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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

Willians Junio Martins

ESTUDO DAS DOENÇAS ERGONÔMICAS PRESENTES NOS


CANTEIROS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ITUVERAVA
2019
WILLIANS JUNIO MARTINS

ESTUDO DAS DOENÇAS ERGONÔMICAS PRESENTES NOS


CANTEIROS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Filosofia Ciências e Letras.
Fundação Educacional de Ituverava para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil.

Orientador: Prof. Ricardo Antônio Jordão

ITUVERAVA
2019
WILLIANS JUNIO MARTINS

ESTUDO DAS DOENÇAS ERGONÔMICAS PRESENTES NOS


CANTEIROS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Filosofia Ciências e Letras.
Fundação Educacional de Ituverava para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil.

Ituverava, 03 de junho de 2019.

Orientador (a): ______________________________________________


Prof. Ricardo Antônio Jordão

Examinador (a): _____________________________________________


Prof. Tainara Cristina Ávila

Examinador (a): _____________________________________________


Prof. Regina Cristina Silva Spinelli
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos futuros engenheiros, e aos meus professores que
compartilharam dos seus conhecimentos, e que contribuíram para a minha evolução.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela capacitação, pela oportunidade de me ajudar a tornar um sonho


em realidade, a me dar determinação, visão e o mais importante, amor pelo próximo.
Agradeço a minha família que nunca tiveram duvida do meu potencial, e em especial,
a minha mãe, que sempre esteve comigo, me apoiando e motivando a superar todas as
dificuldades pelo caminho, e que com simplicidade e amor incondicional me ensinou o valor
da honestidade e simplicidade.
A meu amigo e orientador, Prof. Ricardo Antônio Jordão que teve grande influência
na concepção deste trabalho, e pacientemente, abriu mão do seu tempo para me amparar e
mostrar o caminho para concluir mais uma etapa da minha vida.
À Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e seus colaboradores que por meio de uma
excelente administração, percorreram o caminho comigo durantes esses cinco anos.
Agradeço aos grandes amigos que adquiri no curso de Engenharia Civil, a estes
amigos deixo minha gratidão, pois estiveram do meu lado e me auxiliaram em cada dúvida,
em cada exercício não compreendido por mim.
RESUMO

A ergonomia é o modo em que o indivíduo se coloca ou se relaciona ao seu ambiente laboral,


e os meios e técnicas utilizadas nas execuções dos trabalhos habituais. Um conceito errado
que grande parte da população tem, é o de que, o trabalhador é que deve se adaptar no
ambiente de trabalho que está inserido, mas vale salientar de que o correto é, o ambiente
laboral que deve ser adaptado para o operário (a), jamais o contrário. No setor da construção
civil, no Brasil, a ergonomia é pouco aplicada, por conta de os trabalhos não terem ambientes
e setores fixos dentro um canteiro de construção, outro fator que leva à não execução de
trabalhos ergonomicamente corretos, é o custo com pessoas qualificadas para orientar os
colaboradores, porém a carência da ergonomia pode resultar em danos ao colaborador, devido
a um esforço físico que se repeti por inúmeras vezes, ou o aparecimento de enfermidades do
tipo osteomusculares, causando lesões que incapacitem o funcionário. Com o objetivo de
apontar as várias posturas incorretas que há no ambiente de trabalho de uma construção, e de
como realizar uma atividade laboral com uma postura correta, este trabalho acadêmico tem o
intuito de estudar os diversos riscos ergonômicos e as enfermidades ocupacionais que há em
um canteiro de construção civil, e apresentar medidas prevencionistas por meio de imagens
de colaboradores realizando suas atividades laborais. Por meio deste trabalho, é possível ver
que dentre os erros de postura, o mais comum, em uma obra, é o da coluna arqueada, o que
possivelmente causa dores, e doenças ocupacionais.

Palavras-chave: Ergonomia. Ginastica laboral. Canteiro de Obra. Construção Civil.


SUMMARY

Ergonomics is the way in which the individual places himself or relates to his work
environment, and the means and techniques used in the execution of the usual work. A wrong
concept that a large part of the population has, is that, the worker must adapt in the work
environment that is inserted, but it is worth noting that the correct is the work environment
that must be adapted for the worker (a), never the opposite. In the construction sector, in
Brazil, ergonomics is little applied, because the jobs do not have environments and fixed
sectors inside a construction site, another factor that leads to the non-execution of work
ergonomically correct, is the costs with qualified people to guide employees, but the lack of
ergonomics can result in damage to the employee, due to a physical effort that has been
repeated for many times, or the appearance of musculoskeletal disorders, causing injuries that
incapacitate the employee. In order to point out the various incorrect positions that exist in the
work environment of a construction, and how to perform a work activity as a correct posture,
this academic work aims to study the various ergonomic risks and the occupational diseases
that are in a construction site, and present preventive measures through images of employees
carrying out their work activities. Through this work, it is possible to see that among the
errors of posture, the most common, in a work, is that of the arched column, which possibly
causes pain, and occupational diseases.

Keywords: Ergonomics. Labor gymnastics. Construction site. Construction.


