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Agente Administrativo

Legislação Aplicada à Polícia Federal

Prof. Joerberth Nunes


Legislação Aplicada à Polícia Federal

Professor Joerberth Nunes

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Edital

LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL: Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente Administrativo

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Legislação Aplicada à Polícia Federal

1. INTRODUÇÃO

Esta lei tem por objetivo criar normas para a obtenção do registro de armas, bem como a o
porte destas, prevendo, ainda, regras de Direito Penal, quais sejam, os tipos penais respectivos
com as sanções penais aludidas.
No caso, o aluno, na parte penal, deve conhecer cada tipo penal, seus elementos, diferencian-
do-os para fins de tipificação, pois a Banca Examinadora pode apresentar uma situação fática e
indagar ao aluno qual o tipo penal em que se amolda o fato.

2. O art. 1º ao art. 11 da referida lei trata de regras administrativas, as quais referem-se a


normas para a obtenção de armas, seja para o registro ou para o porte, pois são casos dife-
rentes, devendo o aluno compreender os requisitos de cada um destes. Ainda, a lei atribui
a determinados órgãos algumas incumbências, devendo ser objeto de estudo. O art. 12 ao
art. 21 trata dos tipos penais, as penas e causas de aumento de pena. O art. 22 e seguintes
referem as disposições gerais da lei.

3. LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.826, I – identificar as características e a proprie-


DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 dade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que importadas e vendidas no País;
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: III – cadastrar as autorizações de porte de
arma de fogo e as renovações expedidas
pela Polícia Federal;

CAPÍTULO I IV – cadastrar as transferências de pro-


priedade, extravio, furto, roubo e outras
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS ocorrências suscetíveis de alterar os dados
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, cadastrais, inclusive as decorrentes de fe-
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da chamento de empresas de segurança priva-
Polícia Federal, tem circunscrição em todo o ter- da e de transporte de valores;
ritório nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:

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V – identificar as modificações que alterem Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso per-
as características ou o funcionamento de mitido o interessado deverá, além de declarar a
arma de fogo; efetiva necessidade, atender aos seguintes re-
quisitos:
VI – integrar no cadastro os acervos policiais
já existentes; I – comprovação de idoneidade, com a
apresentação de certidões negativas de an-
VII – cadastrar as apreensões de armas de tecedentes criminais fornecidas pela Justi-
fogo, inclusive as vinculadas a procedimen- ça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de
tos policiais e judiciais; não estar respondendo a inquérito policial
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no ou a processo criminal, que poderão ser for-
País, bem como conceder licença para exer- necidas por meios eletrônicos;
cer a atividade; II – apresentação de documento compro-
IX – cadastrar mediante registro os produ- batório de ocupação lícita e de residência
tores, atacadistas, varejistas, exportadores certa;
e importadores autorizados de armas de III – comprovação de capacidade técnica e
fogo, acessórios e munições; de aptidão psicológica para o manuseio de
X – cadastrar a identificação do cano da arma de fogo, atestadas na forma disposta
arma, as características das impressões de no regulamento desta Lei.
raiamento e de microestriamento de projé- § 1º O Sinarm expedirá autorização de com-
til disparado, conforme marcação e testes pra de arma de fogo após atendidos os re-
obrigatoriamente realizados pelo fabrican- quisitos anteriormente estabelecidos, em
te; nome do requerente e para a arma indica-
XI – informar às Secretarias de Segurança da, sendo intransferível esta autorização.
Pública dos Estados e do Distrito Federal os § 2º A aquisição de munição somente po-
registros e autorizações de porte de armas derá ser feita no calibre correspondente à
de fogo nos respectivos territórios, bem arma registrada e na quantidade estabeleci-
como manter o cadastro atualizado para da no regulamento desta Lei.
consulta.
§ 3º A empresa que comercializar arma de
Parágrafo único. As disposições deste artigo fogo em território nacional é obrigada a co-
não alcançam as armas de fogo das Forças municar a venda à autoridade competente,
Armadas e Auxiliares, bem como as demais como também a manter banco de dados
que constem dos seus registros próprios. com todas as características da arma e có-
pia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de
CAPÍTULO II fogo, acessórios e munições responde legal-
DO REGISTRO mente por essas mercadorias, ficando regis-
tradas como de sua propriedade enquanto
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo não forem vendidas.
no órgão competente.
§ 5º A comercialização de armas de fogo,
Parágrafo único. As armas de fogo de uso acessórios e munições entre pessoas físicas
restrito serão registradas no Comando do somente será efetivada mediante autoriza-
Exército, na forma do regulamento desta ção do Sinarm.
Lei.

