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Empoderamento feminino como rompimento do ciclo de violéncia doméstica Women’s empowerment as disruption of the domestic vio- lence cycle. Milene Oliveira Morais! Thais Ferreira Rodrigues? RESUMOr © precente anigo surge da ABSTRACT: Thic anicle came emerged constatagéo de que a violéneia convaa when it was observed that violence mulher no Brasil aumentou muito nor against women in Brazil hes greatly ‘imos anos. Desta forma, toms-ce ne- increased in recent years. Thus, it i cessirio um estudo mais aprofundado a necessary further study regarding the rexpeita do empoderamento da muller empowerment of women victim of do- vitima de violéncis doméstica. Trata-se mestic violence. It is a quabitative and de um exnido qualitative ¢ quantitat quentianve enidy where it was found vo, em que se constatou que grande that most women victims of domestic pare da mulheres vitimas ce wioléncia violence prefer aotto press charges and doméstica preferem no prestar queixa continue being married, ether for eco- ¢ conauar a vida de catada, seja por nomic seasons, for wanting to be well mottos econémicos, por quererserbem cegarded by society or by the simple fact vinta pela sociedade, ou pelo simples that they love their partners and thinks fate de amacseus compankeisos ¢ aciar that they cna change thew hehevior aque eles podem modificar sua conduta PALAVRAS-CHAVE Violéncia doméstics, Muller: Empodecamenta KEYWORDS: Domestic violence Woman. Empowerment TAssiienis Social, Pér-Graduada em Violincia Doméstica Conira Criangas © Adblescente TTASE. Graduada em Servigo Socal pelo Centro de Ensino Superior de Conselhero Lasite = CES — Contelheice Lafaxcte MG. Exnailsilennemorais yahoo com be ‘2cientit Politen, Dowtoraada em Ciéncia Poliaea pela Uaiversdade Federal Fluminense (UPD) Mess em Gineia Politica pela UFP. Bacharele Licenciaca em Ciéneias Socas pla UEP Email thnsteementid be evista de Gidcios Humana. Vigosa. 16, 1, p- 88-103, andjun 2016 89 |. INTRODUGAO. © presente artigo surgiu quando foi observado que a violéncia contra a mulher ne Brasil aumentou muito nos Glkimos anos. Embora muitos avangos tenham sido aleangados com a Lei Maria da Pena (Lei a? 11.340/2006), ainda assim, hoje, contabilizamos 4,4 assassinatos a cada 100 mil mulheres, ntimero que coloca o Brasil no 7? lugar no ranking de paises nesse tipo de crime, 43% das mulheres em situacao de violencia sofrem agressoes diariamente; para 35%, a agressao ¢ semanal. Esses dados foram sevelados no Balango clos atendimentos realizados em 2014 pela Central de Atendimento a Mulher ~ Ligue 180, da Secretaria de Politicas para as Mulheres da Presidéncia da Repiblica (SPM-PR). Essas agiessoes tém muitas vezes como consequéncia a morte de mulheres qc, por varias vezes, pediram ajuda. Desta forma, tomase necessario uum escudo mais aprofundado a respeito do empoderamento da swulher vitima de violeneia doméstica. Historicamente a mulher é uma vitima constante de diferentes formas cle violéncia, principalmente as que dizem respeito a seus maridos @ companheiros, no entanto temese observade mudangas significativas a comecar pela Constituigio Federal de 1988, a qual di2 que todos sho iguais perante 2 lei No entanto, a violéncia doméstica tem sido um tema relevante & preocupante para a sociedade brasileira, sendo que a violencia domestica tem estado em primeiro lugar no ranking das preocupagées das mulhe- res, Para 70% da populagio, a mulher sofre mais violéncia dentro de casa do que em espacos ptiblicos no Brasil. E 0 que mostra pesquisa inédita feita com apoio da SPM-PR e Campanha Compromisso e Atituce pela Lei Maria da Penha, que sevelou significativa preocupacio da sociedade com a Violéncia doméstica © 03 assassinatos dle mulheres pelos parceiros ou excparceiros no Brasil (SPM-PR, 2014) 0s legisladores passaram a dar impostincia maior a0 tema quando foi observado que nestes casos 0 agressor sempre saia impune A lei alterou o Cédigo Penal, com a introdugio do parigrafo 9%, do Art. 129, possibilitande que agressores de mulheres em mbito doméstico ou familiar sejam presos em flagi decretaca, Estes agressores também nio poderio mais ser punidos com penas alternativas. A legislagio aumenta o tempo maximo de detencio previsto de um para trés anos; a lei prevé, ainda, mediclas que vao desde a