seus
usuários. Como derivação dos conceitos relativos à manutenção, é
importante citar os seguintes termos:
• Manutenibilidade: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou
componente, de ser mantido ou recolocado no estado que possa cumprir
suas funções requeridas;
• Manual de uso, operação e manutenção: documento que reúne as
informações necessárias para orientar as atividades de conservação, uso e
manutenção da edificação e operação dos equipamentos.

Nota: Também conhecido como manual do proprietário, quando


aplicado para as unidades autônomas, e manual das áreas comuns ou
manual do síndico, quando aplicado para as áreas de uso comum.

• Inspeção predial de uso e manutenção: Análise técnica, através de


metodologia específica, das condições de uso e de manutenção preventiva
e corretiva da edificação;
• Operação: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e
equipamentos com a finalidade de manter a edificação em funcionamento
adequado.
P á g i n a | 275

15.2.8 Participantes

Sobre os participantes da cadeia de interesse na norma de desempenho, os


principais termos são:
• Usuário: refere-se ao proprietário, titular de direitos ou pessoa que ocupa a
edificação habitacional;
• Fornecedor: refere-se à organização ou pessoa que fornece um produto,
podendo ser o fabricante, distribuidor ou comerciante, e ainda o prestador
de um serviço ou informação;
• Incorporador: Pessoa física ou jurídica que compromissa ou efetiva a
venda das frações ideais de terreno, em edificações a serem entregues,
coordenando e levando a termo a incorporação, responsabilizando-se
pelas condições da obra prometida;
• Construtor: Pessoa física ou jurídica, com habilitação legal, que executa o
empreendimento de acordo com o projeto e condições estabelecidas;
• Empresa especializada: Aquela que exerce função na qual são exigidas
qualificação e competência específica.

15.3 Incumbências

Para que seja atendido e que se mantenha o desempenho desejado durante


o prazo de vida útil de projeto, a norma de desempenho estabelece incumbências
para incorporadores, construtores, projetistas, usuários, entre outros. A seguir, é
apresentado um resumo das principais incumbências: Cabe ao incorporador, e não à
empresa construtora, ressalvada a existência de convenção escrita, a identificação
dos riscos previsíveis à época do projeto, em consonância com seus projetos e/ou
projetistas envolvidos, devendo realizar os estudos técnicos necessários, cujos
resultados irão direcionar a ação dos projetistas, constituindo-se, por exemplo, na
presença de aterro sanitário no local onde será implantada a ora, contaminação do
lençol freático, presença de agentes agressivos no solo e todos os demais passivos
ambientais existentes.
O segundo interveniente é o construtor, a quem caberá, prioritariamente, a
elaboração dos Manuais de Uso, Operação e Manutenção, que deverão vir
P á g i n a | 276

acompanhados da proposta de um modelo de estão da manutenção, em


observância às Normas NBR 14037 e NBR 5674 a serem entregues ao proprietário
da unidade autônoma e ao condomínio.
Ao fornecedor de insumo, material, pomponente ou sistema, cabe catacterizar
o desempenho do respectivo item fornecido, seguindo os parâmetros ditados pela
própria NBR 15575, o que compreende informar o prazo de vida útil previsto para o
produto, bem como os cuidados necessários à sua operação e manutenção,
podendo ainda serem fornecidos os resultados comprovando o seu desempenho,
que poderá ser pautado em normas internacionais compatíveis com a Norma de
Desempenho.
Cabe ao projetista o estabelecimento e indicação dos respectivos memoriais,
desenhos e a Vida Útil de Projeto de todos os sistemas que compõem a obra,
compreendendo a totalidade dos materiais, produtos e processos que, isoladamente
ou em conjunto, atendam ao desempenho requerido, devendo recorrer às boas
práticas de projeto, às determinações das normas técnicas prescritivas, às
especificações sobre desempenho fornecidas pelos fabricantes e outros recursos do
atual estado da arte e quando ocorrer omissão nessas informações, compete ao
projetista solicitá-las ao fornecedor.
Por fim, torna-se fundamental a incumbência do usuário da edificação, a
quem cabe fazer o uso correto, não realizando alterações na sua destinação sem
autorização, especialmente nas cargas e solicitações previstas nos projetos
originais, além de realizar as manutenções preventivas e corretivas de acordo com
os respectivos manuais, efetuando a gestão e registro das ações, pois de nada
adianta a edificação ser projetada e construída de acordo com a Norma se o seu uso
é desvirtuado ou operado inadequadamente.
Resumo

