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MASCARENHAS, Frederica A.M. ( fananika@hotmail.

com);
MOUTA, Daniel Z. (danielzmouta@hotmail.com);
TEIXEIRA, João (jonas3tt@hotmail.com)

Monte Crasto (Anadia): subsídios para o estudo e preservação do


local e do espólio arqueológico

Unidade Curricular: Arqueologia Proto-História Peninsular


Docente: Professora Doutora Raquel Vilaça

Faculdade de Letras
Universidade de Coimbra

Ano Letivo: 2015/2016


1
Sumário

Sumário ...................................................................................................................................... 2
Introdução................................................................................................................................... 3
Localização e Caracterização de Monte Crasto ......................................................................... 3
Breve contextualização histórica e topónimo de Anadia ........................................................... 4
Metodologia de trabalho............................................................................................................. 6
Georreferenciação do Local ....................................................................................................... 8
Caracterização geomorfológica, climática e hidrológica da região ......................................... 10
Breve caracterização da cobertura vegetal e diversidade faunística da região......................... 11
Considerações finais:................................................................................................................ 12
Referências bibliográficas: ....................................................................................................... 14
ANEXOS .................................................................................................................................. 16
Anexo I -Fotografias de autoria própria, obtidas no terreno. ................................................... 17
Anexo II - Mapas da região ...................................................................................................... 21
Anexo III – Biodiversidade da região ...................................................................................... 27
Anexo IV – Reconstituição de um castro ................................................................................. 29
Anexo V – Ficha do sítio arqueológico (autoria própria) ........................................................ 31

2
)ntrodução
Este trabalho foi uma proposta de trabalho que visa a aplicação de conhecimento e o
desenvolvimento da capacidade investigativa no âmbito da cadeira de Arqueologia da Proto-
História Peninsular. Desta forma, o local escolhido pelo grupo de trabalho situa-se em Anadia,
distrito de Aveiro e é um local que se encontra em mau estado de conservação e num quase
abandono.
Ao pesquisarmos sobre o supracitado local pouco encontrámos pelo que optamos por
fazer a recolha e tratamento de informação que constam neste trabalho, de modo a contribuir,
de alguma forma para um melhor conhecimento do espólio arqueológico existente em Monte
Crasto. Durante a recolha e tratamento de informação, por vezes encontrámos informações
antagónicas ou cujas referências bibliográficas não correspondiam de todo, ao que
encontrávamos descrito, pelo que ao longo nosso trabalho tivemos algumas etapas mais
dificultadas em que a informação era escassa e por vezes pouco fiável.
Definimos como metodologia de trabalho a seguir três etapas distintas: uma primeira
fase de recolha de dados e tratamento dos mesmos; na segunda fase, o trabalho de campo, que
surgiu como uma oportunidade acrescida quando o Daniel conseguiu falar com o Senhor
Fernando Fernandes que conhecia bem a área e se predispôs a mostrar e a falar do que sabia,
ainda que de forma muito empírica e por fim, na terceira e última etapa de trabalho, organizar
o material num trabalho escrito, culminando uma reflexão final.

Localização e Caracterização de Monte Crasto


É na região Centro (NUT II), no distrito de Aveiro (Vide Mapa 1A e 1B, Anexo II) e na
sub-região do Baixo-Vouga (NUT III), que se localiza o município de Anadia, com os seus
217,13 km2 e 15 freguesias.
No contexto regional da Bairrada, Anadia é concelho rural e ocupa uma posição
privilegiada de centralidade, confrontando com os concelhos de Águeda (a Norte), de Mortágua
(a Este), da Mealhada (a Sul), de Cantanhede (a Sudoeste) e de Oliveira do Bairro (a Noroeste).
A sede deste concelho é a vila de Anadia, que se situa na freguesia de Arcos. (Vide Mapa 2,
Anexo II)
Segundo a Carta Militar Portuguesa (CMP), Escala 1:25.000 (207), Monte Crasto
localiza-se geograficamente: Coordenadas UTM (NE 475776) 85m; Coordenadas Gauss (G738
864), onde Monte Crasto surge referenciado como “crasto de Anadia”1.
O povoado do Monte Crasto, datado possivelmente da Idade do Ferro, é um sítio que
se localiza num ponto dominante nas proximidades da confluência do Rio Cértima com o Rio
da Serra, sobranceiro à vila de Anadia e à freguesia de Arcos. Na face noroeste, há notícia de
vestígios de uma forte muralha.
Pela sua localização, Monte Crasto, num ponto mais elevado, próximo de cursos de
água, seria um local privilegiado para a implementação de um povoado, numa zona de boa
visibilidade e recursos disponíveis. A conjugação de litologias e hidrografias proporcionou às
várias comunidades que se estabeleceram neste território variadas matérias-primas a explorar,
bem como determinadas estratégias de exploração do espaço no âmbito económico, que
determinaram também as suas estratégias de captação de recursos tal como as possibilidades
ilimitadas de troca de pessoas e bens.

1
A carta militar Portuguesa de 1978

3
Breve contextualização histórica e topónimo de Anadia
O povoamento da região de Anadia remonta à Pré-História. Prospeções arqueológicas
realizadas no âmbito de trabalhos académicos conduziram à deteção de vestígios que poderão
ser atribuídos ao Paleolítico e ao Neolítico. São menores as dúvidas no que respeita aos
vestígios das Idades do Bronze e do Ferro: o Monte Crasto, em Anadia, poderá ter sido ocupado
por um povoado fortificado, tendo-lhe sido associados alguns achados.
No entanto registe-se que na encosta do Crasto existe uma caverna (Caverna de Anadia
– Abrigo do Paleolítico) que segundo a CMP2, na escala de 1:25.000 (208) se encontra
localizada nas coordenadas UTM NE 477 773 45m /Gauss: G742 866, Estrada NE do Crasto.
Este abrigo paleolítico apresenta cerca de 3m a 4m de profundidade, encontrando-se entulhada,
o que justifica o seu tamanho reduzido.
De acordo com os trabalhos de Carlos Capela, referindo-se a Monte Crasto:

