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SUPRIMENTO DE ELETRICIDADE POR MEIO DE PAINEL FOTOVOLTAICO:


PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA DIMENSIONAMENTO

Article · April 2005

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3 authors, including:

José Adriano Marini Luiz Antonio Rossi


Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) University of Campinas
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SUPRIMENTO DE ELETRICIDADE POR MEIO DE PAINEL
FOTOVOLTAICO: PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA
DIMENSIONAMENTO.

José Adriano Marini


Pós-graduando da Faculdade de Engenharia Agrícola - UNICAMP, Caixa Postal 6011, CEP: 13083-970, Campinas, SP, Brasil.

Luiz Antonio Rossi


Prof. Dr. da Faculdade de Engenharia Agrícola e do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético - NIPE, UNICAMP, Caixa
Postal 6011, F: +55 (19) 3788-1041, FAX: +55 (19) 3788-1010, CEP:13083-970, Campinas - SP, Brasil.
rossi@agr.unicamp.br

Resumo: Nas últimas duas décadas, sistemas de suprimento de energia, que utilizam recursos renováveis, têm sido empregados
como opção para fazerem parte da solução do problema de fornecimento de energia às comunidades rurais isoladas e às áreas
remotas. Neste trabalho, especificamente para a geração de eletricidade através de painéis fotovoltaicos, foi desenvolvido um
programa computacional de dimensionamento com metodologia apropriada e original usando a linguagem computacional Visual
Basic. Ele é utilizado para projetar sistemas de suprimento de energia elétrica que atenderão cargas comunitárias (iluminação
pública e de escolas e creches, bombeamento d’água, refrigeração em centros de saúde, irrigação, telecomunicações e lazer) e
cargas residenciais (iluminação, refrigeração, rádio e televisão, bombeamento de água, etc.).
Além do dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de forma simples e eficiente, ele também fornece uma análise econômica dos
componentes envolvidos no projeto e uma comparação com uma provável expansão da rede elétrica convencional e com um sistema
grupo gerador que atenderia o mesmo consumo de energia, tornando-se uma ferramenta importante para todos aqueles que
desejem projetar sistemas fotovoltaicos.

Palavras-chave: sistemas fotovoltaicos, energia solar, programa computacional.

1. Introdução e Revisão Bibliográfica

O elevado custo de fornecimento de energia elétrica às comunidades rurais, implícito no modelo tradicional de
redes elétricas, e os subsídios aos sistemas energéticos convencionais, que impedem o desenvolvimento de sistemas de
produção e uso locais de energia, contribuíram muito para a atual situação da falta de suprimento de energia elétrica no
meio rural. Há algum tempo, os sistemas de suprimento de energia alternativa descentralizados, utilizando recursos
renováveis, tem sido empregados no atendimento a comunidades mais isoladas (ROBERTS, 1991). O avanço da
tecnologia, principalmente nas áreas solar e eólica, vem criando opções para a geração de eletricidade de forma não
poluente (FADIGAS, 1993).
Basicamente, o projeto de um sistema fotovoltaico consiste na determinação da quantidade necessária de módulos
para atender uma determinada solicitação de carga elétrica. Invariavelmente, o número de módulos sempre depende de
dois fatores: quanto de eletricidade é exigido e quanta radiação está disponível. Ou seja, deve-se buscar a
compatibilização entre a demanda e a oferta (BOILY et al, 1998; ROSSI, 1995).
Uma das principais questões referentes à energia solar é como compará-la economicamente com outras fontes de
energia, tanto com as alternativas quanto com a rede elétrica convencional (COSTA et al,
2000). Para verificar se uma tecnologia é um investimento economicamente viável, é necessário recorrer ao uso de
modelos de análise que avaliem tanto os custos do investimento quanto os benefícios implícitos no mesmo, indicando
qual o benefício econômico que poderá ser obtido ou não (HIRSCHEFELD, 1996; RUEGG et al, 1980).
O principal objetivo deste trabalho foi gerar um programa computacional, com metodologia e linguagem
apropriadas, para auxiliar no projeto de sistemas fotovoltaicos destinados ao suprimento de pequenas comunidades
rurais, de modos fácil, rápido e com racionalização de equipamentos e recursos financeiros e sua análise econômica. O
desenvolvimento do software foi executado em linguagem computacional VISUAL BASIC, que oferece interface
simples, atraente e, principalmente, objetiva, facilitando o trabalho de inserção de dados e da coleta das informações
desejadas (WANG, 2000).

