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Parafusamento

Curitiba
07/2014

Téc. Ensino:
Valério M. Marochi
Elementos de Fixação

• A união de uma peça à


outra tem como função
limitar o movimento
relativo das duas peças
adjacentes

• Para tanto são utilizados

Elementos de Fixação
Elementos de Fixação

• Dentre eles, os mais utilizados são:


• Rebites
• Pinos elásticos
• Cupilhas
• Parafusos
• Porcas
• Arruelas
• Anéis elásticos
• Chavetas
• Abraçadeiras
Elementos de Fixação

• A escolha do tipo de elemento de fixação depende de


fatores como:
• Necessidade de desfazer a união
• Grau de imobilização
• Resistência mecânica
• Espaço disponível

• Tais fatores definem o Tipo de União (ou Junta)


Tipos de União – quanto ao movimento

União ou Descrição Exemplo


Junta
Impede totalmente o Solda de estruturas e
Fixa deslocamento relativo carrocerias
das peças
Somente alguns
deslocamentos são Dobradiças e
Móvel evitados. Pode ser articulações
regulável ou não
regulável
Quando existe algum
elemento elástico entre Dispositivos de
Elástica as peças que permite suspensão e
um deslocamento amortecimento
limitado
Tipos de União – quanto à facilidade de separação

União ou Descrição Exemplo


Junta
Permite desmontagem e Parafusamento,
Provisória montagem sem danificar os pinagem, travamento
componentes com anéis e cupilhas
Impossibilita a separação Solda, interferência,
Permanente das peças, ou danifica as cola
mesmas ao ser realizada
União Provisória (por elementos roscados)

• Permite a desmontagem e a montagem das peças

• Principal representante: parafuso


Classes e tipos de Parafusos
Os parafusos podem ser diferenciados pelos itens abaixo:

Forma da Forma da
Rosca cabeça

Forma da Tipo de
haste acionamento
Forma da Rosca

Rosca é um conjunto de filetes em


torno de uma superfície cilíndrica.
Permite a montagem e
desmontagem de peças ou
movimentação de peças

Pode ser interna (porcas e


peças) ou externa (parafusos)
Forma da Rosca

Os filetes de rosca apresentam vários perfis diferentes, os


quais dão nome à rosca e determinam sua aplicação
Forma da Rosca

Atualmente existem 3 sistemas de rosca de perfil triangular


aplicados na indústria:

• Métrico ISO – identificado pelo prefixo “M”

• Whitworth (inglês) – identificado pelas siglas BSW e BSF

• Americano ISO – identificado pelas siglas UNS e UNF


Forma da Rosca
• Há várias formas de se verificar a medida de uma rosca,
dependendo da ferramenta utilizada:

• Escala Graduada

• Paquímetro

• Verificador de Rosca
Forma da Cabeça
Pode apresentar-se de diversas formas, independente do
tipo de acionamento do parafuso.
Forma da Haste (corpo)
A haste (ou corpo) do parafuso pode ser, basicamente,
caracterizada por três quesitos: forma da haste, rosca e
ponta.

Forma Exemplo Rosca Exemplo

Cilíndrica Totalmente
roscada

Cônica Parcialmente
roscada
Tipo de Acionamento
Está relacionado com o tipo de ferramenta utilizada para
manipular o parafuso.
Perguntas
Carregamentos em juntas

• Um
O é um carregamento
queparafuso, quando empregado
? em uma junta, está

“Qualquer
exposto a 3influência que causa
tipos de esforços ouforças ou deformações
carregamentos em
possíveis:

um corpo ou uma estrutura.”

Pode ser concentrado ou distribuído.


• Tração

• Flexão

• Cortante
Carregamentos em juntas

E quanto ao esforço de torção do parafuso?

Gera torque (momento de torção), que

resultará na tração do parafuso e

consequente compressão da junta.


Carregamentos em Juntas

A quanto de tensão podemos sujeitar um parafuso?

Vários fatores são levados em consideração:


• Matéria-prima
• Tratamento térmico aplicado no parafuso
• Tipo e passo da rosca
• Acabamento superficial
• Coeficiente de atrito
Princípios de torque

• O que é torque?

“Torque
“É o produto de uma
ou binário ouforça (F) aplicada
momento paralela
de força e
ou momento de

alavanca é uma forçaaque


perpendicularmente umtende a torcer
eixo pela um corpo
distância (L) doem
ponto

torno
de do seu eixo longitudinal.”
aplicação.