“ (…) Este sítio corresponde a um povoado fortificado na Idade do Ferro, e


posteriormente pelos romanos. O material cerâmico que consideramos da Idade do Ferro
encontra paralelos em: ALARCÃO.J (1974) e MARTINS, M.M.R. A presença romana é
atestada pela grande quantidade de material de construção que encontramos por toda
área do castro (tanto na coroa como na vertente NE) principalmente “tegulae” e
“imbrices”.(…)” (1982-1983)

Se a nível de espólio arqueológico, este revela uma ocupação antrópica do território,


que se perde no tempo, contudo esclarecedor em termos de cronologias, no que respeita ao
topónimo da Anadia, a sua origem parece variar segundo os vários autores encontrados.
O topónimo Nadia foi esclarecido por Joaquim Silveira (1914), que esclarece a possível
origem latina do nome. O topónimo Nadia deriva do latim «aqua ou fons» “nativa”3, usado
como nome de lugar, o qual teria evoluído para Nadia, na Idade Média4 . Supõe-se que nessa
época se dizia «a Nadia» e que, em tempos recuados, se referia a uma villa ou quinta rústica.
A forma mais antiga de designação do povoado é “Nadia”, que surge num documento
no qual se pode ler:

«(…)“dividit cum Quintanela et per illa Nadia et inde per illa ecllesia Santi
Martini …Dividit e alia parte cum villanova”, analisando, Quintanela é na
atualidade Quintela da Igreja, um lugar da freguesia da Moita, a “…ecllesia de
Santi Martini..” é a igreja do povoado com o mesmo nome, que fica próximo de
Monsarros, e “villanova” é Vila Nova de Monsarros , logo, “illa Nadia” só poderá
ser Anadia. A palavra “Nadia” deriva do latim “nativa” que significa nascente ou fonte
natural, do lado norte de Anadia brotavam fontes ou nascentes naturais. Num
documento de 1140 que se refere ao couto de Aguim é visível a designação atual de
Anadia para se referirem ao povoado (…)». (TEIXEIRA, M., em data desconhecida)

Das pesquisas efetuadas no Instituto de Arqueologia, em diversos documentos


encontramos, segundo Maria Ermelinda Oliveira (1990), citações de vários autores, onde se
pode ler:

«(…)Ora em Anadia realizam-se, ainda hoje, a 8 de Setembro, as festas em honra a


Senhora das Febres (outrora Nossa Senhora da Penha de França) na plataforma
reconstruída do Monte Crasto…não se constrange muito admitir a hipótese de o Monte
Crasto, dada a situação geográfica ter tido ocupação castreja, a qual se teriam seguido

2
Carta Militar Portuguesa, 1978
3
“nativa” que significa nascente ou fonte natural
4
Ver também ver também José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa

4
outras ocupações. No entanto, há que referir aqui que Mário Sáa5 localiza o “monte
aurem”, no referido documento de Dom Alfonso Henriques em 1140 (…)».

Na opinião de Bento Lopes (1985) o nome Anadia deriva de “Anadaria” que é o termo
a jurisdição de um capitão de besteiros; o capitão seria o Anadel.
Outros autores ao referirem-se ao topónimo “Ana” atribuem-lhe como significado de
“ovelha”, em quanto outros estudiosos associam ao significado de “rio, água”. Na opinião de
Carlos Capela (1982-1983) a toponímia deriva das condições naturais do local. Várias são as
fontes escritas que citam o “castro de Anadia” (Monte Crasto): “(…)Se de facto ali encontra
um crasto, penso que sim, o topónimo deriva ter algo a ver com o crasto. Se fizermos uma visita
ao local e mais precisamente a vertente lado poente vamos a encontrar bastante água
(…)”(CAPELA, 1982-1983).
Por último registe-se ainda a referência de Dulce Souto (1958), citada por Maria
Ermelinda Oliveira (1990): “(…)A civitas Odeio, do Cosmógrafo, localizava-se no Monte
Crasto localizava-se no Monte Crasto de Anadia ou mesmo na base de Montanhas. A actual
injunção, com o prefixo “a” e a intercalação de um “n” eufónico: “A-n-odeio(…)”.
A documentação da Idade Média permite-nos conhecer a dinâmica existente, quanto à
consolidação e surgimento de povoados, no atual concelho de Anadia.
Uma vez que a história encarregou-se de deixar os mais diversos testemunhos sobre esta
povoação, desde achados arqueológicos a menções registadas sobre pergaminho, fica
esclarecido que desde a Pré-História esta região foi ocupada pelo Homem, no entanto,
claramente documentado está o período de domínio romano, que, neste território, se iniciou por
volta de 50 a 40 a.C., com os esforços de conquista. Realizada esta, havia que consolidá-la,
concorrendo para tal a construção de vias que facilitassem as deslocações entre locais
estratégicos. Assim surgia a estrada Olisipo – Bracara Augusta (Lisboa – Braga), que, nesta
região, assumiu um traçado paralelo ao do Rio Cértima. No caso específico de Anadia, esta via
atravessava os campos situados entre a margem direita daquele rio e o Monte Crasto, vindo o
seu traçado a perpetuar-se, mais tarde, no da chamada Estrada Real, a que, grosso modo, se
sobrepõe hoje o da atual EN1/IC2.
Nos séculos seguintes, o povoamento desta zona ter-se-á mantido, mesmo nos anos
conturbados das invasões muçulmanas e da posterior reconquista cristã. Existem diversas cartas
que atestam a contínua ocupação antrópica do território sendo referidas diversas povoações 6,
entre elas Anadia (illa Nadia – 1082). As cartas medievais, como por exemplo, o aforamento
outorgado, em 1333, pelo prior do convento do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, fazem
referência a Anadia. Num documento datado de 1140, “(…) é visível a designação atual de
Anadia para se referirem ao povoado.” (TEIXEIRA, em data desconhecida)
O concelho de Anadia, acompanha as transformações históricas que foram ocorrendo
ao longo do tempo e à semelhança do que aconteceu à maioria dos concelhos portugueses, no
século XIX sofreu profundas alterações.
Dado que este trabalho incide sobre os vestígios das Idades do Bronze e do Ferro:
Monte Crasto é a este local que se dará, de forma compreensível um maior enfoque.
Apesar das primeiras referências e menção ao estudo do local de Monte Crasto, no
concelho de Anadia datam de 1895, pouco existe de informação consistente no que respeita ao
tema do nosso trabalho.