remogio do agressor do domicilio & proibigio de sua aproximagio da mulher agredida Assim sendo, este artigo tentari mostrar a questio da violéneia doméstica contra a mulher sob um enfoque juridico, sem deixar de lado a questio social, da qual no pode se distanciar nte ou tenham sua prisio preventiva 90 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 2. VIOLENCIA DOMESTICA 2:1. A VIOLENCIA No BRASIL A violéncia por certo nao se constitui em um problema vivenciado pela humanidade ¢ evidencindo a partir do século passado, mas tem seu surgi- ‘mento no inicio da propria eivilizagio humana. No entanto, nio 3¢ pode tratar tal fenémeno como natural, pois € um sério problema social que vem, no decorrer dos anos, sendo combatido. Neste contexto, € necessario que o foco recaia na construgio dos relacionamentos, bem como no papel exercido pela violéncia e seus efeitos sobre 0 casamento/namoro ¢ sobre os diversos aspectos da vida los atores envolvidos (Alvim & Souza, 2005). ‘A construgio historico-ideolégien da superioridade do homem a mulher fomece dados que proporcionaram uma compreen- io do aspecto evolutivo relacional dentro clo quadro de agressio marital Essa submissio ocorre, como registro hist6rico, ha pelo menos 2500 anos, Nas civilizagdes gregas, a mulher era vista como uma criatura subumana, submissa ao homem. Era diminuida moralmente e socialmente e nao tinha direito algum. Na Idacle Média, a mulher desempenhava o papel de mie esposa. Sua funcio era obedecer ao marido gerar filhos. Sem nenhuma vega ia ou permissdes, Na Idade Modema, ocorre um cenario de contradigdes em que. de um lado, havia a queima de sutias em pragas piiblicas, que simbolizava a tio sonhack liberclade feminina, e dle outro, esposas eram queimadas nas piras funeririas junto aos corpos dos maridos falecidos, se tivessem sido Vitimas de violéneia sexual (DIAS, 2011) Segunclo Birman (2001), no modelo da mocemidacle em que transformagdes e consequéncias so tmabalhadlas, é preciso antes compre= ender 0 modelo clissico da diferenga sexual. Num primeiro momento, como citado anteriormente, a diferenga sexual era focada no masculino, de modo hierirquico © homem era visto como 0 sexo tinico, distinto e bem diferenciado. No final do século XIX e inicio do século XX, seria iniciado um discurso sobre essa diferenga sexual. A violéncia contra a mulher € qualquer ato ou condura basenda no género, que cause morte, dano ou sofrimento fisico, sexual ou psicolég co A mulher, tanto na esfera publica como na esfera privada.” (Array, 2009) Segundo Dallari (1998, p. 25), “a violéneia se manifesta por meio lo abuso da forga, da tirania, da opressio. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigicla a fazer ou deixar de fazer ‘um ato qualquer’. As formas de violéncia variam, desde guerras, conflitos entre religiosos ¢ extremistas politicos, entre outras formas. Para Dallasi (2008), Pesto de Cini Humana, Vigosa. 16, 1. p 89-103, andj 2016 91 A violencia, em seus mais variados contomos, & um fendme no histérico na constituipdo da sociedade brasileira. Desde a ceveravidio, primeiro como indive e depois, e epecialment, amio de obra africana, 2 colonizaclo mercantilista, o corone Liemo, a oligacquiae antes e depois da independéncia, co jz2o somado a um Ertado caracterzado pelo aurortariemo bburocratico, contribuiu enormemente para o aumento da vio- [Encia que atravessa a historia do Brasil (DALLARI, 2008 p. 54) Ainda para o autor, muitos fatores propiciam 0 aumento da viow Jéncia, como o crescimento da urbanizagio, em que ha um crescimento desordenado das ciclades, provocando um enos, além do grande ntimero de pessoas que nelas se instalam. Com isso, ha a necessiclade cle consumo, quando a mulheres se veem frustradas pela grande dificuldade em conseguir emprego nas grandes eicades, (DALLARI, p. 58) Outro fator que, segundo Dallari (2008), contribui para a violencia doméstica é a falta de preparo do poder publico em lidar com a situagio, notando-se que a violéncia também faz parte do cotidl lares de pessoas que fazem parte do Judicirio (DALLARI, p.59) (© autor também observa que as causas da violencia também cstio associadas a outros tipos de problemas, nao somente as questocs econémicas. A falta de programas de politicas ptiblicas de seguranca vol- tacas para © tema, em conjunto com a ineficiéneia do Estado, aumenta