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ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO Glauce Pontes Fitho Engenheiro Civil bidim [TPC] _InsTrTuTo PANAMERICANO DE CARRETERAS BRASIL FF PAN AMERICAN INSTITUTE OF HIGHWAYS - PIH ® emai: ipcrasivalexxa.combr- Home Page: www ip oer Copyright © 1998, Glauco Pontes Filho Proibida a reprodudo, mesmo parcial, € por qualquer processo, sem autorizagao expressa do autor. Editoragio Eletrénica: Glauco Pontes Filho Fotoitos: Diagrama Pré-Impressio Dados Internacionais de Catalogacto na Publicagio (CIP) (Ciara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ponies Fillo, Glauco. Estradas de rodagem : projeto geométrico / Glauco Pontes Filho. - Séo Carlos : G. Pontes Filo, 1998. 432 pail, 1. Bstradas rurais 2. Rodovias —Projeto 1. Titulo. epp.625.75 Indices para Catslogo Sistemdtico 1. Projetos geométrios : Rodovias 625.725, 2, Rodovias : Projetos : Engenharia 625.725 3, Rodovias rurais: Projeos : Engenharia 625.725 ‘A.cada dia ¢ hora o transporte fica mais importante para a economia e 0 bem estar social, Primeiro, porque é a capacidade que o homem desenvolven ao aprender a trocar 0s seus excedentes de producéo, tornando-se o principal recurso para ampliar a capacidade de sobrevivéncia, a longevidede, a flicidade e 0 conforto dos seres tumanos, Segundo, porque 0s avangos da tecnologia contribuem para fazer de :meios e equipamentos para transporte um conjunto de elementos que ampliam 0 ciclo da economia, mesmo consumindo recursos humanos € naturais ao produzir a viagem de bens ou pessoas. Por outro lado, embora a maioria dos cursos de graduagéo em engenharia civil inclua fondamentos sobre projetos de vias para transporte, boa parcela dos engenheirosformados carecem de prtica e métodos para colocar em ago‘ eoria os processos de estimativa de caracterstcas de rodovias e assemelhaos de maneira eficaze eficiente. 0 pior ocorre quando livros, normas e manuals preocupan-se apenas em mostrar fo subjacente e a excecio de teorias e fundamentos que podem ser aplicados a0 trabalho de projeto e manutengio de vias. [A presente obra cobre exatamente uma parcela da necessidade de engenheiros cestudantes em ter acesso a resumos de teorias e especificagdes sobre procedimentos para tratamento de caracteristicas de rodovias e outras vias para estudos, projetos ¢ -verificagées. E dirigida ao pritico e ao pesquisador iniciante, e inclui de maneira sintética e pronta para uso os métodos indispensdveis para o processamento do conhecimento sobre os t6picos que se dispée a abranger. Este livro & destinado ao sucesso porque seu contesido abreviard os caminhos para o aprendizado de engenheiros, estudantes e pesquisadores. Yost Bermardes Felex Professor Titular, Diretor do Centro de Processamento de Dados, CChefe do Departamento de Transportes © Presidente da Comissio de Pesquiss na Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo APRESENTAGAO E AGRADECIMENTOS Escrever um livro é uma tarefa laboriosa, porém, tera experiéncia de varios anos rmaterializada desta maneira é um sonho de qualquer professor que st dedica a0 censino e & pesquisa. No Brasil, a maioria dos professores universitirios das diseiplinas de projeto geométrico de estradas adotam apostilas nos seus cursos devido & caréncia de livros didéticos atualizados sobre o tema. Esperamos, com a presente obra, preencher este lacuna. O livro € direcionado aos estudantes ce engenharia civil (cursos de grauagio) estudantes de pés-graduacéo e engenheiros civis engajados no projeto ¢ construcdo de estradas. Este livro contém 0 programa bisico das disciplinas relacionadas 20 projet geométrico de estradas de rodagem, lecionadas nos cursos de engenari civil das ‘universidades brasieiras. O objetivo principal dolivroé transmitir, em linguagem idética eacessvel,o8 conceitos fundamentais para projeto geométrico de estradas de rodagem, de acordo com as mais recentes normas rodovisrias do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Tabelas, grificos, abacos ¢ programas ra alculadora HP-48 G/GX sio apresentados, assim como exerciciosresolvidos ¢ propostos, que possbilitardo melhor fixagio de conhecimentos © conceitos. Durante o longo caminho trilhado entre a idéia inicial ¢ a publicacéo do livro, contamos com a colaboracéo dos engenheiros Roberto Toshimitsu Aramaki (BIDIM - BBA), Cassio Alberto Teoro do Carmo (VERAM Tecnologia), John Kennedy Guedes Rodrigues e Gilmar Trindade de Araijo (UFPB), Alexandre Henrique Borges Assi (QUACIL Construgdes Terraplenagem Ltda), Rubens Brazetti (DNER), Marcio Augusto de Sousa Nogueira, Carlos Henrique Barreiro, Fernando Luiz Mendes Mariano, Adauto Medeiros Filho e Romildo Teles Pinto da Frota, aos quais deixo aqui meus sinceros agradecimentos. ‘Agradecemos também aos professores Carlos Reynaldo Toledo Pimenta e Marcio Pires de Oliveira, da Escola de Engenharia de Sio Carlos / USP, pelos exercicios que enriqueceram esta obra, Um agradecimento especial ao meu grande incentivador, mestre ¢ amigo José Bemardes Felex, professor titular da Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo, a0 qual exteriorizo aqui a minha eterna gratidio. Finalmente, aqueles que desejarem criticar e sugerir alteragbes para incluso em futuras edigdes, apresento meus agradecimentos antecipados, solicitando que cenviem suas observagies pelo e-mail gpontes@usa.net. Sao Carlos, novembro de 1998. Glauco Pontes Filho “A terra ferida vinga-se produzindo flores” Tagore SUMARIO CAPITULO 1 - CONSIDERACOES GERAIS Introdugao Estudos para construgao de uma estrada Reconhecimento Exploragéo Projeto Fatores que influem na escolha do tragado Desenvolvimento de tragados Classificagao das rodovias 1) Quanto a posigéo geogrifica 2) Quanto a funcio 3) Quanto a jurisdigio 4) Quanto as condigdes técnicas Niveis de servico CAPETULO 2 - ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS Introducdo Azimutes e ingulos de deflexao Curvas de concordéncia horizontal Greides Segoes transversais Exercicios 01 OL 03 08, 12 20 20 23 Rae XIl__ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho sumAKO_xitl CAPITULO 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 51 CAPETULO 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSICAO 127 Introdugio 51 Introdugao wr ‘Velocidade de projeto 52 Tipos usuais de curvas de transigio 128 Velocidade de operagao 53 ‘Curva horizontal com transigao (simétrica) 131 Veiculos de projeto 54 Célculo dos elementos da espiral (método do raio conservado) 132 Distancias de lade 59 Comprimento minimo de transigio (critério dintmico) M41 lidade de parada 60 Comprimento maximo de transicéo 144 lidade de ultrapassagem 67 Locagio de curvas de transigao 151 Curva circular com transig6es assimétricas 158 CAPETULO 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 72 Curvas compostas com transicao 160 Exercicios 164 Introdugio n Geometria da curva circular 2 cAptTULo 6— SUPERELEVACAO a7. Locagio de curvas circulares por deflexio 82 1) Deflexées sucessivas 83 Introducdo a1 2) Deflexdes acumuladas 84 ‘Taxas de superelevacdo para raios acima dos minimos 176 Locagdo de curvas circulares por offsets 87 Distribuicdo da superelevagio 182 fnimo de curvatura horizontal 90 Diagramas de superelevacdo 190 idade nas curvas horizontais 96 1) Giro em toro do eixo 190 Curvas circulares compostas 102 2) Giro em torno da borda interna 191 ‘Curva composta com 2 centros 102 3) Giro em torno da borda externa 191 Curva composta com 3 centros 108 Exercicios 14 Curva composta com 3 centros (acesso-tipo DERSA/SP) 112 ag 1) Clculo dos angulos centrais A,, A, € A, 14 CAPETULO 7 - SUPERLARGURA 2) Célculo da tangente T : : aa = a Caleulo da superlargura _ Exercicios 7 sigio da superlargura (pistas de 2 faixas) XIV_ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRIC __Glauco Pontes Filho seo 1) Alargamento simétrico da pista 203 Momento de transporte - 2) Alargamento assimétrico da pista 204 Exercicios 7 mee = | CAPITULO 10 — ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 283 CAPITULO 8 — CURVAS VERTICAIS 209 | i ‘ 283 | Alinhamento horizontal 28 Introdugao 209 | Alinhamento vertical ad Tipos de curvas verticais a4 | Faixas auxiliares para vefculos Jentos em rampas a Célculo das cotas e flechas da parabola simples 25 ‘Comprimento critico de rampa Célculo do ponto de ordenada maxima ou minima 218 | Determinagao dos pontos de inicio e fim das rampas 296 Cotas ¢ estacas do PCV ¢ PTV | a) Ponto de inicio da rampa ia Nota de servigo de terraplenagem 29 | b) Ponto final da tampa : i ‘Comprimento minimo de curvas verticais 20 | Determinagio do ponto de inicio da faixa adicional Comprimento minimo de curvas convexas 221 Determinagio do ponto final da faixa adicional 301 Comprimento minimo de curvas concavas 227 Coordenagéo dos alinhamentos horizontal e vertical 309 Exercicios 242 Se Ey CAPITULO 9 — NOCOES DE TERRAPLENAGEM 255 eioaesso 317 Introdugio 255 Intersegées em nivel 7 Calculo de volumes 256 Intersecées com 3 ramos 7 Calculo das éreas das segdes transversais 258 Intersegdes com 4 ramos = 1) SegGes transversais em terreno plano 258 Intersegdes de ramos miltiplos sea 2) Seco mista 259 Rotaiérias aa 3) Método analitico 259 ‘Tipos de manobras e conflitos a 260 Prineipios de canalizagao de trafego Diagrama de massas. 261 Faixas de mudanca de velocidade i Fator de homogeneizacdo de volumes 265 Intersegdesem desnivel ou interconexdes pal Propriedades do diagrama de massas 266 Trevo completo XVI__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Tse" Diamante Trevo Parcial Direcionais Caracteristicas das interconexdes Diamante simples Diamante aberto Diamante aberto com um sentido de circulagao Trevo completo ‘Trevo completo com vias C-D (coletoras-distribuidoras) Trevo parcial (Parclo — Partial Cloverleaf) Trevo Parcial (Parclo ~ 4 quadrantes) Trombeta Interconexao giratoria Interconexées direcionais, Escolha do tipo de interconexao RESPOSTAS DOS EXERCICIOS ANEXO I Resumo de Férmulas e Equacbes |ANEXO II — Listagens de Programas ~ Calculadora HP-48 G/GX ANEXO IIT ~ Resumo dos Critérios Basicos para Projeto Geométrico de Rodovias Rurais, Agrupados por Classe de Projeto BIBLIOGRAFIA 335 336 337 337 338 338 339 340 341 342 343 Fg ae LISTA DE FIG ad 1.2 13 14 15 16 7 18 1.9 1.10 aad 1.12 113 1.44 1.45 24 2.2 23 24 25 2.6 Diretriz geral de uma estrada Planta e perfil longitudinal de uma estrada ‘Segio transversal de uma estrada Desenvolvimento de tracado em ziguezague Desenvolvimento de tracado em ziguezague Desenvolvimento de tragado acompanhando o talvegue Desenvolvimento de tragado acomp. as curvas de nivel. Diretriz cruzando espigo pela garganta. ‘Transposicao de gargantas. ‘Tragado ao longo de uma cadeia de montanhas. Estudo de tragados. Estudo de tracados. Desenvolvimento de tragado em regio plana. Exemplos de rodovias do Estado de Sao Paulo. Exemplos de rodovias federais. Elmentos geométricos de uma estrada. Elementos geométricos axiais. ‘Azimut e comprimento de um alinhamento. Citculo de coordenadas retangulares. Dedugio do azimute de um alinhamento. ‘Tipos de curvas horizontais. YVIII__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho LUSTADEFIGURAS XK 2.7 Tipos de curvas horizontais. 38 4.8b Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). 110 2.8a Elementos de uma curva composta com dois centros. 38 49 Acesso-tipo DERSA/SP. 12 2.8) — Elementos de uma curva composta com trés centros. 39 2.9a Perfil Longi 41 5.1a _ Curvas de raio varivel. 129 2.9 _ Perfil Longitudinal. 43 5.1b _ Tipos de clotéides. 130 2.10 Tipos de greides. 43 5.2 Curva horizontal com espirais de transicao simétricas. 131 2.11 _ Tipos de curvas verticais (greides curvos). 44 5.3 Elementos da espiral. 133 2.12 Segdo em corte. 45 5.4 Elementos da espiral de transicio. 138 2.13 Segio em aterro. 45 5.5a Elements para locagio da espiral de transicio. 151 2.14 Segio mista. 45 5.5b Procedimento para PI inacessivel. 152 5.6 Curva horizontal circular com transig6es assimétricas, 158 31a Dimensées do veiculo de projeto VP (cm). 