5
SÁA, Mário, coleção de seis volumes As Grandes Vias da Lusitânia, volume não referenciado, data não
referenciada.
6
Arcos (uilla de Arcus – 943), Alféloas (Almaphala de Rei – 1101) e do lugar do Montouro (Montem Aurem –
1140).

5
Utilizando diversas fontes de pesquisa de informação como teses de mestrado, diversos
documentos da Câmara Municipal de Anadia, plataformas online como o Portal do Arqueólogo7
afeto à Direção Geral do Património Cultural8 e o Inventário Endovélico também afeto à
DGPC9, entre outras conseguimos perceber que existe bastante espólio encontrado, que em
termos de datação e inserção numa cronologia história se dispersa no tempo. Contudo, é notório
que o estudo da arqueologia local com carácter sistemático e científico está por fazer. Na
história da Anadia existem períodos bem documentados e estudados, mas também existem
outros períodos, e acontecimentos que se encontram pouco documentados e consequentemente
pouco estudados. Se do período de romanização da região existem estudos de inúmeros
vestígios dispersos por todo o concelho, como por exemplo vestígios de cerâmica e cobertura
doméstica10, no que respeita aos períodos mais remotos da história, nomeadamente no
Paleolítico e no Neolítico, os vestígios são muito escassos e alguns necessitam mesmo de ser
analisados e comprovados. Quanto aos vestígios referentes ao Paleolítico encontraram-se em
diversas povoações entre elas, Monte Crasto onde também foram encontrados vestígios da
Idade do Ferro, tal como refere Carlos Capela (1982-1983) (vide pp.4-5 deste trabalho).
Nas referências ao espólio encontrado constam: mós manuais, machados de pedra polida
e escória de ferro; edificações dolménicas e mamoas na zona de Monte Crasto e zonas
limítrofes, revelam a eventual importância arqueológica de toda a zona do Monte Crasto, como
zona a ser mais profundamente estudada no que respeita ao seu povoamento em épocas pré-
romanas.
Durante este trabalho foram encontradas referências a que permitem inferir acerca da
ideia de que Arcos e Anadia seriam dois aglomerados distintos, no sopé do Monte Crasto, a
Norte e Nascente, respetivamente, que atualmente ocupam todo o perímetro do supracitado
Monte, de modo contínuo esbatendo-se assim as fronteiras antigas.

Metodologia de trabalho
Optamos por uma metodologia de trabalho, investigativa ao qual se juntou o trabalho e
campo com a visita ao local (vide Anexo I)
Do pouco material que foi encontrado durante a recolha de informação deparamo-nos
com algumas dificuldades: A. Informação rigorosa e científica escassa; B. Informação mal
documentada em termos de suporte bibliográfico e fontes de consulta; C. Pouco conhecimento
por parta da Câmara Municipal, nomeadamente do pelouro da Cultura acerca da historicidade
do local, bem como de estudos arqueológicos realizados; D. Documentação desatualizada.
Por último registe-se que toda a informação consistente sobre o local não está tanto
relacionada com os trabalhos arqueológicos na zona mas sim, é fruto de uma investigação
teórica sobre a história e a toponímia da região de Anadia.

No que respeita aos itens B e D registamos que:


No site do Portal do Arqueólogo nas referências bibliográficas indicadas: a obra do
Diccionário Geográphico de Cardoso «O Archeologo Portugues» (1895) e Diccionário
Geográphico de Cardoso «O Archeologo Portugues» (1897) nada sobre o Monte Crasto em
Anadia, ainda que contenha informações sobre outros crastos.

7
Disponível para consulta em: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/patrimonio-
arqueologico/gestao-da-atividade-arqueologica/portal-do-arqueologo/
8
DGPC, disponível para consulta em: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/
9
Disponível para consulta em: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/patrimonio-
arqueologico/endovelico-inventario/
10
Telhas romanas

6
Ainda por consulta do site do Portal do Arqueólogo verificamos que Monte Crasto surge
com a identificação CNS11 6075 pelo que está pelo menos inventariado, no entanto, nos
trabalhos associados ao local constam:
Relocalização, identificação e inspeção pela extensão do IPA de Viseu, datada de
12
2003 , com o objetivo de relocalização dos sítios arqueológicos conhecidos no concelho de
Anadia, sendo os co-responsáveis do trabalho realizado: António João Nunes Monteiro e Maria
Gertrudes Azinheira Branco.
Como resultado do trabalho consta em registo:

Deslocamos ao local a averiguar o estado de conservação do local. Não vimos nada


digno de relevo. O sítio apresenta vários taludes. Como o chão se encontra coberto de
vegetação rasteira não nos foi possível confirmar a existência de materiais
arqueológicos. (In: Portal do Arqueólogo, disponível em:
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=trabalhos.resultados&subsid=22
44679&vs=50681)

Relocalização, identificação e inspeção pela extensão do IPA de Viseu, datada de


2004 , com o objetivo de “Confirmação de notícia do jornal "Publico", de 26-07-2004, que
13

informava sobre obras de recuperação no local”. A responsável por esta intervenção foi Maria
Gertrudes Azinheira Branco, que revela nos resultados do trabalho:

