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Joelhos e Glúteos Artigo
Joelhos e Glúteos Artigo
RESUMO
O joelho recebe, absorve e dissipa importante parte das forças impostas por atividades diárias, como mar-
cha, subir e descer degraus e saltos. Dada a grande demanda imposta a esta articulação, as disfunções no
joelho são muito comuns. A capacidade para responder a esta demanda parece estar relacionada com as
funções da musculatura do quadril, que parece ter um papel importante nas características biomecânicas,
dentre elas a estabilidade dinâmica, da articulação do joelho. Objetivo: Realizar revisão sistemática da lite-
ratura para apontar as possíveis características e ações da musculatura glútea relacionadas com a estabiliza-
ção dinâmica do joelho e investigar a eficácia de programas de intervenção direcionados à musculatura glú-
tea na melhora de desfechos funcionais ou sintomatológicos relacionados às disfunções na articulação do
joelho. Métodos: Revisão sistemática desenvolvida de acordo com o protocolo PRISMA (Preferred Report
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foram realizadas buscas nas bases de dados eletrônicas
MEDLINE, SCIELO, COCHRANE, LILACS e PEDro, conforme estratégia de busca dada pela combinação de
termos referentes ao assunto da pesquisa. Critérios de inclusão: estudos publicados até março de 2016,
amostra de indivíduos com idade entre 18 e 60 anos, sem restrição de idioma de publicação, ter envolvido a
avaliação ou o tratamento de alguma característica da musculatura do quadril relacionando à estabilização
dinâmica do joelho. Resultados: Dos 109 estudos encontrados, onze foram incluídos por atenderem aos
critérios de inclusão. Destes, oito (73%) foram do tipo observacional exploratório e três (27%) ensaio clínico
aleatorizado (ECA) (5≤PEDro≤8). Todos os ECA incluíram adultos jovens, do sexo feminino, com síndrome
da dor femoropatelar e avaliaram o músculo glúteo médio. Segundo os resultados da maioria dos estudos,
os músculos glúteos apresentam relação com a manutenção do alinhamento do membro inferior no pla-
no frontal, reduzindo o valgo dinâmico em atividades funcionais, sendo mais importante a magnitude da
ativação muscular do que o tempo desta ativação. Os ECA evidenciaram a importância de se intervir no
fortalecimento da musculatura glútea em programas de reabilitação do joelho: em indivíduos sintomáticos
com síndrome da dor femoropatelar houve melhora funcional e sintomatológica significativa após este tipo
de intervenção, que foi realizada associada ao tratamento convencional no joelho ou tronco. Conclusão: A
magnitude de ativação e a força muscular dos músculos glúteos têm papel importante na estabilidade di-
nâmica do joelho. Intervenções nestas musculaturas, associadas ao tratamento convencional, são eficazes
para melhora de desfechos funcionais e sintomatológicos relacionados à articulação do joelho.
ABSTRACT
The knee undergoes, absorbs and dissipate important part of the forces imposed by daily activities such
as walking, climbing and going down stairs, and jumping. Given the great demands imposed on this joint,
knee dysfunctions are very common. The ability to respond to this demand seems to be related to the
functions of the hip muscles, which seems to play an important biomechanical role in certain aspects, as
the dynamic stability of the knee joint. Objective: To conduct a systematic review of the literature to iden-
tify possible characteristics and actions of gluteal muscles in dynamic knee stabilization and to investigate
the effectiveness of interventional programs that focus on the gluteal muscles in improving the functional
or symptomatologic outcomes associated with the knee joint. Methods: This is a systematic review per-
1
Fisioterapeuta, Universidade Federal de Minas formed according to PRISMA protocol (Preferred Report Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses).
Gerais – UFMG. Electronic databases (MEDLINE, SCIELO, COCHRANE, LILACS and PEDro) were searched under a strategy of
2
Professora, Departamento de Fisioterapia, different combinations of terms related to the study goals. Inclusion criteria were: studies published up to
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. March 2016, of subjects aging 18-60 years, with unrestricted language of publication, involving assessment
or treatment of any feature of the hip muscles in relation to dynamic knee stabilization. Results: Of the
Endereço para correspondência: 109 studies found, eleven met inclusion criteria and were included. Of these, eight (73%) were observa-
Departamento de Fisioterapia tional exploratory studies and three (27%) were randomized controlled trials (RCTs) (5≤PEDro≤8). All RCTs
Universidade Federal de Minas Gerais included young female adults with patellofemoral pain syndrome and assessed the gluteus medius muscle.