LISTA DE IMAGENS

Figura 1 Quebrando o contra piso. .......................................................................................... 20


Figura 2 Argamassa. ................................................................................................................ 21
Figura 3 Manuseio. .................................................................................................................. 22
Figura 4 Trabalho com Pá. ...................................................................................................... 23
Figura 5 Armação de aço ........................................................................................................ 24
Figura 6 Ajustes na armação ................................................................................................... 25
Figura 7 Armadura de aço ....................................................................................................... 26
Figura 8 Montagem ................................................................................................................. 27
Figura 9 Carpintaria. ................................................................................................................ 28
Figura 10 Prumo ...................................................................................................................... 29
Figura 11 Britadeira................................................................................................................. 30
Figura 12 Encanador................................................................................................................ 31
Figura 13 Argamassa no piso ................................................................................................. 33
Figura 14 Pintor ....................................................................................................................... 34
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Acidentes por função na construção civil ............................................................. 16


Gráfico 2 – Enfermidades da construção civil. ........................................................................ 18
Gráfico 3 – Metodologia.......................................................................................................... 19
LISTA DE SIGLAS

Organização Internacional do Trabalho - OIT

Lesão por Esforço Repetitivo - LER

Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho – DORT

Associação Brasileira de Ergonomia – ABERG

Classificação Brasileira de Ocupação - CBO


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 14
2.2 Objetivo especificos .......................................................................................................... 14
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 14
4 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 15
4.1 Ergonomia ......................................................................................................................... 15
4.2 Ergonomia e a construção civil........................................................................................ 15
4.3 Doenças devido à falta de ergonomia .............................................................................. 17
5 METODOLOGIA................................................................................................................ 18
6 ANALISE ERGONOMICA ............................................................................................... 19
6.1 Servente ............................................................................................................................. 19
6.2 Ferreiro armador.............................................................................................................. 24
6.3 Carpinteiro ....................................................................................................................... 28
6.4 Operador de britadeira .................................................................................................... 30
6.5 Encanador ......................................................................................................................... 31
6.6 Pedreito .............................................................................................................................. 32
6.7 Pintor ................................................................................................................................. 34
6.8 Ginastica laboral ............................................................................................................... 35
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 36
8 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 37
REFERENCIA ........................................................................................................................ 40
13

1 INTRODUÇÃO

A OIT (organização Internacional do Trabalho, 2017) que é uma agência multilateral


da Organização das Nações Unidas, especializada nas questões do trabalho, a organização
explica que, ergonomia no trabalho é uma ferramenta utilizada para adaptar melhor o
colaborador para o trabalho, e consequentemente obter um melhor conforto do operário.
Desse modo a ergonomia analisa, explora, amplia e emprega condições harmoniosas com a
saúde física e psíquica do trabalhador.
Foi necessário a analise ergonômica para que não tivesse mais uma relevante perda na
eficiência no setor da construção, despesas por conta de afastamentos dos operários que
devido a alguma função laboral sofreu alguma lesão, custos inesperados de altas
compensações pagas aos colaboradores pelos danos físicos, trabalhadores com limitações de
tarefas por conta de acidentes, lesões e enfermidades como por exemplo a Lesão por Esforço
Repetitivo (LER) ou até mesmo as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho
(DORT).
Deixar o colaborador ciente dos riscos secretos que estão presentes nos seus ambientes
de trabalho, é uma maneira eficaz de prevenir e garantir maior produtividade, e evitar
possíveis lesões que possam levar o funcionário a limitações futuras.
Desse modo, realizou-se este estudo que aponta diversos enganos ergonômicos
cometidos pelos operários da construção, e as lesões mais comuns que podem ocorrer, este
trabalho aponta irá apontar as corretas formas de posturas para realizar os trabalhos de
maneira mais eficiente.
14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Estudar os perigos ergonômicos, as enfermidades, lesões ocupacionais no canteiro de


construção civil, e apresentar possiblidades de antecipação a possíveis danos ao colaborador.

2.2 Objetivos específicos

 Listar as centrais tarefas laborais na indústria da construção e expor o modo como


são cumpridas;
 Investigar as enfermidades mais usuais causados pelos perigos ergonômicos;
 Analisar estudos de caso relacionando-se com erros ergonômicos com doenças de
trabalho e apresentar medidas de prevenção.
15

3 JUSTIFICATIVA

Os trabalhos laborais da construção demandam de posições e movimentos repetitivos,


movimentação e manejo de cargas, caracterizando como atividade laboral pesada.
Segundo Goldshevder et. al (2003), em uma de suas pesquisas, constatou que 82% dos
operários da construção descrevem pelo menos uma manifestação de problemas
musculoesqueléticas, 67% desses, já sofreram com dores na região da lombar, devido os
incômodos das dores, 14% dos colaboradores deixam de ir ao trabalhos e dezoito porcento
recorrem a meios medicinais para sanar essas dores.
Schneider (2003) afirma que os colaboradores da construção estão sujeitos a 51% de
risco de lesão musculoesquelético, se comparados com colaboradores de funções laborais
menos pesadas. Um fator que tem relevante para doeças ocupacionais, é a não aptidão das
empresas de lidar com a getsão de pessoas que sofrem com problemas de musculoesquelético.
A alto exigência de produtividade que os empregadores cometem com seus
colaboradores para que alcance maior produtividade em um curto periodo.
Este fato leva o funcionário a cumprir as funções laborais de maneira ansiosa e
apressada, deixando a prevenção que o ajuda a evitar enfermidades causadoras danos que
podem invalidar seu corpo de lado. Este trabalho acadêmico tem como objetivo examinar os
perigos ergonômicos e as doenças originárias das atividades laborais, e propor meios de
prevenção.
16