Confirmou-se a existência de obras de remodelação no local, com a abertura de uma


estrada no lado nascente-sul, para permitir o acesso de viaturas ao morro. Os
trabalhos estão a ser feitos sem acompanhamento arqueológico existindo provas de
destruição de níveis arqueológicos.” (In: Portal do Arqueólogo, disponível em
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=trabalhos.resultados&subsid=23
16840&vs=50681

Por fim, o Portal do Arqueólogo faz referência aos trabalhos realizados em 2005,
trabalhos de limpeza e desmatação no âmbito da execução de arranjos exteriores no Monte
Crasto. Estes trabalhos surgem no supracitado Portal com a designação de «Prevenção» e a
responsável pelos mesmos foi Mari Lénea Teixeira Pereira, com a colaboração de Ana Rolo
(Colaborador) e Margarida Maia Ribeiro Manteiga (Colaborador). Destes últimos trabalhos
nada se encontra registado14 no Portal do Arqueólogo.
Tentamos saber mais sobre Mari Lénea Teixeira Pereira na tentativa de entrarmos em
contato com a pessoa, o que não foi possível. Entretanto registe-se que Mari Lénea Teixeira
Pereira, foi mestranda do Professor Doutor José D’Encarnação, pela FLUC no âmbito da
Arqueologia Regional, em data desconhecida.
Relativamente aos Mapas Militares disponíveis no Instituto de Arqueologia da UC, têm
cerca de 40 a 50 anos de desfasamento, relativamente à atual georreferenciação possível por
utilização de Sistemas Informatizados de Georreferenciação.
No que respeita ao item C, anteriormente mencionado, por parte da Câmara Municipal
de Anadia: Na carta Arqueológica de Aveiro, não consta Monte Crasto; Anadia pelo que
apuramos não tem carta arqueológica; Foi-nos fornecido o contacto de uma Dr.ª Sara 15 –
231519090 ligada ao Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Anadia que desconhecia o

11
Código Nacional de Sítio
12
Inicio e fim a 22/10/2003; consulta disponível em
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=trabalhos.resultados&subsid=2244679&vs=50681
13
Início e fim: 22/07/2004; consulta disponível em
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=trabalhos.resultados&subsid=2316840&vs=50681
14
Portal do Arqueólogo; consulta disponível em
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=projectos.resultados&subsid=2416012&vt=2416043
15
(apelido desconhecido)

7
interesse arqueológico do local; Em atas da C.M., referentes à Assembleia Municipal, apenas
se faz referência a Monte Crasto como um local, onde constam no Plano Diretor Municipal
obras de melhoramento de acessos e arranjo paisagístico (vide Resolução 64/94, de 9 de Agosto,
capítulo X, artigo 47º,ponto 4)1617, onde se pode ler « (…) Arranjo paisagístico do Monte
Crasto(…)»
Terminando, na descrição das limitações por nós encontradas, realçamos que o item A
se torna óbvio.
Desta forma, tivemos que arranjar um plano de ação que nos permitisse atingir o
objetivo de reunirmos o maior volume de informação possível, proveniente de fontes fiáveis
de modo a contribuir de alguma forma para um futuro estudo de Monte Crasto.
Definimos como passos a seguir, de forma mais prática sem esquecermos a nossa

 Georreferenciação mais pormenorizada com base em sistemas informáticos – recurso


metodologia investigativa em termos de historicidade do local:

ao Google maps, Google Earth e utilização dos programas: http://www.gps-coordinates.net/

 Registo fotográfico, do material encontrado no local. (vide Anexo I)


e http://www.latlong.net/ para obter uma maior precisão.

 O Daniel conseguiu ainda a colaboração espontânea que surgiu na sequência de uma


conversa, de Fernando Adelino Pina Fernandes.
Fernando Adelino Pina Fernandes, Presidente da União das Freguesias de Arcos-Mogofores,
que prontamente se dispôs a acompanhar o Daniel às “ditas ruínas”. Segundo o Sr. Fernando
Fernandes e o seu saber empírico (que reflete a importância da transmissão oral de
conhecimentos): “Há uns anos atrás na realização de obras de urbanismo realizadas no Monte
Crasto, um bulldozer ao passar em determinado ponto foi travado pela enorme quantidade de
pedras que havia no local. Para espanto e sobressalto de muitos.” (2015).
E foi nesta altura que foram feitos os registos fotográficos apresentados no Anexo I, sem
que nós consigamos fazer alguma identificação correta e rigorosa do espólio encontrado.

Georreferenciação do Local
Por acesso terrestre, de carro subindo Monte Crasto, o restante caminho tem que ser
feito a pé, por meio de vegetação e em parte entrando em propriedade privada.

Figura 1 – Acesso ao local, por via terrestre (imagem obtida pelo Google maps em street view)

16
Referente a «Áreas a sujeitar a outros tipos de estudos»
17
Corpo emitente: Presidência do Conselho de Ministros; Fonte Diário da República – 1ª série B, nº183, de
09/08/1994, pág. 4520 disponível em https://dre.tretas.org/dre/60928/

8
A georreferenciação feita por nós teve como etapas de trabalho:

Etapa 1 – Obtenção da imagem de satélite, no Google Maps do local a georreferenciar. (Fig.2).

Figura 2 – Mapa de Georreferenciação do local visitado pelo Daniel


(Fonte:https://www.google.pt/maps/place/R.+Fontela,+3780292+Arcos/@40.4454363,-
8.4420878,296m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0xd2307004b2ae591:0x22c4bb4698492d57)

Etapa 2 - Marcar na imagem o local anteriormente visitado (circulo na Fig.2))

Etapa 3 – Obtenção das coordenadas do local, através da referência que o Google Maps fornece
quando se faz a marcação de um local no mapa (visíveis no link da fonte da Fig.2) .