Prof. Dra. Christina Danielli Coelho de Morais Faria According to the results of the most part of the included studies, gluteal muscles are involved in maintain-
Avenida Antônio Carlos, 6627 ing frontal plane lower limb alignment that reduces dynamic valgus during functional activities, therefore
Belo Horizonte – MG revealing the great importance of magnitude of muscle activation rather than only time of activation. The
CEP 31270-901 RCTs provided evidence of the importance of gluteal muscle interventions in knee rehabilitation programs:
E-mail: cdcmf@ufmg.br in symptomatic subjects with patellofemoral pain syndrome, there was significant improvement in func-
tion and symptoms after this kind of intervention, which was performed in association with conventional
Recebido em 17 de Fevereiro de 2017. knee or trunk treatment. Conclusion: Magnitude of activation and gluteal muscle strength play an impor-
Aceito em 19 Julho de 2017. tant role in dynamic knee stability. Gluteal muscle interventions, associated with conventional treatment,
effectively improved functional and symptomatologic outcomes related to the knee joint.
DOI: 10.5935/0104-7795.20170020 Keywords: Hip Joint; Knee Joint; Physical Therapy Specialty
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Acta Fisiatr. 2017;24(2):105-112 Morais LM, Faria CDCM
Relação entre força e ativação da musculatura glútea e a estabilização dinâmica do joelho:
revisão sistemática da literatura
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Acta Fisiatr. 2017;24(2):105-112 Morais LM, Faria CDCM
Relação entre força e ativação da musculatura glútea e a estabilização dinâmica do joelho:
revisão sistemática da literatura
A sexta e última etapa consistiu na extra- ca), objetivos do estudo, desfechos avaliados RESULTADOS
ção dos seguintes dados dos estudos incluí- e procedimentos adotados para a avaliação, e
dos: autores, ano de publicação e desenho o resultado encontrado com relação à caracte- Foram encontrados 109 estudos na busca
metodológico, características amostrais (ta- rística ou ação dos músculos glúteos e a esta- eletrônica, sendo 64 excluídos na segunda eta-
manho da amostra, idade, sexo, característica bilização dinâmica do joelho. Para os estudos pa de análise por não atenderem ao seguinte
particular da amostra, como presença de algu- experimentais, foi utilizada a escala PEDro19 critério de inclusão: ter envolvido a avaliação
ma disfunção ou condição funcional específi- para a avaliação da qualidade metodológica. ou o tratamento de alguma característica da
musculatura do quadril relacionando esta ava-
liação ou tratamento à estabilização dinâmica
Quadro 1. Caracterização dos estudos do tipo observacional transversal (n=8) do joelho. Na terceira etapa, 20 estudos foram
AMOSTRA excluídos por não estabelecerem ou descreve-
ESTUDO (Tamanho, idade, sexo, características particu- DESFECHO E MÉTODO DE MENSURAÇÃO rem relação entre a musculatura glútea e a es-
lares)
tabilização do joelho. Na quarta etapa, dos 25
Amostra n=28. Idade: 18 a 35 anos. Ambos os se- Potencial de ativação muscular (EMG) do m.
xos. GMed. Durante a subida e descida da escada
estudos analisados, oito atenderam aos crité-
Brindle
Grupo DAJ: n=16, dor generalizada no joelho por normalizado pela CIVM do m. GMed. rios de inclusão e foram incluídos. Foi realiza-
no mínimo 2 meses, ao subir e descer escadas,
et al.14
correr ou permanecer muito tempo assentado.
da busca manual ativa nestes oito estudos, o
2003
GC: n=12. Excluídos os que apresentassem trau- que resultou em outros três estudos incluídos.
ma no joelho ou qualquer indicação de lesão nos
ligamentos ou cartilagem após exame físico.
Portanto, na presente revisão foram incluídos
11 estudos (Figura 1).
Amostra n=32. Idade: 24 anos ± 5. Ambos os sexos. Potencial de ativação muscular (EMG) do m.
Sem lesão de MMII ou qualquer incapacidade GMed. Durante agachamento unipodal nor- Dos onze estudos incluídos, oito (73%)
Russel que os impedissem de completar uma queda de malizado pela CIVM do m. GMed. Padrão de foram do tipo observacional e exploratório10-
et al.20 aterrisagem unipodal. movimento do joelho durante agachamento
2006 unipodal. Aplicação de teste de equilíbrio sobre
14,20-23
(Quadro 1) e três24-26 (27%) do tipo
plataforma de força após indução de fadiga ensaio clínico aleatorizado (ECA) (Quadro
muscular (isocinético).
2). Considerando a qualidade metodológica
Amostra n=84. Idade: 18 a 30 anos. Ambos os se- Padrão de movimento (plano frontal) durante
Thijs xos. agachamento unipodal. Análise cinematográfica
dos ECA, o estudo de Fukuda et al.25 obteve
et al.11 Sem história de queixas em MMII. Excluídos: cirur- do ângulo frontal do joelho, potencial de ativa- melhor pontuação na escala PEDro, 8 pontos
2007 gia ou lesão em quadril, joelho, perna, tornozelo ção do GMed (EMG) normalizado pela CIVM do
ou pé há 6 meses. m. GMed e plataforma de força.