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§ 6º A expedição da autorização a que se e do cumprimento das demais exigências


refere o § 1º será concedida, ou recusada constantes dos incisos I a III do caput do art.
com a devida fundamentação, no prazo de 4ºdesta Lei.
30 (trinta) dias úteis, a contar da data do re-
querimento do interessado. § 4º Para fins do cumprimento do disposto
no § 3º deste artigo, o proprietário de arma
§ 7º O registro precário a que se refere o § de fogo poderá obter, no Departamento de
4º prescinde do cumprimento dos requisi- Polícia Federal, certificado de registro provi-
tos dos incisos I, II e III deste artigo. sório, expedido na rede mundial de compu-
tadores – internet, na forma do regulamen-
§ 8º Estará dispensado das exigências cons- to e obedecidos os procedimentos a seguir:
tantes do inciso III do caput deste artigo, na
forma do regulamento, o interessado em I – emissão de certificado de registro provi-
adquirir arma de fogo de uso permitido que sório pela internet, com validade inicial de
comprove estar autorizado a portar arma 90 (noventa) dias; e
com as mesmas características daquela a
ser adquirida. II – revalidação pela unidade do Departa-
mento de Polícia Federal do certificado de
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de registro provisório pelo prazo que estimar
Fogo, com validade em todo o território na- como necessário para a emissão definitiva
cional, autoriza o seu proprietário a manter do certificado de registro de propriedade.
a arma de fogo exclusivamente no interior
de sua residência ou domicílio, ou depen-
dência desses, ou, ainda, no seu local de
trabalho, desde que seja ele o titular ou o CAPÍTULO III
responsável legal pelo estabelecimento ou DO PORTE
empresa.
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em
§ 1º O certificado de registro de arma de todo o território nacional, salvo para os casos
fogo será expedido pela Polícia Federal e previstos em legislação própria e para:
será precedido de autorização do Sinarm.
I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos
I, II e III do art. 4º deverão ser comprovados II – os integrantes de órgãos referidos nos
periodicamente, em período não inferior a incisos do caput do art. 144 da Constituição
3 (três) anos, na conformidade do estabe- Federal;
lecido no regulamento desta Lei, para a re-
III – os integrantes das guardas municipais
novação do Certificado de Registro de Arma
das capitais dos Estados e dos Municípios
de Fogo.
com mais de 500.000 (quinhentos mil) ha-
§ 3º O proprietário de arma de fogo com bitantes, nas condições estabelecidas no re-
certificados de registro de propriedade ex- gulamento desta Lei;
pedido por órgão estadual ou do Distrito
IV – os integrantes das guardas municipais
Federal até a data da publicação desta Lei
dos Municípios com mais de 50.000 (cin-
que não optar pela entrega espontânea pre-
qüenta mil) e menos de 500.000 (quinhen-
vista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo
tos mil) habitantes, quando em serviço;
mediante o pertinente registro federal, até
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apre- V – os agentes operacionais da Agência Bra-
sentação de documento de identificação sileira de Inteligência e os agentes do De-
pessoal e comprovante de residência fixa, partamento de Segurança do Gabinete de
ficando dispensado do pagamento de taxas

