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Partido Novo Contra A TV Do PT
Partido Novo Contra A TV Do PT
14/06/2023
Número: 1058215-63.2023.4.01.3400
Classe: AÇÃO POPULAR
Órgão julgador: 1ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 14/06/2023
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Comunicação Social, Radiodifusão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO (AUTOR) ALEXANDRE BISSOLI (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (REU)
JOSE JUSCELINO DOS SANTOS REZENDE FILHO (REU)
PARTIDO DOS TRABALHADORES (REU)
GLEISI HELENA HOFFMANN (REU)
JILMAR AUGUSTINHO TATTO (REU)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
16654 14/06/2023 14:33 Petição inicial Petição inicial
44481
16654 14/06/2023 14:33 Inicial Inicial
44485
16654 14/06/2023 14:33 1 - Quitação Documento Comprobatório
44490
16654 14/06/2023 14:33 2 - Procuração Procuração
79446
16654 14/06/2023 14:33 3 - Folha Documento Comprobatório
79450
16654 14/06/2023 14:33 4 - Estado Documento Comprobatório
79451
16654 14/06/2023 14:33 5 - G1 Documento Comprobatório
79452
16654 14/06/2023 14:33 6 - CNN Documento Comprobatório
79453
16654 14/06/2023 14:33 7 - PT Documento Comprobatório
79455
16654 14/06/2023 14:33 8 - Deliberação EC Documento Comprobatório
79456
Petição inicial anexa
Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:32:59 Num. 1665444481 - Pág. 1
https://pje1g.trf1.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061414274172600001649063671
Número do documento: 23061414274172600001649063671
ALEXANDRE BISSOLI
ANDRÉ MELO AMARO BISSOLI ADVOGADOS
BRENNO MARCUS GUIZZO
;e
JILMAR AUGUSTINHO TATTO, Secretário de Comunicações do Partido dos
Trabalhadores (PT), Deputado Federal,
na
qualidade de concorrentes ao ato impugnado, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos.
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3.530 – conj. 81 – Jardim Paulista – CEP 01402-001 – SÃO PAULO/SP
TEL. +5511 3051-6077 – www.bissoliadv.com.br
Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:33:00 Num. 1665444485 - Pág. 1
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BISSOLI ADVOGADOS
I. DOS FATOS
1. – No dia 06.06.2023, a Folha de São Paulo veiculou, em sua coluna Painel, notícia
intitulada “PT pede ao Ministério das Comunicações para ter seus próprios canais de TV e
rádio” (Doc. 3)1. Conforme narra a peça jornalística, o correquerido PARTIDO DOS
TRABALHADORES (PT), nas pessoas de sua respeitável presidente GLEISI HELENA
HOFFMANN e r. secretário do Comunicação JILMAR AUGUSTINHO TATTO,
enviou um pedido ao Ministério das Comunicações, atualmente chefiado pelo e.
correquerido Ministro JOSÉ JUSCELINO DOS SANTOS REZENDE FILHO, para que
fosse a ele outorgado concessão de canal de televisão e rádio vagos.
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BISSOLI ADVOGADOS
aprofundamento de debates complexos e promoção da educação política mais completa e efetiva
aos cidadãos brasileiros que se interessassem”.
7. – A UNIÃO FEDERAL, por sua vez, é a pessoa jurídica de direito público à qual
está subordinada o Ministério das Comunicações, a quem, na pessoa de seu Ministro
JUSCELINO FILHO, se endereçou o referido ofício. Mais importante, contudo, é
anotar que cumpre à UNIÃO e a JUSCELINO FILHO o papel de dar seguimento ou
não ao pedido veiculado no ofício, de modo que a sua presença do polo passivo é
fundamental para que o objetivo final desta Ação Popular – a saber, o não seguimento
do pleito partidário eivado de ilegalidade – possa encontrar efetivação.
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BISSOLI ADVOGADOS
(ii). Da disponibilização de documentos e informações
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concessão de veículo de radiodifusão a partido político. Por isso, a Ação Popular é o
meio hábil para se coibir que a ilegalidade siga em frente.
