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QUIMICA GERAL 2? edicao Pea Sa LSS ee QUIMICA GERAL Vol.1 JAMES E. BRADY GERARD E, HUN STON Tradugao de CRISTINA MARIA PEREIRA DOS SANTOS Engenhetra Quimica ROBERTO DE BARROS FARIA Quimico Professor ds Universidade Federal do Rio de Janeiro Professor da Universidade Federal Fluiniaense 2? edicao € FEDE oe STH 24 4 ores ae To be Gulia & Re BIB Sins TITU' Oc FOITORA TABELA DE NCMEROS E PESOS ATOMICOS Busexls no relate de 1977 a Comivie de Pesos Atémiso dy Unio tnernacon de Qufmice Pur © Api dh, heres & mass atérnn do sarbonoel2 Benen — simpon Nimere Som Actaio Ay 9 128 6 Ausino A 1 aga rr aut a same Bin ny SR Bere, he ania Begulo Be 7 an Iwate Bs ae angie ovo B ial et frome a 73304 Caine te Bre Site G a fps Caicos er wou) D Cute Caer) Gre a Hh aeas: Cenuto Ce 2 aun Cahee & DGS tet Caplin kr 30 teal Cen G S96 ire Go Ga Dips) = Dy BSD.) Ewing 9 ns Frere 8 Ie 3206 ts Eon Fe cara Fame Foim rnp Ferro Fe % Sue te Fur 1 taapiaos esr sre Prins Bsn Catotnn se Wstas Wel Sale eed Garmin 2 Rw to ' 5) eth iti be Po1aD tre Yoo 18a at Imo ¥ Bogs Uintine Ly 58S ae (ao renee M8 [ovts undo cago pale eot de rad ue se sue, ionvalte ds pe stir sto sores 41 Uniden 1W)0 pose atomic ae pole 6k expres se forma Fe Flomewo Sidon Nunem Fete ice u 3 goa eres Sites bare ta sagweso ME 228308.) Noemie or ee Neglinio Np kas inana a ine Shap anas Miaue Soo saa Mingle 3 tso4 Novels ko Gn Ossie % Woe te bun ee siren a 189988 Ub Mite Ga Paiaie Hon wy Poin me “toaoes fe Prucodtiio Fe (0 unaan Prats WKH (© Prone a G8 Tn Proctin Sh Bhoas9 fe Riso 13 Bepase eer ain & Go gi Rea S53 taaan to S35 Seo em Tinto la ine fo Ben Te a THe te 2 M0 wet Tato Th Esboase iis 1 Blt To ty $0 22% leer "te i Vaasa Tange MUS ‘omaenioy Ua) te 68) Cea ‘Ganienioy Nay) fot ant Vine Vy MOMS ta Xenotio Xe an eas ee te So as M2 te 1a) Constr vaies.a parr dee alr de po ates 28 ben ote ca atorancometsos ensue (Serna conpanto toa (ft Sete de ous do iestoro ds mane eles es | “eusopour vorpouiod year v Fag] ese [rare] era ig | ad | 2 Sopojiog obese eT | weeeST 41 | 0 cot {VIIA YIN WA WAI CONSTANTES FISICAS Niimere de Avogadro N = 6,022 045 x 1079 Base dos logaritmos naturals e = 2,718 28... Carga do elétron e = 1,6022X 107? Constante de Faraday = 96494 Clmol e~ = 96494"! Constante dos gases R = 83144 mol! K 8.3144 kPa dm? mol”! K~! 6,6262 X 10°" Js 3,141 593 2.90792 X 108 ms“? Constante de Plank PB Velocidade da luz no vieuo FATORES DE CONVERSAO. Frergia 1 cal = 4,184 5 (excatamente) 1) =1kgan? 6 | eV/molécula = 96,49 kJ mol" Pressio | atm = 760 mm Hig Tatum = 101325 Pa 1Pa=1Nm* Relugses wteis Inx = 2,303 loge K=*C+27315 devee ‘TABELAS IMPORT ANTES Acidos ¢ bases comuns, coneentradas 29 Configuragors eletronicas dos elementos 96 Eletronegativiéades dos elementos 139 Alguns ions polistmices comunt 12 Pressgo de vapor da dgua a virias temperaturas 239 Regres de nimeros de oxidarao 14 Regras de solubilidade loa Unidades SL 9 SUMARIO caPETULO CAPITULO. CAPITULO CAPITULO CAPITULO CAPITULO CAPITULO CAPITULO CAPITULO 9. CAPITULO 10. 7 8 APENDICE A. APENDICE B, APENDICE C. Inuodugao, 1 Estequiometsia: Aritmética Quimica, 35 . Estrutura Atdmica ¢ a Tabela Periddica, 65 |, Ligagao Quimica: Conceitos Gerais, 117 Ligagito Covalente ¢ Estratura Molecular, 151 ReagBes Quimicas em Solueo Aquosa, 185 = Gases, 225 Os Estados da Matéria ¢ as Forcas Quimicas Intermoteculares, 263 A Tabela Periddica Revisitada, 309 Propriedades das Solugses, 345 Matemética para a Quimica Geral, 387 Logeritmos Comuns, 397 Respostas dos Problemas Numéricos de Numeragfo Pas, 399 INDICE REMISSIVO, 405 _INTRODUCAO cea, O Ibe ‘orma que es resus podem 2 / QuiMICAGERAL © Auritio define citncia ‘came "econjunto ‘organizado co Centecimentot raletivor = tum deterrninado objeto, ‘execlatment op obtides meciance 2 observers), 3 fxperinesa aos fates © um) ‘métode proprio.” aw 0 METODO CIENTIFICO ‘Nunca, em toda a histéria ds humanidade, viuse o homem com tamanho poder de influenciar © meio em que vive, como hoje, sja ‘para melhor oa para pior. Isto tomou-se postivel, em grande parte, como resultado de um esforeo humano chamada ciéneia — um interewe nas obres da natuceza e um estudo das suasle’s. Durante um perfodo de tempo, & medida que a quantidade de fatos sobre a natureza crescia, a ciencia gradualmente evoluiu em um nimero de especialidades fortemente relacio- nadaa, tis como biologis, quimica © fisiea. A Quimica, asunto deste livro. trata da Composiggo cas substincias, a8 mansiras pelas quais suas propriedades se relacionam {com as suas composigdes ¢ 2 interagdo destas substincies, umas com as outras, para a produgfo de novos materias. ‘A intensidade com que a Quimica tem modificado a nossa civiizagao ¢ evidente por toda a parte, Ba parcela de nossas roupas, os automévels.e outros objetos de uso Cotto sio fettos de maleriass que simpiesmente ndo existiam na vizada do séeulo, Os remédios eriados nos laboratérios torraram 2s pessoas mais saudaveis e, através do cura de doengas, prolongaram sia vidas Recentemente, a compreensto de que ‘um omgaiismo vivo pode ser encarado como uma complexa “indGstria” quimice ‘provocou um forte interesse nas ciéncias bio\Gpicas, em especisl aa biologta e med Como resultado, 0 estudo da bioquimica tem trazido grandes avangos a0 nosso conhecimento sobre a natureza da vida. Hoje, os biogufmicos estso traba Ihando com of processos mais elementares ds herediteriedade, alterando quimice monte os genes © criande novas formas de vica. S6 recentemente, porém, € que 88 tomaram evidentes os problemas oriundos desse desenvolvimento tecnolégico. Um exemplo € 0 problema para o qual st tera dado bastante publicidade, que ¢ 0 des ajo de residuos quimicas perigosos. A solugo de tai problemas apresenta-se como um grande desafio para a quimica do Futuro Neste capitulo, considoraremos como a eigraia opera; veremos os maternis © 08 congeitos com os qusis os quimicos ¢ os estudantes de Quimica trabalham ¢ aprenderemos como © conceito de itomo tornou-se firmemente estabelecido. Intro- uzitemes, também, alguns dos jarges usados pelos quimices. F importante familia rlzarse com 4 terminologis quimica o que sem divida requeralguma memorizagio), uma vez que muitas das dificuldades que os estudantes encontram no estudo da aquimica devem se dincapacidade de “falar” a sa linguager. Muitos dos mais importantes avangos na cigncia, como as descobertas ds ra: ioatividade por Henri Beceuerel ¢ 2 da penicilina por Alaxander Fleming. ccorte- ram por sideate, Essas descobertas, porém, forem parcialmente acidentals, pois rna verdade as pesious envolvidas haviam aprendido a “pensar ciemtificemente”, estando, portanto, consclentes de que observavamn algo novo c interessante, Os progressos em quimica, astim como mas outrasciéncias, fo geralmente bem menos espetaculares do que as descobertas de Becguerel ou Fleming. Elas 0 acom- ppanhadas de muitas horas de trabalho cuidadoso que segue um caminho mais ou ‘menos sistematico na busca de respostat s questdes cientificas. Este caminko € cha: ‘mado de método ciemtifico, 0 método cientifiso nio & nada mais do que uma seqiiéneia formal de passos ue seguimos a0 atacarmos logicamente qualquer problema. Considere, por exemplo, tum técnico em eletrdnica tentando consertar um aparetho de televisdo defeituoso, Primeiramenie, cle localiza um componente defeituoso observando os reasTtados de lume série de testes. A seguir, ele substitut o componente ulm ¢,Finelmente ele liga © aparelho para verificar se © reparo foi feito corretamente, Osmécicos apticam 0 érodo cintttco quando les usar as estas {los mame de Inboretrio @ oF sintomas de um pecient® pare agnostcarer ume eng e sequirem 9 su sratamento per iferontes medicacies Wrsopugao / 3 Quando atacanos um problema em ciencta procedemos ds mesma forma. A primeira etapa no método cientifico chama-se observario. Este € 0 objetivo das experiéncias que voe8 2 os outros cientistas reaizan: nas laboratsrics. A‘, a natureza é observada em condigdes controladas de forma que os resultados das expeciéncias s0 reproduzives. As informeeses que vocé obtém so chamadas dados ¢ podem ser lassficadas. como qualitatvas ou qoantitaivas. As cbsorvagSes qualitativas nfo possuer niimetos associados a elas, Um exemplo € a observagio de que a adigao de Dicarbonalo de sOdi0 20 deido aoético (vinagre) provoca 0 aparecimento de mmuitas Doihas, & medida que as substincins reagem. Entretanta, ao meditmos a quantidade de bicarbonato de sédio necessiria para seagir com uma dada quantidade de icilo dcetico estaremos fazendo uma observagio quanttativa, ums vez que dela resulta uum dado numérico, Veremos que as medidas quantitativas sf0, gevalmente, mais leis para um Giemtista do que as observaybes quulitativas, una vez que as pinwicas fomecem mais informap6es. Apés adquirir ums grande quantidade de dados, & conveniente expressélos sob una forma concise. As covtelaydes que atizgem este objetivo cham leis s10, portanto, um meio bastante poderoso de se armazenar grandes quantidades de fatos experimentais. As leis posstilitam, também, predizer os resultados de slgumat experiéneias que nunca foram executadas. Por exemplo, sempre.se verifies que, quando os gases hidrogénio © oxigenio, ra mesma temperatura e pressdo, combi: name para formar 4gua, sZ0 necessirios dais volumes de hidrogénis para consamir completamente um volume de oxigénio. Se tivermas cinco metros ciicos de gis oxigenio, podemios prever que nezesstaremos de 10 mettos cibicos para a reagdo ser completa Pode-se expressar uma lei através de uma simples correlaggo verbal, tal como scima nos referimos & reagdo do hidiogenio com 9 oxigénio. Todavia, freqiente- mente . € mais itil ter-se uma le! expressa sob a forma de uma expresso matemitica Por exemple, sabe-se que a forgs de atzagfo entre duas particulas com carges opostas ‘iminui a mecida que sua distancia aumenia, Isto 6 dito com muito maior precisio pot meio da equaca0 ou lei de Coulomb: Fach? na qual F 6 a forge de aragde entre as duas partéculas com cargas oposias, 41 © ¢3 sfo as cargas das particuls,r a distincia de ssparagio e k a constante de proporcio- ralidade, Comumente, expressim.se as leis sob a forma de ums equayZo matematics Como jé se observou anterionmente, uma lel simplesmente correlacona grandes quantidades de informardo. As leis por si so ndo explicam por que 4 natureza com- portase de determinada maneira. Os cientistes, como quaisquer outros homens comuns (mesmo que & primsia vista nfo paregam como tal), nao se satisfazem com as simples correlagdes de fatos, ¢ procuram uma explicagio para as suas observagdes. Assim, a segunds etapa do método sientifice & a proposigio de explicagSes,tenta tives ou hipéteses, que possam ser testadas através de um experiment. Se confirma dhs por repetidas experiéncias, evoluem para o que s2 chama de teoria, Estas servem sempre de guia para novas experiéncias ¢ fo constantemente testadas, Quando una expergncla demonstia que umz teoria & incomreta, esta deve ser substituida por cutra ou, como € mas frequente, modificada de tal forma que todas as obsewvagbes experimentais possam ser explicadas. A eigrcia evolui, portanto, através de uma constant intemgfo de teoria ¢ experiéncis, Nio podemos esquecer que, raramente, se pode comprovar que uma teoria esti comteta, Normalmente, © miximo que pode ocorrer é no se encontrar uma experiencia que a cesaprove, Um cientisia deve estar sempre alento para nfo 4) aUIMICA GeRAL confundir teorla com fato experimental, Por muitas vezes, no passado, tomaramse {eoras ertbreas como fatos concreios reterdande-se, com iso, 0 propresse da ciénca 1.2 Nenhuma ciéncia pode progredir muito sem se valer de observades quantita- MEDIDAS tive. Isto significa que devemos fazer medias. Um processo de medida, eavolre, geriimente, # leitura de némeros em algum instramento; em conseqaencia, temse quase sempre alguma limitagdo no mimero de digitos que exprestam um determinado valor experimentalmente, Por exemple, considerese 2 medida do comprimento de uma pega de madeira, utizando-se duas réguas diferentes