em 10 dos critérios estabelecidos e a menor
pontuação foi 5 observada no estudo de
Amostra n=15. Idade: 22,26 ± 2,22. Sexo feminino. Potencial de ativação muscular (EMG) normaliza-
Sedentárias, sem queixas de DAJ. Com sinais clíni- do pela CIVM do m. GMed. Durante agachamen- Baldon et al.26 (Quadro 3).
cos de desalinhamento do membro inferior, sem to convencional associado à adução e abdução Metade dos estudos observacionais trans-
Felício história de implicações ortopédica ou neurológi- isométrica da coxa com carga de 25% do peso
et al.22 ca, trauma ou cirurgia prévia no sistema osteo- corporal. versais apresentaram amostra com indivíduos
2011 mioarticular do MI ou coluna vertebral. Excluídas: de ambos os sexos, com idade mínima de 18
dor em qualquer parte do MI; realizar duas ou
mais vezes por semana atividade física amadora anos e máxima de 35 anos11,14,20,21 e a outra
ou esportiva. metade somente participantes do sexo femi-
Amostra n=104. Idade: 11 a 18 anos. Sexo femini- Rotação medial do quadril. Valgo dinâmico do nino.10,13,22,23 Os estudos observacionais trans-
Maia no. joelho. Força muscular do GMed. Biofotogametria
et al.10 Praticantes de esporte em nível competitivo. e testes de avaliação de rotação lateral de qua-
versais ainda incluíram indivíduos sintomáti-
2012 IMC=21,2 ± 2,3. dril e fraqueza de glúteo médio, durante agacha- cos para dor anterior no joelho em no mínimo
mento unipodal.
dois meses e que apresentassem dificuldades
Amostra n=30. Idade: 19 a35 anos. Sexo feminino. Dor/incapacidade (questionário). Fadiga muscu- em duas ou mais atividades funcionais.14,23
GC e Grupo SDFP (dor anterior ou retropatelar lar dos abdutores do quadril, induzida (>50% do
atraumática ± 6 meses, dor à palpação nas fa- pico de torque durante 3 contrações máximas) O padrão de desalinhamento articular do
Negahban cetas patelares e em duas atividades funcionais). com o dinamômetro isocinético. Equilíbrio dinâmi- membro inferior também foi considerado16 e
et al.23 Excluídas: osteoartrite, tendinopatia ou subluxa- co por sistema de estabilidade (plataforma circu-
2012 ção patelar, lesões ligamentares ou meniscais, lar móvel que proporciona até 20° de inclinação a maioria dos estudos incluiu indivíduos sau-
ou em outras articulações dos MMII ou lombar no intervalo de 360°) durante mini-agachamento dáveis10,11,13,20,22 e/ou atletas amadores ou em
no último ano, déficit neurológico, artroscopia e unipodal.
cirurgia. nível competitivo.10 Apenas no estudo de Hall
Amostra n=35. Idade: 18 a 35 anos. Ambos os se- Potencial de ativação muscular (EMG) do GMed
et al.21 foi realizada análise da relação das ca-
xos. normalizado pela CIVM do m. GMed. Durante racterísticas do músculo glúteo médio (GMed)
GC (n=17), excluídos: lesão ou cirurgia no joelho. subida/descida de degrau sobre plataforma de
Hall et al.21
LCA (n=18): mais de um ano de reconstrução do força.
com a estabilização do joelho em indivíduos
2015
LCA unilateral; excluídos: condições neurológicas pós reconstrução de LCA (Quadro 1).
ou musculoesqueléticas que interferissem na mar-
cha.
Dentre os ECA’s, todos incluíram
participantes do sexo feminino, com idade
Amostra n=20. Idade: 22,6 anos ± 2,5. Sexo femi- Início e magnitude da atividade antecipatória
nino. do glúteo médio medidas em relação à retirada mínima de 18 anos e máxima de 40 anos, com
Saudáveis, sem histórico de lesões no joelho e tor- do pé do solo durante a transição para apoio síndrome da dor femoropatelar (SDFP).24,25,26
nozelo ou quaisquer indicações de dor no joelho, unipodal e Single leg hop test. Correlações: iní-
Kim et al.13
quadril e/ou lombar ou conhecimento da técnica cio da atividade antecipatória do glúteo médio Fukuda et al.24,25 utilizaram grupos controle em
2016
de agachamento adequada. e magnitude de ativação, obliquidade pélvica e seus estudos e amostra apenas de indivíduos
o momento de abdução do joelho pelo sistema
de análise de movimento, plataforma de força e saudáveis. Baldon et al.26 consideraram em
EMG. sua amostra atletas amadoras sintomáticas,
DAJ: dor anterior no joelho; GMed: glúteo médio; EMG: eletromiografia; CIVM: contração isométrica voluntária máxima; GC: grupo controle; MMII: comparando duas intervenções de tratamento
membros inferiores; IMC: índice de massa corpórea; SDFP: síndrome da dor femoropatelar; mm: músculo (s); LCA: ligamento cruzado anterior; MI: diferentes em dois grupos (Quadro 2).
membro inferior.
