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Geografias, Políticas Públicas e Dinâmicas Territoriais

De 07 a 10 de outubro de 2013

SISTEMA URBANO E REDE MIGRATÓRIA DA MESORREGIÃO METROPOLITANA DE


BELO HORIZONTE
1
ANA MÁRCIA MOREIRA ALVIM
2
PAULO FERNANDO BRAGA CARVALHO
3
VÍTOR ALVES SOUZA

1 – Introdução
Na Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte alguns municípios apresentam forte
poder de atração sobre a população de outros devido principalmente à sua dinâmica
econômica. Quando absorvem grande contingente populacional de forma rápida, problemas
de ordem diversa os atingem cabendo às prefeituras e ao Estado ficar atentos a essa
realidade. A mesorregião estudada, que entre 1991 e 2000, cresceu a uma taxa média de
crescimento geométrico anual superior à do estado, é composta por municípios com
discrepâncias consideráveis quanto ao porte demográfico, à estrutura funcional e atividades
econômicas, bem como quanto a seu poder de atração. Afinal, nela está o município de Belo
Horizonte, além dos municípios de Contagem e Betim, que têm um parque industrial
significativo e algumas cidades médias como: Sete Lagoas, Conselheiro Lafaiete, Itabira,
João Monlevade, Ouro Preto, Pará de Minas dentre outras (AMORIM FILHO, 2006) além de
muitos municípios cuja representatividade econômica e demográfica são bem inferiores. Por
tudo isso a presente pesquisa tem como objetivo analisar a troca populacional entre os
municípios da Mesorregião e os diferentes níveis hierárquicos de cidades que constituem
seu sistema urbano.

2 – Metodologia
Para a realização da pesquisa fez-se primeiramente uma breve revisão bibliográfica
sobre os temas sistema urbano e rede migratória. Em seguida, fez-se uma análise do
Produto Interno Bruto a preços correntes (PIB) a partir da elaboração do diagrama de
distribuição dos municípios da mesorregião conforme suas funções urbanas, como fizeram
Beaujeu-Garnier e Chabot (1970, p. 129) e a análise dos fluxos migratórios entre os
municípios nos períodos de 1986-1991 e 1995-2000. Recorreu-se ainda à Estatística
Multivariada, em especial à Análise de Componentes Principais, que permitiu a
hierarquização dos municípios que compõem a mesorregião levando em conta suas

                                                                                                                       
1
Docente do Programa de Pós-graduação em Geografia: Tratamento da Informação Espacial – PUC
Minas. E-mail:ammalvim@gmail.com
2
Docente do Departamento de Matemática da PUC Minas. E-mail: professor@paulofernando.mat.br
3
  Egresso do Curso de Geografia com ênfase em Geoprocessamento da PUC Minas. E-mail:
vitoralves.26@hotmail.com  
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respectivas estruturas socioeconômicas, sendo criado o Indicador de Potencial Econômico.


Para a análise final, a representação cartográfica foi essencial. A análise dos fluxos
migratórios entre os municípios da Mesorregião foi realizada a partir de dados relativos à
migração disponíveis nos Censos Demográficos Brasileiros de 1991 e 2000, mais
precisamente dos microdados. Utilizou-se a informação de data fixa por municípios. A
hierarquização do municípios foi feita de forma semelhante àquela proposta por Alvim,
Carvalho e Oliveira (2006) ao hierarquizar os municípios da Microrregião de Divinópolis
quanto ao seu estágio de desenvolvimento econômico e poder de atração de investimentos
e pessoas. Para o cálculo deste foram consideradas 17 variáveis obtidas junto às seguintes
fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE, Assembléia Legislativa do Estado
de Minas Gerais, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil e Fundação João Pinheiro.
Para representação gráfica e análise das informações espaciais, foram utilizados os
softwares ArcGIS 9.2 e Minitab 15, disponíveis nos laboratórios de informática da PUC em
Contagem. As bases cartográficas digitais foram a Malha Municipal Digital do Brasil de 1991
e 2001 (IBGE, 1991; 2001).

