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Leis de Kepler-PARTE 02
Leis de Kepler-PARTE 02
• Os quadrados dos períodos de revolução ( T ) são • Afélio é o ponto mais afastado do Sol, onde o planeta
proporcionais aos cubos das distâncias médias ( a move-se mais lentamente.
1
2 4 DESCOBERTAS POSTERIORES
3 Terceira lei de Kepler: lei dos pe- que representaremos como r̂˙ é igual a θ̇.θ̂ , onde θ̇ é a
velocidade angular do planeta em relação à estrela, e θ̂ é
ríodos um vetor unitário perpendicular a r̂ . Existem duas dire-
ções possíveis de um vetor unitário perpendicular a outro,
Ou seja, sendo T o período de revolução (ano do planeta) mas a direção deste é escolhida de modo que r̂ tivesse que
e D o semi-eixo maior da órbita de um planeta, tem-se:[4] virar no sentido anti-horário para apontar na mesma di-
reção dele. A derivada de θ̂ , por sua vez, é −θ̇.r̂ .
T2
D 3 = k , com k sendo uma constante. O vetor ⃗r é o vetor-posição do planeta em relação à sua
estrela, e é definido como ⃗r = rr̂ , onde r é o módulo da
Esta lei indica que existe uma relação entre a distância distância entre o planeta e a estrela. Assim, ⃗r˙ = ṙr̂ + rr̂˙
do planeta e o período de translação (tempo que ele de- . Seguindo daí,
mora para completar uma revolução em torno do Sol).
Portanto, quanto mais distante estiver do Sol mais tempo
levará para completar sua volta em torno desta estrela. ˙
⃗r¨ = r̈r̂ + ṙr̂˙ + ṙθ̇θ̂ + rθ̈θ̂ + rθ̇θ̂
r̂ é o vetor unitário que indica a direção do planeta em Da última, podemos derivar a conservação do momento
relação à sua estrela. A derivada temporal desse vetor, angular, multiplicando os dois membros por mr :
4.1 Derivação das leis de Kepler 3
( )2
d2 u dr d2 r
= 2r− 3 − r− 2
dθ2 dθ dθ2
mr2 θ̈ + 2mrṙθ̇ = 0
Utilizando-a na equação diferencial, a simplificamos sig-
d nificativamente.
[mr2 θ̇] = 0
dt
mr2 θ̇ = l
l 2 d2 u l2 M
onde l é uma constante, que sabemos ser a magnitude do − m2 r2 dθ2 − m2 r3 = −G r2
momento angular.
l 2 d2 u l2
Podemos transformar derivadas temporais em derivadas − 2 2 − 2 = −GM
m dθ m r
em relação a θ , a partir da seguinte relação:
2
d u GM m2
+ u =
dθ2 l2
dθ l A função que satisfaz à essa equação diferencial é:
=
dt mr2
Se tivermos a derivada de qualquer função X(t) em re-
GM m2
lação ao tempo, podemos usar a regra da cadeia: u= + ϵ cos(θ + θ0 )
l2
Ou seja,
dX dX dθ
=
dt dθ dt
l2 1
dX l dX r=
= GM m2 1 + ϵ cos(θ + θ0 )
dt mr2 dθ
O que é de grande utilidade na equação diferencial: ϵ é uma constante arbitrária de integração, e
pode ser obtido se for dada a posição do planeta
em qualquer instante. Com ϵ menor do que
M
r̈ − rθ̇2 = −G 1 , temos a equação de uma elipse escrita em
r2 coordenadas polares. Se ϵ for 0 , a equação é a
[ ]
l d l dr M de um círculo.
− rθ̇2 = −G 2
mr2 dθ mr2 dθ r
( ( )2 ) Assim, derivamos a Primeira Lei de Kepler.
l l dr l d2 r M
2
. −2 3 + 2 2
−rθ̇2 = −G 2
mr mr dθ mr dθ r
4.1.2 Segunda lei de Kepler
( ) 2
l2 dr l2 d2 r M
−2 2 5 + 2 4 2 − rθ̇2 = −G 2 A segunda Lei de Kepler é bem mais simples de se
m r dθ m r dθ r
derivar.[6]
É preciso aqui extrair do momento angular uma relação
A área descrita pelo raio-vetor que liga o planeta à sua
útil:
estrela durante um certo tempo é dada por
l = mr2 θ̇ ∑
N
l ai
θ̇ = i
mr2
Substituindo na equação principal, Onde ai são as áreas percorridas em frações desse tempo.
