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Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

28/11/2022

Número: 1032210-53.2022.4.01.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 5ª Turma
Órgão julgador: Gab. 13 - DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE
Última distribuição : 09/09/2022
Valor da causa: R$ 1.000,00
Processo referência: 1054577-56.2022.4.01.3400
Assuntos: Fies
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS (AGRAVANTE) HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (AGRAVADO)
CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF (AGRAVADO) GILBERTO PICOLOTTO JUNIOR registrado(a) civilmente
como GILBERTO PICOLOTTO JUNIOR (ADVOGADO)
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA
EDUCACAO (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25951 09/09/2022 16:04 Petição inicial Petição inicial
4041
25951 09/09/2022 16:04 1 - agravo Agravo de Instrumento
4045
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 1 - Procuração Procuração
4047
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 2 - Documentos pessoais Documento de Identificação
4048
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 3 - Documentos comprobatórios de renda Declaração de hipossuficiência/pobreza
4049
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 4 - Espelho do ENEM Documento Comprobatório
4050
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 5 - Inscrição no Fies Documento Comprobatório
4051
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 6 - Declaração curso de medicina_ Documento Comprobatório
4053
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 7 - Valor da mensalidade do curso Documento Comprobatório
4054
25951 09/09/2022 16:04 Anexo 8 - Certidão de óbito do pai Documento Comprobatório
4055
25951 09/09/2022 16:04 avaliação-neuro Documento Comprobatório
4056
25951 09/09/2022 16:04 avaliação-neuro-2 Documento Comprobatório
4057
25951 09/09/2022 16:04 avaliação-neuro-3 Documento Comprobatório
4058
25951 09/09/2022 16:04 Carta-Pessoal Documento Comprobatório
4059
25951 09/09/2022 16:04 petição intercorrente Documento Comprobatório
4060
25956 09/09/2022 18:49 Informação de Prevenção Negativa Informação de Prevenção Negativa
3017
25958 12/09/2022 08:42 Decisão Decisão
3022
25973 12/09/2022 09:51 Comunicações Comunicações
1061
25973 12/09/2022 10:25 Intimação Intimação
6557
25973 12/09/2022 10:25 Certidão Certidão
6559
25976 12/09/2022 10:42 Certidão Certidão
1039
25976 12/09/2022 10:42 36489_1- recebo da confirmação do recebimento da E-mail
1042 decisão id 259583022_encaminhado
25976 12/09/2022 10:45 Certidão Certidão
1047
25976 12/09/2022 10:45 E-mail que encaminhou cópia da decisão retro ao E-mail
1048 Senhor Presidente da CEF
25976 12/09/2022 10:47 Intimação PRU Intimação PRU
1053
25976 12/09/2022 10:47 Intimação PRF Intimação PRF
1054
25976 12/09/2022 10:47 Intimação polo passivo Intimação polo passivo
1055
26131 17/09/2022 13:09 Agravo Inominado/Legal Agravo Inominado/Legal
7560
26526 03/10/2022 19:38 Petição intercorrente Petição intercorrente
7538
26526 03/10/2022 19:38 Petição intercorrente Petição intercorrente
7539
26522 03/10/2022 19:44 Contrarrazões Contrarrazões
9543
26682 10/10/2022 11:36 Contrarrazões Contrarrazões
8024
26682 10/10/2022 11:36 Contrarrazão ao Agravo de Instrumento - FIES Contrarrazões
8028
26682 10/10/2022 11:36 10545775620224013400 - ANA MAYANE DIAS DE Documento Comprobatório
8033 FREITAS - 026.486.041-11
26682 10/10/2022 11:36 ANA MAYANE DIAS DE FREITAS - 026.486.041-11 Documento Comprobatório
8036
26848 17/10/2022 15:53 Intimação Intimação
9553
26878 18/10/2022 13:50 Petição intercorrente Petição intercorrente
2046
27237 03/11/2022 16:04 Certidão Certidão
0518
anexo.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514041 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916021446000000253434497
Número do documento: 22090916021446000000253434497
AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

PEDIDO DE TUTELA RECURSAL

ANA MAYANE DIAS DE FREITAS, brasileira, solteira, estudante


de Medicina, RG n. 3412941, inscrita no CPF sob o n. 026.486.041-11,
endereço eletrônico: mayanedias046@gmail.com, residente de domiciliada
na QNP 09, Conjunto Q, Casa 34, CEP: 72.240.817, Ceilândia Norte – DF, por
intermédio de seu advogado infra-assinado (procuração anexa), que recebe
as comunicações na Av. Olinda, 960, Alphaville Araguaia, Goiânia-GO, CEP
74884-120, Lozandes Shopping, Sala 312, Torre 1, e-mail:
rodrigueseaquino@gmail.com, vem, respeitosamente, interpor:

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM


PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL

Contra a decisão do ínclito Juízo da 21ª Vara Federal Cível da


Seção Judiciária do Distrito Federal, de lavra do douto juiz Rolando Valcir
Spanholo, vez que indeferiu a tutela de urgência nos autos de n.
1054577.56.2022.4.01.3400, consoante o que se passa a expor.

Desse modo, a agravante inconformada com a decisão proferida


pelo Juiz a quo que INDEFERIU a antecipação da tutela, pleitea pela reforma
da referida decisão.

Na oportunidade, requer que seja processado e distribuído o


recurso, para, inicialmente, e com urgência, ser submetido à análise do
pedido de efeito suspensivo (CPC, art. 1.019, I) e da tutela recursal.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

1.1 Da tempestividade

A decisão agravada foi proferida na data de 23/08/2022. Como foi


registrada a ciência em 24/08/22, o prazo para o agravo de instrumento
finadará apenas em 15/09/2022, portanto, é tempestivo o recurso.

1.2 Do preparo

A agravante pugna pelo benefício da justiça gratuita, uma vez que


não tem condições de efetuar o pagamento das custas sem o prejuízo do
próprio sustento, situação que se amolda às previsões contidas no art. 98 e
seguintes do Código de Processo Civil.

Além disso, o acesso à justiça está pontualmente inserido no art.


5º, LXXIV, da Constituição Federal, a fim de alcançar o jurisdicionado que
necessite de proteção jurisdicional. Importante esclarecer que, mesmo
representado por advogado, a agravante faz jus ao benefício da justiça
gratuita, conforme previsão do art. 99, §4º do CPC.

Por fim, comprovada a situação de hipossuficiência da agravante,


inclusive com a juntada da declaração acostada, não há, portanto, quaisquer
óbices na concessão pleiteada, sendo o que se pede e espera justo
deferimento, sob pena de privá-la injustamente da garantia constitucional de
acesso à justiça.

1.3 Do nome e endereço completo do advogado

ADVOGADO DA AGRAVANTE: Dr. HENRIQUE RODRIGUES DE


ALMEIDA, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB-GO sob o n. 59.189,
com endereço profissional na Av. Olinda, 960 – Alphaville Araguaia, Sala 312,
Torre 1, Goiânia - GO, 74884-120, email: contato@henriquerodrigues.adv.br.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
1.4 Da dispensa de juntada das peças processuais do juiz a quo

Oportunamente, informa a agravante que a ação originária tramita


pelo sistema do Processo Judicial Eletrônico, sendo assim aplicável ao
presente agravo o que diz o §5º, do Art. 1.017 do CPC, ou seja, está
dispensado de anexar aos autos as peças processuais citadas nos incisos I e
II do Art. 1.017 do CPC.

1.5 Da juntada das peças facultativas

Por fim, para instruir o presente recurso, a agravante informa que


juntou as seguintes peças: Decisão agravada e documentos comprobatórios.

Termos em que pede e espera deferimento.

Goiânia – GO, 09 de setembro de 2022.

Henrique Rodrigues de Almeida


OAB-GO 59.189

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 3
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Autos originário: 1054577.56.2022.4.01.3400


Vara/Comarca: 21ª Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal
Agravante: Ana Mayane Dias de Freitas
Agravado: União Federal, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
- FNDE e Caixa Econômica Federal

Egrégio Tribunal de Justiça;


Ínclitos Desembargadores;
Colenda Câmara;
Ilustre Relator.

1 - BREVE SÍNTESE DOS FATOS

A agravante ajuizou a presente ação com pedido liminar, a fim de


conseguir o Financiamento Estudantil - FIES, vez que encontra-se
matriculada no curso de Medicina, mas não está conseguindo arcar com as
mensalidades sem comprometer seu sustento e de sua família, sendo este o
único meio para concluir seus estudos e realizar seu sonho de ser médica.

Assim, em razão de sua insuficiência financeira, a agravante não


consegue prosseguir com os estudos na UNICEPLAC, tendo em vista que o
curso de Medicina é o mais oneroso do país e, além das mensalidades, há
diversas despesas com a faculdade, tornando o custo ainda maior.

Dessa forma, pleteia pela tutela de urgência pelo fato de não


conseguir arcar com o alto custo que está em torno de R$ 10.137,00 (dez
mil, cento e trinta e sete reais), e correr o risco de ter seu nome inserido no
rol de inadimplentes e, consequentemente, perder sua matrícula.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 4
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
Vale dizer que, mesmo se juntar toda a renda de sua família, não
conseguirá efetuar o pagamento das parcelas, portanto, infelizmente, não
será possível dar continuidade aos seus estudos.

Nesse sentido, frisa-se que o FIES é um programa destinado a


financiar a graduação na educação superior de estudantes carentes em
cursos superiores não gratuitos. Na forma da Lei n. 10.260/2001, pode
recorrer ao financiamento os estudantes que cursar o ensino superior em
faculdades particulares e a renda mensal seja até de 3 ou 5 sálarios mínimos.

Ocorre que, ao analisar o pedido, o Juízo a quo proferiu decisão


que indeferiu o pedido liminar da agravante sob os seguintes argumentos,
em síntese: Não verificou a probabilidade do direito para a concessão da
tutela de urgência, pois, os critérios de seleção exigidos para a concessão do
financiamento não foram atingidos, dentre os quais, há o desempenho como
um dos fatores a ser observado.

Dessa forma, a decisão deve ser reformada, considerando o


acesso à educação e a progressão do ensino, conforme previsto na
Constituição Federal, como será demonstrado a seguir.

2 - DO DIREITO

2.1 - DOS CRITÉRIOS PARA O FINANCIAMENTO - FIES

Dentre os diversos requisitos para a concessão do financiamento


aos estudantes, na pré-seleção exigem que o estudante obtenha uma nota
no ENEM de no mínimo 450 pontos, não ter zerado a redação, e possuir renda
familiar mensal bruta per capita de até 3 a 5 salários mínimos para que sejam
pré-selecionados no processo do FIES.

Conforme os fatos supracitados a agravante é estudante e cumpre


os requisitos de renda familiar exigidos pelo programa. Em relação a nota,

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 5
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
conforme espelho do ENEM anexo, a agravante cumpre com os requisitos
solicitados. Abaixo, vejamos os documentos que foram anexados:

Cumpre destacar que o genitor da agravante é falecido.

Em relação a nota de corte, tal requisito promove de forma


discriminada a exclusão de estudantes da rede pública de ensino, vez que a
qualidade do ensino não é suficiente para alcançar um bom desempenho no
ENEM, assim, favorecendo estudantes com melhores condições financeiras e
que tenham estudado em escolas particulares.

Dessa forma, a agravante faz jus ao direito de ter a concessão do


financiamento, vez que se tratando de uma política pública criada para
fornecer educação superior àqueles que não possuem condições de arcar com
tal despesa, fica claro a omissão do Estado em dar acesso ao programa.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 6
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Número do documento: 22090916025143000000253434501
2.2 - DA CLASSIFICAÇÃO E O DIREITO À EDUCAÇÃO

A forma de classificação predeterminada pelo edital do Sistema de


Financiamento Estudantil é por meio das notas obtidas no ENEM, por ordem
decrescente com a indicação de 3 (três) opções de curso, conforme o item.

2.1. Observadas as opções realizadas na inscrição e os limites


de vagas por grupo de preferência por curso/turno/local de
oferta/IES, os CANDIDATOS serão classificados e pré-
selecionados no Fies, na ordem decrescente de acordo com as
notas obtidas no Enem, no grupo de preferência para o qual
se inscreveram, atendida a prioridade indicada entre as 3
(três) opções de curso/turno/local de oferta/IES escolhidas,
observada a sequência disposta no § 6º do art. 1º da Lei nº
10.260, de 2001:
[...]
2.1.1. A nota de que trata o subitem 2.1 será igual à média
aritmética das notas obtidas nas cinco provas do Enem em
cuja edição o CANDIDATO tenha obtido a maior média.

Assim, a norma administrativa determina que somente o estudante


que conseguir a melhor colocação nas notas do ENEM, conseguirá acesso ao
financiamento estudantil, ocorrendo uma verdadeira disputa do melhor,
indo na contramão das garantias constitucionais que garantem a
educação para todos.

Contudo, o fim social do Fies é garantir aos estudantes que não


possuem condições financeiras de arcar com as mensalidades de uma
universidade particular. Desta forma, a meta era maximizar o acesso da
população brasileira ao ensino superior.

Nesse interim, a forma usada para seleção do aluno para concessão


do FIES tornou-se um super vestibular, em especial para o curso de
medicina. Uma vez que além do vestibular da instituição, o estudante precisa
alcançar nota para obter o financiamento, portanto, desconsiderando todas
as singularidades do aluno e a discrepância e desigualdade no acesso ao
ensino qualificado presente em todo o país.

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http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
Antes mesmo de analisarem as rendas dos candidatos, estes são
desclassificados e impedidos de obterem o financiamento, provando, mais
uma vez, a afronta as normas constitucionais.

Veja bem, se o FIES foi inserido numa perspectiva de garantir o


acesso ao nível superior aos estudantes que não obteram aprovação
em uma instituição pública, que por sinal, exigem notas altíssimas
para a aprovação no curso de Medicina, qual é o sentido de exigir
ponto de corte para o estudante da instituição particular conseguir
obter o financiamento?!

Trata-se de uma política pública a fim de amenizar o problema da


baixa qualidade do ensino básico no Brasil que não oferece condições e
suporte o suficiente para o aluno concorrer a uma vaga em universidade
federal, isso é de conhecimento de todos.

Inclusive, ao analisarmos o contexto histórico do FIES que existe


desde 1976, implantado durante o regime militar, apenas em 2015 passou a
exigir nota de corte para obtenção do financiamento.

Nesse sentido, as regras atuais impossibilitam e discriminam os


estudantes que não alcançam nota suficiente, a fim de restringir o acesso ao
financiamento estudantil, portanto, configuram verdadeira redução ao
direito à educação e as garantias anteriormente conquistadas.

2.3 - DAS VAGAS OCIOSAS

É inegável que o FIES já possibilitou que muitos alunos entrassem


em uma faculdade e realizassem o seu maior sonho, iniciar um curso
superior, porém, este tem minguado ao longo do tempo, o total de alunos no
programa e, consequentemente, o montante necessário para custeá-lo.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 8
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Número do documento: 22090916025143000000253434501
Conforme o Portal Abranfi, em 2014 foram oferecidas 732 mil
vagas, mas no ano de 2020, em média foram oferecidas cerca de 300 mil
vagas, ou seja, houve mais de 50% de corte.

Em pesquisas realizadas pela Associação Brasileira das


Mantenedoras das Faculdades (Abrafi), atualmente, no país há cerca de 350
mil contratos na fase de utilização, porém, ao prever esse montante para
2022, o Governo Federal já considera que parte das 111 mil vagas a serem
disponibilizadas neste ano não serão preenchidas, sendo alegado que a
"redução é condizente com a baixa execução em 2021, cerca de 50% da
dotação de 2021, devida à baixa adesão de matrículas no ano passado (cerca
de 50% de adesão)".

Abaixo, vejamos o gráfico a seguir:

Para acessar na íntegra clique AQUI.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 9
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Número do documento: 22090916025143000000253434501
Entre as razões atribuídas para a ociosidade de vagas do Fies , está
o fato de as regras vigentes desde 2015 não garantirem financiamento de
100%, e sem ele, os estudantes acabam desistindo da faculdade porque não
dispõem de recursos suficientes para bancar o restante das mensalidades.

Além do mais, os critérios utilizados em relação ao desempenho


dos estudantes e nota de corte, tem impossibilitado muitos estudantes de
participar do programa.

Por outro lado, há jurisprudência deste tribunal no sentido de


conceder o financiamento pela via judicial, inclusive, tornou-se matéria em
sites de grande circulação, vejamos:
DECISÃO

Nos termos do art. 6º da Lei n. 9.870/1999, ainda que em


caso de inadimplência do aluno, são proibidas a suspensão de
provas escolares, a retenção de documentos escolares ou a
aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas.

Cabe ao FNDE (agente operador do FIES) traçar o regramento


geral para a execução das parcelas vencidas e, ao agente
financeiro, promover a execução. Os estabelecimentos de
ensino fundamental, médio e superior deverão expedir, a
qualquer tempo, os documentos de transferência de seus
alunos, independentemente de sua adimplência ou da adoção
de procedimentos legais de cobranças judiciais. Ver, por todos,
AMS 1010368-16.2019.4.01.3300, DESEMBARGADOR
FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA, TRF1 - SEXTA TURMA, PJe
13/08/2021 PAG. Defiro a antecipação da tutela para
determinar a conceção do FIES à autora.

Procedam-se as comunicações de praxe.


Datado e assinado eletronicamente

DECISÃO (1006261-12.2022.4.01.3400)

Os recursos destinados ao FIES possuem restrições de ordem


financeira e orçamentária, não havendo ilegalidade na
limitação de vagas disponibilizadas por instituição de ensino
superior (AC 1001510-87.2020.4.01.4002, DESEMBARGADOR
FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA, TRF1 SEXTA TURMA, PJe
19/10/2021 PAG.; MS 19.571/DF, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/04/2013, DJe. 16/08/2013).

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:50 Num. 259514045 - Pág. 10
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143000000253434501
Número do documento: 22090916025143000000253434501
Ocorre, contudo, que o ENEM não é a única
modalidade de acesso ao ensino superior. A autora
comprovou, pelo documento ID 916826172 já estar
matriculada no curso para o qual pretende o financiamento.
Não é razoável retrocede-la à fase de admissão ao ensino
superior. Defiro a antecipação da tutela e a gratuidade
judiciária.

Procedam-se as comunicações de praxe


07/02/2022

Além do mais, com base no princípio do não retrocesso social, que


se refere à impossibilidade de redução do grau de concretização dos direitos
sociais já implementados pelo Estado, ou seja, uma vez alcançado
determinado direito social, o legislador não pode suprimir ou reduzir esse
direito sem que haja a criação de medidas compensatórias.

3 - DA TUTELA RECURSAL

O instituto encartado no art. 300 do Código de Processo Civil,


reserva ao interessado demonstrando a probabilidade do direito, em razão
de prova inequívoca e verossímil, e havendo perigo de dano irreparável ou
risco do resultado útil do processo.

Enfatiza-se que a presente ação pleiteia sobre a


inconstitucionalidade da Portaria Normativa do MEC n. 13/2005 e 209/2018,
devido a violação das normas constitucionais previstas no art. 205 da
Constituição Federal, que determina o acesso ao ensino superior como dever
do Estado, bem ainda, no art. 208, V, da CF, ao exigir do aluno nota de corte,
sem considerar sua capacidade intelectual e sua condição financeira.

Assim, antes mesmo de analisar a renda familiar dos candidatos,


para saber quem realmente precisa do FIES, o sistema desclassifica os
estudantes em razão da nota de corte. Desta feita, não cumpre com o fim
social do programa, que foi criado para incluir as pessoas que não conseguem
arcar com as mensalidades de uma universidade particular, no ensino
superior de ensino do país.

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Com efeito, a tutela requerida é no sentido de determinar às
agravadas que de imediato forneçam o devido financiamento estudantil
à agravante, restando comprovado que a não concessão da tutela fará com
que esta perca o semestre e ter seu nome negativado, sendo privada de
prosseguir com o ensino superior.

Destaca-se também, o fundado receio de dano de difícil reparação


pelo fato da agravante se ver impedida de dar continuidade a sua graduação
e perder sua vaga na universidade.

Neste interim, em juízo provisório do direito afirmado na exordial,


o deferimento da tutela de urgência recursal se mostra razoável,
especificamente para:

1. Determinar a União (MEC) e ao FNDE que realizem o


cumprimento da obrigação de fazer, no sentido de conceder o FIES à
agravante que se encontra devidamente matriculado no curso de medicina;

2. Determinar ao FNDE e a CAIXA que provejam os recursos


necessários e a operacionalização do sistema, no sentido de implementar o
direito ao FIES à estudante, ora agravante, no prazo de 10 dias após a
concessão da tutela de urgência;

3. Determinar a IES que dê andamento nos trâmites


administrativos que lhe caibam, em conformidade com a legislação vigente,
possibilitando à estudante, ora agravante, devidamente matriculada no curso
de Medicina, a contratação do FIES;

Além do mais, dispõe o artigo 1.019, inciso I, do CPC, sobre a


possibilidade de concessão do efeito suspensivo, ao que, sob a ótica do
artigo 996, mister se faz verificar a presença concomitante dos requisitos
necessários para o deferimento de qualquer tutela provisória de urgência,

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quais sejam, a probabilidade de provimento do recurso e o risco de dano
grave, de difícil ou impossível reparação.

Sendo assim, a agravante faz menção a todas alegações fáticas


e de direito destacadas nesta peça recursal, que demonstram o
preenchimento dos requisitos para a concessão do efeito suspensino, e
consequentemente, a antecipação da tutela recursal.

4 - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) o recebimento do presente recurso, bem ainda, o deferimento


liminar da tutela antecipada recursal, no sentido de suspender a decisão
proferida pelo juiz a quo e determinar ao FNDE e a União que procedam com
o financiamento estudantil para a agravante, sob pena de multa;

b) a citação das agravadas, para que, querendo, apresentem


contrarrazões ao agravo de instrumento;

c) ao final, seja dado provimento integral ao recurso, para o fim


de reformar a decisão que indeferiu a tutela de urgência, reconhecendo o
direito à agravante de obter a concessão do Financiamento Estudantil;

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

Goiânia-GO, 09 de setembro de 2022.

Henrique Rodrigues de Almeida

OAB-GO 59.189
F.B

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PROCURAÇÃO AD JUDICIA

ANA MAYANE DIAS DE FREITAS, brasileira, solteira, estudante, RG nº 3412941, CPF nº


026.486.041-11, e-mail: mayanedias046@gmail.com, residente e domiciliado Qnp
09,conjunto Q casa 34, Ceilândia norte, CEP: 72240-817.

OUTORGADOS: Dr. HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA, brasileiro, solteiro,


advogado, inscrito na OAB/GO nº 59189 com endereço profissional à Av. Anhanguera,
5110, condomínio Moacir Teles, sala 805, St. Central, Goiânia - GO, e-mail:
contato@henriquerodrigues.adv.br

PODERES: por este instrumento particular de procuração, constituo meus bastantes


procuradores os outorgados, concedendo-lhes os poderes da cláusula ad judicia et extra,
para o foro em geral, e especialmente para: ajuizar AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM/
MANDADO DE SEGURANÇA. Podendo, portanto, promover quaisquer medidas judiciais
ou administrativas, em qualquer instância, assinar termo, substabelecer com ou sem
reserva de poderes, e praticar ainda, todos e quaisquer atos necessários e convenientes
ao bom e fiel desempenho deste mandato.

PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga aos advogados acima descritos,


os poderes para, em nome do outorgante, receber citação, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação,
receber, dar quitação, firmar compromisso, pedir a justiça gratuita e assinar declaração de
hipossuficiência econômica. (Em conformidade com a norma do art. 105 do NCPC15).

Goiânia-GO, 15 de agosto de 2022.

____________________________________
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
Outorgante

Rodrigues e Aquino
Av. Olinda, 960 - Park Lozandes,
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DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA

ANA MAYANE DIAS DE FREITAS, brasileira, solteira, estudante, RG nº 3412941, CPF nº


026.486.041-11, e-mail: mayanedias046@gmail.com, residente e domiciliado Qnp
09,conjunto Q casa 34, Ceilândia norte, CEP: 72240-817, declaro que não posso custear as
despesas processuais sem colocar em risco o meu próprio sustento e da minha família,
requerendo a concessão dos benefícios da Gratuidade de Justiça, nos termos do artigo 5º,
inciso LXXIV, da CRFB e artigo 99 do NCPC, responsabilizando-me, de forma integral, pelo
conteúdo da presente declaração.

Goiânia-GO, 15 de agosto de 2022.

_______________________________________
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Rodrigues e Aquino
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Número do documento: 22090916025143100000253434505
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO - ENEM 2020
Resultado ENEM 2020

Número de Inscrição: 201033726021


Nome: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
CPF: 026.486.041-11

Língua Estrangeira: Espanhol

Área de Conhecimento Nota Situação

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 581,8 Presente


Ciências Humanas e suas Tecnologias 601,3 Presente
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 601,7 Presente
Matemática e suas Tecnologias 601,3 Presente
Redação 900 Presente

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http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253434506
Número do documento: 22090916025143100000253434506
Ministério da Educação
Fundo de Financiamento Estudantil - Fies
Processo seletivo do primeiro semestre de 2021
CONSULTA DA INSCRIÇÃO

Dados Cadastrais
Nome Completo *
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Declaro desejar fazer uso do nome social “designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida” ,
durante a execução do Processo Seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2018, em seus atos e procedimentos, conforme disposto no
Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016.

CPF * Data de nascimento *


026.486.041-11 19/01/1997

Sexo * RG *
Feminino 3412941

Órgão emissor * UF *
SSP DF

Data de emissão * Estado civil *


27/07/2012 Solteiro

E-mail principal * Telefone celular *


mayane_dias1997@hotmail.com (61) 98136-4521

CEP * Tipo de logradouro *


72241-104 Conjunto

Endereço * Número *
QNP 11 Conjunto D Casa 25

Bairro *
Ceilândia Norte (Ceilândia)

UF * Municipio *
DF Brasília

Questionário
Etnia/Cor*
Branca

Pessoa com deficiência*

Sim Não

Cursou o ensino médio em escola da rede publica?*

Cursei o ensino médio COMPLETO em escola da rede pública.

Cursei o ensino médio PARCIALMENTE em escola da rede pública.

NÃO cursei o ensino médio em escola da rede pública.

Concluiu curso superior?*

Sim Não

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:51 Num. 259514051 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253434507
Número do documento: 22090916025143100000253434507
Ano de conclusão do ensino médio*
2014

Professor do quadro permanente da rede pública de ensino, em efetivo exercício na educação básica? *

Sim Não

Declaro estar ciente e atesto a minha concordância expressa e irretratável com o disposto na Portaria MEC nº 1.009/2020 e no Edital SESu nº 69/2020
e suas alterações, que regulamentam os procedimentos e cronograma do processo seletivo do Fies referente ao primeiro semestre de 2021, bem como o
previsto na Portaria MEC nº 209/2018 e demais atos normativos que regulamentem a contratação do financiamento.

Autorizo o MEC a utilizar e a divulgar as minhas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as informações prestadas no Exame,
inclusive aquelas constantes do questionário socioeconômico, assim como os dados referentes à minha participação no processo seletivo do Fies referente ao
primeiro semestre de 2021.

