Professional Documents
Culture Documents
IDENTIFICAÇÃO
O MESTRANDO
LUANDA, JANEIRO/2023
INTRODUÇÃO
Os Estados surgem como entidades de poder legítimo com inúmeras funções, com
destaque a de satisfazer a necessidade de segurança colectiva, permitindo assim a evolução do
estado de natureza para o estado social. Desde aquela altura, as sociedades têm vindo a
demonstrar que quer no âmbito interno e internacional, elas não são estáticas, mas sim dinâmicas,
ou seja, estão sujeitas aos novos contextos que trazem consigo inúmeros desafios dirigidos
principalmente àquelas entidades que desde o princípio foram criados para garantir o bem-estar
da sociedade. Deste modo, fruto das novas ameaças e os novos medos, e tantos outros riscos,
qualquer governo que não satisfaça a necessidade de segurança humana, a sua sobrevivência
poderá ser colocada em risco. Nesta ordem de ideia, a pesquisa levantou a seguinte pergunta de
partida:
Os riscos causados pelas alterações climáticas são reais, e os seus impactos já se fazem
sentir. Em 2007, o Conselho de Segurança da ONU realizou o seu primeiro debate sobre as
alterações climáticas e as suas implicações para a segurança internacional. O Conselho Europeu
chamou a atenção para o impacto das alterações climáticas na segurança internacional, e, em
Junho de 2007, convidou o Alto Representante e a Comissão Europeia a apresentarem um
relatório conjunto ao Conselho Europeu na Primavera de 2008. Começa-se agora a compreender
melhor a ciência das alterações climáticas.
O trabalho está constituído por um objectivo geral que consiste em analisar as questões
teóricas em torno dos Estados e, os conceitos de Segurança. Ao passo que, os objectivos
específicos visam caracterizar o Estado angolano, e por fim, avaliar a eficácia das políticas
destinadas a segurança humana no período entre 2018 a 2022. A elaboração de um quadro
metodológico que consiga situar o objeto do estudo e os seus objetivos operacionais corresponde
a um processo, normalmente incompleto, de reiterada avaliação de dados e conceitos. Ora, o
estudo da posição sobre as alterações climáticas como causa de insegurança pressupõe uma
pluralidade de abordagens teórico-metodológicas, numa perspectiva simultaneamente
multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.
A segurança deriva do étimo latino securitas, securitatis, securus, podendo ser definida
como tranquilidade de espírito, ausência de perigo (Ferreira, 1983, p.1050), ou ainda como o
estado, qualidade ou condição de uma pessoa ou coisa que está livre de perigos, de incertezas,
assegurada de danos e riscos eventuais, afastada de todo o mal (Houaiss, 2002, p.3282).
Para Hobbes, a segurança estava para o indivíduo, apesar de o Estado ter de garantir ao
mesmo direito de autopreservação; Montesquieu, por sua vez, entendia que a segurança se
associava à liberdade política; enquanto Adam Smith, compreendia a segurança na perspectiva de
um ataque violento à pessoa ou sua propriedade (Weaver, 2004). Compreende-se na perspectiva
destes teóricos, e conforme foi dito acima, cada autor procura definir o conceito de segurança de
acordo com a sua inclinação académica e científica, porém, têm uma noção comum e social do
papel do Estado como o ente que garante tal liberdade para o indivíduo, sendo o primeiro dever
do soberano de proteger a sociedade da violência e invasão de outras sociedades autónomas.
Contudo, observa-se que o conceito de segurança tem evoluído e adaptando-se aos contextos
que se impõem interna e externamente. Mas apesar disso, ela pode ser entendida como uma forma de
relativa liberdade da guerra, bem como uma esperança, de certa forma elevada, de que a derrota não
será uma consequência de nenhuma guerra que possa ocorrer (Bellamy, 1981, p. 102). Ao passo que
na perspectiva de Wolfers, a segurança, de forma objectiva, mede a falta de ameaças a valores
adquiridos e, de forma subjectiva, a inexistência de sentimentos de medo que esses valores sejam
atacados (Wolfers, 1962, p.150).
Entretanto, dentre os vários, optamos pelo conceito de Mohammed Ayoob, que segundo o
qual a segurança deve ser definida em função de vulnerabilidades internas e externas que ameaçam
ou têm o potencial de destruir ou enfraquecer as estruturas territoriais e institucionais do Estado, bem
como, os regimes governamentais (Ayoob, 1995, p.9). O Estado, no quadro interno e internacional,
dentre as várias responsabilidades também assume o papel de garantir a preservação e o respeito pelas
instituições que permitem a convivência social pacífica e harmoniosa.
Portando, o que podemos reter nesta primeira parte é a evolução institucional do Estado,
que passa dos impérios e dinastias para o Estado soberano, bem como a evolução do conceito de
segurança, que deixa de limitar-se as questões militares, e passa a abranger a segurança
ambiental, marítima, alimentar, enfim, a segurança humana. Na segunda parte, faremos uma
abordagem sobre o Estado angolano e o seu o governo.
RESULTADOS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA