Professional Documents
Culture Documents
A Historia Dos Negros Na Educação No Brasil
A Historia Dos Negros Na Educação No Brasil
10 x negro e a escrita
Trata-se de um
episódio que ocorreu em 1689 e foi denominado de Questão do pardos: “esta questão
surge da proibição, por parte dos jesuítas, da
matrícula e frequência de mestiços por serem muitos e provocarem
arruaças. Como eram escolas públicas, pelos subsídios que recebiam
foram obrigados a readmiti-los.” (RIBEIRO, 1984, p. 29)
P37
Dento
do padrão de narrativa construído a partir das categorias marxistas,
questões como esta não mereceram problematização. Os negros
foram diluídos em meio às classes dominadas e não foram considerados como um grupo
que possuía demandas específicas em relação
à educação, ou ao mundo social como um todo
47
Nesse sentido, pode-se atribuir à história da educação a difusão
das concepções que norteiam os debates atuais e que, de um lado,
reafirmam permanentemente crença de que, no Brasil, os negros não
frequentaram escolas e, de outro, que o processo de escolarização
se fez sem relações com questões de natureza racial
55
74
Quando falamos de interesse comercial, devemos ter em mente o seguinte entendimento: o
sucesso do Império português no processo de produção e exportação de açúcar representava
algo muito além do que apenas um desenvolvimento aprimorado na área econômica. Evidente que o era. Mas, distante de ser
somente isso, a capacidade portuguesa de gerir com eficácia
sua economia significava muito mais do que essa simples aparência. Estamos tratando de
um reino cuja identidade de seu povo, se firma em um orbe conduzido pela fidelíssima ideia
de participação em uma respublica christiana. A supremacia portuguesa tendia a significar
simbolicamente a superioridade católica em um mundo dividido. Em uma Europa separada
por cristãos católicos e protestantes, a potencialidade econômica do Império português se
encarregaria de expressar a vitória do catolicismo frente à dissidência religiosa adotada por
alguns no Velho Mundo. Quando passamos a nos ocupar da escravidão africana na América, percebemos que outro quadro
começava a desenhar-se. Diferentemente da situação dos
indígenas, em que os padres da Companhia criticavam a escravização desses, defendendo-os
quanto o direito à liberdade, os jesuítas aqui também teciam críticas a escravidão, atingindo-
-a, contudo, somente no que diz respeito à maneira como os negros eram tratados. Os membros da Companhia de Jesus, como
qualquer outro integrante do corpo social português, não
concebiam nenhuma ação doutrinária fora do mundo prático. Na perspectiva de garantir
a hegemonia político-econômica no Atlântico Sul, sendo então uma hegemonia católica, a
dominação e exploração dos corpos negros, bem como o tráfico negreiro, eram matérias legitimadas por pelos integrantes da
Companhia (HANSEN, 199
83
101
102
Assim, o conceito de
letramento45 é considerado o mais adequado ao tema desta pesquisa,
sendo essa noção aqui redefinida para além do espaço escolar.
107
129
Além do fato de estar relacionada a uma
confraria religiosa que preconizava o desenvolvimento das artes
mecânicas,57 essa ênfase na qualificação profissional também pode ser
relacionada ao progressivo processo de desvalorização dos operários
locais diante da crescente presença de estrangeiros e à consequente
perda de espaço nas principais frentes de trabalho da cidade.
147 Pardo
Desta forma,
de acordo com um dos trabalhos no qual me baseei, o qualificativo
“pardo” podia designar uma “condição mais geral de “não branco”
nascido livre, brasileiro ou não; e os qualificativos “crioulo” e “preto”
tendiam a designar os escravos ou libertos brasileiros e africanos,
respectivamente (CASTRO, 1995, p. 33-35).
168
demonstra que
o Negro Cosme não era apenas considerado perigoso pelas suas
atitudes no âmbito do combate armado, pois ele criou uma escola
de primeiras letras para os aquilombados. A escola da Fazenda da
Lagoa Amarela é a única que, até o momento, se tem conhecimento
de ter existido nos quilombos brasileiros do século XIX
175
186
198
203
278
309
316
324
339
340
364
369
Não podemos deixar de mencionar que, para Galton, o nível médio de inteligência da
raça negra era inferior em dois
graus com relação à raça branca. Portanto, se ele mesmo afirmou
que se baseou em Galton é provável que ele também acreditasse na
inferioridade intelectual dos negros.
377
Ele mesmo respondeu, fazendo uma crítica ao governo federal
que, segundo ele, preocupava-se apenas com o ensino superior e
secundário
398
399
401
416
420
433