Grupo Familiar

CPF Nome completo Data de nascimento Grau de parentesco Renda individual (R$)

026.486.041-11 ANA MAYANE DIAS DE FREITAS 19/01/1997 CANDIDATO 0,00

060.531.111-04 CAMILA DIAS RIBEIRO 04/11/2004 IRMÃ 350,00

060.531.201-03 ANA MARY REDUZINO DIAS 03/07/2000 IRMÃ 1.000,00

078.352.081-64 GABRIELA DIAS RIBEIRO 18/12/2006 IRMÃ 350,00

268.387.418-90 ANA PAULA DE QUEIROZ DIAS 11/06/1979 MÃE 3.500,00

Renda familiar mensal bruta (R$): 5.200,00


Renda mensal bruta por pessoa (R$): 1.040,00

Grupo Preferência
Região: Distrito Federal - DF | Mesorregião: Distrito Federal

Curso: MEDICINA | Conceito: 5 | Área: CURSOS DA AREA DE SAUDE | Subárea: MEDICINA

1º opção de curso
MEDICINA 2º opção de curso
3º opção de curso
Código 51835 MEDICINA
MEDICINA
Bacharelado | Turno INTEGRAL Código 1419799
Código 1135207
Bacharelado | Turno INTEGRAL
Bacharelado | Turno INTEGRAL
Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS
SANTOS Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
EURO-AMERICANO Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
Local de oferta: UNIDADE GAMA DE BRASÍLIA
Local de oferta: Centro Universitário
Endereço: Siga Área Especial No- 02, 72460-000, Euro-Americano - Unidade Asa Sul Local de oferta: UNIDADE SEDE
Brasília - Distrito Federal - DF
Endereço: , 70200-001, Brasília - Distrito Federal - Endereço: Eqn 707 907 Conjunto C, 70790-075,
Conceito do curso: 5 (CC) DF Brasília - Distrito Federal - DF

Mensalidade para o Fies: R$ 9.398,00 Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC)

Valor do salário de expectativa para a profissão: Mensalidade para o Fies: R$ 9.965,87 Mensalidade para o Fies: R$ 7.469,75
R$ 5.863,00
Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão:
R$ 1.100,00 R$ 5.863,00

Conclusão

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1ª opção de curso
2ª opção de curso 3ª opção de curso
MEDICINA
MEDICINA MEDICINA
Código 51835
Código 1419799 Código 1135207
Bacharelado | INTEGRAL
Bacharelado | INTEGRAL Bacharelado | INTEGRAL

Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO


DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
SANTOS EURO-AMERICANO DE BRASÍLIA

Local de oferta: UNIDADE GAMA Local de oferta: Centro Universitário Local de oferta: UNIDADE SEDE
Euro-Americano - Unidade Asa Sul
Endereço: Siga Área Especial No- 02 - Distrito Endereço: Eqn 707 907 Conjunto C - Distrito
Federal - DF Endereço: - Distrito Federal - DF Federal - DF

Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC)

Mensalidade para o Fies: R$ 9.398,00 Mensalidade para o Fies: R$ 9.965,87 Mensalidade para o Fies: R$ 7.469,75

Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão:
R$ 5.863,00 R$ 1.100,00 R$ 5.863,00

Quantidade Semestre Concluído: 0 Quantidade Semestre Concluído: 0 Quantidade Semestre Concluído: 0

* Declaro estar ciente dos prazos e procedimentos referentes ao Processo Seletivo do Fies do primeiro semestre de 2021, inclusive aqueles relativos à contratação
do financiamento, comprometendo-me a apresentar toda a documentação exigida pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) e pelo Agente
Financeiro do Fies. Declaro, ainda, que todas as informações prestadas são verdadeiras, sendo que a prestação de informações e/ou documentação falsa implicará em
minha reprovação no referido processo seletivo.

O limite de financiamento será de até R$ 30.000,00 por semestre. Quaisquer valores acima serão de responsabilidade exclusiva do estudante.

Resultado - FIES
Você está participando da lista de espera do processo seletivo do na modalidade Fies.

Acompanhe aqui as convocações dos estudantes pré-selecionados na lista de espera.

Sua classificação é a 315º colocação

Sua nota para concorrer no processo seletivo: 657,22

Nota de corte para o grupo de preferência *: 754,00

* A nota de corte considera o número total de vagas disponíveis no Grupo de Preferência e as notas obtidas no Enem pelos candidatos inscritos no referido grupo, sem
levar em consideração o número de vagas específicas para cada curso. Para a classificação aplica-se a sequência disposta no item 2.1. do Edital nº 69/2020.

A chave de segurança desta inscrição é: 0d6450fc7bf610c69146c286995f907a

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:51 Num. 259514051 - Pág. 3
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033-7 Comprovante de Entrega
Beneficiário: Agência / Código do Cedente Motivo da não entrega ( para uso da empresa entregadora)
UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL S.A.
4289/8951985 ( ) Mudou-s ( ) Ausente ( ) Não Existe nº indicado

Pagador: Nosso Número ( ) Recusad ( ) Não Procurado ( ) Endereço insuficiente


ANA MAYANE DIAS DE FREITAS 025.059.424-20 0000004867297
Vencimento Número do documento Especie Doc (=)Valor do Documento ( ) Desconhecido ( ) Falecido ( ) Outros (Anotar no Ver
10/06/2022 0000004867297 9-REAL R$ 10137,00
Recebi (emos) o bloqueto/titulo Data Assinatura Data Entrregador
Com as características acima

033-7 COBRANÇA SIMPLES - RCR Recibo do Sacado


Local de Pagamento Vencimento

PAGAR PREFERENCIALMENTE NO BANCO SANTANDER 10/06/2022


Beneficiário: Agência / Código beneficiário
UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL S.A. 00.720.144/0001-12 4289/8951985
Data do Documento Número do documento Especie Doc Aceite Data do Processamento Nosso Número
03/06/2022 0000004867297 DM NAO 10/07/2022 0000004867297
Carteira Especie Quantidade Valor Valor do Documento
COBRANÇA SIMPLES-RCR 9-REAL R$ 10137,00
INSTRUÇÕES (TODAS INFORMAÇÕES DESTE BLOQUETO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO CEDENTE) (-) Desconto / Abatimento
Até o vencimento desconto de R$ 0,00
(-) Outras Deduções
Serviço
Serviço: SERVIÇOS EDUCACIONAIS (GRADUAÇÃO) Ano/Semestre: 2022/1 Parcela: 6 (+) Mora / Multa

Após os vencimentos acima indicados, sobre o valor líquido, cobrar multa de 2%+(0,033%) a. d. (+) Outros Acréscimos
NAO RECEBER APOS 30 DIAS DE VENCIMENTO
(=) Valor Cobrado
R.F. JOSÉ CARLOS DE QUEIROZ DIAS Id Boleto: 737011
Pagador: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS CNPJ\CPF: 025.059.424-20
Turma: MED3BI6
COPAIBA LT 01 TORRE E COND DF CENTU 217 217 AGUAS CLARAS
Matricula: 0015348
71931720 Brasília DF
Pagador/Avalista: Código de Baixa:

Recebimento através do cheque nº Banco ----------- Autenticação Mecânica --------


do cheque pelo Banco do sacado.
Esta quitação só terá validade após pagament
Destacar aqui

033-7 03399.89519 98500.000041 86729.701010 2 90120001013700


Local de Pagamento Vencimento

PAGAR PREFERENCIALMENTE NO BANCO SANTANDER 10/06/2022


Beneficiário: Agência / Código beneficiário
UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL S.A. 00.720.144/0001-12 4289/8951985
Data do Documento Número do documento Especie Doc Aceite Data do Processamento Nosso Número
03/06/2022 0000004867297 DM NAO 10/07/2022 0000004867297
Carteira Especie Quantidade Valor Valor do Documento
COBRANÇA SIMPLES-RCR 9-REAL R$ 10137,00
INSTRUÇÕES (TODAS INFORMAÇÕES DESTE BLOQUETO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO CEDENTE) (-) Desconto / Abatimento
Até o vencimento desconto de R$ 0,00
(-) Outras Deduções

RCR
Serviço
Serviço: SERVIÇOS EDUCACIONAIS (GRADUAÇÃO) Ano/Semestre: 2022/1 Parcela: 6 (+) Mora / Multa

Após os vencimentos acima indicados, sobre o valor líquido, cobrar multa de 2%+(0,033%) a. d. (+) Outros Acréscimos
NAO RECEBER APOS 30 DIAS DE VENCIMENTO
(=) Valor Cobrado
R.F. JOSÉ CARLOS DE QUEIROZ DIAS Id Boleto:
Pagador: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS CNPJ\CPF: 025.059.424-20
COPAIBA LT 01 TORRE E COND DF CENTU 217 217 AGUAS CLARAS Turma: MED3BI6
71931720 Brasília DF Matricula: 0015348
Pagador/Avalista Código de Baixa:

---------Autenticação Mecânica ---------

Ficha de Compensação

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:51 Num. 259514054 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253434510
Número do documento: 22090916025143100000253434510
Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514055 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253434511
Número do documento: 22090916025143100000253434511
Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514055 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253434511
Número do documento: 22090916025143100000253434511
Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514056 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440462
Número do documento: 22090916025143100000253440462
Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514057 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440463
Número do documento: 22090916025143100000253440463
Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514058 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440464
Número do documento: 22090916025143100000253440464
Carta Pessoal
21 de Agosto, 2022.
Ana Mayane Dias de Freitas

Por meio dessa carta gostaria de esclarecer que o objetivo não é lubridiar o sistema ou ir por um caminho que aparenta
ser mais fácil; mas sim alcançar um sonho que tenho há 8 anos. E estou muito cansada de lutar, já não tenho mais
meios para alcançar o meu desejo e eu cheguei no meu limite até aqui e peço que me ajude a concluir. Porque sozinha
não estou conseguindo, infelizmente.

Minha história
Obs: tentarei ser o mais breve possível.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514059 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440465
Número do documento: 22090916025143100000253440465
Terminei o Ensino Médio em 2014 na escola Jesus Maria José. Em 2015 comecei a fazer cursinho para medicina e
como não tenho condições financeiras o suficiente para fazer uma faculdade particular, sempre foquei em passar em
uma publica, portanto fiquei durante 6 anos fazendo cursinho e tentando o Enem todos os anos. E eu sou a pessoa
mais persistente e forte, quem me conhece sabe que vou até o fim quando quero muito algo. Nessa época, morava
com minha tia, porque ficava mais perto do meu cursinho e não foi nada fácil, pois sair da casa mãe para morar de
favor, não desejo isso para ninguém... ouvi durante todos esses anos que eu deveria fazer enfermagem, que esse
curso não era para mim porque nasci pobre, que eu tinha que cair na minha realidade e eu abri mão de um
relacionamento de 7 anos para continuar lutando pela medicina; então, além da rotina desgastante e da minha
autocobrança, tinha a cobrança das pessoas que estavam ao meu redor, todavia continuava caindo e levantando
todos os dias. Porém, tudo na vida tem seu preço e eu estava disposta a pagar o valor necessário para conseguir
entrar na faculdade de medicina, visto que também tinha que provar a mim mesma que eu era capaz.
Em 2018, a conta de todo esse estresse começou a chegar, tive diarreia durante 2 semanas depois de um episódio
de tristeza muito intensa e fui diagnosticada com síndrome do intestino irritável. Nos anos posteriores, descobri que
estava com depressão e hipotireoidismo autoimune.
Em 2021, meu tio José Carlos pagou a inscrição de uma particular, no dia de realizar a prova uma pessoa me disse
“você deveria fazer outro curso, porque tem muitos médicos desempregados e vai passar fome” e nesse vestibular
consegui ter êxito. Fiquei tão feliz, apesar de a batalha ainda não ter acabado. Minha família se esforçou muito para
pagar dois semestres na expectativa que conseguisse alguma bolsa, fies ou financiamento, entretanto não obtive
sucesso em nenhum. Inclusive, esse semestre ainda não foi pago, uma vez que não temos mais de onde tirar o
dinheiro; portanto não será possível continuar e estou trancando. Além disso, recentemente meu pai faleceu de
infarto; então, não está sendo um mês muito fácil.
Mesmo fazendo quando estava fazendo o curso que eu tanto lutei e pedi a Deus, não me sentia em paz. Visto que
passava o semestre inteiro procurando formas de pagar a faculdade, e inscrevendo em transferências e todos os
encerramentos de semestre é um novo sofrimento de “como vou pagar o próximo ou vou ter que trancar”, viver na
incerteza causa muita angústia. Às vezes, estou muito cansada de tanto estudar, pegar ônibus para um lugar tão longe,
no entanto mesmo assim me sinto grata por estar tendo a oportunidade de fazer medicina e apenas peço que o tempo
passe o mais devagar possível, porque eu sei que nas férias o que me espera são as mesmas incertezas do futuro... E
me dói muito ter que desistir de tudo isso e voltar para o cursinho. Começar do zero e saber o que me espera é
devastador. Só queria apenas uma oportunidade de aproveitar cada segundo desse sonho com tranquilidade, sem me
preocupar em como vou pagar esses semestres ou como vou pagar o próximo.
Sobre minha família: eu moro com minha mãe, minha irmã Ana Mary, Camila, Gabriela e Luiz Henrique. A única pessoa
que tem uma renda é a minha mãe e moramos em uma casa que pertence a minha tia Angela Maria. Então, nossas
condições não são muito boas; no entanto, mesmo diante de tantas dificuldades quero vencer na vida e dar o melhor
para minha família. A minha mãe é uma guerreira, ela acorda todos os dias as 01:30 da manhã para ir à feira do
produtor e vender as verduras; ademais quando chega em casa já tem que embalar para o dia seguinte, ela está se
acabando a cada dia que passa e tudo que eu mais quero é dar o melhor para que nunca mais precise trabalhar tanto.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:52 Num. 259514059 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440465
Número do documento: 22090916025143100000253440465
AO JUÍZO DA 21ª VARA FEDERAL DA SJDF

PROCESSO: 1054577-56.2022.4.01.3400

ANA MAYANE DIAS DE FREITAS, já devidamente qualificada nos


autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado, vem a presença de Vossa
Excelência, anexar carta pessoal da autora, bem como laudos que evidenciam
características leves de ansiedade e sintomas depressivos.

Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia, 24 de agosto de 2022

Henrique Rodrigues de Almeida

OAB-GO 59.189

jp

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - 09/09/2022 16:03:53 Num. 259514060 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090916025143100000253440466
Número do documento: 22090916025143100000253440466
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Distribuição

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000

INFORMAÇÃO DE PREVENÇÃO

NEGATIVA

A Distribuição do(a) Tribunal Regional Federal da 1ª Região informa que, após análise do relatório de prevenção gerado
automaticamente pelo sistema PJe e pesquisa nos demais sistemas eletrônicos da Justiça Federal da 1ª Região, não
foram identificados processos possivelmente preventos ao processo 1032210-53.2022.4.01.0000.

Encaminhem-se os autos ao órgão julgador do processo.

BRASíLIA, 9 de setembro de 2022.

(assinado eletronicamente)
Servidor

Assinado eletronicamente por: MARIANA MUNIZ FERREIRA - 09/09/2022 18:49:48 Num. 259563017 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090917432329600000253480983
Número do documento: 22090917432329600000253480983
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000

Processo de origem: 1054577-56.2022.4.01.3400

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE

AGRAVANTE: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Advogado do(a) AGRAVANTE: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A

AGRAVADO: UNIÃO FEDERAL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF, FUNDO NACIONAL DE


DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO

DECISÃO

Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo


juízo da 21ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, nos autos da ação
ajuizada por ANA MAYANE DIAS DE FREITAS contra a União Federal, a Caixa
Econômica Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, em
que se busca a concessão de provimento judicial, no sentido de que seja assegurado à
suplicante o direito ao financiamento estudantil, com recursos do Fundo de Financiamento
Estudantil – FIES, independentemente das restrições impostas pelo Ministério da
Educação, no ponto em que inibem a participação de estudantes no aludido Programa,
segundo a nota por eles obtida no Exame Nacional de Cursos - ENEM.

O juízo monocrático indeferiu o pedido de antecipação da tutela formulado


nos aludidos autos, nestes termos:

Trata-se de ação de procedimento comum ajuizada com o objetivo de, em


sede de tutela provisória de urgência, suspender os efeitos dos arts. 17 e 18
da Portaria do MEC nº 38/2021, bem como o item 3 do Edital nº 79/2022, que
rege o processo seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2022, e,
dessa forma, impelir os requeridos a concederem o Financiamento Estudantil
(Fies) à requerente.

A autora pretende obter financiamento estudantil para o Curso de Medicina,


contudo, sustenta que as regras dos arts. 17 e 18 da Portaria nº 38/2021
limitam o seu acesso, porque baseado por classificação aritmética de sua
nota obtida no ENEM.

Não conformada, argumenta que a educação é um direito fundamental, como


evidencia o art. 205 da CF/88. Também defende que a Portaria do MEC não
pode se sobrepor à lei, em obediência ao princípio da hierarquia das leis,
devendo prevalecer as disposições da Lei 10.260/2001, que não prevê
desempenho mínimo para concessão do Fies.

Com a inicial, vieram documentos.

É o relatório.

Decido.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE SOUZA PRUDENTE - 12/09/2022 08:42:02 Num. 259583022 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090919065214900000253501480
Número do documento: 22090919065214900000253501480
A antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional pretendida, em face de sua
natureza eminentemente mandamental, impõe, para a sua concessão, a
demonstração concomitante de elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300
do CPC).

Mas da análise dos fundamentos esposados pela parte autora, em um juízo


de cognição sumária a que estou adstrito neste momento, não vislumbro a
presença dos requisitos necessários a autorizar a concessão da pretendida
tutela de urgência.

O objetivo do FIES está determinado no art. 1º da Lei nº 10.260/2001, com a


redação dada pela Lei 12.513/2011, que assim preconiza:

Art. 1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento


Estudantil (Fies), de natureza contábil, destinado à concessão de
financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores
não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
Ministério da Educação, de acordo com regulamentação própria.

§ 1º O financiamento de que trata o caput poderá beneficiar estudantes


matriculados em cursos da educação profissional e tecnológica, bem como
em programas de mestrado e doutorado com avaliação positiva, desde que
haja disponibilidade de recursos.

E, quanto à gestão, a mesma Lei determina no art. 3º o seguinte:

Art. 3º A gestão do FIES caberá:

I - ao Ministério da Educação, na qualidade de:

a) formulador da política de oferta de vagas e de seleção de estudantes, nos


termos do que for aprovado pelo CG-Fies;

b) supervisor do cumprimento das normas do programa;

c) administrador dos ativos e passivos do Fies, podendo esta atribuição ser


delegada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE);

II - a instituição financeira pública federal, contratada na qualidade de agente


operador, na forma a ser regulamentada pelo Ministério da Educação;

III - ao Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (CG-Fies), que


terá sua composição, sua estrutura e sua competência instituídas e
regulamentadas por decreto, na qualidade de:

a) formulador da política de oferta de financiamento) supervisor da execução


das operações do Fies sob coordenação do Ministério da Educação.

§ 1º O Ministério da Educação, nos termos do que for aprovado pelo

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE SOUZA PRUDENTE - 12/09/2022 08:42:02 Num. 259583022 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090919065214900000253501480
Número do documento: 22090919065214900000253501480
CG-Fies, editará regulamento sobre:

I - as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser


considerados a renda familiar per capita e outros requisitos, e as regras de
oferta de vagas; - nosso destaque

(...)

Assim, a Lei autorizou ao MEC estabelecer e editar as regras de seleção para


o financiamento pelo FIES.

Além disso, nos termos do art. 1º, § 6º, da Lei 10.260/2001, com redação
dada pela Lei 13.530/2017, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), tem
natureza contábil e caráter social, sendo destinado à concessão de
financiamento a estudantes de cursos superiores não gratuitos e com
avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério, de acordo com
regulamentação própria.

Desse modo, se por um lado as normas secundárias não geram direitos nem
criam obrigações e também não devem contrariar as normas primárias, mas,
sim, complementá-las para possibilitarem a sua aplicação, por outro lado,
considerando que a referida Lei exige que exista uma ordem de prioridade
para a oferta do FIES aos estudantes, que não foi por ela explicitada,
evidentemente demanda-se que a matéria seja regulamentada.

Pois bem, pelo que se infere da peça vestibular, a autora se insurge contra a
Portaria Normativa MEC nº 38, ainda de 22/01/2021, que manteve a regra da
nota de corte no Exame Nacional do Ensino Médico (ENEM) como sendo a
média aritmética das notas nele obtidas em cuja edição o candidato tenha
obtido a maior média (arts. 17 e 18).

Ora, a regra da nota de corte não é nova. Trata-se de critério notoriamente


conhecido dede 2014 e a sua legalidade já foi confirmada pelo STF na ADPF
nº 341, que assim dispôs, verbis:

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. ADPF. NOVAS REGRAS


REFERENTES AO FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE DO
ENSINO SUPERIOR - FIES. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO
RETROATIVA. LIMINAR REFERENDADA.

1. O art. 3º da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 alterou a redação do art.


19 da Portaria Normativa MEC nº 10/2010, passando a exigir média superior
a 450 pontos e nota superior a zero nas redações do ENEM, como condição
para a obtenção de financiamento de curso superior junto ao Fundo de
Financiamento ao Estudante de Ensino Superior - FIES.

2. O art. 12 da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 previu que as novas


exigência entrariam em vigor apenas em 30.03.2015, muito embora as
inscrições para o FIES tenham se iniciado em 23.02.2015, conforme Portaria
Normativa nº 2/2015. Previu-se, portanto, uma norma de transição entre o

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE SOUZA PRUDENTE - 12/09/2022 08:42:02 Num. 259583022 - Pág. 3
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Número do documento: 22090919065214900000253501480
antigo e o novo regime jurídico aplicável ao FIES, possibilitando-se que,
durante o prazo da vacatio legis, os estudantes se inscrevessem no sistema
com base nas normas antigas.

3. Plausibilidade jurídica da alegação de violação à segurança jurídica


configurada pela possibilidade de ter ocorrido aplicação retroativa da norma
nova, no que respeita aos estudantes que: (i) já dispunham de contratos
celebrados com o FIES e pretendiam renová-los; (ii) requereram e não
obtiveram sua inscrição no FIES, durante o prazo da vacatio legis, com base
nas regras antigas. Perigo na demora configurado, tendo em vista o
transcurso do prazo para renovação dos contratos, bem como em razão do
avanço do semestre letivo.

4. Cautelar referendada para determinar a não aplicação da exigência de


desempenho mínimo no ENEM em caso de: (i) renovações de contratos de
financiamento; (ii) novas inscrições requeridas até 29.03.2015.

5. Indeferimento da cautelar no que respeita aos demais estudantes que


requereram seu ingresso no FIES em 2015, após 29.03.2015, aos quais
devem ser aplicadas as novas normas. – nosso destaque

Como visto, a Portaria ora combatida não desborda do poder regulamentador,


legalmente autorizado.

E a regra imposta é decorrência natural dos próprios limites orçamentários


dos recursos destinados a essa política pública, além de configurar previsão
razoável e alinhada aos ditames estudantis.

De todo modo, é oportuno destacar que a Primeira Seção do egrégio STJ,


apreciando caso análogo ao dos autos, firmou entendimento no sentido de
que “o estabelecimento de condições para a concessão do financiamento do
FIES insere-se no âmbito da conveniência e oportunidade da Administração,
e, portanto, não podem ser modificados ou afastados pelo Judiciário, sendo
reservado a este Poder apenas o exame da legalidade do ato administrativo,
sendo-lhe defeso qualquer incursão no mérito administrativo” (STJ, MS nº
20.074/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de
1º/07/2013).

Outros precedentes: MS nº 201301473835, Rel. HERMAN BENJAMIN, DJE


de 23/09/2014; EDMS nº 201400382153, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, DJE de 29/04/2015.

Até porque a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no


sentido de não reconhecer direito adquirido a regime jurídico.

Quanto ao direito constitucional à educação, é importante dizer que o art.


208, inciso I, da CF/88 é enfático ao reconhecer que esse direito é um dever
do Estado que deve, obrigatoriamente, garantir a educação básica e de forma
gratuita às crianças desde os 4 (quatro) anos até os 17 (dezessete) anos.
Confira:

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE SOUZA PRUDENTE - 12/09/2022 08:42:02 Num. 259583022 - Pág. 4
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090919065214900000253501480
Número do documento: 22090919065214900000253501480
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:

I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17


(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para
todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; - nosso destaque

Na sequência, o acesso ao ensino superior gratuito é oferecido pelas


universidades públicas.

E existem algumas centenas de universidade públicas financiadas pelos


Governos federal, estadual, distrital e municipal. Entre elas se incluem as
universidades mais renomadas do país (USP, UniCamp, UFRGS, UFRJ,
UFMG, UFPE, UFBA, UFPR, UnB).

Mas não foi em uma dessas que a autora se matriculou e é irrelevante saber
o motivo.

O fato é que a requerente optou por fazer seu curso superior em uma
universidade privada e por intermédio do FIES, devendo, desse modo, se
submeter às regras para obtenção do financiamento estudantil pretendido.

Em suma, neste juízo de cognição sumária, inexiste comprovação de


qualquer forma de violação às normas regentes do financiamento estudantil,
a autorizar o deferimento da medida pleiteada neste momento.

Ante o exposto, INDEFIRO os pedidos de tutela provisória de urgência.

Defiro a gratuidade judiciária à requerente.

Em suas razões recursais, insiste a recorrente na concessão da almejada


antecipação da tutela mandamental postulada nos autos de origem.

***

Não obstante os fundamentos em que se amparou a decisão agravada, vejo


presentes, na espécie, os pressupostos do art. 1019, I, do CPC, a ensejar a concessão da
almejada antecipação da tutela recursal, notadamente em face do seu caráter
manifestamente precautivo e, por isso, compatível com a tutela cautelar do agravo,
manifestada nas letras e na inteligência do referido dispositivo legal, de forma a
possibilitar a formalização de novos contratos de financiamento estudantil e assegurar,
por conseguinte, o pleno acesso ao ensino superior, como garantia fundamental
assegurada em nossa Constituição Federal, na determinação cogente e de eficácia
imediata (CF, art. 5º, § 1º), no sentido de que “a educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CF, art. 205).

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Número do documento: 22090919065214900000253501480
Ademais, impende consignar que o mencionado Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior – FIES foi criado pela Lei nº 10.260/2001, posteriormente
modificada, que, em seu art. 1º, assim estabelece:

Art.1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil


(Fies), de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Educação, destinado à
concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores, na
modalidade presencial ou a distância, não gratuitos e com avaliação positiva
nos processos conduzidos pelo Ministério, de acordo com regulamentação
própria.

§ 1º O financiamento de que trata o caput deste artigo poderá beneficiar


estudantes matriculados em cursos da educação profissional, técnica e
tecnológica, e em programas de mestrado e doutorado com avaliação
positiva, desde que haja disponibilidade de recursos, nos termos do que for
aprovado pelo Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (CG-
Fies)

(...)

§ 6º O financiamento com recursos do Fies será destinado prioritariamente a


estudantes que não tenham concluído o ensino superior e não tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil, vedada a concessão de novo
financiamento a estudante em período de utilização de financiamento pelo
Fies ou que não tenha quitado financiamento anterior pelo Fies ou pelo
Programa de Crédito Educativo, de que trata a Lei no 8.436, de 25 de junho
de 1992.

Por sua vez, estabelece o art. 15-D, caput, da referida Lei, com a redação
dada pela Lei nº 13.530-2017, que “é instituído, nos termos desta Lei, o Programa de
Financiamento Estudantil, destinado à concessão de financiamento a estudantes em
cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
Ministério da Educação, de acordo com regulamentação própria, e que também tratará
das faixas de renda abrangidas por essa modalidade do Fies”.

Da leitura dos dispositivos legais em referência, verifica-se que, efetivamente,


não se vislumbra, dentre as condições legalmente estabelecidas, a exigência de que o
aluno tenha sido submetido ao Exame Nacional de Ensino Médio – ENEM, nem,
tampouco, que tenha obtido a média mínima exigida nos atos normativos hostilizados nos
presentes autos.

É bem verdade que o art. 3º da referida Lei nº 10.260/2011, estabelece que a


gestão do FIES caberá ao Ministério da Educação, que editará regulamento dispondo
sobre “as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser
considerados a renda familiar per capita, proporcional ao valor do encargo educacional do
curso pretendido, e outros requisitos, bem como as regras de oferta de vagas”.