12. – É por meio dela que um cidadão pode exercitar o seu direito e zelar pela higidez
do sistema republicano brasileiro, tal como se pretende fazer através da presente. A
ilegalidade teve início e, mesmo que em total desconformidade com o art. 10 e ss. do
Regulamento dos Serviços de Radiodifusão – que regra o procedimento correto para a
outorga de concessões –, demanda a reprimenda deste Poder Judiciário para que se
certifique nenhum passo a mais seja dado em direção ao despropósito que é a outorga
de canal televisivo e de rádio a partido político.
III. DO MÉRITO
13. – O art. 221 da Constituição Federal positiva quais são os princípios que devem
ser atendidos pela produção e programação das emissoras de rádio e televisão da
seguinte forma:
15. – Ainda que disfarçado sob o manto de “formação política” e “informações com
credibilidade”, é claro que o conteúdo de uma rede de radiodifusão partidária seria,
por sua natureza, também partidário. As finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas o seriam apenas no diapasão que servisse aos interesses do partido
proprietário dos canais. A promoção da cultura nacional e regional e o estímulo à
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produção independente, igualmente, estariam sempre ladeados pelos objetivos
políticos partidários.
16. – Não se busca afirmar aqui que todos os canais de radiodifusão são isentos e que
aquele que fosse propriedade de um partido político fugiria à regra. A questão cinge-
se, tão somente, ao fato de que as ideologias dos meios de radiodifusão atuais não se
confundem com uma determinada ideologia político-partidária, como seria o caso de
uma eventual “TV PT”. E isso, é claro, foge por completo dos objetivos que balizam a
outorga estatal de redes de radiodifusão.
17. – Essa linha de raciocínio pode ser derivada analogamente daquela que rege as
vedações a parlamentares serem proprietários de veículos de telecomunicação. É o que
faz Marcio Iorio Aranha, ao ponderar:
6ARANHA, Marcio Iorio. Direito das telecomunicações e da radiodifusão: histórico normativo e conceitos fundamentais. 7. ed. rev. e
atual. London: Laccademia Publishing, 2021, Item 3.2.2.5.
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tempo, agentes políticos voltados à consecução de seus fins políticos. O conteúdo de
eventual canal não ficaria infenso a essa influência.
20. – Toda a legislação eleitoral é erigida com base no princípio de que, entre aqueles
que disputam os pleitos democráticos, deve existir uma parida de armas mínima, ao
menos a nível institucional. Isso possibilita que os sucessos e insucessos dos partidos
podem e devem ser atribuídos exclusivamente a eles: se o Estado deixa de beneficiar
um ou outro partido frente aos demais, resta preservado um campo de jogo nivelado,
que terá seu resultado declarado pela apuração das urnas.
21. – Traços claros dessa posição equidistante entre os partidos políticos é a legislação
eleitoral a respeito da propaganda partidária. Os arts. 44 e seguintes da Lei nº 9.504/97
são a maior evidência da preocupação que a República Brasileira tem em garantir
isonomia às diferentes legendas, na medida em que estabelece um sistema rígido de
acesso ao direito de antena e divisão dos tempos de propagando partidária. Se é certo
que essa divisão usa como discrímen, também, a quantidade de cadeiras conquistadas
nas eleições para a Câmara dos Deputados, indubitável que tal critério de divisão não
configura tentativa de priorizar um partido frente ao outro.
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24. – É a opinião novamente externada por Marcio Iorio Aranha, que afirma:
26. – Cumpre, por fim, anotar um último elemento relevante para desvendar a
questão sobre a regularidade da propriedade de radiodifusoras por partidos políticos.
É que o art. 222 da CF passou por emendamento revelador, na forma da Emenda
Constitucional nº 36/02, que demonstra a intenção legislativa (do constituinte
derivado!) em vedar as agremiações partidárias de serem donas de empresas
concessionárias de serviços radiodifusores.
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e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a
brasileiros.