Fig. 1.1) a 4 a Cantimerae aod Camtirerror Figura 1.1 Medida do comprimento de tuma pega de madeira Tomandose a régua da Fig. 1.l¢, pode-se ler o comprimento da pera de ma: com fuss végua diferentes: deira como sendo igual a 3,2 centimetras (abreviadamente, 3,2 em}. Note que para (@) Comprimen se chegar a este miimero teve-se que estimar 0 segundo algarismo, isto é, decidiu-se tite se 0 comprimento era mais proximo de 3,204 de 3,3 em. Como se esti fazendo uma estimativa, existe sempre incerteza quanto ao segundo algarismo (2); quanto ao ter ceiro algarismo, 6 inteiramente deseonhecido, Portanto, para medidas nas quais se utiliza a régua da Fig. 11a, ndo se justifies a referencia a ndmeros com mais de dois alearismos. a digitos obtides como resultado de uma medida chamam-se algarismos signi fleativos, Ao se escrever um nimero que representa 0 resultado de uma medida, 4 menos que se digs o contririo, considerese que somente o ultimo algarismo da disvita 6 impreciso, Assim, para a medida ilustrada na Fig, 1.la, tem-se um ntimero com dois algarismos signficstivs. Na Fig, 1.15 yemos a mesma pecs de madeira sendo medida com uma régua subdividida por graduagées adicionais. Observase agora que ambos os digitos 3 ¢ 2 sfo conhecides com certeza e polese estimar o terceiro djgito. Uma estimativa de comprimento pode ser 3,24.cm, embora algumas pessoas possam achar que deve ser 3,23 em ou 3,25 cm. A medida 3,24 em contém t18s algarismos signifiativos, uma vez que 0 3 € © 2 sfo efetivamente conhecidos ¢ somente 0 4 posssi alguma incerteza, Os digitos a diteita do 4 nfo podem ser estimados usando-se « régua da Fig, 1.16 e, portanto, nfo sfo escritos ‘A importincla dos algarismos significativos é que eles indicam a preciséo das medidas. Ao determtinar 0 comprimenta da pega de madeira, foram obtidos dois valores diferentes, utiizando-se dois instrumentos de medida diferentes; intui-se que = 3.24 cm, Algumas ve205, a incertece nue meciie ‘nese juntamerte © valor mais confiével € aquele que tem maior nimero de algsrismos sgaifiestivos. com 9 valor de Como as leis © teorias basciamse nas quantidades medidas, a nossa contianga rela: ‘quartioade medica, como, ciona-se diretamente A qualidade dos dados em que se baseiam. eee Ao descutir as quantidades medidas, encontramse, freqiieatemente, as pale “ ras precisdo ¢ exatiddo. O termo precisio refere-se a qudo proximas duas medidas, inTRODUGAD / 5 de uma mesma quantidzde, esto uma da outrs. Por exemplo. repetindo-se uma medida usando-so 4 ségua da Fig, L.la esperase obter valores que diferem de aprox madamente 0,1 cm; pode-se, assim, considerar os comprimentos medidos com esta régua com uma incerteza de cerca de ¥ 0.1 cm. Repetindo-se as medides com a répua da Fig. 1.16 obtém-se valores que diferem de cerca de 0,01 em a incerters nas me- didas feitas neste caso estgo em torno de ¥ 0,01 em. Os valores abtidos com a segun- a régua possuem uma incerteza menor ¢ sfo considerados mais precisos. Em geral, {quanto mais algarismos signifieativos existirem em urna medida, maior seri « precisio essa medida, O valor 3,24 cm sugeie que se a medida for tepetia o resultado estard uns pouces centésimos de centimetros distante de 3,24 em, Por outro lado, um valor de 3,2.em implica que se a medida for feita novamente o resultado pode diferi de 3,201 tanto quanto uns poucos décimos de centimetres. O valor de 3,24 em, que [possui irés algarismos significativos, implica uma medida de maior preciso do que o valor de 3,2.cm. EXEMPLO 1.1 sOLUCAG Figura 1.2 Réqus nfo cabbrada lequadamente, ‘Todas a8 ‘medidas fetas com festa rua estarfo com am, tro de I em. Usando-se ama trena graduada em ééclmos de metto medu-se o somprimento de wma sal ¢ obtevese o valor dt 11,0 m. (a) Quantos algaramos sgnficativor exirtem nesta media? (6) 0 ‘que estar errade ao se designaro coniprimento como 11m aimpleynente? (@) Fxitlom tds agariomos sgnifieativns, Pade extumie que abo: os digitos & exquerda do virgule ao conheckes com certeza © soneate 0 zero 2 direita da vigula Incerto, Em outay palavns 0 eomprimento pode esar entre 10,9 me 11,1 m. {(b) Designando-e comprimerto como 11m isto implica que a medida possui ums incerters de pelo menos = I m (sto é, 0 comprimento esté entie 10'm ¢ 12 11), Stbe-se, porte, que a medida é mais eonfvel do que isto. Uma vez que go teve 0 trabalho de abtero tetceiz alas mo signifieativo nao se deve desperdici-loescrevendose apenas do, termo exatidio referese a quio proximo uma observagio experimental esté do valor verdadeiro. Geralmente, uma medida mais precisa é também uma medida ‘mais extts, No exemplo, o valor de 3,24 em ¢ mais preciso que 3,2¢m e, provavel- ‘mente, também esté mais proximo do comprimente verdadeiro, HA ocasides em que um numero pode ser preciso mas ngo exato, A régua apre- seniada na Fig, 1.2, por exemplo, nfo est calibrads adequadamente. A nio obser- vincia deste erro de calibracgo (e, portanto, a no correydo das medidas feitas com esta régua) conduziré a resultados com um erro de 1 cm, ainda que estes possim ser lidos com trés algarismos signifieativos na escala Algarismos sianificativos nos célculos Em quase todos 0s casos, utiizam-se 0s valores obtidos nas medigOes para cal- cular outres quantidades. Nestas situagéies, deve-se ter 0 cuidado de atribuir o nimero. 6 / QUIMICA GERAL adequado de algarismos signtficativos ao resultado computado. Isto ¢ particularmente importante quanco se utiliza uma calculadora eletronica para fazer os cdlculos, uma vez que estas, nermalmente, dio respostas com oito ou dez digitos. Geralmente, muitos destes digitos so destiturdos de significado, uma vez que nfo szo conside- radas como slgarismos significativos. Para se ter uma idéia dos problemas que podem surgi, suponha que se. quer calcular a drea de um retangulo cujos lados foram medi- dos com duas régaas diferentes e obtidos os valores de 6,2 ¢ 7,00.cm. Sabemos que a frea é 0 produto destes dois mlmeros, ou seja, 6,2em x 7,00em = 43.4.em". Quantos algarismos significativas devem.se usar na respesta? Consideremos © mimero de algarismos significativos em cada medida. (0 nimero 6,2 postui dois algarismos significativos, 0 que implica a existéncia de alguma incerteza no 2 (isto é, 0 comprimento real pode ser, na yerdade, 6,1 ov 63 cm). A confienga que se tem mo comprimento deste lado € de uma parte em 62 ‘ou cerca de 1,6%. ae x 100 = 1,6% Para o outro lado do reténgulo, 2 menor incerteza expresse pelo mimero 7,00 & 0,01 cam; assim, a incerteza percentual & de (0,01/7,00) x 100 0,14%. O gras de confianga no valor calculado para @ area do retangulo depende do grau de confanca das medidas des lados. Se um dos lacos posui um erro de pelo menos 1,6% é razoi- vel esperar que a area tambée possua um erro de mesma ordem de grandeza. Desigrando-s: a sirea como 43,4 cm? isto implica ums inverteza de uma parte fem 434, ou seja, 0.23%, Isto supera consideravelmente a confianga esperada para o valor da area de forma que 6 precise arredondsr! « resposta para 43 em! (0 que implica ura incesteza de 2,3%)- ‘A andlise necesséria pera se chegar 4 maneira correta de expressar 0 resultado 6 claramente tedioza © demorada, Felizmente, hé uma regra simples que pode ser seguida para se evitar uma andlise desta a cede célculo. Em geral, para maltiplicapso @ dividl, 0 produto ou 0 quociente ndo deve posiuir mais algarismos significativos do que 0 fator menos preciso utilizedo no célculo, No exemplo acina, o fator 6,2. em postui dois algerismos sgrificativos e o fator 7,00cm possul irés. A regra diz que a resposta nfo pode ter mais o que dois uma vez. que este € o nimero de algarismos significativos do fator menos preciso. Assim, deve-se arcedondar 2 resposta ealbulada de 43,4 cm? para 43 cm? Para a adiefo e a subtragdo, utiliza-se um procedimento ligeiramente diferente ppara determinar 0 miimero de algasiames signifcativos em uma resposta, Nesse cas, determinase 0 nameto de algarisinos signifcativos do resultado de um céleulo pelo riimero que tem menos casas decimals. Assim, na adic 4371 3025 306,87 + Quando se desea arrdondar um miimero mum certo ponto, despretam-se simplesmente r digitos que se soguem,e6 0 primeira deles for menor do que cinto. Assim, 6.2317 antedondase para 6.23, quando te deejam apenas duas ewas dscimeis. Sec primeizo dito a ser desprezato for maior do que 5 ou + for 0 proptio 5, eguide de nimezos diferentes d> 2or0, adicions- L an Gigito anterior, Assim, 6,236 ¢ 6.2351 aredondam-se pass 6,24. Finalmente, ve 0 afgite a ‘set desprezade for 0 § sozinho, ou seguide de 2erox, desprezarse o $ se o nGmero precedente for pare aliciona-se 1 s for impar. Assim, 6,165 arvedonda-se para 8,16 € 8,175 para 8,8. Arunidades totem of ‘mms par de operapdes mateméticasque os numeres, Se vosd no tive famitarieado cameste conceito, fia Apbndive A.1 20 fine! lure INTRODUGAO / 7 ddeve-se attedondar a resposta para 305.9. A razgo disto & que os dois digitos que seguem 0 5 no niimero 302,5 so completamente desconhecidos, isto €, podem ter qualquer valor de 0 a 9, Em conseqtiéncia, ox dois ultimos digitos na resposts 306,871 So tarabém completamente incertos. Seguindo-se a regra de escrever os niimeros de forma que somente aqueles digitos com significado real sejam incluidos, nfo se justifies eserever os dois ‘iltimos éigitos, devendo-se arredondar a rexposta pita 306.9, Para a adigao e a subtragGo tomse, entdo, a seguinte regres a incertees abso tata em wma soma ou diferenca neo pode ser menor que a Malar thcerteza adsoluta em qualquer wm dos termos wilizado no cdlculo, No exemplo, a incereza absolu- ta do nirnero 4,371 € + 0,001, enquanto que a incerteza de 302,5 & + 0,1. De esordo com a regra, 1 soma Gestes do's mimeros ngo pode ter uma incerteza menor que + 0,1: portanto, a soma 306,871 deve ser arredondada para 306.9 para expressar uma, ineerteza de 0,1 Em. alguns cilculos, empregam-se aumeros que vem de definigdes (iis como 1Odm — 1 m) ov que sfo 0 resultado direto de uma contagem (tal como 9 namero de pessoas em ums sala), Si os chamados nimeros exatos ¢ ndo contém i (sto ¢, exisiem exatamerte 3 pés em | jarda, ou o mimero de pessoas ¢ sempre um imero inteiro). Ao utilizar estes miimeros nos edlculos, considera-se que eles pos- suiem um rdmeco infiniio de algariamos significatives. Assim, a converséo de um comprimento de 4,27 m em decimetios fur-se de seguinte mania verte azzptx (1229) «27am L sapciews seneies Note que 0 nimero de algerismos signifivatives do produto ¢ determinado pelo nu sero de algarismos significativos do comprimento medido e que. ao fazzreste céleuto, cancelamse as unidades, metros, Esta andlise dimensional aparecers novamente em problemas futuros, A andlise dimensional encentra-se explicada em detalhes no Apen- dice A.1 no final do livro. EXEMPLO 1,2 soLugAo, Algumes vers, ume ‘aeuladora nes da poueos ‘agavisros spnificatwvos. ‘S¥ mutipiearmos 0500 or 6,00, uma cslevladora nbs dard 3 como ‘sposta em ver de 3,00. aga os sequintes vileulos ¢ dé 05 resultados com o némero de abarismos sgiticatives cometos Agama que todos os mimerossfo resultados de medidas (9) 3,182 8.05; (b) 29,3 + 213,87;66) 144.3 + 2,88 % 8.) (a) Uilizando uma esteuludora, teremice 3142 290 210599 05 Note que o numero 3,142 contém quatro alzarismos sgrificativos ¢ 0 ndmeno 805 comtém tes Una Yea que a respovta nfo deve conter mais slgarismos signticativos de que os encoatrados 10 fator com o menor aiimero de algarsmes sigifcativos, devemos arredardar © resutado para 0.390 {b) Observe que, neste caso, roremos que adisionar ap 7 um vil descend 29.39 4213.87 263.17 8 / QUIMICA GERAL 13 UNIDADES DE MEDIDA ‘A Grice coba que podemos dizer & que 0 valor da interogaeto na resposta deve ser no minim 7; portanto,a resposta dever! ter axedondada pera 1432 Muitos esudantes, nesta sitag2o, se equivocam ao eserever tim eto apéx 0 3 do aiimero 29,3 Geto 6 29,30). 