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Segurança Institucional da Presidência da § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de
República; agentes e guardas prisionais poderão por-
tar arma de fogo de propriedade particular
VI – os integrantes dos órgãos policiais re- ou fornecida pela respectiva corporação ou
feridos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da instituição, mesmo fora de serviço, desde
Constituição Federal; que estejam:
VII – os integrantes do quadro efetivo dos I – submetidos a regime de dedicação exclu-
agentes e guardas prisionais, os integrantes siva;
das escoltas de presos e as guardas portuá-
rias; II – sujeitos à formação funcional, nos ter-
mos do regulamento; e
VIII – as empresas de segurança privada e
de transporte de valores constituídas, nos III – subordinados a mecanismos de fiscali-
termos desta Lei; zação e de controle interno.
IX – para os integrantes das entidades de § 1º-C. (VETADO).
desporto legalmente constituídas, cujas
atividades esportivas demandem o uso de § 2º A autorização para o porte de arma de
armas de fogo, na forma do regulamento fogo aos integrantes das instituições descri-
desta Lei, observando-se, no que couber, a tas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste
legislação ambiental. artigo está condicionada à comprovação do
requisito a que se refere o inciso III do caput
X – integrantes das Carreiras de Auditoria do art. 4º desta Lei nas condições estabele-
da Receita Federal do Brasil e de Auditoria- cidas no regulamento desta Lei.
-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal
e Analista Tributário. § 3º A autorização para o porte de arma
de fogo das guardas municipais está condi-
XI – os tribunais do Poder Judiciário des- cionada à formação funcional de seus inte-
critos no art. 92 da Constituição Federal e grantes em estabelecimentos de ensino de
os Ministérios Públicos da União e dos Es- atividade policial e à existência de mecanis-
tados, para uso exclusivo de servidores de mos de fiscalização e de controle interno,
seus quadros pessoais que efetivamente es- nas condições estabelecidas no regulamen-
tejam no exercício de funções de segurança, to desta Lei, observada a supervisão do Co-
na forma de regulamento a ser emitido pelo mando do Exército.
Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo
Conselho Nacional do Ministério Público – § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das
CNMP. polícias federais e estaduais e do Distrito
Federal, bem como os militares dos Estados
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, e do Distrito Federal, ao exercerem o direi-
V e VI do caput deste artigo terão direito de to descrito no art. 4º, ficam dispensados do
portar arma de fogo de propriedade parti- cumprimento do disposto nos incisos I, II
cular ou fornecida pela respectiva corpora- e III do mesmo artigo, na forma do regula-
ção ou instituição, mesmo fora de serviço, mento desta Lei.
nos termos do regulamento desta Lei, com
validade em âmbito nacional para aquelas § 5º Aos residentes em áreas rurais, maio-
constantes dos incisos I, II, V e VI. res de 25 (vinte e cinco) anos que compro-
vem depender do emprego de arma de fogo
§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de para prover sua subsistência alimentar fa-
2008) miliar será concedido pela Polícia Federal o
porte de arma de fogo, na categoria caça-

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dor para subsistência, de uma arma de uso § 2º A empresa de segurança e de transpor-


permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 te de valores deverá apresentar documen-
(dois) canos, de alma lisa e de calibre igual tação comprobatória do preenchimento
ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o in- dos requisitos constantes do art. 4º desta
teressado comprove a efetiva necessidade Lei quanto aos empregados que portarão
em requerimento ao qual deverão ser ane- arma de fogo.
xados os seguintes documentos:
§ 3º A listagem dos empregados das empre-
I – documento de identificação pessoal; sas referidas neste artigo deverá ser atuali-
zada semestralmente junto ao Sinarm.
II – comprovante de residência em área ru-
ral; e Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos ser-
vidores das instituições descritas no inciso XI do
III – atestado de bons antecedentes. art. 6º serão de propriedade, responsabilidade
§ 6º O caçador para subsistência que der e guarda das respectivas instituições, somente
outro uso à sua arma de fogo, independen- podendo ser utilizadas quando em serviço, de-
temente de outras tipificações penais, res- vendo estas observar as condições de uso e de
ponderá, conforme o caso, por porte ilegal armazenagem estabelecidas pelo órgão compe-
ou por disparo de arma de fogo de uso per- tente, sendo o certificado de registro e a auto-
mitido. rização de porte expedidos pela Polícia Federal
em nome da instituição.
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais
dos Municípios que integram regiões me- § 1º A autorização para o porte de arma de
tropolitanas será autorizado porte de arma fogo de que trata este artigo independe do
de fogo, quando em serviço. pagamento de taxa.