Tabela I – Valores de georreferenciação fornecidos pelo Google Maps (autoria própria)


Latitude 40.446055
Longitude -8.440682
(Fonte dos dados da tabela: https://www.google.pt/maps)

Etapa 4 - Introdução dos dados acima referidos no formulário da página www.GPS-


coordinates.net, que seguidamente fornece altitude do local (Fig.3)

Figura 3 – Imagem composta de cruzamento de dados entre o Google Maps (mapa satélite) e o GPS-
coordinates.net (autoria própria)

Permitindo-nos assim, elaborar a Tabela II.

9
Tabela II – Valores completos de georreferenciação do local visitado (autoria própria)
Latitude 40.446055
Longitude -8.440682
Altitude 81 Metros
(Fonte dos dados da tabela: http://www.gps-coordinates.net/)

Os valores obtidos por referencial de dados introduzidos e de cruzamento de dados18


que constam na tabela têm por base o trabalho realizado na georreferenciação a partir de etapas

 Google maps – Foi feita a localização do local;


que constam na imagem composta da figura 3.

 GPS-coordinates.net - foram introduzidas as coordenadas geográficas fornecidas pelo

 Uma vez obtida a localização correta no GPS-coordinates.net, pode clicar-se no mapa


Google maps;

para obtenção do valor de altitude.

Seguidamente, procedemos à georreferenciação do local onde há registos de vestígios


arqueológicos encontrados anteriormente, utilizando o mesmo software. (vide Fig. 4 e Tabela
III)

Figura 4 – Localização geográfica do sítio onde foi encontrado anteriormente espólio arqueológico (autoria
própria)

Tabela III – Coordenadas obtidas por cruzamento de dados entre Google maps, em vista satélite
Latitude 400.44’5046”
Longitude -80.44’1375”
Altitude 73 Metros
Fonte: https://maps.google.pt e GPS coordinates.net http://www.gps-coordinates.net/), pelo procedimento
descrito nas etapas 1 a 4)

Caracterização geomorfológica, climática e hidrológica da


região
Monte Crasto (Anadia) insere numa região de clima temperado Mediterrâneo com
influência Atlântica. (Vide Mapa 3, anexo II)
Assim, o clima é moderado, com invernos doces e verões suaves sofrendo influências
mediterrânicas e atlânticas. (Vide Anexo II, mapa 4)

18
Google maps e GPS-Coordinates. net

10
Das influências mediterrânicas manifestam-se na curva de pluviosidade com fracos
valores em julho e agosto. Esta mesma curva revela uma fraca amplitude anual que, tal como o
regime de ventos, mais frequentes de Noroeste para Oeste, é característica das regiões sob
influência atlântica. Resumindo, amplitude térmica anual fraca; precipitação elevada ao longo
de todo o ano, concentrando-se no outono e no inverno e a estação seca não ultrapassa os dois
meses.
O local situa-se na encosta de um acidente orográfico que sobressai na região
circundante. (Vide Mapa 5, Anexo II). Segundo o já referido Presidente da União das Freguesias
de Arcos-Mogofores, Fernando Fernandes, “Existe uma nascente no meio da encosta”.
O concelho é atravessado por rios de fraco curso, ainda que exista um elevado número
de lagoas, lagoinhas e fontes de água fresca. No sentido Norte-Sul o rio Cértima divide o
concelho em duas partes quase iguais. Reza a lenda que, em pleno reinado de D. Dinis, "o
lavrador", Santa Isabel, Rainha de Portugal nos seus passeios e em pleno pico do estio sentindo
sede, pediu a uma das aias que acompanhavam o séquito real, que lhe trouxesse um pouco de
água para mitigar a sua sede. Habituada a um paladar requintado das águas do Mondego e
visivelmente desagradada com um carácter salobro das águas do pequeno e humilde ribeiro,
logo ali exclamou com veemência: " Esta água é de certo má!". Ficou para sempre na memória
destas gentes o nome de "Certomá" e com o tempo foi perdendo a acentuação acabando como
hoje existe o "Rio Certoma". Mais conhecido por "Cértima".
A microtoponímia reflete claramente a presença de água na região. 19
No que respeita à geologia da região (Vide Mapa 6, Anexo II), surge num contexto
específico relativamente a Portugal Continental (Vide Mapa7, Anexo II): O concelho pertence
à Unidade Natural Mesozoica e Cenozoica. Existem diversas pedreiras de saibro sendo raras as
de gesso. Em algumas zonas como na Freguesia de Avelãs de Caminho e Sangalhos surgem
argilas vermelhas e calcários.
O solo é razoável para a agricultura e em todo o concelho é do Plistocénico
(Quaternário) sendo composto essencialmente por areias, algumas argilosas. Regista-se a
presença de um grande número de seixos rolados, o que evidencia a presença de cursos de água
e da ação erosiva da mesma. Na direção Este- Oeste registam-se “faixas” de terreno
cronologicamente identificáveis: aluviões e calcários do Cretácico e grés ou arenitos do
Cretácico e Jurássico. Destaque-se que são raros os terraços fluviais

Breve caracterização da cobertura vegetal e diversidade


faunística da região
A nível da cobertura vegetal esta parece ter sofrido alterações com o tempo já que
segundo Capela (1982-1983),“A cobertura vegetal corresponde a um estrato arbóreo
dominado por Acácias”.
Atualmente o eucalipto (Eucalyptus globulus Labill)20 é uma praga e o concelho tem
uma importante mancha de pinheiro bravo (Pinus pinaster) com o seu matagal característico.,
onde se podem encontram outros exemplares da flora da região (Vide tabela II, Anexo III). Na
região ocorrem potencialmente bosques e matagais, e arbustos de folhas pequenas, planas,
coriáceas e persistentes.
Atualmente na região é predominante a monocultura da vinha, que representa o grande
suporte económico e assiste-se ao aumento da cultura do kiwi e do tabaco.