3 – Sistema urbano e rede migratória


Sistema urbano e rede migratória estão diretamente relacionados e são essenciais à
organização do território. O primeiro, é constituído por elementos indispensáveis à vida em
sociedade, as cidades, que têm capacidade de dinamizar a região em que estão inseridas e
sua influência varia, principalmente quando se pensa em poder de atração. Como locais
onde se concentram as atividades econômicas, as cidades atraem a população de áreas
diversas levando à constituição de uma rede migratória e/ou mesmo de uma rede urbana
com conexões variadas entre cidades de diferentes níveis hierárquicos. Algumas se
sobressaem e vivenciam processos mais intensos de urbanização, industrialização e
migração. Graças ao desenvolvimento e modernização das redes técnicas, como a de
transportes e comunicações, a mobilidade das pessoas e das mercadorias vem aumentando
consideravelmente de modo que deslocamento e a mudança de local de moradia por parte
da população tem conduzido a uma nova organização do sistema e rede urbana, pois as
conexões têm se intensificado (MOURA; WERNECK, 2010, p. 28).
O sistema, que segundo Beaujeu-Garnier (1997, p. 26) “[...] é um conjunto complexo,
formado por componentes distintas, ligadas entre si por um certo número de relações” está
sujeito a transformações. Seus elementos, as cidades, são ímpares e algumas demonstram
sua supremacia pelo porte demográfico, outras pela função política e administrativa que

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desempenham ou pela irradiação econômica, ou seja, por dispor de empresas financeiras e


sedes sociais de grandes empresas (PELETIER; DELFANTES: 2000, p. 113). Algumas
cidades, mais que outras, dispõem de empresas e/ou estrutura funcional capazes de
intensificar as trocas populacionais, afinal, muitos migrantes escolhem seu destino
objetivando sua inserção no mercado de trabalho e sua ascensão socioeconômica. Com
isso, os migrantes tornam-se, como afirmou Davidovich (2007, p. 65), agentes modeladores
do sistema urbano regional, porque alteram a distribuição da população sobre sua região
fazendo com que o porte demográfico das cidades deste se modifique. Então, os
movimentos populacionais afetam a estrutura espacial de uma região, tendo implicações
espaciais sobre sua organização. Por isso, o estudo da rede migratória para a compreensão
dos sistemas urbanos é de grande valia; afinal, os fluxos de pessoas são mensuráveis. Vale
salientar que tais fluxos têm sido cada vez mais facilitados graças às melhorias da
infraestrutura viária e do sistema de transporte.

4 – As trocas populacionais na mesorregião


A mesorregião é composta por 105 municípios, dos quais 34 integram a Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) como se pode ver na Figura 1. As trocas
populacionais entre os pares de municípios da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte
do período de 1986-1991 para 1995-2000 aumentaram. No primeiro período, 237.431
pessoas migraram de um município a outro da mesorerregião, enquanto no segundo foram
301.520. Em ambos os períodos estudados as trocas mais intensas ocorreram
principalmente entre os próprios municípios da RMBH (FIG. 2 e 3).
Embora a capital desempenhe papel crucial na mesorregião, seja político ou
econômico, ao se verificar os fluxos intra-mesorregião nota-se que as trocas populacionais
entre ela e municípios como Ribeirão das Neves e Contagem foram favoráveis a estes nos
dois períodos. Ocorreu o mesmo entre Belo Horizonte e municípios como Betim, Ibirité e
Santa Luzia, em ambos os períodos; sendo que entre 1995-2000 Vespasiano e Sabará
também receberam mais migrantes da capital do que lhe enviaram.

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Figura 1: Localização e municípios integrantes da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte


Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

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Os municípios da Região Metropolitana, principalmente os mais próximos à capital e


por onde passam as rodovias federais BR 381 e BR 040 foram, nos dois períodos em
estudo, os que mais atraíram a população da mesorregião. Ao se comparar as trocas nos
dois períodos, nota-se que em ambos os mais atrativos foram os situados ao norte, oeste e
sudoeste da capital; mas no segundo período, o número de municípios atrativos aumentou
(inclusive pelas novas emancipações ocorridas na década de 90) (FIG. 2 e 3).
Ao se analisar as trocas populacionais intermunicipais ocorridas fora da Região
Metropolitana, por diferentes motivos, duas regiões chamam a atenção; uma a sudeste e
outra a leste da capital. A sudeste, os municípios de Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, cujas sedes são muito próximas e cujo poder de atração extrapola seu
entorno regional. A leste os municípios da região do Vale do Aço que não mostraram-se tão
atrativos, e cujo poder de atração diminuiu de uma período ao outro (FIG. 2 e 3).
Faz-se importante ressaltar que municípios cujas sedes são cidades médias e
centros emergentes exerceram forte atração, especialmente Sete Lagoas, Pará de Minas,
Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete e Congonhas. No caso de Sete Lagoas, Pará de Minas e
Conselheiro Lafaiete presume-se que por suas respectivas estruturas funcionais
(diversificadas), bem como pela capacidade de geração de emprego, renda e qualidade de
vida. Nos demais casos, principalmente pela geração de emprego. Vale lembrar que estes
ficaram bem posicionados na hierarquia conforme o Indicador de Potencial Econômico.
Os municípios do norte, de modo geral, não demonstraram poder de atração
considerável, mas também não ficaram bem posicionados na hierarquia do Indicador de
Potencial Econômico (64a e 84a respectivamente). Apenas Serro e Conceição do Mato
Dentro apresentaram-se como municípios de destino de migrantes, nesse caso oriundos da
capital, o que talvez possa decorrer da migração de retorno. Os do nordeste também
apresentaram-se como exportadores, com exceção de Itabira, que exerceu poder de atração
sobre alguns municípios, o que certamente se deve a seu potencial econômico dado que
ocupou a 8a posição no ranking e que apresenta o setor industrial como o mais
representativo no Produto Interno Bruto.

