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AULA #2

• ABRINDO
O TESOURO

O SIMBOLISMO
NA LITURGIA PROF. MICHEL PAGIOSSI
IMERSÃO LITÚRGICA Prof. Michel Pagiossi Silva

A Liturgia
e os seus
Símbolos
por Michel Pagiossi Silva

A liturgia católica é uma tapeçaria rica e Por exemplo, o ato de fazer o sinal da cruz,
vibrante de símbolos que servem como uma ação que muitos católicos fazem
pontes entre o divino e o humano, entre o quase sem pensar, é em si um rico símbolo
celestial e o terreno. O Simbolismo na da fé cristã. Representa a Trindade - Pai,
Liturgia não é apenas um complemento Filho e Espírito Santo - e lembra-nos do
estético ou ornamental, mas uma sacrifício de Cristo na cruz. Quando
linguagem através da qual a Igreja entendemos o significado deste gesto, ele
comunica a fé e aprofunda nosso encontro se torna não apenas um hábito, mas uma
com Deus. Os símbolos litúrgicos são oração poderosa e um lembrete do nosso
veículos de graça, convidando-nos a um batismo.
envolvimento mais profundo e pessoal na
celebração da Eucaristia. Da mesma forma, elementos como o pão e
o vinho, a luz das velas, o incenso, as cores
A liturgia católica é permeada por uma litúrgicas e a água benta, todos têm um
série de símbolos que têm significados significado simbólico. Eles nos ajudam a
profundos e históricos. Gestos, objetos, transcender nossa realidade física
cores, movimentos, cada um carrega uma imediata e a entrar em comunhão com o
mensagem específica que está divino. Ao estudar e compreender o
profundamente enraizada na tradição da simbolismo na liturgia, tornamo-nos mais
Igreja. A compreensão dos símbolos conscientes da presença e ação de Deus na
litúrgicos nos permite mergulhar mais nossa vida cotidiana e na vida da Igreja.
profundamente no mistério da fé, e nos
permite viver a liturgia de forma mais
intensa e autêntica.

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Acessórios do
Altar
ALTAR IDIOMAS

O altar é o coração da celebração litúrgica. O uso do latim, grego e hebreu na liturgia é


Ele representa tanto a mesa do Senhor, uma afirmação da universalidade e
onde o pão e o vinho são consagrados na continuidade da Igreja ao longo dos
Eucaristia, como também o monte do séculos. O latim é a língua oficial da Igreja
Calvário, onde Cristo foi crucificado. Este Romana e continua a ser usado em muitas
duplo significado reflete a natureza do partes da liturgia.
mistério eucarístico como refeição e
sacrifício. O grego e o hebreu são as línguas originais
da Bíblia e são usados em várias partes da
VELAS liturgia, como a aclamação "Kyrie Eleison"
(Senhor, tem piedade) e a saudação
As velas do altar servem a várias funções. "Hosanna". Estas línguas universais
Elas trazem uma luz suave que cria um servem como um lembrete de que a Igreja
ambiente sagrado e refletem a presença de é católica (universal) e abrange todas as
Cristo como a luz do mundo. No contexto culturas e povos.
dos sacramentos, cada vela pode
simbolizar um dos sete sacramentos da
Igreja: Batismo, Eucaristia, Confirmação,
Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e
Matrimônio.

TABERNÁCULO

O tabernáculo, que guarda a Eucaristia


fora da Missa, é um símbolo poderoso do
Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do
Templo de Jerusalém, onde a Arca da
Aliança era guardada. Assim como o Santo
dos Santos era o lugar da presença divina
na Antiga Aliança, o tabernáculo é o lugar
da presença real de Cristo na Nova Aliança.

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Dos Ritos Iniciais ao Término


da Liturgia da Palavra
A procissão inicial, com a cruz adiante,
simboliza os mártires entrando no
Santuário Celeste. A cruz, como símbolo de
vitória, conduz os eleitos ao Altar
Celestial.