Na aula 15, você aprendeu que:

✓ Desde julho de 2013 entrou em vigor a Norma de Desempenho de


Edificações, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
que estabelece exigências de conforto e segurança em imóveis
residenciais;
✓ As regras privilegiam os benefícios ao consumidor e dividem
responsabilidades entre fabricantes, projetistas, construtores e
usuários.
✓ A norma NBR 15575 diz que níveis de segurança, conforto e
resistência devem proporcionar cada um dos sistemas que compõem
um imóvel: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações.
✓ A Norma de Desempenho de Edificações é dividida em seis partes:
uma de requisitos gerais da obra e outras cincos referentes aos
sistemas que compõem o edifício (estrutural, de pisos, de cobertura, de
vedação e sistemas hidrossanitários). Para cada um deles a Norma
estabelece critérios objetivos de qualidade e os procedimentos para
medir se os sistemas atendem aos requisitos.
Complementar

Para ter acesso ao conteúdo complementar, acesse as videoaulas, as notas de aula


e os demais arquivos em sua PLATAFORMA;

Acesse o link abaixo e leia parte da entrevista de Del Mar para a revista Construção
Mercado sobre o “Desempenho de edificações na Justiça: entenda a NBR
15.575/2013 do ponto de vista legal”.
http://alconpat.org.br/2013/07/29/desempenho-de-edificacoes-na-justica-entenda-
a-nbr-15-575-do-ponto-de-vista-legal/.

Veja também este outro link como conteúdo complementar sobre vida útil e prazos
de garantia sobre a ótica da norma de desempenho no artigo escrito por Letícia
Carvalho Moreira, assessora técnica do Crea-GO
http://www.creago.org.br/index.php/comunicacao/imprensa/releases/918-vida-util-
e-prazos-de-garantia-sob-a-otica-da-norma-de-desempenho-nbr-15-575-abnt-2013.
Referências Bibliográficas

Básica:
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575 –
Edificações habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro: Abnt, 2013.

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Desempenho de


edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT
NBR15575/2013. CBIC, 2ª Edição. Brasília-DF, abril de 2013. Disponível em:
https://www.cbic.org.br/arquivos/guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho_2_edicao.pdf.
Acesso em: 02 fev. 2018.

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL - Disponível em:


http://www.caubr.gov.br/mudancasnormadesempenho/. Acesso em: 02 fev. 2018.

MOREIRA, L. C. Vida útil e prazos de garantia sob a ótica da Norma de


Desempenho – NBR15.575 (ABNT, 2013). Artigo publicado no site do CREA-GO em 201_
Disponível em: http://www.creago.org.br/index.php/comunicacao/imprensa/releases/918-
vida-util-e-prazos-de-garantia-sob-a-otica-da-norma-de-desempenho-nbr-15-575-abnt-2013.
Acesso em: 02 fev. 2018.

NAKAMURA, J. Entrevista ao advogado Carlos Pinto Del Mar. Assunto:


Desempenho de edificações na Justiça. Resista Construção Mercado. Ed. PINI, n° 143 –
junho 2013. Visto também no site da Associação Brasileira de Patologias das construções
Disponível em: http://alconpat.org.br/2013/07/29/desempenho-de-edificacoes-na-justica-
entenda-a-nbr-15-575-do-ponto-de-vista-legal/. Acesso em: 02 fev. 2018.

VITTORINO, F. ABNT NBR 15575 Edificações Habitacionais – Desempenho.


Instituto de Pesquisa Tecnológico - IPT. Notas de aula. 10 set. 2017. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4116880/mod_resource/content/1/FULVIO-
Aula%20FAU%202017%20NBR%2015575.pdf. Acesso em: 02 fev. 2018.