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Figura 2: Trocas populacionais mais intensas entre os municípios da Mesorregião Metropolitana de


Belo Horizonte no período 1986-1991
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991.

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Figura 3: Trocas populacionais mais intensas entre os municípios da Mesorregião Metropolitana de


Belo Horizonte no período 1995-2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

5 - Resultados Finais: hierarquia dos municípios da mesorregião


Ao se hierarquizar os municípios da mesorregião em estudo por meio do Indicador
de Potencial Econômico (TAB. 1) nota-se que os três de maior ordem foram os que dispõem
de dimensão populacional e econômica (PIB) de destaque: Belo Horizonte, Contagem e
Betim. Belo Horizonte ocupa a primeira posição na hierarquia e sendo sua sede a capital de
Minas Gerais é referência como centro de serviços, oferecendo desde os mais modestos

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aos mais sofisticados serviços (de Saúde e Educação por exemplo). Oferece ainda, amplo
comércio varejista e atacadista. Ademais, dispõe de poder político e de uma posição
geográfica que lhe favorece. Afinal, eixos rodoviários federais e estaduais facilitam sua
comunicação com outras capitais e mesmo com outros municípios mineiros. Contagem e
Betim por oferecerem serviços diferenciados e disporem de um setor comercial considerável
ocuparam respectivamente a as 2a e 3a posições hierárquicas. O primeiro sedia uma das
Centrais de Abastecimento de Minas Gerais, a CEASA Contagem que tem um amplo raio de
influência, dado que produtores e compradores de origens diversas recorrem a ela.
Ademais, em Contagem há inúmeras empresas de médio e pequeno porte dos diferentes
setores econômicos; e em Betim, além de empresas destes portes há duas que se
destacam por serem de grande porte: a REGAP e a Fiat Automóveis. Essa, como uma
indústria motriz atraiu para seu entorno regional, que inclui Contagem e Betim dentre outros
municípios da RMBH, empresas principalmente de autopeças. Portanto, ambos os
municípios chamam atenção pelo setor industrial, que responde por parcela considerável de
seus respectivos PIB o que lhes garante forte poder de atração sobre a população.
As próximas posições foram ocupadas por cidades médias ou por municípios do
entorno de Belo Horizonte que dispõem de maior porte demográfico e/ou de um
considerável setor industrial (que é representativo na participação de seu PIB.
Na hierarquia, Belo Horizonte, Contagem e Betim foram seguidos de Sete Lagoas (4a
posição), cuja sede é uma cidade média de nível superior, com uma economia bastante
diversificada, em que se destaca o setor industrial (tanto em 1995 quanto em 2000 esse
setor mostra-se como o preponderante, que por sua vez lhe garante forte atração sobre a
população. Ao se analisar as trocas populacionais entre o município e outros da
mesorregião, percebe-se que o maior volume de migrantes que Sete Lagoas recebe se
origina de Belo Horizonte e de municípios situados a norte e nordeste de Sete Lagoas que
não contam com forte setor industrial. Cabe salientar que o município em questão ocupa
uma posição de Carrefour o que contribui para seu dinamismo econômico, por ele passam
importantes eixos rodoviários: BR 040, MG 238 e MG 424.
Na quinta posição ficou o município de Pará de Minas, situado a oeste da capital, por
onde passam os seguintes eixos rodoviários: BR262, BR353, MG431 e MG 060. Em 1995,
destacaram-se no município os setores Industrial e de Serviços; já em 2000, a
preponderância foi do Industrial. Esse é diversificado embora note-se um forte setor aviário.
Ouro Preto ocupou a sexta posição, isso por contar com uma economia diversificada
e ter a indústria como preponderante na participação do PIB municipal, isso graças à