2. Material e Métodos

O modelo “NAD” (Número de Dias Autônomos) constitui-se numa metodologia convencional de dimensionamento
de sistemas de geração autônomos com armazenamento de energia.
Para sistemas fotovoltaicos, através do conhecimento da distribuição mensal da radiação solar incidente no plano
coletor, determina-se a potência instalada utilizando a radiação solar média diária do mês menos favorável, ou seja, o
mês que apresenta o menor índice de radiação solar, garantindo assim o atendimento da energia diária requerida.
A energia gerada pelo painel varia em função do ângulo de inclinação do Sol, e em painéis fixos, sem o
rastreamento do Sol, deve-se calcular o ângulo de inclinação para que receba energia solar de maneira uniforme com o
transcorrer do ano.
A capacidade das baterias é determinada em decorrência da freqüência dos dias de menor radiação ou da
quantidade de dias nublados durante o transcorrer de um período no ano e dos dias de armazenamento desejado.Dois
métodos de operação dos módulos fotovoltaicos serão indicados pelo programa: a) painéis fixos, sem alteração no
ângulo de inclinação e orientação e b) ângulo de inclinação variável e orientação fixa de acordo com as estações do ano.
Para o primeiro modo, o ângulo e orientação são fixos. Sob estas condições, o ângulo é igual à latitude do local de
instalação para maximizar a energia solar coletada pelos módulos fotovoltaicos. A orientação é colocar os módulos
voltados para o Sul em locais situados no hemisfério norte e voltados para o Norte no hemisfério sul. Para o segundo
modo, o ângulo é ajustado quatro vezes ao ano. Os ajustes do ângulo mantêm os módulos voltados para o Sol,
maximizando a energia coletada evitando os altos custos dos mecanismos seguidores do Sol.
O método mais difundido para dimensionamento é o do número de dias de armazenamento desejado ou número de
dias nublados consecutivos (freqüência máxima). Neste método, a potência instalada, a capacidade de armazenamento
das baterias, o número de módulos em série e em paralelo são determinados pelas Eq. (1); (2); (3) e (4) e o número total
de módulos pela Eq. (5):

a) Potência a ser instalada

PI = DDT / NH (1)

onde:
DDT – Consumo diário total de energia requerida pelas cargas
PI - Potência de painéis fotovoltaicos a ser instalada (kW)
NH - Número de horas de máxima radiação solar (h)

b) Baterias

DDT * DA
CAB = (2)
DB *η inv

onde:
CAB - Capacidade de armazenamento ou reserva das baterias (kWh)
DA - Número de dias sem radiação solar (dias de armazenamento)
DB - Amplitude de descarga das baterias

c) Módulos

Paralelo

NMP = IC / IGP (3)

onde:
NMP - Número de módulos em paralelo
IC - Corrente máxima das cargas (A)
IGP -Corrente média gerada pelos painéis (A)

Série

NMS = VC / VGP (4)

onde:
NMS - Número de módulos em série
VC - Tensão requerida pelas cargas (V)
VGP - Tensão fornecida pelos painéis(V)

Número total de painéis

NTP = NMP * NMS (5)

onde:
NTP - Número total de painéis a ser utilizado pelo sistema
O método utilizado pelo programa está baseado no critério do pior mês de incidência de irradiação solar, ou seja, as
dimensões do sistema de geração são determinadas de forma que a quantidade de energia coletada pelos painéis solares
é a menor do período considerado Isto significa que a quantidade de eletricidade gerada também será a menor possível
para o mesmo período. Por analogia com o sistema hidroelétrico, esta quantidade de energia pode ser considerada a
energia firme do sistema fotovoltaico, desde que exista suficiente série histórica de dados de radiação para validar tal
conceito. A capacidade de acumulação é, da mesma forma, calculada de modo a assegurar um certo número de dias de
fornecimento de eletricidade sem geração pelos painéis. Com isto, espera-se que, pelo menos, aproximadamente, o
sistema seja capaz de abastecer a carga instalada mesmo nos períodos em que a incidência de irradiação seja baixa.
Junto com o dimensionamento do sistema fotovoltaico, baseado nas principais cargas em uma comunidade isolada,
o programa computacional fornece uma análise econômica, indicando a relação custo/benefício e o valor do capital que
poderia ser economizado com a instalação através do índice de benefício líquido.
Na análise econômica, primeiramente, foram definidos os custos iniciais de investimentos, que representa o capital
necessário para se construir uma alternativa de geração. Considerando que os investimentos são concentrados no ano
inicial de operação da alternativa, o investimento inicial é dado pela somatória dos investimentos individuais de cada
componente do sistema que, para o sistema fotovoltaico são: sistema gerador, bateria e inversor. Para a rede elétrica, o
investimento inicial é calculado com base nos custos das linhas e componentes associados (transformador, postes,
chaves de proteção e outros). O investimento inicial de cada componente das alternativas a serem analisadas é calculado
pela Eq. (6):

