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Reforma dos Cuidados de Satide Primarios «<> inane ta tan Coordenacdo Estratégica Ape i sotingaeere,,. Orientagdes para a Organizacao e Funcionamento das Unidades de Cuidados de Satide Personalizados Lisboa, Marco de 2011 inDICE aa 12 13 14 15 2a 2.2 23 24 25 26 27 2.8 29 2.10 Ba 32 33 Introdusao.. ei 2 Enquadramento e antecedentes.... ed Abordagens na prestagio de cuidados em CSP... 3 Sinergias obtidas com as intervencSes das diferentes unidades funcionais. Contratualizacao de servigos e orientacdo para resultados de sade. 7 Papel dos conselhos clinico: A.Unidade de Cuidados de Satide Personalizados Definicao .. Missio e populagdo abrangida..... Principios. Constituicdo da equipa, Dimensio Organizagao. Plano de Accao e Compromisso Assistencial Recursos fisicos, técnicos e humanos.. Monitorizagio e Avaliagéo. nor Articulago com 0 ACES 7 1d Indicadores de desempenho e carta de COMPrOMISSO nn ennnne a1 Indicadores para a monitorizacao do desempenho e sistema de informacao.... old Investimento prioritério na qualidade dos registos clinicos. : uw Indicadores de monitorizagao de desempenho. (Orientaes para a Constituigo eimplomentagSo das UCSP 1 1 Introdugo 1.1 Enquadramento e antecedentes Os cuidados de satide primarios (CSP) so a componente dos sistemas de sade que mais tem contribuido para a melhoria do estado de satide da populacdo em todo o mundo, quer nos paises desenvalvidos, quer nos em vias de desenvolvimento. Neste contexto, a Organizacdo Mundial da Satide veio, no seu Relatorio Mundial de Saude de 2008 intitulado: Cuidados de Satide Primérios - Agora Mais Que Nunca, reafirmar que € necessério continuar a investir na estratégia dos CSP e menciona Portugal como um bom exemplo, pelos sucessos alcancados na melhoria do nivel de saide da populacdo. Os CSP, enquanto pilar essencial do Servigo Nacional de Satide (SNS), assumem importantes fungées de promogio e protecgdo da satide e prevencéo da doenca, prestagio de cuidados na doenga e liga¢ao a outros servigos no sentido de ser garantida, de modo racional e eficiente, a continuidade dos cuidados. € essencial, neste processo, articular todos os recursos comunitérios, enfatizando a satide como um conceito positivo, que valoriza os recursos pessoais e sociais. Este processo visa aumentar a capacidade das pessoas para agirem sobre os factores determinantes da satide individual e colectiva no sentido da adop¢ao de comportamentos promotores de satide e da criagdo de ambientes fisicos e sociais mais saudéveis. E de fundamental importancia a equidade do Sistema, garantindo 0 acesso de toda a populacao a cuidados de satide essenciais, 0 que implica o reforgo das abordagens pré- activas e de discriminago positiva de alguns grupos da populagdo, tendo em vista reduzir as desigualdades em saiide injustas e evitaveis. Esta perspectiva conduz 4 necessidade de se identificarem problemas, os seus factores determinantes e as necessidades de satide da populacao e de se delinearem abordagens de intervencéo apropriadas. Isto implica planear em sade e nao apenas dar resposta & procura de cuidados de satide. Implica também trabalhar com outros sectores, articular e estabelecer parcerias, promover a literacia e capacitar, com recurso ao envolvimento e participacdo das pessoas e estruturas locais nos processos que directa ou indirectamente possam afectar a sua saide, A transformacao dos CSP em curso no pais, consagrada legalmente no DL n® 28/2008, de 22 de Fevereiro, da corpo a trés preocupacées: a) Reforcar e incrementar os valores préprios dos CSP: proximidade, acessibilidade, ‘equidade na prestagio de cuidados de satide; preocupacao e pro-actividade para ‘rientages para @Consttcio implementa das UCSP 2 com os grupos mais vulnerdveis; redugio das desigualdades em satide; prioridade & promocao e proteccao da sadde; desenvolvimento de intervengées em sade multidisciplinares e trans-sectoriais; garantia