57 5.7 Concordancia de curvas circulares com espiral. 160 3.1b Dimensées do vefculo de projeto CO (cm). 57 5.8 Curva composta com transicao. 161 3.1c Dimensdes do vefculo de projeto O (cm). 58 3.1 58 6.1a Valores possiveis de e, em funcio da estabilidade. 174 32 61 6.1b _Variagdo do atrito f, em fungao da curvatura (V= Vij.) 174 3.3. Relagio entre o coef. de atrito longitudinal e a velocidade. 64 6.2 Distribuigio parabélica da superelevacdo. 177 3.4 Esquema de ultrapassagem. 68 6.3 SuperelevagGes para raios acima dos minimos. 178 6.4 Grifico de superelevacéo (V = 70 km/h). 179 4.1 Curva horizontal circular simples. B 6.5 Grifico de superelevagao (V = 80 km/h). 179 4.28 Locagio de curvas circulares por angulos de deflexao. 82 6.6 Grifico de superelevacao (V = 90 kth). 180 4.2b — Locacio de curvas circulares por offsets. 87 6.7 Grifico de superelevagio (V = 100 kan/h). 180 4.3. Forcas atuantes num vefculo em curva. 90 6.8 Processos de obtengao da superelevagio. 183 44 96 6.9 Secdes transversais de uma estrada. 184 4.5 Curva horizontal em corte. ” 6.10 Giro em tomo do eixo. 185 4.6 Curva composta com 2 centros. 02 6.11 Esquema mostrando a variagio da superelevacio. 188 4.7 Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). 103 6.12 Distribuicdo da superelevacao em bifurcagdes. 189 48a Curva composta com 3 centros. 109 7.1 Trajet6ria de um vefculo numa curva. 197 XX _ESTRADAS DE RODAGEM— PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho 7.2 Elementos intervenientes no célculo da superlargura. 198 7.3. Distribuicdo da superlargura numa curva de transicao. 204 7.4 Distribuicdo da superlargura numa curva circular simples. 205 8.1 Perfil de uma estrada. 210 8.2a Pardbolas de 2° grau: (a) simples; (b) composta. 2 &2b _ Elementos da pardbola de 22 grau composta. 212 83. Tipos de curvas verticais. 214 8.4 Esquema para célculo das cotas e flechas da parébola. 215 85 Comprimento minimo de curvas verticais convexas ($<). 221 8.6 Comprimentos de curvas verticais convexas (recomendados). 224 8.7 Comprimentos de curvas verticais convexas (excepcionais). 224 88 Comprimento minimo de curvas verticais convexas (S>L). 225 8.9 — Comprimento minimo de curvas verticais cncavas ($L). 231 9.1 Prisméide formado num tramo de rodovia.. 257 9.2 Area de uma secio transversal num terreno plano. 258 9.3 Secio mista. 259 9.4 Método analitico para célculo de dreas. 260 9.5 Perfil longitudinal e diagrama de massas. 264 9.6 Expansio e contracio de solos durante a terraplenagem. 266 9.7 Onda de Briickner. 268 9.8 Determinacdo do ponto de passagem (PP). 269 9.9 Momento de transporte. an LSTA DE FIGURAS XX 10.1 Alinhamento horizontal de uma estrada. 286 10.2 Escolha de raios de curvas sucessivas. 287 10.3 Terceira faixa. 291 10.4 fico de rampa para caminhdes de 201. 292 10.5 de uma faixa adicional de subida. 293 10.6 Exemplo hipotético de comprimento de rampa. 296 10.7 Curvas de desaceleragao para semi-trailer de 23 ¢. 301 10.8 Determinacao da distancia de aceleragio. 303 10.9 Determinacdo da velocidade de caminhdes nas rampas. 304 10.10 Forgas atuando num veiculo pesado em rampa. 304 10.11 Localizagio e geometria de faixas a. res de subida. 308 10.12 Diagrama de barras. 310 10.13 Periil longitudinal e diagrama de barras. 3 10.14 Combinagio de alinhamentos. 312 10.15 Combinagio de alinhamentos. 313 10.16 Combinagao de alinhamentos. 314 10.17 Combinagio de alinhamentos. 315 10.18 Combinacao de alinhamentos. 316 11.1 Tipos de manobras. 322 11.2 Tipos de conflitos. 323 11.3 Intersecdo canalizada de alto padrao (tipo bulbo). 325 11.4 Faixas de aceleracdo (1) € desaceleragio (2). 328 11.5 Alguns tipos de ramos em interconexdes. 334 11.6 — Recomendagoes para a definigo do tipo de intersegiesem 348 ‘reas rurais. di 24 22 3. 32 33 34 35 41 42 43 44 4s 51 5.2 LISTA DE TABELAS Classes de Projeto (Areas Rurais). Largura das faixas de rolamento em tangentes em fungio do relevo (m). Largura dos acostamentos externos (1). Velocidades de projeto por regio. Dimens6es basicas dos veiculos de projeto (m). Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (Vigay.) Coeficiente de Distincias de longitudinal pnew/pavimento (V3, dade de ultrapassagem (D,). Locagao de curvas circulares simples. Valores méximos admissiveis para os coeficientes de atrito transversal f. ‘Taxas méximas de superelevacdo admissiveis, ¢,..- Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. Condigdes minimas de projeto, para borda dos pavimentos, nas conversdes de intersegoes. ‘Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de tr Locagio de curvas de transicao. 47 54 56 65 65 70 85 94 96 108 113 155 61 62 TW 72 81 o1 10.1 10.2 10.3 ua 2 LISTADE TABELAS XXIII rrr ‘Valores dos raios acima dos quais a superelevagio é dispensivel. ‘Comprimentos minimos dos trechos de variagéo da superelevagio (pista tinica, 2 faixas de tréfego de 3,6 m). Valores de G,. Valores dos raios acima dos quais € dispensavel a superlargura. Nota de Servigo de Terraplenagem. Calculo de volumes e ordenadas de Briickner. Rampas maximas (%). Determinacdo do inicio das faixas adicionais ¢ respectivos comprimentos minimos. Determinacdo do final da 3 faixa para diferentes greides. ‘Comprimento de projeto das faixas de mudanca de velocidade para greides suaves (= 2%). ‘Variagdo do comprimento das faixas de mudanga de vvelocidade em funcio do greide. 181 187 202 219 262 307 307 329 330 CAPiTULO 1 CONSIDERACOES GERAIS A pay ba anice forma de noe sentinmos cealmente humanos.” ‘ALBERTEINSTEIN CGentista alemio INTRODUCAO Se entende por projeto geométrico de uma estrada ao processo de correlacionar os seus elementos fisicos com as cara icas de operagio, frenagem, zceleragio, condigdes de seguranca, conforto, etc. Os critérios para o projeto geométrico de estradas baseiam-se em principios cde geometria, de isica enas caracteristicas de operaco dos vefculos. Incluem no somente calculos tedricos, mas também resultados empiricos deduzidos de numerosas observagées ¢ anilises do comportamento dos motoristas, reagées humanas, capacidade das estradas, entre outras. A construgio de tuma estrada deve ser tecnicamente possivel, economicamente visvel esocialmente abrangente. 2. ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROIETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Muito mais do que uma causa, as estradas devem ser encaradas como uma conseqjténcia da civilizagdo. Em todo projeto de engenharia pode-se, em geral, optar entre diversas solugdes. Porém, nos projetos de estradas a indeterminacio é maior. E decisivo para a escolha da solucdo final o critério adotado pelo proje a sua experiencia e o seu bom senso. Deverd ento 0 projetista escolher os tracados possiveis e em seguida comparé-los entre si, atendendo a critérios que a0 longo deste livro sero apresentados (raios minimos de curvas clinagdes de rampas, curvas verticais, volumes de cortes ¢ aterros, superelevacao, superlargura, etc.). ESTUDOS PARA CONSTRUCAO DE UMA ESTRADA Os trabalhos para construgio de uma estrada iniciam-se por meio de estudos de planejamento de transporte. Esses estudos tém por objetivo verificar 0 comportamento do sistema vidrio existente para, posteriormente, estabelecer prioridades de ligagdo com vistas as demandas de trifego detectadas & projetadas de acordo com os dados sécio-econdmicos da regio em estudo. As principais atividades para elaboragio de um projeto visrio sao: + Estudos de tréfego. + Estudos geolégicos e geotécnicos. + Estudos hidrolégicos. Cap. 1 - CONSIDERAQOES GERAIS 3. + Estudos topogréficos. + Projeto geamétrico. + Projeto de obras de terra. + Projeto deterraplenagem. + Projeto de pavimentacio. + Projeto dedrenagem. + Projeto de obras de arte correntes. + Projeto de obras de arte especiais. Projeto de viabilidade econdmica. + Projeto dedesapropriacao. Projetos de intersecdes, retornos € acessos. + Projeto d + Projeto de elementos de seguranca. Orcamento da obrae plano de execugio. Relat6rio de impacto ambiental. O projeto geométrico de uma estrada comporta uma série de operacdes que consistem nas seguintes fases: Reconhecimento, Exploracio ¢ Projeto. A seguir faremos uma descrigao sucinta destas fases. RECONHECIMENTO E a primeira fase da escolha do tracado de uma estrada. Tem por objetivo principal o levantamento ¢ a andlise de dados da regio necessérios a definicao dos possiveis locais por onde a estrada possa passar. Nesta fase sao definidos 0s principais obstaculos topogrdficos, geolégicos, hidrolégicos e escothidos ocais para olangamento de anteprojetos. 4 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRIC Glauco Pontes Filho Consideremos a ligagio entre dois pontos A e B de uma determinada regio, esbogada na figura 1.1. oo Cidade C FIGURA 1.1 — Diretriz geral de uma estrada (Fonte: PEREIRA). Os pontos A e Bio denominados pontos extremos. A rela AB, ligando esses pontos, chama-se diretriz geral da estrada, A cidade Ceo porto D que serio servides pela estrada a construir, sio conhecidos como pontos obrigados de passagem de condicéo ¢ so determinados pelo érgio responsivel pela construgao. A topografia da regidio pode impor a passagem da estrada por determinados pontos. A garganta G é um exemplo. Esses pontos chamam-se pontos obrigados de passagem de circunstancia, Cada uma das retas que liga dois. pontos obrigados intermediérios é denominada diretriz parcial. Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS 5. ‘As tarefas a serem desenvolvidas na fase de reconhecimento consistem basicamente de: Coleta de dados sobre a regio (mapas, cartas, fotos aéreas, topografia, dados s6cio-econdmicos, trafego, estudos geol6gicos ¢ hidrolégicos existentes, etc.). Observacio do terreno dentro do qual se situam os pontos obrigados de condigo (no campo, em cartas ou em fotografias aéreas). ‘A determinagao das diretrizes geral e parciais, considerando-se apenas 05 pontos obrigados de condigéo. Escolha dos pontos obrigados de passagem de circunstancia. Determinagio das diversas diretrizes parciais possiveis. Selegio das diretrizes parciais que fornegam o tracado mais pr6ximo da diretriz geral. Levantamento de quantitativos e custos preliminares das alternativas. Avaliagéo dos tracados. Ostrabalhos de escrit6rio consistem em preparar as plantas e perfis levantados ‘no campo e comparar 0s diversos estudos realizados, indicando e justificando o tracado mais conveniente para a futura estrada. ‘As escalas comumente usadas nos desenhos so: planta (1:20.000) e perfil da linha de reconhecimento (1:20.000 Horiz.,e 1:2.000 Vert.). 6 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Giauco Pontes Filho Deserihados os detalhes planimétricos, extraem-se das cademetas e do perfil os dados que permitem tracar as curvas de nfvel do relevo do solo da faixa estudada. No reconhecimento nao se justifica levantar grandes detalhes topograficos, face ao cardter preliminar dos estudos, que so desenvolvidos a partir de levantamentos de natureza expedita empregando métodos de baixa precisio. EXPLORAGAO A exploragao consiste no levantamento topogrifico de uma faix: terreno, dentro da qual seja possivel projetar o eixo da estrada, Nesse levantamento empregam-se métodos e instrumentos muito mais precisos que 05 utilizados na fase de reconhecimento. Durante a fase de exploracao sio desenvolvidos outros estudos, além dos topograficos, tais como: tréfego, hidrologia, geologia, geotecnia, entre outros. Estes estudos possibilitam a elaboracdo dos anteprojetos de terraplenagem, de drenagem, de pavimentagio, geométrico, etc. O langamento do anteprojeto geométrico segue normalmente a seguinte seqiéncia: Escolha dos pontos de intersegdo das tangentes (PI) e determinagéo de suas coordenadas. CAlculo do comprimento das tangentes. Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS 7 Escolha dos raios das curvas horizontais. A escolha do raio é feita colocando-se diversos gabaritos sobre a planta de modo que as curvas neles representadas tangenciem 0s dois alinhamentos. Dimensionamento das curvas horizontais. Estaqueamento do tracado, geralmente de 20 em 20 metros, Levantamento do perfil do terreno relativo ao tracado escolhido. Escolha dos pontos de intersecio das rampas (PIV). Determinagao das cota estacas dos PIV's. CAlculo das dec Calculo dos comprimentos das rampas. Escotha d Dimensionamento das curvas verticais. idades das rampas. curvas verticais. ‘A scala das plantas a serem apresentadas deve ser 1:2.000. O perfil longitudinal do terreno € feito nas escalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). As segGes transversais, de preferéncia, séo desenhadas na escala 1:10. ‘Com os dados obtidos nesta fase obtém-se uma avaliagéo de custos € beneficios de cada umas das solugdes propostas e assim escolhe-se entre 05 diversos anteprojetos o mais adequado. 0 detalhamento do projeto geométrico geralmente € feito na fase seguinte. ‘8 _ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho PROJETO Ea fase de detalhamento do anteprojeto, ou seja, 0 calculo de todos os elementos necessérios a perfeita definicao do projeto em planta, perfil longitudinal e segées transversais. O projeto final da estrada é 0 conjunto de todos esses projetos complementado por memérias de célculo, justificativa de solugées e processos adotados, quantificagdo de servigos, especificacdes de materiais, métodos de execugio e orcamento. Uma estrada, quando bem projetada, nao deverd apresentar inconvenientes como curvas fechadas e freqiientes, greide muito quebrado e com declividades fortes ou visibilidade deficiente. Ao projetar uma estrada deve-se, na medida do possivel, evitar essas caracteristicas indesejéveis. Como regras bisicas, leva-se em consideragio o seguinte: ‘Ascurvas devem ter o maior raio possfvel. ‘A rampa maxima somente deve ser empregada em casos particulares ¢ com a menor extensio possivel. A visibilidade deve ser assegurada em todo o tracado, principalmente nos ‘eruzamentos € nas curvas horizontais e verticais. Devem ser minimizados ou evitados os cortes em rocha Devem ser compensados os cortes € 0s aterros. + Asdistancias de transporte devem ser as menores possiveis. Cop. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS |A planta, que 6 a representacio da projegdo da estrada sobre um plano horizontal, deverd conter basicamente as seguintes informagbes: Bixo da esirada, com a indicagdo do estaqueamento ¢ a representacao do relevo do terreno com curvas de nivel a cada metro, Bordas dapista, pontos notaveis do alinhamento horizontal (PC's, PT's, PI's, ete.) ¢ elementos das curvas (rains, comprimentos, angulos centrais, etc). LLocalizagio e limite das obras de arte correntes, especias ¢ de contencio. Linhas indicativas dos offsets de terraplenagem (pés de aterro, cristas de corte), dos limites da faixa de dominio, das divisas entre propriedades, nomes dos proprietérios, tipos de cultura ¢ indicagdes de acessos 8s propriedades. Servigos piblicos existentes, bem como propostas para sua relocacéo, se for 0 caso. 'A planta, em geral, 6 desenhada na escala 1:2.000. Deverdo ainda ser executados desenhos suplementares, agrupados por assunto (drenagem, pavimentagi, etc), de forma a permitir uma compreensto cara e objetiva de todos os servigos a serem executados. 10 ESTRADAS DE RODAGEMPROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho inal, que € a representagio da projecio da estrada sobre uma rica vertical que contém o eixo da estrada em planta, normalmente é desenhado nas escalas 1:2.000 (horizontal) ¢ 1:200 (vertical). (Os desenhos deverdo indicar: + O perfil do terreno, + Alinha do greide. + Asestacas dos PIV’s, PCV’s, PTV’s. + Ascotas dos PIV’s, PCV’s, PTV’s. + Qs comprimentos das curvas verticais de concordancia. + Asrampas, em poreentagem. + Osraios das curvas verticais, + Asordenadas das curvas verticais sob 0s PIV’s. + As cotas da linha do greide em estacas inteiras ¢ em locais de segées transversais especiais. +A localizagio ¢ limites das obras de arte correntes e especiais, com indicagao de dimensoes ¢ cotas. + Perfil geol6gico. ‘Atepresentagio grdfica do perfil longitudinal, preferencialmente, deverd ser feita na mesma folha em que é desenhada a planta, com correspondéncia de cestaqueamento, como mostra a figura 1.2. Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS 11 FIGURA 1.2—Planta e perfillongitudinal de uma estrada (Fonte: DER/SP). 12 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho As segdes transversais sio projegdes da estrada sobre planos verticais perpendiculares ao eixo. Devem ser desenhadas varias segdes-tipo em pontos escolhidos, que permitam a perfeita definigdo de todas as caracterfsticas transversais do projeto. As secées transversais (figura 1.3) devem conter: Dimensées e/ou inclinagdes transversais dos acostamentos, faixas de tréfego e demais elementos que constituem a plataforma da estrada. Taludes de corte e/ou aterro. Indicacioe ki izagao de obras de arte, dispositivos de drenagem, obras de protecao, etc. Areas de corte ¢/ou aterro. Posigao dos offsets de terraplenagem e faixa de dominio. Outras informagées complementares. FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DO TRACADO So virios 0s fatores que interferem na defini¢ao do tracado de uma estrada. Dentre eles, destacam-se: a topografia da regio. as condigdes geolégicas e geotécnicas do terreno. ahidrologia ea hidrografia da regio. + apresenga de benfeitorias ao longo da faixa de dominio. Cap. 1- CONSIDERACOES GERAIS 13 Banquets pre —\ Vatea de pedecone vate ae roegtoge FIGURA 1.3 — Sedo transversal de uma estrada. Regides topograficamente desfavordveis geralmente acarretam grandes movimentos de terra, elevando substancialmente os custos de construgio. ‘As condigées geol6gicas e geotécnicas podem inviabilizar determinada diretriz de uma estrada. Na maioria dos casos s4o grandes os custos necessérios para estabilizacio de cortes ¢ aterros a serem executados em terrenos desfavordveis (cortes em rocha, aterros sobre solos moles, etc.)- ‘A hidrologia da regido pode também interferir na escolha do tragado de ‘uma estrada, pois os custos das obras de arte e de drenagem geralmente S80 clevados. O mesmo acontece com os custos de desapropriacio. Dependendo do mimero de benfeitorias ao longo da faixa de implantagio da estrada, os custos de desapropriagdo podem inviabilizar o tracado. 14 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho DESENVOLVIMENTO DE TRACADOS Aparentemente, a melhor solugao para a ligagéo de dois pontos por meio de uma estrada consiste em seguir a diretriz ger. Isto seria possivel caso 1ndo houvesse entre estes dois pontos nenhum obstéculo ou ponto de interesse que forcasse a desvi estrada de seu tragado lade de uma regio for ingreme, de modo que nao seja lancar 0 eixo da estrada com declividade inferior a valores admissiveis, deve-se desenvolver o tragado. As figuras a seguir mostram alguns exemplos de desenvolvimento de tragados. FIGURA 1.4 — Desenvolvimento de tragado em ziguezague. Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS 15 Ee eevee SeeeeeEe oe ee UE B See 100 A FIGURA 1.5 — Desenvolvimento de tragado em ziguezague. A 1 120 146 160. 180 FIGURA 1.5 — Desenvolvimento de tragado acompanhando 0 talvegue : ha Quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nivel (figura 1.7), hé Si Es Jo ocorre porque, uma redugéo do volume de material escavado. Esta reducio ocorre Por menos ao se acompanhar as curvas de nivel, a plataforma da estrada cruzaré é {ssico disso. com as mesmas. A foto da capa deste livro é um exemplo clissico 16 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho FIGURA 1.7 — Desenvolvimento de tragado acompanhando as curvas de nivel. Quando 0 eixo da estrada tiver que cruzar um espigio, deve fazé-lo nos seus pontos mais baixos, ou seja, nas gargantas (figura 1.8). Deste modo, as rampas das rodovias poderio ter declividades menores, diminuindo os movimentos de terra. FIGURA 1.8 — Diretriz cruzando espigéo pela garganta. Cap. 1- CONSIDERAGHES GERAIS 17 Em regra, a garganta ¢ transposta em corte, a fim de diminuir a declividade média e 0 desenvolvimento do tracado. Se a garganta for estrcita ¢ alta, pode ser trarsposta em tinel. A encosta pode ser vencida em aterro, contribuindo para a diminuigdo do tragado. Sendo H a diferenga de cotas entre 08 pontos A e B da figura 1.9, L a distancia horizontal entre estes pontos, ia rampa méxima do projeto ¢ fa altura méxima de corte aterro, temos: se HIL i, podemos ter: a) (H-2hyL i, 6 necessério passar em tinel ou desenvolver o tragado. FIGURA 1.9 — Transposigao de gargantas. 20 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho (CLASSIFICACAO DAS RODOVIAS 1) Quanto & posicao geografica As estradas federais no Brasil recebem 0 prefixo BR, acrescido de trés algarismos. O primeiro algarismo tem o seguinte significado: 0 -> rodovias radiais 1 — rodovias longitudinais 2. -» rodovias transversais 3 —> rodovias diagonais 4 = rodovias de ligagio s dois outros algarismos indicam a posicao da rodovia com relagao & capital federal ¢ aos limites extremos do Pais, de acordo com o seguinte critério: + RADIAIS: partem de Brasilia, ligando as capitais ¢ principais cidades. ‘Tém a numeracio de 010 a 080, obedecendo o sentido hordrio. Ex.: BR-040 (Brasilia-Rio de Janeiro). LONGITUDINAIS: tém diregao geral norte-sul. A numeracao varia da Gireita para a esquerda, entre 100 ¢ 199. Em Brasilia 0 nimero € 150. Ex.: BR-116 (Fortaleza-Jaguario). Cap. 1 CONSIDERAGOES GERAIS_21 -TRANSVERSAIS: tém direglo geral leste-oeste, sendo caracterizadas pelo algarismo 2. A numeragéo varia de 200 no extremo norte do Pais a 250 em Brasilia, indo até 299 no extremo sul. Ex.: BR-230 (Transamazénica). DIAGONAIS PARES: tém direcdo geral noroeste-sudeste (NO-SE). A numeragéo varia de 300 no extremo nordeste do Pais a 398 no extreme sudoeste (350 em Brasilia). O ntimero ¢ obtido de modo aproximado, por interpolagio. Ex.: BR-316 (Belém-Macei) DIAGONAIS {MPARES: tém diregao geral nordeste-sudoeste (NE-S0),¢ a mumeragio varia de 301 no extremo noroeste do Pais a 4399 no extremo sudeste. Em Brasilia o némero é 351, Ex.: BR-319 (Manaus-Porto Velho). LIGACGES: em geral essas rodovias ligam pontos: importantes das outras categoriss. A numeragiio varia de 400 a 450 se a igagio estiver Para norte de Brasilia e, 451 a 499, se para 0 sul de Brasilia. Embora sejam estradas de ligaclo, chegam a ter grandes extensOes, como & BR-407, com 1051 km, Jé-a BR-488 & a menor de todas as rodovias federas, com apenas 1 fm de extensio. Esta rodovia faz 2 conexto 2 BR-116 ‘com o Santuério Nacional de Aparecida, no Estado de Sao Paulo. 22 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _Gluco Pontes Filho J4 no Estado de Sao Paulo, as estradas sio classificadas apenas em longitudinais ¢ transversais. Sao longitudinais as rodovias que interligam pontos do interior do Estado a capital, ou que esti alinhadas em diregdo adas por SP ¢ um némero que é o azimute do alinhamento médio, aproximado para niimero par. Sao transversais aquelas que apenas interligam pontos no interior, no alinhados com a diregio da capital, ¢ s40 codificadas por SP e um néimero correspondente a distancia média da rodovia até a cidade de Sao Paulo, aproximada para valor impar, como mostra a figura 1.14. FIGURA 1.14 — Exemplos de rodovias do Estado de Sao Paulo. FIGURA 1.15 — Exemplos de rodovias federais. 2) Quanto a fungao ‘A classificacdo funcional rodovidria € o processo de agrupar rodovias em sistemas e classes, de acordo com o tipo de servigo que as mesmas proporcionam ¢ as fungées que exercem. Quanto & fungio, as rodovias classificam-se em: 24 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Fitho ARTERIAIS: proporcionam alto nivel de mobilidade para grandes volumes de tréfego. Sua principal fungao 6 atender ao tréfego de longa distancia, seja internacional ou interestadual. COLETORAS: atende a nicleos populacionais ou centros geradores de tréfego de menor vulto, nao servidos pelo Sistema Arterial. A fungi0 deste sistema é proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma érea specifica, * LOCAIS: constituido geralmente por rodovias de pequena extensdo, 200 po ‘Volume médio dio (VDM) > 1400 [Pista simples ‘VDM entre 700 ¢ 1400 TH [Pista simples ‘VDM entre 300 ¢ 700 wy | [Pista simples VDM® entre 50 € 200 B_| Pista simples vom? < 50 1 Os volumes de feo biircionaisinadorefrem-e a veel mislon «340 aqucles prvisos no 10° ano apés a aberture da rodovia ao téfego. 