0 digo que 1 regie a0 36 derconhecido, So se soubesse que seu valor era 2er0 este 2e10 jf teria sido ecto! (0) Em cileuos mistos como este, devemes tells multiptcaySes e divides antes das adkgze> e subinigdes 284% 83~—21,982 (Ge ustrmocumacateulalon) Ums vez que 8,3 comtém apenss dois algurioros signifeativos, devemos axtedondsr © produto para 21. Agor, fazemos a adie: 1443 + ue 1657 = 185 ‘As unidades sao parte integrante de qualquer medida. Por exemplo, a0 se dizer que ‘uma reagfo quimica foi squecida por um intervalo de “trés” isto & completamente sem sentido @ menos que uma unidade ov unidades (segundos, minvtos, horas, ete.) esteja associada com 0 niimero, Os quitnices, tradicionalmente, tém vsido o sistema iéirico em suas medigas. Em 1960, um érgio internacional chamado Conferéncia Geral de Pevos e Medidas adotou e recomendou ums versio modificada do antigo sistema métrico chamado Sistem Internacional de Unidades (adreviado Sl, do francés Le Systeme Intemational d'Unités) para uso mundial. Este sistem métrico SI possui sete unidades bdsicas dades na Tab, |.1. Todas a5 outras unidades neces sérias para medidas sio derivadas destas unidades bésicas por combinapoes apropria- das que dopendem das dimens®es da quantidade medida, Por exemplo, se desejtmos caleular a dea de un: tapete retangular devernos multiplicar o seu comprimento pela lirgura, A untiade para a érea € do mesmo modo o produto de duas unidades de comprimento. Uma vez que a uniade bésica 20 SI para comprimento é 0 metto(m), unidade formada no SI para érea é om” (metro quadado), Da mesma forma, a velocidade, que € uma raza de distancia por tempo, ¢ealealeda como a distincia percorrids dividida pelo tempo transcorrido, A unidade para velo cidade no SI€ portanto metro/segundo ou em simbotes ms ou ms"? Frequentemente, as unidades basicas ou as unidades formadas a partir destas so de um tamanho que as torram inconvenientes para medias ordinirias, Por exemplo, a unidade para volume no SI € o metro cibice, m’, ¢ 0 uso desta unidade vara expressar os volumes medidos em um laboratorio tornase desagradével. Um copo de igia corum, por exemplo, posul cerca de 0,00025 m*. O Sl esoive este problema mokificando as unidades com fatores decimais e prefixos, para obter ml: tiplos e submaltiplos de suas unidades, Uma lista completa dos prefixos utilizados zo SI encontra-se na Tab. 1.2. Bsteja certo de aprender aquelas que esto prifadas, pois sao as mals freqdentes neste liv, A Tab, 1.3 stra como estes multiplisadores IwTRODUCAO / 9 trabalham € como os prefixos associudos a eles sao usados para nomear as unidades modificadas, © Ex. | 3 mostra como se podem fazer as conversdes de uma unidede para outta facilmente, Tabola 1.1 As sete unidades bisices do St Cuuidede Pista Nome dz Uriliate Stato Mase Quilograma iy CComprimente Metro m Fempo Segunda : Corrente eétrica Ampére A Temperatura Kelvin x Intensidads laninoss Coasts a Quancidade de wbsténeia Mol nol Tabelo 1.2 0s dezesteis prefixos do SI Faor Prefico Simbolo Furor Prefbo.Sinbolo 10! ea E 10" deci a 10 10" conti ‘ 10" 10% mil ” 10" G1 micro “ 108 Mt nero " 10 k 10° pico p 10* 8 Lo! fomte ‘ 10 10 atte a Tabsla 1.3 Modificande o tamanho das unidades do $1 com prefixos Prefivo Fotorde Multipliapso — Femplon Simbolos Quite 1000 (0) 1 quilémetia = 2 000 metros (10? ma) km 1 quilograma = 2 000 grimas (107 g) ig Deck — 4/09") decfetto = 0.1 metro (10°* a) am Cent» 1/09 (10"*) 1eentimetto = 0.01 meiro (10°? m) em ins 148 000 (10°) 1 muuimetro = 0.001 mero (10°) am 1 milssegunde = 0,001 seguro (10-* 9 ne 1 miigrams = 001 grama (10? p) ng Mico. 1/2 000.000 (105) 1 mcxbemetro = 0,000 001 metso (10"* mi) sm 1 miesograma = 0,000 001 gram (10°* g) +8 Nano 1/1 600 0000000 (20-*) I nanémetro = 0,0000€0 003 metio(10°" m) xm | nenograma = 0,000 000.003 grama(10"* 8) 8 10 / Quimica ceRAL EXEMPLO 1.3 SOLUCAO Uma certa pesoa tee 172 em de altura. Expresse asus altura em decimetros Este € aa verdade um problema simples, mas iustra como se podem fazer as conversSes de nid ‘dei este tipo utandove o maéiodo da rezra de 6x. O primeito passo ¢ analsit 0 problema que {en = Idem Precisamot de uma forms para relacionar as unilades cm + dm, Olhunco a Tatelu 1.2 patemos rio ver uria maneita de fazer into duetaente, mas podemes escrever as relagies fen = 10m ov 10cm = Im tam = 10-'m ox 10dm= 1m [Note que estas relacdes fornecem um caminho de cm pars dm. Os centimeros podem ser cor vertidos pira metros usando-te 2 primers elacfo e os metros podem ser tanfarmacos em deci- metios urardove a segunda. Ao usdilas deveror eter stentor de unidedes serem cancelalas, luma ver que elas controlam os Tatores que af0 Formades. Asien, ie scm { ) v7 100 am 10a sams (18) inaan me Podemes também esctever on fatores de conversfo “agltinadon” ¢ obtermono mesmo realtado final uy, [0am vragen (EL) x (282) -inaen vom) * (me ; mara pari decimetios EXEMPLO 1.4 SOLUGAO Una rovisio de eperacbee lavimdtion com mimarce expresso em potdnoioe te 10 pote sr lencontrade mo Aplnice A. Calle 9 nlmero de ceatimetroseGbicos em 0,255 dectmetras cibios. Neste ctso nectsstamos de uma relgéo entre unidades cubicas, una vez que 0 problema pode ser reescrito como 0,225 am? =? «mn? A Tabela 1.2 nfo fornece ama forma de converse dicta de dm? para cm?, mas fornece ure meio de retcionsemioe dm com om 1am = 10° m Lom = 10°? m ara obtermos as reiSes entre as unidades cllbicas co:respondente: basta eleva:mos a0 cubo ambos os lades da equago day? = 10°" my? 1dmn? = 10°? me (em) = 10"? m? Lom? = 10-* mw InTRODUGAO / 11 [Estaspodem, agora, se usidas pata consteut os fatores de con verso para rs0Wer o problema, esses (HE) (20) Aguas vases. encontraro: ‘osimbola ce sen usado Ineorrotamante pers hsignar 0 contmetro civic, em we dec. EXEMPLO 1.5 SOLUGAO {8 montrmos 0 problema formas cbtermor 9 ‘nidede corets pars mapores, podemos aster ares dequa «resposte labor eserdcorrta As unldades SI estzo sendo aceitas Ientamente; entretanto, algumas unidades métricas antigas est4o desaparecerdo lentamente e so ainda utiizadas por muitos ciontistas experimontais. A existéncia de unidades antigas na literatura cientifica requer que estejemos a par de ambas. Consequentemente, as unidades SI sfo usadas neste livro, mas identificaremos também importantes unidades que nfo pertercem 20 SI nos momentos adequatlos. Em quimica é necessério medirse, sotinelramente, massa, comprimento ¢ yolu- ‘me. As unidades comuns do SI utlizacas para expresser estas quantidades sfo basta as no grama (simbolizado por g), no metro (m) e no decimetro chico (dm*) ou centimetro cébico(em’), respectivamente. O grama por si sé ¢ uma unidade de die ‘mensfo conveniente para a maioria des medidas de massa sobre as quais falaremos mais na Seg. 1.4) no laboratério, Na maioria das vezes, entrotanto, medimios os com: primentosem centimetios ou milimetros. 1m = 100 em = 1000 mm E conveniente lembrarmos que 1 cm = 10 mm, O litro (|), a atinga e ainda usada unidade de volume, é definido co SI como sendo exatamente igual 1 1000 cent{me- {ros cibicos(em’) ou um decimetio cabico. I litro = 1000 em* = 1 dm‘ ‘Uma vez que hd 1000 mililitros em. 1 litro, 28 grundezas miliitro e centimetzo cubico sfo identioas mL = Lem" ‘Um objeto esti-ze movendo 2 uma Velocidade de 14,2.cm s°*, Expresse esta velocidade em qui: Jometeos por hora (km A") Usemos 9 método da regrt de tr€s novamente Em primero lugar listemos as rlagBes que conte: cemos entre 8 unidades ten = tm Lik = 10? m 605 ~ Ima 50min = 1h ‘Agora, wuemce star relagSer pars constrar of fetores de convendfo que nos permitam cancelar ts unidader indssejveis. Nowo problema envolve x convendo das uridades “centimetios” em ‘quilémetios” “segursios® em “horas”, ea km 4a sn 12 / quiMicAGERAL wee (Fae) (Geel cae ee Note que a sesporta fol arredondadn pars tisalgarismossignifiat vor 1.4 MATERIA Notaelo ciontifies ‘Quando expressamos as medidas numa determinada unidade, freqientemente, encontramot atimeros muito grandes ou muito pequenos. Para evitarmos escrever uma grande quantidade de zeros, ¢ conveniente expressarms estas quantidades como © produto de um nimero entre 1 10 multiplicado por 10 elevado a alguma poten cia, A este tipo de representagfo chama.se notagio exponencial ou notagio cienti- fica, que se acha exposta em detaihes no Apéndice A. Por exemplo, vtilizando este potaglo, pode-se escrever 1 kg = 1 X 10° g.em ver de 1 k= 1 000 g. Escrevendo Ss mimeros sob esta forma, a real utilidade do sistema métrico torna-se evidente, pols a conversto de una unidade em outra simplesmnente envolve a troca do expoente 40 10, Por exemplo, 2,5 km = 2,5 X 10! m = 2,5 % 10% em = 2,5 x 10% mm Hi ocasioes em que a presenga de zeros dificulta a determinagfo de niimeco de algurismos signficativos de um nimero, O uso dz notagdo exponencial permite elk rinar qualquer problema que possa surgir. Por exemplo, vamos supor que se tenha medido 0 comprimento de um objeto com uma régua @ ¢e tenia encontrado 1,2m Ge comprimento. Este nimero possui dois algarismos significativos ¢ implica uma incerteza de cerca de uma parte em 12(0,1/1,2= 1/12). Podese também expressar este comprimento como 12COmm e, como c stimero ainda apresenta a mesma medida, deve possuir apenas dois algarismos sigaificativos, o 1 © 0 2. Utilizamse os dois zeros em 1200 apenas para localizar a virgula. Qualquer pessoa que ndo esteje 2 par desta experiéneis pode pensar que todos os quatio digitos sfo significaivos implicando, assim, uma incerteza de apenas uma parte em 1200, que ao é 0 que se deseja transmit. Escrevendo mimeros na notagdo exponencil, elimina-se esta ambigiidade Astra, eserevese 1200 mam como 1,2 X 10" mum; «primeira parte domimero expresse apenas dois algarismos sigificativos. Desejando-se especificer quatro lgarismos Senificatiror, ecreve-se o nirmex0 como 1,200 x 10° mm Resumindo, a nice ocasifo em que os 26108 sf0 censiderados como algarisros significativos ¢ quando nfo estfo presentes com a simples fnalidade de localizar « virgula. Assim, a quantidade 0,0072 ters apenas dois slgarismos sigrificativos, en- quanto que 0,007020 tem quatro, desde que estes estejam eseritos como 7,2 x 10°? € 7,020 X 10 > respectivamente, Neste dltimo exerapio, zero entre 0 7 €0.2 bem como 0 7270 mais A dreita so sigaifictivos, pois no sf necassiios pars posicionar a virguls, ‘Todas as coisas que podemos ver ou tovar, ejam livros, canctas,telefones, sendutches ‘ou pessoas, tem alguma coisa em comur. Elss so compostas de matéria, que ¢ defi- ‘rida como qualquer coisa que ocupa lugar no espaco e pessti massa, Ao enunciarmos cesta definigfo devemos ter sempre 0 cuidado de especificar o termo massa om vez de peso, mesmo embora estes termos sejam usados como se fossem sinonimos. Massa peso nfo sfo a mesma coisa. A massa de um corpo é uma medida da sua resistencia Figura 1.3, ‘Uma balnea tradicional de tos pratoe.Colocam- 1 semarea conkecidas nopritoda dita até 0 poateio fiar contaiaado, Osconteidos de ead pnito tém, entdo, o mesmo e006 portanto, Tambem possuem 2 mesma ms, INTRODUGAO / 13 4 uma mudanga de velocidade. Uma bola de pingue-pongue movendo-se a 30 kit ht (30 quildmetzos por hora), por exemplo, ¢ facilmente desviada por um sopro, mas tum caminhio de cimento a mesma velocidade, nfo. Obviamente, a massa de um eaminhfo de cimento ¢ consideravelmente maior que a da bola de pingue-pongue. © termo peso referese & fora com que um objeto ¢ atrafdo pela Terra. Forga ¢ ‘asst se elacionam uma com a outra pela equagio de Newton (lei de Newton). F=ma ‘onde £ = forga, m = massa ea ~ accleragfo. Para acelerar um corpo, deves car uma forga sobre ele. Quando um objeto cai, ele se acelera por cause da atragdo sravitacional da Terra. Um objeto em repouso, na terra ou ma lua, exerce uma orga (Geu peso, W) que € igual & sua massa m multiplicada pela aceleragao devida & gravi- dade g, isto é, ms Por exemplo, na superficie de terra g = 9.81 ms"? Assim, oma masta de um qui- lograme possi om peso (ou experimenta uma forya pare baixo na superficie da terra) de We mg = 160g x (2819) «961 BBS 951 bg me Por conveniéneia, 1 unidade formada no SI para forga ou peso, possuindo as éi- -mensbes de kg m s"?, é definida como o newton (N). Uma massa de um quilograma possui um peso de 9,81 N na superficie da terra. Uma forga de um newton & 0 que voc8 experimenta, aproximadimente, 20 segurar lum limo grende (ou um objeto de um pouco mais dé 100 g de massa para baixo representa a forga de um newton, ‘Na lua, a aceleragso gravitacional 6 de somente cerca de um sexto da que temos na terra, de forma que o mesmo objeto pesa cerca de um sexto na tua do que pe- saria na terra, embora sua massa seja a mesma em ambos of locals. Mesmo na terre, wh 14 / OUMICA GERAL enguém dizque tal “massar um objeto Figura 1.4 Uta balance anata moderna capa de reigdes com pr 0.0001 g. Dentro da piste superior da balanga os peas repousim ‘no mesmo Drago do travessio da balanga que suports o pnt Tarto ‘0s peses como praia estio bilanoeados por um tomtrapes fxade a0 eno brago da balangs do outro lado er tela ao prin ‘Quand um objeto € eplosado no pate so 2emovidas gia orate, até que o equifbrio sea eestabel Este métede, chamado de esazem sbstitucional, ‘mantées um peso conitante no trveseto da balangs © prodae, por ‘ene motivo, uma grande preciso ras medidas realaadas, 15 PROPRIEDADES. DA MATERIA sabese que 0 valor deg varia de local para local. Isto significa que uo se fazer medides muito precises 0 peso de um objeto também veria ligetramente de acordo com a sua localizagfo na terra, Por este motivo, especificese s massa de am objeto em vez do seu pese quando se deseja informar a quantidade de matéria no objeto, A determinagZo de massa (a trivial pesagem) 6 realizada mediante ¢ compare {40 dos pesor de dais abjetos, um de massa conhecida e outro de masse desconheci- Ga, Utilizase para isto um eparelho chamado balanga. A Fig. 1.3 é um eshogo de uma balanea tradicional de dois pratos. Coloca-se © cbjeto a ser pesado no prato es querdo da balanca; objetos de masses conhecidas s40 adicionados 20 outro prato, até que os dois pratos se equilibrom. Neste ponto, 0 conteiido dos dois pratos tem (0 mesmo peso €, como ambos estd0 sob a mesina aceleragde gravitacional, ambos 68 pratos contém mastas iguais. Em Quimica, como j4 foi mencionado previamente, geralmente, mede-se a masca em gramss. Apresenta-se na Fig. 1.4 uma moderna bulanga analitica de um sb prato. Para se usar esta balanga, coloca-se 0 objeto a ser pesndo no prato e ajustam-se os pesos intemamente, gitendo os botdes da parte dianteira da balanga até que se atinja 0 equilibrio. Embora este modemo sparelho parega ser muito diferente do seu ino ‘mais velho, ambos operam exatamentz pelo mesmo principio, isto é, em equilfbrio, ambos 0s lador do travessdo da balangi, sustentado por uma cunha, tém 0 mesmo peso. [As substincias so recorhecidas pelas suas caracteristicas ou propriedades. Por exem- plo, voo’ seonhece 0 seu livro de quimica pela sua forma e pelo que esti impresso nna capa, Mas na Fig. 1.5, como voce pode saber qual o material usado ma construgéo, daqueles objetos? As suas superiicies brihantes sugerem que sejam metilicos ¢ se vyoct aproximasse um ima poderia sentir se hi atragio entre esie e as objetos. Isto informaria se eles so feitos de ferro. Se voce os delxasse durante a noite na chura INTRODUGAG / 15 Figura 15) uals propredades woot varia para determinar de ‘que ess objetos so compostos? {Uma amostre de um auido pode ser idertticede pela 1s densidage, que é tune propredade intansive, ‘nas nfo pate rua massa 1 volume panne o les comagassem 4 enferruar voeé texia mais confianga em dizer que os objetos sap de ferro. Lustto, cor, magnetiamo ¢ tendéncia a eorroer sfo algumas das muitss proprie- dades usadas pura s seconhiecer ¢ classficar diferenies anostras de matéria, Estas rmesmas propriedades podem ser divididas em duas grandes categorias: propriedades extensivas que dependem do tamanto da amostra e propriedsdes intensivat que independem do tamanho da amos. Das cuss, as proptiedades intensivas sfo as mais titeis uma vez que uma substéncia® exibird sempre a mesma propriedade intensiva in dependente da quantidade sendo examinada, Exemplos de propriedades extensivas xo massa « volume — medida que a quantidade de uma substancia aumenta, sua mass e seu volume também aumentam, ‘Alguns exemplos de propriedades intensivas sfo ponto de fusfo e ponto de ebuliggo Uma outra propriedace intensiva é a densidade, que & definida come a ruxfo entre a massa de um objeto e seu volume. A ggua, par exemplo, possui uma densidade de 1 gem’ °. Isto significa que se nds tivermos Ig de dgua ela deverd ocupar um volume de 11cm. Se tivermos, poréms, 20 g de égua, veremos que ela ocupard um volume de 20 em?, mas a razdo entre & massa ¢ 0 volume éa igus, 20 g/20 cm", ainda sexd a mesma, ou seja, I gem™*, Vemos, assim, que a densidade & uma propriedade que nfo depende do tamanino da amos.r Noswalmente, quando uma substncia € aquecide ou resfriada o seu volume aumenia ou diminui, Isto significa que a sua densilade também muda, de forma que, pata um trabalho preciso, deve-se informer & temperatura correspondents 4 densi dade registrada, Por exemplo, 2 25°C (temperatura ambiente) a densidade da dgua ¢ na verdade 0,970 x cm"*, enquanto © 35°C sua densidade 6 de 0,9956 g em”> Para a maioria dos propSsitos podemos, enteetanto, tomar + censidade da Zgua co. ‘mo sendo igual 1,00 g cm” * Note que a proprisdade intensira, densidade, 6 calculada como a raxéo entre duas propriedaces extensivas, massa e volume. Posteriormente, em rossa discustd0 2 Substoncir 6 um termo undo egllentemente em quimica. Noemalmente, significa 0 material do qual um objeto £ formado, Por exemplo, umm cubo de gel ¢ formado da substinsia ‘gua, Objetos complexos,evidentemente, podem ser formados de multassubstincls 16 / ouiMica GeRaL sobre quimica, encontraremos mais algumas propriedades intensives definidas de ‘mancira similar, Os exemplos a seguir mostram como se calcula a densidade e como se pode usésla, EXEMPLO 1.6 Ao se pesar uma barra de shuminio obtevese como resultado 14,28, A medkla do sea vole Fomecen © valor de §,26 em. Qual éa densidad do alnminio® SOLUGAO Pam se caicuar a densidede, d, tomase simplesmente «razBo entre a masse do objeto €0 seu vohime, 26 "5.26 em? 2708 EXEMPLO 1.7 Una moods de cobre possui 3,14 de masta. A densitade do cobre igual 48,96 g cm™*. Qual «© wlume da mond? SOLUGAO A dersitace fomece uma rlacfo entse « mana de um objeto €.0 seu volume. Nese case, isto eso especitico nbo tem unidades fos informa que s¢ tivermos 1,00 em? de cole a sus masa rerd de 836g. E também nos diz ue se tivermos 8,96 de cobre o seu volume seni de 1,00 cn”, Podemos war a densdade ‘como um fator de conversto, de duas maneirss 5 ¢ de code 190 em? 1,00 on 1396 de cobre ‘Uma veo que é dada a massa do cobre, devemos multipista pelo segundo fetor a fim de emi ‘ar as unidades ramar. 1,00 em? auszaesones ( (© volume dt moeds 6 igual a 0,350 em? ‘Uma propriedade muito proxima da censidade & 0 peso especifico ou densida- de relativa que 6 definida como a razio entre s densidade de ums substincia ea den- Sidade de uma substaneia de rofer®reia tal como « égua. Sait esp, — Satin gia A sia utilidide 6 que nos permite calcular 1 densidade de uma substancia em virias uunidades simplesmente multiplicando seu peso espectfico pelt densidade da agua exptessa nas mesmas unidades. Desta forma, duas tabelas, uma contendo os pesos cespecificos das substincias e outra contendo a densidade da 4gua em varics unidedes, tomam o lugar de vérias tabelas que de outra fom seriama nevessériss pasa expressar as densidades das substancias em varias unidades diferentes, EXEMPLO 1,8 © henano, um solvente utudo em cola pléticas, posi un peso especifvo de 0,668, Qual a ensidade do hoxavo em gcm’* em kgm-?? A sgua pots uma densidade de 1,00 g om" * (00 1,00 % 10? kgm soLuGAo INTRODUCAO / 17 Por definigo Frexano esp. hexano = “texto, igus Ponaito, (p65 Hex300) digua ~Ahesana bm unidaes de grams por centinetovico yexqno ~ (0,568) x (1,00 gion? )=0.668 gers-* Note que nas unidades de gem”? es valores numésicus de densidade © peso expecttico sf0 08 -metmes. Nas unidades de quilograma por metro cable, Atyexano = (0658) X (1,00 » 10% kxam"*) = 6,68 > 10? ke me? 16 ELEMENTOS COMPOSTOS E MISTURAS Ne naterere, hd muitos ovens motea's ave 6 aproximan oe wr compostor pures. Priticamente tudo 4 uma mistora Em se falando das propriedades das substincias, deveros distinguir entre as ropriedades fisicas © as propriedades quimicas. Uma propriedade fisica pode ser especificaca sem referencia a qualquer outra substancia, Densidade, cor, magnetismo, massa e volume sfo todos exemplos de propriedades fisioas. Uma propriedade qui- rica, por outro lado, estabelece alguma intereedo entre substinclas quimices. Qua- do 9 ferro € exposto ao oxigenio e a igua ele se corroi ¢ produz uma nova substincia chameda 6xido de ferro (ferrugem). Esta é uma proptiedade quimica do ferro. Po demos dizer também, por exemplo, que 0 sddio é muito reativo em relagao 2 gua, A reatlvidade € uma propriedade quimica que se refere a tendércia de uma substan. cla Softer uma reapdo quimica particular. Todavia, dizer simplesmente que uma substancia € muito reativa, sem especificar ‘com que’ ow sob que condigdes, mio € particularmente Util. O s6dio, por exernplo, é muito reativo diante da égua, mas nfo 0 § com o gis héio. AAs tiés pilavras que formam 0 titulo desta sega0 esto muito perto da alms da Quimica, porque é com elementos, compostos ¢ misturas que se trabalha no labo- ratério. Nos devemes, portanto, entender 6 que s40 e como distinguir uns dos outros. Os elementos sfo as formas mais simples de matéria que podem existis sob as condigSes encontradas num laboratério quimico; sfo as formas mals simples de -matéria com as quals 0 quimico lida diretamente, Os elementos so como os alicer es de todas as substncias mais complexas com as quais se trabalha, desde 0 tal de Corinha até ax protetnas mais complenas. Todas estas substincias sfo composts por tum nimero limitado de elementos. Dos 106 clementos conhecidos atualmente, apenas um mimero muito pequeno tem interesse real para nbs Os elementos se combinam para formar os compostos. Um compost caracte- tiza-se por ter seus elementos constituintes sempre presentes nas mesmas proporcdes. Por exemplo, a gua compCe-se de dois elementos: hidragénio e oxigénio. Todas as amostras de 4gua pura contém estes dois elementos ne proporgio de uma parte em peso de hidrogénio para olto partes em peso de oxigenio (por exemplo, 1,0 gde hidrogenio para 80g de oxigénio), Da mesma forma quando o hidrogénio reage com 0 oxigtnio para produzir égua, as quantidades reletivas de hidrogénio ¢ oxigenio 18 / quinica GERAL Figura 1.6 Aparho de destitngso simples Fervensore a solugio de cloreia de soo no talfo 0 vapor é convertido em liquide. m0 vondenadbr. AchoneSa sgnitica aderancie ume siperticie, Abioreto significa tragar ‘que se combinam sio sempre as mesmas. Assim, sempre que 1,0 g de hidrogénio reage, obscrvirse 0 consumo de 8,0 g de oxigénio, mesmo que haja mais oxigénio disponivel. As misturas diferem dos clementos © dos compostos pelo fato de possuitem composigao variivel. Uma soluydo de cloreto de sbdio (sal de cozinha) em Agua § lama mistura de duas substincias. Sabemos que, dissolvendo quantidades variéveis de sal em dgua (ou em uma sijela de sopa), podemos obter volugdes de composicao 4s mals varladas. A maloria dos materiait encontrados na naturez2, ou preparados no laboratSrio, nfo sfo puros, mas, sim, misturas. im dos maiores problemas que ura 4uimico nermalmente eneontra é separar as misturas em seus componentes. Isto pode, usvalmente, ser felto por algum processo f{sico (um processo que ndo alters as caracteristicas quimicas dos componentes). Nossa solugio de cloreto de sédio, por exemplo, se deixada evapora formaré um res{duo sélido, Se se desejasie recuperar também 4 dgua, ter-se-la fervido a solugio num aparelho semelhante ao da Fig. 1.6 € coletado a dgua apds sua condensaeao a partir do vapor. Este processo 6 chamado destilacao, Este processo ¢ acidentelmente utiizsdo para dessalinizar a gua do mar, Outro método de separar misturas, chamado cromatografia, faz uso das dife- rentes tendéncias que as substincias t8m de ser adsorvides na superficie de certo: ‘Slides. Por exemplo, na cromaiografia de camade finw (Fig. 1.7), pinga-se a amostr2 de uma mistura sobre um material, tal como silica gel, que tecobre finamente uma placa de vidro. Deixa-s, entio, um solvente ascender, pela cobertura de silica gol ¢ partir de um reservatério, A medida que o fluxo do solvemte passa pela gota, os dife- Fentes componentes da mistura moverie atcavés da silica gel com velocidades di forentes, serdo que os componentes mais fortemente adsorvidos pela silica movernse a Gots de wl Figura 17 Cromatograia de camada fina (CF), (a) Una solugdo contend uma mista égotejids proxima A extremiace de luna ples de vidio ceobert com silica gel ou alumin. (6) Applica é colocada com + emidade oi 3 rnanchs (gots)em ue tecipiente com solvente, que sobe ates Un eobertars por agf0 i capiaridude. A misturs & separada com as subsncias menos fertemente absowvidas pela ccbertura movendo-e mis rapidarnente WwrRoDUGAG / 19 Camads mute fra luring Geo € agua — ums misturs hhetropenes. (2) Antes ée agita (6) Depois de agtar. Destacaronta do slvente, Mancha ‘ofigine separada am virae ranches ' | | NH iene? es aragt ia i ‘mais lentamente. O resultado é uma separacio da gota original em um conjunto de ‘manchas, cada uma contendo (assim esperamos) um componente. Esta técnica é, hoje, largamente empregada pelos quimicos que sintetizam compostos novos. As misturas poilem ser descritas como sendo homogéneas ou heterogsneas Ue mistura homogénee é chamada de solugao ¢ possui propricdades uniformes em sex todo, Tomando-se uma porgio qualquer de smostra de uma solucao de cloreto de shdio, verifica-se que ela tem as mesmas propriedades (por exemplo, composi¢0) que qualquer outra porgfo da solugto. Diz-se, entfo, que ela consiste de uma Gnica fase, Define-se, assim, uma fase como qualquer porgao de um sistema que tem pro- priedades e composiydo uniformes. ‘Uma mistura heterogénea, tal como éleo + agua, no € uniforme (Fig, 18) Tomando-se uma determinada porgao éa mistura, ela teri as propriedades da agua, enquanto uma outra parte da mistura tem as propriedades do dleo, Esta mistura consiste de duas fases: 0 6leo e a gua. Ao sicudir a mistura de modo que 0 éleo = disperse através da dgus como pequenes gotfeulas (como metho de salad), todas as goticules de dleo tomadas como um conjunto constituirio ainda apenas uma Sinica fase, de ver que 0 Sleo de uma goticula tem as mesmas propriedades que 0 leo de outrs goticula. Acresventande-se um cubo de gelo a esta “bebida’’ teremos, entdo, tris fases: 0 gelo (um sOlido), agua (umn liquido) ¢ 0 dleo (um outro liquiéo) [Em todos estes exemplos, pode-se identificar a presenga de duas ou mais fases, dada a existéncia de uma frontetta entre elas, Uma caracteristica muito importante dos compostos puros é que eles sofrem mudanyas de fese (por exemplo, de s6lido para liquido ou de liquide para gas) 2 temperatura constante. O gelo, por exemplo, funde a uma temperatura de 0°C, per Imanecendo & temperstura constante enquanto « gua sofre a mudanga de estado sélido para liquido, Quando as misturas sofrem uma mudanga de fase, elas, ger: mente, 0 fazem dentro de uma fuixa de temperatura. Este fendmeno possibilita de- terminar, através de wm teste experimental, quando se obteve um composto puro. AAs relagdes entie 0s elementos, os compostos ¢ as misturas encontranrse esquemath 20 / QUIMICA GERAL Figura 19 Casaticaggo da matin, Ww AS LEIS DA CONSERVAGAO DA MASSA. EDAS PROPORCOES DEFINIDAS Tronstormardes poten Tronstormagden ulricas Nao causa surpresa que © inicio da historia da Quimica tenha side marcado por tearias incorretas sobre o que ceorre durante as reagSes quimicas. Ha muito que se observou, por exemplo, que, 20 se queimar uma quantidade de madeira, a cinza resultante era muito leve e fofa, Metais, quando aquecidos ao ar, também mudavara de sparéncia, O produto resuliante era menos denso que © metal original e, assim, pporecia mais leve, Estas observag6es lovaram a concluso de que “alguma cois: {que 08 quimicos alemaes Becher e Stahl chamaram flogistico, era perdida pelas substincias quando queimadas. Mesmo quando se verificou que os metais ganhavam peso quando aquecidos a0 ar, « teoria foi salva, concluindo-se que o flogistizo tinha simplesmente mass negatival A relutncia em abandonar a decadente teoria do {logistico demonstra uri compertamento humano genérieo. Hi dificuldade em aceitar as teoriat novas, po's fas mais yelhas tornam-se (do intensamente enralzadas que, com freqiiéncie, somos tentados a escorar uma teoria abilada, em vez de adotar ume nova, que daria methor ‘explicaggo a todos os fatos observados. Fol Antoine Lavolsler (1743-1794)', um quimico francés, quem finalmente levou # teoria do flogistico ao sbendono, reconduzindo a Quimica ao seu proprio curso. Ele demonstrov, por suus experiéncias, que 0 process de combustiio ocorria, pela reagdo das substancias com 0 oxigénio. Ele mosirou, também, através de cuid dosas medidas, que, se uma teagdo & conduzida em um revipiente fechado, de tal modo que nenhun dos produtor da reagfo excape, a massa total presente, apos a reagio er ovorrido, € # mesina que antes da reagdo. Estas observagdes formar 1s bases da lei da conservaeio da massa, que estabelece que senhuma quantidade ce masia 6 criada ou destraida em uma reagdo quimica* Ainds hoje, este é um dos ‘mais importantes principlos da Quitaica > Lavoisier foi uma vitima da Revolugd> Francesa, Ele foi guihotinado emt § de maio de 1794, “ Bingtein moserou que exicte ma telagfo entie massa @ enettia, F = me? onde ¢ € velocidade da iz. VaragSes de energia, que ocorem durante as rengdes quimnleas, orianto, so {amtém aompanhadas por vaiagdes de massa, todavia, a variegSes na massa sfo extrememente ‘equenas para ser éetecladas expecimentaimente, Por exemple, u variagdo de eneryia asociaca oma reagda de 2 8 de Ndrogenio com 16g de oxigénio # eyulvalente 4 uma varaygo de massa dd, eproximadimente, 10° g. As balangas analiticas mas sensiveis potem detectar apenas te- rencas de massa de 10°* a 10°” g, Conseqientemente, dentro da quimica usual, nfo hi nenium sumento oudecrescimento de mass observivel acompanhando gs ragBesquimicas. A defnigbo de composto # ema exprosie de lei es proporeBes defn isos 18 ATEORIA ATOMICA DE DALTON WTRODUCAO | 21 © tabalho Ge Lavoisier demonstrou claramente a importincia de medidas caidadosas, Apés 0 aparesimento de seu livro Traité Elémentaire de Chemie, publi- ead em 1789, muitos quimicos foram levads & investigar os aspectos quantitatvos ‘das reagoes quitnicas. Estas observagoes conduiram a uma outta importante le: da uimica, a lei das proporedes definidas. ‘A Tei das proporgdes definidas (também chamede lei da composigio definids) estabeleve que, em wma subsidneia quimica pura, os elementos esido sempre presentes em proporcoes misticas deftidas. Na substincia gua, por exemplo, arszso da massa de hidrogénio pura a de oxiginio é sempre 1/8, indepondente da origem da Agus. ‘Asim, 20 se decompor 9,0g de dgua, obtén-st sempre 1,0 g de hidrogenio e 8,0 g de onigénio. Ao % decompor 18,0 g de gua, obtémse 2.0 g de hidroginio e 16,0.g de oxiginio, Além disto, a0 so iuisturar 2,0.g de hidrogenio com 8,0.g de oxigenio e se inflamar = mistura, formam se 9,0 de égua e 1,0g de hidrogenio per- ‘manece sem teagir. Noramente, no produto, a relagao méssica de hidrogénio para oxigénio € ce 1/8. Assim, variando-so as quantidades de hidrogénio e oxiginio prs senies durante a teaza0, a composigio da agua produzda nao se altera. vercadeito pai da Quimica modema bem poderia sor considerado o inglés John Dalton (17661844), que propds sua teoria atbmica da matéria por volta de 1803. 0 conceito de atomo (do grego, aromos, que quer dizer indivisivel) nao surgiu com Dalton, Os filésofos gregos Leucipo e Deméerita sugeritam, por valta de 400 8500 4.C., que a matéria mo poderia ser indofinidamente dividida em partes cada vez ‘menores € que, a0 final deste processo, seriam encontradas particulas indivisives. Esta primeira proposta, todavia, ndo esiava baseada em resultados de experiéncias e ram pouco mais do que exercicios de imaginago. Com a teoria de Dalton foi difs- rente, porque esta se fundamentaya nas lels de coaservagdo da massa ¢ das propor- ‘96es definidas, leis estas derivadas de muitas observaces diretas. Pede.se expressar a teoria proposta por Dalton pelos seguintes postulados: 1. A matéria € composta de particulas indivisiveis chamadas dtomos. 2. Todos os étomos de um dado elemento tém as mesmat propriedades (por exemplo, tamanho, forma € massa), as quais diferem das propriedades de todos os outtos elementos. 3. Uma teagdo quimica consiste, simplesmente, num cearranjo dos étomos do lum conjunto de combinagses para outro. Entretanto, os atomos individuais permanecem intactos. Evidentemente, 0 teste de qualquer teoria consiste em como ela explica os fe- tos jd existentes ¢ se ela pode prever leis ainds mio descobertss, A teoria de Dalton mostrouse eficionte em ambos os aspectos, Primeiramente, ela considers a lei da conservacso da massa, Se uma 1990 quimica nfo é nada além do que redistribuir étomos e nenhum 4tomo é perdido do sistema, seguese que a massa total deve perrranecer constante quando 2 rea¢do ovorte, Em segundo lugar, ela explica 2 lei das proporedes definidas: Para tanto, ima- gine-se uma substincia formada de dois elementos, por exemplo A e R, nos quait cada molécula da substéncla € composta de um atomo de A e um stomo de. Def nese uma molécula como tan grupo de atoms firmemente ligados entre si, que se comportam ¢ podem ser reconhecidos coma uma particula individual (exatamendye como um carro é composto por muitas partes suficientemente unidas eatte si, de tel modo se identifica como un carro}. Suponhamos, também, que 4 massa do dtomo A 6 duas vezes a massa do étomo 2. Ento, em uma molécula desta substincia, a cor- tribuigo par a massa dada por A é o dobro que a dada por 2, ¢ «ruzs0 méssica de A para B, nesta molécula, € 2/1. Tomando-se uma grand: quintidade destas molé- zz / quimica GeRaL Figura 1.10 ‘Aisi das Proporgees smultplss Temos quatro rmoléeula le mordxido de arhono e quatro de tibnide de earbono, Cada lima dels contim o fe ftomox de carton deearbono, Observandy ainds as dierentes ‘moléculas, rotamos que as mass de oxigénio que ‘ombinadas com 0 carbon fera0 moa rato de snimorceinteirae (pasa 2) ones auctor 2® 2® °@s "Oe rh oP og, 2 @ @oe 2 @ Bee 2 @ @ea 2 @ @ee culas, teremos sempre niomeros iguais de atomos de A e de B; portanto, independen- temente do tamanho da amostra, ainda teremos sempre uma rezso missica (de A para B) de 2/1, Da mesma forma, a0 se seagis A com B para formar este composto, cada stomo de A combinar-se-4 com apenas um atomo de 8. Ao se mistura: 100 itomos de A com 110 atomos de B, apds a rexeAo ter ocorrido, restard0 10 étomos de 8 que nfo reagivam, A substincia AB terd ainda ¢ mesma coz80 méssica, A para 8, de 2 pare | ‘Terceiro, a teoria de Dalton predisse a lei das proporgses miltiples, Esta lei estabelece que, quando dois compostes diferentes Go formades pelos mesmos dois elementos, as masias de um elemento, ice reagem com a masa fixa do outro, encore sramse numa proporcto de pequenos nimero inteiros. Efetivamente, isto parece ‘bem mais complicado do que realmente é, Consideremos 03 dois compostos formados por carbono ¢ oxigénio, Em um deles (mondxido de carbono) encontrase 1,33 g de oxigénio combinado com 1,00 ¢ de carbono, enquanto que, no segundo (dibxido de carbono) existem 2,66 g de oxigénio combinados com 1,00 g de carbono. Ao exa ‘minat a razio das massas de oxigénio (1,33 g/2,66 g) que se combinam com a massa fixa de carbono (1,00), observamos uma Telaed0 de niimeros inteiros e pequenos: Isto esid de acordo com a teoria atOmica, pots se considera que o monéxide de car- bono contém 1m étomo de earbono ¢ wm de oxigénio, enquanto que 0 diéxido de carbono contém um étomo de carbono dois tomos de oxigénio. Em virtude do dioxide de carbono ter duas vezes mais stomos de oxigénio ligados 2 um tomo de carbono que 0 monéxide de carbono, o peso de oxignio em uma molécula