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CAPÍTULO I – CONTABILIDADE SOCIAL

INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE NACIONAL

Como sabemos o desenvolvimento do Sistema Contábil Nacional


(SCN) é relativamente recente, se concretizando por volta dos anos 1930 com
as teorias de Simon Kuznet, mas, foi na obra de Keynes, John Maynard
Keynes, que o método das partidas dobradas foi deverás baseado, o nosso
débito e crédito ganhou moldes e tornou o Sistema Nacional Contábil
consistente e padronizado, o qual hoje é responsável por ser uma importante
fonte de análise estatística econômica.
Assim, diante disso podemos definir que o sistema nacional de contas
(SCN) é uma ferramenta que detém o objetivo de a partir de uma base, obter
dados para que se quantifique essa base, e o seu desenvolvimento dar-se-á a
partir do processo de aprimoração dessa mesma base, bem como da
quantificação destes dados.
Porém, vale a pena salientarmos que nem todos os dados envolvidos
nesse processo são contabilizados na base, por exemplo, as externalidades,
sejam positivas ou negativas decorrentes não são contabilizadas, ex. a
poluição gerada pelo setor secundário. Então, diante dessa necessidade de
abrangência de contas especificas se fez necessário, e foi então que na
década de 1980 que um instituto de estatística francês criou as chamadas
Contas Satélite que detém a base do SCN com liberdade de ampliar o estudo
para áreas especificas da economia. O Brasil faz uso de Contas Satélites
voltadas para áreas de Saúde e de turismo.
Agora, como anteriormente mencionado o nosso SCN fora baseado na
obra de Keynes, e esse foi um importante marco, pois, Keynes tem seu foco
voltado para o todo, para a esfera macroeconômica, ou seja, para explicar os
acontecimentos econômicos utiliza-se não somente o do nível microeconômico,
mas também os desdobramentos e os agregamentos que ocorreram no
processo, como o quanto foi produzido, consumido e investido em determinado
produto e o quanto este gerou de renda e como esta foi apropriada pelos
diferentes agentes econômicos.
Porém, a teoria de Keynes vai em contraposição a outras correntes de
pensamento em economia, pois, define que o seu objeto de estudo é o nível de
renda a curto prazo, ou seja, quanto os agentes econômicos estão dispostos a
investir visando os resultados futuros, chamamos isso de demanda efetiva.
Keynes explica que como os agentes tomam suas decisões baseadas em
perspectivas futuras, que podem vir a não ocorrer exatamente como planejado,
e para tanto a mensuração do valor agregado dos bens se utiliza de todos os
desdobramentos relacionados a produção deste que possam ser mensuradas
em moeda, seja por valor real ou estimado.
Para essa agregação de valor (produto, renda e despesa) podemos
utilizar um modelo sintético de diagrama, o fluxo de caixa circular (FCC) na
renda, este representa o circuito econômico dos fluxos reais (que medem a
quantidade) e monetários (que medem os valores) na economia que ilustra as
relações de troca entre os setores institucionais, por exemplos: o setor família e
o setor empresa, a empresa produz os bens consumidos pelas famílias e gera
a mão de obra que propicia as famílias a adquirir e consumir esses bens, ou
seja, é uma cadeia interligada entre as partes. Ou ainda, utilizar o modelo do
Fluxo Circular de Renda Ampliado, que além de abranger o FCC normal ainda
abrange os investimentos que são necessários para a ampliação do setor
produtivo, envolvendo assim outras instituições e a captação de recursos no
mercado financeiro. Além dos modelos já citados, há ainda uma análise entre o
fluxo e o estoque, variáveis essas que são passiveis de serem mensuradas na
macroeconomia.
E é diante desses contextos que observamos a importância do
planejamento dos estoques, e as suas ramificações, como por exemplo,
estoques físicos de curta e de longa duração, ou até mesmo financeiros, mas,
o que são cada um deles? Os Estoques físicos de curta duração, são aqueles
cujo intuito é serem colocados em circulação em um espaço de tempo
relativamente pequeno, como a venda de materiais da produção acabada para
gerar caixa e poder viabilizar um novo ciclo produtivo, esse estoque se muito
tempo parado pode vir a causar prejuízos prejudicando o fluxo de caixa das
empresas. Já os estoques fixos ou de longa duração, são os bens de capital
adquiridos com o capital do comprador, um bem que ainda é uma variedade do
estoque só que com uma vida útil maior e uma rotatividade conseguintemente
menor, pode haver perda de valor pela depreciação e quando não for mais
considerado útil ou estiver obsoleto pode ser vendido gerando um capital para
aquisição de outrem ou até mesmo descartado. Já os ativos considerados
como financeiro são aqueles que sua posse aumentam o valor agregado, são
bastante utilizados como uma válvula de escape no caso de a despesa superar
as receitas, esses ativos são convertidos em fluxos e utilizados para cobrir as
despesas excedentes.
Vale salientar que há diferenças entre os ativos financeiros e os ativos
reais, e ambos não podem ser confundidos entre si, uma delas é que os ativos
financeiros são demandados pelo seu potencial lucrativo e não pelo seu valor
de uso que é o caso dos ativos reais, ainda outra diferença que cabe ser citada
é que os ativos financeiros têm seu poder de conversão em fluxo mais rápido e
fácil, sendo ela por meio de juros, rendimentos e até mesmo o resgate de uma
aplicação em si.
Em suma, nesse capítulo podemos observar a formação base do nosso
Sistema Nacional de Contas, as alterações nas percepções dos planejamentos
entre microeconômicos e o macroeconômicos, a relação entre os fluxos de
caixa e as definições de estoque.

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