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OS CENTROS DA(S) CIDADE(S) C


O centro de Belo Horizonte, Minas Gerais, parece se dividir em pelo menos duas partes. A parcela mais D AIX
’Á A LEGENDAS
nobre da cidade é bastante rica em equipamentos culturais institucionalizados frequentados pelas G
UA
classes mais abastadas, enquanto o baixo centro é indiscutivelmente mais popular: dos aluguéis aos
bares, os preços mais baixos reafirmam a distinção entre os dois territórios. É neste cenário que a 1 - BANHEIROS: ACESSO PELO MUSEU

N
1

O
Rua Aarão Reis existe como importante ponto de articulação entre o baixio do Viaduto Santa Tereza 2 - GALERIA EXPOSIÇÃO PERMANENTE

RT
- palco de tradicionais manifestações culturais - e a Praça da Estação - onde acontecem os grandes

E
eventos da cidade-.É nesta rua, marcada pelo encontro dos meios de transporte coletivos da cidade 3º 3 - GALERIA EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
(ônibus, metrô e trem), pelos espaços culturais e boêmios que a cercam e pelas calçadas sempre PA 4 - BIBLIOTECA
vivas, que encontra-se um estacionamento privado ocupando um lote de aproximadamente 1000m², VI 2
M 5 - BANHEIRO ACESSO PÚBLICO
uma barreira à apropriação do espaço. A paisagem urbana do entorno do baixio do viaduto ilustra o EN
descaso do poder público para com a região e seus ocupantes, por exemplo, a pequena quadra de TO 6 - BICICLETÁRIO -20VAGAS
basquete passou a cumprir a função de banheiro público pela ausência de um. A depreciação do local
7 - CINEMA / AUDITÓRIO
criou um contexto ideal para a especulação imobiliária e futura gentrificação que apesar de nunca
efetivada começou a tomar forma em 2013, quando proposto pela prefeitura um equipamento cultural 8 - CABINE DE AUDIOVISUAL
tão burocrático e tão fechado como o atual estacionamento, passando por cima das dinãmicas 1
9 - GALERIA MEMORIAL DOS MORTOS
presentes. A proposta é fortemente criticada pelos movimentos e ambulantes ocupantes do
local, enquanto o estacionamento permanece até hoje. Do lado de dentro, alguns carros e muito 2º 10 - LOJA / BILHETERIA CINEMA
espaço vazio; do lado de fora, a inda e vinda diária dos trabalhadores, o Duelo de Mcs, o Samba da PA 2 2 11 - CAFÉ
meia-noite e tantas outras manifestações culturais populares da cidade. VI
M 12 - ADMINISTRAÇÃO E CENTRO DE
EN
AI SE SÊSSE TO PESQUISA
Se um dia o estacionamento de lá saísse, se um museu ali se instalasse e o muro se abrisse... O 13 - ACERVO
museu da democracia proposto pretende-se inserir no cotidiano da cidade e dos trabalhadores que DIAGRAMA DE PROCESSO
a formam; no caminho do metrô, na paisagem avistada pelo viaduto, no ambiente dos eventos e 14 - ALMOXERIFADO / DEPÓSITO
manifestações culturais do baixo centro. A ideia aqui apresentada é de um equipamento que quando 1 15 - QUADRA RECREATIVA
se fecha continua permeável a ocupação urbana, de maneira que a cidade siga desempedida de fruir REFORMADA
82,5m
por seus vazios. Pretende-se que o museu não seja um símbolo ou monumento à democracia, mas 1º
sim, um equipamento que funcione de maneira democrática, acessível a qualquer um, ocupado por PA 2
qualquer um. VI 1 METRÔ: ESTAÇÃO A 160 METROS DO
M 3 MUSEU
EN
ENFIM, O OBJETO TO
2 ESTAÇÃO DE TREM
Para além do programa do museu, propomos um banheiro público e aberto no térreo adjunto à
biblioteca que funciona de maneira independente da edificação, permitindo a requalificação da
quadra recriativa. Enquanto os pavimentos abaixo do térreo concentram as atividades administrativas
3 ESTAÇÃO DE MOVE (BRT)
do museu , acervo, café e cinema, os pavimentos acima ficam liberados para exposição. O térreo em DIAGRAMA DE ESTRUTURA
si funciona como um foyer aberto, uma extensão da calçada caracterizada por um vão ocupado 4 PONTO DE ÔNIBUS
parcialmente pela biblioteca e pelo banheir, dividindo a edificação em dois momentos: um em ESTRUTURA ESTRUTURA
METÁLICA CONCRETO 4
estrutura de concreto (abaixo) - que se molda de acordo com o terreno - e outro em estrutura TÉ
predominantemente de aço com lajes de concreto alveolares (acima) - que pousa no terreno. O nível RR 3
da rua conecta-se ao primeiro subsolo por meio de rampas que acompanham o memorial de mortos EO 5
gravado no muro de contenção, formando uma galeria ininterrupta e sempre aberta que acompanha
o terreno. As fachadas leste e oste são revestidas por painéis têxteis microclimáticos, de modo a
garantir a proteção solar mas ainda sim manter certa permeabilidade com o entorno. A edificação
sugere uma circulação externa às galerias, seja pelos corredores junto às fachadas ou pelo átrio MEMORIAL DOS MORTOS E
central que se conecta com eles e com o térreo, garantindo o diálogo entre o vazio horizontal do e DESAPARECIDOS POLÍTICOS COM
o vazio vertical e mais uma vez reforçando sua principal intenção: fecha-se onde é preciso, por uma A HISTÓRIA DOS 434 GRAVADA EM
questão funcional e não burocrática, abre-se onde é possível, de modo que o museu da democracia RELEVO
nunca se feche completamente. 7

DIAGRAMA DE ACESSO SU 6
B SO 8
9
ABERTO À ABERTO AO SEMPRE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICO ABERTO LO 1

10

CENTRO 2º
SU 11
DE BH
B SO
LO
12
9

12,5m 13

EZA
1
FACHADA TÊXTIL MICROCLIMÁTICA 2
RU 14

A TER
PAINEL DRYWALL A
LAJE ALVEOLAR PRÉ-FABRICADA AA

SANT
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RE
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1

UTO
VIAD
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4 RÃ 15
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