de “ido de cerbono tem que ser duas ve2es 0 peso de oxigénio em uma moiécula de monoxico de carbono. EXEMPLO 1.9 (© nitrogénio forma wilt compostos diferentes com 0 oxigénio. Em um deles (ctumado wis hilriante), observare que 2,62 f de nittogtnio estio combinados com 1,50 g de oxigtno. Em outro (um dos principals poluentes do a), 0,65 g de nitrogénio esta combinado com 1,50 § de xin, Mostre que estes didos demonstram lei das propor«Ses miltpla. SOLUGAO EXEMPLO 1.10 SOLUGAO Alyumas posioes preferom escrver isto como 1.06 9 de thor = 0.487 0 de lancofre Nero ono, 9 snsl e iuel dave sido ‘came “equivatante a.” INTRODUCAS / 23 Em ambos 0s casos, tratse de uma masse de nitrogénio que se combina cout 1,50 ge oxgénio, Se estes dados se ajustam a lei das proporgdes mutipas, a razao das massas de utrogénio 9s dois compostes ¢ uma relagio de nimeros ineimse pequenos, Temes relagio 262 085 Dividindo- © nisierador e denominador por 0655, temor 400 “Yoo que na verdade, una relapdo de almeros intesos epequenos, 0 enxofte fonms dois compostos com 0 fldor. Em um dele, observase que 0,447 ¢ de enxotre {sti combinado com 1,06 de Nliore, no outto, 0438 g de enxofteesté combirado com 1,56 8 Ge for. Mose que estes dadasiustram a lei das proporvdes maltiias. [No podemos examinar 9 reno entre as masias de envofre imediatimente, porque at masas de Mor, com us quai esto combinadas, fo diferentes. Devemos, pertanto, calcula quanto de ‘motte x combinard coma mein massa de Tio} nos dos eompostos (0s dados co problema nos fornecsm as relardes entre ax massas de enxofie € for que se com bina pare formar cada composto. No primeiro composto podemos dizer que 1,06 g de flior ‘fo ecuiraientes a 0.447 g de enxofie (equivalente n0 sentido de que sempre que encontrarmos 1:06 g de Mlior em uma amostra deste compaso nds sabemios gue. também, enconiraremos 0447 € de enxofte), E conreniente exprescarmot este tipo de equivaléndia (ume eguivalénce ‘guimica) do segairte modo: 1106 gde dor ~ 0.487 g de emsotic ‘onde 0 simbolo ~ sigitia “equivalents Paro segundo composto poderios excrever 2 seguinteequivaléncia 1,86 efor ~ 0438 emrofre Pama fim de cdleuio, a equivaléncia implcada pelo sinal ~ represenia 9 mesmo que uma igual: dade, de tal yorte que esta espécie de relacio de equivaléncia pode ser usada para constnait 6: ‘ores de conversdo utilzados nos eflculos matendtces. Para o segundo composto, povemos ‘aleularo peso de enzoire que se combinaria com 1,96 g de flor ~ 0,298 gernotie _Agors, i comhecemas ot pews de ensoite que v combina com 4 mesma masta de Mtoe (106 8) estes dois compostos.O prOximo pass ¢ otservar aTaido destas muss, Isto ¢, oa4T — 0487/0,298 1.50 D8 100 0298 0298/9, ase €0 mesmo que 3/2, uma rasifo de rimerox intelowe pequenes © uso das equivalénclas quimicas nos ciloulos seré extensivamente encontrado nos capitulos posteriores. 0 leitor deve fazer, agora, um esforco especial para com- preender 0 conceit de “equivaléneia quimica” fazando cs problemas sobre as ieis das proporgbes definidas e das proporyOes maltiplas, que se encontram no final do capitulo, 28 | QUIMICA GERAL 19 PESOS ATOMICOS 0: cintisis que rabathan cca substincias que tém Imoléculas muito ‘arandes, ais come at proteinas, slgumas. veres, ‘eforansae ame Unificade de mess atbmica ‘como ten dation (= 1 danon. A teoria atémies de Dalton obteve tanto sucesso na explicaedo das leis ds Qui mica que foi aceita quase que lmediatamente. Unia yez que a chave para o sucesso da teoria foi o conceito de que cada elemento tinha uma massa atomica carccterist- ca, of quimicos passaram, eatfo, a tentar medias. Neste ponto é que surgia um sério problema. Derido aos seus pequenos tamanhos, nfo havia, certamente, nenhum meio de se determinar as massas dos Atoms individualmente, O que ertes cientistas podiara esperar era chegar a um conjunto de pesos aiOmicos relatos, (Note que os termos massa atdmica © peso atémico sf0 usados indistintamente.) Podemos determinar, por exemplo, que, em um composto formado por caibono ¢ oxigénio, 3,0.¢ de ca bono combinavam-se com 4,0 de oxigénio. Em outras palavras, 0 oxigénio cor~ ja com 4/3 (ou 1 4 ) vezes mais massa para o composto que 0 carbono. Se esta substdnela ¢ formada de moléculas, cada uma com um tomo de carbono ¢ um de oxigénio, segue-se entZ0 que cada éiomo Ue oxigénio deve pesar 1 1 vezes mais que uum tomo de carbono; assim, parece que estfo estabelecilas as massas relativas ‘destes dois elementos Os argumentos recém-presertados baseianrie em uma suposipio central d2 que 0 composto em discuisao ¢ formado por um tomo de carbono © am atomo de oxigenio. Se esta suposigao sobre o niimero de étemos de carbono ¢ oxigénio na ‘molécula foi falsa, chegaremos a pesos sclativos errados, Por causa deste tipo de d= ficuldade, nfo se desenvolveu uma tabela de pesos atomicos coerente antes de se criar tum método para a determinacao das formulas quimicas. Isto te eu somente 60 anos apts Dalton ter introduzido sua teoria, Na folha de guatde deste livro, encontra-se uima tabela completa de pesos sto micos, Esta ¢ uma.tahela de pesos atémicos relatives com as massas dos Atomos expresias nas chamadas unidades unificadas de massa atomica (u). A grandeza desta lunidade € escolhida de maneira arbitréria. Para entender isto, retornemos ¢ discussdo do composto entre carbona e oxigénio. Consideremos, por hora, que as moléculas a substancia s10, de fato, formadas 'omo de cathono ¢ um de oxigénio; ent, como foi mencionado, um étomo io pesa 1,33 vezes mais que um Stomio de earbono, Definindo-se a uridade {de massa atOmica como igual a rasta de um éiomo de carbono, atribuise entao a0 carbono um peso stdmico de 1,00 € 20 oxigénio um peso atdmico de 1.33 v Uma vez que ¢ mais conveniente que estes niimeros sejam inteiros (ou 9 mis apro- ximado possivel de nimeros inteitos), pode-se definit 1 u como ‘gual a um tereo da massa de um tomo de carbono. Dessa maneira, atribui-se ao carbono um peso atdmico de 3,00 u. O oxigénio, que ¢ 4/3 vezes mais pesado, teri um peso atomico ‘gual a 4,00 u, Assim, a grandeza da unidade unificada de massa atomica e, portanto, 0s valores que aparecern em uma tabsla de pesos atémicos séo, realmente, inteire mente arbitririos. Originalmente, uma u foi definida pelos quimicos como 1/16 da massa do oxi- génio natural, Dessa forma, 2 massa do quase todos os elementos tornava-se aprox madamente igual a nimeros inteires. Escolheu-se 0 oxigénio como palrd0 porque ele forma compostos com quase todos os elementos. Entretanto, como serd discutido no Cap. 3, nem todos os Stomos de um elemento tém exatamente 2 mesma massa © constatourse mais tarde que © oxigénio natural também era formado por uma mis tura de atomos de massis ligeiramente diferentes. Desde que a proporgéo relativa ilestes Atomos diferentes (chamados isétopes) pode, perfeitamente, variar em um periodo de tempo, toda a tabela de pesos at€micos podia, também, varias, pois a frendeza de uma u estava Daseada nessa mistura. Para evitar este problema, define-se, atualmente, a unidade unificada de massa atimica como 1/12 da massa de um ist topo particular do cerbono. 1.10 SIMBOLOS, FORMULAS E EQUAGOES INTRODUCAO / 25 Uma vor que 08 dtomot afo extremamente pequenos, «masse de uma u 6 ex cremamenie pequena. Um aiomo ée isotopo de referencia do carbono (chamado carbono-| 2} tem a massa de 1,992 x 10°? g. Uma unidade unificads da massa ato mica é 1/12 desta ov 1,660 » 10°?" g, O leitor pode escrever isto sob s forma: decimal, para ter uma nogs0 de quio realmente pequenos Seo 0s dtoros De certa forma, aprender quimica é como aprender uma lingua como 0 Grego (ou Russo, se woot por acaso souber Grego!). Podemos ccmparar os sfmbolos quimicos dos alementos um alfabeto, as férmulas quimicas que se eonstroem com oF sim bolos as palavras ¢ as equagGes quitmicas, as sentengas. Ao aprender qualquer Lingua ‘nova, cevemos comecar pelo alfabeto. No presente momento, hd um total de 106 elementos diferentes conhecidos Cade clemento é identificade por seu nome e pode, também, see representado por seu simbolo quimico, Normalmente, 0 simbolo lembra o nome do elemento, For exemplo, carbono = C, cloro = C1, nitrogénio = Ne rinco = Zn. Alguns elementos entretanto, tém simbolos que nifo se parcesm com seus romes, Em quase todos estes casos, os elementos jé eram conhecidos desde 0 comego da histéria da Quimica quando 0 latim era usido como lingua universal entre os ciemtistas. Por esta 13240, fs seus simbotos sfo derivados de scus nomes em latim, como, por exemplo, po- tissio (L. talium) = K, sodio (naertum) = Na, prata (argenrurn) = Ag, niercdsio (hydrargyrum) = Ha e cobre (cuprum) = Cu. Independentemente da origem do Himbolo, a primeira letrs do simbolo é sempre maitucula. Uma lista completa dos elementos com seus simbolos quimicos ¢ encontrada ta 2 capa deste Liv. Um composto quimico € representado simbolicamente por sue formula qui- mica, Assim, 1 gua € representada por HO, 0 didxido de carbono por COs, 0 me tano (gis natural) por CHy ¢ a aspitina por CoHl,O4.. As formulas qufonicas também ‘mostram a composi¢o das substincias, Os indices em uma formula indicam 0 nt ‘mero relstivo de dtomos de cada elemento que aparecem no composta (quando ro ha indice subscrito, subentendendose o fndice 1), A frnnula HzO descreve, entio, uma substancia que contém dois dtomos de hidrogénio para cada stom de oxigenio, Similarmente, o composi CH, contém um ttomo de carbon paracada quatro t0- mos de hidrogénio. Alguns compostos mais complexos tém suas fGrmalss escritas com perénteses, Por exemplo, o sulfato de amOnio (um fertlizante) possui a formula (NH,),SO4, 0 que especifies « presenca de duas unidades NHy (para um total de dois atomos de nitrogénio ¢ eito stomos de hidrogénio) mais um dtomo de enxofie @ quatto de oxigénio. Como se mostrari posteriormente, existem boas rezdes pare se escrever esta formula como (NH,)_S04 e ado NzHySO«, emhora ambas represen tem 0 mesmo nimero de &tomes. Existem certas substancias que formam ctistais com moléculas de égua, quando suas solugdes evaporam. Estes cristais so chamados hidratos. Por exempio, 0 sulfato de cobre (um fungicida empregido na agriculturs) forma cristais azvis contendo cinco moléculas de dgus para cada uma de sulfato de cobre (CuSOs), Escrevese suz formals como CuSO, . 