19
Lagoa, Lagoinha, Olho, Olheiros, etc.
20
Considerada uma espécie invasora em Portugal, mas plantado pelo seu valor e características na indústria
madeireira: crescimento rápido, corte em pouco tempo logo economicamente rentável. Também conhecido pelo
nome vulgar de gomeiro-azul.

11
A nível de diversidade faunística (Vide Anexo III) registe-se o coelho bravo
(Oryctolagus cuniculus) que dada a densidade populacional desde lagomorfo é considerado
uma praga, no entanto, os fatores abióticos como a diversidade da rede hidrológica, o clima, o
tipo de solo e o relevo do Concelho, bem como fatores artificiais resultado da intervenção
antrópica, condicionam a existência de um mosaico de habitats e, consequentemente, a
diversidade e distribuição da flora e da fauna do Concelho. Para a maioria das espécies, os
estudos e informação de base é escassa, o que cria problemas de avaliação e seleção de espécies
e de áreas com interesse de conservação.
De espécies faunísticas realça-se na Tabela I, Anexo III alguns exemplos, no entanto
registe-se que entre aves de rapina e corvos existe avifauna de menor porte. Ainda se pode
mencionar a ictiofauna, os mamíferos, répteis e anfíbios e por fim uma vasta diversidade de
invertebrados.

Considerações finais:
Na conclusão deste trabalho consideramos que, reunir toda a informação disponível das
fontes que consideramos fidedignas, permitirá o enquadramento arqueológico do Crasto de
Anadia (Monte Crasto) e que o trabalho de campo para recolha do espólio arqueológico, registo
e catalogação dos materiais será um trabalho de campo a nível da arqueologia, pioneiro apesar
de tardio e permitirá não só preservar um potencial arqueossítio, como o seu respetivo espólio.
Por outro lado será mais um contributo para a reconstituição da história do concelho de Anadia.
Sentimos pois que apesar da nossa condição de estudantes de licenciatura não nos dotar
cientificamente de competências para levarmos a cabo o supracitado enquadramento, o nosso
trabalho poderá ser um elemento enriquecedor para quem de direito e com competências
superiores se predisponha a desenvolvê-lo. Deixamos contudo como crítica o facto de termos
constatado que apesar de terem decorrido trabalhos no local de Monte Crasto, mas sem
produção de documentos a posteriori.
No que respeita à existência de um povoado fortificado datado da Idade do Ferro,
tivemos pena de não termos conseguido explorar mais, especialmente no terreno e em registo
fotográfico, vestígios que concretamente evidenciassem o supracitado povoado, no entanto
podemos nesta conclusão final assumir que ao ter existido um castro no local realçando alguns
aspetos da ocupação antrópica na Idade do Ferro na região nomeadamente os que se relacionam
com a cultura castreja. Facto é que a região apresenta desde tempos remotos condições
ambientais facilitadoras da implementação de povoados e portanto da ocupação antrópica.
Tradicionalmente, o termo Castro definia um povoado amuralhado, com construções
pétreas, localizado geralmente em altura, com um grande desenvolvimento durante a Idade do
Ferro, contudo atualmente alguns investigadores discutem a utilização indiscriminada dos
termos castro e castreja uma vez que, os povoados do Bronze Final e os característicos da Idade
do Ferro refletem realidades diferentes - daí não poderem ser denominados da mesma forma e,
evidentemente, não poderem ser englobados numa mesma cultura, como se tem vindo a fazer.
Assim, consideramos a designação de «castro»21 referente a um povoado fortificado da Idade
do Ferro, enquanto não se encontre outra definição que seja por si só muito mais abrangente e
que inclua o espaço habitacional, a área defensiva e a sua envolvente, algo como povoado
fortificado da Idade do Ferro e seu território ou sua área de influência. Outro problema que, de
igual forma, tem levantado questões pertinentes é o da origem da planta circular das habitações
e a sua evolução no que respeita à forma. Este tema, tal como a petrificação das estruturas tem
ocupado amplamente a literatura sobre a Cultura Castreja.

21
Povoado fortificado é, também, uma definição mais ampla, no sentido de incluir as várias designações que
tradicionalmente se utilizam (castro, citânia, cividade)