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metalurgia; afinal, o município está na Zona Metalúrgica do estado. Mas seu setor de
serviços também chama a atenção, o que se deve em parte ao fato de contar com uma
Universidade Federal e, com um forte viés turístico, pautado nos acervos arquitetônico,
natural e cultural. No entanto, sua posição geográfica não é das mais favoráveis se
comparada à de outros municípios, uma vez que, seu acesso principal é a BR356.
Dentre os 20 primeiros municípios da hierarquia (TAB. 1), estão também os
seguintes municípios da RMBH: Ribeirão das Neves, Nova Lima, Santa Luzia, Pedro
Leopoldo, Vespasiano, Ibirité, Esmeraldas, Sabará, dentre outros. Municípios próximos à
capital que exercem poder de atração sobre a população inclusive de Belo Horizonte por
motivos como: facilidade de acesso, baixo preço do solo (Ribeirão das Neves e Esmeraldas
por exemplo), melhor condição de vida (Nova Lima em que há inúmeros condomínios que
permitem maior contato com a natureza e que oferecem maior segurança), oferta de
emprego (Santa Luzia, Pedro Leopoldo, Vespasiano, Ibirité e Sabará que contam com
setores industriais ou o industrial junto ao de serviços como mais representativos no PIB).
Dentre estes, oito são mineradores (Ouro Preto, Itabira, Nova Lima, Ouro Branco,
Conselheiro Lafaiete, Sabará, Mariana e Itabirito) fazendo parte inclusive da Associação
Mineira dos Municípios Mineradores de Minas Gerais, e outros são siderúrgicos, como Sete
Lagoas e João Monlevade. Mesmo porque esses municípios se encontram em uma situação
geográfica favorável, fazem parte do Quadrilátero Ferrífero e por eles passam importantes
eixos rodoviários que lhes possibilita desenvolver estas atividades econômicas.
Com relação aos 20 municípios seguintes (TAB. 1), também são na grande maioria
pertencentes à RMBH (Brumadinho, Matozinhos, Lagoa Santa, Caeté, São José da Lapa,
Juatuba, Mateus Leme, Barão de Cocais, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé e
Florestal) e/ou contam com atividades de extração de minerais (Santa Bárbara, Pitangui,
Nova Era, Congonhas, Paraopeba, Rio Piracicaba, Prudente de Morais, Papagaios).
Quanto aos demais municípios hierarquizados, se comparados aos já citados, são de
porte demográfico menor, contam com uma estrutura funcional mais limitada (menos
diversificada) de modo que seus habitantes para atender parte de suas necessidades
precisam se deslocar rumo aos hierarquicamente superiores, apresentam os setores
agropecuário e de serviços como os mais representativos no seu PIB e ou estão mais
distantes da capital, ou dos principais eixos rodoviários federais.

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Tabela 1: Indicador de Potencial Econômico (IPE) dos municípios da Mesorregião


