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Penal
Penal
DIREITO PENAL
1. Teoria do Crime
- Teria tripartite: para esta teoria, o crime é um fato típico, ilícito e culpável.
Conduta
- Coação física irresistível (não tem previsão legal) X Coação moral irresistível (art. 22,
CP): na coação física, o coator usa o corpo do coagido como um objeto inanimado. A
coação física exclui a conduta e, portanto, o fato típico. Já na coação moral, o coator
mediante violência ou grave ameaça, vicia a vontade do coagido, obrigando-o a praticar
o fato típico. A coação moral exclui a culpabilidade.
Exemplo prático: “A” se omitiu e “B” morreu. Se o cara não é garantidor e viu que “B”
estava morrendo e podia salvá-lo, mas nada fez, responde por omissão de socorro
(crime omissivo próprio). Se o cara é garantidor, responde pelo resultado morte, ou seja,
responderá pelo homicídio (crime omissivo impróprio).
Resultado
1. Crime material: a lei prevê um resultado e exige que ele ocorra para que o crime seja
consumado. Quando o resultado é o núcleo do tipo penal, significa que o crime é
material (ex. arts. 121 - matar, 171 - obter).
2. Crime formal: a lei prevê um resultado, mas não exige que ele ocorra para o crime
estar consumado. Como exemplo, tem-se a extorsão (art. 158 - constranger com o fim
de obter vantagem indevida). O crime de extorsão mediante sequestro (art. 159) se
consuma com o arrebatamento da vítima, independente da exigência da vantagem.
3. Crime de mera conduta: quando a lei só prevê a conduta, mas não prevê nenhum
resultado. Ex. art. 150 – violação de domicílio (entrar no domicílio alheio sem o
consentimento).
Nexo causal
- Deve haver um nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. É preciso ter nexo
causal, mas só isso não é suficiente, pois precisa haver dolo ou culpa.
- Teoria quanto ao nexo causal (art. 13, caput, CP): o Brasil adota a teoria da
equivalência dos antecedentes causais ou da conditio sine qua non. Esta teoria diz que o
resultado só pode ser atribuído a quem lhe deu causa. Considera-se causa toda a ação ou
omissão sem a qual não teria ocorrido o resultado.
Relação de causalidade
24/02
TIPICIDADE:
Tipicidade objetiva
- A tipicidade objetiva material está relacionada com o conteúdo da norma. Pode ser
afastada por princípios constitucionais penais, como a insignificância e a adequação
social.
Obs.: súmula 502, STJ: a venda de produto pirata não é socialmente adequada e
configura crime.
Tipicidade subjetiva: a princípio, todos os crimes são dolosos, pois o dolo está implícito
em todos os tipos incriminadores. A culpa, por outro lado, precisa de previsão expressa
para que tenha relevância, o que é raro no Código Penal brasileiro.
- Dolo: o dolo é a consciência e vontade. O dolo pode ser considerado como dolo direto
e dolo eventual.
No dolo direto, o autor prevê e quer o resultado. No dolo direto, o importante para o
autor, é alcançar o resultado. A conduta é apenas um meio
*OBS.: Princípio da confiança -> para evitar respostas insatisfatórias sobre o alcance da
previsibilidade, passa a ser adotado o princípio da confiança, ou seja, a ideia de que a
sociedade gira em torno da confiança que se tem no outro. Esse princípio reflete no
Direito Penal, ao passo em que é possível concluir que aquele que cumpre seu dever de
cuidado, tem o direito de acreditar que terceiros também o farão. MAS só pode clamar a
confiança quem agiu com o dever de cuidado. Se descumpriu com o dever de cuidado,
não poderá alegá-lo.
A culpa consciente é aquela em que o autor faz previsão do resultado, mas tem certeza
que irá evitar (ex. estou dirigindo em alta velocidade, mas mando muito na direção, logo
não vou matar ninguém com a minha conduta). A semelhança entre a culpa consciente e
o dolo eventual, é a previsão do resultado. Na culpa consciente, não se aceita o risco de
produção do resultado (diferente do dolo eventual, em que se aceita a produção do
resultado).
A culpa inconsciente ocorre quando o sujeito não faz previsão do resultado que era
previsível.
ERRO DE TIPO:
O erro de tipo essencial, tem duas espécies consagradas: erro sobre elementar e erro
sobre descriminante.
No erro sobre elementar, por equivocada compreensão da realidade fática, o sujeito não
sabe, não tem consciência que realiza as elementares do tipo (ex. João pratica atos
libidinosos com Maria, que tem 13 anos, mas ele não sabia da idade de Maria). O erro
sobre elementar sempre afasta o dolo. ***
O erro evitável é aquele que o cuidado comum não evitaria. O erro inevitável afasta a
culpa. ***
O erro evitável é aquele que o cuidado comum evitaria. Nesse caso, o sujeito responde
por culpa SE prevista em lei a forma culposa.
*Erro putativo = por falsa percepção da realidade, acho que estou em uma situação, mas
não estou. Ex.: João ameaça Maria de morte. No dia seguinte, Maria vê João tirando
algo do casaco, Maria acha que é uma arma e atira em João, mas na verdade João queria
tirar uma carta de desculpas.
- Erro de tipo acidental: há duas principais espécies: o erro sobre a pessoa, ou seja, por
equivocada identificação da vítima, o sujeito atinge pessoa diversa da pretendida.
Consequentemente, responde como se tivesse atingido a vítima pretendida.
a) resultado será único ou simples: se atinge apenas terceiro, responde como se tivesse
alvejado a vítima pretendida.
2. ILÍCITO (LE³)
3. CULPÁVEL (MEDECO)