12
Sem pretensões exaustivas podemos realçar aspetos socioculturais da cultura castreja e
a sua importância, apesar da implementação e ocupação deste povoado fortificado da Idade do
Ferro ter certamente sofrido transformações deste tipo de povoados no período posterior ao
contacto com os romanos. Pelo limite do número de páginas será uma breve referência a uma
cultura (castreja) que se desenvolveu por volta do século VI a.C., numa ampla zona do noroeste
da Península Ibérica, entre os rios Douro e Návia e a Oeste do Maciço Galaico, tendo
desenvolvido um tipo muito peculiar de assentamentos, chamados castros, diferentes de outras
áreas da península. Nessa época, a população que ocupava os castros vivia essencialmente de
trabalhar o ferro. Com grande vocação guerreira, outras actividades económicas, como a
agricultura, seria também desenvolvida ou ficavam a cargo de outros castros dos arredores, dela
dependentes, à semelhança do que aconteceria noutros castros. Da literatura encontrada sobre
a cultura castreja, podemos encontrar diversos castros bem documentados e preservados e em
que os registos e estudos são aprofundados a ponto de se fazer referência a pormenores como:
dimensão do povoado, número de linhas de muralha, planta do povoado com habitações
circulares e/ou rectangulares organizadas ou não aparentemente em «quarteirões»22. Mas a par
da estrutura dos espaços na cultura castreja decorre, relativamente à cultura megalítica uma
evolução, pelo menos no que respeita aos recursos técnicos, à divisão do trabalho, à expressão
da sensibilidade artística e ao progresso da vida em comum. Sobre um «fundo local» herdado
da cultura neolítica, surgem nuances peculiares que denunciam os avanços evidenciados como
resultado de uma importação: trazidos uns pelas gentes que invadiram o território e outros
introduzidos por via pacífica das relações com as demais culturas peninsulares e das regiões
banhadas pelo Mediterrâneo. Desta forma, a cultura castreja apresenta particularidades que a
distingue de outras culturas contemporâneas, como por exemplo a cultura transtagana, que
advêm da inserção, fusão e transformação de elementos exteriores23 com o fundo local e
sedimentado pelos séculos da cultura neolítica. No entanto, as particularidades surgem como
resultado de processos que divergem entre si pela extensão e profundidade da assimilação e,
porventura, do vigor com que operaram a modificação dos elementos recebidos. A assimilação
das novas técnicas e, porventura, de novas formas de comportamento coletivo não se operou,
porém, de maneira idêntica no território da Península, e daí a formação de algumas culturas
regionais, mais ou menos peculiares, que persistiram até à romanização.
Com alguma pena nossa, este trabalho não teve por base uma situação concreta onde
dispuséssemos de um vasto espólio arqueológico bem como referências bibliográficas sobre
um arqueossítio já referenciado. Ao invés, reunimos a informação de que dispúnhamos, cientes
de que a maior parte da supracitada informação se refere a aspetos geográficos, geológicos, e
toponímicos. Mesmo quando nos deslocamos ao Instituto de Arqueologia sito em Coimbra, os
documentos disponíveis tinham por base aos mesmos aspetos referidos anteriormente. Assim,
tivemos que definir uma metodologia de trabalho, própria e com um carácter investigativo, por
forma a reunir e tratar a informação, produzindo alguns materiais e fazendo adaptações por
forma a deixar os registos neste trabalho. Gostaríamos no entanto de ter encontrado uma base
de trabalho que nos permitisse construir uma imagem do local semelhante à reconstituição que
se apresenta no Anexo IV. Por fim, para além da recolha e tratamento da informação recolhida
que consta neste trabalho, construímos de raiz uma ficha do sítio que consta no Anexo V.

22
Como exemplo – o castro de São Lourenço que se encontra no monte do mesmo nome, ao Norte de
Esposende, perto de Vila Chã, a uma altura de 200 metros acima do mar.
23
Forasteiros

13
Referências bibliográficas:
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14
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Coimbra, Faculdade de Letras.

WLOSZCZEWSKI, S. (1941). Essai Historique Mogofores. Coimbra: Gráfica de Coimbra.

15
ANEXOS
Anexo ) -Fotografias de autoria própria, obtidas no terreno.

Fotografia 1 – acesso em caminho pedestre até ao local

Fotografia 2- o local em estudo, coberto de vegetação, sobretudo silvado

17
Fotografia 3 – Pequeno afloramento de vestígios de construção, por determinar se o provável muro

Fotografia 4 – Testemunho da continuidade do afloramento

18
Fotografia 5ª – Vestígios de ocupação antrópica escondidos entre a vegetação

Fotografia 5B – Vestígios de ocupação antrópica escondidos entre a vegetação

19
Fotografia 5C – Vestígios de ocupação antrópica escondidos entre a vegetação

20
Anexo )) - Mapas da região

Mapa 1A -Excerto da Carta de Portugal, 1:1500000, localizando a localidade de Anadia, e tendo como
referências próximas as cidades de Coimbra e Aveiro.
(Fonte: Direção Geral do Território, 2013, obtida em
http://www.dgterritorio.pt/cartografia_e_geodesia/cartografia/series_cartograficas_nacionais/serie_cartog
rafica_11_500_000/) – adaptado por autoria própria

Mapa 1B - Mapa com a localização do distrito de Aveiro


Fonte: http://f3.quomodo.com/8BB35177/uploads/images/39/120128_101130.png

21
Mapa 2 - Divisão administrativa das 15 freguesias do concelho de Anadia
Fonte: http://geneall.net/images/maps/map_23.gif

MAPA 3 – Mapa dos climas em Portugal Continental (versão simplificada)


Fonte: http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo7/clima/cportugal_ficheiros/pimf.jpg

22
MAPA 4 - Excerto da Carta das Regiões Climáticas de Portugal continental, com o enquadramento climático da região de Anadia.
P= precipitação e ETP=evapotranspiração potencial
(Fonte: FERREIRA, 2005) – Adaptado por autoria própria
MAPA 5 - Excerto da Carta Hipsométrica de Portugal, 1:600000, “com a altitude” da região de Anadia. (Fonte: Instituto Geográfico e Cadastral, obtida em
http://moodle1315.up.pt/mod/folder/view.php?id=6624). Adaptado por autoria própria
MAPA 6 - Excerto da Carta Geológica de Portugal, 1:1000000, com o enquadramento geológico da região de Anadia
(Fonte: LNEG, 2010, obtida em http://moodle1315.up.pt/mod/folder/view.php?id=6624). Adaptado por autoria própria)
MAPA 7 - Carta geológica de Portugal continental (Silvério Coelho, 1996)
(Fonte: http://construironline.dashofer.pt/?s=modulos&v=capitulo&c=384)
Anexo ))) – Biodiversidade da região
Tabela I – Alguns exemplos de exemplares de fauna local que ilustram a biodiversidade faunística
Lontra (Lutra lutra) ; Furão (Mustela putorius); Gato-bravo (Felis
silvestris); Morcego-rato grande (Myotis myotis); Toupeira-de-água
Mamíferos (Galemys pyrenaicus) e o Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus)
entre outros
Tritão-marmoteado (Triturus marmoratus); Rã-ibérica (Rana
iberica); Salamandra-lusitanica (Chioglossa lusitanica); Tritão-de-
Répteis24 e Anfíbios ventre-laranja (Triturus boscai); Lagarto-de-água (Lacerta
schreiberi); Emys orbicularis - Cágado-de-carapaça-estriada; Vipera
latastei - Víbora-cornuda entre outros