28. – Esse estado de coisas perdurou até 2002, quando a Emenda Constitucional nº 36
reformulou a literalidade do dispositivo para aquela que consta até os dias de hoje:
30. – O cenário passou a ser outro a partir de 2002. A EC nº 36, que tinha como
principal intuito permitir a entrada de algum capital estrangeiro na participação das
sociedades jornalísticas e radiodifusoras, retirou a previsão de participação das
agremiações na propriedade de ditas empresas. Se antes havia possibilidade
indubitável, a EC nº 36 lançou, no mínimo, uma penumbra em cima da regularidade
da propriedade por partidos políticos.
31. – Essa dúvida, contudo, não perdura por muito tempo uma vez considerados
outros fatores. É de se notar, por exemplo, que, na origem, a PEC nº 203/95, a qual –
em conjunto com a PEC nº 455/97 – eventualmente se tornou a EC nº 36, mantinha em
seu texto a previsão da participação de partidos políticos na participação acionária.
Essa dicção somente foi alterada no substitutivo oferecido pelo Relator da Comissão
Especial, Dep. Henrique Eduardo Alves, em momento posterior até mesmo à avaliação
da Comissão de Constituição e Justiça (Doc. 8).
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após o processo legislativo, deliberadamente omitiu-se referida passagem, é
impositivo concluir que essa exceção deixou de perdurar.
33. – E nem se fale que os partidos políticos estariam abarcados pelos casos
permitidos pelo § 1º, tornando a existência de exceção expressa despicienda. Isso já
seria verdade para o caso da redação anterior, na medida que – partindo de uma
interpretação extensiva, que equipara as agremiações a sociedades empresariais – os
partidos já cumpririam a segunda exceção, a saber, “sociedades cujo capital pertença
exclusiva e nominalmente a brasileiros”. O constituinte julgou necessário a menção
expressa aos partidos políticos, de modo que essa previsão explícita se mantém
necessária até hoje. Na sua ausência, forçoso concluir pela inviabilidade da
propriedade de empresa radiodifusora por partido político.
34. – Esse argumento se reforça pelo fato de que os partidos políticos, embora pessoas
jurídicas de direito privado, se submetem a um regime híbrido que, ao menos no que
toca a aplicação do princípio da legalidade estrita, os aproxima das pessoas jurídicas
de direito público. Isso porque a Constituição Federal, o Código Eleitoral, a Lei dos
Partidos Políticos, a Lei das Eleições e as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral
regulam e controlam de forma rigorosa o modo e a esfera de atuação das agremiações.
36. – Mais relevante ao presente caso, entretanto, é a estrita regulação imposta pela
Constituição Federal e a Lei dos Partidos Políticos sobre o chamado direito de antena
– o acesso gratuito ao rádio e à televisão – como meio de propaganda partidária. De
acordo com José Jairo Gomes7:
7 Direito eleitoral, José Jairo Gomes. – 16. ed. – São Paulo: Atlas, 2022, p. 150/151
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denominado direito de antena, consistente no acesso gratuito ao rádio
e à televisão – que são importantes meios de comunicação de massa.
A propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão havia sido
extinta pelo art. 5º da Lei nº 13.487/2017. Todavia, foi reintroduzida
pela Lei nº 14.291, que inseriu na LPP os arts. 50-A a 50-E.
Tanto a Constituição Federal quanto a Lei nº 9.9096/1995 apenas
aludem à propaganda partidária no rádio e na televisão. Diante disso,
discute-se se poderia ser veiculada propaganda partidária em outros
meios, como a imprensa escrita ou eletrônica, internet, redes sociais,
outdoors. Acentuando o respeito à liberdade de expressão e seu
assento constitucional, a jurisprudência já afirmou ser permitida a
propaganda partidária pela imprensa, “desde que se faça dentro dos
princípios da ética, e em obediência aos preceitos legais que compõem
o nosso ordenamento jurídico” (TRE-SC, Res. nº 7.133, de 8-9-1999.