Complementar:
ASOCIACIÓN INTERNACIONAL DE CONTROL DE CALIDAD, PATOLOGIA Y
RECUPERACIÓN DE LA CONSTRUCCIÓN. Desempenho de edificações na Justiça:
entenda a NBR 15.575/2013 do ponto de vista legal. Disponível em:
http://alconpat.org.br/2013/07/29/desempenho-de-edificacoes-na-justica-entenda-a-nbr-15-
575-do-ponto-de-vista-legal/. Acesso em: 02 fev. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14037: Manual de


operação, uso e manutenção das edificações - Conteúdo e recomendações para elaboração
e apresentação. Rio de Janeiro: Abnt, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações


Habitacionais - Desempenho. Rio de Janeiro: Abnt, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: Manutenção de


edificações - Procedimento. Rio de Janeiro: Abnt, 1999.

BRASIL. Lei nº 4.150, de 21 de novembro de 1962. . Brasília,

BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. . Brasília,

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. . Brasília,


P á g i n a | 280

LETÍCIA CARVALHO MOREIRA. Vida útil e prazos de garantia sob a ótica da


norma de desempenho – NBR 15.575 (ABNT, 2013). Disponível em:
http://www.creago.org.br/index.php/comunicacao/imprensa/releases/918-vida-util-e-prazos-
de-garantia-sob-a-otica-da-norma-de-desempenho-nbr-15-575-abnt-2013. Acesso em: 10
fev. 2018.
Exercícios
AULA 15

1) Faça um texto argumentativo de no mínimo 20 linhas


sobre a Norma de desempenho e a sua importância perante a
sociedade.

2) Sobre os impactos jurídicos da NBR 15.575 (2013), por que devemos


obedecer às Norma Técnicas? Elas são obrigatórias?

3) A norma de Desempenho se aplica a que tipo de edificações?

4) Quem é o responsável por fiscalizar a aplicação da Norma de


Desempenho?

5) Quais as diferenças entre Vida Útil e Vida Útil de Projeto?


Aula 16
Normas de desempenho – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Chegamos na nossa última aula. Parabéns pela persistência!

Esta aula foi reservada para informar alguns exemplos dos critérios presentes
na Norma de desempenho. Após o término da aula, reveja todo o conteúdo desde a
aula 9. Não se esqueça de acessar sua plataforma, nela encontram-se arquivos
complementares com revisão de conteúdo e exercícios para fixação. “Um grande
abraço pessoal, e até uma próxima vez”!

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de
conhecer vários critérios relacionados à norma de Desempenho de edificações
brasileiras, sendo alguns deles:

➢ Estanqueidade;
➢ Desempenho térmico e acústico;
➢ Desempenho lumínico;
➢ Saúde, higiene e qualidade do ar;
➢ Funcionalidade da edificação e sua acessibilidade;
➢ Proteção contra incêndio, entre outros.
P á g i n a | 283

16 CRITÉRIOS PRESENTES NA NBR 15575

Conforme já vimos na aula anterior, a Norma de Desempenho


de Edificações é dividida em seis partes: uma de requisitos gerais
da obra e outras cincos referentes aos sistemas que compõem o
edifício (estrutural, de pisos, de cobertura, de vedação e sistemas
hidrossanitários). Para cada um deles, a Norma estabelece critérios
objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os sistemas atendem aos
requisitos. Se os requisitos gerais apresentados forem atendidos, entende-se então
que as exigências do usuário foram cumpridas.
A seguir serão apresentados alguns exemplos de critérios presentes na
Norma.

16.1 Requisitos gerais

A NBR 15575 estabelece que, para edificações ou conjuntos habitacionais


com local de implantação definido, os projetos devem ser desenvolvidos com base
nas características geomorfológicas do local, avaliando-se convenientemente os
riscos de deslizamentos, enchentes, erosões e outros. Devem ser providos os
levantamentos topográficos, geológicos e geotécnicos necessários, executando-se
terraplenagem, taludes, contenções e outras obras de acordo com as normas
aplicáveis (NBR 8044; NBR 5629; NBR 11682; NBR 6122 etc.).