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Relação entre força e ativação da musculatura glútea e a estabilização dinâmica do joelho:
revisão sistemática da literatura
Quadro 2. Caracterização dos estudos do tipo ensaio clínico aleatorizado (n=3) abdutor do joelho ao deslocar-se para o apoio
AMOSTRA
ESTUDO (Tamanho, idade, sexo, características particu- DESFECHO E MÉTODO DE MENSURAÇÃO
unipodal em indivíduos saudáveis.13 A ativação
lares) do músculo glúteo médio foi significativamente
Amostra n=70. Idade: 20 a 40 anos. Sexo feminino. Dor e função (questionários) pré e pós interven- menor que dos músculos do joelho ao subir e
Fukuda GC, apenas indivíduos saudáveis. Grupo exercí- ção, nos três grupos estudados. descer degraus em indivíduos controle e ainda
et al.24 cios de joelho e Grupo exercícios de joelho e qua-
2010 dril. Com história de dor anterior no joelho há pelo menor em indivíduos com dor anterior no joe-
(PEDro 7/10) menos três meses e reportando dor em duas ou lho.14 Em um estudo foi reportada significância
mais atividades diárias.
estatística inversa entre rotação medial do qua-
Amostra n=54.Idade: 20 a 40 anos. Sexo feminino. Dor e função (questionários) no follow-up: 3, 6 e 12
Fukuda Mulheres com SDPF, distribuídas em 2 grupos: exer- meses pós intervenção.
dril e valgo dinâmico do joelho, ou seja, quanto
et al.25 cícios convencionais para o joelho e exercícios menor a rotação medial do quadril, maior o val-
2012 para o joelho e quadril; com história de dor ante-
(PEDro 8/10) rior no joelho há pelo menos três meses e reportan-
go do joelho ipsilateral.10
do dor em duas ou mais atividades diárias. Observou-se, ainda, que a fadiga dos
Amostra n=31. Idade: 18 a 30 anos. Sexo feminino. Avaliação cinemática no plano frontal da pelve, músculos abdutores do quadril esteve mais
Atletas amadoras, com SDFP. Grupo FST (n=15) tronco e MMII durante o teste de agachamento associada a maiores alterações nos índices
e ST (n=16). Apresentando dor anterior do joelho unipodal (sistema de análise de movimento). Re-
(EVA=3 ±8 semanas); DAJ retropatelar em pelo sistência muscular, mensurada através do tempo de estabilidade comparado à fadiga muscular
Baldon
menos 3 atividades funcionais, início insidioso dos máximo para manter uma posição estática pre- dos músculos extensores do joelho.23 Foi
sintomas sem relação com trauma. definida. Torque excêntrico do quadril via isociné-
et al.26
Excluídas: cirurgia MMII, anormalidades intra-arti- tico (pré e pós intervenção). evidenciado, ainda, que não há diferenças
2015
(PEDro 5/10)
culares patológicas (ligamentos cruzados ou co- significativas entre os sexos quanto à
laterais), instabilidade patelar, síndromes de Sin-
ding-Larsen-Johansson ou de Osgood-Schlatter, ativação do músculo glúteo médio durante
derrame articular no joelho, dor no quadril, ou à aterrissagem de salto.14 Finalmente, apenas
palpação da banda iliotibial, tendão patelar, ou
pata de ganso. um estudo apresentou ausência de associação
entre características e ações da musculatura
DAJ: dor anterior no joelho; GMed: glúteo médio; EMG: eletromiografia; MMII: membros inferiores; SDPF: síndrome da dor femoropatelar; mm:
músculos; FST: functional standard training; ST: standard training; EVA: escala visual analógica; LCA: ligamento cruzado anterior. glútea com a estabilização dinâmica do joelho:
não foi encontrada correlação entre a força
Quadro 3. Análise metodológica dos ensaios clínicos aleatorizados incluídos, segundo a produzida pelo músculo glúteo médio e a
escala PEDro (n=3) quantidade de valgo e varo do joelho durante
ITEM ESCALA PEDro o movimento funcional de salto anterior11
ESTUDO
A B C D E F G H I J K TOTAL
(Quadro 4).
Os ECA’s analisados (Quadro 5)24-26 eviden-
Fukuda et al.24
2010
SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM 8/10 ciaram a eficácia dos programas de exercícios
Fukuda et al.25
de fortalecimento da musculatura glútea na
SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO SIM 7/10
2012 melhora da dor e função de indivíduos sinto-
Baldon et al. 26 máticos com SDFP, com melhora dos padrões
NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO SIM 5/10
2015 de movimento do joelho no plano frontal e da
A: Critério de Inclusão, B: Alocação randomizada, C: Alocação mascarada/oculta, D: Comparação inicial (grupos), E: Sujeitos mascarados, F: Terapeu- estabilidade pélvica em comparação a grupos
tas mascarados, G: Avaliadores mascarados, H: Perda de pacientes, I: Intenção de tratar, J: Comparação entre grupos, K: Média e desvio padrão, T: que realizaram apenas exercícios convencionais
Pontuação total. * O item A na escala PEDro avalia validade externa e não é incluído na pontuação total.19
para fortalecimento da musculatura do joelho
ou não realizaram nenhuma intervenção.
