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Sebenta PF 22.23
Sebenta PF 22.23
PROSTODONTIA FIXA
Índice
Nota: Esta sebenta foi realizada com apontamentos das aulas e resumos feitos por outros alunos de anos passados.
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Medicina Dentária 3º ano
Conceito de biomimética
Reprodução dos sistemas sintéticos em fenómenos similares aos que são encontrados nos sistemas
biológicos.
A caracterização de um dente pretende imitar aquilo que o dente natural nos transmite (tentar
imitar o que é visível na natureza).
Tem de existir um enquadramento que faça sentido, ou seja, não se vai colocar um dente branco
quando os restantes dentes não têm essa coloração.
No entanto, este processo é difícil, logo a proximidade do médico dentista e do protésico deve ser
grande, de modo a evitar erros.
Tipos de restauração
Prótese parcial removível (PPR): para espaços edêntulos cuja extensão é superior à de 2 dentes
posteriores, para espaços anteriores maiores que o ocupado por 4 incisivos, ou para espaços que
incluam um canino e 2 outros dentes contíguos.
Prótese parcial fixa (PPF):
o Sustentada por dente: utiliza-se um dente que funciona como pilar em cada extremidade do
espaço edêntulo para dar sustentação à prótese.
o Sustentada por implante: ideais quando o número de pilares não é bastante ou quando a
sua força for insuficiente para suportar uma PPF convencional.
Dente:
o Depende da vitalidade radicular e morfologia coronária.
o É importante para a capacidade de suporte do dente.
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Medicina Dentária 3º ano
Estrutura dentária
Os tecidos de sustentação que circundam os pilares devem estar sadios e sem inflamação, e os pilares não
devem apresentar mobilidade, já que estarão a receber carga extra. As raízes e os seus tecidos de
sustentação devem ser avaliados, levando-se em conta três fatores:
1. Relação coroa/raíz
2. Configuração da raíz
3. Área do ligamento periodontal
Relação coroa/raíz: é uma relação relativa ao comprimento do dente que vai da
Inserção radicular crista alveolar (presente na face oclusal) até ao ápex da raíz com suporte ósseo.
Configuração da raíz
O comprimento vestíbulo-lingual do canino é superior ao mesio-distal, o que faz com que este dente seja
um melhor pilar do que um incisivo, em que temos raízes mais arredondadas em cortes transversais.
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Medicina Dentária 3º ano
Nos dentes posteriores, há uma maior ancoragem e estabilidade radicular numa situação em que
as raízes têm alguma distância entre si, do que quando estão quase unidas.
As raízes divergentes são melhores do que raízes fusionadas, pois constituem uma splitagem
periodontal muito melhor do que raízes convergentes, fundidas ou com forma geral cónica.
Dentes com uma só raíz e configuração irregular óbvia ou com alguma curvatura no terço apical
são preferíveis a um dente que tenha uma conicidade quase perfeita.
É essencial avaliar a área radicular ou de inserção da raíz no osso pelo ligamento periodontal.
Dentes maiores apresentam uma área maior e são mais aptos a suportar tensões (molares > pré-
molares > caninos > incisivos).
Quando o osso de sustentação tiver sido perdido por doença periodontal, os dentes afetados
estarão menos aptos a funcionar como pilares.
Por ser gradual, a perda de sustentação periodontal por reabsorção radicular tem 1/3 ou 1/2 da
importância da perda do osso da crista alveolar.
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Medicina Dentária 3º ano
Requisitos:
Idealmente, o pilar é constituído por um dente vital, mas pode usar-se qualquer dente que tenha
sofrido um tratamento endodôntico, desde que esteja assintomático e que radiograficamente exista
evidência de uma completa obturação do canal radicular.
Deverá ainda ter uma estrutura coronária saudável e sólida para garantir que suporta a prótese.
O pilar não deve apresentar mobilidade, uma vez que vai receber carga extra.
Os tecidos de sustentação que circundam os pilares devem estar saudáveis e livres de inflamação.
As restaurações devem suportar forças oclusais, pois as forças que normalmente seriam absorvidas
pelo dente ausente, serão transmitidas aos pilares através do pôntico, dos retentores e conectores.
Comprimento do pôntico
Lei de Ante:
A área de inserção periodontal das raízes dos dentes de suporte deve ser maior ou igual à dos
dentes que são repostos pelos pônticos a soma das áreas das superfícies radiculares dos pilares
(dentes de suporte) deve ser igual ou superior às dos dentes a substituir.
Deve ser respeitada em qualquer tipo de prótese fixa sobre dentes.
Próteses com pônticos mais curtos têm melhor prognóstico que as com pônticos demasiado longos:
o Seria simplista atribuir isso apenas à tensão excessiva (sobrecarga) do LPO.
o Também se devem ao braço de alavanca e à força de torção.
Os fatores biomecânicos e a falha dos materiais desempenham um papel importante no potencial de
destruição das próteses que abrangem espaços extensos.
Certos dentes com sustentação periodontal deficiente podem funcionar como pilares de PPF em
casos específicos, como em casos de degeneração óssea e grande mobilidade, em que se
estabilizaram os dentes no estado em que estavam, de forma a evitar o aumento de mobilidade.
Três situações possíveis:
1. Bom prognóstico, já que o índice dos pilares é superior ao do dente que é pôntico e a área
periodontal do pôntico é inferior à área dos dentes pilares.
2. Área a substituir é idêntica à área dos dentes pilares.
3. Situação que não é a favor da Lei de Ante, já que a área periodontal do pôntico é muito
superior à área dos dentes pilares pressão sobre os pônticos sobrecarga oclusal que se
traduz nos dentes pilares efeito de alavanca sobre aquela zona, ou forças de torção.
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Medicina Dentária 3º ano
Neste caso, o pôntico é demasiado extenso (é constituído por 3 dentes) para ser
suportado pelos 2 dentes, ou seja, a área radicular dos dentes que serão
substituídos por pônticos é maior que a dos pilares. O excesso de tensão exercida
vai exercer sobre o pôntico uma força e criar um efeito de alavanca com forças de
torção. Isto pode provocar uma periodontite ao dente pilar, devido à sobrecarga
do ligamento periodontal, cuja sua função é amortecer. Deste modo, pode ocorrer
a desinserção da prótese e o ganho de mobilidade dos dentes pilares, que
futuramente podem perder-se, perdendo-se também a prótese parcial fixa.
É possível a substituição de mais de dois dentes por próteses parciais fixas. O exemplo mais comum é o dos 4
incisivos. No entanto, devemos SEMPRE considerar muito arriscada.
Comprimento do pôntico extenso (quando os fulcros – dentes – estão muito longe uns dos outros, portanto
os pônticos são muito extensos):
As paredes dos sulcos vestibulares e linguais opõe-se às forças de torção mesio-distais do ponto de
vista das forças aplicadas sobre o pôntico:
o Para obter maior resistência e estabilidade de uma ponte, essencialmente, em pontes
menos favoráveis (p.e. mais extensas, pilares mais pequenos, etc.), é necessário construir
grande número de sulcos, na face vestibular e lingual do preparo.
o Podem minimizar um pouco a mobilidade e o efeito de desinserção das pontes e contrariar
o efeito de alavanca, aumentando a resistência e a durabilidade estrutural.
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Medicina Dentária 3º ano
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Medicina Dentária 3º ano
Há zonas essenciais para a resistência mecânica do dente e cuja anatomia deve ser preservada:
o A preparação deve sempre fazer-se segundo a anatomia dentária, excluindo as faces axiais.
o A ponte de esmalte dos molares superiores é uma estrutura importante para a resistência
mecânica do dente, devendo ser preservada.
o A polpa deve ser preservada, sendo que a anatomia da cavidade pulpar sofre alterações ao
longo dos anos e, dessa forma, deve realizar-se a reabilitação após uma avaliação radiológica
do dente a reabilitar.
Retenção e resistência
Retenção
Fenómeno que impede que a restauração/coroa saia pelo eixo de inserção ou eixo longitudinal do
preparo do dente.
Força que impede a desinserção no sentido axial (vertical), pois a restauração será submetida a
forças de tração pelos alimentos.
Ocorre quando há contacto entre as superfícies internas da restauração e as superfícies externas
do dente preparado (retenção friccional), ou seja, quanto mais essas superfícies forem adaptadas,
maior retenção vai existir.
Condicionada por:
o Convergência das paredes opostas: se forem paralelas, o cimento escoa.
o Área de preparação: quanto > a área, > é a retenção.
o Altura da preparação: a altura mínima de uma preparação depende do tipo de estrutura
protética e da qualidade das forças, sendo que não havendo altura suficiente para combater
a rotação, ocorre perda de estabilidade e deslocação da coroa.
O aumento da área coberta pela prótese, para uma mesma convergência, leva ao aumento da retenção. Dado que as
superfícies paralelas ao plano oclusal pouco afetam a retenção, os conceitos de área coberta e de altura da preparação
tornam-se algo semelhantes. Ambas funcionam através do atrito que a coroa precisa de vencer para se desinserir.
o Inclinação do dente no arco maxilar: inclinação do dente fora do eixo da mastigação, onde
as forças de desinserção são maiores, permitirá uma melhor retenção.
o Textura superficial: textura superficial do preparo deve ser rugosa, de maneira a aumentar a
área de contacto.
o Cimento: tem maior função em movimentos axiais.
o Adaptação da superfície interna da coroa à superfície externa do coto.
Depende essencialmente da área coberta (as superfícies oclusais quase não afetam).
Para compensar o fenómeno de alavanca, pode aumentar-se a retenção na direção oposta à do
braço de alavanca, numa distância em relação ao eixo interpilares que seja igual ao comprimento
do braço de alavanca.
Idealmente as paredes opostas das preparações seriam paralelas, no entanto, tal é difícil de conseguir, pois:
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Medicina Dentária 3º ano
Para que haja estabilidade é necessário que uma zona da preparação se oponha à rotação. Os
Resistência ou estabilidade molares são os dentes com > dificuldades na estabilidade (não podem ficar muito baixos!).
Fenómeno que impede o deslocamento da restauração pela ação das forças que atuam em direção
apical ou oblíqua, além de impedir qualquer movimento sob ação das forças oclusais.
Visa prevenir a rotação da restauração perante forças de cisalhamento ou compressão (não axiais).
As forças laterais fazem com que a restauração gire à volta de um fulcro (apoio, alavanca).
Há diversos fatores relacionados com a forma de resistência do preparo:
o Magnitude e direção da força (estabilidade em molares é mais crítica).
o Relação entre altura e largura do dente: quanto > a altura do dente, > será a estabilidade.
o Integridade do dente preparado: um dente muito cónico, oferece < resistência, e quanto
mais íntegro e menos desgastado estiver o dente, > a resistência.
A resistência/estabilidade de uma preparação depende fortemente da sua forma geométrica:
o Dentes com paredes baixas, mesmo com grande diâmetro, têm pouca estabilidade.
o Dentes com convergência excessiva, têm pouca estabilidade.
Existem meios auxiliares de retenção (pinos, sulcos ou calhas, boxes) que são artifícios utilizados
para melhorar a forma de retenção e/ou estabilidade de uma dada peça protética.
Todos funcionam da mesma maneira:
o Aumentam a área coberta pela prótese.
o Estreitam o leque de eixos de inserção, impedindo a rotação.
O cimento cria uma união fraca entre a superfície interna da restauração e a parede axial do preparo, ou seja, quanto maior a área do
preparo, maior a retenção – os preparos em dentes grandes são mais retentivos que em dentes pequenos. Isto é um facto que deve ser
tido em conta quando vamos reabilitar um dente de menores dimensões. Nestes dentes, a área pode ser aumentada com o acréscimo
de caixas e sulcos. Uma desvantagem destes meios é o facto de aumentarem a liberdade de movimento da restauração.
Conicidade
Liberdade de deslocamento
Paredes muito divergentes provocam deslocação e a utilização de sulcos impede isso. Se um sulco fizer com a parede axial
um ângulo obtuso, não irá oferecer a resistência necessária, uma vez que as forças que produzem movimentos de rotação na
restauração, levam a um deslizamento ao longo das superfícies oblíquas. Por sua vez, se for feito um sulco em V, a resistência
será maior. As paredes do sulco devem ser perpendiculares às forças rotatórias para resistirem ao deslocamento.
As paredes vestibular e lingual de uma caixa não resistirão ao deslocamento rotacional se formarem ângulos obtusos com a
parede pulpar. Esses ângulos devem ser próximos de 90 graus, para que essas paredes sejam perpendiculares a quaisquer
forças que tendam a imprimir movimento de rotação à restauração.
Comprimento oclusogengival
Para que o trabalho tenha sucesso, o comprimento deve ser suficiente para impedir o arco descrito
pela restauração quando esta gira sobre um ponto situado na sua margem oposta.
Os preparos com paredes mais longas têm uma superfície maior e, portanto, são mais retentivos.
Uma parede curta não oferecerá resistência, e quanto mais curta, mais importante a sua inclinação:
o As paredes dos preparos mais curtos devem ter a menor conicidade possível para aumentar
a resistência (mas nem isso ajudará, se as paredes forem curtas demais).
o É possível restaurar um dente com paredes curtas, desde que o seu diâmetro seja pequeno.
o A resistência num preparo de paredes curtas feito num dente grande, ou seja, a resistência
num dente que possui um braço de alavanca desfavorável, pode ser melhorada com sulcos
nas paredes axiais, pois reduz o raio rotacional, impedindo assim o
deslocamento.
A. Coroas mais alta maior braço de alavanca maior torque.
B. Coroa mais baixa linha tangente mais baixa na parede oposta ao eixo
de rotação.
Coroas baixas de menor comprimento:
A. Menor diâmetro linha tangente mais baixa na parede oposta ao eixo
de rotação.
B. Maior diâmetro maior arco de rotação, menor resistência.
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A unidade básica de retenção para uma restauração cimentada é constituída por duas paredes
axiais opostas com conicidade mínima.
No entanto, nem sempre é possível usar paredes opostas para retenção:
o Uma delas pode ter sido destruída antes, ou pode ter sido aconselhável deixar alguma
superfície sem preparo para uma restauração parcial.
o Também pode acontecer que as paredes estejam presentes, mas com inclinação maior que a
aconselhável.
De modo geral, certas características internas, tais como sulcos, forma
da caixa e orifícios para o pino (espigão) são intercambiáveis e podem
substituir-se mutuamente ou ocupar o lugar de uma parede axial.
