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CONSTITUIÇÃO: CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES

1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

A Constituição pode ser conceituada com base em diferentes critérios. É comum


a menção aos conceitos sociológico, político e jurídico.

O conceito sociológico foi desenvolvido por Ferdinand Lassalle e enfatiza os


fatores reais de poder na sociedade.

O conceito político está relacionado a Carl Schmitt, para quem a Constituição


refere-se à decisão política fundamental.

O conceito jurídico, por sua vez, está ligado a Hans Kelsen, que entende a
Constituição como uma norma jurídica fundamental. Kelsen também elaborou
um conceito lógico de Constituição ao desenvolver a norma fundamental
hipotética, que não é norma jurídica, mas um fundamento lógico para o sistema
de normas.

2. CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES

Critério formal: classifica as constituições em escritas e não escritas. Enquanto


as constituições escritas resumem-se a um documento, as não escritas
abrangem textos esparsos, precedentes judiciais e costumes constitucionais.

Critério da origem: classifica as constituições em outorgadas, promulgadas e


cesaristas. As constituições outorgadas resultam de uma vontade autoritária, a
exemplo das constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967. As constituições
promulgadas são elaboradas por representantes do povo. As constituições
cesaristas, embora elaboradas de forma autoritária, são submetidas a referendo
popular.

Critério da estabilidade (processo de alteração): classifica as constituições em


rígidas, flexíveis e semirrígidas. As constituições rígidas são alteradas por meio
de procedimentos complexos, diferentes dos estabelecidos para a alteração das
leis comuns. Por outro lado, as constituições flexíveis são modificadas pelos
mesmos procedimentos previstos para alteração das leis comuns. As
constituições semirrígidas ou semiflexíveis, por sua vez, distinguem uma parte,
considerada mais importante e alterável de forma rígida, e outra,
modificável pelos procedimentos comuns. A
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constituição brasileira de 1824 é um exemplo de constituição semirrígida. As


demais constituições brasileiras são classificadas como rígidas.

Critério da formação: classifica as constituições em históricas e dogmáticas. As


constituições históricas são formadas lentamente ao longo da história, ao passo
que as dogmáticas surgem em determinado momento, refletindo os ideais
dominantes.

Critério do conteúdo: classifica as constituições em materiais e formais. A


constituição material trata dos aspectos essenciais ao Estado (forma de Estado,
forma de governo, regimes políticos, poderes do Estado e direitos fundamentais).
A constituição formal corresponde às normas que passaram pelo procedimento
de elaboração das normas constitucionais, seja qual for o conteúdo.

Critério da extensão: classifica as constituições em analíticas e sintéticas.


Enquanto as constituições analíticas são extensas, tratando de muitos assuntos,
com o propósito de atribuir-lhes status constitucional, as constituições sintéticas
têm poucos artigos e tratam dos aspectos essenciais ao Estado.

Outras classificações podem ser mencionadas:

Constituição-garantia: típica do Estado liberal, destina-se a garantir as condições


para o desenvolvimento da liberdade, limitando o poder.

Constituição-dirigente: típica do Estado intervencionista, pretende transformar a


realidade socioeconômica. Caracteriza-se pela existência de um grande número
de normas programáticas.

Segundo Karl Loewenstein, as constituições podem ser normativas, quando


efetivamente conseguem disciplinar a realidade política e social; nominalistas,
quando pretendem disciplinar a realidade, mas não encontram
ressonância; semânticas, quando não passam de um instrumento de legitimação
do poder, vez que não há sequer a pretensão de ser aplicada à realidade.

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