Podemos fazer essas frações de tempo arbitrariamente
pequenas, e consequentemente teremos um N cada vez
( )2
l2 dr l2 d2 r l2 M maior. Nada se altera se fizermos o limite em que as fra-
−2 + − 2 3 =G 2 ções de tempo tendem a 0 , ou seja:
m2 r5 dθ 2 4
m r dθ 2 m r r
Aqui, convém usar uma transformação de variável:
∑
N
A = lim ai
N →∞
− i
u=r 1
du dr Quando tomamos áreas ai menores, elas se aproximam
= −r− 2 arbitrariamente da área de um triângulo com base ∆ri
dθ dθ
4 4 DESCOBERTAS POSTERIORES
ri .∆ri l4
l = mθ̇med
2 G2 M 2 m4
2π
P =
∑
N ∑
N
ri .vi ∆t θ̇med
lim ai = lim
N →∞ N →∞ 2
i i A presença da velocidade angular média nessa equação é
justificada pelo fato de que deve haver algum valor da ve-
O que constitui uma integral:
locidade angular, em algum instante, que satisfaça a essa
equação. Esse valor é justamente o da velocidade angular
∫ t média.
rv
A= dt É possível demonstrar que o período de um planeta com
0 2
órbita circular de raio rmed e velocidade angular θ̇med é
ou, como v = rθ̇ , igual ao período de qualquer planeta com órbita elíptica
de raio médio rmed e velocidade angular média θ̇med .
Isso é feito através da Segunda Lei de Kepler. A área
∫ t total de um círculo é πrmed2
, e a área total de uma elipse
r2 θ̇ l
A= dt é, pela Segunda Lei, 2m P . Através da definição de P
0 2
acima, vemos:
r2 θ̇
l l
A= t A= P
2m 2m
Como o momento angular é sempre o mesmo, são per-
corridas áreas iguais em tempos iguais. Temos a segunda A = lπ
Lei de Kepler mθ̇med
l4 π
A=
4.1.3 Terceira lei de Kepler G2 M 2 m4
Lembrando a equação correspondente ao raio médio (
2
A terceira Lei de Kepler é mais sutil. Ela é escrita em rmed = GMl m2 ), temos:
função do raio médio, então devemos achar esse raio. Na
equação do raio:[6]
2
A = rmed π
l2 1 Que corresponde à área do círculo. Como, pela Segunda
r=
GM m2 1 + ϵ cos(θ + θ0 ) Lei, áreas iguais são percorridas em tempos iguais, então
o período do planeta de órbita elíptica pode ser tomado a
A única variável é o cos(θ + θ0 ) , de modo que o raio partir do período de uma órbita circular correspondente.
médio corresponde ao valor médio dessa variável. Esse
∫ 2π
valor corresponde a ⟨cos(θ + θ0 )⟩ = 2π 1
0
cos(θ +
1
θ0 )dθ = 2π (sin(2π + θ) − sin(θ)) = 0 . Assim, o raio 2π
médio correspondente é: P =
θ̇med
5
2πl3
P =
G2 M 2 m3
3
2πr 2
P = √ med
GM
4π 2 rmed
3
P2 =
GM
P2 4π 2
3 =
rmed GM
O que constitui a terceira lei de Kepler.
5 Ver também
• Isaac Newton
• Lei da gravitação universal
• Leis de Newton
• Momento angular
• Tycho Brahe
• Galileu Galilei
6 Referências
[1] RONAN, Colin A.. História Ilustrada da Ciência: Uni-
versidade de Cambridge. 1 ed. São Paulo: Círculo do
Livro, 1987. 4 vol. vol. III - Da Renascença à Revolução
Científica.
RONAN, Colin A.. História ilustrada da ciência da Uni-
versidades de Cambridge:: Da Renascença à Revolução
Científica. 1 ed. São Paulo: Jorge Zahar, 1990. 4 vol.
vol. III. ISBN 8-585-06168-5
7 Ligações externas
• Matéria sobre quarta Lei de Kepler (que não é vá-
lida)
6 8 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM
8.2 Imagens
• Ficheiro:Cquote1.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Cquote1.svg Licença: Public domain Contribuido-
res: ? Artista original: ?
• Ficheiro:Cquote2.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1a/Cquote2.svg Licença: Public domain Contribuido-
res: ? Artista original: ?
• Ficheiro:Earth_Eastern_Hemisphere.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6f/Earth_Eastern_Hemisphere.
jpg Licença: Public domain Contribuidores: http://visibleearth.nasa.gov/view_detail.php?id=2429
http://veimages.gsfc.nasa.gov//2429/globe_east_540.jpg Artista original: NASA
• Ficheiro:Kepler-second-law.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c9/Kepler-second-law.svg Licença: CC-
BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?
• Ficheiro:Kepler_laws_diagram.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/98/Kepler_laws_diagram.svg Licença:
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