A substituição é importante, já que as condições presentes por vezes
não permitem o preparo ideal.
Eixo de inserção
Constitui uma linha imaginária ao longo da qual a restauração será colocada no preparo ou dela
retirada, sendo determinada mentalmente pelo dentista antes do início da preparação (cujas
características são todas preparadas de modo a coincidirem com essa linha).
Este eixo de inserção deve ser considerado em 2 dimensões: vestíbulo-lingual e mesio-distal.
O eixo de inserção deve ser único.
É necessário verificar se os dentes adjacentes permitem que a coroa tenha um eixo único.
A retenção adequada pode ser avaliada de uma forma grosseira segundo uma visão coronal, com
um só olho, sendo visível todos os dentes preparados, ou faces do mesmo dente:
o Quando se olha para a superfície da coroa com um dos olhos fechados, é necessário ver
todos os limites do dente.
o Se isso não for o caso, significa que existem áreas retentivas ou conicidade excessiva.
o A observação com os dois olhos dá algum engano neste tipo de observação das paredes.
o Na boca, o preparo é observado com espelho, fechando-se um dos olhos.
O plano ideal de inserção para uma coroa:
o Num dente posterior é paralelo ao longo eixo do dente.
o Num dente anterior é paralelo aos 2/3 incisais da superfície
vestibular.
O plano de inserção para um preparo anterior paralelo ao eixo do dente
proporciona um desgaste mais homogéneo.
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Durabilidade estrutural
O preparo dentário deve permitir espaço suficiente para a quantidade apropriada de material
restaurador, permitindo uma adequada rigidez estrutural, de forma a resistir às forças de oclusão.
Apenas desse modo poderá haver harmonia oclusal e contornos axiais normais, evitando-se
problemas periodontais em torno da restauração, uma vez que contacto maiores traduzem-se em
mais forças oclusais, provocando dor, inflamação, edema, etc.
Caso a redução axial seja deficiente, poderá ocorrer um sobrecontorno da prótese (paredes
sobredimensionadas, que levam a problemas periodontais).
A nossa preparação deve permitir longevidade à restauração fixa que vamos cimentar. Para
isso, fazemos um bisel nas cúspides funcionais e mantemos uma espessura mínima de metal.
A ideia é permitir que o desgaste do material da coroa possa acontecer durante muito tempo
e ao mesmo tempo aumentar a rigidez coronária, protegendo o cimento de forças nocivas.
Redução oclusal
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Medicina Dentária 3º ano
Redução axial
A redução axial também desempenha um papel importante na obtenção de espaço para uma boa
espessura de material restaurador.
Se as restaurações forem feitas com contornos normais sobre um preparo com redução axial
insuficiente, poderá criar uma coroa com paredes finas e fracas sujeitas a distorções:
o Nesta situação, o técnico de laboratório pode compensar esse espaço insuficiente
exagerando o contorno das paredes axiais, o que vai causar problemas a longo prazo ao
nível do periodonto por trauma gengival.
o Provoca inflamação gengival e retração gengival devido à anatomia incorreta das margens.
Existem outros meios (meios auxiliares de retenção) de se obter espaço, capazes de aumentar a
rigidez e a durabilidade da restauração:
o Canaletas
o Ombro oclusal Permitem aumentar a retenção do dente,
o Istmos porque aumentam a área de contacto e
o Sulco proximal tornam o preparo mais retentivo.
o Caixas
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Medicina Dentária 3º ano
c) Caso se tente obter espaço para uma espessura normal de restauração sem biselamento:
o O resultado será a redução excessiva da superfície axial.
o Dessa forma, estaria a causar-se uma destruição desnecessária do preparo, e a forte
inclinação desta superfície torna-a incapaz de fornecer alguma retenção.
Rosner (1963):
o Afirmou que o biselamento é um meio de diminuir a discrepância marginal.
o “A distância entre a margem e a estrutura do dente é infinitamente aproximável.” (quando
não há cimento entre a restauração e o preparo, esta afirmação é verdadeira).
Ostlund (1985):
o Afirmou que a presença de cimento muda completamente a abordagem, a espessura da
película de cimento impede o total ajuste do material (25μm – especificação da ADA para
espessura do cimento).
o “Quanto mais paralelo o biselamento ao eixo de inserção, maior a distância pela qual a
restauração deixa de se ajustar”.
Quando a coroa estiver cimentada, não pode haver nenhuma alteração na margem gengival.
O objetivo básico é uma boa adaptação e uma linha mínima de cimento.
Caso fique espaço entre os dentes e a restauração, haverá retenção de biofilme e presença de cárie.
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Chanfro: mais utilizado para coroas metálicas (chanfro profundo, chanfro com bisel, bisel longo)
Ombro: mais utilizado para coroas cerâmicas (em bisel – nunca nas cerâmicas, utilizar no metal – ou
arredondado – utilizado nas cerâmicas)
O chanfro com bisel permite um melhor escoamento do cimento e, desta forma, uma aproximação das paredes da
coroa e do preparo. No entanto, no ombro, se fizéssemos bisel a esse nível, a cerâmica seria muito fina e partiria.
Em coroas em metal ou metalocerâmica, a linha de terminação gengival deverá ser um chanfro com bisel (e não
apenas um chanfro), enquanto que para as coroas em cerâmica, a linha de terminação deverá ser em ombro.
Biselamento
Tem de existir uma ótima adaptação entre a coroa e o preparo para que não exista uma infiltração
e, consequentemente, desenvolvimento de cárie dentária.
Os biséis largos e rasos, quase paralelos à superfície externa do dente:
o Têm grande probabilidade de criar sobrecontornos.
o Por outro lado, vai existir uma camada fina da coroa que não
vai ter sustentação, podendo quebrar ou sofrer distorções.
Quanto mais paralelo for o bisel ao eixo de inserção, maior a distância
pela qual a restauração deixa de se ajustar.
O ângulo mais adequado é um ângulo que fique entre os 30-45°.
Preservação do periodonto
A polpa pode ser agredida pelo calor gerado durante o preparo, pela profundidade do preparo
(refrigeração) ou ainda por agressões químicas de acordo com o material utilizado.
O limite da margem de uma restauração deve situar-se ao nível do esmalte ou supra-gengival ou ao
nível da gengiva e não sob a gengiva.
Isto deve ser respeitado não só por razões estéticas, mas também porque uma restauração em
permanente contacto com a gengiva leva a uma resposta inflamatória crónica, que evolui para
periodontite.
O preparo excessivo invade o espaço biológico e o preparo insuficiente leva a um sobrecontorno.
Quanto mais precisa for a adaptação marginal, menor será a espessura da película de cimento:
o Menor chance de solubilização.
o Maior facilidade de higienização.
o Menor retenção de placa.
o Menor recidiva de cárie e problemas gengivais.
Melhores resultados:
o Margens regulares.
o Margens mais acessíveis à higienização.
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o Margem com localização que possa ser reproduzida por meio de impressão (sem rasgar ou
deformar).
Localização da linha de terminação subgengival:
o Se a localização da terminação for a menos de 2mm da crista alveolar, poderão existir
consequências tais como inflamação gengival, reabsorção da crista alveolar e formação de
bolsa periodontal – o ideal é 3mm.
o São muitas as situações em que as margens subgengivais são inevitáveis:
Presença de cáries.
Prolongamentos de restaurações antigas.
Traumas.
Motivos estéticos.
o Alternativa (a fim de garantir dimensões biológicas e evitar doenças periodontais):
Aumento da coroa clínica para mover a crista alveolar 3mm apicalmente à
localização da linha de terminação prevista.
Assim, o espaço biológico básico será mantido (inserção epitelial e conjuntiva +
sulco gengival sadio).
Princípios estéticos
Estão diretamente relacionados aos princípios biológicos, tendo em atenção a forma, cor e contorno
da prótese.
Instrumentos e técnica
Estudos científicos
A convergência, a altura e redução das cúspides funcionais interagem efetivamente nos preparos.
Na prática clínica, ângulos que rondem a convergência de 15° têm sido observados com sucesso.
Shillingburg recomenda as seguintes convergências:
o Dentes anteriores: 10°
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o Pré-molares: 14°
o Molares maxilares: 19°
o Molares mandibulares: 22°
A resistência depende da conicidade das paredes verticais, largura da base e altura, e margens
bem delimitadas favorecem a resistência.
Resultados mais prejudiciais:
o Alturas: 6-9mm
o Larguras da base: 6-10mm
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Preparo dentário
Tipos de coroas
Relativamente às características de um preparo dentário com uma convergência oclusal ideal para uma
coroa de revestimento total num molar inferior, qual a hipótese correta relativamente a altura mínima do
preparo?
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Tradicionalmente, a Prótese Fixa dependia muito de dois fatores, a retenção e resistência mecânica:
o Isto porque os adesivos e cimentos à base de água (cimento de fosfato de zinco é o mais
utilizado e recentemente o cimento de ionómero de vidro e cimentos de resina) não nos
permitiam ter peças sem retenção mecânica.
o Retenção mecânica: paredes paralelas opostas que vão providenciar uma fricção entre a
coroa e o preparo do dente, porque o preparo está retentivo.
Hoje em dia, existem dois parâmetros muito importantes, a retenção macromecânica e cimentação
com técnica adesiva.
Biológicos
Coroa metalocerâmica:
o Apresenta uma estrutura metálica e uma cerâmica estética colocada por fora.
o Espessuras mínimas: 0,3mm para o metal, 0,2mm para o opaque (cerâmica que esconde a
cor metálica da infraestrutura, onde por cima é colocada a cerâmica) e 1mm para a restante
estratificação de cerâmica estética.
o A espessura mínima para uma coroa metalocerâmica é de 1,2-1,5mm.
o É uma cerâmica estratificada.
Coroa cerâmica: é uma cerâmica monolítica, portante é feita num monobloco, numa única
estrutura, não há camadas.
Estudo de Weber
Quando se realiza um preparo para uma restauração tipo overlay (restauração parcial), é removido
cerca de 20% do volume da coroa do dente.
Num preparo para uma coroa totalmente em cerâmica (monolítica), é removido em média 34% da
estrutura do dente.
Num preparo para uma coroa metalocerâmica, é removido 45% da estrutura do dente.
Assim:
Nas coroas cerâmicas, é realizada uma remoção de estrutura, em comparação com coroas
metalocerâmicas, 11% menor.
Nas coroas totais, em comparação com restaurações do tipo overlay e onlay, a quantidade de
remoção de estrutura é cerca de 2x superior.
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Assim:
Nas coroas cerâmicas, é realizada uma remoção de estrutura, em comparação com coroas
metalocerâmicas, 12% menor.
Comparando as restaurações de recobrimento total com as facetas, a quantidade de remoção de
estrutura é 3,5x superior.
Conclusões:
As preparações devem ser feitas com o maior detalhe e não se deve remover estrutura dentária de
forma desnecessária.
As restaurações de recobrimento total só devem ser consideradas após existir a certeza que as
restaurações parciais não são viáveis para o nosso caso.
Hoje em dia, os materiais cerâmicos monolíticos já nos permitem ter espessuras muito menores que os
metalocerâmicos, sendo mais conservadores. Por conseguinte, deixam basicamente de existir indicações
clínicas para utilizar coroas metalocerâmicas comparativamente com o que acontecia há 20 anos atrás.
Nota:
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O autor (Dr. Stanbow?) estudou também qual era a distância para cada dente da cavidade oral entre
a parede da polpa (feixe vásculo-nervoso do dente) e a superfície externa do dente, através de
cortes a diferentes níveis do dente.
Exemplos:
Conclusões:
Margens de erro mínimas: incisivos central e lateral mandibulares, incisivos laterais maxilares,
primeiros pré-molares maxilares.
As preparações e seleção de materais ajustam-se aos dentes, não é ao contrário.
Quando trabalhamos com a broca em cima do dente, sem irrigação/sem água, ocorre (Dr. Stanbow?):
Espaço biológico
Biótipo espesso:
o Inflamação gengival
o Formação de bolsas periodontais
o Remodelação óssea (possivelmente)
Biótipo fino:
o Recessão gengival
o Exposição das margens da restauração
o Remodelação óssea (possivelmente)
Existem centenas de autores que são a favor de margens supragengivais (margens que ficam
visíveis), tal como existem outras centenas de autores que são a favor de margens subgengivais
(dentro do sulco).
Por conseguinte, existem autores que consideram que nas margens intra-sulculares irá ocorrer:
o Afeção dos tecidos periodontais (uma vez que a transição entre a coroa e a restauração vai
estar dentro do sulco, logo não será acessível para a higiene oral).
o Inflamação gengival e hemorragia à sondagem.
o Acumulação de placa bacteriana.
o Formação de bolsas periodontais.
O erro destes últimos autores é que nalguns estudos incluíram margens a invadir o espaço biológico,
daí terem esse tipo de resultados.
Margens subgengivais:
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Requisitos:
o Avaliação do biótipo periodontal e profundidade do sulco (com uma sonda periodontal).
o Execução clínica cuidada – preparação atraumática, seleção e impressão do fio retrator,
laboratório de qualidade.
o Ajuste marginal e acabamento das coroas de alta qualidade.
o Remoção cuidadosa de restos de cimento.
o Paciente realizar consultas de Higiene Oral frequentes.
Margens supragengivais:
Mecânicos
Retenção: características do preparo de um dente que resiste à deslocação da coroa numa direção
vertical ou ao longo do caminho de colocação, ou seja, forças que tentam remover a coroa no
sentido vertical.
Resistência: características do preparo de um dente que permitem uma resistência da coroa a forças
oblíquas ou de lateralidade ou ao longo de um eixo diferente do caminho de colocação.
A forma de retenção e resistência estão diretamente relacionadas:
o Se eu quiser num preparo inserir uma coroa vou ter vários eixos de inserção, mas se tiver
uma calha vou ter um eixo único de inserção (quando se tem dentes adjacentes, o eixo de
inserção também é único), aumentando a resistência e a retenção do preparo.
o Quando se aumenta a forma de resistência de um preparo com a aplicação de uma calha,
aumenta-se também a forma de retenção (pela aplicação de estruturas retentivas no
interior do preparo).
o São dois fatores que estão interrelacionados, apesar de serem diferentes.
O elemento essencial de retenção são duas superfícies opostas na mesma preparação, que podem
ser superfícies externas, como as superfícies vestibulo-lingual ou mesio-distal.