da continuidade e integragio dos cuidados de satide; promocdo do envolvimento da comunidade e dos cidadaos Nos processos de intervencao em sade; b) Reorganizar os servigos de CSP, criando unidades funcionais, com autonomia técnica e organizativa, constituidas por equipas multidisciplinares, em que os diferentes profissionais so co-responsabilizados pela qualidade do desempenho e dos resultados da sua unidade; ¢) Atribuir as instituigdes de CSP a autonomia de gesto que necessitam. Seguindo esta légica, foram constituidos os agrupamentos de centros de satide (ACES), com uma dimensao menor do que as das antigas Sub-regides, mas maior do que a média dos centros de sade cldssicos, com competéncias préprias legalmente atribuidas, especificidade que nunca tinha sido atribuida as anteriores estruturas dos CSP. Esta nova dimensdo geo-demogréfica da unidade basica de gestio dos CSP — os ACES, a0 permitir uma abordagem epidemioldgica dos problemas de satide da sua populac3o e dos determinantes que thes esto associados, vai, espera-se, contribuir para a autonomia gestionéria que hd muito se considerava necessério existir em CSP. 0 facto de cada ACES ser constituido por diferentes unidades funcionais, cuja missio e actividades se intersectam e necessariamente se complementam, impde uma definicao clara dos papéis de cada uma dessas unidades, de modo a evitar, por um lado, a sobreposigées de tarefas, conflitos de competéncias, duplicagdo e desperdicio de recursos e de forga animica ¢, por outro, permitir tirar © maximo potencial do desempenho de cada uma no que respeita as suas especificidades em concreto. Esta necessidade de clarificacéo adquire maior acuidade na articulagao entre as unidades de cuidados na comunidade (UCC), as unidades de sauide publica (USP) e as unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP), dado disporem de diferenciagées afins, embora com competéncias diferentes. 1.2 Abordagens na prestagao de culdados em CSP A interveng3o no ambito dos CSP caracteriza-se por trés tipos de abordagens complementares onde os cidadaos séo identificadas no seu contexto familiar, no(s) grupo(s} de pertenca ou na comunidade, designadamente: a) Dirigida a cada individuo; b) Dirigida a cidadiios, familias ou grupos com especial vulnerabilidade e risco; ¢) Dirigida & populagéo/comunidade. ‘rientaes para aConsttig eimplementagdo des UCSP 3 A intervengao individual, de vocacdo simultaneamente singular e universal, isto é, dirigida personalizadamente a todos os individuos inscritos no ACES ou residentes na sua drea geogréfica, visa contribuir para a identificagao, resolugdo ou controle de problemas de satide € para minorar os efeitos adversos dos determinantes negativos, através de cuidados curativos, preventivos e de promogio da saide. O atendimento efectua-se através de uma intervencao personalizada, frequentemente clinica, ¢ que tem em consideragio as caracteristicas e as necessidades de cada pessoa (utente/doente), inserida na familia, no grupo e na comunidade. Esta intervengio & feita predominantemente pelos elementos da sua equipa de satide familiar organizados nas unidades de satide familiar (USF) ou nas unidades de cuidados de sauide personatizados {UCSP), as quais prestam cuidados personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos. Esta intervengo pode também, em situages especificas, ser feita segundo um modelo de complementaridade, pelas unidades de cuidados na comunidade (UCC), pelas unidades de sauide publica (USP) e pelas unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP), consoante a situaco, necessidades de satide e natureza da intervencao em causa. Poder, ainda, ser envolvidos elementos e recursos. da familia e/ou da comunidade. © segundo tipo de intervencao interliga-se, como jé foi referido, com o anterior & caracteriza-se pela selectividade e pela prioridade de cada intervencao na comunidade, em pessoas, familias ou grupos com