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Aula 05-Os Contratualistas
Aula 05-Os Contratualistas
I - Revisão
Para Agostinho, o que interessava assim como para Platão era a questão
da organização social e considera o Estado como micro organizações. Para
Agostinho assim como para Platão,.
Quando a lei humana possui bases na lei divina, isto é: se adequa aos
conceitos de ética e moral cristã, temos assim que chamamos de lei natural. Essa
lei natural vai defender direitos os quais lhe são inerentes, mesmo que não
estejam escritos, como no caso do direito à vida, por exemplo.
Para Tomás, havia uma harmonização entre fé e razão ou seja: Deus poderia
ser explicado através da ciência e não havia motivos para que houvesse brigas
entre estes dois conceitos. Sua obra principal a Summa Theológica traz sua
concepção de lei e justiça.
Temos a Lei Divina a qual vige como explanação da Lei Eterna. Deus ao
desejar se revelar aos homens manifesta-se através das Sagradas Escrituras.
Nessa manifestação existem parcelas da lei perfeita, como no caso dos dez
mandamentos.
Da lei Divina em conjunto com a Lei eterna surge a Lei Natural. Você
como ser humano possui capacidade cognitiva. Entende que toda a lei natural é
quando há um direito existente na sociedade mesmo que este não seja escrito ou
positivado. O direito à vida, mesmo que não seja escrito é uma garantia de todo o
indivíduo.
Agora entra a questão da lei escrita: para Tomás de Aquino e lei escrita
deve tomar como base os três precedentes acima: o soberano governante deve ter
em mente, no momento da criação das leis, que Deus é a lei perfeita o qual se
manifesta através das sagradas escrituras iniciando assim o direito natural e
que a lei escrita deve proteger estes direitos naturais criados.
Semana passada falei com um outro título e uma outra “pegada”, mas em
que sentido: a Igreja e o Estado estavam sempre ligados, tanto que há
comentários de dois padres, um do período antigo e outro do período medieval.
Mas ambos tinham uma mesma conclusão: o governo dos homens deveria ser
baseado em leis divinas.
Maquiavel, durante a queda dos Medici ficou exilado durante doze anos,
pois conforme entenderam, ele seria uma péssima influência para um governo
baseado em questões religiosas, pois sua visão era dissociativa, ou seja: Estado e
Igreja não deveriam se misturar.
Para isso escreveu o “livro” O Principe. Que na realidade não era um livro
e sim copilados de suas correspondências com Lourenço di Medici, os quais davam
orientações de como deveria este se manter no poder, sua forma de governar. Foi
um estudo dinâmico do governo e de como o governante deveria agir seja para
manter seu poder seja para exercer.
Digamos, se você foi uma pessoa que tinha uma visão puramente científica
com toda a certeza não concordaria com a influência de um estado religioso sobre
você. Com toda a certeza foi isso que Maquiavel pensou.
Na sua obra o Príncipe este fala o seguinte Maquiavel fala não somente em
como era passado o poder, a criação dos ducados mas as formas de governo,
conquistas de terras e por fim como manter-se no poder.
Não existe nada escrito como isso iniciou ou um marco histórico fixo, mas
apenas teorias. Alguns remetem a origem dos contratualista a Aristóteles na
Grécia, mas de que forma: para esse deveria haver três funções do governante: a
de reinar/executar/administrar; a função de legislar e a função de julgar.
Os principais contratualistas são os seguintes: Thomas Hobbes; Jonh
Locke e Jean Jaques Rousseau. Certo professor, mas o que ambos têm em
comum para serem chamados contratualistas? Todos têm em comum algumas
formas de pensar a origem do Estado.
a) O homem vivia, antes de ser criado o contrato que deu origem ao Estado, e um
“estado de natureza”. O que significa? Simples jovem Padawan: não havia regras
de civilidade, e sobressaia aquele que era mais forte. Havia o exercício de
autotutela1. E o que significa? Simples: vou lá, brigo com o outro, mato e tomo o
que é dele. Literalmente ninguém tinha modos ou comia cuscuz em pratos de
porcelana e garfos de prata.
c) O estado deve ter um soberano que governe, administre e faça valer as leis
assim como exercer os julgamentos em nome da sociedade. Esse poder é total e
absoluto, sendo o soberano inviolável e acima de qualquer lei. Por mais incrível
que pareça, mesmo que não exerça, o Rei Charles III possui essa prerrogativa
ainda atualmente.
1Autotutela hoje é vedado, pois o estado tem o poder de jurisdição, mas vocês vão ver isso em
processo. Além disso, se a autotutela não for exercida dentro de certos limites, como a legítima
defesa, você está cometendo o crime de exercício arbitrário das próprias razões conforme o Art.
345 do Código Penal.
monarca absoluto, não havendo incidência para que os comuns participassem ou
muito menos se cogitava em uma monarquia constitucional.
Sobre monarquia constitucional, vou indicar este vídeo bem curto mas
interessante: https://www.youtube.com/watch?v=g0J3gMQ4WKE como
funciona o parlamento britânico que em breve estudaremos nas nossas aulas
sobre forma de governo.
Mas professor, onde Locke entra nesta história? Falei que ele era conhecido
pelo liberalismo, não disse? Mas não conceituei. Liberalismo é o movimento de
intervenção mínima estatal, ou seja: o Estado não se mete na tua vida a não ser
em alguns aspectos.
Locke afirmava o seguinte: que o homem é egoísta por natureza, mas era
livre e si. Esse egoísmo faz com que deixe de pensar nos demais e busque somente
o seu crescimento pessoal. Ou seja: entre Locke e Hobbes havia um ponto em
comum: a maldade do homem em si.
Enquanto “Hobbinho” dizia que todo o poder para que se evite guerras
internas, devem ser dados ao soberano, para Locke era o contrário: a soberania
não era do soberano e sim do Estado. A função do governante era garantir o bom
funcionamento da máquina estatal e aplicar as leis.
Mas professor, existe uma outra diferença? Sim. Hobbes era absolutista,
ou seja, concentrava todos os poderes na mão do rei, quanto Locke era liberal e
por isso entendia que as funções estavam dissociadas do monarca.
Como assim professor? Simples: o rei passa a ser apenas uma figura
representativa, ele “reina, mas não governa”. O rei é apenas chefe de estado e não
chefe político. O poder de governar está com o parlamento. É escolhido um
dentro os parlamentares eleitos pelo povo o qual exercerá as funções de governo.
Fim de papo.