Metropolitana de Belo Horizonte

Ordem Municípios IPE Ordem Municípios IPE Ordem Municípios IPE

1 Belo Horizonte 33,42 36 Prudente de Morais -0,41 71 Catas Altas -0,74


2 Contagem 6,02 37 Papagaios -0,42 72 Moeda -0,74
3 Betim 4,60 38 São Joaquim de -0,44 73 Bom Jesus do Amparo -0,75
Bicas
4 Sete Lagoas 1,96 39 Igarapé -0,46 74 Nova União -0,75
5 Pará de Minas 1,28 40 Florestal -0,47 75 Dionísio -0,76
6 Ouro Preto 1,26 41 Caetanópolis -0,48 76 Onça do Pitangui -0,77
7 Ribeirão das 1,07 42 Maravilhas -0,53 77 Casa Grande -0,77
Neves
8 Itabira 0,88 43 Confins -0,55 78 Queluzito -0,77
9 Nova Lima 0,80 44 Cachoeira da Prata -0,57 79 Taquaraçu de Minas -0,78
10 Santa Luzia 0,77 45 Mário Campos -0,57 80 São José do Goiabal -0,79
11 Ouro Branco 0,54 46 Capim Branco -0,58 81 Jeceaba -0,79
12 Pedro Leopoldo 0,49 47 Alvinópolis -0,58 82 Bonfim -0,81
13 Vespasiano 0,28 48 Entre-Rios de Minas -0,58 83 Ferros -0,85
14 Ibirité 0,23 49 Inhaúma -0,60 84 Conceição do Mato -0,85
Dentro
15 João Monlevade 0,23 50 Pequi -0,60 85 Passabém -0,85
16 Conselheiro 0,22 51 Raposos -0,61 86 Santana do Riacho -0,85
Lafaiete
17 Esmeraldas 0,21 52 Santa Maria de -0,61 87 Santana dos Montes -0,86
Itabira
18 Sabará 0,21 53 São José da -0,63 88 Rio Manso -0,87
Varginha
19 Mariana 0,17 54 Araçaí -0,64 89 Crucilândia -0,88
20 Itabirito 0,06 55 São Domingos do -0,64 90 Santana de Pirapama -0,88
Prata
21 Brumadinho -0,01 56 Itaguara -0,65 91 São Sebastião do Rio -0,88
Preto
22 Matozinhos -0,02 57 Cristiano Otôni -0,65 92 Santo Antônio do Rio -0,89
Abaixo
23 Santa Bárbara -0,02 58 Funilândia -0,65 93 Piedade dos Gerais -0,90
24 Lagoa Santa -0,02 59 Jabuticatubas -0,65 94 Desterro de Entre-Rios -0,90
25 Pitangui -0,09 60 Itatiaiuçu -0,66 95 Itaverava -0,91
26 Nova Era -0,24 61 Bela Vista de Minas -0,66 96 Catas Altas da -0,92
Noruega
27 Caeté -0,26 62 Cordisburgo -0,66 97 Dom Joaquim -0,93
28 São José da Lapa -0,27 63 Rio Acima -0,67 98 Morro do Pilar -0,94
29 Congonhas -0,27 64 Serro -0,69 99 Congonhas do Norte -0,94
30 Paraopeba -0,27 65 Baldim -0,70 100 Rio Vermelho -0,97
31 Rio Piracicaba -0,31 66 São Brás do Suaçuí -0,70 101 Alvorada de Minas -0,97
32 Juatuba -0,34 67 Fortuna de Minas -0,73 102 Itambé do Mato Dentro -0,98
33 Mateus Leme -0,34 68 Belo Vale -0,73 103 Serra Azul de Minas -0,99
34 Barão de Cocais -0,37 69 Jequitibá -0,73 104 Santo Antônio do -0,99
Itambé
35 Sarzedo -0,41 70 São Gonçalo do Rio -0,74 105 Diogo de Vasconcelos -1,00
Abaixo
Fonte: Da pesquisa.

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6 - Conclusões
Embora os processos de industrialização, urbanização e migração na Mesorregião
não sejam tão recentes, entre 1991 e 2000 mostraram algumas especificidades. De 1991
para 2000 cresceu o número de indústrias nesta região, principalmente em municípios da
região metropolitana e naqueles de maior porte demográfico. Pode-se perceber o avanço do
setor industrial na região ao se comparar o PIB industrial de 1995 ao de 2000, que teve um
acréscimo de 55,46%. Mas a indústria continua concentrada e seu forte poder de atração
sobre a população tem intensificado a concentração populacional na RMBH e nos
municípios com forte viés industrial. Por outro lado ela tem estimulado o desenvolvimento do
setor comercial e de serviços, principalmente nas áreas urbanas. Quanto à urbanização,
continua crescente, a taxa de urbanização da mesorregião que em 1991 era de
aproximadamente 82%, em 2000 aumentou para 87%. A migração inter-municipal na
Mesorregião do período de 1986-1991 para 1995-2000 aumentou em aproximadamente em
27%; enquanto no primeiro período, 237.431 pessoas migraram de um município a outro da
mesorregião, no segundo foram 301.520.
Em resumo, por mais que a mesorregião venha se dinamizando, nota-se certa
cristalização de seu sistema urbano. As transformações podem ser mais notadas no que
tange à migração. Os municípios da mesorregião em que a representatividade do setor
industrial tem aumentado têm se destacado na rede migratória, pois os movimentos
migratórios têm ocorrido em suas direções. Mas muitos desses já dispõem dos setores de
comércio e serviço desenvolvidos, e mesmo em alguns municípios em que estes são mais
representativos têm capacidade atrativa, como é o caso de Conselheiro Lafaiete. Portanto,
as funções urbanas e/ou atividades econômicas exercem forte influência sobre os migrantes
da mesorregião em estudo e esses modificam a sua estrutura espacial, com uma nova
distribuição da população, criando nos municípios em que chegam novas demandas,
estimulando assim o desenvolvimento de atividades comerciais e de serviços. Na região
metropolitana, dado o volume de migrantes, é a função residencial de seus municípios que
tem sofrido transformações consideráveis.

Referências Bibliográficas

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migratórios nos períodos 1986-1991 e 1995-2000. 2009. 187 f. Tese (Doutorado em
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Belo Horizonte, 2009.

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[Anais eletrônicos...] Belo Horizonte: Programa de Pós-Graduação em Geografia -
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Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997. 525 p. Título original: Géographie Urbaine.

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