2. Videitem NIVEISDE SERVICO. 3. Volumes previstos no ano de abertra ao tréfego. Fonte: DNER (Cap. 1 - CONSIDERAGOES GERAIS a NIVEIS DESERVICO © conceito de nivel de servigo esté associado as diversas condigoes de operagio de uma vi, quando cla acomoda diferentes volumes de tafen0. nivel de servigo é estabelecido em fungéo da velocidade desenvolvida na vine da relacao entre o volume de tréfego e a capacidade da via. Qualquer segio de uma via pode operar em diferentes niveis de servigo, dependendo do instante considerado. De acordo com o Highway Capacity Manual, os diversos niveis de servigo sio assim definidos: NIVEL A: condigo de escoamento livre, acompanhada por baixos volumes « allas velocidades. A densidade do tréfego € baixa, com velocidade controlads pelo motorista dentro dos limites de velocidade e condigbes fisicas da via, Nao ha restrigdes devido a presenca de outros veiculos. NIVEL B:fluxo estavel, com velocidades de operacio a serem restringidas fego. Os motoristas possuem razodvel liberdade pelas condigdes de de escolha da velocidade ¢ ainda tém condigbes de ultrapassagem. 28 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO _ Glauco Pontes Filho NIVEL C: fluxo ainda estavel, porém as velocidades e as ultrapassagens jé sio controladas pelo alto volume de tréfego. Portanto, muitos dos motoristas nao tém liberdade de escolher faixa e velocidade. NIVEL D: proximo a zona de fluxo instavel, com velocidades de operagio toleraveis, mas consideravelmente afetadas pelas condigdes de operacio, cujas flutuagdes no volume e as restrigbes temporérias podem causar quedas substanciais na velocidade de operagio. NIVEL E: ¢ denominado também de nivel de capacidade. A via trabalhaa plena carga ¢ 0 fluxo ¢ instével, sem condigGes de ultrapassagem. NIVEL F: descreve 0 escoamento forgado, com velocidades baixas volumes abaixo da capacidade da via. Formam-se extensas filas que impossibilitam a manobra. Em situagdes extremas, velocidade e fluxo podem reduzir-se a zero. _ cAPETULO.z ad ELEMENTOS. GEOMETRICOS . DAS ESTRADAS. se ‘A lembranga gue wm loro detra €, as vez male importante que 0 liens. em ot.” ‘ADOLFO CASARES Excritor argentino INTRODUCAO ‘A geometria de uma estrada é definida pelo tracado do seu eixo em planta e pelos perfis longitudinal e transversal. A figura 2.1 a seguir resume os principais elementos geométricos de uma estrada. Fixo de uma estrada € 0 alinhamento longitudinal da mesma. O estudo de um tracado rodoviario € feito com base neste alinhamento. Nas estradas de rodagem, o¢ixo localiza-se na regido central da pista de rolamento A apresentagao de um projeto em planta consiste na disposigao de uma série de alinhamentos retos, concordados pelas curvas de concordancia horizontal. 30__ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho TANGENTES] PLANIMETRICOS} [CURVAS HORIZONTAIS) ASIAN ‘GREIDES RETOS| ALTIMETRICOS} SUENENTOS CURVAS VERTICAS] |cEOMETRICos SEQUES EM ATERRO] TRANSVERSAR] SEQUES EM CORTE] SEQUES MISTAS] FIGURA 2.1 — Elementos geométricos de uma estrada. Alinhamentos retos sao trechos situados entre duas curvas de concordancia. Por serem tangentes a essas mesmas curvas, sio denominados simplesmente tangentes. Os demais alinhamentos retos sd chamados de tangentes externas. Um alinhamento caracteriza-se pelo seu comprimento ¢ pela sua posigdo relativa (quando se refere & deflexdo) ou absoluta (quando se refere a0 azimute). Considerando a figura 2.2, temos os seguintes elementos: * Os trechos retilineos AB, DE e GH sao as tangentes. * Ostrechos retilineos BC, CD, EF e FG sio as tangentes externas. + A, eA, sfo os angulos de deflexao. cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS _ 31 i in ntos. + ay, cy € «S40 08 azimutes dos alinhame «© Osarcos BD e EG sio os desenvolvimentos das curvas de concordancia. FIGURA 2.2 Elementos geométricos axiais. AZIMUTES E ANGULOS DE DEFLEXAO Pode-se calcular o azimute ¢ 0 comprimento de um alinhamento a partir de suas coordenadas retangulares (N, E)tilizando as equagées 2.1,2.2¢ 2:3. Os azimutes obtidos esto compreendidos entre 0° ¢ 180° porque 0 tragado das estradas € uma poligonal aberta e nos projetos seus alinhamentos tm desenvolvimento da esquerda para dircita. 32___ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho ‘Cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 33, | © principio fundamental para o célculo das coordenadas retangulares de uma poligonal de estudo é o seguinte: FIGURA 2.3 - Azimute e comprimento de um alinhamento. | ‘Com base na figura 2.3, as seguintes relagdes podem ser facilmente deduzidas: FIGURA 2.4 — Célculo de coordenadas retangulares. 1) Sejam A B dois pontos consecutivos da poligonal, cuja distancia ¢ L,, | ‘Chamando N, ¢ , as coordenadas do ponto A e conhecido azimute do ae CER = oe 1 |Az, 10" + ta | (00°< Az, =1809| 2) | alinhamento AB («,), tem-se: Ny = No + AN = No +l "C08 b= VE B+ Ny’ = GE) + (ANY? (23) Ey = Ey + AE = E,+L,°senay 34 __ ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Para o ponto C: No = Np, +L,-cosa, Ne = No +Ly"c08cty +L, “coset, Eg = Eq +L;-senay, Eo = Ey +Ly-senay +1, sena, E, em geral, para um ponto de ordem i: IN, = No +S. “cosa, 4) a [B= Bo (Essen, (25) Para o célculo das coordenadas ¢ necessério o conhecimento dos azimutes de cada alinhamento da poligonal, os quais podem ser deduzidos a partir do azimute do primeiro alinhamento a, (em geral obtido por triangulagio ou determinacao astrondmica direta), € dos angulos de deflexao A. Cop. 2 - ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 35 FIGURA 2.5 — Dedugdo do azimute de um alinhamento. De posse do primeiro azimute e considerando os elementos da figura 2.5, ‘0s demais azimutes sao calculados da seguinte maneira: a, = 05 +4, a, =a, -Ay Generalizando, temos: fg =, gg 2) 36 __ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMETRICO _Glauco Ponts Filho Da expresso 2.6 também se deduz que o Angulo de deflexdo entre dois alinhamentos de azimutes conhecids ¢ igual & diferenca entre eles, sendo a deflexdo direita ou esquerda, se o resultado for positive ou negativo, respectivamente. [Deflexdo = Azimute,,, — Azimute, | (27) As vezes, dispomos dos rumos ao invés dos azimutes dos alinhamentos. De acordo com o quadrante onde se encontra 0 rumo, 0 azimute sera: QUADRANTE NE SE A, = 180° - Rumo sw A, = 180° + Rumo NW A, = 360° - Rumo CURVAS DE CONCORDANCIA HORIZONTAL ‘As curvas de concordancia horizontal sao os elementos utilizados para con- corder 0 alinhamentos retos. Essas curvas podem ser classificadas em: cap, 2 FLENENTOS GEOMETRICDS DAS ESTRADAS 37 «SIMPLES: quando se emprega apenas arco de cireulo, + COMPOSTAS COM TRANSICAO: quando sao, ‘empregadas as radisides na concordancia dos alinhamentos retos (figura 2.6). © COMPOSTAS SEM TRANSICAO: sio utilizados dois ou mais arcos de cfrculo de raios diferentes (figuras 2.7, 2.8a e 2.8b). / Curva compost. ‘com ransigio| FIGURA 2.6 — Tipos de curvas horizontais. Quando duas curvas se cruzam em sentidos opostos com 0 ponto de tangéncia em comum, recebem o nome de curvas reversas (Figura 2.7). 38 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Fitho FIGURA 2.7 ~ Tipos de curvas horizontais. xX, ———_—— FIGURA 2.8a — Elementos de uma curva composta com dois centros. cap. 2 — ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS __39 0, O FIGURA 2.8) — Elementos de uma curva composta com trés centros. A AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials) recomenda que a utilizagio generalizada das curvas circulares ‘compostas nos tracados de rodovias deverd ser evitada sempre que posst- vel. Quando a topografia da regidio mostrar ser imprescindfvel o seu us0, & relagdo entre 0 raio maior ¢ 0 raio menor néo deverd ser superior a 1,5. 40___ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Glaueo Pontes Fuho HICKERSON, em seu livro Route Location and Design, afirma que as Curvas compostas so elementos importantes na adaptagio do tracado de uma estrada a uma topografia acidentada, especialmente em terrenos montanhosos. GREIDES A apresentagio de um projeto em perfil é também constituida por uma série de alinhamentos retos (elementos altimétricos), concordados por curvas rs no plano vertical das diferengas de ni de concordancia vertical. O perfil linal do terreno ¢ a representacao cotas ou altitudes, obtidas do nivelamento feito ao longo do eixo da estrada (figura 2.9a). Greide de uma estrada € 0 conjunto das alturas a que deve obedecer o perfil longitudinal da estrada quando concluida. Os greides sio classificados em retos ¢ curvos. Sao retos quando possuem uma inclinago constante em um determinado trecho. Os greides sio curvos quando se utiliza uma curva de concordéneia para concordar os greides retos, conforme ilustra a figura 2.98. ‘A curva normalmente usada para essas concordancias € a parabola de 22 greu, A figura 2.10 a seguir mostra a classificacio dos greides de uma estrada e a figura 2.11 mostra os tipos de greides curvos. ap. 2= ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 4 ae FIGURA 2.9 — Perfil Longitudinal. No lancamento do greide de uma estrada, algumas condigSes importantes devem ser observadas, especialmente em relagio as rampas maximas € idade. Basicamente, as condigdes so as minimas ¢ s distancias de vis seguintes, podendo variar de projetista para proj + Minimizagao das rampas longitudinais. A principal limitacao ao emprego de rampas suaves reside no fator econémico, traduzido pelo aumento do custo de construgéo em regides topograficamente desfavoriveis (figura 2.9). Deve-se garantir um vo livre de 5,50 m para passagem sobre rodovia federal, de 7,20 m sobre ferrovia e de 2,00 m sobre a méxima enchente verificada nos cursos d’égua. 42__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho + Otimizagdo das massas. O greide deve ser uma linha que minimize os volumes de cortes ¢ aterros, equilibrando-os. * Cuidados com a drenagem superficial. Evitar que pontos de cota mais baixa fiquem situados dentro de cortes, assim como trechos com declividade menor que 1%. + As curvas verticais devem ser suaves e bem concordadas com as tan- gentes verticais. Freqiientes quebras no greide devem ser evitadas. + Nas rampas ascendentes longas € preferivel colocar rampas maiores no inicio e diminui-las no topo, tirando proveito do impulso acumulado no segmento anterior & subida, + Harmonizar os projetos geométricos horizontal e vertical. Sempre que possivel, as curvas verticais devem estar contidas nos trechos de curva horizontal. Isto, além de oferecer melhor aspecto estético tridimensional, aumenta as distancias de visibilidade em alguns casos. * Onde houver rampas de comprimento acima do critico e seo volume de tréfego de veiculos lentos for considerdvel, deve-se prever uma 3° faixa para uso destes veiculos. + Para maior facilidade no célculo das ordenadas da curva vertical, deve- se projetar os greides retos de forma que o PIV coincida com estacas inteiras ou intermediérias (+10,00). © Garantir amplas condigées de visibilidade. Cap. 2 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 43 + Bvitar cortes profundos, principalmente em rochas. nsns= Menores eustos “Methoria das caractersticas tnicas FIGURA 2.10 — Tipos de greides. pe 44__ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Filho coras PIV, FIGURA 2.11 — Tipos de curvas verticais ( SECOES TRANSVERSAIS Segio transversal é a representacio geométrica, no plano vertical, de alguns elementos dispostos transversalmente, em determinado ponto do eixo longitudinal da estrada. A secdo transversal da estrada poder ser em corte, aterro ou mista. As figuras 2.12, 2.13 e 2.14 ilustram estes trés tipos de secao. ‘As segdes transversais podem ser divididas em comuns ¢ especiais. AS comuns so perpendiculares 20 eixo, nas estacas inteiras (a cada 20 m), ¢ indicam a linha do terreno natural e a seco projetada, em desenhos feitos de preferéncia na escala 1:100, Mostram, em cada estaca, com as cotas necessérias, a terraplenagem proposta. cap. 2= ELENENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS FIGURA 2.14 — Segao mista. 