INVi = CNi * PI (6)

onde: INVi - investimento inicial do componente em questão


CNi – custo unitário do componente
PI - potência do componente instalado

Para a alternativa Rede Elétrica, os investimentos iniciais são calculados pela Eq. (7):

INVRE = CNKM * DST (7)

onde: INVRE - Investimento inicial da rede elétrica (US$)


CNKM - Custo por km das linhas e equipamentos instalados (US$/km)
DST - Comprimento da rede (km)

De uma forma geral, para os componentes que possuem vida útil inferior ao horizonte de comparação, faz-se
necessário calcular o custo de reposição dos mesmos. O valor presente do investimento de cada componente do sistema
analisado considerando sua reposição é calculado pela expressão (8):

1
VPi = INVi*(1+ Σ ) com r = 0,1,2,3,..(.Ni*r) < H (8)
(1 + x) Ni*r

onde: VPi - Valor presente do investimento da componente i do sistema analisado (US$)


INVi - Investimento inicial do componente i (US$)
x - Taxa de desconto (decimal)
Ni - Vida útil da componente em questão (anos)
H - Horizonte de comparação (anos)

O custo anual de operação e manutenção é igualmente calculado para todas as alternativas analisadas neste trabalho
pela Eq. (9):

CAOM = TXOM * INVi (9)

onde: CAOM - Custo anual de operação e manutenção (US$)


TXOM - Taxa percentual dos custos de operação e manutenção (%)
INVi - Investimento inicial do componente (US$)

O valor atual dos custos de operação e manutenção é expresso pela Eq. (10):

(1 + x) H −1
VAOM = CAOM * (10)
x * (1 + x) H

onde: VAOM - Valor atual dos custos anuais de operação e manutenção (US$)
O custo anual de suprimento pelo sistema de geração é calculado pela Eq. (11):

CAGE = CME * DE * 365 + CMP * P (11)

onde: CAGE - Custo anual de suprimento pelo sistema de geração (US$)


CME - Custo marginal de energia (US$/kWh)
DE * 365 - Necessidade anual de energia do sistema isolado (kWh)
CMP - Custo marginal de ponta (US$/kW)
P - Necessidade de potência do sistema isolado (kW)

O valor atual dos custos totais de investimento da alternativa em questão é dado pela somatória do valor atual do
investimento de cada componente do sistema acrescido dos custos indiretos, como mostra a Eq. (12):

VAt = Σ VPi + (TX * Σ VPi) (12)

em que: VAt - Valor atual do custo total de investimento da alternativa analisada (US$)
TX - Taxa de custos indiretos (custos relativos à engenharia, administração e outros) (%)

O valor anual do custo total de investimento pode se analisado pela Eq. (13):

VACT = VAt * FRC (13)

onde: VACT - Valor anualizado do custo total de investimento (US$)

e o fator de recuperação de capital (FRC) é dado pela Eq. 14:

x * (1 + x) H
FRC = -1 (14)
(1 + x) H

O custo anual de geração, para o sistema fotovoltaico e grupo gerador, é expresso pela razão entre o custo total
anual equivalente e a energia anual gerada, conforme dado pela Eq. (15):

CTAE
CAG = (15)
EG / ano
em que: CAG - Custo anual de geração (US$/kWh)
CTAE - Custo total anual equivalente (US$)
EG/ano - Energia anual gerada (kWh)

A energia anual gerada pode ser calculada pela Eq. (16):

EG/ano = PI * FC * DI * 8760 (16)

em que: PI - Potência instalada (kW)


FC - Fator de capacidade (%)
DI - Fator de disponibilidade da alternativa de suprimento (%)
8760 - Número de horas anuais

Para a alternativa rede elétrica, o custo anual de geração é determinado como sendo a relação entre o custo anual
equivalente e a energia anual solicitada pelo sistema isolado, indicado pela Eq. (17):

