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História 7 (Conhecimentos Prévios)
História 7 (Conhecimentos Prévios)
O século XIX foi marcado pela expansão da Revolução Industrial. Novos maquinismos e
notáveis progressos tecnológicos transformaram as formas de produção e o dia a dia do
cidadão comum. A indústria tornou-se o motor da economia, gerando lucros imensos e
marcando a vida das sociedades. O ritmo da História acelerou-se e o Ocidente inaugurou
um tempo novo, o da civilização industrial.
A ligação ciència-técnica
Foi em 1859 que se perfurou, na Pensilvânia, o primeiro poço de petróleo, mas só no fim
do século a real valia de "ouro negro" se revelou, quando Gottlieb Daimler inventa um motor
movido a gasolina, aplicável a todo o tipo de máqui- nas (1886). Uma década mais tarde,
Rudolf Diesel reforça esta valia com um motor semelhante que utiliza o óleo pesado (gas
oil). Os derivados do petróleo tornaram-se assim os combustíveis do futuro, assumindo no
século XX um de- clarado protagonismo.
Embora só muito lentamente tenha substituído o carvão como força motriz, a eletricidade foi
uma das conquistas mais marcantes da era industrial. Sem ela não teria sido possível a
invenção do telégrafo, do telefone, do gravador de som, da rádio e do cinema, que
rapidamente se tornaram "imprescindíveis" à vida agitada e "moderna" do início do século
XX.
O comboio impôs-se logo em 1830, ano em que o engenheiro inglês George Stephenson
inaugurou a linha Liverpool-Manchester, bem no centro da Inglaterra industrial. O êxito
desta linha desencadeou uma autêntica febre de construções ferroviárias: em 1850,
existiam já 35 000 km de vias-férreas em todo o Mundo; em 1914, esse número ascendia a
1 milhão.
O impacto económico das vias-férreas foi de tal forma elevado que o comboio identificou-
se com o progresso, tendo-se empreendido, sem olhar a custos, as mais grandiosas obras
de engenharia. Só o túnel de S. Gotardo consumiu 10 anos de intenso trabalho (1870-1880)
e custou a vida a numerosos trabalhadores.
As últimas décadas do século XIX viram ainda nascer o automóvel, e em breve os veículos
das marcas Daimler, Benz, Panhard-Levassor, Renault, Fiat ou Ford, entre outras, rolavam
pela estrada, a anunciar os novos tempos.
Quanto à aviação, logo em 1903 coube a Orville Wright a proeza de voar com um motor a
gasolina e hélice. Pouco depois (1909), L. Bleriot atravessou o Canal da Mancha num
monoplano. A era da aviação tinha chegado!
A grande empresa
Nos setores da metalurgia e do petróleo, por exemplo, esta tendência atingiu números
impressionantes. A maior das fábricas de aço, a Krupp, na Alemanha, empregava 70 000
trabalhadores, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial. Possuía minas, altos-fornos,
fábricas de maquinaria e uma frota de transportes que lhe fazia chegar às matérias-primas e
abastecia o mercado com os seus produtos. Em suma, dominava todas as fases da
produção. Na América, John D. Rockefeller, o magnata do petróleo, eliminou praticamente
toda a concorrência e deteve, durante anos, o monopólio do setor.
Esta concentração empresarial, que levou à formação das primeiras multinacionais, foi
favorecida pelo progresso tecnológico já que a grande empresa tinha capitais suficientes
para investir na inovação e produzir a preços sempre competitivos. Conseguia também
resistir às crises que, ciclicamente, abalavam a economia. Nessas alturas, os mais
pequenos abriam falência ou deixavam-se absorver pelas firmas mais poderosas. Por
vezes, são mesmo as grandes empresas que se fundem entre si ou acordam estratégias de
mercado, a fim de vencer a concorrência.
A concentração bancária
A racionalização do trabalho
E neste contexto que, depois de vários anos de estudo, F. W. Taylor publica a obra
Princípios da Direção Científica da Empresa, onde, com precisão, expõe o seu método para
otimizar o rendimento da fábrica. Este método ficou conhecido por taylorismo.
Em 1913, para a produção do seu Modelo T, introduziu na fábrica uma linha de montagem
concebida segundo os princípios rígidos do taylorismo.
O ritmo de produção tornou-se alucinante: tapetes rolantes faziam chegar as peças aos
operários que, sem se deslocarem, trabalhavam como uma autêntica máquina humana,
segundo a cadência imposta pelas engrenagens. Dois anos depois, o tempo de montagem
do Ford T baixou para apenas uma hora e meia (contra as 12 iniciais) e o custo do carro
reduziu-se progressivamente.
Como forma de compensar a dureza do trabalho, Ford elevou os salários para o dobro da
tabela corrente, mas nem por isso o fordismo deixou de ser alvo de críticas. Sindicatos,
escritores, intelectuais e cineastas repetidamente denunciaram a desumanização do
trabalho taylorizado, que transformava o operário num mero autómato, escravo de uma
cadeia de máquinas.