De ver-se, porém, que, os tais “outros requisitos” a que se reporta o

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http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22090919065214900000253501480
Número do documento: 22090919065214900000253501480
dispositivo legal em referência, não podem extrapolar os limites estabelecidos pela
própria Lei de criação do FIES, como no caso, sob pena de violação ao princípio da
legalidade, segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, inciso II), mormente em face da finalidade
precípua do financiamento estudantil em referência, que consiste em propiciar, sem
qualquer limitação, o livre acesso ao ensino superior, sintonizando-se, com o exercício do
direito constitucional à educação (CF, art. 205) e com a expectativa de futuro retorno
intelectual em proveito da nação, que há de prevalecer sobre formalismos eventualmente
inibidores e desestimuladores do potencial científico daí decorrente.

***

Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela recursal


formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do contrato de
financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao curso superior em que
se encontra matriculada, independentemente das restrições descritas nos autos, até o
pronunciamento definitivo da Turma julgadora.

Comunique-se, com urgência, via e-mail, aos Srs. Presidentes da Caixa


Econômica Federal e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, para
fins de cumprimento desta decisão mandamental, cientificando-se, também, ao juízo
monocrático, na dimensão eficacial do art. 1.008 do CPC.

Intimem-se os recorridos, nos termos e para as finalidades do art. 1.019, II, do


referido diploma legal, abrindo-se vistas, após, à douta Procuradoria Regional da
República.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília-DF., em 9 de setembro de 2022.

Desembargador Federal Souza Prudente

Relator

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Número do documento: 22090919065214900000253501480
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 5ª Turma
Gab. 13 - DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000 PROCESSO REFERÊNCIA: 1054577-56.2022.4.01.3400


CLASSE: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
POLO ATIVO: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
REPRESENTANTES POLO ATIVO: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A
POLO PASSIVO:UNIÃO FEDERAL e outros

COMUNICAÇÃO

Senhor(a) Diretor(a) de Secretaria,

Comunico, para as providências cabíveis, a decisão proferida abaixo, no processo 1032210-53.2022.4.01.0000


Processo Referência: 1054577-56.2022.4.01.3400.

JOSIAS JOSE DOS SANTOS

Servidor

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000


Processo de origem: 1054577-56.2022.4.01.3400
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE
AGRAVANTE: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
Advogado do(a) AGRAVANTE: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A
AGRAVADO: UNIÃO FEDERAL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF, FUNDO
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO

DECISÃO

Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão


proferida pelo juízo da 21ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal,
nos autos da ação ajuizada por ANA MAYANE DIAS DE FREITAS contra a União
Federal, a Caixa Econômica Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, em que se busca a concessão de provimento judicial, no
sentido de que seja assegurado à suplicante o direito ao financiamento estudantil,
com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil – FIES, independentemente
das restrições impostas pelo Ministério da Educação, no ponto em que inibem a
participação de estudantes no aludido Programa, segundo a nota por eles obtida
no Exame Nacional de Cursos - ENEM.

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
O juízo monocrático indeferiu o pedido de antecipação da tutela
formulado nos aludidos autos, nestes termos:

Trata-se de ação de procedimento comum ajuizada com o objetivo


de, em sede de tutela provisória de urgência, suspender os efeitos
dos arts. 17 e 18 da Portaria do MEC nº 38/2021, bem como o item 3
do Edital nº 79/2022, que rege o processo seletivo do Fies referente
ao segundo semestre de 2022, e, dessa forma, impelir os requeridos
a concederem o Financiamento Estudantil (Fies) à requerente.

A autora pretende obter financiamento estudantil para o Curso de


Medicina, contudo, sustenta que as regras dos arts. 17 e 18 da
Portaria nº 38/2021 limitam o seu acesso, porque baseado por
classificação aritmética de sua nota obtida no ENEM.

Não conformada, argumenta que a educação é um direito


fundamental, como evidencia o art. 205 da CF/88. Também defende
que a Portaria do MEC não pode se sobrepor à lei, em obediência ao
princípio da hierarquia das leis, devendo prevalecer as disposições
da Lei 10.260/2001, que não prevê desempenho mínimo para
concessão do Fies.

Com a inicial, vieram documentos.

É o relatório.

Decido.

A antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional pretendida, em face


de sua natureza eminentemente mandamental, impõe, para a sua
concessão, a demonstração concomitante de elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC).

Mas da análise dos fundamentos esposados pela parte autora, em


um juízo de cognição sumária a que estou adstrito neste momento,
não vislumbro a presença dos requisitos necessários a autorizar a
concessão da pretendida tutela de urgência.

O objetivo do FIES está determinado no art. 1º da Lei nº


10.260/2001, com a redação dada pela Lei 12.513/2011, que assim
preconiza:

Art. 1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento


Estudantil (Fies), de natureza contábil, destinado à concessão de
financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos
superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério da Educação, de acordo com
regulamentação própria.

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 09:51:50 Num. 259731061 - Pág. 2
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Número do documento: 22091209512387700000253656466
§ 1º O financiamento de que trata o caput poderá beneficiar
estudantes matriculados em cursos da educação profissional e
tecnológica, bem como em programas de mestrado e doutorado com
avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de recursos.

E, quanto à gestão, a mesma Lei determina no art. 3º o seguinte:

Art. 3º A gestão do FIES caberá:

I - ao Ministério da Educação, na qualidade de:

a) formulador da política de oferta de vagas e de seleção de


estudantes, nos termos do que for aprovado pelo CG-Fies;

b) supervisor do cumprimento das normas do programa;

c) administrador dos ativos e passivos do Fies, podendo esta


atribuição ser delegada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE);

II - a instituição financeira pública federal, contratada na qualidade de


agente operador, na forma a ser regulamentada pelo Ministério da
Educação;

III - ao Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (CG-


Fies), que terá sua composição, sua estrutura e sua competência
instituídas e regulamentadas por decreto, na qualidade de:

a) formulador da política de oferta de financiamento) supervisor da


execução das operações do Fies sob coordenação do Ministério da
Educação.

§ 1º O Ministério da Educação, nos termos do que for aprovado


pelo CG-Fies, editará regulamento sobre:

I - as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo


ser considerados a renda familiar per capita e outros requisitos, e
as regras de oferta de vagas; - nosso destaque

(...)

Assim, a Lei autorizou ao MEC estabelecer e editar as regras de


seleção para o financiamento pelo FIES.

Além disso, nos termos do art. 1º, § 6º, da Lei 10.260/2001, com
redação dada pela Lei 13.530/2017, o Fundo de Financiamento
Estudantil (FIES), tem natureza contábil e caráter social, sendo
destinado à concessão de financiamento a estudantes de cursos
superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério, de acordo com regulamentação própria.

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
Desse modo, se por um lado as normas secundárias não geram
direitos nem criam obrigações e também não devem contrariar as
normas primárias, mas, sim, complementá-las para possibilitarem a
sua aplicação, por outro lado, considerando que a referida Lei exige
que exista uma ordem de prioridade para a oferta do FIES aos
estudantes, que não foi por ela explicitada, evidentemente demanda-
se que a matéria seja regulamentada.

Pois bem, pelo que se infere da peça vestibular, a autora se insurge


contra a Portaria Normativa MEC nº 38, ainda de 22/01/2021, que
manteve a regra da nota de corte no Exame Nacional do Ensino
Médico (ENEM) como sendo a média aritmética das notas nele
obtidas em cuja edição o candidato tenha obtido a maior média (arts.
17 e 18).

Ora, a regra da nota de corte não é nova. Trata-se de critério


notoriamente conhecido dede 2014 e a sua legalidade já foi
confirmada pelo STF na ADPF nº 341, que assim dispôs, verbis:

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. ADPF. NOVAS REGRAS


REFERENTES AO FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE
DO ENSINO SUPERIOR - FIES. IMPOSSIBILIDADE DE
APLICAÇÃO RETROATIVA. LIMINAR REFERENDADA.

1. O art. 3º da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 alterou a redação


do art. 19 da Portaria Normativa MEC nº 10/2010, passando a exigir
média superior a 450 pontos e nota superior a zero nas redações do
ENEM, como condição para a obtenção de financiamento de curso
superior junto ao Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino
Superior - FIES.

2. O art. 12 da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 previu que as


novas exigência entrariam em vigor apenas em 30.03.2015, muito
embora as inscrições para o FIES tenham se iniciado em 23.02.2015,
conforme Portaria Normativa nº 2/2015. Previu-se, portanto, uma
norma de transição entre o antigo e o novo regime jurídico aplicável
ao FIES, possibilitando-se que, durante o prazo da vacatio legis, os
estudantes se inscrevessem no sistema com base nas normas
antigas.

3. Plausibilidade jurídica da alegação de violação à segurança


jurídica configurada pela possibilidade de ter ocorrido aplicação
retroativa da norma nova, no que respeita aos estudantes que: (i) já
dispunham de contratos celebrados com o FIES e pretendiam
renová-los; (ii) requereram e não obtiveram sua inscrição no FIES,
durante o prazo da vacatio legis, com base nas regras antigas.
Perigo na demora configurado, tendo em vista o transcurso do prazo
para renovação dos contratos, bem como em razão do avanço do
semestre letivo.

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
4. Cautelar referendada para determinar a não aplicação da
exigência de desempenho mínimo no ENEM em caso de: (i)
renovações de contratos de financiamento; (ii) novas inscrições
requeridas até 29.03.2015.

5. Indeferimento da cautelar no que respeita aos demais


estudantes que requereram seu ingresso no FIES em 2015, após
29.03.2015, aos quais devem ser aplicadas as novas normas.
– nosso destaque

Como visto, a Portaria ora combatida não desborda do poder


regulamentador, legalmente autorizado.

E a regra imposta é decorrência natural dos próprios limites


orçamentários dos recursos destinados a essa política pública, além
de configurar previsão razoável e alinhada aos ditames estudantis.

De todo modo, é oportuno destacar que a Primeira Seção do egrégio


STJ, apreciando caso análogo ao dos autos, firmou entendimento no
sentido de que “o estabelecimento de condições para a concessão
do financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência e
oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser
modificados ou afastados pelo Judiciário, sendo reservado a este
Poder apenas o exame da legalidade do ato administrativo, sendo-
lhe defeso qualquer incursão no mérito administrativo” (STJ, MS nº
20.074/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de
1º/07/2013).

Outros precedentes: MS nº 201301473835, Rel. HERMAN


BENJAMIN, DJE de 23/09/2014; EDMS nº 201400382153, Rel.
Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, DJE de 29/04/2015.

Até porque a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica


no sentido de não reconhecer direito adquirido a regime jurídico.

Quanto ao direito constitucional à educação, é importante dizer que o


art. 208, inciso I, da CF/88 é enfático ao reconhecer que esse direito
é um dever do Estado que deve, obrigatoriamente, garantir a
educação básica e de forma gratuita às crianças desde os 4 (quatro)
anos até os 17 (dezessete) anos. Confira:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante


a garantia de:

I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17


(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; - nosso
destaque

Na sequência, o acesso ao ensino superior gratuito é oferecido pelas

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
universidades públicas.

E existem algumas centenas de universidade públicas financiadas


pelos Governos federal, estadual, distrital e municipal. Entre elas se
incluem as universidades mais renomadas do país (USP, UniCamp,
UFRGS, UFRJ, UFMG, UFPE, UFBA, UFPR, UnB).

Mas não foi em uma dessas que a autora se matriculou e é


irrelevante saber o motivo.

O fato é que a requerente optou por fazer seu curso superior em uma
universidade privada e por intermédio do FIES, devendo, desse
modo, se submeter às regras para obtenção do financiamento
estudantil pretendido.

Em suma, neste juízo de cognição sumária, inexiste comprovação de


qualquer forma de violação às normas regentes do financiamento
estudantil, a autorizar o deferimento da medida pleiteada neste
momento.

Ante o exposto, INDEFIRO os pedidos de tutela provisória de


urgência.

Defiro a gratuidade judiciária à requerente.

Em suas razões recursais, insiste a recorrente na concessão da


almejada antecipação da tutela mandamental postulada nos autos de origem.

***

Não obstante os fundamentos em que se amparou a decisão


agravada, vejo presentes, na espécie, os pressupostos do art. 1019, I, do CPC, a
ensejar a concessão da almejada antecipação da tutela recursal, notadamente
em face do seu caráter manifestamente precautivo e, por isso, compatível com a
tutela cautelar do agravo, manifestada nas letras e na inteligência do referido
dispositivo legal, de forma a possibilitar a formalização de novos contratos de
financiamento estudantil e assegurar, por conseguinte, o pleno acesso ao ensino
superior, como garantia fundamental assegurada em nossa Constituição Federal,
na determinação cogente e de eficácia imediata (CF, art. 5º, § 1º), no sentido de
que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CF, art. 205).

Ademais, impende consignar que o mencionado Fundo de


Financiamento ao Estudante do Ensino Superior – FIES foi criado pela Lei nº
10.260/2001, posteriormente modificada, que, em seu art. 1º, assim estabelece:

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
Art.1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies), de natureza contábil, vinculado ao Ministério da
Educação, destinado à concessão de financiamento a estudantes de
cursos superiores, na modalidade presencial ou a distância, não
gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
Ministério, de acordo com regulamentação própria.

§ 1º O financiamento de que trata o caput deste artigo poderá


beneficiar estudantes matriculados em cursos da educação
profissional, técnica e tecnológica, e em programas de mestrado e
doutorado com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de
recursos, nos termos do que for aprovado pelo Comitê Gestor do
Fundo de Financiamento Estudantil (CG-Fies)

(...)

§ 6º O financiamento com recursos do Fies será destinado


prioritariamente a estudantes que não tenham concluído o ensino
superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento
estudantil, vedada a concessão de novo financiamento a estudante
em período de utilização de financiamento pelo Fies ou que não
tenha quitado financiamento anterior pelo Fies ou pelo Programa de
Crédito Educativo, de que trata a Lei no 8.436, de 25 de junho de
1992.

Por sua vez, estabelece o art. 15-D, caput, da referida Lei, com a
redação dada pela Lei nº 13.530-2017, que “é instituído, nos termos desta Lei, o
Programa de Financiamento Estudantil, destinado à concessão de financiamento
a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação, de acordo com
regulamentação própria, e que também tratará das faixas de renda abrangidas
por essa modalidade do Fies”.

Da leitura dos dispositivos legais em referência, verifica-se que,


efetivamente, não se vislumbra, dentre as condições legalmente estabelecidas, a
exigência de que o aluno tenha sido submetido ao Exame Nacional de Ensino
Médio – ENEM, nem, tampouco, que tenha obtido a média mínima exigida nos
atos normativos hostilizados nos presentes autos.

É bem verdade que o art. 3º da referida Lei nº 10.260/2011,


estabelece que a gestão do FIES caberá ao Ministério da Educação, que editará
regulamento dispondo sobre “as regras de seleção de estudantes a serem
financiados, devendo ser considerados a renda familiar per capita, proporcional
ao valor do encargo educacional do curso pretendido, e outros requisitos, bem
como as regras de oferta de vagas”.

De ver-se, porém, que, os tais “outros requisitos” a que se reporta o


dispositivo legal em referência, não podem extrapolar os limites estabelecidos

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Número do documento: 22091209512387700000253656466
pela própria Lei de criação do FIES, como no caso, sob pena de violação ao
princípio da legalidade, segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, inciso II), mormente
em face da finalidade precípua do financiamento estudantil em referência, que
consiste em propiciar, sem qualquer limitação, o livre acesso ao ensino superior,
sintonizando-se, com o exercício do direito constitucional à educação (CF, art.
205) e com a expectativa de futuro retorno intelectual em proveito da nação, que
há de prevalecer sobre formalismos eventualmente inibidores e desestimuladores
do potencial científico daí decorrente.

***

Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela


recursal formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do
contrato de financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao
curso superior em que se encontra matriculada, independentemente das
restrições descritas nos autos, até o pronunciamento definitivo da Turma
julgadora.

Comunique-se, com urgência, via e-mail, aos Srs. Presidentes da


Caixa Econômica Federal e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, para fins de cumprimento desta decisão mandamental,
cientificando-se, também, ao juízo monocrático, na dimensão eficacial do art.
1.008 do CPC.

Intimem-se os recorridos, nos termos e para as finalidades do art.


1.019, II, do referido diploma legal, abrindo-se vistas, após, à douta Procuradoria
Regional da República.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília-DF., em 9 de setembro de 2022.

Desembargador Federal Souza Prudente

Relator

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 09:51:50 Num. 259731061 - Pág. 8
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091209512387700000253656466
Número do documento: 22091209512387700000253656466
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 5ª Turma
Gab. 13 - DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000 PROCESSO REFERÊNCIA: 1054577-56.2022.4.01.3400


CLASSE: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
POLO ATIVO: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
REPRESENTANTES POLO ATIVO: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A
POLO PASSIVO:UNIÃO FEDERAL e outros

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as partes:

Polo ativo: [ANA MAYANE DIAS DE FREITAS - CPF: 026.486.041-11 (AGRAVANTE)].

OBSERVAÇÃO 1 INTIMAÇÕES VIA SISTEMA: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art.
5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias
corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 12 de setembro de 2022.

(assinado digitalmente)

Coordenadoria da 5ª Turma

Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 12/09/2022 10:25:47, Usuário do sistema - 12/09/2022 10:25:42 Num. 259736557 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210254203500000253652495
Número do documento: 22091210254203500000253652495
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 5ª Turma

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000 PROCESSO REFERÊNCIA: 1054577-56.2022.4.01.3400


CLASSE: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
POLO ATIVO: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
REPRESENTANTES POLO ATIVO: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A
POLO PASSIVO:UNIÃO FEDERAL e outros

INTIMAÇÃO DAS PARTES DO ÚLTIMO ATO JUDICIAL PROFERIDO

Partes intimadas do ato proferido:

ANA MAYANE DIAS DE FREITAS:


Meio: Sistema
Prazo: 15 dias

BRASÍLIA, 12 de setembro de 2022.

Coordenadoria da 5ª Turma

Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 12/09/2022 10:25:48, Usuário do sistema - 12/09/2022 10:25:48 Num. 259736559 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210254823000000253652496
Número do documento: 22091210254823000000253652496
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

1032210-53.2022.4.01.0000

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes autos eletrônicos o protocolo que confirma o recebimento da cópia da decisão retro
pelo FNDE.
Brasília/DF, 12 de setembro de 2022

p/Gesiléia Lustosa

Diretora da DIPOD/Coordenadoria da Quinta Turma

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:42:33 Num. 259761039 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210401463600000253678469
Número do documento: 22091210401463600000253678469
12/09/2022 10:39 Email – Josias José dos Santos – Outlook

Protocolo Digital - Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE - Nº da


Solicitação: 000253.0036432/2022
notificacao@servicos.gov.br <notificacao@servicos.gov.br>
Seg, 2022-09-12 10:37
Para: Josias José dos Santos <josias.santos@trf1.jus.br>

Registramos o recebimento da solicitação nº 000253.0036432/2022 em 12/09/2022 às 10:37, que


se encontra na fase de TRIAGEM. Caso tenha protocolado em nome de outra pessoa, uma
notificação também será enviada a ela.

O recibo definitivo contendo o Número Único de Protocolo-NUP será enviado para o e-mail
cadastrado no prazo máximo de vinte e quatro horas, contadas do recebimento, salvo quando este
ocorrer às sextas-feiras, véspera de feriados ou pontos facultativos ou haja restrição técnica,
devidamente fundamentada.

É de exclusiva responsabilidade do usuário verificar as notificações enviadas ao e-mail cadastrado


e acompanhar o andamento de sua solicitação no portal gov.br.

Atenciosamente,

Equipe de atendimento Protocolo Digital

Esta é uma mensagem automática e não deve ser respondida.

Clique aqui para mais informações de sua solicitação.

https://outlook.office.com/mail/deeplink?Print 1/1

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:42:33 Num. 259761042 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210421259700000253678472
Número do documento: 22091210421259700000253678472
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

1032210-53.2022.4.01.0000

TERMO DE JUNTADA

Junto a estes autos eletrônicos e-mail que encaminhou cópia da decisão retro ao Senhor
Presidente do FNDE.
Brasília/DF, 12 de setembro de 2022

p/Gesiléia Lustosa

Diretora da DIPOD/Coordenadoria da Quinta Turma

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:45:11 Num. 259761047 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210432706600000253678477
Número do documento: 22091210432706600000253678477
12/09/2022 09:55 Email – Josias José dos Santos – Outlook

URGENTE - COMUNICAÇÃO DE DECISÃO EXARADA NOS AUTOS DO AGRAVO DE


INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000 Processo de origem: 1054577-
56.2022.4.01.3400
Josias José dos Santos <josias.santos@trf1.jus.br>
Seg, 2022-09-12 09:55
Para: jurirbr <jurirbr@caixa.gov.br>;Ildemar Egger Junior <ildemar.junior@caixa.gov.br>;Alexander da
Silva Moraes <alexander.moraes@caixa.gov.br>;Rafael Barbosa dos Santos <rafael-
barbosa.santos@caixa.gov.br>;Alison Miranda de Freitas <alison.freitas@caixa.gov.br>;OUVID07 - Fale
com o Presidente <falecomopresidente@caixa.gov.br>
Cc: CTUR5-TRF1-Coordenadoria da Quinta Turma <ctur5@trf1.jus.br>

1 anexos (42 KB)


Cópia da decisão exarada nos autos do AI 1032210-53.2022.4.01.0000.pdf;

 
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Coordenadoria da Quinta Turma
 
URGENTE
 
 
Senhor Presidente da Caixa Econômica Federal - CEF, 
 
De ordem do(a) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Relator(a), encaminho a Vossa Senhoria, em anexo,
cópia de decisão exarada nos autos do AGRAVO DE INSTRUMENTO (citado no assunto do
presente e-mail), para fins de ciência e cumprimento.
 
Solicitamos, para fins de controle, que seja acusado o recebimento.
 
Atenciosamente,
 

https://outlook.office.com/mail/deeplink?Print 1/1

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:45:11 Num. 259761048 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210445226400000253678478
Número do documento: 22091210445226400000253678478
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000

Intimação Eletrônica
(Lei n. 11.419/2006, art. 6º)

Destinatário: Procuradoria Regional da União - 1ª Região.

Finalidade: intimar do inteiro teor do(a) despacho/decisão proferido(a).

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A
consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da
intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília/DF, 12 de setembro de 2022.

p/Gesiléia Lustosa

Diretora da DIPOD/Coordenadoria da Quinta Turma

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:47:16 Num. 259761053 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210461271400000253678483
Número do documento: 22091210461271400000253678483
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000

Intimação Eletrônica
(Lei n. 11.419/2006, art. 6º)

Destinatário: Procuradoria Regional Federal - 1ª Região.

Finalidade: intimar do inteiro teor do(a) despacho/decisão proferido(a).

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A
consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da
intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília/DF, 12 de setembro de 2022.

p/Gesiléia Lustosa

Diretora da DIPOD/Coordenadoria da Quinta Turma

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:47:16 Num. 259761054 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210463225200000253678484
Número do documento: 22091210463225200000253678484
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
5ª Turma

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe

(ADVOGADO)

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000 PROCESSO REFERÊNCIA: 1054577-56.2022.4.01.3400


CLASSE: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
POLO ATIVO: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS
REPRESENTANTES POLO ATIVO: HENRIQUE RODRIGUES DE ALMEIDA - GO59189-A
POLO PASSIVO:UNIÃO FEDERAL e outros

FINALIDADE: Intimar o advogado da parte (CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF


) acerca do(a) ato ordinatório / despacho / decisão / sentença proferido(a) nos autos do processo em epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06:
A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data
do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

BRASíLIA, 12 de setembro de 2022.

(assinado eletronicamente)

Assinado eletronicamente por: JOSIAS JOSE DOS SANTOS - 12/09/2022 10:47:16 Num. 259761055 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091210464983800000253678485
Número do documento: 22091210464983800000253678485
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
EQUIPE NACIONAL ESPECIALIZADA EM MATÉRIA DE EDUCAÇÃO
GERENCIAMENTO DE CONTENCIOSO - PRF1 E PRF3

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DES. FEDERAL SOUZA PRUDENTE

NÚMERO: 1054577-56.2022.4.01.3400(Proc de origem)


AGRAVO DE INSTRUMENTO: (202) 1032210-53.2022.4.01.0000
AGRAVANTE(S): FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE
AGRAVADO(S): ANA MAYANE DIAS DE FREITAS E OUTROS

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE, pessoa jurídica


de direito público, representado(a) pelo membro da Advocacia-Geral da União infra assinado(a), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor

interpor AGRAVO INTERNO/LEGAL contra decisão monocrática, fazendo-o amparado nos


fundamentos jurídicos consubstanciados nas razões anexas.

Termos em que pede deferimento.

Brasília, 15 de setembro de 2022.

PEDRO PAULO DE OLIVEIRA


PROCURADOR FEDERAL

RAZÕES DO AGRAVO INTERNO/LEGAL

Colenda Turma,

Eméritos Julgadores

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091713054732600000255173506
Número do documento: 22091713054732600000255173506
DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

O art. 1.021, NCPC dispõem que contra decisão do relator cabe agravo interno para o
colegiado.

Em face desses termos, a Autarquia interpõe o presente recurso, fazendo-o


tempestivamente, considerando o prazo em dobro de que dispõe (30 dias) em dias úteis, nos termos do
art. 183, c/c o art. 219 e 1.003, §5º, do NCPC, tudo conforme fundamentos que seguem.

DOS FATOS

Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo juízo da 21ª
Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, nos autos da ação ajuizada por ANA MAYANE DIAS
DE FREITAS contra a União Federal, a Caixa Econômica Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE, em que se busca a concessão de provimento judicial, no sentido de que seja
assegurado à suplicante o direito ao financiamento estudantil, com recursos do Fundo de Financiamento
Estudantil – FIES, independentemente das restrições impostas pelo Ministério da Educação, no ponto em
que inibem a participação de estudantes no aludido Programa, segundo a nota por eles obtida no Exame
Nacional de Cursos - ENEM.

Em decisão monocrática, foi deferida medida de urgência, nos seguintes termos:

"Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela recursal


formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do contrato de
financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao curso superior em
que se encontra matriculada, independentemente das restrições descritas nos autos,
até o pronunciamento definitivo da Turma julgadora."

Merece reforma a decisão ora agravada, senão vejamos.

DA NECESSIDADE DE REFORMA DA DECISÃO

HISTÓRICO E PROCEDIMENTOS PARA A CELEBRAÇÃO DO FINANCIAMENTO ESTUDANTIL

Com referência aos fatos narrados na inicial, importante trazer os regramentos


que regulamentam o procedimento da inscrição; da obtenção da vaga e, por fim, da contratação do
financiamento estudantil, previsto na Lei n. 10.260/2001, artigo 5º-C, ou seja, para contratos a serem
formalizados a partir do 1º semestre de 2018.

A partir do 1º semestre de 2018, o programa de financiamento estudantil sofreu


significativas alterações, advindas em razão das modificações trazidas pela Lei nº 13.530/2017, publicada
em 7 de dezembro de 2017, que alterou a Lei nº 10.260/2001, instituindo-se novos modelos de
financiamento estudantis e alterando a sistemática de gestão do fundo, conforme será detidamente
explicitado a seguir. Do ponto de vista da operacionalização, a principal alteração foi a retirada da função
de agente operador dos financiamentos, do FNDE, com o repasse desta atribuição à Caixa Econômica
Federal, conforme artigo 3º, inciso II, da Lei nº 10.260/2001, em redação atual. Nessa esteira, inicialmente
informa-se que o FNDE não opera o contrato que a parte autora pretende firmar, mormente é responsável
pela concessão da vaga, conforme se esclarecerá a seguir.

Inicialmente serão tecidas as considerações acerca do procedimento para a contratação do


financiamento estudantil desde a assunção do FNDE como agente operador do programa, que ocorreu no

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091713054732600000255173506
Número do documento: 22091713054732600000255173506
1º semestre de 2010, até a sistemática atual, de modo a se demonstrar a ausência de responsabilidade do
FNDE na situação narrada.