necessidades especiais de cuidados de satide. Isto é, pressupde uma hierarquizacao de prioridades e decisées de intervencio criteriosas, nio normativas, em fung3o da magnitude e da gravidade de cada situa¢ao ou problema em causa, tendo em conta os recursos disponiveis em cada momento. Estes cuidados sao, em geral, prestados na comunidade, fora dos “muros institucionais” e guiados por critérios precisos. A responsabilidade por este tipo de intervengées recai predominantemente sobre as UCC, embora possa envolver qualquer das restantes unidades funcionais, com particular destaque para USP, consoante a natureza das situacdes, necessidades de saiide e natureza da intervencao em causa. © terceiro tipo de intervencéo € dirigido a populacéo/comunidade no seu todo e visa essencialmente promover e proteger a satide, e prevenir a doenca, através de intervengdes baseadas num diagnéstico de satide e orientadas para a obtencao de ganhos concretos de satide da populacdo. As situacdes podem nao ser facilmente compartimentaveis e as intervengées integram, frequentemente, componentes dirigidos a grupos da populacdo e, simultaneamente, incorporam estratégias e objectivos de intervenco individual e familiar ou vice-versa. Os ‘rientardes para a Consttuicdo e implementacdo das UCSP 4 aspectos conceptuais e normativos devem contribuir para perspectivar as intervencSes, sem funcionarem como obstaculos ao desempenho dos profissionais de sauide ‘As principais causas de morbimortalidade evitéveis esto relacionadas com os comportamentos individuais e colectivos e respectivos determinantes, em particular os que decorrem dos niveis de literacia em satide dos cidadaos e dos contextos ambientais e sociais em que estes vivem. Neste tipo de abordagem 6, portanto, imprescindivel a existéncia de profissionais com competéncias especificas, nomeadamente em epidemiologia, planeamento e administracao de satide, intervencao comunitaria, saude ambiental e em comunicagao interpessoal e s6cio-grupal em sade, ferramentas com as quais se identifica e caracteriza, planeia e actua com rigor técnico e evidéncia cientifica, sobre os problemas de satide de uma dada populacdo e sobre os determinants que thes. esto associados. Estes requisitos so essenciais para se delinearem estratégias de intervencao de ambito populacional. E com este conhecimento da populacdo com quem se pretende trabalhar, dos seus valores e das suas praticas que se torna possivel contribuir para uma maior literacia e capacitagdo em satide. Esta intervencao s6 & possivel se existir envolvimento da propria comunidade, das suas liderangas e organizagées representativas. Esta abordagem dirigida a populacdo/comunidade como um todo é da responsabilidade das USP. Assenta num trabalho multidiscipiinar e interinstitucional e implica a articulagao ¢ participagdo das restantes unidades funcionais do ACES (UCC, USF, UCSP e URAP). Esta articulag3o e complementaridade € decisiva para uma gestio eficiente dos recursos disponiveis, tendo em vista a consecugdo dos Programas de Satide de ambito nacional, regional ou local, cuja concretiza¢ao deverd ser expressa em projectos de iniciativa local, consagrados no respectivo plano e/ou estratégia local de satide, enquanto instrumentos norteadores de um trabalho planeado, participado e sujeito a avaliacio e a melhoria continua da qualidade. 1.3 Sinergias obtidas com as intervengées das diferentes unidades funcionais Com a actual reforma dos CSP pretende-se optimizar as competéncias e as capacidades dos diferentes profissionais que Ihes esto alocados, potenciar a autonomia, a responsabilidade e a inter-cooperacdo das equipas, promover a co-responsabilidade de todos 0s profissionais pela qualidade e adequacSo das intervenges em sauide que executam em tempo iitil e com um menor custo. Todas as unidades funcionais do ACES, em especial as UCC, as USP e as URAP devem ser capazes de delinear 0 seu funcionamento com plasticidade