Mas também podemos ter retenção a partir de paredes internas, ou seja, as superfícies opostas
também podem ser internas, como as paredes vestibular e lingual da caixa proximal do Inlay.
Taper e TOC
Taper: consiste na angulação existente entre uma linha que segue o longo eixo do dente e uma das
paredes do preparo do dente.
Convergência oclusal total (TOC): consiste na angulação existente entre as duas paredes.
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Jorgensen:
o Fez várias preparações com diferentes convergências oclusais e avaliou com uma máquina a
forma de retenção (puxa no sentido vertical), sendo que da sua experiência definiu como
valor de TOC 2-5° (ponteiro dos relógios a 12:01).
o Concluiu portanto que se existir uma convergência de 5°, há valores máximos de retenção,
mas quando se passa para 10°, esse valor baixa quase para metade.
Mas então qual é o TOC apropriado em termos clínicos?
o Valores de estudantes (Weed):
Valores de 13,5° no pré-clínico.
Valores de 25° na primeira examinação clínica.
Valores de 22° no último ano de examinação clínica.
Guia de convergência oclusal:
o Realiza-se a sobreposição do preparo dentro da guia até achar o grau de convergência.
o Limite da guia é de 25°.
As guidelines da TOC devem ser baseadas em:
o Valores da literatura em termos clínicos.
o O que na realidade é possível obter.
o Forma de resistência.
O TOC aceitável em termos pré-clínicos é de 10°, na clínica é entre 10-20° (Goodacre).
Que condições clínicas garantem um TOC melhor?
o Dentes anteriores tem melhores resultados.
o Os dentes posteriores apresentam um difícil acesso.
A altura mínima em dentes anteriores e pré-molares é de 3mm (com convergência perfeita de 10°).
A altura mínima em dentes posteriores é de 4mm.
Wiskott:
Este autor realizou um estudo laboratorial em que foi testar a força necessária para remover a coroa
do preparo, mas a forças laterais.
Conclui que quando temos uma altura de preparo mínima de 4mm, conseguimos valores de
resistência à descimentação favoráveis, e quando temos > de 4mm estamos na zona de segurança.
Este estudo foi feito com um cimento convencional, o fosfato de zinco.
Posteriormente, o autor fez outro estudo com cimentos melhores, com cimentos de resina e de
ionómero de vidro, que possuem capacidades retentivas superiores, e chegou à conclusão que a
altura dos preparos não necessita de ser tão grande quando esses cimentos são utilizados.
Colocou-se a coroa no preparo e depois inverteu-se o modelo, de modo a ver se a coroa caía.
Se a coroa caísse, significaria que o preparo tinha uma convergência inadequada ou pouca altura
para oferecer resistência mecânica.
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Medicina Dentária 3º ano
Conclusões:
o 3mm adequado a um TOC de 10°.
o 3mm inadequado a um TOC de 20°.
Compressão e tensão
Stress compressivos: quando um corpo é colocado sob uma carga que irá comprimir ou encurtá-lo,
pelo que a resistência interna a tal carga é a tensão de compressão.
Stress de tensão ou de cisalhamento: uma tensão de tração é causada por uma carga que tende a
esticar ou alongar um corpo e é sempre acompanhada de deformação de tração.
Os materiais são mais fortes em tensões de compressão, portanto têm boas capacidades de
resistência à compressão.
A configuração geométrica do preparo do dente deve colocar o agente de cimentação em
compressão para proporcionar a melhor forma de retenção e resistência.
A resistência às forças de lateralidade é mais importante para a manutenção das coroas em boca.
Clinicamente sempre que for possível devemos combinar estas características mecânicas com cimentos de
alta qualidade.
+ Broca mais paralela possível ao dente
Meios auxiliares de retenção e resistência
Resposta de exame: Segundo Proussaefs, a maneira mais eficiente de aumentar a forma de retenção e resistência é a
correção da convergência no 1,5mm cervical dos preparos, corrigindo de 20 para 8 °. A segunda forma é utilizando calhas.
O uso de sulcos de profundidade e guias de redução ajudam a garantir uma redução uniforme
multiplanar do dente.
Existem guias de desgaste de acordo com a espessura da broca, para guiarem o preparo na
quantidade de desgaste, que é válido tanto para o desgaste feito em vestibular (parede externa do
dente), como na parte incisal (desgaste em altura), de modo a não reduzir a menos e a coroa ficar
mais alta (coroa fica sobrecontornada e saída da gengiva) ou fazer dano na polpa.
A redução por planos pressupõe a preparação dos dentes de forma anatómica, pelo que cada um
dos terços dos dentes (incisal, médio e cervical) tem uma inclinação específica.
Nas coroas metalocerâmicas é exigido uma redução incisal de 2mm, nas cerâmicas é 1-1,5mm.
Utilizam-se matrizes de silicone e uma sonda periodontal para saber a dimensão do desgaste.
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Medicina Dentária 3º ano
Quando é cimentada uma restauração sobre uma região angulada, essa zona da restauração fica sobre alta concentração de
stress, que mais tarde pode levar a fratura. Por isso é que hoje em dia é muito raro utilizarem-se linhas retas e ângulos retos.
Chanfro (linhas de terminação com ângulo obtuso, terminam a 60°, que possuem
um stop vertical, ou seja, se a restauração estiver assente naquela linha, a
adaptação marginal está correta)
Chanfro modificado (50°)
Chanfro em bisel (30-45°)
Ombro em bisel
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Medicina Dentária 3º ano
Ombro arredondado: permite haver muita espessura de material, logo irá garantir espaço para o
metal, para o opaque e para a cerâmica, mas é uma linha que exige do próprio dente uma perda de
estrutura superior.
Chanfro
Ombro em bisel: tem um ângulo interno e externo de 90°, mas na terminação do ombro é feito um
vértice, isto porque historicamente considerava-se que a utilização de um bisel, portanto um ângulo
mais agudo, iria permitir um melhor assentamento das restaurações, uma vez que tudo o que são
ângulos agudos têm um selamento mais rápido sobre a margem do que um ângulo reto.
Estudos:
Alguns autores prepararam vários dentes com algumas linhas tradicionais e as mesmas alteradas com bisel
(chanfro, chanfro com bisel, ombro e ombro com bisel), depois aplicaram cerâmica sobre a estrutura
inframetálica, ocorreu a queima da cerâmica e mediram-se novamente as alterações na margem:
Shilingburg:
o Chegou à conclusão que as melhores margens em termos de adaptação eram margens em
ombro e ombro com bisel, e os piores resultados era com chanfro e chanfro com bisel.
o Isto acontece pelo facto da cerâmica sofrer alterações dimensionais quando queimada,
sendo que se tiver uma menor espessura de metal, ocorre uma deformação ao nível da
margem, se tiver uma espessura maior, apresenta uma resistência mecânica maior.
o Nas margens com ombro, existe uma maior espessura de metal, logo sofrem menor
deformação, enquanto no chanfro ocorre uma desadaptação do metal e a margem abre.
Faucher: a distorção do metal da fusão da porcelana foi significativamente menor com um ombro e
um bisel de ombro.
Hamaguchi: sem diferença significativa na distorção marginal da fusão de porcelana entre ombro,
ombro com bisel, chanfro e chanfro com bisel.
Ritcher-Snapp: a forma da linha de acabamento não afetou o encaixe das coroas metalocerâmicas.
Belser:
o Estudo em pacientes reais.
o Fabricou as mesmas coroas, mas deixou de fazer o limite em chanfro, realizou apenas um
ombro reto, ombro com bisel e ombro reto com cerâmica (com margem em porcelana).
o Posteriormente, cimentou as coroas na boca dos pacientes, fez uma impressão, tirou um
molde e foi avaliar em vivo a dimensão das margens depois de estarem cimentadas.
o Concluiu que não houve diferenças significativas no ajuste marginal entre margem com
ombro, ombro com bisel e ombro totalmente cerâmico antes ou depois da cimentação.
Ombro cerâmico: numa coroa metalocerâmica, o ombro é o limite que normalmente se usa em
vestibular da coroa, sendo que quando o metal termina ao nível da margem, é considerado um ombro
em metal. A alternativa que existe é o ombro cerâmico, onde se continua a ter a estrutura metálica,
mas esta foi reduzida, ou seja, corta-se a ponta do metal e a cerâmica é aplicada diretamente sobre a
margem da restauração. Portanto podem existir coroas metalocerâmicas com margens em cerâmica.
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Medicina Dentária 3º ano
Conclusões:
Com o passar dos anos e com a evolução dos materiais cerâmicos, deixaram de existir razões para se
utilizarem coroas metalocerâmicas, com exceção de em termos práticos se realizarem coroas fresadas.
Forma da linha de terminação – coroas totalmente cerâmicas Clinicamente, quando preparamos estes limites,
não devemos ter a broca a trabalhar sobre o
Ombro arredondado dente continuamente. Deve ser realizada a
Chanfro modificado (são os mais indicados para estas coroas) técnica “Brushing stroke”, em que são realizados
Gume de faca (ainda não está 100% validado) movimentos de pincelamento com a broca, pois
se esta estiver sempre a trabalhar no mesmo
Estudos: sítio, provoca um aquecimento exagerado.
Técnica de preparação
Limite em chanfro:
1. Selecionar um instrumento diamantado que seja 2x a profundidade de chanfro desejada de
0,3 a 0,5mm (broca que tem o dobro do tamanho do chanfro que queremos fazer, se
queremos um chanfro de 0,5mm, a ponta da broca terá de ter 1mm).
2. Colocar o instrumento de rotação no dente usando metade do seu diâmetro, o mais
paralelo ao maior eixo do dente (metade da broca tem atividade).
3. Mover o instrumento (a ponta da broca gera automaticamente este limite).
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Medicina Dentária 3º ano
Limite em ombro:
1. Selecionar um instrumento diamantado com um diâmetro próximo à profundidade de
ombro desejada de 1mm.
2. Colocar 80% do diâmetro (80% da broca tem atividade, 20% não tem) do instrumento de
rotação no dente.
3. Mover o instrumento.
Evitar o excesso de conicidade: broca sempre paralela ao longo eixo do dente, se estiver inclinada
as paredes tornam-se convergentes, levando a menor retenção e possivelmente à perda da coroa.
Evitar margens subgengivais:
o Margem de segurança: acabamento e polimento.
o Extensão excessiva: margem localizada na raíz.
o Antes de talharmos os dentes, marcamos a linha da margem com uma caneta de acetato, de
modo a não fazermos o limite na raíz do dente.
Evitar rebaixos: se inclinarmos a broca para o lado contrário, teremos uma retenção.
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Medicina Dentária 3º ano
4. Fixação de chanfro:
o Realizado com uma broca de chanfro.
o Marcar o limite em chanfro nas faces proximais.
5. Linha de terminação – preparação do ombro (bucal):
o Limite em ombro vestibular, o restante dente é em chanfro.
o Realizado com uma broca de ombro arredondado (80% da espessura da broca), paralela ao
longo eixo do dente.
o Marcam-se os limites com um lápis, sendo que o ombro em mesial estende-se para além do
ponto de contacto, na parte distal marca-se antes do ponto de contacto.
o A espessura dentro da linha externa é removida até 1mm.
o Nesta fase, podemos aproximar o limite do nível queremos, portanto o milímetro que
deixámos a mais vai desaparecer, e depois com uma broca de chanfro alisam-se aquelas
asas laterais, para que não se note a transição do ombro para o chanfro.
6. Acabamento e polimento: brocas de grão fino para aprimorar o trabalho.
7. Medições: chanfro (0,5-0,8mm), ombro (1mm), oclusal (2mm)
Metal = 0,3mm
Opaque = 0,2mm
Cerâmica de recobrimento = 1mm
O autor viu também que 50° é o ângulo crítico que permite que a porcelana seja estendida até à
terminação da margem (por isso é que não se utilizam limites verticais nas coroas metalocerâmicas,
pois é necessário um ângulo de superior a 50° para existir espaço para estes materiais todos).
Zircónia é a cerâmica mais resistente, logo terá de se desgastar menos que as metalocerâmicas.
As coroas cerâmicas por norma têm preparos mais conservadores do que as metalocerâmicas.
Desgaste oclusal vai ser de 1mm, no máximo 1,5mm (nas coroas metalocerâmicas é de 2mm).
1. Redução oclusal.
2. Na face palatina, fazer o chanfro ou ombro arredondado. Na face vestibular faz-se a mesma coisa.
3. O desgaste é realizado com a broca paralela ao dente, mas no terço incisal a broca deverá ter uma
ligeira inclinação, porque em vestibular é um desgaste em dois planos.
4. Com a broca em agulha abrir o ponto de contacto até ter espessura suficiente para entrar com a
broca de chanfro.
5. Com uma broca de grão fino marcar melhor a anatomia do dente e o bisel das cúspides funcionais.
6. Marcar uma linha ao longo da margem da preparação e olhar para o dente de cima (vista oclusal). Se
não conseguirmos ver alguma zona do dente, significa que a angulação que demos à parede não é
suficiente para ter um preparo convergente.
7. Arredondar os ângulos vivos com brocas de grão fino ou multilaminadas.
Duas camadas de cerâmica: cerâmica monolítica (núcleo – zircónia) e uma cerâmica feldspática.
Desgaste de 2mm em incisal e ombro arredondado de 1mm (ângulo interno será redondo).
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Medicina Dentária 3º ano
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Medicina Dentária 3º ano
Cerâmicas puras
As cerâmicas têm um papel muito importante em PF, nomeadamente pela sua estética.
Não existem cerâmicas “impuras”, mas a cerâmica pura foi um termo muito utilizado quando estas
se começaram a utilizar, significando apenas que estas cerâmicas não tinham metal, tinham uma
estrutura puramente feita em cerâmica.
A cerâmica é um material inorgânico, não-metálico, especificamente confecionado para formar em
parte, ou no seu todo, uma restauração dentária ou uma prótese.
Coroas metalocerâmicas: infraestrutura em metal que é recoberta por cerâmica, com o propósito
de esconder a cor do metal e de se conseguir alguma estética nestas peças.
História
São vidros de sílica e feldspato aos quais são adicionados pigmentos, opacificadores e fundentes.
A sílica é um elemento chave da cerâmica tradicional, enquanto que o feldspato (mais
especificamente as cerâmicas feldspáticas), têm como constituinte principal a sílica. As cerâmicas
feldspáticas são das cerâmicas mais antigas e das mais utilizadas, por serem mais estéticas.