a sensagio de injustica e impunidade, o que faz com que esta ineficiéncia seja talvez a principal causa da violéneia (DALLARI, p.64) 2.2, A VIOLENCIA CONTRA A MULHER Mornes (2005) define que ocorte violéncia toda vez que uma pessoa trata a outra como um objeto. Assim, podesse classificar a violencia em quatro tipos: violéncia fisica, psicolgica, sexual ou econémica.. No easo da violéncia fisica, segundo Moraes (2005), ela ocone quando ha utilizagio de forga Fisica, com tapas, empurrées, s0cos, mordidas, chutes, queimaduras, cortes, estrangulamento, lesbes por armas ou objetos, obrigando a tomar medicamentos desnecessirios ou inadlequados, dleool, drogas ou outras substincias, inclusive alimentos, Moraes (2005) elassifiea a violénein psicolégiea como aquela que prejuclica a autoestima, a identidade ou o desenvolvimento da pessoa Sie muito utiizados, neste caso, insultos, humilhagio, desvalorizagzo, chantagem, isolamento de amigos e familiares, ridicularizagio, rechaco, manipulagio afetiva, exploragio, negligéncia, ameagas, privagio arbitraria da liberdade (impedimento de trabalhar, estudar, euidar da aparéncia pes seal, gerenciar o préprio dlinheiro, brinear ete), confinamento doméstico, cfiticas pelo desempenho sexual, omissio de carinho e negar atengio e supervisio (MORAES, p.179) 92 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 Para 0 Ministério da Satide (2002), a violéncia sexual é toda agio zna qual uma pessoa em relagio de pocler e através da forea fs 0u intimidagio psicolégica, obriga outra a0 ato sexual contra sua vontade, ou que a exponha a interagSes sexuais que propiciam sua vitimizagao, da qual o agressor tenta obter gratifieagio. A violéncia sexual ocorre em uma variedade de situagdes como estupro, sexo forgado no casamento, abuso sexual infantil, abuso incestuoso e assédio sexual. Ji a violéncia econémica ou financeira, de acordo com © Mit nistério da Satide (2002) so os atos destrutivos ou omissdes do agressor que afetam a satide emocional e a sobrevivéncia dos memibros da familia. Esta violencia inclui roubo, destruigio de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimagio e outros) ou de bens da sociedade con- jugal (residéncia, méveis ¢ utensilios domésticos, ten dle pagar a pensio alimenticia ou de participar nos gastos basicos para a sobrevivéncia clo niieleo familias, uso dos recursos econémicos de pessoa idosa, tutelada ou incapaz, cestituindo-a de gerir seus préprios recursos & deixando-a sem provimentos e cuidados. Apesar de nossa sociedade ser avangada, observa-se, no concer nente & ordem social, que ela continua sendo dominada pelo machismo © autoritarismo masculino, pretencendo © homem também © controle do espago doméstico. Muitas mucangas foram realizadas no decorrer dos anos, mas ainda ha um grancle niimero de homens que limitam o espago das mulheres, que, por sua vez, concordam e se sujeitam As mais diversas situages que Ihes sao impostas. Assim, segundo Pacha (2008, p. 32): “a violencia de género se mantém, Ela no diserimina classe social, grau de escolaridadle, renda ou idade. £ uma violencia silenciosa, que afronta a dignidade individual e coméi os valores ¢ a estrutura das fami 4 Assembleia Geral das NagBes Unidas adotou, em dezembro dle 1993, a Declaragio sobre a Eliminagio da Violéncia Contra a Mulher, como primeiro documento intemacional de diseitos humanos que trata exclusivamente da violéncia contra a mulher. Nesta declaragio, afirma- se que a violéneia contra a mulher infringe e, por sua vez, deteriora ou anula o aproveitamento da mulher de seus direitos humanos e liberdades fundamentais, ¢ as Nagées Uniclas se preocupam pela demora e falta cle protecio e promocio cle seus direitos e liberdadle com relacio a violencia contra a mulher. Em especial, precisa-se entender que a violéncia doméstica acon- tece dentro de um ciclo ¢ acaba estabelecendo um tipo de vineulo especial entre 0 agressor e a vitima ‘A primeira relagio que se estabelece € de confian; panheiro ou marido waz para ela aspectos positivos e ela proj pessoa perspectivas de vida e relacionamento de longo prazo com ele. © outros), recusa Pesto de Cini Humana, Vigosa. 16, 1. p 89-103, andj 2016 93 Constata-se que a primeira violéncia nunca acontece no primeiro dia, no primeiro encontro. Ha uma dificuldade de comunicagio, pois a primeira agressio sompe uma relagao de confianca, atingindo uma selagie que era satisfae toria. Muitas mulheres chegam a se perguntar: © que fizeram de errado? 