Por seu turno, ao responder à Consulta nº 1.132/DF (Res.
nº 21.983/2005), a Corte Superior Eleitoral reconheceu existir norma
específica que discipline a propaganda partidária em tais veículos,
concluindo pela licitude de sua realização, desde que sejam
“observadas as vedações previstas para a propaganda nas leis que
disciplinam o Direito Eleitoral”. Infere-se, pois, que a realização de
propaganda fora do rádio e televisão submete-se à mesma disciplina
e limitações previstas para a propaganda eleitoral.
A propaganda partidária é gratuita. Mas a gratuidade é relativa, pois,
nos termos do artigo 50-E da LPP, o veículo emissor é sempre
ressarcido pelos cofres públicos por meio de mecanismo de
compensação tributária.
A regulamentação dessa matéria deve ter o sentido de se assegurar
a isonomia entre as agremiações. Se investido em publicidade, o
arsenal econômico detido por algumas entidades poderia ensejar o
desequilibro de futura disputa eleitoral.
38. – Dito isso, tem-se atualmente um sistema de acesso ao direito de antena para a
realização de propaganda partidária estritamente regulado pela Constituição Federal:
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terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
cento) dos votos válidos em cada uma delas;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
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IV - a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas
(fake news);
V - a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito
racial, de gênero ou de local de origem;
VI - a prática de atos que incitem a violência.
43. – O perigo da demora é também evidente. Por mais incipiente que seja, toda
medida de controle e manipulação da opinião pública que coloque a democracia em
risco deve ser imediatamente combatida. A demora apenas a fortalece, ao mesmo
tempo que enfraquece, podendo até mesmo tornar ineficaz, qualquer tentativa de que
seja controlada. Como diz o ditado, há de se cortar o mal pela raiz: para resguardar a
democracia brasileira, não se deve abrir qualquer margem de discussão sobre a
concessão da chamada “TV PT”.
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BISSOLI ADVOGADOS
44. – Embora surpreenda pela ousadia e desfaçatez, o ofício do PT está em harmonia
com o histórico de atuação do partido e as suas ideias sobre os meios de comunicação.
Sob o autoritarismo inato da agremiação, o controle social da mídia sempre foi um dos
seus objetivos principais, muito embora, a contragosto da vontade de suas principais
lideranças, não tenha sido executado na prática.
45. – E são essas lideranças que, não contentes com a volta do partido ao poder e a
retomada do controle do governo federal, querem mais. Não bastassem os milhões que
recebem de fundo partidário, o enorme tempo de rádio e televisão gratuito a que têm
direito e a da utilização da TV Brasil, canal público que se presta a transmitir live da
primeira-dama Janja da Silva, eles buscam agora um canal de televisão próprio, a “TV
PT”, mais um meio de comunicação para fazer doutrinação e proselitismo político com
dinheiro público.
46. – Por mais absurdo e desarrazoado que seja o pedido, considerando que o partido
detém o controle do governo federal, não seria absurdo pensar um cenário em que o
Ministro Juscelino Filho, já maculado por escândalos em seu curto período na frente
do Ministério das Comunicações, seja constrangido pelo partido a outorgar a
concessão, ainda que em evidente contrariedade à legislação.
48. – Sendo assim, faz-se necessária a imediata publicização de todo e qualquer ofício
e outra forma de comunicação entre as partes, assim como do procedimento interno
do ministério das comunicações a partir do protocolo do ofício pelo PT, realizado em
06 de junho de 2023. Da mesma forma, medida adequada e necessária é a suspensão
imediata de todo e qualquer procedimento que discuta a concessão de canais de rádio
e TV que envolva o PT, seus dirigentes e o Ministério das Comunicações.
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BISSOLI ADVOGADOS
V. CONCLUSÃO
b) A concessão da liminar, com base na tutela de urgência (Art. 300, CPC) e no art.