Também se pode falar em vidro não-cristalino, composto por unidades estruturais de sílica e
oxigénio (SiO₄ tetrahedra).
Nenhum outro material, senão a cerâmica, consegue imitar a estrutura dentária tanto em termos
de cor como de textura superficial, a longo prazo (a cerâmica mantém a sua estrutura e o seu
aspeto no meio oral, ao contrário dos compósitos que, apesar de imitarem a estrutura dentária com
muita qualidade, apresentam alguma porosidade, levando a alterações da superfície e da cor).
Caso clínico:
Está apresentado um paciente que, em determinada altura, teve doença periodontal, apresentando
retração gengival e desaparecimento da papila interdentária.
Nesta situação, poderíamos utilizar cerâmicas, mas também resinas compostas.
A cerâmica implica quase sempre um desgaste da superfície, porque é necessário
arranjar espaço para colocar a restauração, e implica o laboratório, constituindo
um trabalho mais dispendioso.
Pode ser também uma opção as facetas, que, nalgumas situações específicas não
requerem desgaste, mas em regra geral é necessário desgastar.
Nos compósitos, existe uma maior conservação da estrutura dentária, logo há
casos em que a utilização deste material promove resultados satisfatórios.
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Medicina Dentária 3º ano
As cerâmicas apresentam diversas vantagens e desvantagens, de acordo com a sua estrutura molecular:
Vantagens Desvantagens
Natureza quebradiça (pode levar à necessidade de um
Translucência (as propriedades fotodinâmicas das
talhe muito excessivo).
cerâmicas permitem-lhe criar efeitos de translucidez e
Baixa resistência à deformação (ao contrário do metal,
opalescência, tal como o esmalte, enquanto no metal
como o ouro que é um material dúctil, a cerâmica é
existe o problema da opacidade).
um vidro, fraturando quando sujeita a determina
Reflexão de luz (penetração e reflexão da luz nos
força).
tecidos dentários).
Técnica sensível.
Biocompatibilidade muito elevada.
Desgaste dos antagonistas (quando o material é mais
Estabilidade (não se altera ao longo do tempo –
rijo que o esmalte, ocorre o desgaste do esmalte
durabilidade e longevidade).
durante a função).
Bom isolamento térmico (não transmite a
Custo clínico/laboratório (no início eram mais caras
temperatura como um metal, num dente vivo isto é
que as metalocerâmicas, mas atualmente existem
importante).
técnicas que permitem reduzir significativamente os
Resistência à compressão e à corrosão.
custos).
Baixa radiopacidade (a radiopacidade das cerâmicas
Pontes (não é opção, contudo atualmente já existem
tradicionais permite ver o que está por baixo da coroa
cerâmicas muito resistentes com capacidade de fazer
ou no coto, mas isto não acontece com cerâmicas de
pontes de vários elementos).
alumínio e zircónia).
Attachement (contraindicada).
Alergia a ligas metálicas, o que não ocorre com as
Fresagem (contraindicada).
cerâmicas.
Attachement/fresagem:
Cerâmica ideal
Estética
Resistência
Biocompatibilidade
Ajuste (se não for perfeito, vai haver infiltração)
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Medicina Dentária 3º ano
Nas metalocerâmicas, a temperatura de fusão da cerâmica tem que ser diferente da do metal, uma vez que
primeiro se realiza o metal e depois a cerâmica é colocada por cima. No forno, o metal não pode sofrer
alteração nenhuma, pelo que o ponto de fusão do metal tem que ser mais alto do que o da cerâmica.
Se o técnico de prótese fraturar a cerâmica, pode usar uma cerâmica de baixa ou muito baixa fusão para
remediar a fratura, sem ter que alterar o resto.
Segundo a composição
Cerâmicas vítreas
Cerâmicas vítreas infiltradas (são adicionados outros constituintes)
Cerâmicas policristalinas ou cristalinas
Cerâmicas vítreas
Cerâmica que, para além da fase vítrea, contém cristais de reforço na sua estrutura.
Esses cristais podem ser de óxido de lítio ou leucite, que a tornam mais resistentes.
Apresenta-se sob a forma de pó e líquido, ou de blocos prensáveis ou fresáveis.
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Medicina Dentária 3º ano
Cerâmicas policristalinas
1. Técnica adesiva
Quando se pretende restaurar um dente com uma resina é necessário ter retenção, sendo por isso
realizado um ataque ácido à estrutura dentária que cria microretenções dentro do esmalte e na dentina,
de forma a que o material utilizado posteriormente penetre nessas retenções. Para uma coroa ter
retenção existem algumas regras, tais como as paredes opostas terem uma inclinação entre 6-10° (o ideal
era serem paralelas mas é impossível realizar esse preparo na boca), uma certa altura, uma grande área,
pelo que logo aqui se consegue uma certa adaptação e retenção, e depois ainda existe o cimento.
2. Cerâmicas melhoradas
3. Novas cerâmicas (cerâmicas policristalinas)
Técnica adesiva
Técnica de cimentação de próteses fixas que, recorrendo a resinas compostas e à preparação das
superfícies do dente e da prótese, garante uma união das mesmas que também é química.
Portanto, é criada uma colagem química da restauração ao dente, em vez de física, constituindo o
fator retentivo principal de muitas restaurações pouco retentivas.
Para colocar um compósito num dente é necessário preparar a superfície do dente, por isso se for
necessário criar retenção numa cerâmica, também será necessário preparar a sua superfície,
utilizando um ácido, de maneira a aumentar a área.
A cerâmica não permite que o ácido penetre, portanto nas cerâmicas policristalinas a técnica
adesiva não é possível. Isto serve para as cerâmicas tradicionais.
Objetivo: a união eficaz e duradoura entre um material restaurador e a superfície dentária.
Indicações: promover a retenção de peças protéticas, em que a retenção física está, à partida,
diminuída (facetas, inlays/onlays, cotos com área diminuída)
Sequência clínica:
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Medicina Dentária 3º ano
Adesão às cerâmicas (vítreas): a cerâmica é preparada com ácido hidrofluorídrico (o mesmo que
ácido fluorídrico; este ácido não consegue penetrar nas novas cerâmicas por serem muito densas e
dúcteis) e posteriormente é aplicado silano, que funciona como um primer.
Retenção química
Silanização:
o As moléculas do silano tornam a cerâmica hidrofóbica.
o Reage com a sílica das cerâmicas.
o Protege a superfície da degradação hidrolítica.
o Facilita o molhamento pela resina.
Cerâmica de vidro e silicato: primer aplicar e deixar ficar durante 60 segundos secar
Cerâmica zircónia e metal: primer aplicar e deixar ficar durante 3 minutos secar
Cerâmica: adesivo (bond) união ao primer fazendo corpo com o compósito e resina fluida não
polimerizar
Resina:
o A resina é o material que faz a união entre o dente e a restauração na técnica adesiva (é um
cimento).
o Pode ser:
Autopolimerizável: utilizada em coroas, porque a luz não alcança.
Fotopolimerizável: é controlável, utilizada nas feldspáticas por serem transparentes.
Dupla polimerização
o As resinas podem ter várias cores e várias opacidades, o que nos permite manipular a cor de
restaurações efetuadas com cerâmicas muito transparentes (grande vantagem, que não
existe com mais nenhum material).
A técnica adesiva tem muito efeito no esmalte, mas não tanto na dentina.
Para restaurar/ter uma coroa é necessário 3mm (mínimo) de altura e uma
convergência de 6-10° nas paredes.
Cerâmicas melhoradas
Estas cerâmicas apareceram pela necessidade de realizar cerâmicas também em dentes anteriores.
Juntaram-se às cerâmicas tradicionais alguns minerais de reforço, para aumentar a sua resistência,
como alumina, leucite, spinel, zircónia, etc.
Aumentar a resistência, tem a grande vantagem de se poder executar uma restauração mais fina, o
que implica um menor desgaste da superfície dentária.
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Medicina Dentária 3º ano
Novas cerâmicas
Alumina:
o É a percursora.
o Utilizada nas pontes por ser muito resistente e, consequentemente, fraturar menos.
o Torna possível realizar uma preparação muito semelhante à de uma coroa metalocerâmica,
constituindo um talhe muito menos agressivo.
o As cerâmicas mais resistentes possuem a vantagem de fraturarem menos, permitindo
realizar restaurações que estão sob maior carga, como pontes, e fazer um desgaste muito
mais conservador, semelhante ao de coroas metalocerâmicas.
Zircónia
Associadas diretamente à era do CAD/CAM, dependem de um processamento especial do material
para obter a sua resistência, designada de sinterização.
Antes desse processo, as cerâmicas não são muito duras e são, portanto, mais fáceis de cortar. Como
estes processos são feitos em CAD-CAM, que é uma máquina, que vai recortar o bloco de cerâmica e
depois com as indicações do software previamente definidas vai fazer a fresagem, quanto mais mole e
verde for a cerâmica, mais fácil é de cortar, por isso é que só se executa a sinterização depois.
Sinterização
A infiltração de alumina causa a dispersão das partículas, que não ficam densamente sinterizadas e
apertadas.
Existindo um interstício de vidro, a luz passa melhor do que
no óxido de alumina densamente sinterizada, em que não
há vidro e só há partículas de alumina (Procera – marca de
cerâmica de alumina).
As partículas de alumina têm tamanhos muito diferentes,
sendo esta a maior diferença para a zircónia, em que as
partículas são pequenas e redondas uniformemente, sendo
mais fáceis de condensar.
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Medicina Dentária 3º ano
Zircónia Y-TZP
Cerâmica de zircónia
“Transformation toughening”
Impede que haja a propagação de fendas e fissuras, que é a maior causa de fratura das cerâmicas.
Endurecimento através da transformação das partículas da zircónia:
1. A cerâmica está num estado tetragonal.
2. Quando sujeita a compressão, há uma transformação das
partículas intrinsecamente, que aumentam de volume,
tornando a estrutura monocíclica.
3. O aperto estrutural faz com que a fissura não se consiga propagar ao longo da cerâmica,
evitando uma fratura futura.
Limitações/problemas atuais
As primeiras zircónias eram opacas brancas, portanto o laboratório para além de ter de disfarçar o
preto do metal, tinha também de disfarçar aquela cor opaca destas cerâmicas. Hoje em dia já se
conseguem alguns efeitos de transparência, existe uma certa de passagem de luz, o que do ponto
de vista estético melhora.
Outro problema que surgiu foi a união entre a zircónia e a cerâmica de recobrimento, pois a
adesão entre os dois materiais, normalmente zircónia e feldspato, não é a melhor, sobretudo nas
zonas posteriores, e, com alguma frequência, existem complicações no consultório relativamente à
fratura da cerâmica de recobrimento.
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Medicina Dentária 3º ano
Cerâmica monolítica
Cerâmicas elaboradas sem cerâmica de cobertura, sendo toda a estrutura feita de um bloco de
cerâmica, portanto é um tipo de coroa que toda ela é fresada em bloco, e não uma infraestrutura
sobre a qual o laboratório coloca uma camada de cerâmica feldspática.
Vantagem: ausência de “chipping”
Desvantagem: menor estética (opacidade aumenta, deixa de ter a camada de cerâmica vítrea,
contudo já existem blocos com degradé de cores diferentes a nível cervical e incisal, melhorando a
nível estético).
Coroas (tradicionais/monolíticas)
Inlays/Onlays/Overlay
Facetas
Implantes
Falsos cotos
Pilares para Implantes
Pontes adesivas
Espigões intra-radiculares
Indicação: restaurar esteticamente dentes com lesões pequenas, moderadas ou extensas com
comprometimento de uma ou mais cúspides.
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Medicina Dentária 3º ano
Caso clínico:
Facetas em cerâmica pura Estrutura de cerâmica finas, as mais utilizadas são as cerâmicas feldspáticas
que são as melhores esteticamente, mas as menos resistentes.
Indicações:
o Dentes com alteração da cor
o Dentes com alteração da forma
o Malformações dentárias
o Ligeiras mal-posições
Contra-indicações:
o Dentes com restaurações extensas
o Dentes com ausência de > 1/3 da coroa clínica
o Hábitos parafuncionais
o Mal-posições acentuadas
O melhor espigão é aquele que tem o mesmo módulo de elasticidade que a dentina: os de aço não
apresentam essa característica, então passou-se a utilizar o titânio para realizar espigões. Depois,
passou-se para os espigões de fibra de vidro e de carbono, que têm o comportamento ideal.
Falso coto cerâmico: contraindicado pelo alto módulo de elasticidade.
Falso coto metalocerâmico: falso coto metálico, com ótima ductilidade e módulo de elasticidade,
com cerâmica opaca na face vestibular, de modo a melhorar o fator da cor e opacidade.
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Medicina Dentária 3º ano
Podem ser:
o Pontes em cerâmica pura com elementos suspensos
o Pontes em cerâmica pura para a arcada completa
o Pontes adesivas em cerâmica pura
Nas pontes, como a zircónia é muito mais resistente, é possível ter um conector mais pequeno.
No caso de ser alumina ou dissilicato (cerâmica de sílica), não se pode realizar pontes em molares,
porque seriam necessários conectores muito grandes para não fraturar.
Ainda sobre a zircónia, as suas pontes são mais simples, estéticas e com mais aplicações, como a
execução de uma ponte com elementos suspensos, o que é impossível de se realizar com qualquer
outra cerâmica.
Caso clínico:
Presente uma ponte anterior numa paciente que tem fenda palatina e lábio leporino.
Esta paciente já tinha sido operada por causa de um defeito nos tecidos moles, pelo que
o mais intuitivo seria colocar um implante, no entanto esta não queria uma prótese
removível nem ser submetida a mais processos cirúrgicos, por isso neste caso colocou-
se uma ponte.
Utilizou-se uma sonda para saber se existia espaço para o conector sem que fraturasse.
O facto de ser uma ponte entre um canino e um incisivo central é péssimo, porque com
a guia canina, o canino faz força para um lado, e com a guia protrusiva, o incisivo
empurra para outro, logo as tensões naquela área são imensas.
A ponte produzida era muito estética, inclusive com cerâmica rosa na zona da gengiva,
mas, ao fim de uma semana, fraturou no conector por não ter espessura suficiente.
42
Medicina Dentária 3º ano
Como foi colocada por técnica adesiva, teve que ser talhado e colocou-se uma nova em zircónia,
menos estética, com conectores pequenos, mas mais resistente por ser de zircónia.
Respeitar espaços.