4 violéncia inicial desorienta a mulher e ea tence a apresentar sintomas de depressao e ansiedacle Isolada neste processo, a mulher culpa se pela situago, entra em um processo cle resistencia passiva e se habitua a conviver com aquele tipo de situagio (FILHO, 2008) A vitima passa a assumir 6 modelo mental do seu agressor. quando ela passa a pensar que ele esti certo ¢ ela esti errada, mas com © objetivo de garantir a integridade psicolégica e adaptanse & situacto (FILHO, 2008) Nesse momento, ocorre o que chamamos de identificagio com 0 agressor. Esta elagio é somatizada pela mulher. £ a chamada 2Sindrome a Mulher Espancach’, “battering syndrome’, na qual a violencia € acompa- hada do aumento de sintomae clinicos em geral e problemas emocionais com soffimento duradoure. Embora sofia, por falta de opedo e atencho do Pocler Pablico, « mulher continua convivendo com 0 agressor e perpe- twando a vitimizacio (PACHA, 2009), Ainda segundo o autor, obser similitude com a denominada ’Sindrome de Estocolme”, quando av se identifica com o sequestradore ele passa a sero seu ponto de referencia € seguianea, ¢ a amenca fica Figada a0 exterior. Na medic em que essa mulher fica isolada, sem alguém que posea ajudévla a entender o que esta acontecendo nem Ihe garantir a se- suranga cle que precisa, ela passa a se aclaprar a essa situnglo para manter tum bom relacionamento com o agressor, tal a desesperanga que busca seguranca no proprio agiessor A mulher passa a desenvolver grande dependéncia do agressor idealizandlo e defendenclo-o por medo de perelé-lo. Estes sinais, scociados 103 sentimentos preponclerantes de tristeza, miva e desesperana, sigerem a presenga da “sindrome da mulher espancada’, segundo Pacha (2008), cuja principal caracteristica é a desesperanca apreendida. A maioria das mulheres tem dificuldade em considerar os atas come violentos nas fases iniciais, geralmente mareados por “agressdes verbais, ciimes, ameacas, destruigao de objetos etc.” (PACHA, 2008). A mulher sofre um disturbio de percepg30 ¢, avaliande o agres- sor como cansado e/ou aleoolizado, alivia a tesponsabilidade dos 2tos violentos, comportanclo-se como cimplice. A violencia doméstica € uma clas formas mais comuns de manifestagao ca violencia e, no entanto, uma das mais invisiveis, sendo uma das violagoes dos direitos humanos mais praticadas € menos reconhecidas do mundo. Apesar de ser um problema ‘mundial, a violencia domestica atinge dois milhdes de mulheres no Brasil 94 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 a cada ano. Os dados sio da pesquisa Instituto Avon / Ipsos - Percepgoes sobre a violencia doméstica contra a mulher (2011), que também revela que apenas 63% delas denunciam a agressio, O medo da morte é a principal barreim para mulheres que relutam em entregar seus agressores. Segundo a socidloga Fatima Jordio, conselheira do Instituto Patricia Galvio, que desenvolve projetos sobre direitos das mulheres, a agressio doméstica € crime ¢ deve ser denunciado. Esta agressio € um fenémeno mundial que nao respeita fronteiras de classe social, raga ou etnia,religifo, idade e grau de escolaridade, sendo aque todas essas formas de violencia, entretanto, podem nto deixar marcas fisieas, mas profunclas marcas emocionais, que serio carregadas por toda a vida. (DATA POPULAR/Instituto Patricia Galvao, 2013). 3. ALEI MARIA DA PENHA No dia 22 de setembro de 2006, entrou em vigor a tio espernda e ja pole mica Lei Maria da Penha, n? 11.340, passo importante para o enfrentamento da violencia contra a mulher. A lei contra violéncia doméstica ganhou o nome da biofarmacéutiea cearense Maria da Penha Maia Fernandes, agre- lida varias vezes pelo marido, que ficou paraplégica apés levar um tiro dele enquanto dormia, em 20 de maio de 1983. Este triste caso tramitou lentamente na justiga ¢ teve uma enorme repercussio negativa na imprensa mundial. Em 2001, 0 Brasil foi condenacio pela Comissio Interamericana de Direitos Humanos, da Organizagio dos Estaclos Americanos (OEA), pela negligéncia com que tratava a violéncia contra a mulher. A Lei Maria da Pentha trouxe alteragoes na vigente lei penal (Lei 1n# 9099/95), pois até entio a violencia doméstica era considerada