A Antífona de Entrada, cantada ou


recitada, em geral, representa os clamores
dos antigos profetas que aguardavam o
Senhor.

No "Confiteor", nós reconhecemos nossa No "Gloria", cantamos com os anjos,


indignidade e confessamos nossos representando o nascimento místico de
pecados, inclusive o pecado original. É um Nosso Senhor. O Gloria se divide em
momento de humildade e de consciência louvor, agradecimento e invocação. É uma
do nosso estado de pecadores. celebração da Glória Celeste e é
normalmente recitado nas festas em que
No "Kyrie eleison", chamamos a Deus de se comemora a glória celeste. É omitido
Senhor do Tempo (Kyrie/Kairos) e nos ofícios fúnebres e de penitência que só
pedimos a Sua misericórdia. Este comemoram a miséria da vida presente.
momento vai além do sentimento de
pecadores, pois também reconhece a A Oração do Dia, proferida pelo sacerdote,
misericórdia divina. São feitas três representa o espírito da Igreja em poucas
súplicas a cada pessoa da Trindade Divina, palavras, um pedido pela dignidade de
simbolizando a nossa tríplice miséria - da participar de tão grandes mistérios.
ignorância, da culpa e da pena. Durante esta oração, o sacerdote
permanece de pé, em posição de soldado
em sua estação, simbolizando os 30 anos
de vida oculta de Jesus.

Durante a Liturgia da Palavra, sentamo-


nos para ouvir a Palavra de Deus, que
revela o mistério de Deus que Ele reservou
para nós desde sempre. O centro da
Liturgia da Palavra é o Evangelho:

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Dos Ritos Iniciais ao Término


da Liturgia da Palavra
A Primeira Leitura recorda os antigos
profetas e São João Batista, que preparou o
caminho para a vinda de Nosso Senhor.

O Aleluia é símbolo de exultação espiritual.

No Evangelho, a Palavra é conduzida com


o turíbulo à frente e com velas. O padre, ao
abrir o livro (imagem do Apocalipse),
proclama o Verbo. O sacerdote faz quatro
vezes o sinal da cruz: no livro (Cristo,
Palavra de Deus, morreu pela Verdade), na
fronte (para que devamos conhecer), nos
lábios (professar) e no peito (amar a
Palavra).

No Rito Antigo (Vetus Ordo), o missal


muda de lado, simbolizando como Nosso
Senhor ia de um lugar a outro pregando o
Evangelho.

A Homilia atualiza a Palavra de Deus para


o momento presente. É uma representação
de Nosso Senhor explicando o sentido das
parábolas aos primeiros cristãos.

O Credo é nossa adesão à Palavra, como os


Apóstolos fizeram. Durante a recitação do
Credo, todos se curvam ao mencionar a
Encarnação.

A Oração dos Fiéis apresenta ao Senhor os


pedidos da congregação, como os doentes
da época de Jesus apresentavam seus
pedidos a Ele.

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Liturgia sacrificial aos


Ritos finais
Durante a liturgia sacrificial, tudo no Altar
remonta à Santa Ceia.

A oblação se compõe do louvor do povo no


canto do ofertório, simbolizando a alegria
dos oferentes, e da oração do sacerdote,
que pede a Deus que aceite a oblação do
povo. Caso o padre utilize o véu, este é
retirado ao iniciar o ofertório, lembrando
Nosso Senhor sendo despojado de suas
vestes. O sacerdote se aproxima do Altar
com os acólitos, lembrando Nosso Senhor
com os Apóstolos no Cenáculo.