O músculo glúteo médio foi avaliado em biofotogametria11,13,20,21,23,26 Para obter dados No estudo de Baldon et al.26 foi demons-
todos os estudos incluídos.10,11,13,14,20-26 Para sobre a força de reação do solo, plataformas trado efeito positivo de mediação da melhora
avaliação do músculo glúteo médio foi utiliza- de força foram utilizadas nos estudos que ana- da força excêntrica dos músculos glúteos nas
da a eletromiografia de superfície10,11,13,14,22 e lisaram o padrão de movimento do membro alterações da cinemática do plano frontal do
provas de função muscular.24,25 Após identifi- inferior no plano frontal.11,20,21 A avaliação da quadril e joelho, quando comparado ao grupo
car os desfechos dos estudos analisados, ob- melhora funcional pós intervenção dos ECA’s que realizou exercícios convencionais de forta-
servou-se que em seis deles (54%)11,13,14,15,21,22 foi analisada aplicando-se de questionários lecimento apenas para os músculos do joelho.
foi realizada análise eletromiográfica da funcionais.24,25 Indivíduos que receberam intervenção para
musculatura glútea e o potencial de ativação Ao investigar as relações entre as caracte- melhora da força dos músculos do quadril e
muscular (EMG) do músculo glúteo médio foi rísticas da musculatura glútea e a estabilização joelho obtiveram melhora clínica significativa
normalizado pela sua contração isométrica dinâmica do joelho, foi reportado por 63% (n=5) na dor anterior do joelho durante atividades
voluntária máxima (CIVM). O músculo glúteo dos estudos que a ativação do músculo glúteo funcionais em três, seis e doze meses após
mínimo foi citado como importante rotador médio está presente no controle excêntrico da intervenção, a qual foi superior a de indiví-
externo do quadril, juntamente com glúteo rotação interna do fêmur, diminuindo o mo- duos que receberam fortalecimento muscu-
médio, em apenas um estudo,26 avaliado em mento de abdução, consequentemente con- lar convencional para o joelho. Os indivíduos
conjunto com outros músculos pela mensura- trolando o valgo dinâmico do joelho, durante que receberam exercícios de fortalecimento
ção do torque excêntrico abdutor utilizando o o movimento de agachamento e salto.13,14,21-23 somente para o joelho, mostraram diferenças
isocinético. Um estudo indicou que a magnitude e não significativas na diminuição da dor ao subir es-
Para avaliar o padrão de movimento do o tempo de início de ativação do músculo glú- cadas em 6 meses, descer escadas em 3 e 6
membro inferior no plano frontal, os estu- teo médio é um fator importante para proteção meses após o tratamento e no single leg hop
dos utilizaram análise cinematográfica e / ou contra a queda pélvica excessiva e o momento test em 3, 6, e 12 meses após o tratamento.25
108
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Relação entre força e ativação da musculatura glútea e a estabilização dinâmica do joelho:
revisão sistemática da literatura
Quadro 4. Objetivos, resultados e conclusões obtidos pelos estudos do tipo observacional perimental que realizou acompanhamento após
transversal (n=8)
o término da intervenção, se mantiveram a longo
ESTUDO OBJETIVOS RESULTADOS E CONCLUSÕES
prazo.
Identificar diferenças nos padrões
A duração da atividade elétrica do GMed foi significativamente A maioria dos estudos incluídos eram do
Brindle menor que dos músculos do joelho durante subida e descida
et al.14
de atividade EMG do GMed entre
de degrau nos indivíduos do grupo controle. Nos indivíduos do tipo observacional transversal (n=8;73%), o
indivíduos com DAJ e indivíduos
2003
controle.
grupo de dor anterior no joelho esta ativação foi ainda menor, que permitiu analisar as características da
tanto para subir quanto para descer degrau.
musculatura glútea estudada e as possíveis
Mulheres apresentaram aterrisagem em valgo e homens em
Determinar se as mulheres demons-
varo. Não houve diferença significativa entre grupos quanto associações com a estabilização dinâmi-
Russel tram maior valgo do joelho do que
et al.20 os homens e a magnitude de ativa-
à ativação do glúteo médio, que não parece ser responsável ca do joelho em uma população específica,
pelas diferenças sexuais no joelho valgo. Os ângulos do joelho
2006 ção do GMed durante uma queda
valgo excessivos das mulheres podem explicar a disparidade num dado momento de avaliação, porém
de aterrisagem unipodal.