4 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

4.1 Ergonomia

A ergonomia é a interação entre o homem e o trabalho, ou seja, é o modo com que o


homem se relaciona com o ambiente físico e com os métodos utilizados para projetar e
controlar o trabalho nesse ambiente (IIDA, 2004). Sendo assim, a ergonomia analisa as
características físicas, psicofisiológicas e sociais no trabalho, incluindo o sexo, a idade, a
motivação, a remuneração, a comunicação, a iluminação, duração e intensidade dos ruídos,
mesas ecadeiras e muitos outros fatores (CHEREM E MAGAJEWSKI, 2004).
É importante enfatizar, que é mais fácil modificar o trabalho para que este se adapte ao
trballhador do que o contrario, pois o layout do trabalho se encaixa a capacidade e a limitação
humana (IIDA, 2004).
A Norma Regulamentadora 17 (2007) esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.

4.2 Ergonomia e a construção civil no Brasil

Promover mais segurança e bem-estar no ambiente de trabalho não se trata apenas de


uma questão de ética e bom senso. Através das Normas Regulamentadoras, o cuidado também
é uma obrigação legal. Um fato que não apenas garante melhores condições laborais para os
trabalhadores brasileiros, mas também proporciona maior igualdade entre as empresas.
Acima de tudo, respeitar a ergonomia na construção civil é ter um ambiente de
trabalho organizado. Também é preciso contar com apoio especializado para garantir máxima
excelência e o bem-estar dos responsáveis.
Manter um bom planejamento, engajar os colaboradores de maneira constante e
garantir a segurança no canteiro de obras é a forma mais adequada de otimizar as suas
atividades e obter os rendimentos da sua equipe.
Em um estudo realizado por Costella, Cremonini e Guimarães (1998) no Rio Grande
do Sul, de um total dos acidentes na construção civil as funções que mais sofreram com
enfermidades estão apresentadas no gráfico 1, com suas porcentagens.
17

Gráfico 1 - Acidentes por funções na construção civil

Fonte: Adaptado de Costella, Cremonini e Guimarães (1998, p. 5)

As lesões por esforço repetitivo, também conhecidas como L.E.R., constituem um


grupo de doenças que comprometem principalmente músculos, nervos e tendões dos membros
superiores. Enfermidades como tendinite, tenossinovite, bursite, torácico, síndrome do
pronador redondo e mialgias se enquadram na classificação e provocam dor intensa por conta
da inflamação. Em casos graves, a força do braço é afetada, pois o doente fica impossibilitado
de movimentar o ombro. Problema semelhante ocorre nos punhos e cotovelos. A prevalência
é maior no sexo feminino.
Essas lesões podem ser consequência da atividade profissional. Trabalhadores da
construção civil e bancários estão entre aqueles que desenvolvem com frequência as doenças
enquadradas nas L.E.R. Como as atividades realizadas no dia a dia exigem força, repetição,
postura e movimento, os quatro fatores de risco, esses profissionais têm maior probabilidade
de desenvolvimento dessas doenças ocupacionais. Existem ainda os fatores aplicados a
situações específicas, como vibração e compressão, ambos presentes na obra.
Os furadores de pedras sentem dores nos punhos, no antebraço, nos ombros e na
região escapular. Em função de sua atividade profissional, precisam controlar o perfurador
durante longo período. Já o armador de ferragens apresenta dores nos punhos e nos dedos das
mãos, assim como o carpinteiro. Por ficar muito tempo sentado e concentrado em atividades
18

repetitivas que exigem resistência dos músculos do braço, como contar dinheiro e digitar, o
bancário, como mencionamos, sofre com a tendinite, uma das doenças típicas da L.E.R.
Mesmo problema de saúde que atingiu uma atendente de telecomunicações que atuou
em uma grande empresa durante 20 anos antes de se aposentar por causa da L.E.R. Todo
trabalhador que desenvolve doença ocupacional tem garantia de estabilidade no emprego por
no mínimo um ano depois do fim do afastamento pelo INSS, não podendo ser demitido nesse
período, de acordo com o artigo 118 da lei sobre os planos de benefícios da Previdência
Social.

4.3 doenças devido à falta de ergonomia

A falta de ergonomia dentro do canteiro de obra causa uma serie de problemas a


integridade dos colaboradores, como Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, ou
Lesões por Esforços Repetitivos. Essas enfermidades são causadas devido a uma postura
inadequada, posições em que as musculaturas são forçadas e sofrem movimentos repetitivos
(SAKATA E ISSY, 2003).
Entre algumas doenças relacionadas ao trabalho estão, as lombalgias que são as
maiores causas de afastamento dos trabalhadores, Tendinite da porção Longa do Bíceps e a
Tendinite do Supra espinhoso (MICHEL, 2008).
Em uma pesquisa realizada por Silva, Filho e Silva (2008) os principais diagnósticos
encontrados em funcionários da construção civil foram: lombalgia, discopatia degenerativa da
coluna lombar, epicondilite lateral do úmero, epicondilite medial do úmero, síndrome do
impacto, artrose de joelho e disfunção fêmur-patelar, todas estas doenças são causadas pelo
trabalho pesado e repetitivo.
19

Gráfico 2 Enfermidade da construção civil

Fonte: adaptado de Diesel, Fleig e Godoy (2001, p.5)


20

5 METODOLOGIA

Foi realisado uma pesquisa bibliográfica sobre às atividades dos colaboraodres na


construção e às enfermidades mais relevantes nos locais de obra.
Foi feito levantamento de imagens que apontasse a má postura dos colaboradores em
suas funções, com base dos dados analisado, foi desenvolvida a sugestão de correção das
posturas inadequadas.
O fluxograma com as atividades realizadas neste trabalho encontra-se no gráfico 3

Gráfico 3 Metodologia

Fonte: Autoria própria, 2019.