2º da Lei nº 4.717/65, para que:
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
ALEXANDRE BISSOLI
OAB/SP 298.685
15
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JUSTIÇA ELEITORAL
CERTIDÃO
Res.-TSE nº 21.823/2004:
O conceito de quitação eleitoral reúne a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto,
salvo quando facultativo, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos
relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça eleitoral e não
remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular prestação de contas de campanha eleitoral, quando se
tratar de candidatos.
A plenitude do gozo de direitos políticos decorre da inocorrência de perda de nacionalidade; cancelamento
de naturalização por sentença transitada em julgado; interdição por incapacidade civil absoluta;
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a
todos imposta ou prestação alternativa; condenação por improbidade administrativa; conscrição; e opção,
em Portugal, pelo estatuto da igualdade.
4/KQ.FPJT.55M4.F9CU
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ALEXANDRE BISSOLI
ANDRÉ MELO AMARO
BRENNO MARCUS GUIZZO BISSOLI ADVOGADOS
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EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO
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Número do documento: 23061414302653200001649106636
13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha
Painel (/colunas/painel/)
Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e
Juliana Braga
@grupofolha.com.br)
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painel
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6.jun.2023 às 15h58
ww1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/06/pt-pede-canais-de-tv-e-radio-ao-ministerio-das-comunicacoes.shtml 1/7
Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:33:00 Num. 1665479450 - Pág. 1
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13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha
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O pedido lista 49 canais em diversos estados que hoje estão vagos e poderiam
ser disponibilizados pelo ministério.
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COLUNAS E BLOGS
Painel: Boulos usa na TV frase que foi slogan de Tarcísio, e governador ironiza
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13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão
Para justificar o pedido, Tatto, que também é deputado federal e secretário de Comunicação da
Câmara, afirmou que “o PT é grandioso, é o maior partido político de esquerda da América
Latina, com mais 2,5 milhões de filiados e filiadas, está organizado em todas as capitais e na
grande maioria dos municípios brasileiros” e que a concessão vai ajudar a “difundir as nossas
ideias e propostas da militância”.
Ofício do PT pedindo ao Ministério das Comunicações a concessão de um canal de TV Foto: Reprodução / Estadão
Em um trecho do ofício revelado pelo próprio partido, o PT argumenta que “um canal de
comunicação próprio possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e
estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar,
adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”.
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13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão
que o pleito é inédito. Nenhuma outra legenda detém oncessão pública para operar um canal
de TV. Um levantamento do próprio PT aponta que há 49 canais vagos pelo País e com
possibilidade de concessão do Ministério das Comunicações.
Para Gleisi, a decisão permitirá o partido ampliar as suas redes e levar “informações com
credibilidade, incentivo à participação e formação política”. “Cumprimos todas as exigências
determinadas pela Constituição para concessão pública de meios de comunicação”, disse.
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O ministro das Comunicações, que avaliará o pedido, mais uma fez está na berlinda. O Estadão
revelou nesta segunda-feira, 5, que Fernando Fialho, sogro de Juscelino, recebe empresários
no Ministério das Comunicações até mesmo quando o genro está fora da capital federal. O
sogro, contudo, opera irregularmente, uma vez que não está nomeado na pasta.
Além disso, no gabinete de pasta, representantes de empresas são recebidos pelo sogro e por
João Bezerra Magalhães Neto, um aliado político do ministro, que, para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), é um aposentado por invalidez, mas, no ministério, atua ao lado de
Juscelino.
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13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão
Quando o Estadão revelou que Juscelino Fi h u ou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para
viajar para São Paulo e assistir eventos equestres de seu interesse pessoal, a presidente do PT
defendeu a demissão do ministro. “Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia
pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso
impede o constrangimento de parte a parte!”, comentou Gleisi numa entrevista.
Será a segunda apuração caso o processo seja aberto. Em março, o mesmo colegiado apurou o
uso de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) por Juscelino para ir e voltar de leilões de
cavalos de raça em São Paulo, em janeiro. O voo custou ao menos R$ 130 mil aos cofres
públicos. O ministro ainda ganhou R$ 3 mil em diárias. Juscelino devolveu parte das diárias ao
alegar um erro no sistema.
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