evime de menor poder ofensivo, punido apenas com multa ou cestas basicas. Entre as varias novidades, o agressor pode ser preso em flagrante ou até mesmo por prisio preventiva, sendo que o méximo de tempo de sua perma na prisio foi aumentado para tr€s anos. A respeito da citada lei, Pacha (2008) afirma: Ee acho que € mmto importante 9 passo que ce dew paca criare2sa lei e para ter corayem de enfientar esse problema do tamanho que ele tem_ Eu acho que, muito mais de que um problema com conseqiéncias graves, a violencia doméstica & fruta da ignardncia Ax pessoas nla demanciam pocque tes medo e, normalmente, 0 miedo € a piot inimigo que se pode ter para reverter esse quadro (PACHA, 2008, p. 89) Logo no inicio, ha previsio de mecaniemos para prevengio ¢ coibigio da violéncia doméstiea contra a mulher, definida como qualquer agio ou omissio que, baseada no género, Ihe cause sofrimento fisico, sexual, psicolégico, lest0, morte ¢ dano moral ou patrimonial Pesto de Cini Humana, Vigosa. 16, 1. p 89-103, andj 2016 95 © Titulo I da referida Lei, que trata clas Disposigdes Preliminares, tra 0 seguinte texto. Art. 18 - Esta Lei cria mecaniswnos para coibir e prevenir a violencia doméstica ¢ familiar contra a mulher, nos termos do § 80 do art 226 da Constinuicio Federal, da Convencio sobre a Fliminacio de Todas as Formas de Violéncia contra a Mulher. da Coavencdo Interamecicana pare Prevenis, Punie © Erradicar a Violéncia contra a Mulher e de outios tratados ntemacionais ratficados pela RepOblica Federativa do Brasil: dispde sobre a cragae dos Juizados de Violéncia Domeéstica e Familiar contra a Muller estabelece medidas de asssténcia f protecdo as mulheres em situ fe famliae Art. 28 Toda mulher, independentemente de classe, raga, ctnia, orientagio sexual, renda, cultura, nivel educacional, idade e religido, goza dos direitos fundamentais inerentes & pessoa humana sendo-Ihe arseguradar a2 opomnidades © frclacee paca viver sem violencia, preservar na caide fica fe mental ¢ teu aperieigoamento moral, intelectial ¢ social. Ast 3°~ Serdo asseguradas as mulheres as condigbes para exereicio efetivo dos direitos a vida, & seguranga, & saide, a alimentardo, 4 educapio, 2 cultura, 4 moradia, ao acesso A justiga, 20 esporee, 20 lazer, a0 wabalho, a cidadania, & Uberdade, 2 dignidade, a0 zeepeito © 8 convivéacia familiar § 2 - O poder pablico desenvolvera politicas que visem garantir op disitor humano: dae mulheres no ambito das relagies domésticas ¢ familiares no sensido de resguardé-las de toda forma de negligéncia, citenminacse, explocecéo. violéncia, crueldade © opreseic. § 2 Cabe & fanaa, & cociedade ¢ a0 poder pOblico criar as condigdes necessérias para o efetivo exercicio dos direitos cenunciados no caput. Art - Na interpretacio desta Lei, serdo considerados 0: fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condigdes peculiaces cae analheree em sitaagao ce wieléncia domestica familiar, de violéncia doméstica Assim send, para que a lei seja aplicadla, alguns sequisitos devem ser atendlidos. $40 eles: a ago ou omissio deve ser baseacla no género, que, de acordo com Dallari (1998), “2 violéncia baseada no género pres- supde uma relagho earacterizadia pelo poder e submissio do homem sobre a mulher, baseacla na histérica desigualdade entre os sexos” (DALLARI 1998, p. 123) A violencia deve se dar dentro de “casa”, conforme disposto nos 96 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 incisos 1, Ie II do art, 5¢ da Lei; 0 sujeito passivo do crime deve ser a mulher, Por sua vez, 0 sujeito ative poder ser tanto um homem quanto ‘uma mulher, embora o presente trabalho aboree a vialéneia doméstica do marido/companheiro contra a esposa/companheira. [sto se di em razio do que estabelece © parigeafo Gnico do art. 2, ou seja, que as relagdes pessoais nao depenclem de orientagio sexual. A Lei Maria da Penha reconheceu as unides homoafetivas como entidades families. A Constituigho Federal nto estabeleceu a unidade familiar formada por casais homossexuais, 0 fato & que eles podem cons tituir uma familia. A partir do momento em que 05 tribunais superiores reconheceram 2 uniio estivel entre pessoas do mesmo sexo, elas si0 consiceradas familia. Sendo assim, ela passa por problemas que estio presentes em qualquer ambiente familiar. Dessa forma, pode-se afirmar que, assim como as