sexual na lesão de ligamentos. limita-se a estas informações sem permitir
Não houve diferenças significativas na força muscular do GMed o estabelecimento de relações de causa e
Testar se a força dos músculos do entre o grupo valgo e varo durante o salto anterior. Nenhuma efeito.10,11,13,14,20-23 Segundo os resultados da
Thijs quadril está relacionada com o correlação significativa foi encontrada entre a força GMEd e a
et al.11 movimento do joelho no plano quantidade de movimento em valgo e varo. No grupo varo foi maioria dos estudos, a musculatura glútea,
2007 frontal durante o movimento de encontrada correlação positiva moderada entre o movimento particularmente o músculo glúteo médio, é
agachamento funcional. de rotação externa/rotação interna e a quantidade de varo do
joelho durante o movimento salto anterior. importante para estabilidade da cintura pél-
Comparar ativação elétrica de mm. vica no plano frontal e consequente cinesia
Estabilizadores da patela e pelve GMed apresentou maior atividade elétrica nas contrações do joelho. Entretanto, questiona-se o fato
Felício nas posições de agachamentos durante agachamento associado à abdução e à adução da
et al.22 convencional e associado à con- coxa. A contração do GMed nessas situações deve-se, prova- das análises terem sido realizadas apenas no
2011 tração isométrica de adutores e de velmente, à sua função estabilizadora da pelve e ao controle plano frontal e de dar toda a importância da
abdutores do quadril em indivíduos da rotação interna do fêmur.
sem queixa de DAJ. estabilização pélvica somente ao glúteo médio
Realizar análise associativa do
sem considerar outros músculos.10
Houve significância inversa entre a rotação medial do quadril As amostras dos estudos observacionais
Maia valgo dinâmico do joelho durante
com o valgo dinâmico do joelho, ou seja, quanto menor a
et al.10 a descida de degrau juntamente transversais, em sua maioria, e de todos os
rotação medial do quadril, maior o valgo do joelho homolateral
2012 com o ângulo de rotação interna
durante o movimento de descer degrau. ECA’s incluídos, foram compostas por indiví-
de quadril (teste de Craig).
Investigar os efeitos da fadiga mus- O principal efeito muscular (abdutores do quadril X extensores duos do sexo feminino, em idade adulta jovem
Negahban
et al.23
cular dos mm. Extensores de joelho de joelho) foi significativo, indicando que a fadiga de abdutores (mínimo de 18 e máximo de 40 anos), grupo
e abdutores de quadril no equilíbrio do quadril levou a maiores alterações nos índices de estabilida-
2012
dinâmico de indivíduos com SDFP. de, comparado à fadiga dos extensores de joelho. populacional com importante prevalência de
Testar alterações das amplitudes O grupo que reconstruiu o LCA demonstrou: maior atividade de
doenças no joelho associadas a desalinhamen-
Hall
de atividade muscular e aumento glúteo máximo durante as fases de subida e descida refletindo to biomecânico no membro inferior.10,13,22,23-26
da intensidade de co-contração estratégias compensatórias para manter a estabilização dinâmi-
et al.21
presentes em pessoas que fizeram ca e reduzir os momentos extensores do joelho; maior atividade
Os estudos, também em sua totalidade, incluí-
2015
a reconstrução do LCA comparado do glúteo médio, sugerindo maior momento de abdução do ram indivíduos em idade adulta, faixa etária
com controles saudáveis. quadril (estabilidade).
em que é comum a ocorrência de doenças no
A magnitude de ativação do GMed foi significativamente joelho, e indivíduos do sexo masculino e femi-
Examinar a relação da atividade correlacionada com aumento da obliquidade pélvica e
antecipatória do GMed com o mo- diminuição momento de abdução do joelho. O tempo de início nino,11,14,21 permitindo verificar as possíveis di-
Kim
et al.13
vimento da pelve no plano frontal e de ativação do GMed não mostrou correlação significativa, ferenças entre homens e mulheres no padrão
o momento de abdução do joelho indicando que a magnitude é um fator importante para a
2016
durante a transição para o apoio proteção contra queda pélvica excessiva e momento abdutor de alinhamento do membro inferior no plano
unipodal. do joelho ao deslocar-se para o apoio unipodal em pessoas frontal, com a hipótese de que mulheres te-
saudáveis.