4 46___ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Isto inclui a indicacao dos taludes, os limites das categorias de terreno, a faixa de do da segiio para sua adaptagdo ao terreno adjacente. aS cercas, as areas de corte e aterro eo acabamento lateral Nas estradas, a inclinagao transversal minima aconselhavel de um pavimento asfaltico 6 2%, ¢ 1,5% no caso de pavimentos de concreto bem executados, podendo essa sé 5% no caso de estradas com solo estabilizado. ‘O mais freqiiente € uso de pistas com inclinagio transversal constante para cada faixa de rolament meétricas em relacdo ao eixo da estrada. Muitas ‘vezes sio usadas pistas com uma jinica inclinagao transversal para todas as faixas, no caso de estradas com pista dupla. ‘A largura das faixas de rolamento € obtida adicionando a largura do veiculo de projeto a largura de uma faixa de seguranca, fungio da velocidade diretriz € do nivel de conforto de viagem que se deseja proporcionar. Os valores bésicos recomendados para a largura de uma faixa de rolamento pavimentada em tengente esto na tabela 2.1. ‘Todas as vias rurais deverio possuir acostamentos, pavimentados ou néo. Quando pavimentados, os acostamentos contribuem para conter e suportar a estrutura do pavimento da pista. E importante que os acostamentos possuam textura, mugosidade, coloracdo ou outras caracteristicas contrastantes com a pista, A tabela 2.2 resume as larguras de acostamentos a serem adotados para as diversas classes de projeto. Cap. 2 ~ ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 47, ‘TABELA 2.1 — Largura das faixas de rolamento em tangentes em fungéio do relevo (rm). CLASSES DE fs RELEVO: PROJETO PLANO, ONDULADO MONTANHOSO- o 3,60 3,60 3,60 1 3,60 3,60 3,50 u 3,60 3,50 3,30 ul 3,50 3,30 3,30 VA 3,00 3,00 3,00 VB 2,50 2,50 2,50 Fonte; DNER- ‘TABELA 2.2 — Largura dos acostamentos externos (nm). ‘CLASSES DE RELEVO. i _PROJETO | MONTANHOSO _ 0 3,00 3,00 1 2,50 2,50 2,50 2,00 2,00 1,50 N-A 1,30 0,80 VB 1,00 0,50 Fonte: DNER 48___ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Gtauco Pontes Filho cap. 2= ELEMENTOS GEOMETRICOS DAS ESTRADAS 49 EXERCICIOS 3, (Concurso DNER) 0 azimute é o Angulo, no plano horizontal, de uma 1. Caleular 0 raio R da curva circular da figura abaixo. diregdo qualquer com o meridiano. O rumo de 76° 30’ SE de uma visada a vante corresponde ao azimute de: a) 103° 30" b) 166° 30° 6) 256° 30° ) 283° 30° + (Concurso DNER) Nos projetos de estradas de rodagem, 0s perfis Tongitudinas sao desenhados em papel quadriculado ou milimetrado, em escalas horizontais (disténcias) ¢ verticais (cotas), que normalmente guardam uma proporgio de: a) 10:1 b)23 e110 3:2 2. Calcular os comprimentos ¢ os azimutes dos alinhamentos da figura ae 5. (Concurso DNER) Na planta de um projeto, a indicagio de escala 1:500 abaixo, Calcular também os mbém os Angulos de deflexio. (horizontal) significa que 1 cm no desenho equi le, no terreno, a uma fe distancia de: «00 | 8)50m b)Sm —€)0,50m 4) 0,05 m | tae | 6 (Concurso DNER) Numa rodovia de 3.000 metros de comprimento, a a \ ‘numeracGo final da Gltima estaca é: | a)30 b) 60 150d) 300 saad © 7, Catcular 6s comprimentos ¢ os azimutes dos alinhamentos da figura @ 0 1000 3000 anata seguir, Calcular também os angulos de deflexéo. 50 6000 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho N 11000 «iE CAPITULO 3 ©; “CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO - Dealguer exiange me desperta dots seatimentes’ enmcra pole que tc veapelte pele que poderd win 6 ser” LOUISPASTEUR ‘Quimico francés fprnopucio seas mm on ue te Projeto geométrco & a fase do projeto de estradas que estuda as diversas caracerstcas geoméiricas do ragado, principalmente em fungio das lis do movimento, caracteristicas de operagio dos vefculos, reacdo dos motoristas, seguranga €eficiéncia das estradas e volume de trifego Caracteristicas geométricas inadequadas so causas de acidentes de tafe, baixa cficiénciae obsolescéncia precoce das estradas, Os diversos elementos geométricos devem ser escolhidos de forma que aestada possa atender 208 de modo que 0 volume de tréfego para os quais foi projetada, 1¢0 investimento realizado. '52_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho VELOCIDADE DE PROJETO A American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO) define velocidade de projeto, ou velocidade diretriz, como a ‘maxima velocidade que um veiculo pode manter, em determinado trecho, em condig6es normais, com seguranca, A velocidade de projeto é a velocidade sel ada para fins de projeto da via © que condiciona as principais caracteristicas da mesma, tais como curvatura, superelevacio ¢ distancias de visibilidade, das quais depende a operagio segura e confortavel dos veiculos. A velocidade de projeto de um dcterminado trecho de estrada deve ser coerente com a topografia da regifio ea classe da rodovia. Em uma determinada estrada deve-se sempre adotar uma tinica velocidade de projeto, usando-se velocidades diferentes em casos especiais, A variagio acentuada na topografia da regiao 6 um motivo para 0 uso de trechos com velocidades de projeto diferentes. Um dos principais fatores que governam a adoco de valores para a velocidade diretriz € o custo de construcio resultante. ‘Velocidades diretrizes elevadas requerem caracteristicas geométricas mais amplas (principalmente no que se refere a curvas verticais ¢ horizontais, acostamentos ¢ larguras) que geralmente elevam consideravelmente 0 custo de construgao. * de percurso. Pode ser definida também como a mais cap. 3 CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO_53 Definida a velocidade de projeto, a maioria dus caraceristicas geométricas so calculadas em fungio dessa velocidade. Porém, mais importante ques r - sha de uma determinada velocidade dretriz, 6a manutencio de umn pacrso escol thomogéneo a0 longo de todo o trecho, evitando Surpresas para o motorisia¢ conduzindo-o a um padrao também uniforme de operacio. ‘Atabela 3.1 resume os valores das velocidades dirctrizes a serem adotadas para as diferentes classes de projet. VELOCIDADE DE OPERAGAO Chama-se velocidade de operacio a média de velocidades para todo 0} trafego ‘ouparte dele, obtda pela soma das distincias percorridas dividida pelo tempo fa velocidade de pereurso que o vefculo pode realizar, em uma dada via, sob condigoes favordveis de tempo e tréfego, sem exceder a velocidade diretriz. E utilizada nos estudos de capacidade e niveis de servigo da via. Devido a uma série de fatores, especialmente as condigées de trifego, oS vefculos nfo conseguem percorrer toda a estrada na velocidade de projet. Desta sracteristicas geométricas, que devem ser maneira,existem algumas caracteristicas geomeétricas, q fidade determinadus em fungéo da velocidade de operacio ao invés da vel de projeto. ‘54 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Fontes Filho TABELA 3.1 — Velocidades de projeto por regido. CLASSES DE | __ VELOCIDADE DE PROJETO (Km/h) «| proweto 0 100 100 80 1 LA 100 80 60 B 100 80 60 Oo 80 70 50 MW 70 60 40 wa 60 40 30 B 60 40 30 Fonte: DNER 5 10 [iy ————> Pepa plane Womfian 2D & 40 mfr —o Ban owdulode, D> dom | kon —___» Ruyiso oreibanalver® VEICULOS DE PROJETO Denomina-se vefculo de projeto 0 veiculo tedrico de uma certa categoria, cujas caracteristicas fisicas ¢ operacionais representam uma envolt6ria das caracterfsticas da maioria dos veiculos existentes nessa categoria. Essas A largura do vefculo de projeto influencia na largura da pista de rolamento, dos acostamentos ¢ dos ramos de intersegdes. ‘A distancia entre eixos influi no célculo da superlargura ena determinagéo dos raios minimos internos ¢ externos das pistas dos ramos. cop. 3~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO__55 © comprimento total do veiculo influencia a largura dos cantelros, & extensdo das faixas de espera, etc. «Aselagdo peso bruto total/poténciainfuencia o valor da rampa maxima participa na determinagio da necessidade de faixa adicional de subida. Altura admissivel para os vefculos influi no gabarito vertical ‘A-escolha do vetculo de projeto deve levar em consideracio a composica0 do trfego que uliza ou uilizaré a rodovia, obtida de contagens de trafego ude projegdes que considerem o futuro desenvolvimento da repi80. Existem quatro grupos bisicos de vefculos, a serem adotados conforme as caracteisticas predominantes do trfego (no Brasil, normalmente 0 vefoulo CO): + VP:-Vefculos de passeio leves, fisica e operacionalmente assimilaveis a0 automével, incluindo utilitérios, pick-ups, furgoes e similares. © CO: Veteulos comerciaisrigidos, compostos de unidade tratora simples ‘Abrangem os caminhées e 6nibus convencionais, normalmente de 2 eixos 6 rodas. 56___ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC Gleuco Pontes Filho + SR: Veiculo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora simples e semi-reboque. +O: Representa os veiculos comerciais rigidos de maiores dimensdes que © veiculo CO bisico, como dnibus de longo percurso ¢ de turismo, € ‘caminhées longos. As dimensées bisicas dos veiculos de projeto estéo representadas graficamente nas figuras 3.1a, 3.1b, 3.1¢ ¢ 3.1d. A tabela 3.2 resume as principais dimens6es basicas dos veiculos de projeto recomendados para utilizagéo nos projetos geométricos de rodovias no Brasil. TABELA 3.2 — Dimensdes basicas dos veiculos de projeto (m). VEICULO DE PROJETO Cap. 3 - CARACTERISTICAS TEONICAS PARA PROJETO. 57 Trajetéria do { Balango dianteiro 730 (min) Re CARACTERISTICAS DO VE{CULO. 4 Largura total 21 | 26 | 26 | 26 Comprimento total 58 | 91 | 12.2 | 168 Raio minimo da roda externa dianteira | 7,3 | 12,8 | 12,8 | 13,7 Raio minimo da roda intema traseira | 4,7 | 8,7 | 7,1 | 6,0 Fonte: DNER FIGURA 3.1b— Dimensoes do veiculo de projeto CO (cm). 58 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glauco Pontes Filho a y= 1280 ie f= 70am Rots) {260 | blanco dianteiro \g_Trajetsria da roda jiantira esquerda 20 FIGURA 3.1d—Dimensées do veiculo de projeto SR (cm). cap. 3 — CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO__59 DISTANCIAS DE VISIBILIDADE ‘Um dos fatores mais importantes para a seguranga ¢ eficiéncia operacional deumaestrada éa sua capacidade de poder proporcionar boas condigdes de visibilidade aos motoristas que por ela trafegam. ‘As distincias de visibilidade bisicas para 0 projeto geométrico rodoviario sséo as distincias de visibilidade de parada e as de ultrapassagem. Segundo DNER, as distancias de vi ‘dade traduzem os padrées de visibilidade a serem proporcionados ao motorista, de modo que este nao sofra limitagoes visuais diretamente vinculadas as caracteristicas geométricas da rodovia € possa controlar oveiculo a tempo, seja para imobilizé-lo,seja para interromper ‘ou concluir uma ultrapassagem, em condig6es aceitaveis de conforto ¢ seguranca. Oprojeto de uma estrada deve sempre ser definido de forma que 0 motorista tenha a melhor visibilidade possivel em toda a estrada. A visibilidade ¢ limitada pelas mudangas de direcdo ¢ declividade ao longo de sua extensao, especialmente pelas curvas horizontais nos trechos em corte ¢ pelas curvas verticais.Em qualquer trecho da estrada, 0 motorista deverd dispor de de, tanto em planta como em perfil, para que possa frear 0 vefculo ante a presenca de um obstéculo. 