dinamica para responder, em cada fase e momento, as necessidades especiais de individuos, familizs, grupos e comunidades. N3o podem, por isso, amuralhar-se nem assumir atitudes disfuncionais quanto ao modo como organizam as respectivas unidades e recursos. Assim, devem privilegiar-se as dindmicas de equipas funcionais transversais e em rede, traduzindo 0 conceito avancado de equipas em geometria ultra-variével, que necessitardo de algum ‘nentagBes para Consteuiao e implementacao das UCSP 5 tempo de aprendizagem e experiéncia para se implantarem correctamente no dia-a-dia dos CSP. Um desafio que a pratica, a reflexdo e a avaliac3o permitirao superar. Com a alocago a todos os ACES de nutricionistas, fisioterapeutas, psicdlogos, técnicos de servigo social, entre outros, os CSP disporio de contributos disciplinares essenciais para desenvolverem, de forma mais robusta e sustentada, programas e estratégias de intervengdo em sade numa perspectiva global e ndo apenas baseadas no modelo biomédico. Em simultaneo, é previsivel uma redugo progressiva da “medicalizag3o” inadequada de alguns tipos de cuidados de satide e uma melhoria da efectividade e da eficiéncia dos CSP. Outros técnicos, ndo médicos, poderdo assumir, com vantagem para 0s doentes, a responsabilidade por alguns dos cuidados de sauide, designadamente por novos e diferentes tipos de cuidados, que, em conjunto, irdo contribuir para diminuir a procura excessiva de cuidados médicos e modificar a presente cultura de utilizaco, por vezes inadequada e excessiva, de férmacos e de meios complementares de diagnéstico, libertando os médicos para tarefas que sé a eles cabe responder. 1.4 Contratualizagdo de servicos e orientago para resultados de sade Atravessando toda a reforma dos CSP e o funcionamento das diferentes unidades funcionais, encontra-se a contratualizacdo, que consiste na definicio negociada entre as partes envolvidas de compromissos de desempenho, desejavelmente formalizados através de contratos-programa (contratualizacdo externa) e de cartas de compromisso (contratualizacdo interna) baseados em actividades a desenvoiver ¢ pelas quais os servigos prestadores so financiados ou abonados de equipamento e outros meios, ficando previstas as obrigagdes e consequéncias para ambas as partes contratantes. Para além de potenciar a participacao e a criatividade para apresentar sugestes de novos programas e projects, esta metodologia estimula, simultaneamente, o envolvimento dos profissionais e responsabiliza-os na tomada de deciséo e na concretizago dos compromissos assumidos. A contratualizagéo interna com as diferentes unidades funcionais dos ACES, permanentemente apoiadas pelos conselhos clinicos, deve ser conduzida pelos directores executivos que, por sua vez, recorrerio ao apoio dos servigos das respectivas unidades de apoio & gestGo (UAG). Esta pratica vai contribuir para que se estruture uma nova cultura organizacional com que, espera-se, todos ficario a ganhar: os profissionais de saide, os servigos e, fundamentalmente, a populacao, A pratica de negociar contratos-programa e cartas de compromisso para o ano seguinte (mesmo que este esteja integrado num plano de accao plurianual, a trés anos, por exemplo) ou, dito por outras palavras, que recursos vao estar envolvidos e que resultados devem ser atingidos com a boa aplicacdo desses recursos, constitui um desafio para os ACES e para as suas diferentes unidades funcionais. Para garantir isto, é preciso identificar Crientagées para a Constitugo eimplementaco das UCSP 6 que actividades so mais custo-efectivas, quais as que traduzem boas praticas em saude, quais os recursos necessarios e qual o impacto esperado na salide da populacio. 