O estudo abordou a caracterização das funções na construção de maneira descritiva,


através da coleta de dados.
21

6 ANALISE ERGONOMICA

O estudo bibliográfico foi dividido através dos serviços dos operários da construção
civil, para mostrar as posições inadequadas de cada trabalho, e como melhorar a postura
ergonomica de trabalho.

6.1 Servente

Efetuar a carga, descarga e transporte de materiais, servindo-se das próprias mãos ou


utilizando carrinho de mão e/ou ferramentas manuais, possibilitando a utilização ou remoção
daqueles materiais

Figura 1 Quebrando o contra piso

Fonte: ASCOM da SEOP, (2010).

Na Figura 1, o trabalho em pé pode causar inchaço nas pernas, dor nas cotas,
problemas de circulação e outras doenças ocupacionais. Para que isso não acontece deve-se
disponibilizar ao trabalhador um local que este possa se sentar em intervalos regulares,
durante o serviço o obreiro deve colocar o peso do corpo em uma das pernas para descansar a
outra e assim fazer a troca da sustentação regularmente, manter o corpo próximo ao trabalho
(BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2009). O recomendado é que o
funcionário utilize uma máquina para demolir a edificação para que não faça movimentos
repetitivos com a coluna e que não receba o impacto causado pelo choque da mareta com o
22

solo.
No trabalho em pé, o Bureau Internacional do Trabalho (2009) diz que o funcionário
deve fazer revezamento na distribuição do peso sobre as pernas, ou seja, ora ele deve ficar
sobre a perna direita ora sobre a esquerda, não é recomendado realizar atividades que exijam
o alongamento da musculatura, o trabalhador deve movimentar todo o corpo na direção da
tarefa para que não faça rotações com a coluna, o trabalho deve ser feito em uma altura que os
membros superiores fiquem para baixo e não superior ou no mesmo nível da linha dos
ombros. Assim para a atividade de demolição seria mais prudente utilizar uma máquina ao
invés de realizá-la manualmente para evitar doenças de coluna e como as lombalgias e nos
braços como a bursite e a tendinite.

Figura 2 Argamassa

Fonte: Clickfoz, (2012).

Na Figura 4, os funcionários misturam materiais para a fabricação de argamassa,


quando existe uma grande quantidade de argamassa a ser feita, recomenda-se que esta seja
misturada em uma betoneira para que o funcionário não fique curvado para misturá- lá.
O Bureau Internacional do Trabalho (2009) aconselha os trabalhadores a não realizar
movimentos muito alongados para não lesionar os músculos e tendões, a superfície do
trabalho deve ser ajustável ao tamanho do operário, o peso do corpo deve ser transferido de
tempos em tempos para cada um dos pés separadamente, o funcionário deve ficar em frente à
tarefa que está realizando para não rotacionar o tronco e deve mover os pés em direção à
atividade, para ficar mais próximo e não torcer a coluna.
23

Figura 3 Manuseio

Fonte: Ministério Público do Trabalho, (2014).

Na Figura 5, os serventes realizam o transporte de sacos de cimento na obra, o


material encontra-se sobre um lugar elevado e o serviço é feito a céu aberto, os sacos são
colocados sobre a cabeça de um ajudante de obra por dois outros trabalhadores e transportado
até o local de armazenamento. Os operários não possuem uniformes da empresa, mas utilizam
botas, calça e camisa, eles não usam capacetes e luvas para proteção contra o material.
Os funcionários sobre a plataforma se encontram com a coluna perpendicular ao
sentido das pernas e a rotacionam para movimentar os sacos de cimento de um lado para
outro, e suas pernas estão estáticas na posição em pé. Já o servente que faz o transporte do
material posiciona os sacos sobre sua cabeça, sobrecarregando o sistema musculoesquelético
do pescoço e da coluna e sua posição é em pé e em movimento.
24

O carregamento de materiais é uma das atividades que mais causam problemas de


lombalgias nos trabalhadores da construção civil. Para amenizar os problemas provindos
destas atividades deve-se diminuir a frequência de levantamento de peso, não se pode torcer o
tronco, sempre pegar o peso com ambas as mãos, manter a coluna reta, a tarefa não pode
ultrapassar o tempo de uma hora, manter o peso próximo ao corpo, não pegar cargas
excessivas sozinho, buscar utilizar equipamentos que auxiliem no levantamento do material,
caso a carga exceda o peso recomentado e o transporte seja em grupo, um dos funcionários
deve assumir o comando, para que não haja movimentos inesperados, nunca carregar a carga
sobre a cabeça e sim nos ombros, caso for abaixar deve-se flexionar as pernas e manter o
tronco reto (VIEIRA, 2010).
Segundo Vieira (2010) a Consolidação das Leis Trabalhistas diz que o peso máximo
que um trabalhador deve carregar, de acordo com as condições ideais ditas é 60Kg, acima
disso o transporte deve ser feito com dois ou mais serventes.
De acordo com Vieira (2010), o transporte de cargas é estressante e envolve maior
gasto energético, para amenizar as doenças ocupacionais decorrentes desse serviço como as
dorsalgias, são recomendados manusear materiais que possuam alças que não podem ser finas
demais, manter a coluna reta durante o transporte, abaixar-se flexionando as pernas, não
carregar o peso com apenas uma das mãos, não manusear carrinhos com peso excedente a
70Kg, esse peso depende do piso, da forma do pneu e do tipo de carrinho.