mulheres, um dos homens dessas familias pode se apresentarem uma situagao vulneravel nas relagdes familiares tradicionais (formada por casais heterossexuiais). A mulher vitima de violencia coméstica merece protec especifca, sendo apresentadas, em seguit, algumas justifcativas para.a referia protec 0 Esta guais na medica de suas desigualdades, de forma nao abusiva, As mulheres formam um grupo especial, assim como as eriancas € os idosos, porque, 0 longo dos séculos, foram vitimas da dominagio «lo homem. Os trata- dos intemacionais ratificados pelo Brasil apontam a necessidade de maior protegio As mulheres, entre eles a Convencio sobre a Fliminacio de Todas, as Formas de Discriminagio contra a Mulher (CEDAW), que impée a05 Estado participantes a obrigacio de eliminar a disesiminagio © assegurar a igualdade, A Convengio de Viena reconheceu a violencia baseada no género como violagio a0: direitos humanos, Assim, a atuagio do Estado na implementacio de politieas publi «cas se faz imprescindivel, seja esta atuacao na criagao da lei, como na sua aplicagao, porém sempre objetivando a busca de maior protegio as vitimas de violencia doméstica. Os indices de violencia doméstica sto assustadores, pois 43% las mulheres em situagio de violéncia sofrem agressbes ciariamente ¢, para 3586, a agressio é semanal. Esses dads foram revelaclos no Balango clos atendimentos realizados em 2014 pela Gentral cle Atendimento & Mur ther Ligue 180, da Secretaria de Politicas para as Mulheres da Presidéncia la Reptblica (SPM-PR). Por menos inaceitivel que seja, a verdade € que as chances de uma mulher sofrer qualquer tipo de agressio pelo marido/ companheiro € muito maior que, de forma ecasional, por um desconhecico. Segundo Moraes (2000): do deve buscar uma isonomia material, tratanda o: desi= A lei 11.340/06 ndo & perfeita, mas traz em seu bojo, entre outros aspecios, todo 0 procedimento 2 ser seguido tanto pela Policia Judiciéria, Minisério Pablico Judiciénio. Tam Pesto de Cini Humana, Vigosa. 16, 1. p 89-103, andj 2016 97 bem estabelece medidas provetivas de usgéncia relaivas & vitima. Assim, a lei Maria da Penha tem i um espitito muito mais educacional e de incentive as ages afirmativas que de plunigse mais ceveras 202 aprestores (MORAES, 2000, 9.179) A Lei Maria da Penha nao pode ser consideraca inconstitucional apenas se ela incidir sobre qualquer caso de violéncia contra a mulher, nao apenas a doméstica. No entanto, nao ¢ iss0 que acontece. A violéncia doméstica estava sendo banalizada, vez que era tra- tada, antes da Lei Maria ca Pena, pela Lei n®.9,099/95. Referida lei acaba or gerar um sentimento dle impunidacle, conquanto a violncia doméstiea era tratada como um crime de menor potencial ofensivo, embora atingisse toda uma estrutura familiar, prejudicando nao s6.a mulher, como os filhos clo casal, A Lei Maria da Penha deve ser interpretada como uma lei em parte eficaz para a prevencio e repressio a violencia doméstica contra a mulher. 4, EMPODERAMENTO DA MULHER VITIMA DE VIOLENCIA DOMESTICA De acordo com estudo realizado por Cortez ¢ Souza (2008), observour se que a maioria das mulheres a0 sofrer violéncia doméstiea nio toma nenhuma providéncia, por estarem subordinacls aos interesses de seus companheiros, havendo uma grande ambiguidade entre ambos Referido estuco também evidenciou que, a0 tomar a atitude de denunciar seguir com o processo, as mulheres mostram claramente a vontade de mudanga, interpretado como © momento em que ela rompe limites significativos, deixando de lado paradigmas ultrapassados, sendo rnotados os primeitos sinais de empoderamento. Na opinilio do psiquintra FerveirneSantos (apud CAMPOS, 2000), inca € muito forte a idealizagio do casamento pautaclo nos modelos ntigos, nos quais 0 sucesso era sindnimo de longa dur¢io. Imperava também a ideia de que era sempre necessirio ceder para manter 0 casa ‘mento funcionando e, mais além, fazia parte da “formula” antiga cultivar a dependéncia afetiva, econémiea e social entre 02 enjuges. Na atualidade indmeros casais continuam mantendo, artficialmente, a unio, muito deles por medo da solidio, de enfientar uma nova situacio social para a qual no se acham preparsdos ou na tentativa de preservar © poder econdmico. Sendo assim, compreende-se a violencia contra a mulher como fruto das desigualdades entre homens e mulheres e que 