1.5 Papel dos conselhos clinicos Deve ser sublinhado o papel indispensdvel, estratégico, agregador e harmonizador dos conselhos clinicos, forum onde se deve analisar o potencial contributo de cada unidade funcional e da orquestra do conjunto das diferentes unidades para a satide da populacéo. Cabe ao conselho clinico harmonizar as actividades de satide a desenvolver pelo ACES, como um todo, evitando desperdicio de recursos e duplicagées de tarefas e, pelo contrario, potenciar sinergias entre os diferentes profissionais e as missées das vari unidades funcionais. 2 AUnidade de Cuidados de Saude Personalizados O Decreto-Lei n? 28/2008, de 22 de Fevereiro, estabelece que entre as unidades funcionais, que constituem o ACES, constam as unidades de cuidados de sade personalizados (UCSP) que, a luz do disposto no seu artigo 102, tem uma estrutura idéntica as unidades de sade familiar (USF) e presta cuidados personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos. O compromise assistencial das UCSP & constituido pela prestaco de cuidados de satide pessoal e familiar jd consagrados para as USF na Portaria 1368/2007, de 18 de Outubro. A UCSP pode propor ou receber propostas do ACES para desenvolver carteiras adicionais se forem supletivas aos servigos jd fornecidos. © presente documento apresenta os principios orientadores da organizacdo e do ionamento das UCSP do agrupamento de centros de sade (ACES). fun 24 Definigao a) As UCSP so unidades elementares de prestacao de cuidados de saiide, individuals e familiares, que assentam em equipas multiprofissionais, constituidas por médicos, por enfermeiros e por pessoal da area administrativa; b) A actividade das UCSP desenvolve-se com autonomia organizativa e técnica, integrada numa logica de rede com as outras unidades funcionais do ACES. 2.2. Missio e populago abrangida Cada UCSP tem como misséo a prestacdo de cuidados de satide personalizados a populagdo inscrita, garantindo a acessibilidade, 2 globalidade, a qualidade e a continuidade dos mesmos. ‘Grenades para a Cnsttugao e implementa das UCSP 7 2.3. Principios As UCSP devem orientar a sua actividade pelos seguintes principios: a) Harmonia entre as preocupagdes de acessibilidade, personalizacao e efectividade dos cuidados e os objectivos de eficiéncia e qualidade; b) Cooperagao, que se exige de todos os elementos da equipa para a concretizag3o dos objectivos da acessibilidade, da globalidade e da continuidade dos cuidados de sade; ©) Articulacdo, que estabelece a necesséria ligacdo entre a actividade desenvolvida pelas UCSP e as outras unidades funcionais do ACES; d) Avaliagdo, que sendo objectiva e permanente, visa a adopcao de medidas correctivas dos desvios susceptiveis de pér em causa os objectivos do plano de accéo. 2.4 Constituicéo da equipa Tendo uma missio e estrutura idénticas as USF, as UCSP deverdo constituir-se como ‘equipa, idealmente, na base de: a) Utentes inscritos, tendo como referéncia de base o valor de 1550 por cada médico, para um horério de 35 horas semanais, designados em lista, privilegiando- se a estrutura familiar, de acordo com as regras definidas no Decreto-Lei 17/2009, de 4 de Agosto ou nas suas futuras revisdes e nos Acordos de Contratacao Colectivos em vigor; b) Cerca de 300 a 400 familias de uma determinada drea geografica inscritas em cada enfermeiro, equivalendo a cerca de 1550 utentes; ¢)_ Um assistente técnico por cerca de 2 025 utentes inscritos; d) © aumento do niimero de utentes inscritos em lista do médico, em relagdo ao valor-base indicado, pode decorrer automaticamente do seu regime e carga hordria de trabalho semanal como, por exemplo, no caso de ter um regime de 42 horas semanais, ou por necessidade dos servicos, com acordo dos profissionais, sendo compensados nos termos da Portaria n.2 410/2005, de 11 de Abril 2.5 Dimenséo a) A populacao abrangida por cada UCSP corresponde aos utentes inscritos nas listas dos médicos que integram a equipa multiprofissional; b) A populagdo inscrita, em regra, nao deve ser inferior a 3 000 nem superior a 18 000 utentes, tendo em conta as caracteristicas geodemograficas da populacao; ©) Podem ser constituidas UCSP com populagio inscrita