5H, 0. Aquecendo-se os eristais azuis, elimina-re a Sena resultando 0 CuSO, puro, quese branco, ‘As equagdes quimicas mostram as transformagoes quimicas que ocorrem du sante as reagses quimicas. Por exemplo, a equacio Zn +S—> ZnS descreve uma reagfo na qual 0 zinco (Zn) reage com o enxefte (S) pars produc sul- 26 / QUIMICA GERAL tornece une vsto do to “ants aepois” de Luma reae80 avimica Figura 1.11 ndrogénio cum o onigéno (doar) ausou a destrugio pelo Fogo do Hindenburg, um Airgrelalerafo cheis com ion. em Lakehurst, Nova Jersey em 1937, Trinta potion rorsram ete deste. feto de zinco (Zn$)*, uma substancia usads nas, paredes internas de ur tubo de imagem de televisto, As substincias do lado exquerdo da seta esto presentes antes ida teaggo comegar ¢ sfo conheeidas como os reagentes. As substincias do lado di reito da seta so formadas pela zea¢30 € sav chamadas de produtos (No exemplo acima s6 ha um produto.) A seta é lida como “reagem formando” ou, simplesmente, “forma(m)”, Lé-se esta equagéo assim: “zinco mais enxofre reagem, formando su: feto de zizco” ov “zinco mais enxofre formam sulfeto de zis 6 desejfvel (ou necessério) indicar se, em uma read qufmica, os reagentes e pro- utes so sblidos, Ifquidos ou gases, ou a2 esto dissolvidos em um solvente, como fa gua, Para isso, colocame as letras s = sOlido, |= 1iquide, g ~ gis, aq~ solugio aquosa (igus) entre paréntetes, seguindo as formulas das substincias, ma equa¢do. Por exemplo,a equay0 1e0", Algumas vezes, CaCO, (2) +H, (1) + CO, (g) — CalHCOads (a9) desereve uma seapfo entra earbonato de cileio sido (caetrio), Sgua no estado I Guido € didxido Ue carbono gus0s9, formando uma solugto aquoss de bicasbonate {bs calcio. Esta € a reagfo responsivel pela dissolusao do caledrio pelas guas de six petlicie que contém didxido de carboro, F uma das enusas da dureca da égua e da formag tio das gras de cali, Muitas equuagdes também contém coeficientes precedendo as formulas qué micas. Um exemplo é a reagGo do hidiogénio (H,) e oxigénio (03) mostrada ni Fig. 1.11 2H, + 0; — 2H:0 5 Dizcutese 2 nomenclatura des compostos quimicos no Cap, 4. Por ora, usamos este somes apenas como simples sStules uM ENERGIA Cobendose 2 velocidade eum euvtoméve! urine 9 ue energie ‘onsica de um faror oh quato. Um objeto stom eneraia otencia! x ae ‘Rpwteaete ecco elieliee 20 polis Figura 1.12, Ener poteucil exstemte ‘att oF objetos que se ‘am ou se repelem, Quindoa moa est esticada oneomprinidan Ep hs dua boas autmenta, intRODUGAO / 27 Interpretamos por esta equagZ0, que duas motgculas de hidrogenio reggern com ‘uma molécula de oxigénio (quando nenhum algarismo subserito, considers-se 0 coeficiente 1), formanco duas moléculas de H,0. Dizse que esti quarto esti balanceada, porque contém e mesmo ntimero de itomos de cada elemento em ambos os Tados da seta. Posterionmente, serdo discutidas as técnicas usidas para balancear asequagéer. Quando ocorre uma transformardo quimica, esta quate sempre vem acompa nnhada de uma absorgéo ou Hberagdo de eneigia. De fato, no Cap. 11 veremnos ue, ¢ ‘uma teagdo quimica particular € possivel. isto 6 determinado, em parte, pels trozs de energia que a acompanham. As trocas do energia também nos infozmam acerca da ratureza das substancias que reagemt e, 0 que também ¢ importante part 10s sobre a5 reagBes quimicas que servem para fornecer a energia que 08 nossos corpos © 2 nossa scciedade necessitam para funciona. Geralmente, define-se energla como sendo capacidade de realizar tabalio. Quando um objeto possui energia, ele pode afetar os outros objetos, relizando tra bhalho sobre eles. Um carro em movimento tem energie porque pode realizar trabalho sobre outro carro, fazendo-o percorrer verta distal, quando ocorte ume costo. © avi 0 dieo postuem enerpia porque eles podem ser queimados e o calor libe- rado pode ser aproveitade para realizar trabalho, Uma vee que enorgia pode ser transferida de um objeto para outro assim como trabalho, 2s unidedes de energia ¢ trabalho sfo as mesmas. Uim objeto pode ter energia de dots modos: como energia cinética ¢ como ener eit potencial. A energia cinética (Ec) esti associada com o movimento e é igual me. fade da massa do objeto, m, multiplicada pela sua velocidade, v, a0 quadrado. Ee = $m Vemos, assim, que a quintidade de trabalho que um corpo em movimento pode tealizar depende de sua massa ¢ da sua velocidade. Por exemple, um caminhe movendose a 30 km/h pode realizar mais “trabalho” na traseira de um carro do que uma bicieleta moverdo-se 2 mesma velocidade. Sahemos também que um caminho movendo se a 80 krn/h pode realizar mais “trabalho” do que win que estejaviajando apenas 5 km/h. A energia potencial (Ep) representa a energia que um corpo possui, em virtude da forca ateativa ou repulsiva que ele experimonta diante do outros objets. S10 ind nenhuma forga atrativa ou repulsiva, o corpo ndo possui energia potencial. Para verificar como a energia potencialé afetada por estas forcas, considerernos duas bolss conectadas por uma mola em espiral, como mostra a Fig, 1.12. Quando 4s bolas sao afastads, a mola fica esticade e a energia despencida na separayao cas bolas fice armazenada na mola esticada. Dizemos, portanto, que 4 energia potencial das duas bolas aumentou, Essa enorgia 6 liberada e convertida em energie cinética 10 euitice eam tenia Ep = Eroriapetencit ) ee PUNE f= =~ Moleestionts =: > Moe ‘comarimida | 28 / ouiMIcA GERAL ve liberarem as bolas para se moverem uma em dirego 4 outra, Neste caso, havie uma forga atretiva (a mola esticads) entre os dois oBjetos Usando-se este mesmo arranjo experimental, também se pode armazenar ener ea compriminde-se 1 mola e procuzindo-se uma fores rapulsiva entre as duss bolas Esta energia armazenada é liberada como energia cinética quando se liberam as bolas para se moverem, afastando-se ume da outra. Nao se deve esquecer estes tipos de modificaydes na energia potencial que acompanham as mudangas de posigSes relativas dos objetos. Isio sera ti na andlise de varies modificagSes fisicas e quimices, que sero tratadas em capitulos posteriores Como jé dissemos, a energia contida nas substincias quimices pode ser iberada através de uma reajo quimica, A madeira, por exemplo, pode reagir com o oxigério, presente 10 ar, no processo conhecido como combusto. Ao se formarem 0s pro- dutor de reagio, liberamse quantidades consideriveis de energia, Essa enersia ica esté, iniighmeate, presenie na madeira e no oxigénio ¢ € liberada 4 medide que & reapdo prossegue. Um processo no qual resulta liberacdo de energia, tal como & combustdo da madeira, chams-se exotérmico. Os processos que absonem energia, por outro lado, sfo denominados endotérmicos. Os fendmenos exotérmivos (come 0 da Fig. 1.11) aquecem 0 que esti er tomo ¢ os processos endotérmicos esfriam 0 ambiente ao seu reder. ‘A quantidade de energia liberada ou atsorvide em ume reacGo quiimice depem de de quantidade dos materiais que reagem. A queime de um f6sforo, por exemplo, libera apenas uma quantidade muito pequena de energia, enquanto que uma grande fogucira produz muito mais. A energia€, portanto, uma quantidade extensive. ‘A quantidade total de energia que um corpo possui € igual a soma de suas energias cinética ¢ potencial. Em um sistema isolado, tal como © noso universo, a energia total ¢ coastante. A energia nfo se cris nem se desirdi, pode-se, apenas, ‘ransformi-ia de um tipo em outro. Esta deciaragio € a chamada lei da conservacao da energia € é um outto exemplo das muitas leis ile conservaro que parecem gover as n0%0 mundo fisico, ‘A energia transfere-se de um corpo para outro por uma variedade de modos, sendo exemplos a luz, oom, aeletricidade e/ou o calor. Estas vérias formas de ener- sia podem ser convertidas uma om outra ¢ s40, portanto, em iltima anélise, equiva lentes. A unidade do SI para energia € 0 joule (3) e€ definida como | kg m*/s* utili- zando-se as unidaces bisicas do SI Fle representa a energia cinética possusda por um ‘objeto com massa de 2,0 kg vigjando a 1 my/s°. Ao fazer refexéncia is energias envol Vidis em resp6es quimicas, 6 Gtil usar o termo quilojoule (KJ). Um cuilojoule ¢ igual amil joules (1 kI= 1 000), ‘Todas as formas de energia, finelmente, terminam como calor e, quando os quimicos medem energia, ¢, em geral, sob a forma de calor. Por exemplo, podese rmedit 0 calor liberado durante a combustfo de um gis como 0 metano. A medida éa energia térmica envolve 0 conceito ce temperatura. E importante lembrar que calor néo é 0 mesmo que temperature. Calor ¢ energia, enquanto que temperatura a medida da intensidade de calor ou a falta deste. Em outra definigZo de tempera tura, diz que ela é ums quantidads intensiva, que define a direrdo ¢ a velocidade Ge escoamento do calor. Sabemos que o calor sempre fui da regio de temperatura mais alta pera a de temperatura mais baixa, da mesma forma que uma xfeara de café quente torna-se fria. Saberos, também, que volocidade de transferéncia do calor depende da diferenga de temperatura entre os dois objetos. Quando cesejamos aquecer alguma coise lentamente, colocamo-la em contsta com im objeto ligeira- ay, embrese de que Be = jm News can, Fo = xg) (1m) ov B= 1 Ag ma? = Um teamdmeto tpien de IuboratSrio, (zero hatin 6 conhocide como o zero absolute, 2 temperatura mats bolea possivel. Poeriormente, falaremos mais respeio dele INTRODUGAO | 29 mente mais quente; se desejamos aquecer rapidamente, colocame-lé em contata com uum objeto muito mais quente A mediggo da torperature sealizate, gerelmente, com um termbmetro (Fig. 1.13) que consiste em um tubo capller fino conectado a um. reservatoro de paredes finas cheio com algum liquido (em geral. mercirio). Quando temperatura sobe, © liquido se expande. 0 sou aumento de volume provoea a a:censto do liquido no capil ea altura dese guido no capliar ¢ proporcional & temperatura Durante a histérie da ciéncia ji forarn criadas virias escalas de temperatura. Os pontos de congelemento e ebuligfo da igua tém servido como terperaturas de referencia uteis na definisao de taisescalas. Em seu ponto de congelamento (que é também seu ponto de fusto), uma subs tncia pura como 2 dgua pode existir tanto somo sdlido (gelo) quanto como lt quido, em contato um com outo, d ment temperttura. Ao se adicionar calor + esta mistura, parte do s6lido se fundird, formando mais liquido, permanevendo 4 temperatura constante, enguanto o sélido extiver fundindo. Ao s cetirer calor da mistura, 0 liquide congela para produzit mais solido, uma ver mais sem variar a temperatura, Da mesma forma, no seu ponto de ebulicdo, um liquido puro pode existir em contato com seu vapor, a mesma temperatura, Nesse e200, a adigio de calor fax com que mais liquide se evapoce, sempre a uma temperatuta constant. A consténcia da temperatura durante essas mudangas de fase tornam estas tempe- raturas ideais, para servizem como pontos de calibrasio em uma eavala de tem peratura A escala Celsius de temperatura (antigamente chamaca escala centigrada) foi originalmente baseada na definigzo do 0°C como sendo o panto de congelamento da dgua e do 100°C como © ponte de ebuligo, ambos medidos em condigoes fepro- dutiveis, Hoje o SI define a escala de temperatura Celsius em termos da sua relacdo com a escala Kelvin de temperatura (discutide abaixo) mesmo embora o intervalo de 100 graus entre os pontos de congelamento e fusto da agua seja mantido. ‘A unidade de temperatura SI ¢ o Kelvin (K). O tamanho do grav na escala Kelvin € 0 mesmo que na etcals Celivs; a diferenga entre else é a loesizagao do Ponto zero, Na escala Kelvin, « sgua congela a 273,15K (note que no se usa 0 simbolo de grau, °, na escala Kelvin), sendo a relagio entre as escalas Celsius & Kelvin dada por "C= K~273,15 ‘A Fig, 1-14 ilustra as diferengas entre estas duas escalas de temperatura A defitigio original dz unidade de energia térmica chamada caloria(simbolo cal) fundamenta-se n0 conceito de temperatura. A caloria foi definida como a quan: tidade de calor necessirio para clevar a temperatura de 1 grama de gua, iniislmente 415°C, de 1°C”. A quiloeatoria (Keal), assim. como 0 quilojoule, é uma unidade de tamanho mais adequado pare expresser as trocas de enerpia que ocortem:nas,eugbes quimicas. A Caloria (eserita com C maitsculo) dor autrisionistas é © mesmo que 8 quilocaloria, Assim, quando lemos que um preto de pure de batatas comtém 230 Cal, estamos dizendo que 230 kcal de energia sfo liberadas quando © corpo metaboliza este alimento, Até rocentemente, quase (oda a literatura quimlea cientifica usava calor (ou quilocaloria) 20 se referir &s trocas de energie. Com a introduydo das unidades do SI, 7 € necessrio especiicar a wemperatuma da égua, porque a quantitage de calor reque- fide pare clevar a temperatura de 1g de dgua de 1°C varia lgegamente com a temperatura da ‘gun. Por exemplo, a 25°C (temperatura ambiente) necesits-t de 0,998 cal parase elevaratem- perturade I g de igua de 1°C. 30 / QuIMICAcERAL Congeiamento ‘da igue Figura 1.14 Comparacdo das etcolas le temperatura Comparagio das esclas de temperatura, Caisus Kevin © Joule (ou quilojoute) ¢ agora o preferido. A caloria ea quilocaloriasfo atuslmente efinides como miltiplos do joule ¢ do quilojoule. Ambas cs fatores de conversz0 fo exatos: Teal ~ 4,184) i keal = 4,184 kJ Uma propriedade intensiva da matéra associada com a energia é a capacidade calor fica espectfica (algumas vezes chamada caler especifico), a quantidade de calor | neoestdslo para eleva: a temperatura de 1 g da substincia de 1°C. A capacidade calo- rifica especifica da égua § 4,184 3 ¢-°C~'. A maioria das outras substAncias pot suem colores espectficos menores. O ferro, por exemplo, possui um calor especifico | de somente 04525 g ' C-*, Isto significa que se despende menos celor para se elevar a temperatura de 1g de ferro de 1°C do que para se conseguir 2 mesma varia fo de temperatura em 1 g de Agua. Isto significa também que uma dada quantidade | de calor elevard a temperatura de |g de ferro mais do que elevari a temperatura de | V ede érua O grande calor especifico da dgua 6 0 re9ponsivel pelo efeito moderador que 6 oceanos 1m sobre o cima, uma vez que eles se resiriam muito lentamente no inverno e se aquecem lentamente no verdo. O ar que se move sobre os cceanos nfo se resfrin demasiadamente no inverno nem se aquecs demasicdamente no verso, EXEMPLO 1.11 Quantos joules sfo necesséros para elevar a teraperatina de um prego de ferto, com uma massa de 7/05 6, da temperatura ambiente (25°C) a 100°C? A capacidade calorifica expecifica do ferro 6de 045231 °C"! SOLUCAO Para resolver este problema devemos multipticar a capasidide ealoritics especifice pela massa (@) ¢ pea variagdo de temperatura (°C) para eliminar estas uniades © ober joules como unidades de reeposta ‘apuchlade calorfieaespecifia x masa x variapao de temperatura = energiatermicn (ge) «per inTRoDugAo / 31 Ueilardo-se 01 dados Comnecidos (a variayJo de temperatura ¢ de 75°C), Note que a resposta foi arredondada pan doit als (= ) xowsarx oreo amor significa 1. Vood sabe por qui? Caso ‘ontririo,reveja ac regrac de nimetos iguificatvos pata multipicasdo INDICE DE QUESTOES E PROBLEMAS (Numero dos problemas em negrito). Mébodo dentition, L, 2 Medida 3,4 Alearsmossignifcativos 2,28, 26,31, 32.33, 34,35 Nota sientifiea 27,28, 29, 30, 31,32, 33 Uniladese converses 36, 37, 34, 9, 40, 41,42 ropredades da maséria 5, 5,9 Dersidade 6, 43,44, 8, 46, 47,48, 5D eso eipevifico 6,49, 50, SL Hlemeates, comportos e mistucs 7, 8,10 QUESTOES DE REVISAO LA Quala difereags entre taoria eI? 1.2 Por que é importante pure os centistas lear em com siderapdo 0 miner correto de algerismos significa. tivos, em suas medidas? 