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Jesus, o modelo ideal de humildade

Filipenses 2.5-11.

O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)

Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja
em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (v.5). Este texto reflete a humildade
de Cristo revelada antes da sua encarnação. Certa feita, quando ensinava aos seus discípulos, o
Mestre disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham
a mesma disposição demonstrada por Jesus.

Ele era igual a Deus. “Que, sendo em forma de Deus” (v.6). A palavra forma sugere o objeto de
uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da
divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo
17.5). A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas
como subsistindo ou existindo.
Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”. Os
líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser “igual a Deus”. A Filipe, o Senhor
afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da
Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não
de sua divindade, mas de sua glória.

Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou
aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou- se da sua glória, para assumir
a natureza humana e entregar-se em expiação por toda humanidade. O que podemos destacar nesta
atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza
terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.

O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)

“Aniquilou-se a si mesmo” (2.7). Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova
da sua humildade: Ele “aniquilou-se a si mesmo”. O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô,
que significa também esvaziar, ficar vazio. Portanto, o verbo esvaziar comunica melhor do
que aniquilar a ideia da encarnação de Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de
sua glória e tomou a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua
divindade.

Jesus não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou em parte às
prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro
homem, fez-se maldição por nós (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe
2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, “Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher”. Isto indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A
diferença entre Jesus e os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido gerado virginalmente
pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniquidade (Lc 1.35). Por isso, o amado
Mestre é “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”.
Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8). Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser
escarnecido e maltratado pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do
Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua
missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.

Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8). O Mestre amado foi obediente à vontade
do Pai até mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). No Getsêmani,
antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus,
acatando-lhe a vontade soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo
da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e
morte de cruz.

A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)

“Deus o exaltou soberanamente” (2.9). Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus
é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado
de glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
Usado pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a
glorificação de Cristo. O nome “Jesus” é equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi elevado
acima de todo nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]”
(v.10).

Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica
reconhecer a autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem
claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo. Quando oramos em
seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a soberania. Pois todas as coisas, animadas e
inanimadas, estão sob a sua autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.

“Toda língua confesse” (v.11). Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a


expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar
o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus Cristo é
o Senhor é o ponto de convergência de toda a Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1Co 8.6). Nosso credo implica
o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser
proclamada universalmente.

CONCLUSÃO

O tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de Jesus.


Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação. Aprendemos também
que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado — verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.
E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos céus e na terra. Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-
Poderoso. O nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus
Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.

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