Professional Documents
Culture Documents
Plebeia Remota
Plebeia Remota
Harold Brand
Biológo –Meliponicultor – Consultor daAPA
A abelha Plebéia remota, conhecida popularmente como mirim guaçu, pertence a grande tribo
das trigonines. São pequenas, tímidas e não agressivas quando manipuladas. Evolutivamente localizam-
se em um ramo filogeneticamente mais primitivo em relação às outras abelhas sociais e por isso mesmo
têm algumas características muito peculiares que as observações do dia a dia nos mostram.
Ao abrir uma caixa ou um tronco, já a primeira vista ressalta a peculiaridade de sua organização.
O que vemos quase sempre é o ninho sem revestimento firmado às paredes por numerosas e intrincadas
ligações; as travéculas tridimensionais que caracterizam o conjunto dando um aspecto peculiar e até
mesmo surrealista que poderia servir de cenário hollywoodiano para filmes de uma cidade alienígena.
Por todos os lados observamos montículos de lixo. É uma sociedade como a nossa, que não sabe
o que fazer com o seu lixo. À medida que a sociedade envelhece o acúmulo de lixo, diminui
progressivamente o seu espaço vital até o ponto que a sobrevivência se torna inviável. Sem espaço para o
ninho e as reservas de inverno, o aterro se torna sufocante e mortal.
A população dessas abelhas é formada pelas tradicionais operárias, zangões, rainha fisiogástrica
com seu descomunal abdômen, mas nem sempre... muitas vezes em lugar desta encontramos uma
quantidade de rainhas pequenas... as rainhas anãs.... que põem ovos capazes de gerar zangões, operárias e
até mesmo a nova rainha “normal”. A colméia algumas vezes se torna o reino das agitadas rainhas anãs.
Organiza os seus armazéns em conjuntos de potes, um que contém mel e outro portador de pólen,
muito bem separados. O mel muito ácido nem por isso deixa de ser saboroso e peculiar. A análise
microscópica do pólen dos potes fechados nos revela uma infinidade de tipos de pólen, atestando com
isso, sua capacidade enorme de polinização das plantas silvestres, o que torna essas nossas abelhas fortes
candidatas a receber o tão badalado crédito de carbono, pelo mérito de permitir a perpetuação das nossas
matas nativas.
Resolvem o problema de sobrevivência ao rigoroso inverno sulino paralisando as suas atividades;
a rainha ou rainhas cessam a postura, as operárias deixam de coletar pólen e néctar e os zangões são
expulsos ou mortos. O que resta da população chega a ficar imobilizada durante dias é a diapausa a
maneira adaptativa encontrada por esta espécie na luta pela sobrevivência.
São boas coletoras de secreção das plantas que utilizam na elaboração de quatro tipos de própolis
com finalidades diferentes; vedação, sustentação, assepsia e defesa.
Própolis de
Potes de mel vedação
Travéculas
Abertura de
entrada Ninho
Tubo de circulação
Potes de pólen
Lixão
Observação: No Japão já está sendo utilizado como agente polinizador em estufas. E no Brasil?
B) Produção de mel.
A característica de seu mel é a alta acidez que, aliada às propriedades farmacológicas, é eficiente
no tratamento das doenças respiratórias.
A tradição popular nos indica as seguintes receitas para o mel dessas abelhas:
C) Própolis.
A própolis usada pelas abelhas nas vedações é muito rica em flavonóides, substâncias notáveis
como inibidores de radicais livres e ação antioxidante. O extrato dessa própolis pode ser usado:
• Na limpeza de pele.
Basta diluir a própolis na água e passar com algodão umedecido sobre a pele.
• Conservante de frutas e verduras.
Pingar 20 gotas de própolis em 1 litro de água, pulverizar ou mergulhar as frutas e verduras nesta
solução.