CTAE
EG/ano = (17)
DDT * 365 * DI
O Benefício Líquido é expresso como a diferença entre o benefício total, ou seja, o quanto se economizaria em
gastos com a tarifa energética e o custo total, ambos traduzidos em valores anuais equivalentes. Para cada alternativa o
Benefício Líquido é calculado pela Eq. (18):

BL = BE – CTAE (18)
onde: BL - Benefício Líquido (US$)
BE - Benefício total proveniente da economia em energia elétrica (US$), com (BE) dado pela Eq. 19:

BE = DDT * 365 * TFF (19)

onde:TFF - Tarifa de fornecimento de energia (US$/kWh)

A relação custo-benefício, CBF, indica o retorno em anos do investimento e é fornecida pela Eq. (20):

CBF = CTAE / BE (20)

onde: CTAE - Custo total anual equivalente da alternativa analisada

A análise econômica da rede elétrica é feita através da utilização de linhas MRT (monofásica com retorno por
terra), alternativa que já vem sendo usada na eletrificação rural. Os valores do Wp foram os mais comuns encontrados
no mercado internacional e brasileiro, respectivamente: US$ 2,00; US$ 5,00; US$ 9,00 e US$ 20,00. Dos resultados
obtidos, o custo de geração foi o escolhido para comparação da viabilidade entre as diferentes fontes. Com esta
metodologia de análise econômica é possível comparar fontes renováveis de energia no fornecimento de energia elétrica
a sistemas isolados para suprimento em pequena escala.

3. Resultados e Discussão

Pelo apresentado, o programa computacional tem como finalidades calcular o sistema fotovoltaico e analisar sua
viabilidade econômica frente aos custos de expansão da rede elétrica convencional e da instalação de um sistema grupo
gerador. O projeto do sistema fotovoltaico foi desenvolvido baseado nos componentes elétricos presentes na
propriedade e seus respectivos consumos energéticos, após, fornece uma análise da viabilidade econômica de
implantação do projeto e, se for o caso, do tempo de retorno do capital investido baseado nas economias com o uso da
rede elétrica convencional. A validação do programa foi feita comparando seus resultados com os de outros projetos já
instalados e que funcionam bem, além de comparações com programas feitos em outros paises. As telas do programa
onde são solicitadas as entradas de dados e a que mostra os resultados finais são apresentadas pelas Fig (1), (2) e (3):

Figura 1. Tela de entrada de dados técnicos e econômicos para o dimensionamento do sistema


Figura 2. Resultados do dimensionamento técnico.

Figura 3. Resultados da análise econômica.


Em um exemplo de análise de viabilidade econômica, baseado em um consumo diário de 10kWh com pico de
demanda de 1kW e tomando-se por base valores de Wp em US$ 9,00, o programa fornece como resultados os valores
descritos pela Tab. (1).

Tabela 1: Valores de dimensionamento econômico fornecidos pelo programa Univolt.

Parâmetros Valor
Unidade monetária Real (R$) Dólar (US$)
Fator de Capacidade (%) 23,54 23.54
Custo inicial de instalação 61.220,00 24,488.00
Valor presente dos custos totais 69.114,07 27,645.63
Custo anual equivalente 8.114,20 3,245.64
Custo anual de geração (valor/MWh) 2.223,05 889,21
Índice custo/beneficio 18,44 15,64
Benefício Líquido -7.674,13 -3,038.06
Energia anual gerada (MWh) 3,65 3,65

Fazendo-se uma análise comparativa sobre os investimentos tanto no sistema fotovoltaico quanto em um grupo
gerador e sobre uma possível expansão da rede elétrica convencional, obtiveram-se os valores inseridos na Fig.(4).

Figura 4. Valores obtidos pela análise econômica de equipamentos que atenderiam um consumo diário de 10kWh.

Pelo obtido, quando as cargas a serem atendidas são poucas, a implantação de um sistema fotovoltaico se torna
viável a partir de pequenas distâncias da rede elétrica convencional. Verifica-se pelos resultados apresentados que a
Rede Elétrica possui o menor custo de geração para uma mesma demanda de cargas para consumidores situados
próximos da rede.
Optou-se por desconsiderar na análise a evolução da carga com o tempo, embora se sabe que a chegada da
eletricidade vai contribuir para o desenvolvimento da comunidade e conseqüentemente aumento de cargas. Porém, as
alternativas de suprimento propostas permitem atender acréscimos de carga: a rede elétrica normalmente é projetada
com capacidade superior à demanda solicitada e a alternativa solar é modular, ou seja, a medida que a carga aumenta
pode-se acrescentar novos módulos ao sistema, aumentando sua capacidade de geração.

