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TCC - Thamires Stefany Galvao Da Silva
TCC - Thamires Stefany Galvao Da Silva
MACEIÓ – AL
2022
THAMIRES STEFANY GALVÃO DA SILVA
MACEIÓ – AL
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL
COORDENAÇÃO DETRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BANCA EXAMINADORA:
Thamires Galvão!
“A essência dos Direitos Humanos é o
direito a ter direitos."
(Hannah Arendt)
RESUMO
Population aging has been widely debated in Brazil on political agendas. In order to
analyze and understand this problem, the research proposed to understand in an
optimized way about the effectiveness of public policies for the elderly, in face of the
existing challenges in the current Brazilian scenario. The methodological process of
the study was based on a quantitative research, of descriptive, explanatory and
exploratory character, with bibliographic and documentary analysis through scientific
sources with the use of books, websites, electronic and printed articles, readings of
dissertations and laws. It was based on a theoretical-reflective analysis of public
policies aimed at the elderly, aiming to understand the Brazilian reality. The results
indicate that the topic requires an in-depth debate, and a review of the system of
rights guarantees is essential, as well as a reassessment of the application of these
policies and their inspection.
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................12
2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL.................................................................15
2.1 O processo de envelhecimento no país.........................................................15
2.2 Características sociodemográfica dos idosos brasileiros...........................18
2.3 Desafios e preconceitos enfrentados pela população idosa no Brasil.......22
3 DIREITOS DA PESSOA IDOSA........................................................................24
3.1 O direito de envelhecer com dignidade…......................................................24
3.2 O protagonismo da pessoa idosa....................................................................32
3.3 A urgência da efetivação das políticas públicas para a população idosa no
cenário brasileiro……......................................................................…........….35
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................42
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...............................................................................45
12
1 INTRODUÇÃO
2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940/2010 e projeção do Brasil por sexo e idade 2000-2060.
7.00% 1.20%
Brancos
30.70% Pardos
Negros
Além desse fato, conforme a Síntese de indicadores Sociais: uma análise das
condições de vida da população brasileira, publicado pelo IBGE no ano de 2017,
salientou acerca do contingente de aposentados dentro do número de pessoas
21
22%
Pretos e pardos
Brancos
78%
de escolaridade. Além disso, essas pessoas idosas que vivem no campo, em sua
maioria, são pessoas que durante toda a sua vida trabalharam em lavouras, tendo,
por conseguinte, várias comorbidades, como: hipertensão arterial, diabetes mellitus,
doenças crônicas de coluna, depressão, dentre outras doenças, que afetam
negativamente na qualidade de vida, no que concerne ao bem-estar físico e
psicológico dessas mulheres. (Barreto, et.al., 2019, p. 242) Isso se deve à
precarização do trabalho no campo e das condições de subsistência em que essas
pessoas eram submetidas. (Ferreira, et.al, 2019, p. 9-10)
É importante ressaltar sobre os avanços nos níveis educacionais, pois,
elevaram-se os índices de pessoas alfabetizadas, logo ocorreu um aumento
significativo nas taxas de idosos alfabetizados. “Em 1940, 74,2% da população idosa
feminina eram analfabetas e, em 2000, essa fração caiu para aproximadamente 1/3”.
(Camarano, Et. al, 2004) O maior crescimento foi principalmente do sexo feminino
com um crescimento de 146% e no sexo masculino foi de 59%.
Conforme, Ferreira, Leeson e Melhado (2019) o maior índice de idosos sem
renda, é em maioria mulheres e autodeclaradas negras ou pardas, devido ao menor
grau de escolaridade e consequentemente por não obter durante sua vida vínculo de
trabalho. No tocante ao sexo masculino, nos dados estatísticos, a maior parte possui
acesso à aposentadoria por tempo de trabalho. A mulher idosa, viúva e sozinha, na
maior parte dos números, vivem em situação de vulnerabilidade social e em
péssimas condições de saúde.
Diante do que foi analisado nos tópicos anteriores, neste item faremos uma
explanação acerca dos direitos da pessoa idosa, ressaltando as legislações
existentes para essa população, a importância da valorização da pessoa idosa
enquanto sujeito de direitos e a necessidade e importância da efetivação dessas
políticas no cenário brasileiro atual.
Foi com a CF/88 que ocorreu o primeiro grande avanço no que concerne às
políticas de proteção social aos idosos no Brasil. Além disso, foi a primeira
constituição brasileira a obter um capítulo de ordem social, em que trata de temas
como família, criança, adolescente e sobre o idoso. (IPEA, 2016, p.24)
Sendo assim, fica assegurado o dever de proteção da família, do estado e da
sociedade para com os idosos, presente no Art. 229º e 230º, da CF/88:
Gaeta, Mello e Hayar (2017), afirmam que esses estigmas e preconceito com
os velhos decorrem da supervalorização do que é novo, ou seja, da juventude.
Dessa maneira, é indispensável à ruptura dessa cultura de enaltecimento do jovem
que desvaloriza e exclui o idoso, pois é através dessa ruptura e da apreciação pela
heterogeneidade e pelas diversas fases da vida, que se torna possível um
protagonismo da pessoa idosa.