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos em- § 2º O presidente do tribunal ou o chefe do


pregados das empresas de segurança privada e Ministério Público designará os servidores
de transporte de valores, constituídas na forma de seus quadros pessoais no exercício de
da lei, serão de propriedade, responsabilidade funções de segurança que poderão portar
e guarda das respectivas empresas, somente arma de fogo, respeitado o limite máximo
podendo ser utilizadas quando em serviço, de- de 50% (cinquenta por cento) do número
vendo essas observar as condições de uso e de de servidores que exerçam funções de se-
armazenagem estabelecidas pelo órgão compe- gurança.
tente, sendo o certificado de registro e a auto- § 3º O porte de arma pelos servidores das
rização de porte expedidos pela Polícia Federal instituições de que trata este artigo fica
em nome da empresa. condicionado à apresentação de documen-
§ 1º O proprietário ou diretor responsá- tação comprobatória do preenchimento
vel de empresa de segurança privada e de dos requisitos constantes do art. 4º desta
transporte de valores responderá pelo cri- Lei, bem como à formação funcional em es-
me previsto no parágrafo único do art. 13 tabelecimentos de ensino de atividade poli-
desta Lei, sem prejuízo das demais sanções cial e à existência de mecanismos de fiscali-
administrativas e civis, se deixar de registrar zação e de controle interno, nas condições
ocorrência policial e de comunicar à Polícia estabelecidas no regulamento desta Lei.
Federal perda, furto, roubo ou outras for- § 4º A listagem dos servidores das institui-
mas de extravio de armas de fogo, acessó- ções de que trata este artigo deverá ser atu-
rios e munições que estejam sob sua guar- alizada semestralmente no Sinarm.
da, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
depois de ocorrido o fato.

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§ 5º As instituições de que trata este arti- § 2º A autorização de porte de arma de
go são obrigadas a registrar ocorrência po- fogo, prevista neste artigo, perderá automa-
licial e a comunicar à Polícia Federal even- ticamente sua eficácia caso o portador dela
tual perda, furto, roubo ou outras formas seja detido ou abordado em estado de em-
de extravio de armas de fogo, acessórios e briaguez ou sob efeito de substâncias quí-
munições que estejam sob sua guarda, nas micas ou alucinógenas.
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois
de ocorrido o fato. Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos
valores constantes do Anexo desta Lei, pela
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entida- prestação de serviços relativos:
des desportivas legalmente constituídas devem
obedecer às condições de uso e de armazena- I – ao registro de arma de fogo;
gem estabelecidas pelo órgão competente, res- II – à renovação de registro de arma de fogo;
pondendo o possuidor ou o autorizado a portar
a arma pela sua guarda na forma do regulamen- III – à expedição de segunda via de registro
to desta Lei. de arma de fogo;