Figura 4 Trabalho com pá

Fonte: Monteiro Sales engenharia, (2013).


25

Na Figura 7 os funcionários escavam uma vala, este serviço é realizado a céu aberto e
com o auxílio de pás, a valeta em que se encontram é estreita o que dificulta o posicionamento
para a execução da atividade. Os trabalhadores vestem o uniforme da empresa, calça, camisa e
botas, e fazem uso do capacete que protegem contra queda de objetos, a posição dos obreiros
é curvada, pois os cabos das pás são curtos e eles fazem movimentos repetitivos e muita força
com os braços para cravar a ferramenta no solo e em seguida giram o corpo para jogar a terra
na lateral da vala.
Na utilização de pás, o manual criado pela UNICAMP (2001) recomenda que o
trabalhador coloque o pé tão próximo a pá quanto possível, desloque o peso do corpo para o
pé mais próximo da ferramenta, o posicionamento dos pés precisa ser alternado para o
descanso dos músculos, manter o cabo da pá próximo ao corpo, o operário deve deslocar o pé
para o lado do arremesso para que não rotacione o tronco e se o material for muito pesado, a
introdução da pá deve ser feita com o auxílio do pé.

6.2 Ferreiro Amador

O armador tem como atividade a confecção de armaduras para as estruturas de


concreto, sua tarefa é dividida em quatro etapas que compreendem o corte dos vergalhões, a
dobra, a montagem da armadura e o transporte e colocação desta já finalizada.

Figura 5 Armação de aço

Fonte: Santos, (2012).

Na Figura 8 observa-se o armador prendendo os estribos nos vergalhões com o auxílio


26

de um alicate, o ambiente em que trabalha é a céu aberto, o terreno é acidentado e a área de


trabalho é limitada e possui pontas de aço. O trabalhador utiliza botas, calça, camisa, luvas e
capacete para sua proteção, está sentado sobre o terreno e encontra-se com a coluna curvada
para ficar ao nível do serviço. Na sua atividade o funcionário faz movimentos de rotação com
o pulso para amarrar os estribos aos vergalhões e utiliza o alicate para auxiliar na fixação e
corte do arame.
Com base nas recomendações de Gonçalves e Deus (2001) aconselha-se ao
funcionário atentar-se com as pontas dos vergalhões a mostra para não sofrer nenhum
acidente, ele age da maneira correta ao sentar-se em uma base para fazer o serviço, pois assim
fica mais próximo da tarefa, a coluna precisa estar ereta para que não surjam doenças como a
lombalgia, mas sem que haja esforço para manter tal posição, a ferramenta não deve conter
espaços que possam apertar a pele, recomenda-se que o trabalhador não faça movimentos de
rotação com o pulso, pois podem ocorrer tendinites, mas que movimente todo o braço para
apertar os arames.

Figura 6 Ajustes na Armação

Fonte: ALEC Associação de locadoras, (2013).


27

Figura 7 Armaduura de Aço

Fonte: Ramos, Zanin e Barzotto, (2008).

Na Figura 10, o trabalhador está fazendo a verificação das armaduras com o auxílio
de um alicate. O funcionário encontra-se sobre a armadura o que pode causar acidentes, pois a
estrutura é toda vazada, o armador traja botas, capacete, luvas, calça e camisa da empresa para
garantir sua proteção, no entanto este não se posiciona corretamente para realizar seu trabalho,
ele se encontra com a coluna curvada para visualizar o serviço e está com o peso do corpo
sobre ambas as pernas sobrecarregando assim as estruturas musculoesqueléticas dos membros
inferiores.
Deve-se colocar uma base firme sobre a armadura para que o funcionário possa ficar
sobre ela, o movimento para amarrar a estrutura deve envolver todo o braço, o trabalhador
precisa se posicionar corretamente com uma das pernas a frente do corpo e flexionada e a
outra apoiada, pelo joelho, no chão, a coluna precisa ser mantida reta e os ombros não devem
ultrapassar o joelho que está à frente do corpo, não é recomendado que o funcionário alongue-
se para alcançar a peça, portanto as ferramentas para o desenvolvimento do serviço precisam
estar próximas a ele. O não cumprimento destas recomendações pode causar patologias como
a lombalgia, a tendinite, a epicondilite e outras.
Na Figura 11, os funcionários colocam a armadura no poço que será construída a
estaca, o serviço é a céu aberto e o terreno é irregular, o que poderia causar um acidente de
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trabalho, os armadores utilizam botas, calça, camisa e apenas um deles não faz uso das luvas e
do capacete. Os operários fazem grande força, com os membros superiores, para transportar e
colocar a estrutura no lugar e as pernas se encontram em posições diversas por causa do
terreno.
Os trabalhadores realizam corretamente o transporte e o manuseio da armadura, pois
objetos grandes e com grande carga devem ser transportados em grupos, os funcionários
devem utilizar os equipamentos de proteção para que não sofram cortes pelo corpo (VIEIRA,
2010). O solo deve ser nivelado para os armadores não escorregarem e caírem com a estrutura
sobre eles e para que os mesmos se posicionem corretamente, ou seja, põe um dos pés
próximos à armadura e o outro atrás, colocando assim o peso sobre a perna que está à frente e
descanse a musculatura da de atrás, o operário deve fazer a troca das posições dos pés
regularmente (UNICAMP, 2001).
Para trabalhadores que realizam suas atividades em pé deve-se fornecer um assento
para descanso, o peso do corpo deve ser alternado entre uma perna e outra para que não
surjam patologias como a bursite de joelho, epicondilites e tendinites, o funcionário deve ficar
o mais próximo da atividade possível e não forçar o alongamento dos músculos, utilizar luvas
para proteger as mãos e manter as ferramentas sempre próximas ao corpo. As mesas de dobra
devem ter altura adequada para o obreiro que executa esta tarefa (GONÇALVES E DEUS,
2001).

