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DIREITO PENAL

1. Teoria do Crime
- Teria tripartite: para esta teoria, o crime é um fato típico, ilícito e culpável.

1. FATO TÍPICO: composto por conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.

Conduta

- Conceito: é a ação ou omissão humana, voluntária e consciente, destinada à uma


finalidade.

- Causas de exclusão da conduta: há 3 situações (C H A) –> C= coação física irresistível


H= hipnose e sonambulismo – A= ato reflexo (movimentos corporais involuntários –
ataque epiléptico)

- Coação física irresistível (não tem previsão legal) X Coação moral irresistível (art. 22,
CP): na coação física, o coator usa o corpo do coagido como um objeto inanimado. A
coação física exclui a conduta e, portanto, o fato típico. Já na coação moral, o coator
mediante violência ou grave ameaça, vicia a vontade do coagido, obrigando-o a praticar
o fato típico. A coação moral exclui a culpabilidade.

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,


não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem.

- Classificação dos crimes quanto à conduta:

1. Comissivo: a lei descreve uma ação e é praticado de forma ativa

2. Omissivo: se divide em omissivo próprio ou omissivo impróprio (comissivo por


omissão). No omissivo próprio, a lei descreve uma omissão e é praticado de forma
omissiva, é uma subsunção direta (ex. crime de omissão de socorro – deixar de prestar
socorro quando possível fazê-lo sem risco pessoal).
O crime omissivo impróprio (comissivo por omissão), é um crime comissivo que,
excepcionalmente, é praticado por omissão. Ocorre quando o agente se encontra na
função de garantidor (tem o dever de agir para impedir o resultado), mas nada faz.

Exemplo prático: “A” se omitiu e “B” morreu. Se o cara não é garantidor e viu que “B”
estava morrendo e podia salvá-lo, mas nada fez, responde por omissão de socorro
(crime omissivo próprio). Se o cara é garantidor, responde pelo resultado morte, ou seja,
responderá pelo homicídio (crime omissivo impróprio).

Resultado

- Conceito: é a modificação do mundo exterior, provocada pela conduta, mas diversa


dela.

- Classificação dos crimes quanto à conduta:

1. Crime material: a lei prevê um resultado e exige que ele ocorra para que o crime seja
consumado. Quando o resultado é o núcleo do tipo penal, significa que o crime é
material (ex. arts. 121 - matar, 171 - obter).

2. Crime formal: a lei prevê um resultado, mas não exige que ele ocorra para o crime
estar consumado. Como exemplo, tem-se a extorsão (art. 158 - constranger com o fim
de obter vantagem indevida). O crime de extorsão mediante sequestro (art. 159) se
consuma com o arrebatamento da vítima, independente da exigência da vantagem.

3. Crime de mera conduta: quando a lei só prevê a conduta, mas não prevê nenhum
resultado. Ex. art. 150 – violação de domicílio (entrar no domicílio alheio sem o
consentimento).

Nexo causal

- Deve haver um nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. É preciso ter nexo
causal, mas só isso não é suficiente, pois precisa haver dolo ou culpa.

- Teoria quanto ao nexo causal (art. 13, caput, CP): o Brasil adota a teoria da
equivalência dos antecedentes causais ou da conditio sine qua non. Esta teoria diz que o
resultado só pode ser atribuído a quem lhe deu causa. Considera-se causa toda a ação ou
omissão sem a qual não teria ocorrido o resultado.

Exceção da teoria: a superveniência de causa relativamente independente exclui a


imputação quando, por si só, tiver provocado o resultado. Pode-se tomar como exemplo
o seguinte caso: Maria atirou em João. João foi resgatado por uma ambulância. A
ambulância capotou e João morreu. Se o resultado ocorreu por uma causa imprevisível,
rompe-se o nexo causal, logo Maria responderá por tentativa de homicídio e não
homicídio consumado.

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.

Superveniência de causa independente (exceção da teoria da conditio sine qua


non – rompe-se o nexo causal) – causa superior imprevisível rompe o nexo causal

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente (= causa


imprevisível) exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

24/02

TIPICIDADE:

- Quando a conduta consegue ser enquadrada na lei.

- Se divide em objetiva (formal e material) e subjetiva (dolosa ou culposa).

Tipicidade objetiva

- A tipicidade objetiva formal

- A tipicidade objetiva material está relacionada com o conteúdo da norma. Pode ser
afastada por princípios constitucionais penais, como a insignificância e a adequação
social.

-Princípio da insignificância: riscos de lesões mínimas não merecem relevância penal.


- Princípio da adequação social: conduta socialmente adequada não merece relevância
penal.

Obs.: súmula 502, STJ: a venda de produto pirata não é socialmente adequada e
configura crime.

Tipicidade subjetiva: a princípio, todos os crimes são dolosos, pois o dolo está implícito
em todos os tipos incriminadores. A culpa, por outro lado, precisa de previsão expressa
para que tenha relevância, o que é raro no Código Penal brasileiro.

- Dolo: o dolo é a consciência e vontade. O dolo pode ser considerado como dolo direto
e dolo eventual.