Corvo (Corvus corax); Falcão (Falco subbuteo); (Tartaranhão-


azulado (Circus cyaneus), estando inventariadas sessenta e seis são
Aves espécies residentes, ou seja permanecem nestas zonas todo o ano,
dezoito espécies invernantes, aves migradoras que vêm passar o
inverno nesta zona e trinta e sete são nidificantes, escolhem estas
zonas apenas para nidificar.
Espécies introduzidas: Carpa (Cyprinus carpio), Achigã
(Micropterus salmoides), Perca-sol (Lepomis gibbosus), Lúcio (Esox
lucius) e o Lagostim-vermelho-da Louisiana
Espécies autóctones: enguia (Anguilla anguilla); Boga-portuguesa
(Chondrostoma lusitanicum), a Lampreia (Petromyzon marinus) e o
Peixes25 Ruivaco (Rutilus macrolepidotus), o Bargo (Barbus bocagei), a
Savelha (Alosa fallax), o Sável (Alosa alosa) e a Lampreia-do-riacho
(Lampetra sp.);
Dominantes em termos ictiológicos: Pardelha (Cobitis calderoni) e
o Ruivaco (Rutilus macrolepidotus).
Entre uma enorme diversidade ictiofaunística aqui não mencionada.
Mexilhão-do-rio (Unio crassus); e diversos exemplares dos grupos:
Invertebrados Oligochaeta (ex. minhocas), Hirudinea (ex.: sanguessugas);
Ephemeroptera (ex. Efémera); Odonata (ex. Libélulas); Coleoptera
(ex. Carochas-de-água) e Platyhelmintha (ex. Planária) entre outros.
(Fonte: https://www.cm-agueda.pt/uploads/document/file/1228/3_Biofisico.pdf)
Adaptado por autoria própria

24
Relativamente às espécies de anfíbios e répteis, de acordo com os anexos II e III da Convenção de Berna,
ratificada por Portugal (Decreto-Lei n.º 95/81 e Decreto-Lei n.º 316/89), todas as espécies da nossa
herpetofauna são consideradas protegidas.
25
a introdução de espécies exóticas como peixes carnívoros e o lagostim vermelho associados à poluição
da água têm sido uma ameaça para a Ictiofauna.
Tabela II – Flora da região de Anadia

Exemplares da flora da região Sobreiro (Quercus suber)


(em função do substrato Carvalho-negral (Quercus pyrenaica)
geológico e do relevo nas zonas Carvalho-cerquinho (Quercus faginea)
de influência mediterrânica)

Carvalho-alvarinho (Quercus róbur)


Pinhais (essencialmente pinheiro bravo ( Pinus
Exemplares da flora da região pinaster)); Alguns soutos (Castanea sativa Miller)
(em zonas de influência povoados artificialmente.
atlântica) Medronheiros (Arbutus unedo),
Carvalhais (Quercíneas) e pequenos montados
(Quercus suber L.)
Diversidade do sub-bosque Estevas (Cistus ladaniferus), as urzes (Calluna
(está condicionada pelo tipo Vulgaris e Erica sp.), os rosmaninhos (Lavandula
de coberto florestal) sp.), as giesteiras (Cytisus sp.), o tojo (Ulex sp.), e
o feto Pteridium aquilinum, entre outros.
Representações heterogéneas de Amieiros (Alnus glutinosa e Frangula alnus), os
espécies arbóreas e arbustivas choupos (Populus alba e Populus nigra), os freixos
(Fraxinus angustifolia subsp. angustifolia), os
ulmeiros (Ulmus minor), diversos salgueiros (Salix
(Em ambientes de transição alba ssp alba; Salix atrocinerea e Salix salvifolia),
entre o meio terrestre e os sabugueiros (Sambucus nigra), os sanguinhos-
aquático) de-água (Rhamnus frangula L.) e o carvalho-
alvarinho (Quercus robur). E ainda estevinhas
(Cistus salvifolius), silvas (Rubus ulmifolius) e
roseiras (Rosa pouzini e Rosa sempervirens), a
madressilva (Lonicera periclymenum) e o pilriteiro
(Crataegus monogyna)
(Fonte: https://www.cmagueda.pt/uploads/document/file/1228/3_Biofisico.pdf)
Adaptado por autoria própria
Anexo )V – Reconstituição de um castro

Figura 1 - Castro de A Guarda


(Fonte: http://www.albergueria.es/histsec.htm)

Figura 2 – Desenho esquemático do Castro da Malhó


(Fonte: http://patrimonio.cm-boticas.pt/pat/v.php?id=X)
Figura 3- Desenho de reconstituição do que seria um castro (reconstrução hipotética do setor
norte do Castro de Santa Tegra feita por J. Luaces e Dideas.)
(Fonte: http://www.albergueria.es/histsec.htm)
Anexo V – Ficha do sítio arqueológico autoria própria

Tabela I – Ficha resumo do sítio arqueológico apresentado neste trabalho: Monte Crasto, Anadia
Código de inventário ----------------- Não atribuído

Localização Anadia
Coordenadas geográficas Latitude: 40.446055; Longitude: -8.440682; Altitude:
81 Metros
Mapa:

Freguesia Arcos
Distrito Aveiro
Acessos De carro até à capela ou ao cemitério; o resto de
caminho a pé por terreno coberto de mato.
Património Arqueológico Castro
Imóvel
Época Proto-História (Idade do Ferro)
Classificação Não
Estado de conservação A aguardar intervenção
Utilização inicial Povoado fortificado (habitacional/militar)
Utilização atual Espólio arqueológico não intervencionado

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