De janeiro de 2010 e até o 1º semestre de 2015, os estudantes interessados na contratação


do financiamento estudantil deveriam acessar diretamente o SisFIES, supervisionado pelo FNDE e
atender ao disposto no artigo 4º, da Portaria Normativa MEC n. 10/2010 para formalizar o
financiamento: preencher os dados cadastrais, validar a sua inscrição na CPSA e formalizar a contratação
junto ao Agente Financeiro. Não havia processo seletivo para a concessão de vagas neste período,
colocando-se à disposição dos interessados uma reserva orçamentária que, quando esgotada, encerrava
a possibilidade de contratação dos financiamentos naquele semestre. Deste modo, não havia participação
do MEC, por meio da Secretaria de Educação Superior SESU/MEC no processo de concretização dos
financiamentos estudantis até o 1º semestre de 2015, sendo estes contratos operados pelo FNDE e todo o
trâmite de inscrição supervisionado por esta autarquia.

Não obstante, por questões orçamentárias e de modo a tornar a política pública mais
eficiente, a partir do 2º semestre de 2015 passou-se a exigir dos estudantes interessados nas
contratações do FIES, a cada semestre, a inscrição em processo seletivo prévio, a ser realizado pela
Secretaria de Educação Superior – SESU/MEC, para obtenção de vaga que lhes permitisse prosseguir
nos demais trâmites de contratação do financiamento, como a validação da inscrição pela CPSA da IES e
a formalização junto ao banco.

A partir do 2º semestre de 2015, portanto, a cada semestre, apenas os estudantes


selecionados no processo seletivo realizado pela SESU/MEC, para a quantidade de vagas
disponibilizadas pelo MEC para a IES para qual o estudante se candidatou poderiam concluir o
financiamento estudantil, cumprindo as demais etapas previstas no artigo 4º, da Portaria Normativa MEC
n. 10/2010 e contratar o financiamento estudantil, validando sua inscrição na CPSA da IES e formalizando
o contrato junto ao banco.

Assim, os estudantes que preenchiam os requisitos para a participação em processo


seletivo prévio, acessavam o endereço eletrônico do FIES SELEÇÃO, gerenciado pela Secretaria de
Educação Superior do Ministério da Educação, preenchendo seus dados cadastrais e aguardavam a
classificação. Se fossem selecionados pela SeSu/MEC, eram convocados para complementarem suas
inscrições no SisFIES, atendendo o disposto na Portaria Normativa MEC n. 10/2010, artigo 4º, validavam
sua inscrição na IES e formalizavam o contrato no banco. A participação do FNDE, portanto, iniciava-se no
momento em que a inscrição migrava do FIES SELEÇÃO para o SisFIES.

Nesse sentido, as atribuições do FNDE, com referência à operacionalização da inscrição


para a contratação do financiamento a partir do advento do processo seletivo, no 2º semestre de 2015
e até o 2º semestre de 2017 apenas se iniciava quando o estudante era pré-convocado pela SESu/MEC
para cumprir o que consta do artigo 4º, da Portaria Normativa MEC n° 10, de 30 de abril de 2010, que
assim dispõe:

Art. 4º Após a conclusão da inscrição no FIES, o estudante deverá:


I - validar suas informações na Comissão Permanente de Supervisão e
Acompanhamento (CPSA) em até 10 (dez) dias, contados a partir do dia
imediatamente subsequente ao da conclusão da sua inscrição; e (Redação
dada pelo(a) Portaria Normativa 12/2010/MEC)
II - comparecer a um agente financeiro do Fies em até 10 (dez) dias, contados a
partir do terceiro dia útil imediatamente subsequente à data da validação da
inscrição pela CPSA, com a documentação exigida no art. 15, e, uma vez
aprovada pelo agente financeiro, formalizar a contratação do financiamento.
(Redação dada pela Portaria Normativa 12/2011).

A referida sistemática, contudo, se encerrou no 2º semestre de 2017.

A partir do 1º semestre de 2018, o programa de financiamento estudantil, conforme já

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 3
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091713054732600000255173506
Número do documento: 22091713054732600000255173506
informado, instituiu novos modelos de financiamento estudantis e alterou a sistemática de gestão do fundo.

A partir da edição desta Lei, a UNIÃO permaneceu concedendo as vagas por meio do
processo seletivo realizado pela SESu/MEC semestralmente, mas a CAIXA passou a realizar a função que
antes era desempenhada pelo FNDE, operando os contratos formalizados a partir do 1º semestre de 2018.
Ao FNDE restou, apenas, a operação dos contratos formalizados até o 2º semestre de 2017 e apenas
enquanto não sejam também migrados para a CAIXA.

É o que se extrai do disposto no artigo 3º, da Lei nº 10.260/2001, com nova redação dada
pela Lei nº 13.530/2001:

Art. 3o A gestão do Fies caberá:


I - ao Ministério da Educação, na qualidade de:
a) formulador da política de oferta de vagas e de seleção de estudantes, nos termos
do que for aprovado pelo CG-Fies;
b) supervisor do cumprimento das normas do programa
c) administrador dos ativos e passivos do Fies, podendo esta atribuição ser delegada
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE);
II - a instituição financeira pública federal, contratada na qualidade de agente
operador, na forma a ser regulamentada pelo Ministério da Educação;
III - ao Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (CG-Fies), que
terá sua composição, sua estrutura e sua competência instituídas e
regulamentadas por decreto, na qualidade de:
a)formulador da política de oferta de financiamento;
b) supervisor da execução das operações do Fies sob coordenação do Ministério da
Educação.
§ 1o O Ministério da Educação, nos termos do que for aprovado pelo CG-Fies,
editará regulamento sobre:
I - as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser
considerados a renda familiar per capita e outros requisitos, e as regras de oferta
de vagas;
II - os casos de transferência de curso ou instituição, de renovação, de suspensão
temporária e de dilação e encerramento do período de utilização do financiamento;
III – as exigências de desempenho acadêmico para a manutenção do financiamento,
observado o disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 1o desta Lei;
IV - aplicação de sanções às instituições de ensino e aos estudantes que
descumprirem as regras do Fies, observados os §§ 5o e 6o do art. 4o desta Lei.
V - o abatimento de que trata o art. 6o-B desta Lei;
VI - os requisitos e os critérios específicos para adesão e financiamento de cursos de
pedagogia e licenciatura como parte das políticas educacionais de fomento à
qualidade da formação de professores.
VI - os requisitos e os critérios específicos para adesão e financiamento de cursos
de:
pedagogia e licenciatura como parte das políticas educacionais de fomento à
qualidade da formação de professores;
b) formação em outras áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento
econômico e social sustentável, nacional e regional.

Da analise desse dispositivo é possível ver que a Lei autorizou ao MEC estabelecer e editar
as regras de seleção para o financiamento pelo FIES.

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), tem natureza contábil e caráter social, sendo
destinado à concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores não gratuitos e com avaliação
positiva nos processos conduzidos pelo Ministério, de acordo com regulamentação própria, segundo
disposto no art. 1º, § 6º, da Lei 10.260/2001.

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Dessa forma, as normas secundárias não geram direitos nem criam obrigações e também
não devem contrariar as normas primárias, mas, sim, complementá-las para possibilitarem a sua
aplicação. Considerando que a referida Lei exige que exista uma ordem de prioridade para a oferta do
FIES aos estudantes, que não foi por ela explicitada, evidentemente demanda-se que a matéria seja
regulamentada.

A referida Lei, ademais, diferenciou as três espécies de financiamento vigentes:

a) Os financiamentos estudantis contratados até o 2º semestre de 2017, na


modalidade de financiamento público, previstos no artigo 5º, da Lei nº 10.260/2001,
que mantiveram as regras relativas ao momento de suas contratações (FIES público
antigo ainda operado pelo FNDE);
b) Os financiamentos estudantis contratados a partir do 1º semestre de 2018,
na modalidade de financiamento público, previsto no artigo 5º- C, da Lei nº
10.260/2001 (FIES público novo operado pela CAIXA);
c) Os financiamentos estudantis contratados a partir do 1º semestre de 2018, na
modalidade de financiamento privado, previsto no artigo 15º-D, da Lei nº
10.260/2001 (P-FIES operado por agentes financeiros operadores de crédito -
AFOC).

Com referência às regras de transição entre os modelos e as responsabilidades pela


gestão, a referida Lei nº 10.260/2001 ainda previu o que se segue:

Art. 20-B. O Ministério da Educação regulamentará as condições e o prazo para a


transição do agente operador, tanto para os contratos de financiamento formalizados
até o segundo semestre de 2017 quanto para os contratos formalizados a partir do
primeiro semestre de 2018.
§ 1o Enquanto não houver a regulamentação de que trata o caput deste artigo, o
FNDE dará continuidade às atribuições decorrentes do encargo de agente
operador.
§ 2o É autorizada a contratação da Caixa Econômica Federal, com fundamento
no inciso VIII do caput do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, para
exercer as atribuições previstas no § 3 o do art. 3 o desta Lei, facultada à União
eventual contratação de outra instituição financeira pública federal disciplinada pelo
disposto no § 8o do art. 2o desta Lei, sob o mesmo fundamento legal.
Art. 20-C. O disposto no Capítulo III desta Lei aplica-se aos financiamentos do Fies
concedidos anteriormente à data de publicação da Medida Provisória no 785, de 6 de
julho de 2017.

Para os contratos formalizados a partir do 1º semestre de 2018, a operação pela CAIXA já


foi regulamentada, com a edição da Portaria Normativa MEC n. 209/2018, de 7 de março de 2018, que
assim dispôs:

Art. 1º Esta Portaria dispõe sobre as regras e os procedimentos referentes à


concessão de financiamento estudantil no âmbito da Lei nº 10.260, de 12 de julho de
2001, nas modalidades do Fundo de Financiamento Estudantil - Fies, nos termos do
art. 5º-C da Lei nº 10.260, de 2001, e do Programa de Financiamento Estudantil -
PFies, nos termos dos arts. 15-D a 15-M da Lei nº 10.260, de 2001, a partir do
primeiro semestre de 2018.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Portaria, considera-se:
I - Modalidade FIES: a modalidade de financiamento estudantil prevista no art. 5º-C e
seguintes da Lei nº 10.260, de 2001, que é concretizada por meio do Fies, tem a sua
operação em relação aos estudantes e mantenedoras de instituição de educação
superior sob a responsabilidade do agente operador do Fies poderá ser garantida
pelo Fundo Garantidor do Fies - FG-Fies, e pode ser acessada por estudantes que
tenham perfil de renda bruta familiar per capita de até 3 (três) salários mínimos; e
II - Modalidade P-Fies: a modalidade de financiamento estudantil prevista nos arts.
15-D a 15-M da Lei nº 10.260, de 2001, que é concretizada por meio de fontes de

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financiamento distintas do Fies, entre elas o Fundo de Desenvolvimento do
CentroOeste - FDCO, o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE, o Fundo de
Desenvolvimento da Amazônia - FDA, o Fundo Constitucional de Financiamento do
Norte - FNO, o Fundo Constitucional do Nordeste FNE, o Fundo Constitucional do
Centro-Oeste - FCO e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES, tem a sua operação em relação aos estudantes e às mantenedoras de
instituição de educação superior sob a responsabilidade de agentes financeiros
operadores de crédito, não poderá ser garantida pelo FGFies e pode ser acessada
por estudantes que tenham perfil de renda bruta familiar per capita de 3 (três)
salários mínimos até 5 (cinco) salários mínimos.
Art. 3º O Fies e o P-Fies são destinados à concessão de financiamento a
estudantes em cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação - MEC, nos termos da Lei
nº 10.260, de 2001, e desta Portaria.
§ 1º Havendo disponibilidade de recursos e a critério do MEC, nos termos do que for
aprovado pelo Comitê Gestor do Fies - CG-Fies, o financiamento em qualquer uma
das duas modalidades de que trata o caput poderá ser oferecido a estudantes
matriculados nos cursos de:
I - educação profissional técnica de nível médio, devidamente regularizados junto ao
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - Sistec e
avaliados pelos respectivos Conselhos Estaduais de Educação; e
II - mestrado, mestrado profissional e doutorado recomendados pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes.
§ 2º Para os fins desta Portaria, entende-se como instituições de ensino as
Instituições de Ensino Superior - IES e outras de natureza equivalente devidamente
habilitadas a ofertar cursos de graduação, mestrado e doutorado.
§ 3º A oferta de curso para financiamento é condicionada à adesão da entidade
mantenedora de IES ao Fies, ao seu FG-Fies, nos termos do inciso V do art. 5º-
C da Lei nº 10.260, de 2001, ao P-Fies, se for o caso, nos termos dos arts. 15-D
a 15- M da Lei nº 10.260, de 2001, e à participação no processo seletivo
conduzido pelo MEC

A competência do MEC no processo de concessão de financiamento foi definida no artigo


5º, da referida Portaria:

Art. 5º Ao MEC, por meio da Secretaria de Educação Superior - SESu/MEC,


competirá:
I - conduzir a supervisão de IES e de estudantes no âmbito da modalidade Fies, por
descumprimento de normas e regulamentos, e na modalidade P-Fies, naquilo em
que for cabível, preservadas, nesse último caso, as competências dos agentes
financeiros operadores de crédito;
II - propor instrumentos normativos gerais para regulamentação do Fies, do P-
Fies e dos processos seletivos das modalidades de financiamento estudantil;
III - editar instrumentos normativos específicos com procedimentos e prazos
referentes aos processos seletivos das modalidades de financiamento
estudantil;
IV - gerir os módulos do Sistema Informatizado do Fies - Sisfies de oferta de
vagas e de seleção de estudantes;
V - formular, nos termos aprovados pelo CG-Fies, a política de oferta de vagas
e de seleção de estudantes;
VI - realizar o processo de seleção das vagas e de estudantes a cada processo
seletivo do Fies e do P-Fies;
VII - efetuar o acompanhamento dos indicadores de insumo, de processo e de
resultado do Fies e do P-Fies; VIII - elaborar a prestação anual de contas, nos
termos do regulamento do Tribunal de Contas da União - TCU; IX - orientar a oferta
do Fies e do P-Fies, observada a política educacional referente ao ensino superior;

Em suporte à atuação do MEC, a Diretoria de Tecnologia daquele órgão ficou responsável


por:

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Art. 8º À Diretoria de Tecnologia da Informação do Ministério da Educação -
DTI/SE/MEC competirá:
I - desenvolver e manter módulos de oferta e supervisão do Sisfies;
II - desenvolver e manter o FiesSeleção;
III - desenvolver e manter interface com outros órgãos públicos responsáveis por
bancos de dados de interesse do FNDE e da SESu/MEC;
IV - desenvolver e manter interface com agente operador na modalidade Fies e com
agentes financeiros operadores de crédito na modalidade P-Fies para garantir
regularidade dos processos de pré-seleção, contratação de financiamento e demais
que se apresentem necessários;
V - subsidiar o MEC e os Administradores dos Fundos da modalidade P-Fies na
elaboração da prestação de contas anual do Fies, do FG-Fies e do Fundo de
Garantia de Operações de Crédito Educativo - FGEDUC;
VI - subsidiar a SESu/MEC, o FNDE e o agente operador nas demandas judiciais e
extrajudiciais relativas à modalidade Fies; e
VII - subsidiar a SESu/MEC na instrução dos processos administrativos para
apuração de indícios de descumprimento de normas e regulamentos da modalidade
Fies por IES e por estudantes financiados

Por fim, com relação ao agente operador, função exercida pela CAIXA com referência aos
contratos formalizados a partir do 1º semestre de 2018, a Portaria assim definiu:

Art. 9º Ao agente operador da modalidade Fies competirá:


I - acompanhar a atuação dos agentes financeiros do Fies;
II - conferir cumprimento às normas e regulamentos do Fies;
III - definir as minutas de Termo de Adesão das mantenedoras de IES e de contratos
com o estudante;
IV - disponibilizar informações e relatórios gerenciais; V - elaborar e disponibilizar
relatórios da carteira na modalidade Fies;
VI - fornecer subsídios ao FNDE referente ao processo orçamentário;
VII - informar e encaminhar à SESu/MEC indícios e documentos referentes ao
descumprimento de normas e regulamentos da modalidade Fies por IES e
estudantes financiados;
VIII - prestar informações requisitadas pelo CG-Fies, pelo FNDE e pelo MEC sobre a
execução da modalidade Fies e a carteira de financiamentos do programa;
IX - subsidiar o MEC na elaboração da prestação de contas anual da modalidade
Fies;
X - realizar a execução financeira e orçamentária da modalidade Fies;
XI - realizar o atendimento a demandas judiciais e extrajudiciais no âmbito de sua
competência legal; e
XII - verificar, em cada financiamento, a contratação pelo estudante de seguro
prestamista, como condição para efetivação do contrato e repasse dos valores dos
encargos educacionais correspondentes.
§ 1º Em relação ao atendimento ao público e aos estudantes financiados pela
modalidade Fies, competirá ao agente operador: I - atender solicitações da
sociedade por meio do Sistema Eletrônico de Informação ao Cidadão - e-SIC;
II - desenvolver e manter interface com sistemas governamentais para apuração e
consignação de renda; e
III - prestar atendimento e orientação ao estudante financiado pela modalidade Fies e
àqueles de que trata o art. 6º-B e 6º-F da Lei nº 10.260, de 2001.
§ 2º Em relação ao atendimento às mantenedoras de IES, competirá ao agente
operador:
I - prestar atendimento às entidades mantenedoras, às IES e às Comissões
Permanentes de Supervisão e Acompanhamento do Fies - CPSAs;
II - desenvolver e manter sistema de adesão das mantenedoras, das IES e das
CPSAs;
III - desenvolver e manter interface com a Secretaria da Receita Federal do Brasil -

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SRFB, referente à regularidade fiscal das mantenedoras; e
IV - realizar os procedimentos de emissão, custódia, repasse, resgate e recompra
dos Certificados Financeiros do Tesouro - Série E - CFT-E.

Ao FNDE, além de atribuições relacionadas a gestão de ativos e passivos, coube realizar as


atividades de agente operador da modalidade Fies de contratos formalizados até o 2º semestre de 2017
(financiamento público), até a completa transição das atividades operacionais também destes contratos, à
CAIXA, conforme dispõe o artigo 6º, da Portaria Normativa MEC n. 209/2018, combinado com o § 3º, do
artigo 12º:

§ 3º O FNDE manterá as atribuições de agente operador dos contratos do Fies


celebrados até o segundo semestre de 2017 até que sejam regulamentados as
condições e o prazo para a transição de suas atribuições de agente operador
para a instituição financeira pública federal, referidas na alínea "b" do inciso I
do caput deste artigo, nos termos do disposto no art. 20-B da Lei nº 10.260, de
2001.

Desta feita, a partir do 1º semestre de 2018, todos os contratos de financiamento


formalizados já são operados pela CAIXA, significando responsabilidade pela realização de aditamentos,
repasses e todos as outras atividades do agente operador acima elencadas.

Não obstante, importante salientar que muito embora a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL já
tenha iniciado a operação desde o 1º semestre de 2018, por ainda não possuir sistema preparado para a
realização da integração com o sistema do MEC, que realiza a seleção e classificação, para fins de
continuidade da política pública e de modo a não interromper a concessão dos financiamentos até que a
CAIXA regularize seu sistema, o FNDE cedeu o SisFIES para realização da integração do FIES SELEÇÃO
(MEC), com o SIFESWEB (CAIXA), tendo em vista que o SisFIES já é preparado para a integração com o
sistema da CAIXA, em razão dos contratos operados até o 2º/2017.

Deste modo, após o estudante ser classificado no processo seletivo realizado pela
SESU/MEC e ter complementado sua inscrição no sistema do processo seletivo (FIES SELEÇÃO), o MEC
migra os dados desta inscrição ao SisFIES, para que este permita acesso à CPSA da IES para validação e
envio do arquivo eletrônico ao banco, permitindo a formalização do contrato com a assinatura do
instrumento físico na agência. Esta, portanto, é a única participação do FNDE no processo de inscrição,
nos processos seletivos formalizados a partir do 1º semestre de 2018 - a cessão operacional do SisFIES
para a integração dos sistemas do MEC e da CAIXA.

Note-se, no entanto, que o FNDE não é agente operador destes contratos, mas tão
somente, cede seu sistema para a validação das inscrições já complementadas no MEC, pelas Instituições
de Ensino Superior, por meio do SisFIES, até que a CAIXA disponibilize integralmente as funcionalidades
sistêmicas necessárias.

Assim, quanto à sistemática de concessão e formalização dos financiamentos, vigora a


seguinte divisão de atribuições:

Contratos na modalidade de financiamento público firmados até o 2º semestre


de 2017:
I - Processo seletivo – pré-seleção – convocação de estudante (vaga) - atribuições
da Secretaria da Educação Superior do Ministério da Educação – tramitação pelo
FIES SELEÇÃO;
II - Complementação da inscrição, validação da inscrição pela CPSA e envio da
inscrição ao banco – atribuição do FNDE – tramitação pelo SISFIES
III - Formalização da inscrição – assinatura do contrato – CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL e BANCO DO BRASIL

Contratos na modalidade de financiamento público firmados a partir do 1º

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semestre de 2018
IV - Processo seletivo – pré-seleção – convocação de estudante (vaga) e
complementação da inscrição do estudante – atribuições da Secretaria da Educação
Superior do Ministério da Educação – tramitação pelo FIES SELEÇÃO;
V - Validação da inscrição e envio da inscrição ao banco – tramitação pelo SISFIES
VI - Formalização da inscrição – assinatura do contrato – CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL

DA PRETENSÃO AUTORAL

A demanda em questão versa a respeito da pretensão autoral de obtenção do


financiamento estudantil, a despeito de não ter obtido a classificação e a concessão de vaga, no processo
seletivo realizado pela SESU/MEC, para o semestre em referência, questionando a demandante os
próprios critérios da formulação da política pública de competência do CG-FIES e do MEC, conforme
dispõe o artigo 3º, I, “a” e III, “c”, da Lei nº 10.260/2001, e os requisitos de classificação trazidos pela
Portaria Normativa MEC n. 209/2018 e da Portaria Normativa MEC que regulamentou o processo seletivo
para o semestre pleiteado.

Nessa esteira, considerando que o cerne da ação é a própria aplicação dos normativos que
regulamentam a política de oferta de vagas e concessão do financiamento, trata-se de competência
reservada ao MEC, devendo, portanto, a UNIÃO responder aos termos da ação, visto que o FNDE, não é
responsável pela edição dos normativos, mormente pela realização do processo seletivo, tampouco opera
os referidos contratos de NOVO FIES, que são os formalizados a partir do 1º semestre de 2018.

No presente caso, a parte autora alega que passou em processo seletivo para o
curso de medicina, entretanto, não foi selecionada para o FIES no semestre 2022.2, tendo em vista
a nota no ENEM ser inferior à requerida para a obtenção do financiamento.

O novo Edital divulgado pelo MEC - EDITAL Nº 79, de 18 de julho de 2022, dispõe que:

2.3. Poderá se inscrever no processo seletivo do Fies referente ao segundo


semestre de 2022 o CANDIDATO que, cumulativamente, atenda às seguintes
condições:
I - tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem a partir da edição
de 2010, com nota no Exame válida até o momento anterior à abertura das
inscrições prevista nesse Edital, e tenha obtido média aritmética das notas nas cinco
provas igual ou superior a 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos, e nota na prova de
redação superior a 0 (zero), assim como não tenha participado no referido Exame
como "treineiro"; e
II - possua renda familiar mensal bruta per capita de até 3 (três) salários mínimos.[...]

3. DA CLASSIFICAÇÃO
3.1. Observadas as opções realizadas na inscrição e os limites de vagas por grupo
de preferência por curso/turno/local de oferta/IES, os CANDIDATOS serão
classificados no processo seletivo do Fies na ordem decrescente de acordo com as
notas obtidas no Enem, no grupo de preferência para o qual se inscreveram,
atendida a prioridade indicada entre as 3 (três) opções de curso/turno/local de
oferta/IES escolhidas, observada a sequência disposta no § 6º do art. 1º da Lei nº
10.260, de 2001:
I - CANDIDATOS que não tenham concluído o ensino superior e não tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil;
II - CANDIDATOS que não tenham concluído o ensino superior, já tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado;
III - CANDIDATOS que já tenham concluído o ensino superior e não tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil; e
IV - CANDIDATOS que já tenham concluído o ensino superior e tenham sido

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beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado. Dos trechos acima
descritos constantes do Edital regulador do Processo Seletivo para o semestre
2022.2, é possível constatar que há previsão de vedação a participação de
candidatos que já se beneficiaram do FIES, constando também restrições e
regramentos no que tange a ordem de classificação para a participação desses
estudantes.

Sobre a matéria segue o texto da Portaria Normativa 10/2010:

Art. 9º É vedada a inscrição no FIES a estudante:


I - cuja matrícula acadêmica esteja em situação de trancamento geral de disciplinas
no momento da inscrição, conforme disposto no § 2º do art. 1º;
II - que já tenha sido beneficiado com financiamento do FIES;
III - inadimplente com o Programa de Crédito Educativo PCE/CREDUC de que trata a
Lei nº 8.436, de 25 de junho de 1992;
IV - cuja renda familiar mensal bruta per capita seja superior a 2,5 (dois e meio)
salários mínimos; (Redação dada pela Portaria Normativa 10/2015/MEC).

Desse modo, no que se refere às demais portarias e editais após a normativa nº 10/2010,
com relação à inscrição no processo seletivo do FIES, todas prescrevem os CANDIDATOS serão
classificados no processo seletivo do FIES na ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no
Enem, no grupo de preferência para o qual se inscreveram, atendida a prioridade indicada entre as 3 (três)
opções de curso/turno/local de oferta/IES escolhidas, observada a sequência disposta no § 6º do art. 1º da
Lei nº 10.260, de 2001.

Ademais, a autora se insurge contra a Portaria Normativa MEC nº 38, ainda de 22/01/2021,
que manteve a regra da nota de corte no Exame Nacional do Ensino Médico (ENEM) como sendo a média
aritmética das notas nele obtidas em cuja edição o candidato tenha obtido a maior média (arts. 17 e 18).
Mas essa regra de corte não é nova, ela é um critério conhecido dede 2014 e a sua legalidade já foi
confirmada pelo STF na ADPF nº 341, que assim dispôs, verbis:

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. ADPF. NOVAS REGRAS REFERENTES AO


FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE DO ENSINO SUPERIOR - FIES.
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO RETROATIVA. LIMINAR REFERENDADA.
1. O art. 3º da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 alterou a redação do art. 19 da
Portaria Normativa MEC nº 10/2010, passando a exigir média superior a 450 pontos
e nota superior a zero nas redações do ENEM, como condição para a obtenção de
financiamento de curso superior junto ao Fundo de Financiamento ao Estudante de
Ensino Superior - FIES.
2. O art. 12 da Portaria Normativa MEC nº 21/2014 previu que as novas exigência
entrariam em vigor apenas em 30.03.2015, muito embora as inscrições para o FIES
tenham se iniciado em 23.02.2015, conforme Portaria Normativa nº 2/2015. Previu-
se, portanto, uma norma de transição entre o antigo e o novo regime jurídico
aplicável ao FIES, possibilitando-se que, durante o prazo da vacatio legis, os
estudantes se inscrevessem no sistema com base nas normas antigas.
3. Plausibilidade jurídica da alegação de violação à segurança jurídica configurada
pela possibilidade de ter ocorrido aplicação retroativa da norma nova, no que
respeita aos estudantes que: (i) já dispunham de contratos celebrados com o FIES e
pretendiam renová-los; (ii) requereram e não obtiveram sua inscrição no FIES,
durante o prazo da vacatio legis, com base nas regras antigas. Perigo na demora
configurado, tendo em vista o transcurso do prazo para renovação dos contratos,
bem como em razão do avanço do semestre letivo.
4. Cautelar referendada para determinar a não aplicação da exigência de
desempenho mínimo no ENEM em caso de: (i) renovações de contratos de
financiamento; (ii) novas inscrições requeridas até 29.03.2015.
5. Indeferimento da cautelar no que respeita aos demais estudantes que
requereram seu ingresso no FIES em 2015, após 29.03.2015, aos quais devem
ser aplicadas as novas normas.