Figura 8 Montagem

Fonte: Zandavalli, Striani e Pinto, (2008).

Na Figura 14, os trabalhadores montam a armadura, a peça está apoiada sobre duas
29

estruturas de aço e em um terreno plano e com sombra, os trabalhadores usam camisa,


capacete e botas, mas não fazem uso de calça e luvas para proteger as mãos. Os operários
trabalham curvados sobre a peça, pois a estrutura que apoia o serviço não é adequada aos
funcionários, estes trabalham em pé e parados com o peso do corpo sobre ambas as pernas, o
que sobrecarrega joelhos e calcanhares, os braços dos armadores fazem movimentos
repetitivos, pois o serviço exigir a amarração dos estribos às barras de aço.
Para Gonçalves e Deus (2001), mesas ou apoios devem estar no nível da cintura do
trabalhador para este não se arquear sobre a tarefa, o funcionário deve utilizar os
equipamentos apropriados para a tarefa de montagem das armaduras como luvas e calça, caso
precise abaixar-se o armador deve adquirir a postura correta, é recomendado que a coluna
mantenha-se sempre ereta para evitar doenças e dores na região.

6.3 Carpinteiro

Efetuar trabalhos gerais de carpintaria, cortando e armando, instalando e reparando


peças de madeira para confeccionar conjuntos ou peças de edificações, obras e cenários ou
efetuar a manutenção das mesmas.

Figura 9 Carpintaria

Fonte: O empreiteiro, (2012).


30

Na Figura 16, o trabalhador corta a madeira com o auxílio de uma serra manual. O
apoio para a peça é baixo o que faz o carpinteiro curvar a coluna para poder trabalhar, sua
posição é estática, pois não faz movimentação com os membros inferiores e o operário utiliza
ambas as pernas para distribuir o peso do corpo. O funcionário veste calça, camisa da
empresa, luvas e capacete para proteção, na figura não se vê, se o carpinteiro utiliza ou não os
óculos de segurança contra possíveis projéteis.

Figura 10 Prumo

Fonte: WLM Instalações de portas, (2014).

Na Figura 20 o carpinteiro verifica o prumo do batente, a atividade é realizada dentro


da construção, a área se encontra sem objetos pelo chão, o trabalhador usa sapatos, camisa e
capacete para segurança, mas não utiliza calça e luvas para proteção, a tarefa é estática, o
operário não movimenta os membros inferiores, mantém a coluna reta e os braços encontram-
31

se acima da linha dos ombros.


Para verificar o prumo recomenda-se o funcionário que este coloque o peso do corpo
sobre uma das pernas e em seguida fique alternando os membros inferiores regularmente para
não sobrecarregar a musculatura, não se aconselha manter os braços acima dos ombros para
não desenvolver doenças como a bursite (UNICAMP, 2001). O trabalhador deve utilizar os
equipamentos de segurança adequados à atividade de carpintaria.

6.4 Operadore de britadeira

Figura 11 Britadeira

Fonte: Revista CIPA, (2014).


32

Na figura 21 foi identificado o uso de uma ferramenta manual que produz vibrações
que afetam as extremidades. Esse tipo de vibração nessas áreas causa: problemas
neurológicos, ósseo articular e musculares. Foi identificado ainda que o operador esteja
utilizando a ferramenta imprópria para sua altura, pois o mesmo precisa se inclinar
consideravelmente para alcançar o equipamento. A maneira certa de se utilizar uma
ferramenta desse tipo é segurar o aparelho perpendicularmente ao chão, com firmeza, sem
encostar a máquina em seu corpo para evitar sinistros. O funcionário em questão está usando
luvas anti vibração e o calçado apropriado, outras maneiras de proteger o funcionário é
oferecer pausas e revezamento de operários nesses postos

6.5 Encanador

O encanador é o profissional que atua em atividades ligadas às indústrias de


construção civil, água fria e água quente, de captação, purificação e distribuição de água e de
transporte aéreo e aquaviário, estas tarefas correspondem à operacionalização de desenhos e
projetos de instalação de tubulações.
Para tanto, estudam projetos, dimensionando e especificando materiais. Por meio de
instrumentos de medição, tais como régua e nível, marcam a posição de tubulações. Abrem
superfícies e estruturas e fixam suportes para acomodação de tubulações

Figura 12 Encanador

Fonte: Eletrodeca, (2014).