riam maior propensão a lesões no joelho por
EMG: eletromiografia; DAJ: dor anterior no joelho; GMed: glúteo médio; SDFP: Síndrome da dor femoropatelar; LCA: ligamento cruzado anterior; apresentarem valgo dinâmico excessivo em
relação aos homens.20
O músculo glúteo médio foi avaliado em
DISCUSSÃO racterística importante para proteção contra todos os estudos incluídos na presente revisão
queda pélvica excessiva e o momento abdutor e a eletromiografia foi utilizada em cinco de-
Esta revisão sistemática da literatura do joelho, sem diferenças significativas entre les (45%). No entanto, a espessura do tecido
teve como objetivo apontar as possíveis os sexos quanto a ativação deste músculo. subcutâneo do indivíduo, a velocidade de con-
características e ações da musculatura glútea Além disso, a fadiga dos músculos abdutores tração muscular, a área de secção transversa
relacionadas com a estabilização dinâmica do do quadril está associada a maiores alterações do músculo, a idade, o sexo, mudanças súbitas
joelho e investigar a eficácia de programas nos índices de estabilidade do membro inferior, de postura, a distância entre eletrodos, as di-
de intervenção direcionados à musculatura comparado à fadiga dos músculos extensores de ferenças antropométricas e a impedância da
glútea na melhora de desfechos funcionais ou joelho. Finalmente, programas de exercícios que pele são fatores que interferem na detecção
sintomatológicos relacionados às disfunções incluem fortalecimento abrangendo a muscula- do sinal eletromiográfico, e, portanto, os re-
na articulação do joelho. tura póstero lateral do quadril, associado ao tra- sultados devem ser interpretados com caute-
Segundo os resultados da maioria dos es- tamento convencional que inclui o alongamento la.10,11,13,14,22
tudos incluídos, os músculos glúteos médios e fortalecimento dos músculos do joelho ou as- A contração isométrica voluntária máxima foi
são capazes de manter o alinhamento do sociado ao fortalecimento do tronco, foram efica- o método mais utilizado para se determinar um
membro inferior no plano frontal, reduzindo o zes na manutenção da estabilidade dinâmica do valor de normalização do sinal eletromiográfico
valgo dinâmico em atividades funcionais, sen- joelho e geraram melhoras clínicas importantes dos músculos avaliados, sendo este o método
do a magnitude de ativação deste músculo ca- que, segundo os resultados do único estudo ex- mais adequado e recomendado para análise de
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revisão sistemática da literatura
Quadro 5. Objetivos, resultados e conclusões obtidos pelos estudos do tipo ensaio clínico ativação da musculatura glútea entre homens e
aleatorizado (n=3)
mulheres, observou-se que não há disparidade
ESTUDO OBJETIVOS RESULTADOS E CONCLUSÕES entre os sexos.11 Entretanto, novos estudos com
Determinar se o fortalecimento dos Somente o grupo que recebeu exercícios de fortalecimento mus- objetivos similares devem ser desenvolvidos
mm. Abdutores do quadril e rotadores cular para joelho e quadril demonstrou resultados significativos de para se determinar se há ou não particularidades
laterais juntamente com a musculatu- melhora no teste funcional para dor anterior do joelho. O teste de
Fukuda
ra do joelho é mais eficaz que o forta- salto unipodal apresentou resultado clinicamente significativo em associadas ao sexo nas características e ações
et al.24
2010
lecimento da musculatura do joelho ambos os grupos que receberam a intervenção comparado ao da musculatura glútea relacionadas com a
isoladamente ou a nenhum trata- GC, porém sem diferenças entre os GE (exercícios de fortaleci-
mento para melhora da dor e função mento para quadril e joelho e exercícios de fortalecimento para estabilização dinâmica do joelho.
em mulheres sedentárias com SDFP. o joelho). A fadiga dos músculos abdutores e extenso-
Determinar se adicionar exercícios de O grupo que recebeu fortalecimento muscular para joelho e quadril res do quadril foi associada a maior instabilidade
fortalecimento do quadril aos exer-
cícios de fortalecimento convencio-
apresentou melhor função e diminuição da dor aos 3, 6 e 12 meses
após o tratamento, em comparação com o valor basal, para todas
no equilíbrio em indivíduos com síndrome da dor
nais de joelho produzem resultados as medidas funcionais de avaliação. Diferenças significativas para patelofemoral, sendo apresentada a hipótese de
melhores a longo prazo em mulheres
com SDFP.
os pacientes no grupo que recebeu fortalecimento muscular para
joelho foram diminuição da dor ao subir escadas em 6 meses, descer
que os músculos proximais dos membros inferio-
Fukuda
et al.25
escadas em 3 e 6 meses após o tratamento e melhoria no single leg res têm um papel fundamental na manutenção
2012
hop test em 3, 6, e 12 meses após o tratamento. O grupo que recebeu
fortalecimento muscular para joelho e quadril, quando comparado
do equilíbrio sob condições dinâmicas mais desa-
com o grupo que recebeu fortalecimento muscular para joelho, fiadoras.23 Além da força absoluta dos músculos
tinham significativamente menos dor e melhor função em todas
as medidas de resultados em todas as ocasiões. Assim, programas
do quadril, outros fatores como a propriocepção
de tratamento para pacientes com dor anterior do joelho devem e estabilidade poderiam ser importantes no con-
incorporar fortalecimento da musculatura póstero¬lateral do quadril. trole do joelho durante o salto anterior.11 Numa