fora do intervalo de variagao definido no nimero anterior, em casos devidamente justificados e quando as Onentagbes para @Constiuiao eimplementacao das UCSP 8 26 2.6.1 2.6.2 2.6.3 2.6.4 2.6.5 27 274 2.7.2 caracteristicas geodemograficas da area abrangida pela unidade funcional e os recursos existentes o aconselhem. Organizagao A organizagao @ funcionamento das UCSP constam do seu regulamento interno proposto pelo Coordenador e aprovado pelo Director Executivo, ouvido o Conselho Clinico. O regulamento interno da UCSP consagra, nomeadamente: a) Amissio, valores e visio; b) As intervencées e dreas de actuacdo dos diferentes grupos profissionais que integram a equipa; ¢) © horario de funcionamento e de cobertura assistencial, incluindo o de um servigo assistencial comum; 4d) O sistema de marcago de consultas e de renovagdo das prescricdes; ) © acolhimento, orientacdo e comunicaggo com os utentes; f] Modelo da resposta nas situacbes de auséncia do médico de familia, jé referido na alinea c); 8) A forma de prestaco de trabalho dos elementos da equipa; h) A formacdo continua dos profissionais da equipa; i) Acarta da qualidade, Cada UCSP tem um coordenador designado de acordo com o artigo 15° do Decreto-Lei 28/2008, de 22 de Fevereiro, com as competéncias previstas no artigo 162 e nas condicées do artigo 172 do mesmo Decreto-Lel. No caso de nao existir um médico com as caracteristicas definidas no numero anterior, o director executive nomeia, ouvido 0 conselho clinico, um outro médico especialista em medicina geral e familiar, fundamentando a escolha no respectivo despacho de nomeacio. Ainda no 4mbito da organizacao da UCSP deve, também, ter-se presente a Circular Informativa n.2 6/2010, de 6 de Junho, da Administracao Central do Sistema de Satide (ACS). Plano de Acgao e Compromisso Assistencial © plano de accdo da UCSP traduz 0 seu programa de actuagdo na prestacao de cuidados de satide de forma personalizada e contém o compromisso assistencial, os seus objectivos, indicadores e metas a atingir nas areas da acessibilidade, desempenho assistenciat, qualidade ¢ eficiéncia, O plano de acco deve ser construido para trés anos, com metas anuais ajustadas aos regimes de trabalho dos profissionais e a legislacao em vigor. Crientaes para «Constituko eimplementag das UCSP 9 2.7.3. O compromisso assistencial das UCSP € constituido pela prestacéo de cuidados incluidos na carteira de servicos de satide pessoal e familiar consagrada na Portaria 1368/2007, de 18 de Outubro. A UCSP pode propor ou receber propostas do ACES para desenvolver as carteiras adicionais, se forem supletivas aos servigos ja fornecidos aos cidadios do ACES. 2.7.4 © compromisso assistencial é formalizado anualmente, mediante carta de compromisso acordada entre 0 coordenador e o ACES, da qual deve ainda constar: a) Aafectacdo dos recursos necessarios ao cumprimento do plano de acco; b) O manual de articulago do ACES com a UCSP. 2.8 Recursos fisicos, técnicos e humanos 2.8.1 O ACES afecta a UCSP os recursos necessarios ao cumprimento do plano de acco e procede & partilha de recursos que, segundo 0 principio da economia de meios, devem ser comuns e estar afectos as diversas unidades funcionais. 2.8.2 Tendo em vista a utilizacao eficiente dos recursos comuns entre o ACES e a UCSP, devem ser criados instrumentos que favorecam e assegurem a articulacdo das actividades das diversas unidades funcionais, nomeadamente o definido na alinea b) do ponto 2.7.4. 2.8.3. As instalages e equipamentos a disponibilizar devem reunir as condicies necessérias ao tipo de cuidados de sade a prestar, com vista a garantir a respectiva qualidade, bem como assegurar as condigdes necessarias para a formacao pré e pés-graduada e continua. 2.8.4 Cada UCSP deve instalar-se num s6 espaco fisico ou, em condigdes devidamente justificadas pelas caracteristicas geodemograficas e de recursos, pode instalar-se em mais do que um local de prestacdo de cuidados. 