16.2 Estanqueidade

Uns dos grandes problemas da construção estão relacionados a problemas


com umidade e infiltração, sendo indispensável para a edificação a estanqueidade
da água, podendo ser obtida por meio de drenagem do solo, implantação da
construção sobre pilotis, uso de concreto impermeável e outros sistemas de
impermeabilização, desde que obedeçam à Norma específica.
De acordo com a Norma, o projeto deve prever detalhes para impedir as
infiltrações, sendo necessária, portanto, a confecção de um projeto de
impermeabilização. Perante a norma, os sistemas de impermeabilização devem
impedir a penetração de água e/ou umidade, e também a percolação de umidade
P á g i n a | 284

para a área interna da edificação. Além disso, não devem ocorrer infiltrações através
do corpo dos elementos nem do encontro das estruturas, como paredes e telhado ou
pisos e calçadas laterais.

16.3 Desempenho térmico e acústico

Em uma edificação, o desempenho térmico depende tanto das características


do local da obra, sendo elas a topografia, a umidade do ar, direção e velocidade do
vento, etc., como da edificação, por exemplo o número de pavimentos, pé-direito,
orientação da fachada, etc.
A sensação de conforto térmico depende das condições de ventilação dos
ambientes, por isso é importante o adequado posicionamento e dimensões das
aberturas. A Norma estabelece condições térmicas mínimas para permanência no
interior das edificações habitacionais, tanto para o verão como para o inverno.
A avaliação desse desempenho pode ser feita de forma simplificada, com
base em propriedades térmicas das fachadas e das coberturas, ou por simulação
computacional, em que são cotejados simultaneamente todos os elementos e todos
os fenômenos intervenientes.
Quanto ao desempenho acústico, a NBR 15575-1 (2013) não fixa critérios de
conforto acústico nem quantifica os níveis de ruído, pois esses assuntos têm suas
normas específicas, mas ela estipula critérios para atenuação acústica dos ruídos.
Assim, ela considera a necessidade de isolação acústica nas lajes dos entrepisos,
fachadas e coberturas, e ainda em paredes geminadas, tanto em unidades
habitacionais diferentes, como em paredes divisórias da própria edificação.
A Norma ainda pede que a edificação habitacional apresente isolamento
acústico adequado das vedações externas para prevenir ruídos aéreos provenientes
do exterior da edificação. Nas áreas com maior fonte de ruído, como em locais perto
de rodovias ou aeroportos, é necessário realizar levantamentos no local e buscar
tratamento acústico específico.
A avaliação dos sistemas construtivos é feita por meio dos ensaios de campo,
em que os critérios de desempenho devem ser verificados.
P á g i n a | 285

16.4 Desempenho lumínico

A norma de desempenho 15.575 estipula níveis requeridos de


iluminância natural e artificial nas habitações, reproduzindo, neste
último caso, as próprias exigências da NBR 5413. O desempenho
lumínico pode ser obtido ou melhorado mediante de aplicação de cores
claras tanto nos tetos como em paredes internas, além da adoção de caixilhos com
áreas envidraçadas relativamente grandes. Mas, precisa-se ter um certo cuidado
com a quantidade de passagem de luz, pois com ela passa também grande
quantidade de radiação solar e, isso, pode comprometer o conforto térmico.
A Norma recomenda que o posicionamento das janelas nas paredes esteja
com peitoris, posicionado a no máximo 1,00 m do piso interno, e as testeiras dos
vãos no máximo a 2,20 m do piso interno, assim garantirá uma boa iluminação.

16.5 Saúde, higiene e qualidade do ar

De acordo com a Norma (2013) a edificação deve propiciar condições de


salubridade em seu interior, considerando umidade e temperatura. Além disso, os
materiais e equipamentos empregados na edificação não podem liberar produtos
que poluam o ar em ambientes fechados e nem devem favorecer a retenção de
umidade e a proliferação de fungos, algas, bactérias, etc.
Por isso, é importante manter locais com boa ventilação para que não haja a
propagação de microrganismos e bactérias.
É inaceitável a propagação de gases de escapamento dentro da residência.
Torna-se indispensável a manutenção (limpeza e regulagem) dos equipamentos
alimentados por gás combustível, como os bicos queimadores, e também de pisos,
ralos e depósitos de lixo, incluindo repintura de paredes internas e fachadas, e
manutenção do telhado, caixas d’água, outros.