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a auto- IV – à expedição de porte federal de arma


rização do porte de arma para os responsáveis de fogo;
pela segurança de cidadãos estrangeiros em
V – à renovação de porte de arma de fogo;
visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do
Exército, nos termos do regulamento desta Lei, VI – à expedição de segunda via de porte fe-
o registro e a concessão de porte de trânsito de deral de arma de fogo.
arma de fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores e de representantes estrangeiros em § 1º Os valores arrecadados destinam-se ao
competição internacional oficial de tiro realiza- custeio e à manutenção das atividades do
da no território nacional. Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do
Exército, no âmbito de suas respectivas res-
Art. 10. A autorização para o porte de arma de ponsabilidades.
fogo de uso permitido, em todo o território na-
cional, é de competência da Polícia Federal e § 2º São isentas do pagamento das taxas
somente será concedida após autorização do previstas neste artigo as pessoas e as insti-
Sinarm. tuições a que se referem os incisos I a VII e X
e o § 5º do art. 6º desta Lei.
§ 1º A autorização prevista neste artigo po-
derá ser concedida com eficácia temporária Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará
e territorial limitada, nos termos de atos re- a forma e as condições do credenciamento de
gulamentares, e dependerá de o requeren- profissionais pela Polícia Federal para compro-
te: vação da aptidão psicológica e da capacidade
técnica para o manuseio de arma de fogo.
I – demonstrar a sua efetiva necessidade
por exercício de atividade profissional de § 1º Na comprovação da aptidão psicológi-
risco ou de ameaça à sua integridade física; ca, o valor cobrado pelo psicólogo não po-
derá exceder ao valor médio dos honorários
II – atender às exigências previstas no art. profissionais para realização de avaliação
4º desta Lei; psicológica constante do item 1.16 da tabe-
la do Conselho Federal de Psicologia.
III – apresentar documentação de proprie-
dade de arma de fogo, bem como o seu de- § 2º Na comprovação da capacidade técni-
vido registro no órgão competente. ca, o valor cobrado pelo instrutor de arma-
mento e tiro não poderá exceder R$ 80,00

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(oitenta reais), acrescido do custo da muni- Porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
ção. tido
§ 3º A cobrança de valores superiores aos Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo impli- ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
cará o descredenciamento do profissional gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
pela Polícia Federal. manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
CAPÍTULO IV
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
DOS CRIMES E DAS PENAS
anos, e multa.
Posse irregular de arma de fogo de uso per- Parágrafo único. O crime previsto neste ar-
mitido tigo é inafiançável, salvo quando a arma de
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma fogo estiver registrada em nome do agente.
de fogo, acessório ou munição, de uso permiti- (Vide Adin 3.112-1)
do, em desacordo com determinação legal ou Disparo de arma de fogo
regulamentar, no interior de sua residência ou
dependência desta, ou, ainda no seu local de Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar muni-
trabalho, desde que seja o titular ou o responsá- ção em lugar habitado ou em suas adjacências,
vel legal do estabelecimento ou empresa: em via pública ou em direção a ela, desde que
essa conduta não tenha como finalidade a práti-
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ca de outro crime:
e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
Omissão de cautela anos, e multa.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas neces- Parágrafo único. O crime previsto neste ar-
sárias para impedir que menor de 18 (dezoito) tigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
anos ou pessoa portadora de deficiência mental
se apodere de arma de fogo que esteja sob sua Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
posse ou que seja de sua propriedade: uso restrito
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
e multa. receber, ter em depósito, transportar, ceder, ain-
da que gratuitamente, emprestar, remeter, em-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incor- pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma
rem o proprietário ou diretor responsável de fogo, acessório ou munição de uso proibido
de empresa de segurança e transporte de ou restrito, sem autorização e em desacordo
valores que deixarem de registrar ocor- com determinação legal ou regulamentar:
rência policial e de comunicar à Polícia Fe-
deral perda, furto, roubo ou outras formas Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
de extravio de arma de fogo, acessório ou e multa.
munição que estejam sob sua guarda, nas
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
quem:
ocorrido o fato.
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou
qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;

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II – modificar as características de arma lo, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
de fogo, de forma a torná-la equivalente a autorização da autoridade competente:
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
para fins de dificultar ou de qualquer modo Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito)
induzir a erro autoridade policial, perito ou anos, e multa.
juiz; Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18,
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar a pena é aumentada da metade se a arma de
artefato explosivo ou incendiário, sem au- fogo, acessório ou munição forem de uso proibi-
torização ou em desacordo com determina- do ou restrito.
ção legal ou regulamentar; Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
IV – portar, possuir, adquirir, transportar 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
ou fornecer arma de fogo com numeração, se forem praticados por integrante dos órgãos
marca ou qualquer outro sinal de identifica- e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
ção raspado, suprimido ou adulterado; Lei.