Terminação marginal com ombro arredondado ou chanfro (profundo):
o Na cerâmica antiga, é necessário um ombro, que é muito profundo e desgasta muito, mas
atualmente, com cerâmicas resistentes, é possível realizar um chanfro profundo.
o Nas facetas não há grande preocupação, porque a técnica adesiva basta, apesar das facetas
serem extremamente frágeis, a partir do momento em que estão cimentadas apresentam a
resistência de um dente normal, o que é muito importante.
Ângulos internos arredondados.
Ausência de ângulos agudos (acumulação de tensão que é pior na cerâmica do que no metal).
In-Ceram
Hi-Ceram E
Empress
Dicor
Zirkonzahn
Cerestore
Procera
Cerapearl
Métodos de fabricação
Tradicional
43
Medicina Dentária 3º ano
Cera perdida
Dicor (Dentsply)
Compressão a quente
Uma das marcas que utiliza este método é a Press Ceramics, com cerâmicas comprimidas, que é um
processo iniciado pelo método de cera perdida.
Serve para realizar estruturas que posteriormente vão ser cobridas com feldspato, ou estruturas
monolíticas, de um único material.
Técnica de execução:
1. Inicialmente existem cilindros de cerâmica, de várias cores, e realiza-se o enceramento, mas
no processo empress.
2. Aquecimento que provoca a remoção da cera, mas neste caso a cerâmica entra para o
espaço através de pressão ao invés de ser por centrifugação.
3. Um êmbolo empurra a cerâmica liquefeita, para o interior do espaço vazio.
Uma das cerâmicas que se utiliza neste processo é dissilicato de lítio (Empress 2 Ivoclar):
o O dissilicato de lítio, que pode existir sob a forma de cilindro, pode ser fundido e
comprimido, é uma cerâmica de compromisso.
o No fundo, não é tão transparente como o feldspato nem tão resistente como a zircónia
(apresenta mais resistência que o feldspato e menos resistência que a cerâmica de zircónia),
mas conjuga os dois efeitos:
Quanto mais densa a cerâmica mais opaca e mais resistente
Quanto mais transparente menos densa e menos resistente
Estando no meio destas duas cerâmicas, o dissilicato funciona como um meio termo,
com partículas mais densas que o feldspato (maior resistência – como a zircónica),
e como não é um material densamente sinterizado, existindo ar entre as partículas,
tem alguma translucência, com um bom poder estético (como o feldspato).
44
Medicina Dentária 3º ano
o Constitui um material resistente o suficiente para fazer uma ponte (mas não extensa e que
substitua os molares, pode ir apenas até ao 2º pré-molar), apesar de não ser o ideal.
o Não é um material cristalino:
É um material, tal como o nome indica, à base de sílica, tendo a vantagem de poder
ser cimentado por técnica adesiva.
As cerâmicas cristalinas (como a zircónia) são tao duras e densas, que o ácido
fluorídrico não penetra na sua superfície, portanto não podem ser cimentadas por
técnica adesiva.
Muitos sistemas CAD/CAM permitem trabalhar não só a zircónia, como também outros materiais
(Titânio, Cr Co, etc.).
O desenho e fabrico são auxiliados por computador:
o CAD – desenho com auxílio de software
o CAM – manufatura assistida por computador
O fluxo tecnológico pode, atualmente, iniciar-se dentro do consultório, ou seja, ao invés de se
realizar um molde em silicone ou com materiais de impressão, utiliza-se uma câmara intra-oral e
faz-se uma leitura que capta a imagem do dente, resultando numa imagem virtual do coto.
Uma grande limitação destas câmaras, que podem funcionar por fotografia ou filme, é fazer a
leitura de um canal, portanto, neste momento, os profissionais que têm um scanner no consultório
necessitam de continuar a ter materiais de impressão para fazer o falso coto.
Mais uma vez, o maior problema de coroas mal-adaptadas são os problemas de infiltração,
nomeadamente a cárie secundária.
Principais vantagens da tecnologia CAD/CAM:
o A fresagem à temperatura ambiente de materiais cerâmicos processados em processos de
alta qualidade cria estruturas homogéneas, nas quais bolhas e fissuras são reduzidas ao
mínimo.
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Medicina Dentária 3º ano
o Constituir um processo digital, ou seja, se alguma parte fraturar, não é necessário fazer uma
nova impressão, porque o ficheiro com a impressão da coroa está guardado.
o Ser possível pedir ao laboratório inúmeras coroas iguais.
Cerec
Sistema in-office.
Apresenta uma unidade de fresagem e uma câmara.
O médico dentista consegue fazer coroas e pequenas pontes sem
intervenção do laboratório.
É um sistema extremamente revolucionário, porque não necessita
de impressão e permite realizar uma coroa imediatamente e ainda
em consultório:
o Faz-se o scan do dente talhado, a coroa é desenhada, envia-se a informação para uma
unidade de fresagem que, ao fim de 20 minutos, transforma um bloco numa coroa.
o Isto implica que o médico dentista, numa consulta de uma hora e meia, consiga fazer todo o
processo, desde o talhe do dente até à colocação da coroa.
o Atualmente, até possível fazer a leitura dos antagonistas e da oclusão presente.
o Por só utilizar um bloco e não ter uma estética perfeita, normalmente é mais utilizada em
dentes posteriores, mas existe a possibilidade de utilizar esta máquina apenas pelo scanner
e enviar para o laboratório, de forma a ser realizado um trabalho mais minucioso.
Normalmente não é utilizada zircónia, por ser muito dura, mas sim uma cerâmica tradicional.
Procera
Laboratórios:
KaVo Everest
Etkon (Straumann)
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Medicina Dentária 3º ano
Futuro
Existem muitas ideias, relativamente a impressões, por exemplo. Atualmente já conseguimos imprimir
coroas provisórias no laboratório. Uma das maiores vantagens é a diminuição do custo, porque estamos a
eliminar passos. Por outro lado, temos que ter o tempo, espaço e recursos humanos necessários para fazer
este tipo de processos no consultório.
Utilizamos um método de subtração, em que começamos com um bloco e desgastamos o que for
necessário para chegar ao resultado final. Isto cria imenso desperdício. Se pudermos ter um método aditivo,
diminuímos muito o desperdício (como um método de impressão, com impressoras 3D). Contudo, para
podermos imprimir em cerâmica, teríamos que imprimir a uma certa temperatura, o que precisaria de uma
tecnologia muito especial, mas é possível que exista no futuro.
Idealmente, queremos um processo com o menor custo, mas com o melhor resultado, a curto e longo
prazo e que seja biocompatível.
Additive Manufacturing
Maquilhagem – externa (uma pintura e um glaze por cima da cerâmica original, mas sai facilmente
com o desgaste)
Estratificação – interna (camadas de cores diferentes, para obter uma restauração o mais parecido
ao natural possível)
Coloração da cerâmica
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Medicina Dentária 3º ano
Cimentação
Não podendo fazer ataque ácido na zircónia, começou-se a fazer a alteração da superfície por outros
meios, como jatos, de modo a criar irregularidades que melhoram os valores de adesão.
Tratamento de superfície
União micromecânica:
o Ácido hidrofluorídrico
o Jato de areia
Com efeito (cerâmicas tradicionais, que são suscetíveis de serem atacadas pelo ácido):
o IPS-Empress
o IPS-Empress 2
o Cergogold
Sem efeito (cerâmicas aluminas):
o Procera
o In-Ceram
Numa zircónia não é possível fazer técnica adesiva, então uma solução seria utilizar fosfato de zinco.
Alguns estudos defendem a eficácia do fosfato de zinco (sendo que aumenta a sua retenção ao
longo do tempo), enquanto que outros indicam que este material tem uma micro-infiltração muito
elevada, cerca de 8 vezes superior à das resinas.
O fosfato de zinco não deve ser utilizado em cimentações de cerâmicas, pois dissolve-se, mas
funciona muito bem em metais.
O material mais utilizado hoje em dia é o ionómero de vidro modificado com resina (apresenta as
vantagens da resina, mas não as suas desvantagens, para além de que aumenta a sua retenção ao
longo do tempo), e é utilizado universalmente exceto na técnica adesiva.
A técnica adesiva é muito cara já que envolve muitas resinas e outros materiais.
Estudo em artigo:
1) A cimentação de restaurações Procera com fosfato de zinco é altamente eficaz (aqui falamos de
alumina que é uma cerâmica policristalina).
2) A força retentiva com o tempo aumentou em vez de diminuir.
Resinas compostas
Vantagens Desvantagens
Menor microinfiltração.
Maior retenção, principalmente pela técnica adesiva. Técnica muito sensível.
Existindo uma colagem química, há uma melhor Custo elevado.
dissipação das forças pela estrutura dentária. Isolamento por vezes não é fácil.
Cor, pois permite que seja controlada.
É essencial ter cuidado com o tipo de cerâmica, pois se for uma cerâmica frágil,
não se devem fazer testes de oclusão antes da cimentação. Se for uma zircónia,
é possível fazer primeiro os testes de oclusão e só depois a cimentação.
Idealmente, na técnica adesiva também colocamos um dique.
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Medicina Dentária 3º ano
Acabamento
Idealmente, não se deve mexer na cerâmica, esta já deve vir pronta do laboratório, no entanto, é
raro receber-se uma coroa finalizada, em que a oclusão está perfeita.
Se for necessário fazer alguma alteração, com o auxílio de brocas, a última coisa que se pretende é
provocar fissuras na cerâmica, portanto é necessário um cuidado acrescido:
1. Ajuste oclusal destrói a camada superficial (“Glaze” – camada de acabamento da cerâmica
para preencher poros e proteger as camadas subjacentes).
2. Facilita a formação de microfissuras.
3. Carga cíclica + saliva.
4. Fadiga mecânica com crescimento das fissuras.
5. Fratura.
Duas hipóteses:
1. Reenviar a peça para o laboratório e pedir para fazer de novo a última camada, isto se a
correção tiver sido muito grande.
2. O próprio clínico realizar o acabamento com brocas próprias para cerâmica no consultório
(do grão mais grosso ao mais fino).
Devem ser utilizadas brocas de grão fino, de forma a evitar o aquecimento, e a baixa rotação, para
agredir ao mínimo a cerâmica.
Polimento das cerâmicas:
o Baixa rotação.
o Refrigeração.
o Borrachas próprias.
o Pasta de diamante (no fim é muito importante a utilização desta pasta).
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Medicina Dentária 3º ano
Metais: ouro, ligas semipreciosas, semipreciosas “Restaurações de ouro fundido devem ser limitadas a dentes
Excelente durabilidade. que precisam de cobertura de cúspide para proteção e
Desgaste mínimo dos oponentes. reforço do dente. A verdadeira incrustação de ouro fundido
Grande resistência à corrosão. não é mais uma consideração razoável no tratamento
conservador de dentes não restaurados.” (1979)
Grande resistência à fratura.
Maleáveis.
Cimentação simples com fosfato de zinco ou ionómero de vidro.
Boa opção para zonas de alto “stress”.
Fácil e variado manuseamento clínico (isto particularmente ao nível do ouro).
Perda de popularidade.
Esteticamente desfavoráveis.
Cimentação não adesiva.
Condução térmica.
Cerâmicas:
Têm uma excelente forma anatómica (hoje em dia são realizadas em CAD/CAM, mas por
vezes podem não estar 100% adaptadas ao dente).
Altamente estéticas.
Podem ter uma elevada durabilidade (depende muito do tipo de cerâmica – diferenças ao
nível da cimentação, adesão, dureza e resistência mecânica), mas a cerâmica é sempre mais
frágil que o metal.
Utilização de técnica adesiva (não há uma cimentação adesiva real nas cerâmicas reforçadas
não cristalinas – zircónia e alumina –, é pseudo-adesiva).
Condução térmica semelhante à do dente.
Biocompatibilidade.
Estabilidade dimensional.
Técnica de cimentação muito sensível.
Material muito duro, provocando o desgaste dos antagonistas.
Compósitos indiretos:
Permitem ajuste da cor diretamente.
Menor contração de polimerização (por serem indiretos).
Melhor polimerização (por ser feita fora da boca em fornos próprios para isso).
Melhor ajuste marginal.
Melhor contorno anatómico.
Melhor ponto de contacto.
Menor desgaste.
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Medicina Dentária 3º ano
Presença de margens em esmalte, visto que a adesão da cerâmica ao esmalte é melhor do que à
dentina, promovendo um isolamento marginal mais eficaz.
Pacientes com uma boa higiene oral e bom controlo de placa:
o Ao realizar uma restauração indireta, vai existir uma quantidade de linhas de terminação
superior àquelas que existem aquando da realização de uma coroa (maior número de
margens expostas à cavidade oral).
o Desta forma, em pacientes com deficientes cuidados de higiene oral existe uma grande
probabilidade de infiltração das margens, originando cárie secundária.
o Nesses casos, é preferível escolher uma coroa, porque nos inlays e onlays é maior o número
de interfaces retentivas que vão ficar expostas na cavidade oral.
Istmo > que ½ da distância de intercuspidação (cavidades em que a distância intercuspídea é maior
que a metade da distância entre a ponta das cúspides).
Cavidades com uma ou mais cristas marginais envolvidas (MO, MOD, OD – classe II – pontos de
contato), visto que aquando da perda das cristas marginais, a integridade estrutural do dente fica
comprometida, com diminuição da resistência do complexo pulpo-dentinário.
Compromisso estrutural moderado a extenso.
Cavidade muito profunda (associado ao fator C, ao utilizarmos uma restauração indireta eliminamos
a contração de polimerização).
Contraindicação
Dentes pequenos ou cavidades pouco profundas: perde-se o efeito de cunha, baixa retenção, baixa
resistência.
Índice de cárie elevado.
Paciente com maus hábitos de higiene oral e elevada placa bacteriana.
Inlays MOD aumentam o risco de fratura das cúspides.
Pouco suporte dentinário (deve-se fazer onlay).
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Medicina Dentária 3º ano
Conicidade com divergência (taper de cada uma das paredes deve ser à volta de 6°, ou seja, a broca
deve estar ligeiramente inclinada para o exterior das paredes vestibular e palatina, no sentido
vestíbulo-palatino): permite o trajeto passivo de inserção da restauração indireta.
Ângulos internos arredondados: minimiza as áreas de concentração de tensão cerâmica/dente.
Margens externas bem definidas: cerca de 90°, não devem ser biseladas, de modo a que não se
verifique uma diminuição de espessura e para o técnico de laboratório poder identificar claramente
o selamento marginal pretendido e realizá-lo com precisão, bem como para depois na cimentação
da restauração conseguirmos ter a menor espessura de cimento possível.