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Dessa forma, não há falar em excesso do poder regulamentar, pois o regramento visa
à manutenção da higidez dos processos seletivos do FIES, evitando a burla e preterição de
candidatos com melhor desempenho no processo seletivo e não contemplados para o curso
pretendido pela parte autora.

Reforçando esse entendimento, é importante destacar que a Primeira Seção do egrégio


STJ, apreciando caso análogo ao dos autos, firmou entendimento no sentido de que “o estabelecimento de
condições para a concessão do financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência e
oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser modificados ou afastados pelo Judiciário,
sendo reservado a este Poder apenas o exame da legalidade do ato administrativo, sendo-lhe defeso
qualquer incursão no mérito administrativo” (STJ, MS nº 20.074/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, DJe de 1º/07/2013).

Assim, não tendo a parte autora logrado alcançar a posição dentro das vagas ofertadas, não
há como deferir o seu pleito, sob pena de se violar os princípios constitucionais, previstos no art. 37 da
Magna Carta, norteadores da atuação da administração publica.

Reforça-se o disposto no inciso V do art. 208 da Constituição Federal, que determina que, o
acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, dar-se-á segundo a
capacidade de cada um.

Neste sentido, veja-se a ementa do seguinte precedente do eg. Tribunal Regional Federal
da 1ª Região:

ENSINO SUPERIOR. FIES. PORTARIA NORMATIVA MEC Nº 25, DE 28.07.2017.


CONTRATO CELEBRADO APÓS 29.03.2015. APLICAÇÃO. DESCUMPRIMENTO
DE REQUISITO. NOTA NO ENEM
1. Trata-se de apelação de sentença que indeferiu pedido de Financiamento
Estudantil (FIES). Considerou-se que o Superior Tribunal de Justiça já sedimentou o
entendimento de que `o estabelecimento de condições para a concessão do
financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência e oportunidade da
Administração, e, portanto, não podem ser modificados ou afastados pelo Judiciário,
sendo reservado a este Poder apenas o exame da legalidade do ato administrativo,
sendo-lhe defesa qualquer incursão no mérito administrativo (MS 20.074/DF, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 1°/7/2013).
2. Negada participação da autora no processo seletivo para o FIES e P-FIES, no
segundo semestre de 2018, ao fundamento de que a candidata não tem nota
mínima no Enem para tal fim.
3. Jurisprudência deste Tribunal, em caso semelhante: 1. O artigo 3º da Portaria
Normativa MEC nº 21/2014, que trouxe significativas alterações ao art. 19 da Portaria
Normativa MEC nº 10/2010, introduziu novas exigências para admissão ao FIES,
reputadas plenamente aplicáveis aos contratos celebrados a partir de 29 de março
de 2015. Precedente do Supremo Tribunal Federal na ADPF nº 341-MC/DF.
2. Não se constitui ofensa a direito adquirido ou a segurança jurídica a
instituição de novas regras, pertinente à pontuação média de 450 pontos e nota
superior a zero em redação, referente ao ENEM, como critério condicionante
para obtenção do financiamento estudantil.
3. Afasta-se a aplicação das condicionantes às solicitações de inscrição ao FIES
formuladas até a entrada em vigor da Portaria Normativa nº 21/2014, em 30 de
março de 2015, bem como para os casos de renovação contratual (TRF1, AC
0014892-06.2015.4.01.3400, Rel. Desembargadora Federal Daniele Maranhão
Costa, 5T, e-DJF1 30/04/2018).
4. Negado provimento à apelação.
5. Majorada a condenação da apelante em honorários advocatícios, de 10% (dez por
cento) para 12% (doze por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do
art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, ficando suspensa a exigibilidade em razão
de deferimento do pedido de justiça gratuita (CPC, art. 98, § 3º).

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 11
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091713054732600000255173506
Número do documento: 22091713054732600000255173506
(AC 1023230-44.2018.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA
MOREIRA, TRF1 - SEXTA TURMA, PJe 16/03/2022 PAG., grifos acrescidos)

No presente caso, nem sequer houve convocação pelo MEC, porque a classificação da
parte autora não a incluiu nas vagas ofertadas para a IES pretendida, de modo que em consulta ao
SisFIES (FNDE), verificou-se que não existe sequer registro de migração de dados do MEC para envio ao
banco.

Demonstra-se, portanto, a total ausência de legitimidade do FNDE para responder pela


situação narrada.

Assim, flagrante a legitimidade da UNIÃO, inclusive, porque caso venha a ocorrer decisão
judicial, o FNDE estará impedido de cumpri-la, diante da necessidade de criação de vaga e pela
composição com a SESU/MEC quanto ao alinhamento das atribuições em face de suas competências,
onde se definiu que as demandas relacionadas ao PROCESSO DE INSCRIÇÃO
(FIES_INSCRIÇÃO_ALUNO) devem ser encaminhadas para a SESU/MEC sempre que envolverem:

Acesso;
Preenchimento;
Validação de Inscrição;
Contratação no Banco;
Comprovantes; e
DRT’S

Sendo assim, o FNDE deverá encaminhar a SESU/MEC todas as demandas que versam
dos tópicos acima citados, sob pena da demanda não ser atendida por motivos de impedimentos técnicos,
já que a DIRTI/FNDE não possui acesso ao banco de dados dos sistemas do MEC, que são acessados
apenas pela STIC/MEC, assim como, não possui capacidade de criar a vaga necessária à contratação do
financiamento.

Assim, o FNDE é ilegítimo a responder pela ação que questiona os normativos que
regulamentam a política de concessão do financiamento, devendo a UNIÃO integrar o polo, conforme as
disposições legais e normativas sobre o tema, assim como a CAIXA, visto que agente operador do
eventual contrato a ser firmado.

À vista disso, é a presente para requerer a reforma da decisão.

DA AUSÊNCIA DE PERIGO DE DANO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO

Já demonstrou que não há probabilidade do direito da agravada.

Além disso, não há perigo de dano à agravada.

Isso porque, quando da sentença, caso seja reconhecido o direito da agravada, o que não
se acredita, a Entidade não se furtará a cumprir o que for determinado, como habitualmente o faz.

A manutenção da decisão guerreada, no entanto, é que coloca em risco a observação dos


princípios da legalidade e da isonomia na atuação da Entidade, uma vez que repercute em desfavor dos
demais candidatos de acordo com o que prevê as regulamentações normativas.

Portanto, por não estarem presentes os requisitos necessários à concessão da tutela


à agravada, é imperiosa a reforma da decisão.

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 12
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Número do documento: 22091713054732600000255173506
DOS REQUERIMENTOS

PELO EXPOSTO, a autarquia requer que seja conhecido e integralmente provido o


presente recurso de Agravo Interno/Legal, para que seja reformada a decisão monocrática.

Termos em que pede deferimento.

Brasília, 15 de setembro de 2022.

PEDRO PAULO DE OLIVEIRA


PROCURADOR FEDERAL

Assinado eletronicamente por: PEDRO PAULO DE OLIVEIRA - 17/09/2022 13:09:17 Num. 261317560 - Pág. 13
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Número do documento: 22091713054732600000255173506
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-REGIONAL DA UNIÃO DA 1ª REGIÃO
NÚCLEO ESPECIALIZADO (PRU1R/CORESP/NUESP)
SETOR DE AUTARQUIAS SUL - QUADRA 3 - LOTE 5/6, ED. MULTI BRASIL CORPORATE - BRASÍLIA-DF - CEP 70.070-030

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) DO(A) GAB. 13 - DESEMBARGADOR


FEDERAL SOUZA PRUDENTE

NÚMERO: 1032210-53.2022.4.01.0000
AGRAVANTE(S): UNIÃO
AGRAVADO(S): ANA MAYANE DIAS DE FREITAS E OUTROS

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, representado(a) pelo membro da Advocacia-


Geral da União infra assinado(a), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor

AGRAVO INTERNO

consoante razões expendidas em anexo, ao que requer, desde já, seu recebimento e a
reconsideração da decisão objurgada.

Outrossim, em não assentindo Vossa Excelência ao pleito inicial, requer-se a remessa e


submissão do presente Agravo ao julgamento colegiado, com a maior brevidade possível.

Pede deferimento.

Brasília, 03 de outubro de 2022.

EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS


ADVOGADO DA UNIÃO

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 1
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Número do documento: 22100319380602800000258960984
RAZÕES DE AGRAVO INTERNO

Ínclito Desembargador Federal Relator,

Colenda Corte,

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, na origem, indeferiu tutela
antecipatória para obtenção do FIES. O MM. Relator deferiu o pedido de antecipação de tutela recursal
(tutela de urgência) nos seguintes termos:

Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela recursal


formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do contrato de
financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao curso superior em
que se encontra matriculada, independentemente das restrições descritas nos autos,
até o pronunciamento definitivo da Turma julgadora.

Eis os fundamentos da decisão:

Da leitura dos dispositivos legais em referência, verifica-se que, efetivamente, não se


vislumbra, dentre as condições legalmente estabelecidas, a exigência de que o aluno
tenha sido submetido ao Exame Nacional de Ensino Médio – ENEM, nem, tampouco,
que tenha obtido a média mínima exigida nos atos normativos hostilizados nos
presentes autos.
É bem verdade que o art. 3º da referida Lei nº 10.260/2011, estabelece que a gestão
do FIES caberá ao Ministério da Educação, que editará regulamento dispondo sobre
“as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser considerados
a renda familiar per capita, proporcional ao valor do encargo educacional do curso
pretendido, e outros requisitos, bem como as regras de oferta de vagas”.
De ver-se, porém, que, os tais “outros requisitos” a que se reporta o dispositivo legal
em referência, não podem extrapolar os limites estabelecidos pela própria Lei de
criação do FIES, como no caso, sob pena de violação ao princípio da legalidade,
segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, inciso II), mormente em face da finalidade
precípua do financiamento estudantil em referência, que consiste em propiciar, sem
qualquer limitação, o livre acesso ao ensino superior, sintonizando-se, com o
exercício do direito constitucional à educação (CF, art. 205) e com a expectativa de
futuro retorno intelectual em proveito da nação, que há de prevalecer sobre
formalismos eventualmente inibidores e desestimuladores do potencial científico daí
decorrente.

Conforme será demonstrado a seguir, a decisão não deve prevalecer.

É o breve relato dos fatos.

DO CABIMENTO

Inicialmente, urge destacar o cabimento do presente recurso, previsto no art. 1.021 do CPC,
que prevê que, contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

Assim, tem-se que o cabimento deste agravo é patente.

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319380602800000258960984
Número do documento: 22100319380602800000258960984
DO MÉRITO RECURSAL

DAS INFORMAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Instada a se manifestar, a Secretaria de Educação Superior - SESu, por meio da NOTA


TÉCNICA Nº 418/2022/CGPES/DIPPES/SESU/SESU, manifestou-se nos seguintes termos:

(...)
3. Preliminarmente, cumpre informar que a partir do primeiro semestre de 2018,
em razão das alterações legais pelas quais passou a Lei nº 10.260, de 12 de
julho de 2001, alterada pela Lei nº 13.530, de 7 de dezembro de 2017, as regras
acerca do Fies passaram a ser regidas pelo disposto na Portaria MEC nº 209,
de 7 de março de 2018, a qual determina que o acesso aos cursos de educação
superior por meio do financiamento público do Fies dar-se-á única e exclusivamente
por meio de processo seletivo do programa, e para tanto, além de observar os
critérios para inscrição ao processo seletivo, o estudante ainda deverá ser
classificado e pré-selecionado dentro do número de vagas ofertadas pela instituição
por meio do Fies para que possa realizar os demais procedimentos tendentes à
contratação do financiamento.
(...)
11. Salienta-se, assim, que a obtenção de média mínima no Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), e de possuir renda renda familiar mensal bruta per capita de
até três salários mínimos constituem tão somente critérios para inscrição aos
processos seletivos, visto que em um universo de concorrência devem haver
regras de classificação e seleção dos candidatos, como ocorre em qualquer
processo seletivo vestibular ou mesmo em concursos públicos em que o
número de inscritos é imensamente superior ao número de vagas ofertadas.
(...)
13. Portanto, nos termos do § 2º do art. 37, o acesso ao financiamento do
Fies dá-se independentemente de aprovação em processo seletivo da
instituição de ensino superior, visto que atual redação conferida ao caput do
art. 1º da Lei nº 10.260, de 2001, pela Lei nº 13.530, de 2017, dispensa a
matrícula do estudante no curso para o qual pleiteia uma vaga, uma vez que o
acesso à educação superior por meio do Fies dá-se a partir do primeiro
semestre de 2018 única e exclusivamente por meio de processo seletivo.
14. Ademais, a exigência quanto ao Enem, que tem fundamento no artigo 37 da
Portaria MEC nº 209, de 2018, é perfeitamente legal em razão da decisão
proferida no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo eminente Ministro
Luís Roberto Barroso, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) nº 341/DF, como se observa do voto do relator:
15. Observa-se, ademais, a decisão exarado pelo E. Ministro Mauro Campbell
Marques no MS nº 20.074/DF, que "o estabelecimento de condições para a
concessão do financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência e
oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser modificados ou
afastados pelo Judiciário, sendo reservado a este Poder apenas o exame da
legalidade do ato administrativo, sendo-lhe defesa qualquer incursão no mérito
administrativo".
(...)
DA SITUAÇÃO DA AGRAVANTE NOS PROCESSOS SELETIVOS DO FIES
35. Em consulta ao FiesOferta (Documento 1 - 3565688), verifica-se que a
agravante se inscreve no processo seletivo do Fies no primeiro semestre de 2021,
tendo optado pelo Grupo de Preferência "Região: Distrito Federal - DF | Mesorregião:
Distrito Federal Curso: MEDICINA | Conceito: 5 | Área: CURSOS DA AREA DE
SAUDE | Subárea: MEDICINA" e dentro desse Grupo, escolheu os cursos na
seguinte ordem:

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 3
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319380602800000258960984
Número do documento: 22100319380602800000258960984
36. A agravante, apesar de alegar estar matriculado em curso de Medicina, optou por
concorrer para o curso em instituições diversas, sendo de se questionar se de fato
está/estava matriculada em curso de Medicina desde o primeiro semestre de 2021.
37. Ainda como se observa da página 3 do Documento 1, que a agravante foi
classificada em 315ª lugar e permaneceu em lista de espera, visto que o candidato é
pré-selecioonado apenas no caso em que haja vagas que alcancem sua
classificação:

38. Ainda em consulta ao FiesOferta, foi observado o seguinte:

- em referência ao processo seletivo do Fies no segundo semestre de


2021 (Documento 2 - 3565697), a agravante apenas iniciou a sua inscrição, mas
não escolheu Grupo de Preferência ou optou por cursos para os quais pretendia
concorrer ao financiamento público;
- em referência ao processo seletivo do Fies no primeiro semestre de
2022 (Documento 3 - 3565702), a agravante não realizou inscrição;
- em referência ao processo seletivo do Fies no segundo semestre de
2022 (Documento 4 - 3565761), a agravante apenas iniciou a sua inscrição, mas
não escolheu Grupo de Preferência ou optou por cursos para os quais pretendia
concorrer ao financiamento público.

39. Afasta-se novamente as alegações da agravante de que o Fies tem


impossibilitado a sua permanência na educação superior, visto que com
exceção do primeiro semestre de 2021, nos demais semestres posteriores, a
agravante não chegou nem mesmo a finalizar as suas inscrições, o que
demonstra falta de agir, uma vez que a inscrição é ato volitivo.

DO CUMPRIMENTO DA DECISÃO JUDICIAL


40. Primeiramente, cumpre informar que apesar do prazo conferido para o
cumprimento à decisão judicial, não se levou em consideração que há uma série de
atos a serem realizados para que sejam adotadas todas as diligências necessárias à
assinatura do contrato de financiamento, os quais se encontram devidamente
determinados nos atos normativos do Fies, nomeadamente a Portaria MEC nº 209,
de 2018, além de envolver mais de um órgão, visto que a contratação do
financiamento ocorre no agente financeiro, a Caixa Econômica Federal (CAIXA).
41. De fato, não basta simples comparecimento ao agente financeiro, CAIXA, para
que seja assinado o contrato de financiamento, mas há atos de outros entes
públicos a serem levados em consideração, visto que o contrato deve ser
vinculado à vaga ocupada na instituição de educação superior, inclusive para
que a instituição possa receber do Fies aos valores financiados referentes à
prestação de serviço educacional.
42. Nesse sentido, foi encaminhado correspondência eletrônica à área técnica do
Fies (Documento 5 - 3568886) para que proceda ao cumprimento da decisão,
reprisando-se que todas as fases são realizadas observado-se prazos legalmente
informados nos atos normativos do Fies. Não se trata de desrespeito à ordem
judicial, mas de necessidade de se conferir a devida segurança jurídica a todo
os procedimentos de cumprimento da decisão.
43. Ademais, urge esclarecer que para a pré-seleção da agravante, deverá ser
afastada a pré-seleção de candidato na ordem de classificação, com claro
prejuízo não só a esse candidato, mas a todos os demais estudantes que
também atendam ao mesmo critério de inscrição, classificação e eventual pré-
seleção.
44. Nesse sentido, a medida que os procedimentos forem realizados, serão
prestados os devidos esclarecimentos.

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 4
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319380602800000258960984
Número do documento: 22100319380602800000258960984
CONCLUSÃO
45. Como devidamente esclarecido, para que o candidato obtenha a vaga e o
financiamento estudantil do Fies para curso de graduação, deve se inscrever
nos processos seletivos do Fies, além de ser classificado em ordem
decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na opção de vaga para
a qual se inscreveu, e será pré-selecionado, na ordem de sua
classificação, observado o limite de vagas disponíveis no curso e no turno
para o qual se inscreveu.
46. A obtenção de média mínima de notas no Enem e de observância ao limite de
renda constituem apenas critérios para a inscrição, visto que como todo processo
seletivo, existe um número de vagas a serem ofertadas por curso e turno pelas
instituições. A mesma lógica é observada nos processos seletivos do Fies, em
que, além de ser necessário ter em consideração o número de vagas que cada
mantenedora de instituição informou em seu Termo de Participação, os
recursos do Fundo são também limitados.
47. O inciso V do art. 208 da Constituição Federal determina que o acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, dar-se-á segundo a
capacidade de cada um. Portanto, não se deve confundir critérios de
inscrição com critérios de classificação e pré-seleção.
48. De outro modo, todo e qualquer candidato que se inscrevesse a qualquer
processo seletivo seja para acesso à educação superior, seja em concursos
para ingresso de pessoas no serviço público, teria garantida uma vaga. No
entanto, para que de fato seja efetivo qualquer acesso, é necessário que se
observe e se obedeça os critérios de classificação e seleção.
49. Por oportuno, é necessário destacar que tem havido um crescente número
de demandas judiciais em que os postulantes visam a contornar os ditames
legais para obterem o financiamento do Fies em cursos de alta demanda, em
franco desrespeito aos postulados constitucionais e legais, consoante as
regras de classificação e pré-seleção que se encontram devidamente
amparadas na legislação educacional inclusive, e no inciso V do art. 208 da
Constituição Federal, em igual desrespeito aos princípios constitucionais e
administrativos.

DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA TUTELA RECURSAL

Conforme razões apresentadas pelo Ministério da Saúde e com fulcro no princípio da


legalidade, da isonomia, da impessoalidade, da publicidade, deve prevalecer o previsto na Lei nº
10.260, de 2001, e que o acesso à educação superior ocorra por meio dos processos seletivos do
Fies.

Destaque-se que o número de vagas a serem ofertadas nos processos seletivos do


Fies, nomeadamente após o segundo semestre de 2015, e especialmente após as mudanças
introduzidas pelo art. 5º-C da Lei nº 10.260, de 2001, para as contratações do financiamento do Fies
a partir do primeiro semestre de 2018, não são ilimitadas, em razão à disponibilidade orçamentária
referente ao programa, o que tornava necessária a adoção de uma nova metodologia e regras de
ocupação das oportunidades de financiamento dos estudantes de graduação que ora se prestam
os devidos esclarecimentos.

A adoção de critérios de qualidade para acesso ao Fies, de forma a oportunizar o


financiamento com recurso público, o qual deve ser usado na defesa do interesse coletivo, significa,
inclusive, aferição de qualidade pela comparação de desempenho dos estudantes que se candidatam a
esta oportunidade, como bem dispõem a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 341 / DF - que chancela a utilização do
Enem para fins de pré-seleção de para candidatos a financiamento pelo Fies, é essencial para uma correta
destinação dos fundos públicos.

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 5
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Número do documento: 22100319380602800000258960984
Portanto, nos termos do supracitado inciso eu faço § 1º do art. 3º da Lei nº 10.260, de 2001,
o Ministério da Educação possui uma competência legal para editar regulamento sobre as regras de
seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser considerados a renda familiar por capita e outros
requisitos, e as regras de oferta de vagas, o que ocorreu por meio da edição da retromencionada Portaria
MEC nº 209, de 2018.

Por outro lado, não há falar em excesso do poder regulamentar, pois o regramento visa
à manutenção da higidez dos processos seletivos do FIES, evitando a burla e preterição de
candidatos com melhor desempenho no processo seletivo e não contemplados para o curso
pretendido.

Além disso, referida Portaria MEC nº 535, de 12 de junho de 2020 trouxe ainda as seguintes
disposições:

Art. 2º Os atos a serem realizados pelo estudante na CPSA da instituição e no


agente financeiro do Fies referentes aos procedimentos tendentes à contratação do
financiamento estudantil e aos procedimentos de aditamento dos contratos do
programa, nos termos da Portaria MEC nº 209, de 2018, poderão ser realizados
digitalmente, desde que o meio para envio e recebimento de documentos
digitalizados sejam amplamente divulgados aos estudantes.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a CPSA da instituição e o agente
financeiro deverão emitir virtualmente documento de comprovação de entrega da
documentação.
Art. 3º Caso haja anuência da instituição de educação superior e do agente
financeiro referente aos atos de suas respectivas competências nos termos da
Portaria MEC nº 209, de 2018, o estudante ficará dispensado de comparecimento
presencial para assinatura e entrega de documentos referentes ao contrato de
financiamento do Fies, os quais poderão ser realizados por meio digital, sem prejuízo
de revisão futura do ato, com a repetição ou a complementação dos atos praticados
por meio digital.
Art. 4º As informações prestadas pelo estudante, para fins de contratação do Fies,
poderão ser verificadas em bases de dados governamentais e, caso se verifique que
são consistentes com essas bases, o estudante poderá ficar isento de apresentar a
documentação de comprovação dessas informações, na forma a ser regulamentada
por Edital.
Art. 5º O Programa de Financiamento Estudantil, de que tratam os arts. 15-D a 15-M
da Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, denominado P-Fies pela Portaria MEC nº
209, de 7 de março de 2018, observado o disposto na Resolução nº 33, de 18 de
dezembro de 2019, do Comitê-Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil - CG-
Fies, passa a ser regido por instrumento normativo próprio a partir do segundo
semestre de 2020.
§ 1º O P-Fies possui independência em relação aos processos seletivos do Fies para
oferta de vagas, inscrição, classificação e pré-seleção dos candidatos e contratação
do financiamento.
§ 2º Observado o disposto no caput, permanecem em vigência os dispositivos da
Portaria MEC nº 209, de 2018, referentes à modalidade de financiamento
regulamentada pelos arts. 15-D a 15-M da Lei nº 10.260, de 2001, referentes ao
primeiro semestre de 2018 até o primeiro semestre de 2020.

Ou seja, não há inclusão de nenhum critério adicional para adesão ao programa por meio
de referido normativo.

PROCESSO SELETIVO DO FIES

Dada a limitação de cem mil vagas definidas no Plano Trienal do Comitê Gestor do Fies
(CG-Fies) para o Fies, e considerando que uma oferta de vagas pelas mantenedoras de IES é bastante
maior do que esse número, faz- se necessária a definição pelo Ministério da Educação de critérios

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267538 - Pág. 6
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Número do documento: 22100319380602800000258960984
objetivos para definição de distribuição dessas vagas na modalidade Fies e de universo de concorrência
em que os estudantes se inscreverão para, a partir de sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), serem pré -selecionados a partir das opções de curso que indicarem no grupo de preferência e da
disponibilidade de vagas no referido grupo de preferência e nos cursos indicados como opção.

Para compreensão, vale colacionar os passos a serem dados até a contratação do


financiamento. Senão vejamos as informações da SESu/MEC:

Da candidatura dos candidatos

Nesse contexto, as informações que os candidatos interessados em se inscrever no


referido processo seletivo do Fies atenderão, cumulativamente, as seguintes
condições, constantes do art. 11 da Portaria MEC nº 38, de 22 de janeiro de 2021
(http://portalfies.mec.gov.br/arquivos/portaria_38_22012021.pdf), ou seja, (i) ter
participado do Enem, a partir da edição de 2010 , e média aritmética das notas nas
cinco provas igual ou superior a quatrocentos e cinquenta pontos e nota na prova de
redação superior a zero; e (ii) possuir renda familiar mensal bruta per capita de até
três recompensas, nos termos do art. 5º-C da Lei nº 10.260, de 2001.

Repisa que, em relação à exigência de que o candidato tenha participado do


Enem a partir da edição de 2010 e média aritmética das notas nas provas igual
ou superior a 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos e nota na redação
superior a zero, esta tem fundamento no artigo 37 da Portaria MEC nº 209, de 7
de março de 2018, sendo perfeitamente legal em razão da decisão proferida no
âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo eminente Ministro Luís Roberto
Barroso, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
( ADPF ) nº 341 / DF.

O candidato interessado em se inscrever na modalidade de financiamento por meio


do Fies (arts. 1º ao 6º da Lei nº 10.260, de 2001) deve possuir renda familiar mensal
bruta per capita de até 3 (três) recompensa, sendo que ao se inscrever no processo
seletivo, o candidato deve selecionar, dentro de um agrupamento de cursos pela
combinação de mesorregião, subárea mais conceito no Sinaes dos cursos que
compõem o que se denomina grupo de preferência, até 3 (três) opções de curso,
elencadas em ordem de prioridade, conforme descriçãoem os arts. 12 e 16 da
Portaria MEC nº 38, de 2021.

Da classificação e da pré-seleção no Fies

Encerrado o período de inscrição ao processo seletivo do Fies, os candidatos são


em ordem decrescente de acordo com as notas explicadas no Enem, na opção de
vaga para se inscrever, cumprir a disposição constante do § 6º do art. 1º da Lei nº
10.260, de 2001, o qual determina que o financiamento com recursos do Fies será
destinado prioritariamente a estudantes que não tenham concluído o ensino superior
e não tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil, vedada a concessão
de novo financiamento a estudante em período de utilização de financiamento pelo
Fies ou que não tenha quitado financiamento anterior pelo Fies ou pelo Programa de
Crédito Educativo, conforme se depreende do art. 17, da Portaria MEC nº 38, de
2021.