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
gratuitamente, arma de fogo, acessório, são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide
munição ou explosivo a criança ou adoles- Adin 3.112-1)
cente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem
autorização legal, ou adulterar, de qualquer CAPÍTULO V
forma, munição ou explosivo. DISPOSIÇÕES GERAIS
Comércio ilegal de arma de fogo Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, convênios com os Estados e o Distrito Federal
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, para o cumprimento do disposto nesta Lei.
montar, remontar, adulterar, vender, expor à Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem
venda, ou de qualquer forma utilizar, em provei- como a definição das armas de fogo e demais
to próprio ou alheio, no exercício de atividade produtos controlados, de usos proibidos, restri-
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório tos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
ou munição, sem autorização ou em desacordo serão disciplinadas em ato do chefe do Poder
com determinação legal ou regulamentar: Executivo Federal, mediante proposta do Co-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) mando do Exército.
anos, e multa. § 1º Todas as munições comercializadas
Parágrafo único. Equipara-se à atividade no País deverão estar acondicionadas em
comercial ou industrial, para efeito deste embalagens com sistema de código de bar-
artigo, qualquer forma de prestação de ser- ras, gravado na caixa, visando possibilitar a
viços, fabricação ou comércio irregular ou identificação do fabricante e do adquirente,
clandestino, inclusive o exercido em resi- entre outras informações definidas pelo re-
dência. gulamento desta Lei.

Tráfico internacional de arma de fogo § 2º Para os órgãos referidos no art. 6º,


somente serão expedidas autorizações de
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada compra de munição com identificação do
ou saída do território nacional, a qualquer títu- lote e do adquirente no culote dos projé-
teis, na forma do regulamento desta Lei.

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§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de competente, que determinará o seu perdi-


1 (um) ano da data de publicação desta Lei mento em favor da instituição beneficiada.
conterão dispositivo intrínseco de seguran-
ça e de identificação, gravado no corpo da § 3º O transporte das armas de fogo doadas
arma, definido pelo regulamento desta Lei, será de responsabilidade da instituição be-
exclusive para os órgãos previstos no art. 6º. neficiada, que procederá ao seu cadastra-
mento no Sinarm ou no Sigma.
§ 4º As instituições de ensino policial e as
guardas municipais referidas nos incisos III § 4º (VETADO)
e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § § 5º O Poder Judiciário instituirá instrumen-
7º poderão adquirir insumos e máquinas de tos para o encaminhamento ao Sinarm ou
recarga de munição para o fim exclusivo de ao Sigma, conforme se trate de arma de
suprimento de suas atividades, mediante uso permitido ou de uso restrito, semestral-
autorização concedida nos termos definidos mente, da relação de armas acauteladas em
em regulamento. juízo, mencionando suas características e o
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refe- local onde se encontram.
re o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
Exército autorizar e fiscalizar a produção, expor- comercialização e a importação de brinquedos,
tação, importação, desembaraço alfandegário réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
e o comércio de armas de fogo e demais pro- estas se possam confundir.
dutos controlados, inclusive o registro e o porte
de trânsito de arma de fogo de colecionadores, Parágrafo único. Excetuam-se da proibição
atiradores e caçadores. as réplicas e os simulacros destinados à ins-
trução, ao adestramento, ou à coleção de
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a usuário autorizado, nas condições fixadas
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos pelo Comando do Exército.
autos, quando não mais interessarem à per-
secução penal serão encaminhadas pelo juiz Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autori-
competente ao Comando do Exército, no pra- zar, excepcionalmente, a aquisição de armas de
zo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para fogo de uso restrito.
destruição ou doação aos órgãos de segurança
Parágrafo único. O disposto neste artigo
pública ou às Forças Armadas, na forma do re-
não se aplica às aquisições dos Comandos
gulamento desta Lei.
Militares.
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Co-
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco)
mando do Exército que receberem parecer
anos adquirir arma de fogo, ressalvados os inte-
favorável à doação, obedecidos o padrão e
grantes das entidades constantes dos incisos I,
a dotação de cada Força Armada ou órgão
II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei.
de segurança pública, atendidos os critérios
de prioridade estabelecidos pelo Ministério Art. 29. As autorizações de porte de armas de
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa)
serão arroladas em relatório reservado tri- dias após a publicação desta Lei.
mestral a ser encaminhado àquelas institui-
ções, abrindo-se-lhes prazo para manifesta- Parágrafo único. O detentor de autoriza-
ção de interesse. ção com prazo de validade superior a 90
(noventa) dias poderá renová-la, perante a
§ 2º O Comando do Exército encaminhará Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º,
a relação das armas a serem doadas ao juiz 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa)