Espessura adequada para o material selecionado: 1,5-2mm (ideal) – resistência intrínseca.
Ausência de áreas estruturais enfraquecidas: como esmalte não suportado ou uma espessura
reduzida da estrutura dentária (as paredes das cúspides terão que ter pelo menos 1,5mm de
espessura e não se vai conseguir tirar o esmalte não suportado, nesse caso teria de se passar de um
inlay para um onlay, ou seja, seria necessário realizar a redução das cúspides).
Margens biseladas.
Ouro menor gap marginal (de todos os materiais existentes na área de PF).
Cada vez se vêm menos, devido principalmente à estética.
Inlay – cerâmica:
Margens com certa espessura e um acabamento específico (sem biséis e ângulos arredondados).
Tem como vantagem a utilização dos adesivos.
Importante ter as margens todas em esmalte para uma ótima adesão.
Vantagens Desvantagens
Requer um grande respeito e conhecimento da técnica no
Mais estéticos.
preparo e cimentação.
Confecionados fora da boca em condições ideais.
Maior desgaste para ter a retenção.
Maior longevidade e durabilidade.
Fragilidade elevada antes da cimentação.
Redução da contração de polimerização.
Necessidade de existir sempre uma restauração
Melhores propriedades físicas e mecânicas.
provisória.
Baixa deformação e corrosão (no cado dos metais).
Pode ficar metal exposto para vestibular.
Baixa deterioração, se a impressão e os acabamentos
Pode ficar muito próximo dos tecidos gengivais (afetando
marginais forem bons.
a saúde periodontal).
Não causam a descoloração dos tecidos dentários.
Pode provocar fratura das cúspides (efeito de cunha).
Tipo de restauração indireta menos complexa.
Elevado custo.
Uma das principais razões para se realizarem restaurações indiretas, é quando o paciente fez várias restaurações diretas em
compósito e uma delas não ficou bem ajustada (ficou com o ponto de contacto aberto).Por exemplo, em restaurações MOD,
quando não se verifica a utilização de sistemas de matrizes e anéis adequados para ter pontos de contacto fortes, estes podem
deixar de existir devido à contração de polimerização do compósito. Desta forma, conseguimos obter bons pontos de contacto,
o que permite estabelecer superfícies de contacto, que impedem a impactação alimentar. Portanto, quando os pontos de
contacto estão abertos e as margens da restauração não estão bem adaptadas, devemos recorrer às restaurações indiretas.
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Medicina Dentária 3º ano
Onlay
Definição: restauração numa superfície oclusal com envolvimento de pelo menos uma cúspide.
Indicações
Istmo > que ½ da distância de intercuspidação (cavidades em que a distância intercuspídea é maior
que a metade da distância entre a ponta das cúspides).
Cavidades com uma ou mais cristas marginais envolvidas (MO, MOD, OD – classe II – pontos de
contato).
Compromisso estrutural moderado a extenso.
Cavidade muito profunda (fator C).
Substituição de amálgamas MOD (quando necessário).
Desta forma, quando se verifica a remoção de uma cárie ou de uma restauração em amálgama e uma das
cúspides ficou com uma espessura inferior a 1,5 mm é indicado fazer um onlay e não um inlay. Se
realizássemos uma restauração direta (p.e. amálgama) nesta situação, existiria um grande risco de fratura
devido à presença de esmalte não suportado ou devido à presença de uma espessura dentária insuficiente.
Contraindicação
Conicidade com divergência (taper de cada uma das paredes deve ser à volta de 6°, ou seja, a broca
deve estar ligeiramente inclinada/angulada para o exterior das paredes vestibular e palatina):
permite o trajeto passivo de inserção da restauração indireta.
Ângulos internos arredondados: minimiza as áreas de concentração de tensão cerâmica/dente.
Margens externas bem definidas: cerca de 90°, para o técnico de laboratório poder identificar
claramente o trabalho e realizá-lo com precisão, bem como para depois na cimentação da
restauração conseguirmos ter a menor espessura de cimento possível.
Espessura adequada para o material selecionado: 2mm – resistência intrínseca (no onlay realiza-se
um recobrimento cuspídeo, logo o material tem de ter pelo menos 2mm de espessura, pelo facto de
constituírem zonas funcionais, que estão sujeitas a um maior stress de mastigação, e assim garantir
que o material não sofra fraturas).
Ausência de áreas estruturais enfraquecidas: como esmalte não suportado ou uma espessura
reduzida da estrutura dentária.
Onlay – cerâmica:
Praticamente impercetível.
Também pode ser feito recobrindo todas as cúspides – overlay.
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Medicina Dentária 3º ano
Vantagens Desvantagens
Preparo mais conservador.
Estética (em metal).
Mais estéticos (em cerâmica).
Menos área preparada o que reduz a retenção, em
Compatibilidade periodontal porque não atinge a região
situações em que o clinico não esteja familiarizado com a
cervical.
técnica do preparo.
Fácil de higienizar.
Menos conservadora que a amálgama.
Reduz a pressão hidráulica* durante a cimentação.
Possível exposição de metal.
Aumenta a resistência das cúspides.
Pode ficar muito próximo dos tecidos gengivais (afetando
Reduz o risco de fratura das cúspides e do dente.
a saúde periodontal).
Aumenta a longevidade da reabilitação.
*Pressão Hidráulica: quando se tem um preparo numa coroa total ou que é preenchida por cimento, quando se
pressiona a coroa contra o preparo, ocorre um extravasamento de cimento, o que gera uma pressão hidráulica. No caso
do onlay, já que a área será restaurada, o cimento terá por onde escoar e, consequentemente, a pressão vai reduzir.
Prática – onlay com recobrimento total das cúspides dente 36 em cerâmica (vídeo)
Istmo da restauração:
o 2mm de largura
o 0,5-1mm de altura
Duas boxes, uma mesial e outra distal: 1,2-1,5mm
de profundidade
Ombro em vestibular: 1mm
Desgaste a nível oclusal em três planos:
2mm de clearance
o Cúspides funcionais – plano A e B
o Cúspides linguais – plano C
Espaço interproximal, entre o outro dente
adjacente: 0,5-1mm
1. Com uma broca de tungsténio, abrir o sistema fissurário dos dentes (seguir os sulcos primários). As
paredes vestibular e lingual devem ter uma altura de 0,5-1mm e a parede pulpar deve ter uma
largura de 2mm.
2. Aproximar a broca aos dentes adjacentes de modo a abrir a parede mesial e distal, deixando uma
pequena casca para proteger o dente adjacente.
3. Com o cinzel abrir a parede da box, mantendo o bisel longe da parede, ou colocar uma cunha e com
uma broca de agulha abrir o ponto de contacto. Mínimo de espaço interproximal entre 0,5-1mm.
1. Com uma broca de ombro arredondado tronco-cónica (largura da ponta = 1,2mm), encostar às
paredes internas da restauração para torna-las divergentes (pode ser necessário inclinar um pouco
para ter a divergência que se pretende – 6 graus por lado).
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Medicina Dentária 3º ano
2. Com a mesma broca, alargar o istmo das boxes quer para lingual quer para vestibular, dando sempre
a inclinação divergente. As paredes gengival e axial devem ter uma largura e profundidade,
respetivamente, de 1,2mm.
1. Com a mesma broca, desgastar os planos das cúspides, usando a espessura da broca (mais ou menos
1,6mm de diâmetro), alinhando as pontas das cúspides com as pontas das cúspides dos dentes
adjacentes:
Plano B: vertente interna das cúspides funcionais (vest.) – 2 planos – desgaste de 2mm.
Plano A: bisel das cúspides funcionais (vest.) – mesma inclinação que o plano C e dentes
adjacentes – desgaste de 2mm.
Plano C: vertente interna das cúspides não funcionais (ling.) – 2 planos – desgaste de 1,5-
2mm.
2. Marcar o ombro a vestibular, com a mesma broca, devendo existir uma transição suave entre a box
e o ombro preparado, e não um ângulo reto. O ombro deve ter 1mm de largura.
Etapa 4: acabamento
1. Arredondar ângulos internos, com broca de ombro arredondado de grão fino/vermelho tronco-
cónica (não devem existir vértices visíveis na componente interna da restauração).
2. Ao nível das boxes, são utilizadas brocas multilaminadas (bicudas) ou de chama (grão vermelho)
para arredondar a transição entre as boxes e o istmo central. As margens internas das boxes, quer
na parede vestibular quer na lingual, não podem ficar retentivas.
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Medicina Dentária 3º ano
Moldeira standard:
Superior vs inferior
Perfuradas vs não perfuradas
Hemi-arcada vs arcada completa
Plástico vs metal (as de plástico são utilizadas em prótese sobre implantes)
Em PF utilizamos elastómeros e a moldeira perfurada, num paciente dentado. Em desdentados totais, são
utilizadas as moldeiras não perfuradas.
Moldeira individual:
Vantagens Desvantagens
Menor quantidade de material de impressão. Tempo de confeção.
Distribuição mais uniforme de material (permitindo que Custo laboratorial (pois as moldeiras standard são
as características do material de impressão sejam mais reutilizáveis após irem ao autoclave).
estáveis e melhores). Sensibilidade ao monómero em alguns pacientes.
Minimização da distorção resultante da contração de Tempo de espera até que o laboratório nos envie as
presa. moldeiras individuais ou até ao final da polimerização do
Não é necessário esterilizar. material.
Características
Rígida.
Forma de ferradura: em prótese fixa não nos interessa imprimir o palato ou o fundo do vestíbulo,
pois as nossas peças são colocadas em cima do dente, mas é muito importante imprimir os limites e
as relações com o sulco gengival.
O material de impressão deve conseguir aderir firmemente, pelo que se deve usar um adesivo
(colocado uniformemente), ou a moldeira deve ser perfurada.
“Stop-points” ou limitadores de penetração (2 posteriores e 1 anterior mediano):
o Funcionam como batentes que não deixam a moldeira afundar mais, de modo a ter alguma
espessura de material nas zonas importantes, uma vez que se realiza alguma pressão para
ajustar a moldeira aos preparos realizados, mas não pretendemos que a moldeira toque no
dente preparado.
o Facilita a dispersão do material e estabiliza a moldeira (“tripé”).
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Medicina Dentária 3º ano
Pegas para facilitar a desinserção (central e laterais): as pegas na moldeira inferior apresentam uma
posição mais verticalizada, enquanto na superior é mais horizontalizada.
Feita pelo menos 24 horas antes da impressão, caso seja utilizada uma resina autopolimerizável, de
modo a que a polimerização esteja completa e a moldeira ser estável.
Perfurada na zona dos dentes preparados.
A cerda deve acabar 1mm antes para criar um rebordo.
Sequência de procedimentos
1. Delinear uma linha preta no modelo, estender 3-5mm para apical da margem gengival, de forma a
desenhar uma ferradura que abranja as peças dentárias e os limites do sulco gengival. Não interessa
incluir o palato nem os fundos do vestíbulo.
2. Providenciar 2-3mm de espaço para o material de impressão (2 camadas de folhas de cera): a cera
vai funcionar como um espaçador, de maneira a definir a espessura do material de impressão que
permanece na moldeira.
3. Adaptar cera ao modelo.
4. Mergulhar o modelo em solução evitando que a cera fique colada ao gesso.
5. Mergulhar o molde húmido no pote de cera repetidamente até obter a espessura adequada de 2-
3mm.
6. Aparar a cera para 3-5mm apical às margens gengivais (seguindo a linha predeterminada).
7. Criar stops em dentes não preparados (tripé): 1 à frente e 2 atrás, sendo que nunca devem ficar em
cima do dente preparado. Servem para estabilizar e orientar a moldeira.
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Medicina Dentária 3º ano
Critérios de avaliação:
1. Rigidez.
2. Espessura uniforme.
3. Espaçamento MI-dentes 2-3mm.
4. Extensão gengival 3-5mm além das margens gengivais.
5. Extensão gengival 3-5mm além de distal do último.
6. Stops/Tripoidismo.
7. Acabamento externo: suaves sem ângulos agudos.
Impressão definitiva
Objetivo
Antes da execução da impressão definitiva, é realizada uma impressão preliminar, que constitui a
primeira impressão feita, ainda antes da preparação dos dentes, sendo utilizado, regra geral, o
alginato (não tem muita definição, mas é suficiente para os modelos de estudo).
A impressão definitiva é um conjunto de procedimentos clínicos com o objetivo de se conseguir a
reprodução das preparações dos dentes e regiões adjacentes (tecidos moles e duros), utilizando
materiais e técnicas adequadas.
Requisitos
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Medicina Dentária 3º ano
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Medicina Dentária 3º ano
Materiais
Atóxico.
Após polimerização deve ter uma cor que facilite a identificação dos detalhes do molde com
exatidão.
Tempo de trabalho satisfatório (depende do clínico).
Consistência adequada para reproduzir todos os detalhes desejados (mais importante).
Não se deformar ao ser removido da boca.
Estabilidade dimensional mediante variações de humidade e temperatura (mais importante).
Ser compatível com os materiais para modelos, como o gesso.
Não sofrer distorção durante o vazamento.
Ser passível de desinfeção sem alterar as propriedades.
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Medicina Dentária 3º ano
Utilizado antigamente, caindo em desuso por risco de infeções cruzadas, por ser reutilizado.
Não requer moldeira individual.
Não hidrófobos, toleram certa humidade.
Se vazado imediatamente tem boa estabilidade dimensional e reprodução de detalhes de
superfície aceitáveis.
Baixo custo, pode ser reutilizado.
Eram usadas moldeiras rim-lock (moldeira com sistema de aquecimento) com este material.
Resina acrílica
Utilizada para impressões de falsos cotos pela técnica direta e adaptação de coifas.
A impressão de falsos cotos permite realizar uma peça em metal sem moldar toda a boca.
Exemplo: duralay, GC
O anel de cobre funcionava como moldeira individual especificamente para um dente e potenciava
o afastamento gengival.
Era preciso colocar godiva à volta do limite do anel para depois o colocar no dente preparado,
contudo a godiva fraturava com facilidade na desinserção do anel, apesar da sua excelente
estabilidade dimensional.
Esta técnica entrou em desuso.
Polissulfetos
Mais antigos.
Apresentação: 2 pastas (base e catalisador) com três consistências (light, regular e heavy)
Vantagens Desvantagens
Bom tempo de trabalho (mais ou menos 9 minutos).