Ocorrida a classificação dos candidatos inscritos, o FiesSeleção procede à pré-


seleção dos candidatos no grupo de preferência para o qual se inscreveram,
observada uma ordem de classificação, a opção de cursos feita pelos
candidatos pré-selecionados e o limite de vagas disponíveis em cada curso /
turno de cada instituição participante, nos termos do art. 18 da Portaria MEC nº
38, de 2021 :
Arte. 18. O candidato será pré-selecionado na ordem de sua classificação, nos
termos do art. 17, observado o limite de vagas disponíveis, conforme as definições,
os procedimentos e os prazos cumpridos no Edital SESu.
Arte. 19. O resultado do processo seletivo será divulgado em uma única chamada

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Número do documento: 22100319380602800000258960984
pela SESu / MEC, em dados levantados no Edital SESu.
Arte. 20. A pré-seleção do candidato, na chamada única ou na lista de espera,
vincula apenas a expectativa de direito a uma das vagas para as quais se inscreve e
foi pré-selecionado no processo seletivo do Fies de que trata esta Portaria, levar a
contratação do financiamento condicionada à observância do art. 21 desta Portaria e
ao cumprimento de demais regras e procedimentos constantes dos demais
normativos do Fies.

Destaca-se que, como em qualquer processo seletivo, a pré-seleção dos candidatos


requerendo apenas a expectativa de direito às vagas para as quais se inscrevem
no processo seletivo do Fies, sendo que a contratação do financiamento se
condiciona à complementação da candidatura no FiesSeleção , com o
preenchimento de dados sobre garantia e agente financeiro escolhido, e ao
cumprimento das demais regras e procedimentos desta modalidade de
financiamento, inclusive a conferência pela CPSA das IES dos documentos que
comprovam as informações prestadas na inscrição e demais requisitos a serem
atendidos nos agentes financeiros.

Da conclusão da inscrição no Fies para contratação do financiamento

Os candidatos pré-selecionados na modalidade de financiamento pelo Fies devem


se reingressar no FiesSeleção para complementar a inscrição, com o preenchimento
de informações e dados sobre garantia e escolha do agente financeiro, para trâmite
regular da contratação do financiamento do programa, sendo as próximas etapas a
análise documental e cadastral pelo CPSA das IES e pelo agente financeiro
indicado, constituindo essas duas últimas técnicas do agente operador do Fies, visto
que o objetivo do processo seletivo é de apenas pré-selecionar os estudantes na
modalidade Fies aptos a dar prosseguimento aos procedimentos de contratação do
programa.

Da participação dos candidatos em lista de espera

Esclarece-se que o art. 22 da Portaria MEC nº 38, de 2021, define de regras claras
da participação do candidato em lista de espera. De fato, uma lista de espera é
usada para fins de preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas na
chamada regular, sendo que os candidatos somente podem ser pré-selecionados em
lista de espera à medida que haja vagas disponíveis nos grupos de interesse e nos
cursos de opção ou até prazo previsto em edital SESu. Portanto, a participação na
lista de espera apenas a expectativa de direito de ser pré-selecionado às vagas para
que quais o candidato se inscreva, se a pré-seleção na lista de espera condicionada
aos procedimentos e prazos cumpridos no SESu Edital.

No caso do processo seletivo do segundo semestre de 2021, o Edital nº 38, de 23 de


junho de 2021, assim dispõe:
5. DA LISTA DE ESPERA DO FIES
5.1. Os CANDIDATOS não pré-selecionados na chamada única deste processo
seletivo do Fies constarão automaticamente da lista de espera a ser aproveitada
para fins de preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas, observada a
ordem de classificação nos termos do dispôr no item 2 deste Edital.
5,2 Uma pré-seleção dos CANDIDATOS participantes da lista de espera ocorrerá no
período de 4 de agosto de 2021 até 23 horas e 59 minutos do dia 31 de agosto
de 2021 , observado o horário oficial de Brasília-DF.
5.3. Os CANDIDATOS constantes da lista de espera do Fies devem acompanhar o
resultado de eventual pré-seleção por meio do FiesSeleção, observados como
regras, procedimentos e prazos entregues nos itens 3 e 4 deste Edital.
5.3.1. Os CANDIDATOS pré-selecionados na lista de espera, nos termos dos itens
5.1 e 5.2 deste Edital, devem acessar o FiesSeleção, no endereço eletrônico
http://fies.mec.gov.br, e sua complementar inscrição para contratação do
financiamento no encaminhamento sistema, no período de 3 (três) dias úteis,
contados do dia subsequente ao da pré-seleção.
5.3.2. A participação do CANDIDATO na lista de espera apenas a expectativa de

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direito de ser pré-selecionado às vagas para as quais se inscreve neste processo
seletivo do Fies, disponível a pré-seleção condicionada à disponibilidade de vaga no
grupo de preferência e nos cursos de opção ou até o prazo previsto no subitem 5.2
deste Edital, bem como a observância das demais regras do programa.

Ao final, sintetiza:

Prestados todos esses esclarecimentos, urge concluir que apesar de uma autora
alegar situação de hipossuficiência, todos os candidatos que se inscreveram para
uma vaga na educação superior por meio do Fies .

Pontua-se ainda que, como devidamente esclarecido, a obtenção de média mínima


de notas no Enem e de observância ao limite de renda critérios critérios para a
inscrição aos processos seletivos, como se do previsto supracitado no art. 37 da
Portaria MEC nº 209, de 7 de março de 2018, que dispõe sobre o Fies a partir do
primeiro semestre de 2018.

Salienta-se, ainda, que a aprovação do estudante para acesso à educação superior


por meio de vestibular da instituição não guarda qualquer relação com os processos
seletivos do Fies, como anteriormente esclarecido, visto que a Lei nº 10.260, de
2001, não exige do estudante aprovação em vestibular da instituição, visto que o
acesso à educação superior por meio do Fies se estuda por meio de processo
seletivo a ser realizado pelo Ministério da Educação, consubstanciado em seu inciso
I do § 1º do art. 3º.

Como todo processo de seleção, existe um número de vagas a serem ofertadas por
curso e turno pelas instituições. A mesma lógica é observada nos processos
seletivos do Fies, em que além de ser necessário ter em consideração o número de
vagas que cada mantenedora da instituição informada em seu Termo de
Participação, os recursos do Fundo são também incluídos.

É por essa razão que para que o candidato obtém a vaga e o financiamento
estudantil do Fies, ele deve ser classificado em ordem decrescente de acordo
com as notas atribuídas no Enem, na opção de vaga para a qual se inscreveu, e
será pré-selecionado na ordem de sua classificação, observada o limite de
vagas disponíveis no curso e turno para o qual se inscreve.

Reforça-se o disposto no inciso V do art. 208 da Constituição Federal, que


determina o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, dar-se-á segundo a capacidade de cada um.

Portanto, não se deve confundir os critérios de inscrição com os critérios de


classificação e pré-seleção. (...)

Reitere-se que a agravante foi classificada em 315ª lugar e permaneceu em lista de


espera, visto que o candidato é pré-selecionado apenas no caso em que haja vagas que alcancem
sua classificação. Além do mais, sua nota para concorrer no processo seletivo foi de 657, 22,
enquanto que a nota de corte para o grupo de preferência foi de 754.

Assim, sendo certo que a Administração cumpriu rigorosamente as regras e as


normas do programa de maneira impessoal e isonômica,o provimento do presente agravo é medida
que se impõe.

DOS PEDIDOS

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Ante o exposto, requer a União o conhecimento do presente Agravo e reconsiderada a
v. decisão recorrida, revogando a antecipação de tutela recursal (atribuição de efeito suspensivo); e,
caso assim não entenda Vossa Excelência, seja o presente apresentado em mesa para análise
colegiada e seja realizado julgamento pelo provimento.

Pede deferimento.

Brasília, 03 de outubro de 2022.

EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS


ADVOGADO DA UNIÃO

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Ministério da Educação

NOTA TÉCNICA Nº 418/2022/CGPES/DIPPES/SESU/SESU

PROCESSO Nº 00732.004208/2022-57
INTERESSADO: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS E OUTROS
EMENTA: Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Processos seletivos referente ao segundo semestre de
2021, primeiro semestre de 2022 e segundo semestre de
2022. Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, alterada pela Lei
nº 13.530, de 7 de dezembro de 2017. Inscrição,
classificação. Grupo de Preferência. Lista de espera.
Contesta regra de classificação e pré-seleção. Prejuízos a
terceiros de boa-fé. Fundamento legal para utilização do
Enem para classificação e seleção dos estudantes. Inciso V
do art. 208 da Constituição Federal. Inciso I do § 1º do artigo
3º da Lei nº 10.260, de 2001. Artigos 37 e 38 da Portaria
MEC nº 209, de 7 de março de 2018. Decisão do STF
na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF) nº 341/DF.

1. Trata-se do Ofício nº 11933/2022/CORESPAP/PRU1R/PGU/AGU da


Procuradoria-Regional da União da 1ª Região acerca do agravo de instrumento nº
1032210-53.2022.4.01.0000, interposto por ANA MAYANE DIAS DE
FREITAS, recebido nesta Diretoria de Políticas e Programas de Educação Superior
(DIPPES/SESu/MEC), por meio da Cota nº 03109/2022/CONJUR-MEC/CGU/AGU da
Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Educação (Conjur/MEC), que encaminhou
PARECER DE FORÇA EXECUTÓRIA n. 00736/2022/CORESPAP/PRU1R/PGU/AGU para
cumprimento:
Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela recursal
formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do contrato
de financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao curso
superior em que se encontra matriculada, independentemente das restrições
descritas nos autos, até o pronunciamento definitivo da Turma julgadora.
2. Em síntese, a agravante alegou como segue:
(...)
A agravante ajuizou a presente ação com pedido liminar, a fim de conseguir o
Financiamento Estudantil - FIES, vez que encontra-se matriculada no curso de
Medicina, mas não está conseguindo arcar com as mensalidades sem
comprometer seu sustento e de sua família, sendo este o único meio para
concluir seus estudos e realizar seu sonho de ser médica.
Assim, em razão de sua insuficiência financeira, a agravante não consegue
prosseguir com os estudos na UNICEPLAC, tendo em vista que o curso de
Medicina é o mais oneroso do país e, além das mensalidades, há diversas
despesas com a faculdade, tornando o custo ainda maior.
Dessa forma, pleteia pela tutela de urgência pelo fato de não conseguir arcar
com o alto custo que está em torno de R$ 10.137,00 (dez mil, cento e trinta e
sete reais), e correr o risco de ter seu nome inserido no rol de inadimplentes e,
consequentemente, perder sua matrícula.
Vale dizer que, mesmo se juntar toda a renda de sua família, não conseguirá
efetuar o pagamento das parcelas, portanto, infelizmente, não será possível dar
continuidade aos seus estudos.
Nesse sentido, frisa-se que o FIES é um programa destinado a financiar a
graduação na educação superior de estudantes carentes em cursos superiores
não gratuitos. Na forma da Lei n. 10.260/2001, pode recorrer ao financiamento os
estudantes que cursar o ensino superior em faculdades particulares e a renda

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 1

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Número do documento: 22100319381128600000258960985
estudantes que cursar o ensino superior em faculdades particulares e a renda
mensal seja até de 3 ou 5 sálarios mínimos.
Ocorre que, ao analisar o pedido, o Juízo a quo proferiu decisão que indeferiu o
pedido liminar da agravante sob os seguintes argumentos, em síntese: Não
verificou a probabilidade do direito para a concessão da tutela de urgência, pois,
os critérios de seleção exigidos para a concessão do financiamento não foram
atingidos, dentre os quais, há o desempenho como um dos fatores a ser
observado.
Dessa forma, a decisão deve ser reformada, considerando o acesso à educação
e a progressão do ensino, conforme previsto na Constituição Federal, como será
demonstrado a seguir
(...)
3. Preliminarmente, cumpre informar que a partir do primeiro semestre
de 2018, em razão das alterações legais pelas quais passou a Lei nº
10.260, de 12 de julho de 2001, alterada pela Lei nº 13.530, de 7 de
dezembro de 2017, as regras acerca do Fies passaram a ser regidas pelo
disposto na Portaria MEC nº 209, de 7 de março de 2018, a qual determina
que o acesso aos cursos de educação superior por meio do financiamento público do
Fies dar-se-á única e exclusivamente por meio de processo seletivo do programa, e
para tanto, além de observar os critérios para inscrição ao processo seletivo, o
estudante ainda deverá ser classificado e pré-selecionado dentro do número de
vagas ofertadas pela instituição por meio do Fies para que possa realizar os demais
procedimentos tendentes à contratação do financiamento.
4. Como também será esclarecido, todas essas regras observam o
disposto na Constituição Federal e seus princípios, bem como na legislação infralegal.
DAS REGRAS QUE DEVEM SER ATENDIDAS PARA OBTENÇÃO DO
FINANCIAMENTO DO FIES
5. É imperioso destacar que as regras de classificação e pré-
seleção para concorrer a uma vaga na educação superior por meio do Fies
encontra também fundamento no disposto no inciso V do art. 208 da
Constituição Federal, que determina que o acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística, dar-se-á segundo a capacidade de
cada um.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de
idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à
escola.
6. Resulta ainda claro do disposto no art. 208 da Constituição Federal, que
o dever do Estado com a educação gratuita ocorre em relação à educação básica.
7. Por ser o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) um fundo de natureza
contábil e, portanto, dependente de limites financeiros e orçamentários do Ministério

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 2

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Número do documento: 22100319381128600000258960985
da Educação, bem como o número de vagas anuais definidas no Plano Trienal do
Comitê Gestor do Fies (CG-Fies) para o Fies, a sequência de classificação no
processo seletivo do Fies visa a destinar os recursos financeiros e orçamentários do
Fies a estudantes com maior dificuldade financeira em arcar com os custos de sua
graduação, o que denota o seu caráter social, mas também de observar o
disposto no inciso V do caput do art. 208 da Constituição Federal,
destinando o financiamento àqueles que demonstram atingir, segundo a
capacidade de cada um, o acesso à educação superior por meio do
programa de financiamento estudantil.
8. Ademais, desde o primeiro semestre de 2018, a exigência de o candidato
estar matriculado na instituição de ensino superior não existe na legislação do Fies:
Art. 1o Fica instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior - FIES, de natureza contábil, destinado à concessão
de financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores
não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério
da Educação, de acordo com regulamentação própria. (Redação
dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 1o É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies), de natureza contábil, destinado à concessão de financiamento a
estudantes regularmente matriculados em cursos superiores não gratuitos e
com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação, de
acordo com regulamentação própria. (Redação dada pela Lei nº
12.513, de 2011)
Art. 1º Fica instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil
- Fies, de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Educação, destinado à
concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores não gratuitos e
com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo referido Ministério, de
acordo com regulamentação própria. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 785, de 2017)
Art. 1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies), de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Educação, destinado à
concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores não gratuitos e
com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério, de acordo com
regulamentação própria. (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
9. Ressalta-se que o inciso I do § 1º do artigo 3º da Lei nº 10.260, de 2001:
Art. 3º ....................................
...............................................
§ 1o O Ministério da Educação, nos termos do que for aprovado pelo CG-Fies,
editará regulamento sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
I - as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser
considerados a renda familiar per capita e outros requisitos, e as regras de
oferta de vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
II - os casos de transferência de curso ou instituição, de renovação, de suspensão
temporária e de dilação e encerramento do período de utilização do
financiamento; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
III – as exigências de desempenho acadêmico para a manutenção do
financiamento, observado o disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 1o desta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
(...) (Grifamos)
10. Observa-se que a legislação refere-se às regras de seleção e
não de inscrição ("as regras de seleção de estudantes a serem
financiados").
11. Salienta-se, assim, que a obtenção de média mínima no Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), e de possuir renda renda familiar mensal bruta per
capita de até três salários mínimos constituem tão somente critérios para inscrição
aos processos seletivos, visto que em um universo de concorrência devem
haver regras de classificação e seleção dos candidatos, como ocorre em
qualquer processo seletivo vestibular ou mesmo em concursos públicos
em que o número de inscritos é imensamente superior ao número de
vagas ofertadas.
12. O disposto no § 5º do art. 37 da Portaria MEC nº 209, de 7 de março de

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 3

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Número do documento: 22100319381128600000258960985
2018, que dispõe sobre os processos seletivos do Fies a partir de 1/2018:
Art. 29. A pré-seleção de estudantes aptos a realizarem os demais
procedimentos para contratação de financiamento com recursos do Fies
ocorrerá, exclusivamente, por meio de processo seletivo conduzido pela
SESu/MEC.
§ 1º As regras e os procedimentos referentes aos processos seletivos do Fies
serão tornados públicos por meio de ato específico do Secretário de Educação
Superior, nos termos dos incisos V e VI do art. 5º desta Portaria.
§ 2º As regras e os procedimentos a serem tornados públicos por meio de ato
específico do Secretário de Educação Superior, nos termos do § 1º deste artigo, e
observado ainda o disposto nesta Portaria, compreenderão:
I – oferta de vagas pelas mantenedoras de Instituições de Educação Superior –
IES;
II – seleção das vagas a serem ofertadas no processo seletivo;
III – inscrição dos candidatos;
IV – classificação e pré-seleção dos candidatos, observado o disposto
no § 6º do art. 1º da Lei nº 10.260, de 2001;
V – complementação da inscrição pelos candidatos pré-selecionados;
VI – redistribuição das vagas entre os grupos de preferência; e
VII – eventual realização de processo seletivo para ocupação de vagas
remanescentes.
(...)
Art. 37. As inscrições para participação nos processos seletivos do Fies serão
efetuadas, exclusivamente, pela internet, em endereço eletrônico, e em período
a ser especificado a cada processo seletivo, devendo o estudante,
cumulativamente, atender as condições de obtenção de média aritmética das
notas nas cinco provas do Enem, além de nota na redação e de renda familiar
mensal bruta per capita a serem definidas em ato específico do Secretário de
Educação Superior a cada processo seletivo.
(...)
§ 5º A obtenção de média mínima de notas no Enem e de observância
ao limite de renda nos termos do caput constituem apenas critérios
para a inscrição aos processos seletivos do Fies, estando a realização
dos demais procedimentos tendentes à contratação do financiamento
do programa obrigatoriamente condicionados à classificação e
eventual pré-seleção do estudante, nos termos dos arts. 38 e 39
desta Portaria e dos demais atos que regulamentam o Fies.
13. Portanto, nos termos do § 2º do art. 37, o acesso ao
financiamento do Fies dá-se independentemente de aprovação em
processo seletivo da instituição de ensino superior, visto que atual
redação conferida ao caput do art. 1º da Lei nº 10.260, de 2001, pela Lei
nº 13.530, de 2017, dispensa a matrícula do estudante no curso para o
qual pleiteia uma vaga, uma vez que o acesso à educação superior por
meio do Fies dá-se a partir do primeiro semestre de 2018 única e
exclusivamente por meio de processo seletivo.
14. Ademais, a exigência quanto ao Enem, que tem fundamento no
artigo 37 da Portaria MEC nº 209, de 2018, é perfeitamente legal em razão
da decisão proferida no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo
eminente Ministro Luís Roberto Barroso, relator da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 341/DF, como se
observa do voto do relator:
(...)
4. Já no que respeita ao segundo grupo de estudantes, correspondente àqueles
que ainda não têm contrato com o FIES e que pleiteiam seu ingresso no sistema,
entendo ausente a plausibilidade do direito invocado. Não há que se falar em
direito adquirido à obtenção de financiamento, com base em regime jurídico
anterior sobre os requisitos a serem preenchidos para acesso ao FIES. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de
não reconhecer o direito adquirido a regime jurídico. Tampouco há
ato jurídico perfeito se os contratos de financiamento ainda não
foram celebrados.
5. Não bastasse isso, trata-se, no caso, de regulação discricionária, constante de
atos normativos de natureza secundária, editados pela Administração Pública à
luz de suas disponibilidades orçamentárias e financeiras, mutáveis por natureza.

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luz de suas disponibilidades orçamentárias e financeiras, mutáveis por natureza.
É válido notar, ainda, que as condições para a obtenção do financiamento foram
alteradas antes do início do prazo para requerimento da contratação junto ao
FIES para o primeiro semestre de 2015
(...)
8. Além disso, é inegável que a exigência de média superior a 450 pontos e de
nota superior à zero na redação do ENEM é absolutamente razoável como
critério de seleção dos estudantes que perceberão financiamento público para
custeio de seu acesso ao ensino superior. Afinal, os recursos públicos – limitados
e escassos – devem se prestar a financiar aqueles que têm melhores
condições de aproveitamento. Tratase, portanto, de exigência que
atende aos imperativos de moralidade, impessoalidade e eficiência a
que se submete a Administração Pública (art. 37, CF). Por essas
razões, não vislumbro violação ao princípio da segurança jurídica
neste segundo caso.
(...) (Grifamos)
15. Observa-se, ademais, a decisão exarado pelo E. Ministro Mauro Campbell
Marques no MS nº 20.074/DF, que "o estabelecimento de condições para a
concessão do financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência
e oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser modificados
ou afastados pelo Judiciário, sendo reservado a este Poder apenas o
exame da legalidade do ato administrativo, sendo-lhe defesa qualquer
incursão no mérito administrativo".
MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. FIES. CONCESSÃO DE
FINANCIAMENTO CONDICIONADA À EXISTÊNCIA DE LIMITE DE RECURSO
DISPONÍVEL DA MANTENEDORA ART. 2º, §3º, DA PORTARIA NORMATIVA Nº 10, DE
30 DE ABRIL DE 2010.
1. O art. 2º, §3º, da Portaria Normativa nº 10, de 30 de abril de 2010, estabelece
que "a concessão de financiamento de que trata esta Portaria é condicionada à
existência de limite de recurso disponível da mantenedora no momento da
inscrição do estudante, no caso de adesão com limite prevista no art. 26 da
Portaria Normativa MEC nº 1, de 2010, bem como à disponibilidade orçamentária
e financeira do FIES".
2. A referida Portaria, que dispõe sobre procedimentos para inscrição
e contratação de financiamento estudantil a ser concedido pelo
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), que
trata de um programa social de fomento à educação, estabeleceu
que a concessão do referido financiamento estaria condicionada à
existência de limite de recurso disponível da mantenedora no
momento da inscrição do estudante, que, no presente caso, conforme
demonstrado no documento de fls. 58, estaria esgotado.
3. Não há qualquer ilegalidade na exigência, para a concessão de
financiamento estudantil, da existência de limite de recurso
disponível da mantenedora no momento da inscrição do estudante,
uma vez que foi observada estritamente a literalidade da Portaria
regulamentadora da contratação de financiamento estudantil -
Portaria Normativa nº 10, de 30 de abril de 2010.
4. O estabelecimento de condições para a concessão do
financiamento do FIES insere-se no âmbito da conveniência e
oportunidade da Administração, e, portanto, não podem ser
modificados ou afastados pelo Judiciário, sendo reservado a este
Poder apenas o exame da legalidade do ato administrativo, sendo-lhe
defesa qualquer incursão no mérito administrativo.
5. Segurança denegada.
(MS n. 20.074/DF, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção,
julgado em 26/6/2013, DJe de 1/7/2013.) (Grifamos)
16. Por tais razões, o Ministério da Educação deve definir critérios
lógicos e objetivos para distribuição dessas vagas no Fies quanto
ao universo de concorrência em que os estudantes se inscreverão. Outra
intepretação, nos termos alegado pela agravante, resulta no afastamento
das regras legais postas pela Lei nº 10.260, de 2001, inclusive levando ao
entendimento que basta que o estudante se matricule em curso de alta
demanda e requeira o financiamento público para obtê-lo, ao arrepio dos
princípios basilares da constitução, como o da legalidade, da isonomia, da
impessoalidade, da publicidade, da razoabilidade, da moralidade, da
eficiência.
17. Qualquer outro entendimento enseja prejuízos a todos os candidatos que
tenham se inscrito regularmente no processo seletivo do Fies e que venha a obter

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melhor classificação do que a autora, em razão dos próprios méritos de cada
candidato, sendo que todos se encontram no mesmo perfil de hipossuficiência,
inclusive podendo se encontrar em situação socioeconômica ainda pior do que a da
autor a. Além do que, eventual pré-seleção de candidato com melhor
classificação do que a agravante poderá ser preterida para a concessão de
financiamento a ela, visto que pretende que se lhe confira meios distintos
àqueles tornados públicos pela Administração Pública para acessar o
financiamento do Fies.