2.8.5 O ACES, através da unidade de apoio & gestéo (UAG) e da unidade de recursos assistenciais partilhados (URAP), fornece servicos de apoio técnico comuns que respondam as solicitagées das UCSP, no mbito da partilha de recursos, com vista a0 cumprimento do plano de acco e executa procedimentos e registos nas dreas de gestdo de pessoal, contabilidade, aprovisionamento e outras que se mostrem necessérias ao seu normal funcionamento. 2.9 Monitorizagao e Avaliagao 2.9.1 A monitorizagao e avaliacdo das UCSP incumbem aos érgaos do respectivo ACES. 2.9.2 A monitorizago e avaliagio das UCSP devem incidir sobre as areas da disponibilidade, _acessil lade, produtividade, qualidade técnico-cientifica, efectividade, eficiéncia e satisfagio e podem contemplar especificidades e caracteristicas de cardcter local e regional, quando estas se apresentem como factores correctivos e niveladores da matriz nacional. ‘ienagBes para a Cnsttie © mplementago das UCSP 10 2.9.3. A monitorizacao e avaliago das UCSP podem ter por base um modelo de matriz nacional que aplica 2 metodologia de auto-avaliacdo, avaliagSes interpares avaliagdes cruzadas. 2.9.4 As UCSP podem apresentar candidatura a qualquer modelo organizativo de unidade de sade familiar. 2.10 Articulagdo com o ACES Os profissionais das UCSP, & semelhanca de todos os profissionais das varias unidades funcionais, tém a obrigacdo de colaborar, de acordo com as competéncias especificas de cada um, no cumprimento do plano de desempenho do respectivo ACES, designadamente na assisténcia aos utentes sem médico de familia atribuido de acordo com as orientagbes especificas sobre este proceso assistencial. 3 Indicadores de desempenho e carta de compromisso 3.1 Indicadores para a monitorizago do desempenho e jema de informacao A carteira de servigos de satide pessoal e familiar exige que o sistema de informacao esteja preparado para fornecer os indicadores definidos para esta unidade funcional, permitindo, deste modo, que cada equipa possa monitorizar e acompanhar a evolucéo do seu préprio desempenho ao longo do tempo. Porém, considerando os diversos estédios de desenvolvimento que as UCSP possam ter nas varias regiées de sade, em diferentes ACES e até dentro do mesmo ACES, recomenda-se que seja constituido um painel flexivel de acordo com as necessidades & condigées locais e com o grau de desenvolvimento de cada unidade. De igual modo, 0 processo de compromisso ou contratualizacéo interna deve adoptar metas ajustadas ao grau de desenvolvimento de cada UCSP, sem prejudicar requisitos minimos de satisfaco das necessidades da populacao, designadamente garantia de niveis adequados de imunizaco e de prevencio secundéria dos problemas de satide mais prevalentes e importantes para a proteccio de satide da respectiva populagio. 3.2 _Investimento prioritério na qualidade dos registos clinicos Sem bons registos clinicos ndo é possivel garantir cuidados adequados e, muito menos, monitorizar e avaliar 0 trabalho realizado e os cuidados prestados. Assim, deve ser feito um esforgo prioritério a nivel de cada ACES, sob lideranga dos consethos clinicos, para melhorar os registos clinics em todas as unidades funcionais, designadamente nas UCSP. 3.3 Indicadores de monitorizagao de desempenho © paine! de indicadores de monitorizagdo de desempenho das UCSP ¢ comum as USF, dada a coincidéncia das respectivas miss6es assistenciais. Porém, as metas acordadas OnentagBes para @Constuigo € implementa das UCSP 1 internamente ao ACES devem ser ajustadas ao nivel dos meios e organizacdo de cada unidade. Sem prejuizo da flexibilidade do painel de indicadores acordado localmente no compromisso de desempenho, haveré um conjunto minimo obrigatério de indicadores de monitorizagdo e avalizacio das UCSP, 0 qual decorre dos indicadores do contrato- programa de cada ACES. ‘Oventages para a Constituigo e implementa das UCSP 2

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