13 Qual u ciferenga entre exatiazo e precsto? 14 As unidades SI para maces volume sfo 6 quilogra: ima # © metro sibico, rexpectivamente, Por que #6 lsum, geralmente, as unidades gama = mililitro m0 laboratéio, em ves das undies ST? 15 Quil a diferenca entre propriedade extensiva ¢ nro Driedide intensive? Proponha exemplor que fo ‘erham sido mencionadot no texto 1.6 Qual a diferenca entre densiade © peso especifico’ (Quaisas suas unidades métricas comuns? 17 Enistem muitos exemplor de misturas homogtneas # beteroyéness no mando qve nos cerca. Clasfique: ‘gua do mar, at (no polufdo), névea, fuaca, lite homoyeneizado, café preto, uma moeda, um stndut- the de rewanto, 18 Identiique as fases existentes em uma vailia de cobre que sontenha dots pregos de feo, 300 em* de ‘gua e quatro pedazos de marmore, 19° Por que se us o term massa (em vex de peso) pars tapecificar quantdade de matéris em uin objeto? 1.10. Diterencie os termos elemento, comporto « mistura ‘Teoria atbmiea de Dalton 11.12 ‘esos atomtcos 18, 54, 62 Compass definida 17, §2,58, 9 Proporgées miltiplas 17, $3, 60, 61 Slonbotos,féxmolas e equaySes 12,14, 15,16, 19 Energia 20, 21, 22,23, $8, $6, 6,67, 68, 68, 10,71 Tennperatura 23, 57,63, 64 65,71, 72 Calor especifico 24, 67,73 1.11 Qual a preptiedade stémica mais importante na tec: sin atSiica de Dalton? 112 Diga as diferencas entre 0s terosdtomo + mola 113 Escteva os simbolos quimices dos seguintes elemen- (2 fer 0 ©) sé @ (0) potisso o (@ tesfora o © drome o 1.14. Deo nome de cada um dertes elementos: 1) As (f) Au (e) Cu (9) Gr os Ww @a @ Ni © Al (Bg 15 Quantorétomor de cad expe sto indicedos as sepsintes formula: @ KS (2) (HYPO. (b) NasCO, {e) NasAB(S:Os)e (© KFe(CNe 1.16 0 sesso € composto de sulfao de calc (C1S0,), 0 qui existe como um hidmto, contendo duus nol ‘ulas de dyua para cada CaSO,. Escteva a formals do hidsato, 32 | QUIMICA GERAL 1.17 _Defina, em palavas, a8 seuates lets: (2) Ate: da conservagdo de massa (b) Ale das proporeSes definicas (0) Ale: das proporeSes miltipias LIS Come € define » onidade uaifcads de masia sté- mkacorrentemente seta? 119. Das equagSes seguinies, quis que nfo estto balar- ceadee? (3) ZnCh, + NaOH > Zn(OH)s + NaCl (&) CaCO, + 2HCI— Coch, = CO, +HO (©) Fess + 2CO > 2Fe + 200; (€) NHWNO, > Ns + 21,0 1.20. Ein que a enorpia potencial iftre da energiacinétics* 1.21 Oaque se entende por endotérmico ¢ exotérmico’ 1.22 Se a encagls potencal de um objeto diminui & me ‘ida que ele st afasta de outro objeto, que especie de forga (atraliva OU repulsva) deve existir entce os dois? 1.23. Qual diferenga entre calor empersturs? 1.24 Quals sfo as uniates do calor espeifico? Qual 0 valor do calor eweerfice da gua? Por que ceeanos f grandes igos afetam a6 tempersturas das massas terrectzes vinta? PROBLEMAS DE REVISAO (0s problemas mais difces esto asinslatos com um astrieo) 1.28 Quartos algarimmns signifiatives existem 08 se- suintes mimeros: {,0370:0,000417;0,00309:100,1: 98,0010" 1.26 Faga os seguintes cileulos, anedondands 28 respor- tat pir © niimer conveniente de algasismos sgni- fcativs, Todos ot valores fo medidas () 24132 (b) 4025 « 18,2 (© 818 + 104.2 (d) 3.476 + 0,002 (6) 81.4 ~ 0,002 1.27 Exprese caca um dos seguntes ndmeros em notagao entific, Assuma que qusisquer digitos a diseita do ito digito diferente de zero nfo sf aigaismos sluniicatvos. (@) 1280 (©) 13 000 000 () 60 230 000 000 009 900 coo O00 (@) 214570 (e) 31.47 1.28 Exprese cada um dos seguintes nimeros em notaggo entific, (@) 0.000 40 (©) 0,000 009 000 3 (©) 0.002 146 (@) 0.000 0328 () 0,000 900 009 090 91 1.29 Hscreva os seguintes mimeros em notaggo decinal, (@) 3 10" (a) 34 x 107 (b) 2554 x 10° () 040825» 10 @ swt 1.30 0 comprimenta de uty peéaco de tera foi medio come igual a 3000 m. Usinéo notayto cienttien, expres 1 medide (2) com dois algatismo!significativos () com Uésalgarismos signiicativos (c)emem, com dois alarismos sgniicativos 1.3L Faca os soquintes cilcalos, expressando as respstas ent notcfo clentfica, aredondando para 0 niimero correte de algasimos signification Admita._que todos os valores sfo provenientes de medida fits. a) G2 x 10) x O14 x 109, fb) (1.025 % 10) > (14,8 10-4) fe) 0183,7) (84,7 » 109) id) 6274)» 0,33 « 10°) fo) @A2 x 107} x (3,211 x 107, 1.32 Faga o8 soguintescileuls, expressanto a respostas fem notagio clentifica, aredoadando para o aumero correto de algarinns significativos. Todos os valores ‘fo medidas, fa) (12,43 x 108 = (2,24 = 105) (b) 822 = 0028 fo) (35,4 » 10-9) + (247 x 10°) fd) G13 x 107) + @3 x10) [e) (0,74 10-9) + (825,3 «10 1.35 Faga os segulates cdlculos, expresando as respostas em notagéo cientifica, aredondando para 0 nimero comreto de algarismos sigifiativos. Todos os valores vim de medidas fitas, la) (047 > 20 + (1433 < 10%) Ib) (12,4 x 104) + G23 « 107) fe) 42,003 x 10%) ~ (6,25 « 104) fd) 118,45 — (0,033 x 105) fe) 1,00 + B75 «19° 1.34 Fags os seguintes céloulos,aredondando as respostas ‘part © niimero correto de algarismos sgnificaivos. ‘Todos os valores sfo medidas. (a) Gan, = 22) + (0,00224 » 814 005) (b) (62,7 = 149) + G74 ~ 0.00653) {e) .53 + 0,084) ~ (1498 * 0,040) (4) G24. 0,0033) 4+ 214.2 0,025) (e) at + 82,9) < (0,024 ~ 3,000) 1.35 Faga os seguintes cdlcubos, expresaando as respostas fem notagéo cienlifiea, artedondando para o numero conto de algarsmos sigifiestivos, Todos os valores fo medifas, (a) @ 3X 10° = Gd x 10°) + GAT » 10") (by (G,125 x 10") = G,12T x 10>] * (y72 = Le) le) [1498 + 2,49. 10°y] = 1275 Je) (2,588 x 10-4) ~ (0,u0255)] > [(102,3) + (0.257 = 10] (e) @,0on0225) + [o,omneta7 + (2.65 x 10-5) 1.36 Taga as epuintes comerses: (@) 140 mpamem (£322 km perso (©) 200mm param (gh 48m" para km rt (©) 185 cm" pars dm? (hy) km? parm m? (@) 18g pam hy (72K 4° params"? (@) tem? pam? —g) 25,331 pad 1.37. Complete o espazo em brauco com a unital coreta (a) 3,2 =32%0'm (b) 2 4.2 x 0 © 73 = 0,003 g (@) 128 —_~ 125 mm fe) 35 365. 107 can (8 088 40 cm? 1.48 © newton (N) é a unidade de forca do SI. Caleule @ peso (a forea exereda pela gravidade} de uma pessoa be 55,0 kg em pra superficie da Tera. (Use g gual 081 ms"?)) Se s pessoa é trantportada para a yu perfici da Lua, 0 que ocorre com os “quilogramas"” 08 “newtons” associados com ess pessoa? Aumen- ‘um, diminuem ou se mantém constantes? 139. Apée se decidir por um carro esporte, um Jove 0 resolve escolher entze um nove Smokebelsher de oie pasagsios, ae ciindses, que fat 12 km/l, © tum Yelho Pedbusper 1974, de oto silindror, 10 pusigeros (com transmissfo automitiea), culo pro petirio garanta consumir aperas 901/100 kx. (Qual o exo que © nosso amigo achara mais ecoro- ‘nico, em termos:do combustivel a ser consumido? 10 Um estudante comprou ain carro durante suas fia, © yelocimetro ¢ caibrado em quiidmettos por hora femh’). Ao dinigir por una now estrids, nota um, sal que fixa a velodidedelimite em 13ms? Qual a velocidade méxima que ele pode atings, em km h°*, sem se prevcupar em receber uma multa por excesa de velacdade? AL Apés receber uma multa por exceio de velocidace, ‘© motorista do problema anterior € informado pelo plcial que 0 posto da patnilia es: localzato "$90 000 em adianie, Voct nfo pode ear!" Como 9 oldmetzo do carro mede em quiiimetros (kr), ‘axe distancia deve ele percorrer, em tem, antes de ‘hegarno posto da putrulha? "1A2 No pals Ferdovin, of ferdes alimentamse de bat tus, O ferde recebe, em média, 142 thurbs moeda corrente em Ferd6via) por semana ¢ gasta,sproxima- damente, 1/14 do rendimento anual em batstas, Se 1 bataza’custe 2 thurbe por quilogeama, quantos quilogramas de batata um ferde médio conome perano? 143. Um bioco de magnésio continhs uma masss de 143 g-¢ um volume de 8,46 cm, Qual a densidade do magnéso? 1.44 Agua foi colocada dentro de urn ciindro graduado INTRODUCAO / 33 st6 que o volume medive 26,0 cm?. Um padago de rial de forma frepular, pesuido 50,8, foi colo ‘ado dent do siinero e yubmergu completamente. © nivel da sgua subi ate mateade 56,2 cm°. Qual sdensidade do metal? 14S 0 ‘titinio & um importante metal etratural, usado ‘macronares por cats de sus rsiténcie¢ sek “peso Jeve." Un efindso sSikto de ttialo de 2,48 om de Aiimetro ¢ 4,75 em de comprimento f01 pesado er- contrandose uma massa de 104,2. Calealea densi dace do titin. 1.46 0 chumbvo ¢ um metal rcoshecilamente “peiado” possul a dersidage de 11.35 en (a) Quala massade 12,0 om? de chumto? (b) Qual volume ocupado por 155 g Ue chumbo? 147. 0 sloroférmio, CHCl,, am liquide ssado antise mente como anestéice, post uma densidade de 1,492 en * (a) Qvale rolume de 10,00 g de CAC,” () Qual massade 10,00 em? de CHCL,? “LAa Um recipients que pode ser cepetidamente ocupado tom precisamente © meume volume de liquide ¢ ‘chamtde um piendmero. Um determinado picn’- sero, quando yazio « seco, pesou 28,236 g, Quando ‘cupatio com dgua 25°C, o plendmetro ex gus pe- sarum 34,914 g, Quando scupado com um liqudo de camparigéa desconhecids, corteido pesiram 33,485 g. A 25°C, adensidade da ova €0.9970 2 em” (2) Qualo volume do pienémetio? 0) Quala densidace do liquide desconhecido? 1.49 Suponha que voo# estea preparando uma tabela de detsiades para 100 substincias em que a densidade de cada substincia seja expressa em cinco grupos de Lnidades. Ousntos valores numéricos devem apareser nesta tabel? Quantos valores mumérco: serio neces: siribs pera expresmar ese mesma informasio, wando esos expecifio © a densidade ds gua em unidades diferentes? 1.50 A densidate dx égia 6 100 x 10" kg m"*. 0 ‘Alcoo! oop fice, vendido em dregarias como al- soot para masiggem, possul uma dersidade de 7,87 X 10 kgm? (2) Qualo peso especitio so dlcool isoproprice? (©) Qual a densitade do slccolisopropitico nas unidades eon? 1.51 Propllenoglicol, uma substincia vsada em anticon- sgelantes nfo-t3xicos ara sistemas de agua doce em barcos e acampamentos, possui um peso especifico de 1.04. A gun possui uma densdade de 1,00 x X 10? kg mr. Qual dovert sets masa do conteido de um tanque de 1,00 % 10! m? chelo com propi Tenegtcol? 1.52. 0 celopropano, um anestéscn muita eficar,contéon (0 elementos carbone © hidrogenio combinedos na relapSo do 1,0 g de hideeginio pure 6,0 g de exrbono, Se numadada umostrade ckloprepano consiatarae 2p de hidrogenio, quantos yramas de earbono 8 mostra contera?

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