PROCESSO SELETIVO DO FIES REFERENTE AO SEGUNDO SEMESTRE DE


2022

18. Com base no disposto no inciso I e no § 1º do art. 3º, da Lei nº 10.260,


de 2001, e no caput do art. 37 da Portaria MEC nº 209, de 2018, as regras
referentes ao processo seletivo do Fies no segundo semestre de 2022 foram
dispostas no retromencionado Edital nº 79, de 18 de junho de 2022.
19. Considerando que há limitação de vagas anuais definidas no
Plano Trienal do CG-Fies para o Fies, razão pela qual há
definição pelo Ministério da Educação de critérios objetivos
para distribuição dessas vagas na modalidade Fies e de universo de
concorrência em que os estudantes se inscreverão.
Da inscrição dos candidatos
20. Os candidatos interessados em se inscrever ao processo seletivo
do Fies no segundo semestre de 2022 deveriam atender, cumulativamente, as
seguintes condições, constantes dos subitens 2.3 do edital nº 79, de 18 de junho de
2022, <http://portalfies.mec.gov.br/arquivos/edital_79_18072022.pdf>, referente ao
processo seletivo Fies 2/2022:, ou seja, (i) ter participado do Enem, a partir da edição
de 2010, e obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a
quatrocentos e cinquenta pontos e nota na prova de redação superior a zero; e
(ii) possuir renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos, nos
termos do art. 5º-C da Lei nº 10.260, de 2001:
2.3. Poderá se inscrever no processo seletivo do Fies referente ao segundo
semestre de 2022 o CANDIDATO que, cumulativamente, atenda às seguintes
condições:
I - tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem a partir da
edição de 2010, com nota no Exame válida até o momento anterior à abertura
das inscrições prevista nesse Edital, e tenha obtido média aritmética das notas
nas cinco provas igual ou superior a 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos, e
nota na prova de redação superior a 0 (zero), assim como não tenha participado
no referido Exame como "treineiro"; e
II - possua renda familiar mensal bruta per capita de até 3 (três) salários
mínimos.
2.4. A obtenção de média mínima de notas no Enem e de observância ao limite
de renda nos termos do subitem 2.3. constituem apenas critérios para a
inscrição aos processos seletivos do Fies, estando a realização dos demais
procedimentos tendentes à contratação do financiamento do programa
obrigatoriamente condicionados à classificação e eventual pré-seleção do
CANDIDATO, observado o disposto neste Edital e dos demais atos que
regulamentam o Fies
(...)
3.2. Será vedada a concessão de novo financiamento do Fies, nos termos do § 6º
do art. 1º da Lei nº 10.260, de 2001, a candidato:
I - que não tenha quitado o financiamento anterior pelo Fies ou pelo Programa de
Crédito Educativo de que trata a Lei nº 8.436, de 25 de junho de 1992; ou
II - que se encontre em período de utilização do financiamento.
(...)
21. Resta claro que o subitem 2.4. do Edital nº 79, de 2022, ainda esclarece
que a obtenção de média mínima de notas no Enem e de observância ao limite de
renda nos termos do subitem 2.3. constituem apenas critérios para a inscrição aos
processos seletivos do Fies, estando a realização dos demais procedimentos
tendentes à contratação do financiamento do programa obrigatoriamente

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condicionados à classificação e eventual pré-seleção do candidato, observado
o disposto neste Edital e dos demais atos que regulamentam o Fies.
22. Em referência à inscrição em si:
2.6. Para efetuar sua inscrição no processo seletivo do Fies do segundo semestre
de 2022, o CANDIDATO deverá obrigatoriamente informar:
I - o seu número de registro no Cadastro de Pessoa Física - CPF;
II - correio eletrônico (e-mail) pessoal válido;
III - os nomes dos membros do seu grupo familiar, o número de registro no CPF
dos membros do seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 (quatorze)
anos, as respectivas datas de nascimento consoante constam do referido
Cadastro de Pessoa Física e, se for o caso, a renda bruta mensal de cada
componente do grupo familiar;
IV - os parâmetros que definem o grupo de preferência;
V - a ordem de prioridade das 3 (três) opções de curso/turno/local de oferta entre
as disponíveis no referido grupo; e
VI - demais exigências solicitadas no âmbito do FiesSeleção.
2.6.1. A definição do grupo de preferência de escolha do CANDIDATO, referida no
inciso V do subitem 2.6. deste Edital, ocorrerá por meio de pesquisa no
FiesSeleção, devendo escolher estado, município e nomenclatura do curso,
podendo ainda indicar, alternativamente, instituição de educação superior - IES e
local de oferta do curso.
2.6.2. Ao finalizar a pesquisa, o CANDIDATO terá como resultado as
possibilidades de curso, turno, IES e local de oferta e, ao selecionar um desses
cursos, deverá definir sua primeira opção e o grupo de preferência organizado
por:
a) região;
b) mesorregião;
c) curso e o conceito do curso atribuído pelo Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior - Sinaes;
d) área e subárea de conhecimento.
2.6.3. Após a definição da sua primeira opção e do grupo de preferência, o
CANDIDATO poderá indicar, em ordem de prioridade, até três opções de
curso/turno/local de oferta/IES dentre as disponíveis no referido grupo. 2.6.4.
Caso o grupo de preferência seja composto de número menor do que 3 (três)
cursos/turnos/locais de oferta/IES, o CANDIDATO poderá indicar em ordem de
prioridade a quantidade correspondente à disponibilidade existente no referido
grupo de preferência.
23. Ressalta-se que o Grupo de Preferência, como se observa do subitem
2.6.2., pode ser composto por apenas o curso de uma única instituição ou
de maior número de instituições, nos termos dos critérios para a sua definição,
como acima exposto.
24. Nos termos do subitem 2.9 do Edital nº 4, de 2022, ainda consta a
determinação que compete exclusivamente ao candidato certificar-se de que cumpre
os requisitos estabelecidos para concorrer ao processo seletivo referente ao primeiro
semestre de 2022, observadas as vedações previstas neste Edital, nos demais
normativos do Fies e nas Resoluções do CG-Fies:
2.9. Compete exclusivamente ao CANDIDATO certificar-se de que cumpre os
requisitos estabelecidos para concorrer ao processo seletivo referente ao
primeiro semestre de 2022, observadas as vedações previstas neste Edital, nos
demais normativos do Fies e nas Resoluções do CG-Fies..
(...)
Da classificação e da pré-seleção
25. Observa-se, portanto, que a participação do candidato no Enem
e obtenção de médias de notas, bem como o atendimento às regras
referentes à renda familiar constituem critérios de inscrição, tão somente.
Nesse sentido, é o disposto no supracitado § 5º do art. 37 da Portaria MEC nº 209,
de 7 de março de 2018, observado ainda todos os esclarecimentos já apresentados
no início da presente Nota Técnica, inclusive quanto à decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº
341/DF.
26. Portanto, são, sem fundamento, as alegações da agravante e

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de seu causídico que o simples fato de estar matriculado e não ter renda
sejam suficientes para obter o Fies, visto que por ser o Fundo limitado em
razão de questões orçamentárias, há de se seguir regras para a obtenção
do financiamento público, ademais que há milhares de outros candidatos
na mesma situação que a sua.
27. Ademais, consubstanciado com o inciso I do § 1º do art. 3º da
Lei nº 10.260, de 2001, é indiscutível que o acesso às vagas ofertadas
pelo Fies dá-se por meio de regras de seleção de estudantes a serem
financiados, consoante regulamento do Ministério da Educação, nos
termos aprovados pelo CG-Fies.
28. Não há amparo a pretensão da agravante, uma vez que para
que haja seleção, nos termos do inciso I do § 1º do art. 3º da Lei nº
10.260, de 2001, e com amparo ao disposto no inciso V do art. 208 da
Constituição Federal, esta claro que para que haja seleção, os candidatos
devem ser classificados utilizando-se, para tanto, a metologia adotada pelo
Ministério da Educação quanto à utilização das notas do Enem, as quais
tem base na DPF nº 341/DF.
29. Nesse sentido, a decisão ora em comento não observa que há
legalidade na forma de acesso ao financiamento do Fies por meio do
processo seletivo do programa, nos termos tornados públicos pelo
Ministério da Educação, os quais se encontram devidamente editados pela
Portaria MEC nº 209, de 2018, que fundamenta os Editais tornados
públicos pela Secretaria de Educação Superior a cada processo seletivo do
Fies.
30. Em continuidade às informações quanto à defesa da política pública,
encerrado o período de inscrição ao processo seletivo do Fies, os candidatos são
classificados em ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na
opção de vaga para a qual se inscreveram, observada a disposição constante do § 6º
do art. 1º da Lei nº 10.260, de 2001, o qual determina que o financiamento com
recursos do Fies será destinado prioritariamente a estudantes que não tenham
concluído o ensino superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento
estudantil, vedada a concessão de novo financiamento a estudante em período de
utilização de financiamento pelo Fies ou que não tenha quitado financiamento anterior
pelo Fies ou pelo Programa de Crédito Educativo.
3.1. Observadas as opções realizadas na inscrição e os limites de
vagas por grupo de preferência por curso/turno/local de oferta/IES, os
CANDIDATOS serão classificados no processo seletivo do Fies, na
ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, no
grupo de preferência para o qual se inscreveram, atendida a
prioridade indicada entre as 3 (três) opções de curso/turno/local de
oferta/IES escolhidas, observada a sequência disposta no § 6º do art.
1º da Lei nº 10.260, de 2001:
I - CANDIDATOS que não tenham concluído o ensino superior e não tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil;
II - CANDIDATOS que não tenham concluído o ensino superior, já tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado;
III - CANDIDATOS que já tenham concluído o ensino superior e não tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil; e
IV - CANDIDATOS que já tenham concluído o ensino superior e tenham sido
beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado.
3.1.1. A nota de que trata o subitem 3.1 será igual à média aritmética das notas
obtidas nas cinco provas do Enem em cuja edição o CANDIDATO tenha obtido a
maior média.
(...)
4.1. O resultado da ordem de classificação e da pré-seleção referente a processo
seletivo do Fies no primeiro semestre de 2022 será divulgado no dia 15 de março
de 2022 e será constituído de chamada única e de lista de espera.
4.2. O CANDIDATO será pré-selecionado na ordem de sua
classificação, nos termos do item 3 deste Edital, observado o limite
de vagas disponíveis no grupo de preferência para o qual se
inscreveu e no curso/turno/local de oferta/IES que tenha indicado

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inscreveu e no curso/turno/local de oferta/IES que tenha indicado
entre as 3 (três) opções disponíveis.
(...)
4.4. A pré-seleção do CANDIDATO na chamada única assegura apenas a
expectativa de direito a uma das vagas para as quais se inscreveu neste
processo seletivo do Fies, estando a contratação do financiamento condicionada
à observância das regras constantes deste Edital e dos demais normativos do
Fies.
(...) (Grifamos)
31. Ocorrida a classificação dos candidatos inscritos, o FiesSeleção
procede à pré-seleção dos candidatos no grupo de preferência para o qual se
inscreveram, observadas a ordem de classificação, a opção de cursos feita pelos
candidatos e o limite de vagas disponíveis em cada curso/turno de cada instituição
participante, nos termos dos subitens 3.1, 3.1.1., 4.1 e 4.2 do Edital nº 4, de 2012.
32. Ademais, destaca-se que, como em qualquer processo seletivo, a pré-
seleção dos candidatos assegura apenas a expectativa de direito às
vagas para as quais se inscrevam no processo seletivo do Fies, sendo que a
contratação do financiamento se condiciona à complementação da inscrição no
FiesSeleção, com o preenchimento de dados sobre garantia e agente financeiro
escolhido, e ao cumprimento das demais regras e procedimentos desta modalidade
de financiamento, inclusive a conferência pela CPSA das IES dos documentos que
comprovam as informações prestadas na inscrição e demais requisitos a serem
atendidos nos agentes financeiros.
33. Nesse sentido, a decisão proferida nos autos do agravo não
observa nem mesmo que a agravante deve observar as demais regras de
contratação do financiamento público, visto que assegura o direito à
contratação do financiamento.
Da conclusão da inscrição no Fies para contratação do financiamento
34. Os candidatos pré-selecionados no processo seletivo do Fies
devem reingressar no FiesSeleção para complementar a inscrição, com o
preenchimento de informações e dados sobre garantias e escolhas do agente
financeiro, para regular trâmite da contratação do financiamento do programa, sendo
as próximas etapas a análise documental e cadastral pela CPSA das IES e pelo agente
financeiro indicado, constituindo essas duas últimas etapas competência do agente
operador do Fies, visto que o objetivo do processo seletivo é de apenas pré-
selecionar os estudantes na modalidade Fies aptos a dar prosseguimento aos
procedimentos de contratação do programa, nos termos do subitem 5.1 do Edital nº
79, de 2022:
5.1. Os CANDIDATOS pré-selecionados, nos termos do item 4 deste Edital,
deverão acessar o FiesSeleção, no endereço eletrônico
http://portalfies.mec.gov.br, e complementar sua inscrição para contratação do
financiamento no referido sistema, no período de 16 de março de 2022 até as 23
horas e 59 minutos do dia 18 de março de 2022, observado o horário oficial de
Brasília-DF. 5.1.1. Após a complementação da inscrição, o CANDIDATO pré-
selecionado deverá:
I - validar suas informações em até 5 (cinco) dias úteis na Comissão Permanente
de Supervisão e Acompanhamento - CPSA, por meio da entrega física ou
digital/eletrônica de documentação exigida, contados a partir do dia
imediatamente subsequente ao da complementação da sua inscrição no Fies; e
II - validar suas informações em um agente financeiro em até 10 (dez) dias,
contados a partir do terceiro dia útil imediatamente subsequente à data da
validação da inscrição pela CPSA, por meio da entrega física ou digital/eletrônica
de documentação exigida, e especificada nos normativos vigentes para fins de
contratação e, uma vez aprovada pelo agente financeiro, formalizar a
contratação do financiamento.

DA SITUAÇÃO DA AGRAVANTE NOS PROCESSOS SELETIVOS DO FIES

35. Em consulta ao FiesOferta (Documento 1 - 3565688), verifica-se que a


agravante se inscreve no processo seletivo do Fies no primeiro semestre de
2021, tendo optado pelo Grupo de Preferência "Região: Distrito Federal - DF |
Mesorregião: Distrito Federal Curso: MEDICINA | Conceito: 5 | Área: CURSOS DA

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AREA DE SAUDE | Subárea: MEDICINA" e dentro desse Grupo, escolheu os cursos na
seguinte ordem:

36. A agravante, apesar de alegar estar matriculado em curso de Medicina,


optou por concorrer para o curso em instituições diversas, sendo de se questionar
se de fato está/estava matriculada em curso de Medicina desde o primeiro semestre
de 2021.
37. Ainda como se observa da página 3 do Documento 1, que a agravante
foi classificada em 315ª lugar e permaneceu em lista de espera, visto que o candidato
é pré-selecioonado apenas no caso em que haja vagas que alcancem sua
classificação:

38. Ainda em consulta ao FiesOferta, foi observado o seguinte:


- em referência ao processo seletivo do Fies no segundo
semestre de 2021 (Documento 2 - 3565697), a agravante apenas
iniciou a sua inscrição, mas não escolheu Grupo de Preferência ou
optou por cursos para os quais pretendia concorrer ao financiamento
público;
- em referência ao processo seletivo do Fies no primeiro
semestre de 2022 (Documento 3 - 3565702), a agravante não
realizou inscrição;
- em referência ao processo seletivo do Fies no segundo
semestre de 2022 (Documento 4 - 3565761), a agravante apenas
iniciou a sua inscrição, mas não escolheu Grupo de Preferência ou
optou por cursos para os quais pretendia concorrer ao financiamento
público.

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39. Afasta-se novamente as alegações da agravante de que o Fies
tem impossibilitado a sua permanência na educação superior, visto que
com exceção do primeiro semestre de 2021, nos demais semestres
posteriores, a agravante não chegou nem mesmo a finalizar as suas
inscrições, o que demonstra falta de agir, uma vez que a inscrição é ato
volitivo.

DO CUMPRIMENTO DA DECISÃO JUDICIAL

40. Primeiramente, cumpre informar que apesar do prazo conferido para o


cumprimento à decisão judicial, não se levou em consideração que há uma série de
atos a serem realizados para que sejam adotadas todas as diligências necessárias à
assinatura do contrato de financiamento, os quais se encontram devidamente
determinados nos atos normativos do Fies, nomeadamente a Portaria MEC nº 209,
de 2018, além de envolver mais de um órgão, visto que a contratação do
financiamento ocorre no agente financeiro, a Caixa Econômica Federal (CAIXA).
41. De fato, não basta simples comparecimento ao agente financeiro, CAIXA,
para que seja assinado o contrato de financiamento, mas há atos de outros
entes públicos a serem levados em consideração, visto que o contrato
deve ser vinculado à vaga ocupada na instituição de educação superior,
inclusive para que a instituição possa receber do Fies aos valores
financiados referentes à prestação de serviço educacional.
42. Nesse sentido, foi encaminhado correspondência eletrônica à área
técnica do Fies (Documento 5 - 3568886) para que proceda ao cumprimento da
decisão, reprisando-se que todas as fases são realizadas observado-se prazos
legalmente informados nos atos normativos do Fies. Não se trata de desrespeito
à ordem judicial, mas de necessidade de se conferir a devida segurança
jurídica a todo os procedimentos de cumprimento da decisão.
43. Ademais, urge esclarecer que para a pré-seleção da agravante,
deverá ser afastada a pré-seleção de candidato na ordem de classificação,
com claro prejuízo não só a esse candidato, mas a todos os demais
estudantes que também atendam ao mesmo critério de inscrição,
classificação e eventual pré-seleção.
44. Nesse sentido, a medida que os procedimentos forem realizados, serão
prestados os devidos esclarecimentos.

CONCLUSÃO

45. Como devidamente esclarecido, para que o candidato obtenha a


vaga e o financiamento estudantil do Fies para curso de graduação, deve
se inscrever nos processos seletivos do Fies, além de ser classificado em
ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na opção de
vaga para a qual se inscreveu, e será pré-selecionado, na ordem de sua
classificação, observado o limite de vagas disponíveis no curso e no turno
para o qual se inscreveu.
46. A obtenção de média mínima de notas no Enem e de observância ao
limite de renda constituem apenas critérios para a inscrição, visto que como
todo processo seletivo, existe um número de vagas a serem ofertadas por
curso e turno pelas instituições. A mesma lógica é observada nos
processos seletivos do Fies, em que, além de ser necessário ter em
consideração o número de vagas que cada mantenedora de instituição
informou em seu Termo de Participação, os recursos do Fundo são
também limitados.
47. O inciso V do art. 208 da Constituição Federal determina que o acesso
aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, dar-se-á
segundo a capacidade de cada um. Portanto, não se deve confundir critérios de
inscrição com critérios de classificação e pré-seleção.

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 11

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 11
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Número do documento: 22100319381128600000258960985
48. De outro modo, todo e qualquer candidato que se inscrevesse a
qualquer processo seletivo seja para acesso à educação superior, seja em
concursos para ingresso de pessoas no serviço público, teria garantida
uma vaga. No entanto, para que de fato seja efetivo qualquer acesso, é
necessário que se observe e se obedeça os critérios de classificação e
seleção.
49. Por oportuno, é necessário destacar que tem havido um
crescente número de demandas judiciais em que os postulantes visam a
contornar os ditames legais para obterem o financiamento do Fies em
cursos de alta demanda, em franco desrespeito aos postulados
constitucionais e legais, consoante as regras de classificação e pré-
seleção que se encontram devidamente amparadas na legislação
educacional inclusive, e no inciso V do art. 208 da Constituição Federal,
em igual desrespeito aos princípios constitucionais e administrativos.

ENCAMINHAMENTO

50. Por todos esses esclarecimentos, solicitamos, com a urgência que o


caso requer, que a Procuradoria pertinete busque reverter a decisão
proferida no agravo de instrumento em questão, uma vez que é nefasta à
política pública, às dotações orçamentárias do programa, ademais de não
observar os princípios constitucionais da legalidade, da isonomia, da
impessoalidade, etc, nem as decisões já proferidas pelo STF e STJ.
51. Ainda há que se observar, que a decisão judicial é prejudicial a todos os
demais candidatos, terceiros de boa-fé, que seguem regularmente as normas do
Fies.

ENCAMINHAMENTO

52. Sendo essas as informações a serem prestadas, sugere-se o


encaminhamento da manifestação contida nesta Nota Técnica à Conjur/MEC.

Brasília, 21 de setembro de 2022.

À consideração superior.
Lilian Carvalho do Nascimento
Coordenadora-Geral de Programas de Educação Superior

De acordo. Encaminhe-se conforme sugerido.

Edimilson Costa Silva


Diretor de Políticas e Programas de Educação Superior

mr
Documento assinado eletronicamente por Lilian Carvalho do Nascimento,
Coordenador(a)-Geral, em 30/09/2022, às 14:14, conforme horário oficial
de Brasília, com fundamento da Portaria nº 1.042/2015 do Ministério da
Educação.

Documento assinado eletronicamente por Edimilson Costa Silva, Diretor(a),


em 30/09/2022, às 17:12, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento da Portaria nº 1.042/2015 do Ministério da Educação.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site


http://sei.mec.gov.br/sei/controlador_externo.php?

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 12

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Número do documento: 22100319381128600000258960985
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código
verificador 3566472 e o código CRC 3D408156.

Referência: Processo nº 00732.004208/2022-57 SEI nº 3566472

Nota Técnica 418 (3566472) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 13

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SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 14

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 14
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Número do documento: 22100319381128600000258960985
Ministério da Educação
Fundo de Financiamento Estudantil - Fies
Processo seletivo do primeiro semestre de 2021
CONSULTA DA INSCRIÇÃO

Dados Cadastrais
Nome Completo *
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Declaro desejar fazer uso do nome social “designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida” ,
durante a execução do Processo Seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2018, em seus atos e procedimentos, conforme disposto no
Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016.

CPF * Data de nascimento *


026.486.041-11 19/01/1997

Sexo * RG *
Feminino 3412941

Órgão emissor * UF *
SSP DF

Data de emissão * Estado civil *


27/07/2012 Solteiro

E-mail principal * Telefone celular *


mayane_dias1997@hotmail.com (61) 98136-4521

CEP * Tipo de logradouro *


72241-104 Conjunto

Endereço * Número *
QNP 11 Conjunto D Casa 25

Bairro *
Ceilândia Norte (Ceilândia)

UF * Municipio *
DF Brasília

Questionário
Etnia/Cor*
Branca

Pessoa com deficiência*

Sim Não

Cursou o ensino médio em escola da rede publica?*

Cursei o ensino médio COMPLETO em escola da rede pública.

Cursei o ensino médio PARCIALMENTE em escola da rede pública.

NÃO cursei o ensino médio em escola da rede pública.

Concluiu curso superior?*

Sim Não

Documento 1/2021 (3565688) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 15

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 15
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Número do documento: 22100319381128600000258960985
Ano de conclusão do ensino médio*
2014

Professor do quadro permanente da rede pública de ensino, em efetivo exercício na educação básica? *

Sim Não

Declaro estar ciente e atesto a minha concordância expressa e irretratável com o disposto na Portaria MEC nº 1.009/2020 e no Edital SESu nº 69/2020
e suas alterações, que regulamentam os procedimentos e cronograma do processo seletivo do Fies referente ao primeiro semestre de 2021, bem como o
previsto na Portaria MEC nº 209/2018 e demais atos normativos que regulamentem a contratação do financiamento.

Autorizo o MEC a utilizar e a divulgar as minhas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as informações prestadas no Exame,
inclusive aquelas constantes do questionário socioeconômico, assim como os dados referentes à minha participação no processo seletivo do Fies referente ao
primeiro semestre de 2021.

Grupo Familiar

CPF Nome completo Data de nascimento Grau de parentesco Renda individual (R$)

026.486.041-11 ANA MAYANE DIAS DE FREITAS 19/01/1997 CANDIDATO 0,00

060.531.111-04 CAMILA DIAS RIBEIRO 04/11/2004 IRMÃ 350,00

060.531.201-03 ANA MARY REDUZINO DIAS 03/07/2000 IRMÃ 1.000,00

078.352.081-64 GABRIELA DIAS RIBEIRO 18/12/2006 IRMÃ 350,00

268.387.418-90 ANA PAULA DE QUEIROZ DIAS 11/06/1979 MÃE 3.500,00

Renda familiar mensal bruta (R$): 5.200,00


Renda mensal bruta por pessoa (R$): 1.040,00

Grupo Preferência
Região: Distrito Federal - DF | Mesorregião: Distrito Federal

Curso: MEDICINA | Conceito: 5 | Área: CURSOS DA AREA DE SAUDE | Subárea: MEDICINA

1º opção de curso
MEDICINA 2º opção de curso
3º opção de curso
Código 51835 MEDICINA
MEDICINA
Bacharelado | Turno INTEGRAL Código 1419799
Código 1135207
Bacharelado | Turno INTEGRAL
Bacharelado | Turno INTEGRAL
Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS
SANTOS Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
EURO-AMERICANO Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
Local de oferta: UNIDADE GAMA DE BRASÍLIA
Local de oferta: Centro Universitário
Endereço: Siga Área Especial No- 02, 72460-000, Euro-Americano - Unidade Asa Sul Local de oferta: UNIDADE SEDE
Brasília - Distrito Federal - DF
Endereço: , 70200-001, Brasília - Distrito Federal - Endereço: Eqn 707 907 Conjunto C, 70790-075,
Conceito do curso: 5 (CC) DF Brasília - Distrito Federal - DF

Mensalidade para o Fies: R$ 9.398,00 Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC)

Valor do salário de expectativa para a profissão: Mensalidade para o Fies: R$ 9.965,87 Mensalidade para o Fies: R$ 7.469,75
R$ 5.863,00
Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão:
R$ 1.100,00 R$ 5.863,00

Conclusão

Documento 1/2021 (3565688) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 16

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 16
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319381128600000258960985
Número do documento: 22100319381128600000258960985
1ª opção de curso
2ª opção de curso 3ª opção de curso
MEDICINA
MEDICINA MEDICINA
Código 51835
Código 1419799 Código 1135207
Bacharelado | INTEGRAL
Bacharelado | INTEGRAL Bacharelado | INTEGRAL

Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO


DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO Instituição de ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO
SANTOS EURO-AMERICANO DE BRASÍLIA

Local de oferta: UNIDADE GAMA Local de oferta: Centro Universitário Local de oferta: UNIDADE SEDE
Euro-Americano - Unidade Asa Sul
Endereço: Siga Área Especial No- 02 - Distrito Endereço: Eqn 707 907 Conjunto C - Distrito
Federal - DF Endereço: - Distrito Federal - DF Federal - DF

Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC) Conceito do curso: 5 (CC)

Mensalidade para o Fies: R$ 9.398,00 Mensalidade para o Fies: R$ 9.965,87 Mensalidade para o Fies: R$ 7.469,75

Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão: Valor do salário de expectativa para a profissão:
R$ 5.863,00 R$ 1.100,00 R$ 5.863,00

Quantidade Semestre Concluído: 0 Quantidade Semestre Concluído: 0 Quantidade Semestre Concluído: 0

* Declaro estar ciente dos prazos e procedimentos referentes ao Processo Seletivo do Fies do primeiro semestre de 2021, inclusive aqueles relativos à contratação
do financiamento, comprometendo-me a apresentar toda a documentação exigida pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) e pelo Agente
Financeiro do Fies. Declaro, ainda, que todas as informações prestadas são verdadeiras, sendo que a prestação de informações e/ou documentação falsa implicará em
minha reprovação no referido processo seletivo.

Resultado - FIES
Você está participando da lista de espera do processo seletivo do na modalidade Fies.

Acompanhe aqui as convocações dos estudantes pré-selecionados na lista de espera.

Sua classificação é a 315º colocação

Sua nota para concorrer no processo seletivo: 657,22

Nota de corte para o grupo de preferência *: 754,00

* A nota de corte considera o número total de vagas disponíveis no Grupo de Preferência e as notas obtidas no Enem pelos candidatos inscritos no referido grupo, sem
levar em consideração o número de vagas específicas para cada curso. Para a classificação aplica-se a sequência disposta no item 2.1. do Edital nº 69/2020.

A chave de segurança desta inscrição é: 0d6450fc7bf610c69146c286995f907a

Documento 1/2021 (3565688) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 17

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 17
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319381128600000258960985
Número do documento: 22100319381128600000258960985
Ministério da Educação
Fundo de Financiamento Estudantil - Fies
Processo seletivo do segundo semestre de 2021
CONSULTA DA INSCRIÇÃO

Dados Cadastrais
Nome Completo *
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Declaro desejar fazer uso do nome social “designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida” ,
durante a execução do Processo Seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2018, em seus atos e procedimentos, conforme disposto no
Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016.
Nome social *
Ana Mayane Dias de Freitas

CPF * Data de nascimento *


026.486.041-11 19/01/1997

Sexo * RG *
Feminino 3412941

Órgão emissor * UF *
SSP DF

Data de emissão * Estado civil *


27/07/2012 Solteiro

E-mail principal * Telefone celular *


mayane_dias1997@hotmail.com (61) 98136-4521

CEP * Tipo de logradouro *


72241-104 Residencial

Endereço * Número *
QNP 11 Conjunto D Casa 25

Complemento * Bairro *
P norte Ceilândia Norte (Ceilândia)

UF * Municipio *
DF Brasília

Questionário
Etnia/Cor*
Branca

Pessoa com deficiência*

Sim Não

Cursou o ensino médio em escola da rede publica?*

Cursei o ensino médio COMPLETO em escola da rede pública.

Cursei o ensino médio PARCIALMENTE em escola da rede pública.

NÃO cursei o ensino médio em escola da rede pública.

Documento 2/2021 (3565697) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 18

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 18
http://pje2g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22100319381128600000258960985
Número do documento: 22100319381128600000258960985
Concluiu curso superior?*

Sim Não

Ano de conclusão do ensino médio*


2014

Professor do quadro permanente da rede pública de ensino, em efetivo exercício na educação básica? *

Sim Não

Declaro estar ciente e atesto a minha concordância expressa e irretratável com o disposto na Portaria MEC nº 38/2021 e no Edital SESu nº 38/2021 e
suas alterações, que regulamentam os procedimentos e cronograma do processo seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2021, bem como o
previsto na Portaria MEC nº 209/2018 e demais atos normativos que regulamentem a contratação do financiamento.

Autorizo o MEC a utilizar e a divulgar as minhas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as informações prestadas no Exame,
inclusive aquelas constantes do questionário socioeconômico, assim como os dados referentes à minha participação no processo seletivo do Fies referente ao
segundo semestre de 2021.

Grupo Familiar

CPF Nome completo Data de nascimento Grau de parentesco Renda individual (R$)

026.486.041-11 ANA MAYANE DIAS DE FREITAS 19/01/1997 CANDIDATO 3.000,00

Renda familiar mensal bruta (R$): 3.000,00


Renda mensal bruta por pessoa (R$): 3.000,00

Grupo Preferência
Nenhum curso foi selecionado pelo aluno.

Documento 2/2021 (3565697) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 19

Assinado eletronicamente por: EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS - 03/10/2022 19:37:36 Num. 265267539 - Pág. 19
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Número do documento: 22100319381128600000258960985
Ministério da Educação
Fundo de Financiamento Estudantil - FIES
Processo seletivo do primeiro semestre de 2022
COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO
Data e hora da consulta: 19/09/2022 14:28:36.

O(a) estudante ANA MAYANE DIAS DE FREITAS , CPF: 026.486.041-11 não se inscreveu no processo seletivo regular do FIES referente ao primeiro semestre de 2022.

