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Resposta A Consulta - 18-2022
Resposta A Consulta - 18-2022
Comissão de Ética
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Consultada, em 30/9/2022, no endereço eletrônico < https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2016/07/c653aa8306310ae2c172f5ada3fe45df.pdf>
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Comissão de Ética
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“Art. 10. Considera-se conflito de interesses a situação gerada pelo confronto entre os interesses do Tribunal de
Contas da União e os interesses privados do servidor, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de
maneira imprópria, o desempenho da função pública ou dos resultados dela esperado.”
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“Art. 14. Pode configurar conflito de interesses, a ser averiguado no caso concreto:
I - realização de trabalho ou prestação de serviços de consultoria, de advocacia, de assessoria, de assistência técnica, de
organização ou ministração de cursos, seminários ou palestras, de forma remunerada ou não, de natureza permanente ou
eventual, ainda que fora de seu expediente, a:
a) qualquer pessoa física ou jurídica de natureza privada que esteja sob a jurisdição do Tribunal de Contas da União ou
que com ele mantenha relação contratual, ou que atue como representante legal, em processos do TCU, de pessoas
físicas ou jurídicas; ou
b) órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal, especialmente os realizados no âmbito de convênios, acordos, ajustes ou
instrumentos congêneres custeados com recursos do Orçamento Geral da União.”
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Comissão de Ética
(...)
IV - participar de trabalho de fiscalização, instrução processual ou qualquer outra missão ou
tarefa que lhe tenha sido confiada, nas hipóteses abaixo elencadas ou em situações análogas,
semelhantes ou correlatas a estas:
(...)
b) quando envolver processo, contrato, acordo ou instrumentos congêneres em que tenha atuado
como perito ou advogado, inclusive indiretamente, mediante escritório de advocacia com o qual
tenha vínculo profissional ou de colaboração, ou participado de atividades de auditoria interna
ou de controle interno.”
Da mesma forma, se o servidor do TCU for contratado como engenheiro autônomo ou
assistente técnico e receber retribuição pecuniária de cofre estadual ou municipal – logicamente se
isso for permitido nas leis locais – ou particular, mesmo por intermédio de escritório de advocacia,
não poderá atuar em processo de controle externo que diga respeito à parte contratante, a fim de não
prejudicar a imagem de imparcialidade no desempenho do trabalho exercido como detentor de
cargo efetivo ou função nesta Corte de Contas.
Nessas hipóteses, o servidor deverá declarar-se impedido, nos termos do artigo 12 do
Código de Conduta Ética, bem como do artigo 8º da Portaria-TCU 112/2022.
Ademais, caso o servidor do Tribunal haja instruído processo no TCU que verse sobre
matéria tratada em processo administrativo ou judicial em âmbito estadual ou municipal, haverá
conflito entre interesses públicos e privados.
Assim, não caberá sua atuação como engenheiro autônomo ou assistente técnico, no
intuito de evitar máculas em relação à imparcialidade do trabalho desempenhado e à imagem desta
Corte e possíveis questionamentos sobre uso de informação privilegiada a que teve acesso no
exercício do cargo ou função públicos (artigos 13, incisos I e III, do código4 e 5º da mencionada
portaria5).
Nesse ponto, é importante destacar que nosso código condena até mesmo o conflito
aparente, “quando, embora não haja ou não possa haver o conflito real, a situação apresentada parece gerar
conflito, de forma a lançar dúvidas sobre correção da conduta do servidor do TCU ” (art. 11, inciso III).
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“Art. 13. Configura conflito de interesses no exercício de cargo ou função no âmbito do TCU:
I - exercer atividade que seja incompatível com as atribuições do cargo ou da função pública, na forma definida em
regulamento, sendo como tal considerada, inclusive, aquela desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência
funcional;
(...)
III - divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros,
obtida em razão das atividades exercidas;
(...)”
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“Art. 5º Considera-se incompatível com as atribuições do cargo ou da função pública, consoante previsto no inciso I
do art. 13 do Código de Conduta Ética dos Servidores do TCU, toda atividade particular do servidor que:
I - incorra em vedação constitucional, legal ou regulamentar;
II - afete o cumprimento do horário de trabalho, das regras de teletrabalho ou das metas individuais de desempenho;
III - faça uso de informação privilegiada obtida em decorrência do exercício do cargo ou função pública;
IV - cause prejuízo relevante à imagem ou à credibilidade do TCU; e
V - gere conflito entre interesses públicos e privados, em especial promoção ou benefício pessoal a parentes, amigos ou
terceiros.”
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Comissão de Ética
CONCLUSÃO
Ante o exposto, conclui-se por responder ao interessado que:
I - não consta vedação expressa no Código de Conduta Ética, aprovado pela Resolução-
TCU 330/2021, à atuação de servidor do Tribunal de Contas da União como engenheiro autônomo
ou assistente técnico em demanda judicial ou processo administrativo decorrente de ação de
tribunais de contas estaduais ou municipais que não inclua recurso público federal, não esteja
relacionada com a União ou com matéria de competência desta Corte e não prejudique,
comprometa ou impeça a realização das tarefas atinentes ao cargo ou função públicos ocupados,
desde que respeitadas as demais prescrições legais e éticas e essa atuação ocorra em caráter
estritamente privado, sem qualquer vinculação com o TCU;
II - entretanto, nessas circunstâncias, a fim de evitar a caracterização de conflito entre
interesses públicos e privados:
a) o servidor do TCU contratado como engenheiro autônomo ou assistente técnico –
inclusive, indiretamente, por intermédio de escritório de advocacia – não poderá atuar em processo
de controle externo que envolva a parte contratante, devendo, nesse caso, declarar-se impedido
(artigos 12 e 13, inciso IV, alínea “b”, do referido Código de Conduta Ética e 8º da Portaria-TCU
112/2022);
b) da mesma forma, haverá impedimento para que o servidor do TCU atue como
engenheiro autônomo ou assistente técnico na demanda caso tenha laborado em processo de
controle externo de interesse da parte contratante (artigos 10, 11 e 13, incisos I e III, do citado
Código de Conduta Ética e 5º da Portaria-TCU 112/2022).
(assinado eletronicamente)
Maria Rosangela de Oliveira Andrade
Presidente da Comissão de Ética
(assinado eletronicamente)
Rodrigo de Oliveira Fernandes
Membro da Comissão de Ética
(assinado eletronicamente)
Marco Aurélio Pereira de Souza
Membro da Comissão de Ética