33

Na Figura 27, em baixas alturas, recomenda-se que o funcionário abaixe-se com uma
das pernas à frente e flexionada e uma perna a trás apoiada no chão pelo joelho, os ombros
não devem ultrapassar o joelho que está à frente do corpo, aconselha-se que a coluna esteja
reta durante o serviço, que as ferramentas fiquem próximas ao trabalhador para que este não
faça alongamentos forçados (UNICAMP, 2001). Caso as recomendações não sejam seguidas,
o operário pode desenvolver quadros de epicondilites, tendinites e bursites.
Gonçalves e Deus (2001) recomendam o uso de um apoio para que se possa sentar,
assim o funcionário não precisa arquear a coluna e desenvolver futuramente uma dorsalgia, as
ferramentas devem ficar em uma bancada na altura da cintura do operário, e próximas a este
para que não haja movimentos forçados de alongamento dos músculos. Aconselha-se que o
encanador utilize os equipamentos de proteção como luvas, calça e óculos para prevenir
acidentes.
Segundo o manual desenvolvido pela UNICAMP (2001), o trabalhador que executa
um serviço agachado deve se posicionar para tal, uma perna deve ficar flexionada à frente do
corpo e a outra apoiada no chão, o encanador deve trocar regularmente a posição dos
membros inferiores para que não ocorra a sobrecarga da musculatura e possíveis dores. As
ferramentas devem estar próximas à atividade, pois o funcionário não pode forçar o
alongamento dos músculos e é necessária a utilização dos equipamentos de proteção durante a
execução da tarefa para que o operário não sofra acidentes no trabalho.

6.6 Pedreiro

Executar trabalhos em alvenaria, concreto e outros materiais, guiando-se por desenhos,


esquemas e especificações, utilizando processos e instrumentos pertinentes ao ofício para
construir, reformar ou reparar prédios e além de fazer os serviços de assentamento de
revestimentos (cerâmicas, azulejos, porcelanatos), também faz o assentamento de bancadas
(granitos e mármores), a instalação de portas e janelas, a instalação de louças e metais
34

Figura 13 Argamassa no piso

Fonte: Melo, (2013).

Na Figura 34, o pedreiro mistura os materiais para fazer argamassa, o colaborador


encontra-se abaixado e com a coluna curvada sobre a massa.
Gonçalves e Deus (2002) recomendam que quando a produção de argamassa for
pequena deve-se realizá-la em uma masseira de altura regulável, sempre mantida na altura da
cintura para que o funcionário não curve a coluna e não flexione os joelhos de maneira errada
e assim sobrecarregue os mesmos.

6.7 Pintor

O pintor de parede é o trabalhador da Construção Civil que pinta paredes de casas e


apartamentos; esse profissional é de grande importância na Construção Civil, pois ele dá vida
as paredes tornando-as lisas, macias e com aspecto de novo.
Normalmente o pintor de paredes não trabalha sozinho, ou melhor dizendo; sempre
tem um meio oficial em pinturas denominado ajudante de pintor. A função do
ajudante/auxiliar do pintor é ajudar no processo do preparo da superfície que vai ser pintada,
assim também como organizar o ambiente de trabalho.
35

Figura 14 Pintor

Fonte: Construindo a dois, (2014).

Na Figura 42, a pintura do teto de uma edificação, na pintura de altas é recomendado


o auxilio de um cabo no rolo para que não seja necessário subir em escadas ou andaimes, o
colaborador não deverá se alongar de maneira execiva, poisirá causar dores e fadigas no
corpo é recomendado fazer a alternância dos membros inferiores para distribuir o peso do
corpo, o trabalhador deve manter os braços abaixo do nível do ombro, pois isso causa doenças
como a bursite (BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2009).
36

6.8 Ginastica laboral

A ginástica laboral compreende os exercícios de alongamento, de fortalecimento e de


relaxamento, com o objetivo de prevenir e diminuir os casos de enfermidades
Osteomusculares.
A ginástica laboral é dividida, segundo a Revista CONFEF (2004), em ginástica
preparatória e ginástica compensatória. Oliveira (2007) ainda cita mais dois tipos de ginástica
laboral, a de relaxamento e a preventiva.
Em uma publicação na revista Jounal Occupational Medicine, pesquisadores
dinamarqueses constataram, em um estudo, que houve uma queda de 22% no número de
faltas no trabalho, um aumento de 38% na motivação para realizar as tarefas e uma redução de
40% de estresses dos operários. (REVISTA PROTEÇÃO, 2011).
Em uma pesquisa feita por Ferreira, Junior e Cortez (2012) dentro de uma empresa da
construção civil que aplica a ginástica laboral, constatou-se que 47% dos trabalhadores
perceberam mudanças nos seis primeiros meses da implantação dos exercícios, 29%
observaram uma melhoria na qualidade de vida, 41% tiveram aumento no rendimento das
atividades, 59% constou maior disposição nas atividades do dia-a-dia, 35% dos operários
verificaram uma melhoria no relacionamento interpessoal, 35% dos trabalhadores começaram
a praticar atividades físicas, motivados pela ginástica laboral, e 41% sentiram melhora na
saúde.
Ferreira e Santos (2013) concluíram que a implantação da ginástica laboral em
algumas empresas pesquisadas não prosperou por falta de motivação dos trabalhadores e
incentivo dos superiores. Verificaram também que algumas empresas não implantam o
programa da ginástica laboral devido às despesas com contratações de profissionais
qualificados para ensinar os exercícios.
A ginastica laboral é um conjunto de práticas corporais elaboradas e executadas a
partir da atividade profissional exercida. Esta prática visa compensar o estresse de estruturas
musculoarticulares utilizadas repetidamente no trabalho através de sua tonificação e
relaxamento (LIMA, 2005). O estresse dessas estruturas musculoarticulares, decorrentes dos
movimentos repetitivos no ambiente de trabalho podem causar LER/DORT, respectivamente,
Lesão por Esforço Repetitivo e/ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
Para Oliveira (apud SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008), GL são exercícios específicos de
alongamento, coordenação motora, de fortalecimento muscular e de relaxamento realizados
em diferentes setores da empresa, e tem como principal objetivo diminuir e prevenir os casos
37