Boa reprodução de detalhes.
Tem que ser vazado na primeira hora.
Melhor estabilidade dimensional que H.R.
Mau odor e mancha a roupa.
Alta resistência ao rasgamento.
Baixo custo.
Silicone de condensação
Apresentação: 2 pastas (base e catalisador) com três consistências (light, média e putty)
Vantagens Desvantagens
Baixa resistência ao rasgamento.
Fácil manipulação.
Vazamento imediato (alta de deformação após presa).
Tempo de trabalho (6-8 minutos).
Hidrófobo.
Boa reprodução de detalhes.
Baixa estabilidade dimensional.
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Poliéter
Apresentação: 2 pastas (base e catalisador) com três consistências (light, média e putty)
Vantagens Desvantagens
Excelente estabilidade dimensional.
Extensa variabilidade de viscosidades.
Tempo de trabalho reduzido (mais ou menos 5 minutos).
Excelente reprodução de detalhes.
Alto custo.
Pode ser vazado até 7 dias em ambiente seco.
Hidrofílico.
Vantagens Desvantagens
Excelente estabilidade dimensional.
Vazamentos após 1h e até 7 dias.
Excelente resistência ao rasgamento.
Presa inibida pelo látex (deve ser utilizado com luvas de
Excelente reprodução de detalhes.
nitrilo).
Bom tempo de presa (mais ou menos 7 minutos).
Hidrofóbico/hidrofílico (caso sejam adicionados
surfactantes).
O silicone de adição apresenta monómeros que suportam a água e que não se deformam quando em contacto com a saliva,
mas também tem monómero que em contacto com a água consegue afastar. É sempre necessário secar muito bem os
dentes, para ter uma impressão com alto detalhe e alta qualidade, isto existe apenas pelo facto de que para além de existir
saliva também existe fluido crevicular no espaço livre biológico, ou seja, nunca conseguimos ter 0 humidade na boca.
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Medicina Dentária 3º ano
Modo de apresentação
Viscosidade
Modo de mistura
Base e catalisador
Mistura manual, auto-mistura ou mistura mecânica
Ratio/proporções
Vantagens da auto-mistura
Métodos de impressão
Método direto
Técnica de impressão executada diretamente na boca do paciente, utilizando o próprio molde para
obtenção laboratorial da restauração metálica fundida, sem recorrer ao modelo de gesso.
Indicação: impressão do falso coto
O material de impressão mais utilizado é a resina acrílica autopolimerizável (p.e. duralay).
Método indireto
Um tempo
Dois tempos
3. Seleção das coifas a utilizar (escolher a numeração indicada, pois são todas visualmente
semelhantes).
4. Adaptação da coifa ao limite com uma espátula/sonda.
5. Remoção da coifa.
6. Remoção de excessos do acrílico com broca/peça de mão.
7. Colocação do light na coifa.
As coifas encontram-se bem adaptadas ao limite, mas a parte interna ainda não
tem a reprodução do coto. Para isso, preenchem-se as coifas com material light
(na imagem as coifas ficaram castanhas porque se colocou adesivo).
8. Colocação da coifa na preparação dentária (o excesso de light extravasa pelo furo de escape
presente na coifa).
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Medicina Dentária 3º ano
9. Levar uma moldeira com material de impressão à boca do paciente que contém as coifas.
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Impressões digitais
Impressões intraorais
Cada vez há mais clínicas que utilizam scanners, evitando problemas como a distorção do material ou do
vazamento em gesso. A partir de ficheiros STL, o laboratório imprime modelos de esteriolitografia ou
resinas, de forma a trabalhar sobre eles, ou desenha a coroa em CAD-CAM, sem ser necessário realizar
modelos.
Convencional
Gold standard.
Evidência científica.
Menor investimento económico.
Indicada em todo o tipo de reabilitações (veracidade).
Permite posterior inclusão no workflow digital.
Digital
Conforto do paciente.
Ferramenta de marketing.
Permite correções.
Diminuição de erros ao longo do fluxo clínico.
Facilita impressão de zonas retentivas.
Celeridade na comunicação com o laboratório.
Manipulação e armazenamento.
Fluxo digital.
Digitalização intra-oral
Conforto do paciente.
Modelos virtuais.
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Medicina Dentária 3º ano
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Medicina Dentária 3º ano
Infraestrutura, geralmente metálica, cimentada a uma raíz que usa como retenção o canal radicular
de dentes com tratamento endodôntico, e proporciona um pilar de suporte para uma coroa
(sempre que se realiza o falso coto o dente tem de estar obrigatoriamente desvitalizado).
No início do século XIX descreveram-se as primeiras utilizações de cerâmica em prótese fixa – Dubois
de Chemant – sendo já consideradas suprassumo da prostodontia.
Na introdução à restauração do dente desvitalizado (Dahl e Nichols), pensou-se que a utilização de
espigões intra-radiculares reforçaria a peça dentária. No entanto os vários trabalhos científicos da
área não só não comprovaram como desmentiram este mito:
o Lovdahl e Nicholls: incisivos centrais intactos, à exceção do AC, mais resistentes do que
quando restaurados com recurso a falsos cotos.
o Lu: espigões não reforçam.
o Pontius e Hutter: inc max sem espigão resistiram + do que outros grupos com espigão.
o Gluskin e colaboradores (…)
O recurso a um espigão está associado à necessidade de obter estabilidade, ou seja, é necessário quando
estrutura dentária se encontra fragilizada, mas, na maioria dos casos, não há melhora da resistência
dentária. Idealmente um espigão deveria:
Minimizar o stress que o dente sofre, distribuindo as cargas oclusais de modo uniforme.
Ser fácil de remover em caso de necessidade de retratamento endodôntico.
Ter um módulo de Young semelhante ao da dentina para evitar fraturas dentárias.
Preservar a estrutura dentária para aumentar a resistência à fratura, independentemente do
material utilizado no espigão (Pagani).
NÃO EXISTE NENHUM ESPIGÃO ASSIM!
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Medicina Dentária 3º ano
Aproximadamente metade da altura coronária: core build up com ou sem mecanismos de retenção
acessória.
Menos de metade: colocação de espigão intra-radicular, pré-fabricado ou laboratorial (Pagani).
Efeito férula
1-2mm de altura cervical, em todo o perímetro do dente, são aconselhadas, para produzir um efeito
de férula e proteger o dente de fraturas longitudinais (Rosen, Sorensen e Engelman).
Importância das margens da coroa ultrapassarem (e protegerem) o coto (Hoag and Dwyer).
Os dentes desvitalizados são mais suscetíveis à fratura do que os dentes vivos (Shilingburg).
Já não se considera obrigatória a utilização de espigões em dentes desvitalizados, podendo até
levar ao enfraquecimento da peça dentária devido a um efeito de cunha, mas, paradoxalmente, se
as paredes radiculares forem finas, o espigão poderá reforçar a peça dentária (Baba).
Contraindicações
1. Patologia periapical persistente após tratamento endodôntico (pois torna a remoção do falso coto
muito difícil).
2. Obturação radicular precária.
3. Fragilidade radicular – ausência de efeito férula.
4. Fraturas radiculares, rachaduras e/ou falsos trajetos.
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Medicina Dentária 3º ano
Constituição
Tipos
Simples:
o Executados numa peça única.
o Em dentes unirradiculares (+ usados) ou multirradiculares nos
quais se utiliza apenas uma das raízes ou em caso de raízes
paralelas (PM superiores e M inferiores).
Múltiplos:
o Bipartidos/tripartidos:
Executados em 2/3 peças.
Em dentes com 2/3 raízes divergentes.
Bipartido – 2 partes – utiliza-se a parte principal na raíz reta (nos molares é normalmente a raíz palatina, num molar inferior é a raíz
distal, são ambas mais retas, amplas e resistentes; nos PM sup há uns autores que dizem que é a raíz palatina que sofre a carga mais
axialmente e outros dizem que a vestibular é a mais resistente). Posteriormente, ao realizar a impressão da preparação executada
nos canais, no laboratório, são eles que maquinam o falso coto. Os médicos dentistas cimentam a primeira parte no eixo principal e
depois a outra parte é colocada na raíz mais divergente pelo laboratório, através de uma abertura e cimentação com um espigão.
Características
Comprimento radicular do falso coto (comprimento do espigão) deve ser 2/3 do total da estrutura
restante (não do tratamento endodôntico que termina 1-1,5mm do ápex).
Comprimento radicular do falso coto deve ser > ou = ao da coroa (ideal relação raíz/coroa 2:1,
podendo ir até 1 para 1 em situações limite – a relação expressa o comprimento da coroa e não do
núcleo do falso coto).
Suporte ósseo em pelo menos metade do espigão ou 4mm para apical do osso alveolar.
Manutenção mínima de 4mm de gutta no ápex (de forma a evitar que o tratamento endodôntico
deixe de ser eficaz, mantendo a estanquicidade apical do canal e impedindo a movimentação de
fluídos do ápex para dentro do canal).
Recomendado não exceder 1/3 de qualquer diâmetro radicular (Pagani, Shilingburg, Baba).
Retenção
Depende de:
Comprimento do espigão: quanto > o espigão, > a retenção.
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Medicina Dentária 3º ano
o Espigões curtos oferecem pouca resistência ao deslocamento por forças dirigidas oblíqua
ou axialmente, levando a fraturas radiculares ou desselagem do espigão.
o Espigões demasiado compridos podem provocar fraturas da raíz, através do stress gerado
por forças oclusais na coroa, ou levar a perfurações radiculares.
Conicidade do espigão: espigões cónicos são menos retentivos do que com paredes mais paralelas
(mas em PF não há possibilidade de utilizar um espigão paralelo). Aqui queremos a divergência das
paredes opostas.
Diâmetro do espigão: quanto > é o diâmetro, > é a retenção.
o Espigões de diâmetro excessivo aumentam a possibilidade de fratura da raíz por
enfraquecimento das paredes da raíz.
o Espigões de diâmetro pequeno são mais sujeitos a deformação por forças oclusais e difícil
impressão.
Configuração da superfície: a configuração do espigão do falso coto está dependente da forma do
canal radicular, contudo deve aproximar-se de uma forma oval para contrariar forças de rotação
exercidas na sua porção coronal.
Preparação
1. Corte horizontal perpendicular (90°) ao longo eixo do dente a 2mm da JAC, com broca de ombro
arredondado – manutenção máxima de estrutura dentária sã (o que é necessário remover são as
cáries e retenções e promover paredes finas, tudo o resto mantém-se, é estrutura dentária a manter
porque já há pouca, portanto é crucial existir).
Não esquecer de
marcar as faces
do dente!
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Impressão
Método direto
1. Seleção de um espigão calcinável ou pau de vassoura que se adapte ao canal quer em diâmetro
quer em comprimento:
Deve ficar solto no interior do canal, não pode prender, de forma a deixar espaço para o
material a colocar.
Caso não esteja, pegar numa pedra verde até ficar solto.
O espigão vai servir de base de retenção à resina (reforço para segurar a resina).
2. Verificar o comprimento do espigão com uma pinça e régua (depois corta-se o excesso por cima).
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Medicina Dentária 3º ano
4. Preparação da resina num godé (pó + líquido), colocando primeiro o líquido (não esquecer de fechar
o frasco) e posteriormente, com uma espátula de inserção, misturar o pó, de forma a ficar uma
mistura um pouco pastosa.
5. Colocar a resina já preparada no prato e na entrada do canal.
6. Introduzir a resina no canal com a ajuda do espigão, sonda ou lêntulo (broca em rotação).
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Medicina Dentária 3º ano
10. Com broca de acrílico na peça de mão ou broca de ombro arredondado, talhar a resina acrílica da
porção coronal usando as mesmas regras que a da preparação de uma coroa total:
NÃO mexer no prato e no canal, apenas na porção coronal da
impressão e desgastar, de forma a criar espaço para a coroa.
6 a 10° e chanfro ou ombro arredondado, mas neste caso queremos
obter o efeito férula, a coroa deve abraçar a margem da raíz e não
apenas o coto, por isso aqui realiza-se o chanfro na raíz (quanto > a
férula, > a proteção).
Nos caninos, a parte da fossa canina, pode ser realizada com uma
broca em chama.
Por vezes não é possível realizar a preparação infra-gengivalmente, de forma a conseguir o efeito férula, principalmente em dentes
muito destruídos, que apresentam margens justa-gengivais. No Rx devemos sempre ver onde está o osso e a margem do dente, de
maneira a avaliar a possibilidade de talhar. Se o nível da destruição estiver a 1,5mm do osso, já estamos a invadir o espaço
biológico básico, logo não irá existir férula. Aí temos de pôr em hipótese se realizamos um alongamento coronário ou uma
extrusão ortodôntica, por exemplo, para poder reabilitar. Mas não nos podemos esquecer que o tamanho do espigão tem de ser
maior que a parte coronária (em situações limite pode ser uma proporção de 1:1), logo em alguns casos simplesmente não é
possível realizar o falso coto. Se formos para o limite, temos sempre de avisar o paciente (p.e. “Não temos condições ideais,
estamos no limite, posso realizar o procedimento, mas será uma peça frágil. Quer continuar?”), pois todos os procedimentos
realizados até ao resultado final (falso coto, coroa provisória e coroa definitiva) apresentam um custo e o paciente não pode
aparecer no consultório ao fim de 6 meses com uma fratura vertical da raíz. Quando a situação é mais complicada, o mais correto é
comunicar com o paciente e apresentar outro plano de tratamento, como por exemplo extrair o dente e investir num implante.
Imaginando que após a remoção da cárie dentária e das retenções existentes, apenas sobrou a estrutura dentária representada
na 1ª imagem. Se só sobrou isso, o resto será reposto pelo falso coto, pode perfeitamente ter aquela forma na reabilitação. Se
se remover aquela porção (a tracejado), a estrutura ficará fragilizada, pois estamos a remover estrutura dentária que é crucial
para a resistência do dente. Quando existe mais estrutura dentária, secalhar consegue-se isolar bem e fazer uma reconstrução
com compósito, ao invés de realizar um falso coto. O falso coto realiza-se apenas em situações extremas em que não existe
estrutura coronária e existe alguma dificuldade em fazer uma reconstrução segundo as regras habituais.
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Sequência clínica:
Aspeto clínico após fundição Aspeto radiográfico dos falsos cotos já cimentados
Método indireto
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História
Aplicação
Praticamente não se usam, em caso de coroa cerâmica (translúcida) será preferível ceramizar o
núcleo para disfarçar o tom do metal.