16.6 Funcionalidade e acessibilidade

De acordo com a Norma (2013), a habitação deve conter espaços adequados


para todas as funções realizadas em seu interior. Por isso, ela estabelece pé-direito
mínimo e medidas mínimas para os espaços e mobiliário. Além dos espaços e pé
P á g i n a | 286

direito mínimos, são estabelecidos critérios regulando a possibilidade de ampliação


de unidades térreas e o funcionamento de instalações hidráulicas, reportando-se
sempre que necessário a outras Normas técnicas. Outro ponto em que a Norma se
posiciona é em relação ao bom funcionamento das instalações de água, de esgoto e
de águas pluviais. O sistema predial de água fria e quente deve fornecer a água
numa pressão adequada e com vazão e volume compatíveis aos usos, considerando
uso simultâneo. Fluxos de duchas e chuveiros devem ser reguláveis e as bitolas e
roscas de todas as tubulações devem ser compatíveis, para facilitar as manutenções
futuras.
O sistema de esgoto deve coletar e afastar as águas sem que haja
transbordamento, acúmulo na instalação, contaminação do solo e nem retorno a
aparelhos não utilizados. Nos sistemas de águas pluviais, as calhas e condutores
devem suportar a vazão do projeto, calculada de acordo com a intensidade da chuva
para o local. A Norma ainda estabelece uma quantidade mínima de unidades para
pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida. Tais unidades devem
atender a NBR 9050 e ter seus acessos e áreas comuns também adaptadas.
A Norma visa uma melhoria nos espaços internos e fluxos de passagem de
residências, e auxilia principalmente em casas menores, que por vezes é inexistente
o espaço para o mobiliário básico.

16.7 Segurança contra incêndio

Sobre segurança contra incêndio, a norma estabelece:


• Necessidade de dificultar o princípio do incêndio: Torna-se
necessário a proteção da edificação contra descargas atmosféricas (NBR
5419), instalações elétricas projetadas e executadas conforme NBR 5410 e
instalações de gás conforme NBR 13523 e NBR 15526;
• Dificultar a propagação do incêndio: Torna-se necessária que a
distância entre edifícios deve atender à condição de isolamento,
considerando-se todas as interferências previstas na legislação vigente;
além de medidas de proteção: portas ou selos corta-fogo
(compartimentação);
• Equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emergência;
P á g i n a | 287

• Facilidade de fuga em situação de incêndio.

16.8 Considerações finais

Para cada um dos exemplos citados acima, a NBR 15.575 estabelece critérios
objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os sistemas atendem aos
requisitos.
Podemos citar abaixo outros exemplos que podem ser verificados:
a) Ex.1: a estrutura de uma parede deve resistir, sem apresentar falhas ou
rachaduras para impactos de uma determinada força medida em joules;
b) Ex.2: Sistemas de coberturas devem apresentar resistência ao fogo durante
um determinado período de tempo;
c) Ex.3: Tubulações hidrossanitárias não embutidas devem suportar até cinco
vezes seu próprio peso, para que não se rompam com facilidade gerando grandes
transtornos;
d) Ex.4: Vedações de paredes devem garantir uma redução específica da
temperatura verificada no lado exterior do edifício, assim como, oferecer proteção
acústica, ou seja, deve abafar sons externos dentro de uma medida pré-
determinada.

A norma prevê uma série de situações de risco para o


imóvel e fornece não só a medida, como também
instruções de como medir se os sistemas são seguros. Para
mais informações tenha acesso ao conjunto de normas
relacionadas ao Desempenho de Edificações.
Resumo

Nesta aula, abordamos:

✓ Que o conjunto normativo da NBR 15575 compreende a parte 1-


Requisitos gerais (relatando as interfaces entre os diferentes elementos
e sistemas, focando na construção da edificação como um todo) até a
parte 6 que trata, especificamente, dos sistemas hidrossanitários;
✓ Exemplos de critérios presentes na Norma de desempenho;
Referências

Básica:
BRASIL. CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL. . Atenção,
arquitetos: Nova versão da Norma de Desempenho de Edificações. Disponível em:
http://www.caubr.gov.br/publicada-a-nova-versao-da-norma-de-desempenho-de-
edificacoes/. Acesso em: 01 fev. 2018.