Documento 1/2022 (3565702) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 20

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Ministério da Educação
Fundo de Financiamento Estudantil - Fies
Processo seletivo do segundo semestre de 2022
CONSULTA DA INSCRIÇÃO

Dados Cadastrais
Nome Completo *
ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

Declaro desejar fazer uso do nome social “designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida” ,
durante a execução do Processo Seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2018, em seus atos e procedimentos, conforme disposto no
Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016.
Nome social *
Ana Mayane Dias de Freitas

CPF * Data de nascimento *


026.486.041-11 19/01/1997

Sexo * RG *
Feminino 3412941

Órgão emissor * UF *
SSP DF

Data de emissão * Estado civil *


27/07/2012 Solteiro

E-mail principal * Telefone celular *


mayane_dias1997@hotmail.com (61) 98136-4521

CEP * Tipo de logradouro *


72240-817 Quadra

Endereço * Número *
QNP 9 Conjunto Q 34

Bairro *
Ceilândia Norte (Ceilândia)

UF * Municipio *
DF Brasília

Questionário
Etnia/Cor*
Branca

Pessoa com deficiência*

Sim Não

Cursou o ensino médio em escola da rede publica?*

Cursei o ensino médio COMPLETO em escola da rede pública.

Cursei o ensino médio PARCIALMENTE em escola da rede pública.

NÃO cursei o ensino médio em escola da rede pública.

Documento 2/2022 (3565761) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 21

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Concluiu curso superior?*

Sim Não

Ano de conclusão do ensino médio*


2014

Professor do quadro permanente da rede pública de ensino, em efetivo exercício na educação básica? *

Sim Não

Declaro estar ciente e atesto a minha concordância expressa e irretratável com o disposto no Edital SESu nº 79, de 18 de julho de 2022 e suas
alterações, que regulamentam os procedimentos e cronograma do processo seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2022, bem como o previsto na
Portaria MEC nº 209/2018 e demais atos normativos que regulamentem a contratação do financiamento.

Autorizo o MEC a utilizar e a divulgar as minhas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as informações prestadas no Exame,
inclusive aquelas constantes do questionário socioeconômico, assim como os dados referentes à minha participação no processo seletivo do Fies referente ao
segundo semestre de 2022.

Grupo Familiar

CPF Nome completo Data de nascimento Grau de parentesco Renda individual (R$)

026.486.041-11 ANA MAYANE DIAS DE FREITAS 19/01/1997 CANDIDATO 0,00

Renda familiar mensal bruta (R$): 0,00


Renda mensal bruta por pessoa (R$): 0,00

Grupo Preferência
Nenhum curso foi selecionado pelo aluno.

Documento 2/2022 (3565761) SEI 00732.004208/2022-57 / pg. 22

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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-REGIONAL DA UNIÃO DA 1ª REGIÃO
NÚCLEO ESPECIALIZADO (PRU1R/CORESP/NUESP)
SETOR DE AUTARQUIAS SUL - QUADRA 3 - LOTE 5/6, ED. MULTI BRASIL CORPORATE - BRASÍLIA-DF - CEP 70.070-030

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) DO(A) GAB. 13 - DESEMBARGADOR


FEDERAL SOUZA PRUDENTE

NÚMERO: 1032210-53.2022.4.01.0000
PARTE(S): ANA MAYANE DIAS DE FREITAS E OUTROS
PARTE(S): UNIÃO

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, representado(a) pelo membro da Advocacia-


Geral da União infra assinado(a), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar,

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto pela parte autora da


ação. Assim, requer a V. Exa. sejam as presentes contrarrazões processadas e apreciadas por essa
Corte, negando-se provimento ao recurso.

Pede deferimento.

Brasília, 03 de outubro de 2022.

EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS


ADVOGADO DA UNIÃO

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CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Colenda Turma,

Excelentíssimos Desembargadores,

I. DA TEMPESTIVIDADE

Cumpre ressaltar, por cautela, que as presentes contrarrazões estão sendo apresentadas
dentro do prazo previsto no art. 1.019, II, do Código de Processo Civil c/c o art. 183. Desta forma, o prazo
iniciou-se no primeiro dia útil subsequente à publicação no PJE, o que constitui o seu dies a quo
(22/09/2022).

Desse modo, considerando que o prazo para contra-arrazoar o Agravo de Instrumento é de


15 (quinze) dias (CPC, art. 1.019, II) e que a União possui a prerrogativa de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal,
ex vi do disposto no art. 183 do CPC, tem-se, por inequívoca, a tempestividade das presentes
contrarrazões interpostas nesta data eis que o prazo fatal findaria em 08/11/2022.

II - SÍNTESE DA DEMANDA

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, na origem, indeferiu tutela
antecipatória para obtenção do FIES. O MM. Relator deferiu o pedido de antecipação de tutela recursal
(tutela de urgência) nos seguintes termos:

Com estas considerações, defiro o pedido de antecipação da tutela recursal


formulado na inicial, para assegurar à autora o direito à formalização do contrato de
financiamento estudantil, com recursos do FIES, relativamente ao curso superior em
que se encontra matriculada, independentemente das restrições descritas nos autos,
até o pronunciamento definitivo da Turma julgadora.

Eis os fundamentos da decisão:

Da leitura dos dispositivos legais em referência, verifica-se que, efetivamente, não se


vislumbra, dentre as condições legalmente estabelecidas, a exigência de que o aluno
tenha sido submetido ao Exame Nacional de Ensino Médio – ENEM, nem, tampouco,
que tenha obtido a média mínima exigida nos atos normativos hostilizados nos
presentes autos.
É bem verdade que o art. 3º da referida Lei nº 10.260/2011, estabelece que a gestão
do FIES caberá ao Ministério da Educação, que editará regulamento dispondo sobre
“as regras de seleção de estudantes a serem financiados, devendo ser considerados
a renda familiar per capita, proporcional ao valor do encargo educacional do curso
pretendido, e outros requisitos, bem como as regras de oferta de vagas”.
De ver-se, porém, que, os tais “outros requisitos” a que se reporta o dispositivo legal
em referência, não podem extrapolar os limites estabelecidos pela própria Lei de
criação do FIES, como no caso, sob pena de violação ao princípio da legalidade,
segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, inciso II), mormente em face da finalidade
precípua do financiamento estudantil em referência, que consiste em propiciar, sem
qualquer limitação, o livre acesso ao ensino superior, sintonizando-se, com o
exercício do direito constitucional à educação (CF, art. 205) e com a expectativa de
futuro retorno intelectual em proveito da nação, que há de prevalecer sobre
formalismos eventualmente inibidores e desestimuladores do potencial científico daí

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decorrente.

Não há qualquer reparo a fazer à decisão do MM. Juízo a quo, conforme se demonstrará a
seguir, razão pela qual deve ser negado provimento ao Agravo de Instrumento e reformada a decisão que
deferiu a liminar.

III – ANÁLISE DO RECURSO

Como se verá, o recurso ora contra-arrazoado não merece prosperar, haja vista que a
decisão atacada se respalda na legislação aplicável à espécie, restando, assim, não satisfeitos os
requisitos para o provimento do agravo.

A pretensão de tutela antecipada conforme pleiteada não há de ser deferida, sobretudo


porque implicaria afastamento de regras legais sem uma análise meritória exauriente.

Frise-se que a Administração cumpriu rigorosamente as regras e as normas do


programa de maneira impessoal e isonômica, sendo que a agravante foi classificada em 315ª lugar
e permaneceu em lista de espera tendo obtido nota aquém do necessário, porquanto sua nota para
concorrer no processo seletivo foi de 657, 22, enquanto que a nota de corte para o grupo de
preferência foi de 754.

Ademais, a decisão proferida pelo Juízo a quo está em consonância com os princípios
constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa.

IV.1 - DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS PARA O DEFERIMENTO DA TUTELA


ANTECIPADA.

O Novo Código de Processo Civil em seu artigo 300 elenca os requisitos para a concessão
da tutela de urgência: “será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”.

Assim, a tutela de urgência é imprescindível para a efetivação de determinados direitos que,


por uma circunstância ou outra, se encontram sujeitos à deterioração. Neste diapasão, constituem tais
tutelas instrumentos jurídicos essenciais à materialização desses direitos, que, uma vez revestidos de
características que revelem probabilidade de legitimidade, podem ser preliminarmente fruídos.

Já no que se refere à tutela de evidência, o Código de Processo Civil em seu artigo 311
assim estabelece:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração


de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

A Tutela de Evidência é uma tutela “não urgente”, estando amparada na num juízo de
probabilidade, na demonstração documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do Autor, ou seja,

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uma espécie de fumus boni iuris de maior robustez (BODART, 2015).

Nesse prisma, e comentando o tema relativo à tutela antecipada, CÂNDIDO DINAMARCO,


anota com propriedade:

Para chegar ao grau de probabilidade necessária à antecipação, o juiz precisa


proceder a uma instrução que lhe revele suficientemente a situação de fato.

Portanto, requisito sine qua non é a verossimilhança das alegações, um juízo de máxima
probabilidade sobre o alegado, que deve ser somada a um dos outros requisitos (fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação ou abuso do direito de defesa do réu).

A propósito, sobre a antecipação da tutela, o preclaro mestre Paulo Afonso Brum Vaz, em
brilhante artigo publicado na Revista da Previdência Social nº 175, edição de junho/95, Editora LTR,
leciona com maestria:

Os pressupostos ou requisitos necessários à concessão da tutela antecipada se


assemelham àqueles que autorizam o deferimento da tutela cautelar. Todavia, a
tutela antecipatória, a nosso ver um plus em relação à tutela cautelar, o fumus boni
iuris há que se fazer supedaneado por situação de fato impregnado de
verossimilhança.
A verossimilhança é a probabilidade de a situação fática sobre o qual incidem os
fundamentos jurídicos ser verdadeira. Esta aparência verossímil deve se apresentar
de forma inequívoca, ou seja, revestida de contornos tais que permitam ao juiz um
convencimento razoável. Devemos lembrar, no entanto, que não se exige um
convencimento pleno, pois a certeza é apanágio da verdade real, não da mera
probabilidade.
O periculum in mora patenteia-se exatamente na possibilidade de a parte autora
experimentar prejuízo irreparável ou de difícil reparação, se tiver que aguardar o
tempo necessário para a decisão definitiva da lide. Resguarda-se, destarte, o
litigante dos maléficos efeitos do tempo, isto porque situações existem, e não são
raras, em que a parte interessada não pode aguardar a tramitação do processo sem
prejuízo moral ou material insuscetível de recomposição. (A reforma do Código de
Processo Civil, 2ª ed. Pág. 144)

No presente caso, não se vislumbra nenhuma das hipóteses de cabimento para o


deferimento da tutela.

Com efeito, tratando-se de tutela de urgência, seria imprescindível o preenchimento dos


requisitos constantes do art. 300 do NCPC, quais sejam:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Vê-se que requisito sine qua non é a PROBABILIDADE DO DIREITO, ou seja, um juízo de
máxima probabilidade sobre o alegado, que deve ser somada a um dos outros requisitos PERIGO DE
DANO ou RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO.

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Todavia, no caso em epígrafe, não se encontram presentes os requisitos autorizadores da
tutela de urgência, não havendo que se falar em PROBABILIDADE DO DIREITO INVOCADO.

V - DA INEXISTÊNCIA DO ALEGADO DIREITO.

A fim de se evitar repetições desnecessárias, em atendimento aos princípios da celeridade


e economia processual, faz-se aqui referência ao Agravo Interno ID 261317560. Requer-se que aquelas
razões sejam levadas em consideração quando do julgamento do presente Agravo de Instrumento.

Além disso, importante também ressaltar o acerto da decisão agravada, que merece ser
mantida por seus próprios fundamentos sendo, também, desnecessário que se repitam todos os seus
argumentos no bojo destas contrarrazões.

VI - CONCLUSÃO

Caracterizada, pois, a ausência de requisitos geradores do direito, o presente agravo de


instrumento não merece ser provido.

Ex positis, na forma das razões acima expostas, requer, a recorrida, que seja negado
provimento in totum ao presente agravo.
Nestes Termos,
Pede Deferimento
Brasília, 03 de outubro de 2022.

EWERTON MARCUS DE OLIVEIRA GOIS


ADVOGADO DA UNIÃO

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Em anexo.

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Número do documento: 22101011350431500000260442470
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL
RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO NO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL DA 1ª REGIÃO.

Ref. Proc. n. 1032210-53.2022.4.01.0000

SIJUR: 04.000.07494/2022-001

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXA, instituição financeira sob


a forma de empresa pública federal, criada nos termos do Decreto-lei nº 759, de 12 de
agosto de 1.969, alterado pelo Decreto-lei nº 1.259, de 19 de fevereiro de 1.973,
constituída pelo Decreto nº 66.303, de 6 de março de 1.970, regendo-se atualmente pelo
Estatuto aprovado pelo Decreto nº 6.473, de 05 de junho de 2008, com sede em
Brasília/DF e Jurídico Regional na Av. Governador Flávio Ribeiro Coutinho, nº 115, 2º
Andar, MAG Shopping, Manaíra, João Pessoa/PB, CEP: 58.037-000, e-mail
jurirpb@caixa.gov.br, onde recebe citações e intimações, neste ato representada por seu
advogado infra assinado, conforme instrumento de mandato em anexo, vem, mui
respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar suas CONTRARRAZÃO AO
AGRAVO DE INSTRUMENTO pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Campo Grande – MS, 10 de outubro de 2022.

Rua da Paz, 540, Jardim dos Estados


Campo Grande/MS, CEP: 79020-250
Tel: +556730437080 / +556730437081
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Assinado eletronicamente por: GILBERTO PICOLOTTO JUNIOR - 10/10/2022 11:36:58 Num. 266828028 - Pág. 1
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Número do documento: 22101011353692100000260442474
CONTRARRAZÃO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Ref. Proc. n. 1032210-53.2022.4.01.0000

SIJUR: : 04.000.07494/2022-001

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO.

Excelentíssimos Julgadores,

I – BREVE SÍNTESE

Trata-se de pedido de tutela de urgência para fins de reformar a decisão que


indeferiu a tutela de urgência, reconhecendo o direito à agravante de obter a concessão do
Financiamento Estudantil;.

II – DO MÉRITO PROPRIAMENTE DITO

A CAIXA tem certeza de que o processo será extinto sem resolução do


mérito, na forma da lei. Entretanto, em respeito ao princípio da eventualidade, acaso esse
M.M. Juízo resolva julgar o mérito da questão, o que se admite por mera argumentação,
melhor sorte não assiste a Agravante, porquanto sua pretensão careça de amparo legal,
conforme se demonstrará doravante.

Rua da Paz, 540, Jardim dos Estados


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Inicialmente, cumpre observar que nos termos do Art. 300 do CPC/15 “a
tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”

Diferentemente do que disposto no Agravo de instrumento, os requisitos


para a concessão do pedido liminar NÃO foram demonstrados.

O FIES é um programa do Ministério da Educação - MEC, destinado a


financiar a graduação na educação superior de estudantes regularmente matriculados em
cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
referido órgão.

Com a publicação da Medida Provisória 785/17, de 06 de julho de 2017, que


reformula o Financiamento Estudantil, a CAIXA vem se adequando para assumir o papel de
única instituição financeira pública a atuar no Programa FIES acumulando, portanto, as
responsabilidades de Agente Operador, Agente Financeiro e Gestor do Fundo Garantidor
de Crédito;

No entanto, conforme dispõe as Portaria Normativa nº 209, de 07 de março


de 2018, competirá ao MEC, por meio da Secretaria de Educação Superior - SESu/MEC
gerir os módulos do Sistema Informatizado do Fies - Sisfies de oferta de vagas e de seleção
de estudantes;

A mesma Portaria assim o diz:

O estudante é pré-selecionado e finaliza seu processo de inscrição ao FIES


por meio da SESu/MEC e neste momento manifesta sua concordância com as condições
para o financiamento, não cabendo posteriormente alegar desconhecimento das regras.

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Art. 29 - A pré-seleção de estudantes aptos a realizarem os demais
procedimentos para contratação de financiamento com recursos do Fies e do P-Fies ocorrerá
exclusivamente por meio de processo seletivo conduzido pela SESu/MEC.

Art. 37 - As inscrições para participação no processo seletivo do Fies e do P-


Fies serão efetuadas exclusivamente pela internet, em endereço eletrônico, e em período a
ser especificado no Edital SESu, devendo o estudante, cumulativamente, atendar as
condições de obtenção de média aritmética das notas no Enem e de renda familiar mensal
bruta per capita a serem definidas na Portaria Normativa do MEC a cada processo seletivo.

Art. 38 - Encerrado o período de inscrição, os estudantes serão classificados


em ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na opção de vaga para a
qual se inscreveram, na sequência a ser especificada em Portaria Normativa a cada processo
seletivo, nos termos do art. 1º, § 6º, da Lei nº 10.260, de 2001.

Art. 39 - O estudante será pré-selecionado na ordem de sua classificação, nos


termos do art. 38 desta Portaria, observado o limite de vagas disponíveis no curso e turno
para o qual se inscreveu, conforme os procedimentos e prazos previstos no Edital SESu.

Art. 41 - O estudante pré-selecionado no processo seletivo na modalidade Fies


deverá acessar o FiesSeleção para realizar a conclusão de sua inscrição, devendo, para tanto,
informar seu número do Cadastro de Pessoas Físicas - CPF da SRFB e prestar todas as
informações solicitadas.

Parágrafo único - Para fins do disposto no caput, o estudante deverá conferir


todas as informações e manifestar sua concordância com as condições para o financiamento,
a qual será considerada ratificada para todos os fins de direito com a conclusão da sua
inscrição no FiesSeleção.

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Os dados da contratação são enviados pelo FNDE à CAIXA via troca de
arquivos eletrônicos, não cabendo nenhum tipo de alteração por parte da agência.

Para a contratação o estudante realiza a inscrição no financiamento através


do site do FNDE, valida as informações e emite DRI (documento de regularidade de
inscrição) na IES (Instituição de Ensino Superior) e de posse deste documento, que habilita
o estudante ao FIES, o aluno comparece a uma agência do agente financeiro para formalizar
a contratação;

Após concluir sua inscrição no SISFIES e validar as informações na CPSA,


o estudante comparece a uma agência da CAIXA, com o DRI válido e a documentação
exigida, para formalizar a contratação do financiamento;

Caso o estudante não formalize o contrato com o Agente Financeiro dentro


do prazo do DRI, a inscrição é cancelada e o estudante perde o direito ao FIES, exceto
quando da existência de erros ou de óbices operacionais por parte da IES, da CPSA, da
CAIXA e/ou dos gestores do FIES, que resultem na perda do prazo.

Os artigos a seguir transpostos da portaria acima citada versam sobre a


questão posta:

Seção IV

Da inscrição, classificação e pré-seleção nos processos seletivos do Fies e do P-Fies

Art. 37. As inscrições para participação no processo seletivo do Fies e do P-Fies


serão efetuadas exclusivamente pela internet, em endereço eletrônico, e em período a ser
especificado no Edital SESu, devendo o estudante, cumulativamente, atendar as condições
de obtenção de média aritmética das notas no Enem e de renda familiar mensal bruta per
capita a serem definidas na Portaria Normativa do MEC a cada processo seletivo.

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§ 1º Compete exclusivamente ao estudante certificar-se de que cumpre os
requisitos estabelecidos para concorrer no processo seletivo de que trata o caput, observadas
as vedações previstas no § 4º do art. 29 desta Portaria.

§ 2º A participação do estudante no processo seletivo de que trata esta Portaria


independe de sua aprovação em processo seletivo próprio da instituição para a qual pleiteia
uma vaga.

§ 3º A oferta de curso para inscrição na modalidade Fies não assegura


existência de disponibilidade orçamentária ou financeira para o seu financiamento, a qual
somente se configurará por ocasião da conclusão da inscrição do estudante.

§ 4º A inscrição para financiamento na modalidade P-Fies está condicionada


à disponibilidade orçamentária e financeira das fontes de recursos utilizadas de que trata o
art. 15-J da Lei nº 10.260, de 2001.

Art. 38. Encerrado o período de inscrição, os estudantes serão classificados


em ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na opção de vaga para a
qual se inscreveram, na sequência a ser especificada em Portaria Normativa a cada processo
seletivo, nos termos do art. 1º, § 6º, da Lei nº 10.260, de 2001.

§ 1º A nota de que trata o caput considerará a média aritmética das notas


obtidas nas provas do Enem em cuja edição o candidato tenha obtido a maior média.

§ 2º No caso de notas idênticas, calculadas segundo o disposto no § 1º deste


artigo, o desempate entre os candidatos será determinado de acordo com a ordem de critérios
a ser especificada na Portaria Normativa do MEC.

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Art. 39. O estudante será pré-selecionado na ordem de sua classificação, nos
termos do art. 38 desta Portaria, observado o limite de vagas disponíveis no curso e turno
para o qual se inscreveu, conforme os procedimentos e prazos previstos no Edital SESu.

Parágrafo único. A pré-seleção do estudante assegura apenas a expectativa de


direito à vaga para a qual se inscreveu no processo seletivo do Fies e do P-Fies, estando a
contratação do financiamento condicionada à conclusão da inscrição no FiesSeleção no caso
da modalidade Fies, à pré-aprovação de algum agente financeiro operador de crédito na
modalidade P-Fies e, em ambas modalidades, ao cumprimento das demais regras e
procedimentos constantes desta Portaria e da Portaria Normativa que regulamenta cada
processo seletivo.

Salientamos o fato de que não vislumbramos tentativa de contratação no


SIAPI e tampouco no SIFES (arquivos apensos)

Frise-se, por fim, que a seleção e inscrição são ações intrínsecas que
antecedem o processo de contratação, logo sem participação da CAIXA; sendo assim,
considerando o FNDE e/ou SESU MEC e/ou FIES SELEÇÃO figurarem no polo
processual, pedimos aguardar suas manifestações no processo, da qual recebemos o arquivo
de contratação.

III - DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer seja negado provimento ao presente agravo de


instrumento, mantendo-se incólume a conclusão alcançada no dispositivo da decisão
agravada.

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Por fim, requer que todas as intimações/publicações sejam realizadas em
nome do Dr. Gilberto Picolotto Junior, inscrito na OAB/MS 13.673, sob pena de nulidade
do ato, nos termos do § 2º do artigo 272 do CPC.

Termos em que,

Pede deferimento.

Campo Grande – MS,10 outubro de 2022.

JULIO CESAR DE MORAES RODRIGO NASCIMENTO DA SILVA


OAB/MS 13.740/A OAB/MS 9.571

GILBERTO PICOLOTTO JUNIOR


OAB/MS 13.673

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PRODUCAO SISTEMA DE APLICAÇÕES 06/09/2022
CAIXA-SIAPI CONSULTA DADOS CLIENTE/AVAL E CONTRATOS ASSOC. APIM0196
11:54:25
-------------------------------------------------------------------------------
INFORME.:

OPÇÃO...: 1 <== 1-CPF 2-CNPJ 3-MATRICULA/BENEFICIO

NUMERO CPF : 000026486041 / 11

CONTRATO: C <- C=CADASTRADO P=PENDENTE

-------------------------------------------------------------------------------
- CPF/CNPJ CLIENTE/AVALISTA INEXISTENTE
<ENTER> - CONTINUA <PF03> - RETORNA <PF12> - ENCERRA

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Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 5ª Turma

INTIMAÇÃO AUTOMÁTICA VIA SISTEMA

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCESSO: 1032210-53.2022.4.01.0000

CLASSE: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)

AGRAVANTE: ANA MAYANE DIAS DE FREITAS

AGRAVADO: UNIÃO FEDERAL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF, FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
DA EDUCACAO

DESTINATÁRIO: Procuradoria-Regional da República da 1ª Região

FINALIDADE: Intimar o MPF acerca do(a) último ato ordinatório/despacho/decisão/acórdão proferido(a) nos autos do
processo em epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06:
A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data
do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília, 17 de outubro de 2022.

Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 17/10/2022 15:53:25, Usuário do sistema - 17/10/2022 15:53:25 Num. 268489553 - Pág. 1
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Número do documento: 22101715532554200000262042001
PRR1ª REGIÃO-MANIFESTAÇÃO-125912/2022

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA 1ª REGIÃO

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE ADERCIO LEITE SAMPAIO, em 18/10/2022 13:49. Para verificar a assinatura acesse
EXCELENTÍSSIMO(A) DESEMBARGADOR(A) FEDERAL RELATOR(A) DO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO.

RELATOR(A): SOUZA PRUDENTE


5ª TURMA
TRF1/DF-1032210-53.2022.4.01.0000-AI

- Ausência de interesse social ou individual indisponível em

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave f7944786.552238b7.c1f70e00.3a3ba772


causa, na forma da Constituição Federal (art. 127, caput), a
justificar e exigir manifestação ministerial sobre o mérito da
causa.

Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo


juízo da 21ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, nos autos da ação ajuizada
por ANA MAYANE DIAS DE FREITAS contra a União Federal, a Caixa Econômica
Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, em que se busca a
concessão de provimento judicial, no sentido de que seja assegurado à suplicante o direito ao
financiamento estudantil, com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil – FIES,
independentemente das restrições impostas pelo Ministério da Educação, no ponto em que
inibem a participação de estudantes no aludido Programa, segundo a nota por eles obtida no
Exame Nacional de Cursos - ENEM.

No caso sob análise, forçoso reconhecer a ausência de interesse social ou


individual indisponível apto a justificar e exigir pronunciamento ministerial sobre o mérito da
causa.

As atribuições do Ministério Público estão definidas nos arts. 127 e 129 da


Constituição Federal de 1988 e consistem na defesa da ordem jurídica, do regime

Página 1 de 3

Assinado eletronicamente por: JOSE ADERCIO LEITE SAMPAIO - 18/10/2022 13:49:18 Num. 268782046 - Pág. 1
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PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA 1ª REGIÃO

democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

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Consoante o disposto no artigo 178 do CPC, as hipóteses nas quais se exige a
intervenção do Ministério Público são:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)


dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou
na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave f7944786.552238b7.c1f70e00.3a3ba772


III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A
participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.

Nesse sentido, dispõe o art. 6º, inciso XV, da Lei Complementar nº 75/1993:

Art. 6º - Compete ao Ministério Público da União:


(...) XV - manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo
solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse
em causa que justifique a intervenção (...) grifo nosso

Embora os juízes devam promover a intimação pessoal do Ministério Público,


com vista dos autos, sob pena de nulidade (CPC/2015, arts. 270 e 279, § 1º e Lei
Complementar nº 75/1993, art. 18, inciso II, alínea "h"), nos casos legais, ou quando
entendam presentes interesses sociais (públicos primários) ou individuais indisponíveis (CF,
art. 129, caput), o juízo de valor acerca da necessidade de pronunciamento de mérito cabe ao
órgão do Ministério Público, sob as penas da lei, conforme dispõe a LC nº 75/1993, art. 6º,
inciso XV.

Ante o exposto, o Ministério Público Federal não vislumbra a presença de


interesse público primário capaz de justificar sua intervenção, procedendo à devolução dos

Página 2 de 3

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PRR1ª REGIÃO-MANIFESTAÇÃO-125912/2022

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autos a esse Egrégio Tribunal Regional Federal sem pronunciamento sobre o mérito da causa,
pugnando pelo prosseguimento regular do feito.

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Brasília, data da assinatura eletrônica.

[assinado eletronicamente]
JOSE ADERCIO LEITE SAMPAIO
PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA

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Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1032210-53.2022.4.01.0000

CONCLUSÃO

Faço estes autos eletrônicos conclusos ao(à) Excelentíssimo(a) Desembargador(a) Federal


ANTONIO DE SOUZA PRUDENTE - Relator(a), com Decisão/Despacho, agravo interno da União
e do FNDE, contrarrazões e petição do MPF retro.

Brasília/DF, 3 de novembro de 2022.


p/Lívia Miranda de Lima Varela
Diretora da Coordenadoria da Quinta Turma

Assinado eletronicamente por: ELIANE GUERREIRO MACHADO - 03/11/2022 16:04:36 Num. 272370518 - Pág. 1
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