60__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC __Glawco Pontes Filho A distincia de visibilidade ¢ fungdo direta da velocidade. As condigées minimas de visibilidade que um trecho de rodovia deve satisfazer se referem a distancia de visibilidade de parada ¢ distancia de visibilidade de ultrapassagem, definidas a seguir de acordo com estudos da AASHTO, e adotadas pelo DNER. DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA Eaadistancia minima necesséria para que um vefculo que percorre uma estrada possa parar antes de atingir um obstéculo na sua trajet Distinguem-se dois grupos de valores minimos para as distancias de visibilidade de parada a serem proporcionadas ao motorista: os valores minimos recomendados e 0s. valores minimos excepcionais (ou desejaveis). Os valores recomendados representam 0 caso normal de emprego. O uso de valores excepcionais esta sujeito a aprovacdo prévia do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER. ‘No caso do valor minimo recomendado, a velocidade efetiva de operagio do veiculo € reduzida, em condigées chuvosas, para um valor médio inferior velocidade diretriz, de acordo coma tabela 3.4. A hip6tese adotada para obter 08 valores excepcionais reflete a tendéncia dos motoristas de trafegarem 0 mais rpido possivel, com um velocidade igual & velocidade diretriz, mesmo em condigées chuvosas. Cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJET 6 ‘A distancia de visibilidade de parada é a soma de duas parcelas, conforme mostrado na figura 3.2. A primeira parcela, D, ,€ relativa & distancia peroorrida pelo veiculo no intervalo de tempo entre o instante em que 0 motorista vé 0 obsticulo e o instante em que inicia a frenagem (tempo de percepgio ¢ reagio). A segunda parcela, D,, €relativa a distancia percorrida pelo veiculo durante a frenagem. D, ” obstéculo EE > Ds Perepiio erento Frengen FIGURA 3.2 — Distancia de visibilidade de parada. ‘Quando um motorista vé um obstaculo leva um certo tempo para constatar se 0 objeto é fixo, Esse tempo depende de varios fatores como condigdes atmosféricas, reflexo do motorista, tipo e cor do obstéculo, e especialmente, tengo do motorista. A AASHTO, baseada em varias experiéncias, aconselha ‘oso do valor de 1,5 segundos para esse tempo de percepcao. Adicionando- se a esse valoro tempo necessirio & reagdo de frenagem (1,0 seg.), teremos ‘© tempo total de percepgio e reagio de t= 2,5 segundos. Logo: Dyav-ta25-v G1) 52_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Com vem m/s e D, em metros. Como em projeto geométrico de estradas 6 ‘comum 0 uso da velocidade em km/h, toma-se necessdrio compatibilizar as unidades da seguinte maneira: V(donth) 36 D, =2,5-v(m/s) =2,5- =0,7-V (3.2) onde: V = velocidade de projeto, em km/h. D, = distancia percorrida durante o tempo de percepcio e Teaco, cm m. ‘A.segunda parcela corresponde & distncia percorrida desde o inicio da atuacao do sistema de frenagem até aimobilizagao do veiculo. Esta distancia € chamada de Distincia de Frenagem (D,). Para o célculo de D,, basta aplicar alguns conceitos de fisica. A energia cinética do veiculo no inicio do processo de frenagem deve ser anulada pelo trabalho da forga de atrto ao longo da distancia de frenagem. Assim, temos: AE, =T;, (3.3) G4) @5) Cop. 3 - CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROIETO 63 Em unidades usuais, e sendo g = 9,8 mis?, a equagio 3.5 fica: W36F Vv? G6) 2-98: f ~ 255-f D, ‘Quando o trecho da estrada considerada esté em rampa, a distancia de frenagem em subida seri menor que a determinada pela equaco 3.6, e maior no caso de descida. Para levar em contao efeito das rampas€é usada a equagéo abaixo: ye = G7) Ps 355 F 4) Assim, teremos para a distancia de visibilidade de parada: D,=D,+Dz (3.8) ve G9) |D, =0,7V+ 255(F 4), onde: D, = distancia de visibilidade de parada, em metros. i =greide, em mim (+, se ascendente; -, se descendente).. V = velocidade de projeto ou de operacao, em km/h. f =coeficiente de atrito longitudinal pnew/pavimento. 64 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho Ocoeficiente fexprime a atuacao do processo de frenagem, seja a eficiéncia do stema de frenagem, seja 0 esforco reativo longitudinal decorrente do atrito pneu/pavimento no caso de frenagem, considerando 0 pavimento molhado, em condigGes superficiais razosveis (figura 3.3). Pavimento seco Coeficiente de atrito & Pavimento mothado 32 48 6803 Vm) FIGURA 3.3 — Relagao entre o coeficiente de atrito longitudinal e a velocidade. Medidas experimentais mostram que o valor de f nio € 0 mesmo para qualquer velocidade. Além disso, esse coeficiente também varia com o tipo, presso ¢ condigdes dos pneus do vefculo, tipo e estado da superficie do pavimento, e especialmente se 0 pavimento esté seco ou molhado. Os valores de fadotados para projeto, correspondentes a velocidade diretriz esto na tabela 3.3. cap. 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 65 TABELA 33 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento rei) Alguns projetst velocidade efetiva do veiculo € reduzida para um valor médio inferior & (km/h)| 30 | 40 | 50 60 ] 70 | 80 | 90 | 100} 120 fh |040| 0.37 | 0,38 [0.38 | 0.31 | 0.80 | 0.29 | 0,28 | 0.25 Fonte: DNER fas levam em consideragdo que em condigdes chuvosas, @ velocidade ditetriz, de acordo com a tabela 3.4, TABELA 3.4 — Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento erase) 60 | 70 | 80 | 90 40 | 50 100 | 120 ae | 46 | 54 | 62 | 71 | 79 ae | 98 0,38 | 0,36 | 0,34 | 0,32 | 0.31 | 0,30 0.0 | 0,28 Fonte: DNER, idade de parada, Em todos os célculos envolvendo a distincia de recomenda-se adotar 1,10 metros como a altura dos olhos do motorist em relacio ao plano da pista e 0,15 metros como a menor altura de um obstaculo que o obrigue a parar. A distancia de visibilidade de parada ¢ utilizada nas intersegoes, nos seméforos e nas curvas verticais, entre outras aplicagoes. 66 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO _Gilauco Pontes Filho EXEMPLO 1: Calcular a distancia de visibilidade de parada recomendada numa estrada cuja velocidade diretriz € 100 km/h. Solucio: Dy = 0,7 -Vyog +: =0,7-(86)+ 86" ae f 255-(030) "1°" EXEMPLO 2: Calcular a distincia de visibilidade de parada excepcional numa estrada cuja velocidade de projeto é 100 km/h. vi me a, =0,7-V,,, +—#— = 0,7-(100) 255° F (000) +555 (0,28) = 210 m Denomina-se Disténcia Dupla de Visibilidade de Parada a distancia minima que dois vefculos podem parar quando vém de encontro um ao outro na mesma faixa de trifego, Ela € utilizada no projeto de curvas verticais convexas de concordaincia, podendo ser calculada pela expressio: (3.10) Cap, 3~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO. 67 DISTANCIA DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEM adistancia que deve ser proporcionada ao vefculo, numa pista simplese de ‘mio dupla para que, quando estiver trafegando atrés de um vesculo mais lento, possa efetuar uma manobra de ultrapassagem em condicdes aceitaveis de seguranga ¢ conforto. Em rodovias de pista simples e mao dupla, toma-se necessério proporcionar, rechos com a distancia de a intervalos tGo freqtientes quanto possi lidade de ultrapassagem. A freqiéncia dos trechos que proporcionam visibilidade de ultrapassagem, bem como sua extensio, ¢ restringida pelos custos de construgéo decorrentes. Porém, quanto mais elevados forem os volumes de tréfego, mais longos e freqiientes deverdo ser os trechos com essa caracteristica, sob pena do nivel de servigo da rodovia cair sensivelmente, em conseqiiéncia da redugio da capacidade, Erecomendado que devam existir trechos com visibilidade de ultrapassagem acada 1,5 a3,0 quilometros ¢ tio extenso quanto possivel. E sempre desejavel que sejam proporcionadas distncias superiores, aumentando as oportunidades de ultrapassagem ¢ o ntimero de vefculos que a realizam de cada vez, A figura 3.4 mostra. esquema de ultrapassagem. Daz dt dot dyt dy ia percorrida duramte 0 tempo de percepeto, reagdo e aceleracéo inicial ia percorrida pelo veiculo 1 enquanto ocupa a faixa oposta tancia de seguranca entre os vefculos 1 ¢ 3, no final da manobra, 4, = distancia percorrda pelo veiclo 3 que trafega no sentido opost, FIGURA 3.4 — Esquema de ultrapassagem. D turante os anos de 1938 « 1941 foram feitas numerosas observagoes de campo a respeito da manobra de ultrapassagem mostrada na figura 3.4 Com ‘ado desses los, ci calcul ‘omo resultado desses estudos, as distincias d,, d, d, € d., sio calculadas hy dy dyed, da seguinte maneira: Cap, 3 ~ CARACTERISTICAS TECNICAS PARA PROJETO 69 Distancia d,; esta distancia depende dos seguintes fatores: tempo de percepciio ¢ reagio e tempo para levar o veiculo 1 desde sua velocidade {forcada i posicio de ultrapassagem. As distncias percorridas durante estes tempos sio: 4) distancia percorrida durante 0 tempo de percepeao e reagio: (v—m)t,/36 onde: v = velocidade média do veiculo 1, em km/h. im = diferenga de velocidades entre 0 veiculos 1 ¢ 2, em km/h. 1, = tempo necessério para percorrer a distincia d,, em seg. 2) distancia percorrida durante 0 tempo de aceleragéo: wh) 2) 36 onde: a = aceleragio média do veiculo 1, em km/his. Somando as duas tiltimas expressées, temos: 70__ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gauco Pontes Filho See SE PROFTOGEOMETRICO _Glauco Pontes Fillo Distancia d,; esta distancia é calculada pela equagio: E ‘ CAPITULO 4 1 d,=— vt, aa ag Mh CURVAS HORIZONTAIS tempo em que vefculo 1 ocupa a faixa oposta, em seg. ; CIRCULARES v_=velocidade média do veiculo 1, em km/h. Distéincia d,: distancia de seguranca, variando de 30 a90 m. pp aed, se nda conceguem fazer com gue bebamos dela com mais avides? Distancia dj; distancia percorrida pelo veiculo 3, que vem em sentido oposto. HENRY MILLER. Escritor americano Segundo a AASHTO, o valor desta distancia é estimado em 2/3 ded, Os valores da distancia de visil lade de ultrapassagem recomendados pelo DNER estio resumidos na tabela 3.5 ¢ se referem a pistas com greidesem | * nivel. INTRODUCAO. A geometria de uma estrada é definida pelo tragado do seu eixo em planta «pelos perfis longitudinal e transversal. De maneira simplificada, o tragado é hos retos concordados por curvas horizontais TABELA 3.5 — Distancias de idade de Ultrapassagem (D,) em planta é composto de trec! que sao usadas, em geral, para desviar de obstéiculos que ndo possam ser van] 30 | 40 | so | 60 | 70 | 80 | 90 | 100 vencidos economicamente. D.(m) | 180 | 270 | 350 | 420 | 490 | 560 | 620 | 680 | (Obs: Nao cabem valores para V maine que 100, Fonte: DNER A principio, uma estrada deve ter 0 tragado o mais curto possivel. Porém, 96 Semel 5 roe pla ep ligeiras deflexdes, quando necessérias, podem harmonizar o tragado da estrada com a topografia local, 72_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Geralmente a topogratia da regio atravessada, as caracteristicas geol6gicas € geotécnicas dos solos de fundagdo, a hidrografia e problemas de Ry, 2 Caloula-seG” = 1145,92/R’ 3, Adota-se G, miltiplo de 40’, prximo aG. 4, Calcula-seR = 1145,92/G. Outra expresso que fornece o valor do grau da curva pode ser obtida considerando a seguinte proporcio: Gic=A:D 49) Na figura 4.1,sendo AB =, tem-se: (4.10) © G <-ne(2) ©, para c= 20m: 80_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Aplicando alguns conceitos de geometria, pode-se verificar facilmente na figura 4.1 que os valores da deflexdo sobre a tangente so dados por: G \d=—| LL) 2 @u) Para 0 célculo da deflexio por metro, basta dividir a deflexdo sobre atangente pelo valor da corda c: (4.12) para c= 20m: dm = En. Recomenda-se adotar valores inteiros para a deflexo por metro, para faclitar as leituras dos angulos de deflexao para a locagéo da curva. EXEMPLO 1: Dado R’ = 300 m, calcular um novo raio R > R’ de modo que o grau da curva seja miltiplo de 40". 145,92 _ 145,92 R 300 Gy = 3,82° = 229,20" cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 81 ‘Adotando G,, = 200" = 3° 20° = 3,33333°, temos: 1145,92 _ 1145,92 = 343,78 m Gay 333333" Re EXEMPLO 2: Numa curva horizontal circular, temos: 4 = 45,5°, R= 171,98 me E(Pl) = 180 + 4,12. Determinar os elementos T, D, E, Gy 4, dm, EPC) € E(PT). Soluciio: 455° T#R: ial 3) |= =171,98- tn ss )- 712m RA _:17198-45,5° 180° 180° eft te oe 1145.92 _ 114592 _ 6 6631° w 400! R 17198 De =136,55 m Gay = ae Go. ie = A 20's = 3°20! 