MELO, E. A.; ELIAS, P. C. S.; FENATO, C. S. da P. M. Critérios básicos da norma de


desempenho ABNT NBR 15.575/2013 aplicados a casa botucatu/FGMF arquitetos.
Akrópolis Umuarama, v. 24, n. 2, p. 163-174, jul./dez. 2016.

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DE MINAS


GERAIS. Catálogo de Normas Técnicas - Edificações. Belo Horizonte: Sinduscon-
MG/CBIC, 2016.

VITTORINO, F. ABNT NBR 15575: São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas,


2017. 55 slides, color. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4116880/mod_resource/content/1/FULVIO-Aula FAU
2017 NBR 15575.pdf. Acesso em: 10 fev. 2018.
Exercícios
AULA 16

Questão 1) Atividade de pesquisa


Pesquise na Norma de Desempenho (NBR 15.575-2) e
comente quais são os principais critérios relacionados ao
Desempenho estrutural de uma edificação.

Questão 2) Atividade de pesquisa


Pesquise na norma de desempenho (NBR 15.575-3) e comente sobre os
principais requisitos dos sistemas de pisos das edificações.

Questão 3) Atividade de pesquisa


Pesquise na norma de desempenho (NBR 15.575-4) e comente sobre os
principais requisitos dos sistemas de vedações verticais internas e externas das
edificações.

Questão 4) Atividade de pesquisa


Pesquise na norma de desempenho (NBR 15.575-5) e comente sobre os
principais requisitos dos sistemas de coberturas das edificações.

Questão 5) Atividade de pesquisa


Pesquise na norma de desempenho (NBR 15.575-6) e comente sobre os
principais requisitos dos sistemas hidrossanitários das edificações.

Questão 6) Questão objetiva


Prova: Técnico de Nível Superior - Engenheiro Eletricista – PUC-PR (2017)
A NBR 15575/2013 Edificações habitacionais – Desempenho institui um nível
de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para os principais elementos de
uma construção, os quais são analisados nas seis partes que compõem a norma:
requisitos gerais, estrutura, pisos, vedações verticais, coberturas e sistemas
hidrossanitários. No que diz respeito à parte 1 da referida norma (– Requisitos
P á g i n a | 291

gerais) e considerando a periodicidade e processos de manutenção especificados no


respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (o qual é entregue ao usuário
elaborado em atendimento à norma NBR 14037/2014 - Diretrizes para elaboração de
manuais de uso, operação e manutenção de edificações – Requisitos para
elaboração e apresentação dos conteúdos), é CORRETO afirmar que:
a) essa parte da norma se aplica a obras em andamento, assim como a
edificações concluídas até a data da entrada em vigor dessa norma.
b) a parte 1 da norma 15575/2013 (– Requisitos gerais) não pode ser utilizada
como um procedimento de avaliação do desempenho de sistemas construtivos.
c) a parte 1 da norma 15575/2013 (– Requisitos gerais) estabelece critérios
referentes ao desempenho térmico, acústico, lumínico e de segurança contra o fogo,
os quais devem ser atendidos em conjunto devido à própria natureza conflitante dos
critérios de medições.
d) a norma estabelece vida útil variável para cada um dos sistemas como
estruturas, vedações, pisos, coberturas e hidrossanitários.
e) a parte 1 da norma 15575/2013 (– Requisitos gerais) não se aplica em
obras de reforma, porém é bem aplicável em obras de retrofit e edificações
provisórias

Questão 7) Questão objetiva


Prova: Analista – Engenheiro Civil – DPE/RS (2017)
Considere a proposta de manutenção predial de um empreendimento
imobiliário com as características abaixo.
P á g i n a | 292

A periodicidade recomendada para as atividades de manutenção predial,


referentes aos itens I, II, III e IV é respectivamente, a cada:
a) um ano, dois anos, cinco anos e três anos.
b) seis meses, um ano, dois anos e quatro anos.
c) um ano, quatro anos, dois anos e três anos.
d) três meses, um ano, um ano e dois anos.
e) seis meses, seis meses, dois anos e quatro anos.

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