A valorização da juventude traz para a pessoa idosa um peso de preconceitos
enraizados. Sendo assim, muitos idosos resistem à velhice, se apropriando de meios
para se associar ao novo e se encaixar nesse mundo atual, utilizam de vestuários,
uso de cosméticos e de cirurgias plásticas para se adequar aos padrões
contemporâneos. Isso é resultado da pressão estética que predomina na sociedade
para ter um corpo jovem, dentro de um que envelhece, recusando-se a viver a fase
da velhice com plenitude. (Minó e Mello, 2011, p.278)
Igualmente, Mesquita (2011, p.51) ainda ressalta que “Os indivíduos acabam
por tornarem-se reféns de lógicas e discursos de rejuvenescimento, que parecem
privilegiar apenas aqueles que possuem meios para utilizarem essas práticas.” Logo,
compreende-se que além da desvalorização dessa fase e do enaltecimento da
juventude, essa supervalorização do “novo” privilegia uma pequena parcela da
sociedade, apenas idosos com meios financeiros conseguem se adequar e se
encaixar ao que a sociedade propõe como o ideal.
Ainda que o Brasil possua legislações que promovem alguns serviços básicos
de saúde, estes são bastante escassos e insuficientes, principalmente em relação a
Instituições de Longa permanência (ILPI) e para idosos que não possuem meios
financeiros, que vivem em situação de vulnerabilidade social e não possuem planos
de saúde, estes são os mais afetados pela ausência da efetivação das políticas
públicas. (Kuchemann, 2012, p. 168)
As maiores adversidades enfrentadas no cenário brasileiro são a geração de
recursos e a construção de infraestrutura que proporcione um envelhecimento
adequado. Esta circunstância é essencial, no que se refere à economia, pois
segundo a OMS (2002), idosos ativos consomem menos recursos, logo,
proporcionar um envelhecimento ativo e uma melhora na qualidade de vida é
promover uma vida melhor e com seguridade social assegurada. (Wong e Carvalho,
2006, p. 20)
37
Como afirma Lucena (2016), ser baixa renda afeta diretamente na qualidade
de vida desses indivíduos, tornando-os mais suscetíveis a adquirirem doenças ao
longo da vida, inibindo-os de adentrar na terceira idade ou chegando à fase idosa de
forma debilitante, devido a falta de acesso a recursos fundamentais que são
assegurados pela CF/88.
Pessoas que possuem poder aquisitivo maior e meios financeiros
simplesmente crescem em ambiente opostos, com estabilidade financeira, acesso a
alimentos saudáveis, acesso à saúde e educação de qualidade, vivem em
comunidades que possuem menos crimes, dentre tantos fatores que influenciam
diretamente na qualidade de vida e propicia um envelhecimento mais ativo e
saudável dessa população. (Lucena, 2016)
Em concordância com Alcântara (2016), Braga, et. al. (2016, p. 11) fala
acerca da cidadania da pessoa idosa e a extrema dependência que o idoso passa a
ter devido ao estereótipo de “incapaz” ditado pela sociedade, então dessa forma, a
família retira do idoso o poder de decisão, o poder de ir e vir, de administrar seus
próprios bens, retirando a sua autonomia. Além disso, a autora explicita a respeito
da questão previdenciária, outro fato que afeta a cidadania do idoso, visto que,
possuindo sua própria renda, o mesmo pode ter a sua independência e autonomia,
sendo estes, direitos assegurados pelo estatuto do idoso.
É essencial que se crie uma sociedade justa e igualitária na efetivação dos
direitos para todos os indivíduos, seja criança, adulto ou idoso, para que todos os
membros possam ser participantes ativos nos aspectos econômicos, sociais e
políticos, ou seja, em todas as estruturas sociais, pois com o exercício da cidadania
é possível transformar os estigmas em torno do envelhecimento de forma positiva e
assim apresentar um engajamento da população idosa na vida em sociedade e
principalmente nas tomadas de decisões acerca dos seus direitos. (Braga, et. al,
2016, p. 11-12)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CAMARANO, A. A., KANSO, S., & MELLO., J. L. (2004). Como vive o idoso
Brasileiro? Em A. A. Camarano, Os Novos Idosos Brasileiros: Muito Além dos 60?
(p. 640). Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
IBGE. (19 de março de 2019). Idosos indicam caminhos para uma melhor idade.
Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Disponível em:
https://censo2021.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-
indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade.html acessado em: 10/05/2021
Goldman, S. N., & Faleiros, V. d. (2008). A pessoa idosa como sujeito de direitos:
cidadania e proteção social. Em, Envelhecimento e Saúde da Pessoa idosa. /
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.
Educação a distância; organizado por Ana Paula Abreu Borges e Angela Maria
Castilho Coimbra. – Rio de Janeiro:EAD/ENSP, 2008. 340 p.
Braga, S. F., Guimaraes, L. d., Silveira, R. B., & Pinheiro., D. C. (2016). As políticas
públicas para os idosos no Brasil: a cidadania no envelhecimento. Revista
Diálogos interdisciplinares, Vol. 5 (nº 3).
Barreto, M. A., Portes, F. A., Andrade, L., Campos, L. B., & Generoso., F. K. -. A
feminização na velhice: Uma abordagem biopsicossocial do Fenômeno. Revista
Interfaces Científicas Humanas e Sociais, (Agosto/Setembro/Outubro de 2019). ps.
239 - 252.
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LUCENA, C. (18 de novembro de 2016). A longevidade não será igual para ricos
e pobres.-Fonte: Portal do envelhecimento e Longeviver: Disponível em:
https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/longevidade-nao-sera-igual-para-ricos-e-
pobres/ Acessado em: 14/09/2022