82_ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho dm = Ga. 00 1g 40 EPC) = E(PI) - [7] = (180 + 4,12)—G + 12,12) = 176 + 12,00 E(PT) = E(PC) + [D] = (176 + 12,00) + (6 + 16,55) = 183 + 8,55 Para o calculo do afastamento E, pode-se usar também a equacio abaixo: E- Pot F )- =7212- ta(* S) =1451m LOCACAO DE CURVAS CIRCULARES POR DEFLEXAO Parse FIGURA 4.2a — Locagao de curvas circulares por Angulos de deflexao. Cap. 4 QURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 83 |.) Deflexées sucessivas “Adeflexio sucessiva € aquela correspondente a cada estaca isoladamente, ou seja, 60 Angulo que a visada a cada estaca forma com a tangente ou com a visada da estaca anterior. A primeira deflexio sucessiva (ds,) € obtida pelo produto da deflexdo por metro (dm) pela distancia entre o PC € @ primeira estaca inteira dentro da curva (20-a), de acordo com a expressao abaixo: ids, = 0-0-2 (4.13) De modo anélogo, a ltima deflexio sucessiva (ds,,) € calculada multiplicando a deflexéo por metro pela distancia entre o PT ¢ a ultima estaca inteira dentro da curva (4.14) ‘As demais deflexdes so calculadas pela expresso : G lds=d=—| (4.15) das (4.15) 84 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Ponts Filho 2) Deflexées acumuladas Estas so referidas sempre em relagio & tangente ¢ apresentam valores acumulados das deflexdes sucessivas. Admitindo-se que os pontos PC ¢ PT sio estacas fracionérias (caso mais comum), temos para as deflexdes acumuladas os seguintes valores: G da, = ds, = (20-2): i = ds, = (20-a)-> GG da, = ds, + ds, = \-a)- a, = ds, + ds, = (20-0) 4 5 da, G G6 = ds, + ds, +d, =(20-a)-E ds, +d8, +ds, = 20-0) «4S da, ds +s, +...4ds, =(20-a)- +f +4 ~00-0)-S4(n-28 da, = dapy = (20-2) g +(n-2) S408 Para concluir, organizada a cademeta de locagio da curva, de acordo com atabela 4.1. Para verificagio dos célculos, a deflexio acumulada para o PT deverd ser igual metade do angulo central da curva. ‘cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 85, TTABELA 4.1 — Locagao de curvas circulares simples. Pr=y+b spr dary = A EXEMPLO 3: Construira tabela de locagio da curva do exemplo 2 (extrafdo do livro ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO, do professor ‘Wiastermiler de Sengo)- Solueiio: Temos: _-E(PC) = 176 + 12,00 (a= 12,00) ET) = 183+ 8,55 (b= 855) Calculo da primeira deflexio (ds,): 45, = (20-0) $2 = (20-12) =80'=1°20' 86_ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO_ Glouco Pontes Filho SRS DE ROPAGEN'PROJETO GEOMETRICO Gleuco Pontes Fito Clculo da dltima deflexao ( G, 400" Aypp = b- G20. 8,55. 400" _ 95 5._ 1095) er = Be = 855-8551 Cileulo das deflexdes intermedi ds = S20 40 092 32997 2 2 ‘TABELA DE LOCAGAO ESTACAS sated cen ae. 1°20" 1RoF L 178 3°20" Por a78 3°20" a 80 3°20" 11°20" 181 3° 20° 44: ar 166) 3°20" 18°00" es 3° 20° a 183+8,55 (PT) 1°25" 22° 45" = a2 1. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 87 : 4 Cor ce arson cnaies © LOCAGAO DE CURVAS: (CIRCULARES POR OFFSETS Jocagéo de uma curva circular por offsets, deve-se caleularos valores Paraa da perpendicular WP = y, quando AN == ‘eoraio R da curva séo conhecidos (figura 4.2b). Do triangulo ODP da figura 4.2b, temos: AD = y=R-OD OD=VR-x FIGURA 4,2b — Locagao de curvas circulares por offsets. 188 __ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO__Glauco Pontes Filho EXEMPLO 4: Dada a figura abaixo, deduzir as expresses para célculo das estacas dos pontos notaveis das curvas ¢ a estaca final do tragado. A (infcio) Soluedo: ‘Tangentes externas: (PLL) = E(A) + [4,] EPC) = EI) -[ ET,) = E(PC,) + [D,] Comprimento do circuito: Generalizando: E(PI,,,) = EPT,) + Id, Desenvolvimentos das curvas: Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIROULARES 89 EXEMPLO 5: Calcular 0 comprimento do circuito abaixo: 2000 m 1-1, = 500.) S00 1, =7, = thn( 9) = 400m 1500-90" =D,= = 785,40 Dy 2D = SE 785,40 -400-90° D,=D,= = 628,32 m =D" a8, C =3000 +3000 + 2000 + 2000-2-(7, +7, +7, +T,)+D, +D, +D,+Dy C =10000- 2.(1800) + 2827,44 = 9227,44 m 90___ESTRADAS DE RODAGEM -PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho RAIO MiNIMO DE CURVATURA HORIZONTAL s raios minimos de curvatura horizontal sio os menores raios das curvas {que podem ser percorridas em condicées limite com a velocidade diretrize a taxa maxima de superelevagio admissivel, em condicdes aceitéveis de seguranca e de conforto de viagem. ‘Um veiculo em trajetéria circular é forgado para fora da curva pela forca centrifuga, Esta forca ¢ compensada pela componente do peso do vefculo devido a superelevacao da curva e pelo atrito lateral entre os pneus ¢ a superficie do pavimento, como mostra a figura 4.3. Para simplificagéo do raciocinio, suporemos as forgas aplicadas no centro de gravidade do veiculo. FIGURA 4.3 — Forgas atuantes num veiculo em curva. Cap, 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES __ 91 De acordo com o esquema de forgas da figura 4.3, temos: F.-cosa = P-sena + F, 18), mV" cosa = P-sena+ fN 17) R cosa =m-g-sena+ f-(P-cosa+F,-sena) (4.18) Como o &ngulo a é pequeno, podemos considerar, sem erro aprecidvel do ponto de vista pritico, sena ~ tana € cosa = 1. Logo, a equagio 4.18 fica: v?-(-f-tana) gr atana+f 429) Nos casos normais de rodovias rurais, 0 coeficiente de atrito f¢ 0 valor e = tana (superelevagio) sio pequenos, de modo que 0 produto f-tana se aproxima de zero. Considerando ftano. = 0, a equagio 4.19 se reduz a: ? = (4.20) - g(e+f) Nas unidades usuais, ou seja, R em metros, Vem km/h e g = 9,8 mis, temos: 92 __ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho pe WSF (421) 98-(e+ f) WEE: IE*S)| (4.22) Essa formula exprime a relacdo geral entre valores quaisquer de raio da curva, superelevacao, velocidade e 0 correspondente coeficiente de atrito transversal. Deve ser observado que 0 termo ( e+f) exprime uma soma algébrica, em que a superelevacao pode ser positi a ou negativa (conforme a declividade da pista tenha caimento para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). O mesmo acontece ao coeficiente de atrito transversal (conforme 0 seu sentido de atuacao se oriente para o lado interno ou externo da curva, respectivamente). Em velocidades inferiores a velocidade 6tima (velocidade que no desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), 0 vefculo tende a se deslocar para 0 centro da curva, ou seja, o coeficiente f toma-se negativo. Adotando-se simultaneamente os valores méximos admissiveis para a superelevacao e para 0 coeficiente de atrito transversal, pode-se calcular 0 valor do raio minimo admissivel, para uma dada velocidade. A expresso para célculo de R,., é a seguinte: Entretanto, na medida do possivel, recomenda-se a utilizagio de raios superiores aos minimos, cuja adocéo s6é justificével em condigdes especiais. Os simbolos empregados na deducio das formulas tém 0 seguinte significado: R =raio de curvatura horizontal, em m. V =velocidade diretriz, em km/h. ¥ =velocidade diretriz, em mis. P = peso do veiculo. 1m = massa do veiculo. g =acelerago da gravidade, em mis*. cc = Angulo que mede a declividade transversal da pista. F, = forga de atrito transversal. F, = forga centrifuga. IN =reagdo normal & superficie do pavimento, devido ao peso do vefeulo, | =coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. e =superelevagio, em mim. R,,,, = raio minimo de curvatura horizontal, em rm. e.,, =méxima taxa de superelevagao admissfvel adotada, em m/m. f. =méximo coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. 94 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho Quando um vefculo percorre uma curva horizontal circular, o maximo va- lor do atrito transversal (ou lateral) € 0 valor do atrito desenvolvido entre o pneu ¢ a superficie do pavimento na iminéncia do escorregamento. £ usual adotar-se para 0 maximo coeficiente de atrito lateral valores bem menores do que 0s obtidos na ncia do escorregamento, isto &, valores jé corrigidos com um suficiente fator de seguranca, Os valores maximos admissiveis geralmente adotados em projetos rodovi 4rios para o coeficiente fconstam na tabela 4.2. ‘TABELA 4.2 — Valores maximos admissiveis para os coeficientes de attito transversal f. V (km/h) 30 | 40 | 50 | 60 | 70 | 80 | 90 | 100] 110 | 120 Phe 0,20 | 0,18 0,16 | 0,15/0,15/0,14|0,14]0,13/0,12/0,11 Fonte: DNER A AASHTO recomenda a equacao abaixo, com Vem km/h. Cap. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 95 Quanto A superelevacéo, a utilizagio de uma taxa méxima admissivel mais elevada, originando valores mais elevados de superelevacio para raios superiores ao minimo, acarreta um aumento do confortoe seguranca para o fluxo ininterrupto de veiculos trafegando a velocidades préximas & fade ditetriz. Por outro lado, taxas méximas de superelevagio admissiveis com valores mais baixos sio mais adequadas para situagdes com grande proporcdo de vesculos operando a velocidades inferiores, como trifego intenso de caminhdes ou situagies de congestionamento. 0s valores méximos adotados para a superelevacio, segundo a AASHTO, sio determinados em fungao dos seguintes fatores: condigies climaticas, -condigées topogréficas, tipo de rea (rural ou urbana) ¢freqiiéncia de tréfego lento no trecho considerado. Valores muito altos para.a superelevacio podem provocaro tombamento de vefculos lentos com centro de gravidade elevado, A tabela 4,3 resume os valores de ¢,,,. Cada projeto dever4 ser especificamente analisado, antes de ser escolhido 0 valor final a adotar. EXEMPLO 6: Calcular 0 raio minimo de uma curva, dados V = 80 m/l, Fou, = 0,14 € 5, = 10%. Solueao: ; 2 wi -— 2% _u210 Rois 37+ faa) ” 127-1010 0,14) 96 ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRIC Glauco Pontes Filho ‘TABELA 4.3 - Texas méximas de superelevagao admissiveis, ©... 12% /Méximo absoluto em circunstincias especificas. 10% [Maximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar para 1¢ Oe Classe 1 em regides planas e onduladas. 8% rodovias Classe I em regives| 6% 4% adjacente. Fonte: DNER VISIBILIDADE NAS CURVAS HORIZONTAIS Todas as curvas horizontais de um tragado devem necessariamente atender _.& a visibilidade FIGURA 4.4 — Curva horizontal em aterro. ‘Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 97 v" peur do obo FIGURA 4.5 — Curva horizontal em corte. Obstrugées na parte interior das curvas horizontais, devido @ presenga de taludes de corte, muros, érvores, etc, a visibilidade e podem requerer © ajuste da seco da estrada ou a modificacdo do alinhamento. '98__ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Filho Em todas as curvas a visibilidade deverd ser verificada em fungio dos obstéculos existentes (figura 4.4) ou, no caso de curvas dentro de cortes, em fungio dos taludes adotados (figura 4.5). Se a condigao de visibilidade minima nio for satisfeita, € necessério aumentar 0 raio adotado para a curva nesse trecho, ou entdo alargar ou abrandar os taludes do corte a fim de assegurar a distancia lateral minima necesséria. Da figura 4.5, temos: 005) s m-nfi-cof)] (4.24) Na condicdo limite, 0 comprimento do arco AB € igual a distancia de visibilidade (D). Da geometria, temos: arco(AB) _D. a(radianos) = “OED 2 (4.25) Substituindo o valor de a (em radianos) na equacio 4.24, obtém-se: (426) ou, para c em graus: Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 99 (4.27) Logo, a equagéo 4,26 pode ser escrita da seguinte maneira: weneot-n fu Dt (4.28) Far onde: | R =raio,emm. D = distincia de visibilidade de parada ou de ultrapassagem, em m. ‘M = afastamento horizontal minimo, em m. Para efeito de célculo, podemos considerar R = R,, sem erro apreciével do 100 _ESTRADAS DE RODAGEM- PROETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fitho cap. 4 ~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _ 103 EXEMPLO 7: Uma curva circular de uma estrada tem raio R = 600 m. Calcular o menor valor de M, de modo que seja satisfeita a condicdo minima jlidade de parada, Dados: Velocidade