No dolo direto, o autor prevê e quer o resultado. No dolo direto, o importante para o
autor, é alcançar o resultado. A conduta é apenas um meio

No dolo eventual, o sujeito faz a previsão do resultado e aceita o risco de sua


ocorrência. No dolo eventual, o importante para o autor é a manutenção da conduta. O
resultado é apenas um preço que se aceita pagar – ex.: o sujeito está dirigindo em alta
velocidade e prevê que é provável que atropele alguém. Não quer diminuir a velocidade,
apesar de prever a ocorrência do resultado. Se acontecer, aconteceu.

- Culpa: é a quebra do dever geral de cuidado. No âmbito da culpa, é necessário levar


em conta a previsibilidade, ou seja, partindo da conduta tida como descuidada, o
resultado deve ser um desdobramento esperado, previsível.

*OBS.: Princípio da confiança -> para evitar respostas insatisfatórias sobre o alcance da
previsibilidade, passa a ser adotado o princípio da confiança, ou seja, a ideia de que a
sociedade gira em torno da confiança que se tem no outro. Esse princípio reflete no
Direito Penal, ao passo em que é possível concluir que aquele que cumpre seu dever de
cuidado, tem o direito de acreditar que terceiros também o farão. MAS só pode clamar a
confiança quem agiu com o dever de cuidado. Se descumpriu com o dever de cuidado,
não poderá alegá-lo.

- Culpa concorrente e compensação de culpas: Na culpa concorrente, dois ou mais


sujeitos concorrem com seus descuidos para a produção de um resultado lesivo. O
descuido de um ou mais sujeitos contribui para causar uma lesão. No Direito Penal, não
se admite a compensação de culpas, assim, na culpa concorrente, cada um responderá
apenas pelos resultados que provocou.
- Classificação da culpa: a culpa pode ser classificada como culpa consciente e culpa
inconsciente.

A culpa consciente é aquela em que o autor faz previsão do resultado, mas tem certeza
que irá evitar (ex. estou dirigindo em alta velocidade, mas mando muito na direção, logo
não vou matar ninguém com a minha conduta). A semelhança entre a culpa consciente e
o dolo eventual, é a previsão do resultado. Na culpa consciente, não se aceita o risco de
produção do resultado (diferente do dolo eventual, em que se aceita a produção do
resultado).

A culpa inconsciente ocorre quando o sujeito não faz previsão do resultado que era
previsível.

ERRO DE TIPO:

Pode ser classificado como essencial ou acidental.

O erro de tipo essencial, tem duas espécies consagradas: erro sobre elementar e erro
sobre descriminante.

No erro sobre elementar, por equivocada compreensão da realidade fática, o sujeito não
sabe, não tem consciência que realiza as elementares do tipo (ex. João pratica atos
libidinosos com Maria, que tem 13 anos, mas ele não sabia da idade de Maria). O erro
sobre elementar sempre afasta o dolo. ***

O erro sobre elementar se divide em inevitável (escusável) e evitável (inescusável).

O erro evitável é aquele que o cuidado comum não evitaria. O erro inevitável afasta a
culpa. ***

O erro evitável é aquele que o cuidado comum evitaria. Nesse caso, o sujeito responde
por culpa SE prevista em lei a forma culposa.

Erro sobre descriminante

A descriminante é a excludente de antijuridicidade.

*Erro putativo = por falsa percepção da realidade, acho que estou em uma situação, mas
não estou. Ex.: João ameaça Maria de morte. No dia seguinte, Maria vê João tirando
algo do casaco, Maria acha que é uma arma e atira em João, mas na verdade João queria
tirar uma carta de desculpas.

O erro sobre descriminante é a equivocada compreensão da situação de fato, o sujeito


imagina estar em situação que, se fosse real, tornaria sua conduta acobertada por uma
excludente de antijuridicidade.

No Brasil, é adotada a teoria limitada da culpabilidade, segundo a qual, as


consequências do erro de tipo sobre descriminante, são as mesmas do erro de tipo sobre
elementar, ou seja, sempre exclui o dolo. Se inevitável, exclui a culpa. Se evitável,
responde por culpa, SE previsto. ***

- Erro de tipo acidental: há duas principais espécies: o erro sobre a pessoa, ou seja, por
equivocada identificação da vítima, o sujeito atinge pessoa diversa da pretendida.
Consequentemente, responde como se tivesse atingido a vítima pretendida.

Há também o erro na execução, ou seja, por imprecisão no golpe executório, o agente


atinge pessoa diversa da pretendida. Consequências:

a) resultado será único ou simples: se atinge apenas terceiro, responde como se tivesse
alvejado a vítima pretendida.

b) resultado múltiplo ou complexo: se atinge a vítima que pretendia e também terceiro,


responde pelos crimes praticados, em concurso formal. Ex.: João queria matar a sua
sogra. Dispara e mata a sogra e a também a vizinha: homicídio doloso contra a sogra e
homicídio culposo contra a vizinha, em concurso formal.

2. ILÍCITO (LE³)

3. CULPÁVEL (MEDECO)

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