Há uma preparação para a ceia, assim


como Nosso Senhor fez até o canto do O padre mistura uma gota de água no
quarto Hallel na última Ceia, ainda em vinho, representando a humanidade que
forma mosaica. O padre prepara o cálice, se mistura no Sangue Redentor de Nosso
com água e vinho, e o pão e dá graças. A Senhor. O vinho não fica aguado, mas a
patena com forma côncava serve para água fica com cor e perfumada, como os
levar as intenções do fiel. No Vetus Ordo, o fiéis que vivem o bom odor de Cristo. O
sacerdote escondia parte da patena Lavabo representa o lava-pés dos
embaixo do corporal, representando que discípulos. O padre vai ao centro do Altar,
todos abandonaram Nosso Senhor, com lembrando que Nosso Senhor saiu da Ceia
exceção de Maria Santíssima. e foi ao Horto. Ao dizer: "Orai...", ele
recorda Nosso Senhor se voltando aos
discípulos para verificar se estavam
dormindo. Este ato também remete a
Nosso Senhor dizendo: "Não há maior
prova de amor que dar a vida por seu irmão".
A resposta nos recorda que os fiéis e os
sacerdotes estão unidos: "Receba, o
Senhor, por tuas mãos (do sacerdote) este
sacrifício, para o nosso bem (fiéis) e de toda
santa igreja (também os defuntos)".

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Liturgia sacrificial aos


Ritos finais
"Corações ao Alto!" Cantamos com os
anjos o Sanctus! O hino mostra a
transcendência de Deus e a humanidade de
Nosso Senhor. O Hosana lembra a entrada
de Nosso Senhor em Jerusalém.

O Cânon é a oração mais importante da


Igreja, na qual se reza pelos vivos, pelos
defuntos, pela Igreja e pela Igreja Celeste.
Segundo São Roberto Belarmino, as
orações centrais do Cânon foram criadas
pelos Apóstolos. Durante o Cânon, o padre
se dobra sobre o Altar para consagrar, pois
o Altar é o próprio Cristo. Esse momento
representa a morte mística do cordeiro. As
elevações nos fazem lembrar de Nosso
Senhor elevado na Cruz, e as orações
recordam as preces de Nosso Senhor na O Pai Nosso, indicando aquilo que
Cruz por nós. devemos pedir, representa a meditação de
Maria Santíssima diante de Nosso Senhor
A frase "Por Cristo", frequentemente mal morto. Esta oração serve como uma
traduzida, remete à expressão "Está tudo preparação perfeita para a Comunhão,
consumado" dita por Nosso Senhor, e nos tradição que se mantém desde o século II.
recorda que a maior glória de Deus é o
próprio Cristo. A fração da Hóstia, quando ouvimos o som
da ruptura, nos lembra de Nosso Senhor
sendo perfurado pela lança. A junção do
pedaço da Hóstia com o Sangue simboliza
a ressurreição do Senhor.

Durante este momento, canta-se o


"Cordeiro de Deus", visão apocalíptica da
Jerusalém Celeste. Esta oração também
representa o poder dado aos discípulos de
perdoar os pecados.

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Liturgia sacrificial aos


Ritos finais
Na Comunhão, assim como Jesus se
escondeu dos Discípulos de Emaús,
sabemos pela fé que Ele está presente, mas
vivemos o véu eucarístico. O canto da
Comunhão é alegre, representando a
alegria dos apóstolos. A oração pós-
comunhão simboliza Nosso Senhor
passando 40 dias com os Apóstolos,
enquanto a bênção final representa
Pentecostes. O "Ite" representa o envio
dos apóstolos.

Segundo São Roberto Belarmino, "nenhum


dos gestos do sacerdote, na missa, constitui
gesticulação ridícula, pois têm o fim de
representar alguma coisa. Assim, o estender
os braços depois da consagração significa o
Cristo com os braços estendidos na cruz."

A liturgia sacrificial é considerada por


Padre Faber "a coisa mais linda deste lado
do Céu". É um mistério, um dom, em que,
como afirma Dionísio, quem dispensa o
sacrifício aos outros deve, primeiro,
participar dele.

Este rito é uma grande preparação para a


Ceia, onde Pedro e João foram mandados
para fazer os preparativos. Apesar da
infinita desproporção entre a imensidade
do dom e a pequenez de quem o recebe, o
dom é confiado aos Apóstolos para que
seja levado a todos os homens.

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