de LER/DORT. Pensando na saúde e no bem-estar do trabalhador, os objetivos da ginastica


laboral, também perpassam pela esfera social, tendo o ambiente de trabalho se adequar ao
trabalhador, promovendo qualidade de vida através de momentos de descontração e cuidados
com o corpo, tendo em vista que passamos longos períodos de tempo no local de trabalho.
Polito e Bergamaschi (apud UNGARATO, 2006) acrescentam ao dizer que a ginastica laboral
tem como objetivo normalizar as funções do corpo e proporcionar momentos de interação
social do seu funcionário, assim estaria atuando no âmbito físico, psicológico e social dos
colaboradores. Então é possível vislumbrar que a ginastica laboral possui potencial para
influenciar o desempenho motor e socioemocional dos indivíduos em seu ambiente de
trabalho. A ginastica laboral pode ser realizada no início da jornada de trabalho, ou no final,
dependendo das funções realizadas pelos trabalhadores e a disponibilidade de horários das
empresas. Conforme Dias (apud LIMA, 2005), a ginastica laboral pode ser dividida em
Compensatória (GLC) e a ginastica laboral Preparatória (GLP), são exercícios específicos
realizados no local de trabalho, como forma terapêutica e preventiva. Ainda, segundo Lima
(2005), a ginastica laboral não sobrecarrega nem cansa o funcionário, pois esta é de curta
duração. Com isso procura-se prevenir a fadiga muscular, diminuir o índice de acidentes do
trabalho, corrigir os vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário e agir como
preventivo para doenças por traumas cumulativos.
38

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os próprios canteiros de obra já é um risco à saúde do trabalhador. Estes riscos são


aumentados em função da forma de realizar as atividades pelo funcionário, pois não existe
dentro das empresas um procedimento para cada tarefa. O que existe são orientações verbais
dadas pelo engenheiro ou pelo mestre de obra. A qualificação da mão de obra é baixa e muitas
vezes o próprio operário toma decisões de como realizar a atividade. Muitas empresas pagam
os funcionários pela produtividade do mesmo o que leva, principalmente em trabalhadores
novos e inexperientes, a realização das tarefas com maior rapidez e assim se desgastando
fisicamente com o trabalho pesado.
A inadequada execução das tarefas pode levar o funcionário à incapacidade temporária
ou definitiva de seu trabalho e até mesmo de suas atividades pessoais. A implantação da
ergonomia no canteiro de obra é difícil pelo fato do local do trabalho ser mudado diariamente,
pela rotatividade dos obreiros e pela alegação das empreiteiras de não possuírem condições
para contratar um especialista em ergonomia. Apesar de todas essas dificuldades que se
encontram na indústria da construção civil, é possível intervir ergonomicamente no trabalho
dos funcionários dessa área.
39

8 CONCLUSÃO

A construção Civil é a área que mais tem capacidade de elevar a taxa de emprego, de
produto e de renda, seja a curto ou médio prazo, pois sua competência de absorver mão de
obra é muito grande. Isto diminui significativamente as taxas de desemprego nos momentos
em que a economia não anda bem. Mas para isto acontecer, deve haver incentivos
governamentais que elevem a demanda por produção e, em consequência disto, os produtos e
serviços que estão interligados à construção civil aumentem. São produtos como pedras,
parafusos e acessórios, areia, tintas, madeiras e tijolos que são vendidos em larga escala,
fazendo com que as empresas produzam mais, promovendo o emprego e a rendas dos
trabalhadores.
A construção civil fabrica casas, prédios, aeroportos, estádios, portos, faculdades,
escolas. Constrói estradas e uma infinidade de obras que impulsionam a economia brasileira e
a sociedade, enaltecendo o bem-estar da população, dando melhores condições de vida.
Grandes obras estimularam a economia brasileira, como as moradias para o programa minha
casa minha vida e os estádios para a copa do mundo. Isto fez com que muitas empresas locais
crescessem, gerando empregos e oportunidades.
Em 2013, o setor da construção civil manteve um ritmo lento, com um crescimento de
2%, o qual ficou abaixo do Produto Interno Bruto nacional de 2,5%. Já em 2014, fala-se que
o aumento neste setor será de 2,8%, sendo este porcentual um pouco maior que o PIB previsto
para este ano.
Apesar de toda essas vantagens e emprego que a construção traz, foi comprovado
través desse estudo que os principais erros ergonômicos são o arqueamento da coluna e
agachamento incorreto, as doenças que predominam são os problemas na coluna e pela falta
do uso dos equipamentos de proteção. A ergonomia não é algo inacessível para os canteiros
de obra, porém as empresas devem fornecer informações e treinamento para seus
funcionários.
40

REFERÊNCIAS

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