4. Conclusões

Após sua validação, pode-se constatar que o programa pode vir a ser uma ferramenta útil no projeto e analise
econômica de sistemas fotovoltaicos no país, onde grande parte da população que vive em áreas isoladas não dispõe de
qualquer meio de fornecimento energético, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste onde a irradiação
favorece este tipo de geração energética, e que os programas até então disponíveis no mercado ou são muito caros,
impossibilitando seu acesso a maioria da população interessada ou requerem um elevado conhecimento técnico para seu
uso, o que também inviabiliza seu uso. Pela sua funcionalidade e interface amigáveis, este programa pode vir a difundir
o uso da energia fotovoltaica nestas regiões, trazendo consigo melhorias no nível de vida sócio cultural daquelas
populações.
Pela análise econômica podemos também destacar 3 pontos fundamentais relacionadas às fontes energéticas
trabalhadas pelo programa:
1. A viabilidade econômica de projetos fotovoltaicos só ocorre quando não há qualquer possibilidade de expansão
da rede elétrica convencional até a propriedade, tendo em vista principalmente os altos custos ainda dos painéis solares,
principal componente do sistema.
2. O grupo-gerador é uma alternativa viável para comunidades isoladas e que possuam baixo consumo de energia,
pois à medida que este aumenta, há aumento no consumo de combustível, tornando assim a alternativa pouco
interessante para grandes demandas.
3. A expansão da rede elétrica convencional continua sendo viável do ponto de vista econômico, principalmente se
o consumidor planeja, em um futuro próximo, incorporar mais elementos consumidores de energia na propriedade, já
que não terá mais gastos em investimentos.

5. Referências

BOILY, R., SAWADOGO, A., ROSSI, L.A., 1998, “Desenho de sistemas fotovoltaicos para comunidades rurais”,
Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, Vol. 1, Poços de Caldas, MG, pp. 45-50.
COSTA, H. S., COSTA, R.A.L. & ECK, M., 2000, “Análise econômica comparativa da eletrificação rural comercial e
fotovoltaica”, Anais do III Encontro de Energia no Meio Rural, Vol. 1, Campinas, SP, pp. 156-162.
FADIGAS, E., 1993, “Dimensionamento de fontes fotovoltaicas e eólicas com base no índice de perda de suprimento e
sua aplicação para o atendimento a localidades isoladas”, Dissertação (Mestrado), Escola Politécnica-Universidade
de São Paulo, São Paulo, SP, 163p.
HIRSCHEFELD, H., 1996, “Engenharia Econômica e Análise de Custos”, Ed. Atlas, 6a. ed, São Paulo, SP, 407 p.
ROBERTS, S., 1991, “SOLAR ELECTRICITY: A Practical Guide to Designing and Installing Small Photovoltaic
Systems”, Prentice Hall, New York, EUA, 434p.
ROSSI, L. A., 1995, “Modelo avançado para planejamento de sistemas energéticos integrados usando recursos
renováveis”, Tese de Doutorado, Escola Politécnica-Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, p.180.
RUEGG, R.; SAV, G. T., 1980, “The Microeconomics of Solar Energy”, National Bureau of Standards, Washington,
DC, 134p.
WANG, W., 2000 “Visual Basic 6 For Dummies”, Ed. Campus, Petrópolis, RJ, p. 532.

6. Nota de Responsabilidade

Os autores são os únicos responsáveis pelas informações contidas neste artigo.

A SOFTWARE DEVELOPED FOR ELECTRICAL SUPPLYING THROUGH


PHOTOVOLTAIC SYSTEM
Abstract. In the last two decades, the energy supply systems utilizing renewable resources have been used as an
alternative solution to the problem of electrical energy supplying to isolated rural communities and remote areas. In
this work, especially in the case of electricity generation through photovoltaic systems, it was developed a software
based on an appropriate and original methodology supported by the Visual Basic language. This software is utilized for
the design of electrical energy supplying systems to attend public lightning as well as to schools and nurseries, water
pumping and irrigation systems, health center’s cooling, telecommunication, and leisure. It is also utilized for
residential electrical load purposes (lightning, cooling, radio and television functioning, water pumping, etc.). Besides
the design of photovoltaic systems, the software allows an economical analysis of the project parameters and a
comparison to both the probable conventional electric grid expansion and the diesel generator group system providing
the same electrical energy consumption. At last, this software represents an important device for those involved with
photovoltaic system project.

Keywords: Photovoltaic System; Solar Energy, Software.

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