Analisar os mecanismos pelos quais um A força excêntrica dos músculos glúteos mostrou um efeito de população assintomática, a força dos músculos
programa de treinamento com foco no mediação que variou de 18% a 32% nas alterações da cinemática
fortalecimento do quadril e do tronco do plano frontal (diminuição da inclinação do tronco ipsilateral, póstero laterais do quadril não foi correlacionada
Baldon
leva a mudanças na cinemática do depressão pélvica contralateral e adução do quadril ipsilateral) com a quantidade de movimento do joelho em
plano frontal, testando aumento de for- observado no grupo FST (exercícios de estabilização funcional de
et al.26
ça muscular no quadril e tronco como quadril e tronco) após a intervenção. valgo e varo durante o teste de salto anterior uni-
2015
mediadores de mudanças na adução podal. Por estes motivos, o treino proprioceptivo
do quadril, queda pélvica e inclinação
pélvica ipsilateral em mulheres com dos membros inferiores para assegurar a qualida-
SDFP. de do movimento tem sido recomendado como
investigação em estudos futuro.11
Entretanto, deve-se considerar que a
ausência desta correlação significativa pode
potencial de ativação muscular21 e foi utilizada nos possível investigar de forma mais completa os estar relacionada ao fato da amostra do estudo
estudos observacionais incluídos. Porém, a habili- efeitos de intervenção que foi realizada. ter sido composta somente por indivíduos
dade de ativar as unidades motoras em níveis sa- Acredita-se que o músculo glúteo médio saudáveis assintomáticos. É possível que em
tisfatórios depende de fatores como o treinamen- tenha papel importante em indivíduos com dor indivíduos que apresentem lesões nos joelhos
to e a motivação, o que pode alterar os níveis de patelofemoral, pois sua ação pode produzir for- e / ou membros inferiores, esta relação da
contração eficientes para a análise.13,14,20,21,22 Estes ças indiretas no joelho,14 presente no controle força muscular dos músculos póstero laterais
fatores também devem ser considerados ao se in- da rotação interna do fêmur, diminuindo o mo- do quadril com a quantidade de valgo e varo
terpretar os resultados destes estudos. mento de abdução e controlando o valgo dinâ- produzida no joelho seja observada.11
Sistemas de análise cinematográfica por mico do joelho, visto sua função estabilizadora No estudo de Baldon et al.26 o fortalecimento
foto ou vídeo e plataformas de força são da pelve, em movimentos funcionais.13,14,22,21,23 dos músculos glúteos foi um dos mecanismos que
métodos comumente utilizados em pesquisa Segundo Kim et al.13 a magnitude e não o levou à redução de movimentos compensatórios
para análise do movimento humano20,26e tempo de ativação do glúteo médio é um fa- dos membros inferiores (MMII) no plano frontal,
foram utilizados em seis (54%) estudos incluídos tor mais importante para a proteção da queda resultando em um menor momento de adução
nesta revisão que tiveram como objetivo pélvica e adução do joelho no plano frontal, do joelho e consequente diminuição do estresse
analisar o padrão de movimento do membro durante o deslocamento bipodal para unipo- femoropatelar, reduzindo os sintomas dos indiví-
inferior no plano frontal. Nestes métodos, as dal, em indivíduos saudáveis, sugerindo que duos que participaram do estudo. O mesmo foi
marcações utilizadas sobre a pele podem gerar o treinamento para o controle neuromuscular verificado nos estudos de Fukuda et al.24,25
erros importantes nas medições. Além disso, a do glúteo médio deve enfatizar a magnitude Fukuda et al.25 consideram que para o tra-
análise de movimentos do plano frontal pode de contração antes de fazer a transição da tamento eficaz de indivíduos sintomáticos de
ser influenciada por movimentos no plano postura bipodal para unipodal, melhorando o síndrome patelofemoral, o fortalecimento da
sagital utilizando estas técnicas,11,13,20,21,23,26 padrão cinemático do membro e consequen- musculatura póstero lateral do quadril pode
fatores que devem ser considerados na temente reduzindo sintomatologias. Indiví- melhorar o controle motor e o equilíbrio, me-
interpretação dos resultados destes estudos. duos com dor patelofemoral podem apresen- lhorando o desempenho funcional do teste de
A dinamometria isocinética foi utilizada tar diminuição na atividade elétrica do glúteo salto unipodal, podendo este músculo atuar
para avaliar o torque excêntrico dos músculos médio, músculo capaz de controlar momentos como sinérgico do músculo quadríceps duran-
abdutores e rotadores laterais do quadril no do plano frontal, no quadril, produzindo forças te a extensão do joelho.
estudo de Baldon et al.26 Caso a análise ele- indiretamente através do joelho.14 Programa de fortalecimento da musculatura
tromiográfica da musculatura estudada tam- Parece não ter diferença entre sexos póstero lateral do quadril (músculos abdutores,
bém tivesse sido realizada neste estudo, seria quando este desfecho é avaliado: ao verificar a rotadores laterais e extensores) associado ao
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revisão sistemática da literatura
25. Fukuda TY, Melo WP, Zaffalon BM, Rossetto FM, 26. Baldon RM, Piva SR, Scattone Silva R, Serrão 27. Rathleff MS, Rathleff CR, Crossley KM, Barton CJ.
Magalhães E, Bryk FF, et al. Hip posterolateral FV. Evaluating eccentric hip torque and trunk Is hip strength a risk factor for patellofemoral
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