6 combate a essa desigualdade requer mudangas nas relagdes de poder, na dinamica das relagSes homenrmulher e ainda que, para alcangar a igualdade, é neces- sario que as mulheres também tenham acesso ao poder, sendo apontado ‘© empoderamento como um caminho para esta igualdade e para o rompi- mento da situagio de violéncia em que milhares de mulheres se encontram, 98 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 © termo empoceramento, originado nos Estados Unidos, no contexto dos movimentos dos direitos eivis, eomecou a ser utizaco pelas feministas em meados dos anos 70, Segunclo Friedmann (1996, p.8), empo- deramento € todo o actéscimo de poder que, “induzido” ou “conquistado”, permite exercicio de cidadania. Assim, 0 empoderamento para as mulheres em situagio ce viow lencia pode significara possibilidade de “ganho de poder”, trazendo maior hrabilidade de agir e de criar mudangas dentro de um relacionamento que, no e250, visa a0 rompimento da situagto de violéncia. Para Lorio (2002, p.25),quando ha o empoderamento das mulhe- 125, ocorrem beneficios também para os homens, pois o poder imposto 0 tomava “menos humano e dliminuia suas préprias eapacidades resultantes da sua relagio violenta com sua mulher”, Nessa mudanga, houve ganho para ambos 03 lados © empoderamento, visto como um process “induzido” ou “conquistado”, geralmente necessita de agentes extemos que intervenham como “mediadores", “catalisadores" ou “propulsores" para se desenvolver Friedmann (1996) aponta trés tipos de empocleramento voltados especialmente a mulheres em situagio de violEncia: 0 social, o politico © «© pricolégico. Empoderamento Social; diz respeito a0 acesso a0 conhecimento, a informagio, & participacao em organizagées socinis e acesso a recursos financeiros, como mostra Friedmann (1996, p.34), acesso a certas “bases de produgio doméstica, tais como a informagio, o conhecimento ¢ téc- nicas, a participacao em organizacdes sociais ¢ 08 recursos financeiros. O autorainda ressaita que, quando ha aumento da capaciclade de estabelecer @ alcangar objetivos, ou seja, quanto mais se tem acesso a informagao, a conhecimentos ¢ téenicas, participagSes em organizagSes sociais © a0 recursos financeiros, maior sera. o empoderamento dos sujeitos, Empoderamento Politico; é aquele baseado no processo de to- madas de decisées que afetam o futuro dos individuos, na participagio das decisdes que afetam o futuro dos individuos, na participagio das decisoes coletivas, no engajamento nos movimentos sociais, na participacto ativa nas questées que afetam os grupos, Como afirma Friedmann (1996), 0 empocieramento politico diz respeito ao: 08 individuos ow unicades familiares aumentar a eficicia do seu acesso dos membros individuais de unidades domesticas, 0 processo pelo qual sio tomadas decisdes, particularmente as que afetam o seu futuro come individuos. poder politico no , portanto apenas o poder de voter, também o poder da voz ¢ da acio coletiva (FRIEDMANN, 1996 p 35) Nest ise, 0 paralelo que fazemos € que mulheres em situae Pesto de Cini Humana, Vigosa. 16, 1. p 89-103, andj 2016 99 gio de violéncia, 20 participarem de atividades coletivas ¢ de tomadas de decisdes e participacto nos movimentos sociais, despertam para questdes comunitirias, para um sentimento de pertenga a0 mundo e esfera piblica, do apenas como espectadora, mas como protagonista, rompendo com 0 isolamento, ator encontrado em quase toclas as situagdes de violencia. Esta atuagio politica possibilita As mulheres a integragio com outras mulheres em situagio semelhante, havenco conscientizagio de que a Viole a mulher nao € 56 um problema individual, mas uma preocupasio coletiva. Empoderamento Psicolbgico: refere-se a capacidade de os ind viduos tomarem suas proprias decisdes e terem o controle de stins vidas. Diz respeito & percepgao da forga individual, ou seja, da descobera de suas potencialidades individuais, manifestando-se em comportamentos de autoconfianga, autoestima, na construgio critica de suas atitudes © agdes, de decidir sobre como fazer, 0 que fazer e quando fazer, Para Friedmann (1996, p.35), 0 empoderamento psicologico ¢, muitas vezes, “0 resultado de uma ago vitoriosa nos clominios social ou politico, embora possa também resultar de trabalhos intersubjetivos”. ‘© empoderamento psicolégico pode ser pensado como uma das