Utilizados quando a estética exigida é máxima em restaurações de cerâmica pura.
Principalmente em dentes anteriores.
Aspetos positivos Não se realiza, pois é difícil de executar (cerâmica dentro do canal) e de
cimentar. Para além disso, exerceria bastantes pressões. Não acresce nada de
Ótima translucidez e brilho. novo à execução de falsos cotos, uma vez que existe uma técnica chamada de
Bons resultados estéticos. ceramização, em metal, onde a estrutura toda em metal é posteriormente
Boa biocompatibilidade. coberta por cerâmica (zircónia permite o encobrimento total do metal).
Não corrosíveis.
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Medicina Dentária 3º ano
Prótese provisória
Introdução
Uma restauração provisória consiste numa prótese realizada para servir apenas por um curto
período de tempo.
Por diversas razões, uma restauração provisória pode ter de funcionar por um longo período e
satisfazer tanto a componente biológica como a mecânica e a estética.
Diagnóstico
Mimetismo: o que se assemelha, é o que se pretende obter como resultado em qualquer prótese
provisória.
Enceramento de diagnóstico:
o Dado importante na elaboração de um plano de tratamento, porque permite obter uma pré-
visualização da restauração definitiva.
o A estrutura de uma elaboração e planeamento de uma prótese provisória ou de um plano de
tratamento que passa inicialmente por uma prótese provisória, é meio caminho andado
para conseguir um trabalho final bem-sucedido.
o Neste caso, é feito o aumento da dimensão vertical, sendo que a
estabilização e recuperação desta situação é realizada através da
prótese provisória. Por vezes, nestas situações, é necessário manter
a prótese provisória durante mais tempo.
O sucesso da prótese definitiva está diretamente relacionado com a
qualidade da prótese provisória.
O diagnóstico permite:
o Avaliar a adaptação, os desajustes ou fraturas marginais que provocam muitas vezes
sensibilidade, inflamação gengival, contactos proximais insuficientes ou que não estejam
adequados, subcontorno, cor e compatibilidade desta com os dentes adjacentes.
o Aperfeiçoar os limites/a imperfeição dos limites preparados nos dentes e a relação da
prótese com os outros dentes em termos de grandeza/proporção.
Prótese provisória
Função principais
Biológica:
o Proteção pulpar:
Selar e isolar a preparação (após o desgaste) dos agentes irritantes (na preparação
da prótese existem agentes irritantes, tanto mecânicos, térmicos, químicos e
microbiológicos que podem afetar a integridade da polpa).
Ação conjunta com o cimento (os componentes químicos do cimento podem ser
agressivos, para além de que o aquecimento com a broca, a trabalhar com rotações
elevadas, na ausência de uma refrigeração suficiente, pode acabar em necrose).
o Proteção periodontal:
Promover adaptação marginal (uma prótese provisória mal-adaptada provoca a
inflamação dos tecidos e, por vezes, pode dar origem a uma lesão periodontal).
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Medicina Dentária 3º ano
Proteção contra:
Sobrecontorno: provoca sensibilidade e trauma mecânica nas zonas do
dente exposto.
Subcontorno: promove a acumulação de placa bacteriana e inflamação.
Ameias interproximais: evitam que a gengiva ou as papilas dentárias possam ficar
comprometidas, evitando traumatismo gengival durante a mastigação.
o Oclusão fisiológica: determinação ou manutenção da relação maxilo-mandibular e
dimensão vertical.
Mecânica:
o Função: manutenção ou restabelecimento da função mastigatória.
o Prevenção do deslocamento:
Manutenção ou alteração da relação com outros dentes (num desdentado, os
dentes adjacentes tendem a sofrer mesialização e extrusão).
Evitar extrusão e desvios.
o Rentilização: capacidade de resistência e retenção para resistir às forças oclusais e evitar a
fratura durante o período de utilização (portanto a prótese vai resistir às forças oclusais e
mastigatórias, e vai manter-se durante o tempo que está na boca, nas melhores condições).
Estética:
o Enquadramento oral:
Tamanho, forma, contorno e cor.
Eixo de inserção na arcada.
Linha média e simetria.
Condicionamento gengival
Sempre que a espessura do sulco gengival for insuficiente, ou seja, o biótipo gengival seja
favorável, uma das funções da prótese provisória é a modelação dos tecidos.
Através de uma superfície do pôntico convexa, polida, onde haja uma correta higienização desta
área, sem que isso promova uma ulceração dos tecidos através de uma porção entreretida, é
possível modelar o tecido gengival e provocar zonas de papilas gengivais com ameias.
Isso é feito para que, quando se coloca a prótese definitiva, se tenha uma emergência da coroa do
dente que é semelhante ao resto das zonas onde existem dentes.
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Medicina Dentária 3º ano
Requisitos
Proteção pulpar.
Proteção periodontal.
Estabilidade da posição.
Função oclusal.
Permitir a higienização intermaxilar.
Manter o espaço para a gengiva em interproximal, de modo a não haver trauma gengival.
Resistência e retenção.
Forma estética.
Eixo de inserção.
Características
A prótese provisória, para respeitar/exercer essas funções, deverá ter certas características.
Características ideais
Coroas individuais:
Vantagens Desvantagens
Boa harmonia estética (tempo limitado).
Técnica de utilização rápida e simples.
Facilmente porosa se não for bem manipulada (+ poroso
Baixo custo.
se for autopolimerizável).
Biocompatível com o meio oral.
Deformação a uma pressão contínua ou intermitente
Durável (para as necessidades de tempo).
(perda dos limites, pontos de contacto, relação com
Grande resistência ao choque.
antagonistas).
Leve.
Descoloração no meio oral.
Fácil de polir e acabar.
Desgaste fácil.
Permite rebasamento.
Utilização de pigmentos para obtenção da cor desejada.
Resinas compostas de
Bis-acril e Bis-GMA
Resina compostas – compósito: autopolimerizável/fotopolimerizável
Vantagens Desvantagens
Boa estética (vasta gama de cores).
Técnica simples e rápida (< tempo de trabalho – Alto custo.
fotopolimerizável). Camada inibida por ar presente à superfície após a
Contração baixa. polimerização.
Calor mínimo gerado durante o ajuste. Perde o brilho da superfície com o tempo.
Odor mínimo. Mais frágil do que a resina acrílica.
Fácil de aparar. Difícil de realinhar/reparar.
Radiopaco.
Coroas pré-fabricadas/comerciais:
Policarbonato
Acetato de celulose
Metálicas (alumina e prata-estanho, níquel-crómio)
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Medicina Dentária 3º ano
Os autores na comparação destes materiais por vezes têm opiniões controversas. De um modo geral, a
estética é melhor nas resinas compostas, bem como o odor, as propriedades físicas e manipulação,
enquanto o custo, o polimento e a reparação são características mais favoráveis das resinas acrílicas.
Polimerização
Os polímeros são macromoléculas, em que se repete uma unidade chamada de monómeros, que
em situações adequadas de pressão, temperatura e catalisador se criam condições para esse
monómero se ligar e originar um polímero.
Portanto, a polimerização define-se como uma série de reações sucessivas entre moléculas de
monómeros que resultam em macromoléculas (polímero).
Condensação: polímero é constituído pela combinação de 2 ou mais monómeros distintos entre si,
ocorrendo a eliminação de moléculas mais simples, como água, nitrito ou ácido clorídrico.
Adição: a macromolécula final é formada pela junção de monómeros todos idênticos entre si.
o Compósitos, resinas acrílicas e adesivos (adição): reações em cadeia; não tem formação de
subprodutos; reação entre monómeros é exotérmica; reação mais rápida.
Inibidores da polimerização
Nunca inibem totalmente, mas
Oxigénio. diminuem o grau de conversão.
Fotopolimerizáveis/termopolimerizáveis Autopolimerizáveis
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Medicina Dentária 3º ano
Técnicas
Direta:
o A restauração é feita na boca pelo médico dentista, sobre o dente preparado.
o A coroa é retirada do dente antes de terminar a polimerização para que não fique presa em
áreas retentivas, por causa da contração de polimerização.
Indireta:
o A restauração é feita no laboratório, pelo técnico de prótese, sobre o modelo de estudo.
o É a técnica de eleição, principalmente quando se prevê uma utilização por um maior
período de tempo, mas também quando há presença de disfunções da ATM e nos casos de
extensa terapia periodontal.
Sempre que possível, a técnica indireta é mais previsível. Portanto sempre que o doente pode esperar ou sempre que as coisas estão
programadas, é preferível realizar uma prótese provisória a partir da técnica indireta. Se bem que há situações de urgência em que não é
possível planear as coisas, pelo que é necessário realizar na altura e fazer de várias formas em condições estéticas e de resistência aceitáveis.
Contração de polimerização:
A técnica indireta tem a vantagem de diminuição da contração de polimerização, porque há menos manipulação da resina, pois,
nesse caso, recebe-se a prótese do laboratório e só se tem de a rebasar para ajustar ao talhe/desgaste do dente efetuado.
Irritação pulpar:
Técnica direta: colocado sobre a dentina recém exposta provoca irritação térmica, devido à reação
ser exotérmica e pela irritação química por causa da libertação do monómero.
Técnica indireta: apresenta maior proteção pulpar.
Guia de técnicas
Técnica direta:
o Com impressão prévia
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Técnica direta
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Medicina Dentária 3º ano
1. Recorrer a dentes que são utilizados em prótese removível, cortando-os e aproveitando a face
vestibular, de maneira a que se possa depois rebasar ou repreencher o resto do dente e obter,
assim, a coroa provisória:
a) Selecionar uma coroa com uma cor, tamanho e forma aproximada.
b) Medir através do dente adjacente ou de outra referência e cortar a coroa escolhida (nunca
ao nível do bordo incisal, mas sim na zona cervical, de forma que se ajuste o mais possível a
à gengiva).
c) Fazer o desgaste por trás, de forma a que a coroa possa ser preenchida com uma resina e
ficar bem-adaptada ao preparo do dente realizado, mantendo assim uma face vestibular
perfeitamente lisa e, portanto, mais estética.
2. Também se pode escolher uma resina para adaptar a parte posterior desta faceta.
Técnica “chairside” ou do bloco de acrílico É a forma mais primitiva de elaborar uma coroa provisória.
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Medicina Dentária 3º ano
Com espigão:
o Técnica utilizada para situações em que há ausência/destruição da coroa e, portanto, só
existe a retenção radicular.
o Esta técnica segue o princípio de todas as outras, só que a retenção é radicular.
1. Realizar a preparação da raíz, sendo feita a remoção da guta e alisamento das paredes do
interior da raíz até 2/3 ou 3/4 do comprimento, com brocas de Peeso e/ou Gates.
2. Selecionar uma coroa preformada.
3. Lubrificar o canal com vaselina e colocar a coroa em cima do espigão.
4. Desgastar a coroa preformada no seu interior, de maneira a poder ser rebasada com resina.
Policarbonato:
o Excelente para dentes anteriores (superfície e estabilidade de
cor), mas disponível para todos os dentes.
o A coroa de policarbonato permanece no dente preparado.
o É uma boa opção, porque, tal como as facetas que se cortavam
dos dentes, permite que a superfície exterior fique mais densa,
menos sujeita a descoloração, mais resistente e com um aspeto
estético superior.
Metálica.
Estas coroas de policarbonato também podem ser utilizadas em situações rápidas de coroas provisórias com
implante. Nas imagens, é visível o parafuso de cicatrização, que está ligado ao implante, colocado para que a
gengiva possa cicatrizar bem à volta e ter um grau de emergência, e que a coroa mais tarde fique bem
inserida dentro do alvéolo. Também é observável o que permanece depois de se remover o parafuso, que
consiste no pilar que se coloca em cima do implante aparafusado para a colocação da coroa provisória. 87
Medicina Dentária 3º ano
Técnica indireta
Realizadas no laboratório.
É feito um desgaste no modelo, portanto as coroas são realizadas em cima de um preparo que não
constitui o preparo da cavidade oral, daí a necessidade de ajuste destas coroas.
1. Realizar o molde e, posteriormente, o modelo.
2. Realizar um desgaste nos dentes em gesso do modelo.
3. Colocar e adaptar as coroas de policarbonato.
4. Realizar o acabamento das coroas.
5. Colocar na boca e realizar o desgaste interno das coroas por dentro (porque o desgaste do modelo
não é igual ao desgaste da boca).
6. Rebasar as coroas com resina e ajustar no novo preparo.
Modelo invertido
Acabamento e polimento
Adaptação marginal
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Importante observar os limites cervicais das margens (primeiro devem cortar-se os excessos
cervicais e só depois olhar para a face vestibular e realizar o acabamento do resto).
Rebasamento
Polimento
Cimentação
Muitas vezes, o eugenol interfere com a polimerização das resinas acrílicas. Se há necessidade de
fazer rebasamento após a cimentação, muitas vezes essa técnica nem sempre corre bem.
O eugenol causa uma redução de adaptação marginal nas restaurações provisórias e, no rebasamento,
leva a uma consistência borrachóide do material, o que diminui a sua capacidade de endurecer.
Técnica:
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Controlo oclusal
Consiste na verificação oclusal com a remoção dos contactos prematuros e polimento com uma
borracha.
Realiza-se o controlo oclusal antes da cimentação (cimentação é a ultima coisa a fazer!).
Pôntico ideal:
o O pôntico é o elemento suspenso, que vai substituir um dente ausente.
o Deve acabar ao nível da gengiva, de acordo com a anatomia do rebordo gengival.
o Na face vestibular deve ficar adaptado à gengiva para que não se veja uma zona vazia, ou
seja, para que fique estético, mas na face palatina deve consistir numa zona aberta, de
maneira a que os resíduos que se acumulem possam ser higienizados.
o O mais utilizado é o estético sobreposto modificado (estético, porque do lado vestibular fica
encostado à gengiva, e modificado, porque é aliviado a nível palatino de forma a que possa
ser higienizado).
Higiene oral
Ao nível da higiene oral, é importante motivar os pacientes, porque o sucesso da prótese vai
depender muito do acompanhamento e higienização da prótese:
o Recomendar a utilização de fio dentário e escovilhão (para espaços maiores).
o Existe ainda o superfloss, que é um fio dentário mais grosso, com uma extremidade mais
rígida, que permite que seja inserido pelas ameias.
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