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dias após sua publicação, sem ônus para o torização ou com inobservância das normas
requerente. de segurança;
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma II – à empresa de produção ou comércio de
de fogo de uso permitido ainda não registrada armamentos que realize publicidade para
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de venda, estimulando o uso indiscriminado de
dezembro de 2008, mediante apresentação de armas de fogo, exceto nas publicações es-
documento de identificação pessoal e compro- pecializadas.
vante de residência fixa, acompanhados de nota
fiscal de compra ou comprovação da origem líci- Art. 34. Os promotores de eventos em locais fe-
ta da posse, pelos meios de prova admitidos em chados, com aglomeração superior a 1000 (um
direito, ou declaração firmada na qual constem mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsa-
as características da arma e a sua condição de bilidade, as providências necessárias para evitar
proprietário, ficando este dispensado do paga- o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os
mento de taxas e do cumprimento das demais eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da
exigências constantes dos incisos I a III do caput Constituição Federal.
do art. 4º desta Lei. Parágrafo único. As empresas responsáveis
Parágrafo único. Para fins do cumprimento pela prestação dos serviços de transporte
do disposto no caput deste artigo, o pro- internacional e interestadual de passageiros
prietário de arma de fogo poderá obter, no adotarão as providências necessárias para
Departamento de Polícia Federal, certifica- evitar o embarque de passageiros armados.
do de registro provisório, expedido na for-
ma do § 4º do art. 5º desta Lei.
Art. 31. Os possuidores e proprietários de ar- CAPÍTULO VI
mas de fogo adquiridas regularmente poderão, DISPOSIÇÕES FINAIS
a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal,
mediante recibo e indenização, nos termos do Art. 35. É proibida a comercialização de arma
regulamento desta Lei. de fogo e munição em todo o território nacio-
nal, salvo para as entidades previstas no art. 6º
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma desta Lei.
de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, § 1º Este dispositivo, para entrar em vigor,
serão indenizados, na forma do regulamento, fi- dependerá de aprovação mediante referen-
cando extinta a punibilidade de eventual posse do popular, a ser realizado em outubro de
irregular da referida arma. 2005.

Parágrafo único. § 2º Em caso de aprovação do referendo


popular, o disposto neste artigo entrará em
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 vigor na data de publicação de seu resulta-
(cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil do pelo Tribunal Superior Eleitoral.
reais), conforme especificar o regulamento des-
ta Lei: Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fe-
vereiro de 1997.
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviá-
rio, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
que deliberadamente, por qualquer meio, publicação.
faça, promova, facilite ou permita o trans-
porte de arma ou munição sem a devida au-

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