ages funcamentais para a ruptura da situagio de violéncia Para o desenvolvimento do empoderamento das mulheres em six tuagio de violencia, é necessario um trabalho interdisciplinar, considerando que, em muitas situagdes de violéncias, as mulheres passam a desenvolver psicopatologias como filbromialgias, depressio, sindrome do panico, entre outras. As mulheres nesta situagio so constantemente desqualificadas, humilhadas, culpabilizadas, fatos que acabam rebaixando sua autoestima € a auroconfianga. E em muitos casos, a prépria Familia, 0 julgamento dos filhos e a sociedace em constantes cobrangas de atitudes e julgamentos contribuem para este processo de rebaixamento. Uma questio entendica como proritiria par estes exsos 0 atendimento psicolégico (BIELLA, 2005) Tendo como referéncia 0 exposto, poclemos apontar o empoce- ramento das mulheres, tanto em nivel, social, politico e psicolégico, como ‘um caminho a ser percorrido para a situagio de violencia doméstica Para 0 combate € o rompimento da violéncia contra as mulheres, s80 necessarias agdes conjuntas do Estado e da sociedade civil e a imple- mentagio de politicas puiblicas que propiciem 0 empoderamento. 5. CONSIDERAGOES FINAIS. Embora nao se saiba concretamente quando a violencia domestica surgi temmse a certeza de que, a0 longo dos tempos, as mulheres estiveram expostas a iniimeras agressées cometidas por seus maridos, por acharem que estio exercendo um poder que Ihes € préprio em razao do género masculine. (0 indice dle violéncia fisica e psicolégica dos homens contra a 100 evista de Céncios Humana. Vicsa v.16, |, p 89-103, an jun. 2016 mulheres, especialmente de homens que agridem suas companheiras, ainda € muito alto, ¢ a efetividade na aplicagio da Tei nf 11.340/ 2006 poder nos levara apagar da nossa hist6ria o citaclo “em briga de marido e mulher nao se mete a colher", que, durante muitos séculos, foi a tradugao popular da invisibilidade da pritica de violencia doméstiea e Familiar contra a mulher no espago doméstico, “Muitas mulheres que sofrem violencia dentro de casa ficam amex drontadas, envergonhaclas ¢, a0 mesmo tempo, se sentem responsaveis pela continuidace da familia. Por iss0, elas pensam dez vezes antes de Tomar uma aticude lem disso, 0 homem que agride, em seguida, pede desculpa, jura que nunca mais vai cometer ato semelhante; ela acredita e, na maioria las vezes, opta por dar mais uma chance ‘Mas, principalmente, o maior engajamento na luta para a erradl- sag da violéneia contra a mulher deve ser do Estado e da sociedade civil aque tem o dever de garantir @ mulher seu principal direito Fundamental, 0 da dignidade da pessoa humana, perdido com a violéncia imposta Com relagio a0 empoderamento das mulheres que sofrem de violencia doméstica, observa-se que algumas procuram de todas as formas uma independéncia, sejafisica, psicol6gica ou financeira, no entanto, outras ainda insistem em continuar easaclas com 0 agressor, na expectativa de que eles muclem suas atituces, ou por conta de paradigmas sociais familiares (0 certo é afirmar que para que as mulheres consigam transformar este quadro, é necessario que tenham indepencléncia financeira e procu- rem ajuda adequada para que possam vencer, principalmente, a questio psicoldgica. 4 violencia Doméstica pode estar presente tanto no lar de um médico ou no lar do pedreiro, a vitima pode ser uma empregacla doméstica ou uma professora, nio existe classe social. Quando a mulher revela que nao consegue sairdo Indo do marido, nfo se cleve julga la, mas se colocar no lugar dela. Porque realmente € dificil para elas: sororidade. Por isso a necessidade de politicas piblicas que auxiliem 0 empoderamento das mulheres vitimas de violéncia doméstica, com psicoterapia, auxiliar na sua dependéncia econdmica e principalmente na melhora de sua autoestima, Para que com isso elas consigam o controle de sua vida, libertando-se dos sintomas de violencia, REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. ARRAY. O ite 6 violéncia contra a mulher? Disponivel em: http://www violenciamulher.org.br/index.phptoption=com_content&view=articl eside1213&Itemid Acesso em 08 de agosto de 2015. anize Luzia. LFSC: Mulberes em situacao de violéncia-Politicas, Processas dle Empoderamento e a intervengao do assistente soctal BIEL! 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