de projeto V = 100 km/h e coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento ( f) igual a 0,28 (vide tabela 3.3). Solugéo: — CAlculo da distancia de visibilidade de parada: ve 1007 =0,7-(100 ~ = 210 355-7 “97 0 * 355-(0.28) 71°" D,=07-V+ Calculo de M:-M = (600): [- on 2865" a) |22 ou: - =9,2m 8-R 8-(600) EXEMPLO 8: Uma estrada foi projetada com velocidade de projeto V, = 90 kth (Care ‘um corte com declividade longitudinal i = 1% e seco transversal dada na = 12%). Uma curva circular de raio R, = 450 m esta em figura. Verificar 0 valor do raio da curva quanto & estabilidade (ou seja, verificar se R= R,,,)- Verificar também sea condigio minima de visibilidade de parada € satisfeita, Considerar: linha do percurso do olho do motorista = cixo da pista (adaptado das notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta). Fixo Solugdo: —Verificacio do raio quanto a estabilidade. (tabela 4.2 + f= fis = O14): rae y* -— 0 _ a 245, 31m 0 27-(Com + fr) 127-(0,12+0.14) R=450m > Ry, (OK) Verificagao do raio quanto a visibilidade. (tabela 3.3 — f, = 0.29): Vv? Loy. = = 168,88 m Dy HOV 4 eet = 07-0004 555 aTEOOD 2 = De 56888 79m BR, 8-(450) M. =8,25m>7,9 (OK) asponivel 102 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO _Glauco Pontes Filho ‘CURVAS CIRCULARES COMPOSTAS ‘Duas curvas circulares consecutivas de raios diferentes com um ponto em comum, constituem uma curva composta quando estéo do mesmo lado da reta tangente neste ponto, chamado PCC (ponto de curvatura composta).. CURVA COMPOSTA COM 2 CENTROS FIGURA 4.6 — Curva composta com 2 centtros. cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 103, FIGURA 4.7 — Curva composta com 2 centros (inverso da figura 4.6). ‘Ascurvas circulares compostas sio utilizadas preferencialmente em terrenos ‘montanhosos onde duas, trés ou mais curvas simples de raios diferentes sio necessérias para adequar o tragado da estrada & topografia. Com relagio & figura 4.6, temos: 104 _ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho X,=EC+0,6-0F X,=R,-senA, +R, -senA- R,-senA, (429) Y,=R,-E0,+CF-BG ¥, =R,-(1-cosA,) +R, “cos, —R, “cos (430) Nas equacées anteriores, X, ¢ Y, sio as coordenadas do ponto B, com referéncia ao ponto A como origem e AV como eixo x. Sendo T, = AV (tangente longa) e 7, = VB (tangente curta), temos: 431) Da figura 4.7, temos: cop. 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 105 X, =R,-senA, +R,-senA-R,-senA, [xy =R,-senA -(R, —R,)-senA,| (432) Yy=Ry-(1-cosA,)+R, “cos, ~R, “cos DRL =R, cos + (R, - Ra) cos] (4.33) onde X, ¢ Y, so as coordenadas do ponto A, com referéncia ao ponto B como origem e BV como eixo x. Também temos: pot send (4.34) Da equagio 4.31, temos: (435) Da equagio 4.34, temos: 106 __ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO___Glauco Pontes Fitho Ry-(1-cosA)=T, ‘send lt cosA, = 436) eer Gee) oe Da equacéo 4.29, temos: ‘X,-R,-senA_ T, +T,-cosA-R,-senA rh eee Receen A Pepto RaseaA) 437 ares RoR bee Da equagio 4.32, temos: leen A, = Rusend=Xo _ Risen A=T, ‘cosh: T, 44,38) TURE RE oa Dividindo membro a membro a equacdo 4.35 pela equacao 4.37, ¢ levando ‘em consideragdo que (1-c0s A, /sen A, = tan(A,/2), temos: () De forma andloga, dividindo a equacio 4.36 pela equacio 4.38, temos: T, -senA—R, -(1-cosA)| r, +7, cosA~R, sen A (4.39) (4.40) tan( 42) _ Rr@l= cos) 7, sen 2)” R,:senA-T, -T, “cos cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 107 Da equagio 4.30, temos: Y_-Ry-(1~cos) R=R+ 1-008, oT seeiN= Ras cosA) (441) lk = wena T=cosA, Da equagio 4.33, temos: (4.42) ‘Como podemos observar, numa curva composta com dois raios, temos sete elementos principais: Ry Ry Ty Ty A, © Oy ‘Quando 4 desses elementos sao conhecidos, incluindo um Angulo, os outros podem ser determinados. ‘A tabelaa seguir resume os pasos necesséios para a solugéo de problemas envolvendo curva composta com dois centros. 09 108 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIROULARES 1 y, ‘TTABELA 4.4 — Problemas tipicos de curvas compostas com 2 centros. ¥=T,-senA in 1 [Ry Ra Bo Bo X,=1,+T, cos T, = X,-T,-cosh R; (ou R2), a Ta Tob 3 (our) 4 Tos bo 3 Rs, To By 5 Ra.To Tuts [usar (440) para ds, (4.42) : Ry, |= VAB-+ VBA, resolver titngulo AVB para T, © Ty, Ty, dy [usar (4:39) para By, (441) para Ry, Ba A By y CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS Na figura 4.8a, temos uma curva composta com centros O,, 0, € Oy € Aangulos centrais A,, A, eA, onde A= A, + A,+ A, ¢ T, = AV (langente longa) e T,, = VB (tangente curta). Sendo X, e Y, as coordenadas do ponto B com relago ao ponto A como origem ¢ AV como eixo x, temos: FIGURA 4.8a— Curva composta com 3 centros. 10 FIGURA 4.8b — Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.8a). Da fign ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO Glace Ponts Filho ura 4.8a, temos: [k= =Ra) sen +R = Re) seal, +8) +R, send] Us SR A(R = Rs): co8h; (RR) cosh, +As)=R cos [Fe ~ R=UR= Rea, = Roa, ¥) = 088 senA fp =x, R= =R,) e084) = (R, -R,)-cos(A +A,)=R, cos tan A Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCUARES 111 Qutra expresso para céculo de T, é a seguinte: Fa (R= Rs)- C0910; +As)+ (Rp = Rs)-c0sA5 — Ry cosh br, = at OR ee sen A Deixaremos a demonstragio das equagdes anteriores como exercicio. EXEMPLO 9: Numa curva circular composta com 2 centros, temos: A,= 20°, G,= 3° 24" (grau da curva 2), A, = 25° € G,= 2°, Caleular T,eT,. Solucdo: Aw A, +A, = 25° + 20°= 45° 1 1145,92 _1145,92 R = 572,96. nT) 2 a‘ pw 8592 MASS? 557.04 G, 34 337,04 -572,96-cos 45° + (572,96 -337,04)-00820° _ 51794 m 7, - 2245296 os oa sen 45° 572,96 ~337,04-c0s 45° - (572,96 - 337,04)-00825° _ 19.89 m , 2S eee sen 45° 112 _ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Filho CURVA COMPOSTA COM 3 CENTROS (acesso-tipo DERSA/SP) ‘Sao utilizadas principalmente em projetos-tipo de intersegbes, onde estas curvas permitem dar & pista uma conformacio mais adaptada 2 trajetéria das rodas dos veiculos em curva. Além disso, essas curvas também podem ser utilizadas, em certos casos, como alternativa de transicao. cap. 4— CURVAS HORIZONTAIS CIRCUUARES _113 ‘No caso mais comum da figura 49, 08 ros das curvas externas S80 iguais conversbes de intersegbes. TABELA 4.5 — Condigdes minimas de projeto, para borda dos (ReR,). A tabela a seguir, apresenta as condicoes minimas de projeto nas pavimentos, nas convers6es de interseqoes. ‘ee GROGE | WA CORPOSTA GRACO iano) anonooe aot cows | vescentmos De 3 cENTROS Raio (mn) | fm) eee CO) yg 38 5 3 oj} © 36 5 =] 170" [30.0807 SA 46__ [613061] 10 37-11-87 VP 72 ane 30-6.30, co . [te . {30980 o| & [30 =] 8 [a0880 3A = [ei-2s-6t) 14 378.37 VP. Tr | 30850 | 08 255-28 CO] pg 17 [97487] 08 | 50° 30-9-30 ° za [s7aes7| 12 30:9-30 SA 7 [46-48-46 [1.7 379-37 VP. o | 30-6-00 | 08 CO) gg |_18_|sr287| 08 30-9-30 ° = —197-12-37| 1.5 | (retorno) | _30-6-90 SR 46-15-46] 1.5 [37-837 {f=Deslocament da tangent () 114 __ ESTRADAS DE RODAGEM ~ PROJETO GEOMETRICO __Gilauco Pontes Filho Comthecidos 0 angulo central (A), 0 afastamento das tangentes (fe 0s raios das curvas (R,, R, €R,=R,), os demais elementos (A,, A,, Ay T, T,, T,X, ¥) podem ser determinados. A seqiiéncia de célculo ¢ a seguinte: 1) Célculo dos angulos centrais A,, A, € A, Do tridngulo retangulo CO,O, da figura 4.9, temos: R-(R +f) cos, = ORR Logo: A, =A-@,+45)] 2) Cdlculo da tangente T Da figura 4.9, temos: T=7,+0,C ‘A tangente da curva de raio (R, + f) € dada por: i= + Nea) Cap. 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 115 Do triangulo retingulo CO,O,, temos: OL =[R, -(R, + FJ} tana, T= (Ra fy tn( 3) LR - (e+ Fan Com os valores de T, T, ¢ f, determina-se a posicao de PC,, Ae B. 3) Calculo da corda auxiliar 7 Aplicando a lei dos senos no triangulo PC, O, PT,, temos: 116 _ESTRADAS DE RODAGEM — PROIETO GEOMETRICO __Gilaico Ponts Fuho 4) Célculo das coordenadas Xe Yde PT,, em relago ao PC, Do triéngulo PC,EPT,, temos: Analisando a figura 4.9, podemos observar que o afastamento méximo das tangentes (f,,,) € obtido quando o Angulo central A, € igual a zero, desaparecendo a curva intermediéria, Neste caso, os pontos PT, ¢ PC, coincidem, restando apenas uma curva de raio R, . A expressao para célculo de f., & dada abaixo. hoa *(t-e085} =r, Deixarzmos a demonstragio como exercicio. cap, 4~ CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 117 EXERCICIOS Os exercicios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de Sao Carlos, Universidade de Sio Paulo. 1. Dados A = 47° 30’ ¢ G,, = 12°, calcular Te E. 2, Dados A = 40° e E = 15 m, calcular Te R. 3, Dados A = 32° eR = 1220 m, calcular Te E. 4, Dado R = 150 m, calcular a deflexio sobre a tangente para c = 20 m. 5. Dados A = 43° e E = 52-m, calcular 0 grau da curva. 6. Se A = 30° 12’ € Gy, = 2° 48’, calcular Te D. |. Usando os dados do problema anterior, ¢ assumindo que E(PI) = 42 + 16,60, calcular as estacas do PC ¢ do PT. . Dados A= 22°36" , G,,= 4° € E(PC) = 40 + 15,00. Construir a tabela de locagio da curva. 118 _ ESTRADAS DE RODAGEM —PROJETO GEOMETRICO __Gauco Pontes Filho 9. Dados A = 47° 12’, E(PI) = 58 + 12,00. Calcular R, 7, E e D para Gy, = 6°, Calcular também E(PC) ¢ ET). 10.Dados A = 24° 20' e R = 1500 m. Locar 0 PC € 0 PT, sabendo que a estaca do PI é 360 + 12,45. 11.Dados A = 22° 36” e T= 250 m, calcular G,, eD. 12.Calcular o desenvolvimento de uma curva circular de raio R = 1524 metros e Angulo central A = 32° 13, Numa curva circular com um raio de 170 m, queremos locar um ponto Jogo a frente do ponto de curvatura (PC). Sabemos que o comprimento do arco & de 20 m. A soma das coordenadas sobre a tangente deste ponto sao: (considerar sen 3,3703° = 0,058789 e cos 3,3703° = 0,9983): 8) 0,168 m b) 0,924 m ©) 1,848 m 8)21,14m 14.Demonstrar que: E=T> t( 7) 15.Dados A = 30°, R = 680 m e E(PI) = 205+2,52, calcular G, T, D, E(PC) e EU Cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS CIROUARES 119 16.(*) Numa curva horizontal circular, conhecem-se os seguintes elementos: G = 1°, EPC) = 55 + 9,83 € E(PT) = 81 + 9,83. Se alterarmos 0 raio dessa curva para 2000 m, qual seré a estaca do novo PT? 17.(*) Dado 0 tragado da figura, adotar para as curvas 1 € 2 0s maiores raios possfveis. Ay=28* dj=135 m 4s2229,52 m 18.(*) Com relagao ao problema anterior, supondo-se que as distincias de OaPl,e Pl,a F sejam suficientemente grandes, escolher um valor inico para 0 raio das duas curvas de forma que esse valor seja omaior possivel. 19.(*) Num techo de rodovia temos duas curvas circulares simples. A primeira comegando na estaca 104+0,00 e terminando na estaca 20+9,43 ‘com 300 m de rai. A segunda comecando na estaca 35+14,61 ¢ terminando na estaca 75+0,00 com 1500 m de raio. Deseja-se aumentar © raio da primeira curva para 600 m sem alterar a extensio total do trecho. Qual deverd ser o raio da segunda curva? Dados: A,=40° € A,=30°, 120 _ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMETRICO __Glauco Pontes Fiho ‘cap, 4 — CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES _121 20.(*) A figura mostra a planta de um trecho de rodovia com duas curvas 20.Caleular as eurvas circulares abaixo (G, 7, D, E, E(PC), B(PT) d dm: de mesmo sentido, desejando-se substituir estas duas curvas por uma aE) = 202+ 250 4=52° R= 650m c= 20m curva tinica de raio R. Calcular o valor de R para que o PC da nova curva coincida com 0 PC, do tracado antigo (infcio da curva 1). vy EQ = 13454 12,73 A= 10" R=2000m = 20m CJ EPI) = 376+19,50 A= 64° 20' R= 350m c=10m AyE(PI)= 467+ 3,75 &=80° R= 200m c= Sm | 23.Repetir a questio anterior adotando para G um valor miltiplo de 40”. CURVA 1 y= 400m Pr | Construir as tabelas de locagao das curvas (R > R’). 24. figura mostra a planta de um tragado com duas curvas circulars. Caleular as estacas dos pontos notaveis das curvas (PC, PI ¢ PT) ¢@ ‘ estaca inicial do tragado, sabendo que a estaca do ponto Fé 21.(*) A figura mostra a planta de um tragado com duas curvas circulares. “540+ 15,00. Calcular as estacas dos PI’s ¢ a estaca final do tragado. 45=1809,10 m

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