T=F.L
Condições de Juntas
• A relação entre o torque aplicado e a força de união

efetiva depende das condições de junta, que podem


variar de acordo com três características:

Rigidez da Resistência à
junta torção

Lubrificação e
Resistência à
tratamento
tração
superficial
Rigidez da Junta
• Definida pela norma ISO 5393 em três classes:
• Rígida
• Semi-flexível
• Flexível
Resistência à torção
• Similar à rigidez, está vinculada à relação diâmetro x
comprimento do parafuso, podendo ser classificada em
três níveis:
• Rígida
• Intermediária
• Elástica
Lubrificação e tratamento superficial
•A
O lubrificação afeta influencia
material também o coeficiente de relação,
nesta atrito nauma
rosca e sob
vez que
a cabeça,
está alterando
diretamente a relação ao
relacionado torque de aperto
coeficiente de xatrito.
força de
união.
Torque aplicado (a seco)
Atrito em roscas de diferentes materiais e condições de lubrificação
10%

Força de união
50% Atrito na rosca
Atrito sob a cabeça
40%
Resistência à tração
• Os parafusos e porcas são classificados por várias
normas diferentes quanto a sua resistência à tração, das
quais as principais são:

• ISO 898-1 (parafusos)


• ISO 3506-1 (propriedades mecânicas para aço inox)
• SAE J429 (parafusos e porcas em polegada)
• DIN 267-4 (porcas)
ISO 898-1
• Os parafusos são classificados em 9 classes
Tratamento Tensão dediferentes
Tensão de
Classe ISO Material térmico
Ruptura, σrup Escoamento,
quanto a resistência à tração das quais as(Mpa)
mais σesc (MPa)
4.8 Baixo e médio parcialmente ou 400 80% da σrup
importantes são as
carbono,
6 descritas na tabela
totalmente recozido
seguinte:
5.8 Aço baixo ou médio trabalhado a frio 500 80% da σrup
carbono
6.8 - 600 80% da σrup

8.8 Aço médio carbono Temperado e 800 80% da σrup


revenido
10.9 Aço médio carbono Temperado e 1000 90% da σrup
revenido
12.9 Aço-liga Temperado e 1200 90% da σrup
revenido
Resistência à tração

• Como interpretar a simbologia das classes?

Valores para outras classes:


SAE J429
• Os parafusos e porcas são classificados em 7 graus
diferentes quanto a resistência ao torque, sendo marcados
de forma distinta a fim de permitir a sua identificação:
Perguntas
Princípios de aperto

• Aperto, pré-carga ou pré-tensão é a carga aplicada sobre

uma junta sob a forma de torque (momento) com a

finalidade de:

• Gerar a deformação prévia do elemento de fixação,

evitando que este estique ao sofrer tração por esforço de trabalho;

• Reduzir vibrações;

• Garantir vedação.
Princípios de aperto

• O aperto de uma junta parafusada pode ser realizado por

três processos diferentes:

• Aperto por torque simples (“torque seco”)

• Aperto por torque e monitoramento do ângulo

• Aperto por torque e ângulo

• Aperto por controle de força


Princípios de aperto
• Aperto por torque simples ou “torque seco”.
Princípios de aperto
• Aperto por torque simples ou “torque seco”.

• Exemplo: Torque especificado: 20 N.m ± 2 N.m (10%)


Vantagens Torque dinâmicoDesvantagens
ou Limites da janela de torque
Equipamento necessário para torqueElevada
de “set-up”
dispersão para a ferramenta e para a
do torque
aplicação simples da ferramenta verificação (torque estático)
Não apropriado para aplicações
críticas
Elevado risco de ocorrência de
torque falso
Processo de torque de fácil Não garante força tensora
Torque aplicação
de e compreensão constante
assentamento da Risco de alongamento do parafuso
junta ou deformação das peças
Variação angular entre
assentamento e torque final
Princípios de aperto

• Aperto por torque e monitoramento do ângulo


Princípios de aperto

• Aperto por torque e monitoramento do ângulo

• Requer equipamento eletroeletrônico


Vantagens Desvantagens
Garante uma força tensora mínima e Exige equipamento eletroeletrônico
estável
Adequado para juntas consideradas Para multiuso (diferentes juntas em
críticas uma mesma estação de aperto), as
Risco zero para Torque Falso juntas devem ter uma certa
similaridade
Permite um controle das condições da
junta, resultando num risco baixíssimo
de alongamento do parafuso e ou
deformação das peças
Princípios de aperto

• Aperto por torque e ângulo


Princípios de aperto

• Aperto por torque e ângulo

Vantagens Desvantagens
Garante uma Força Tensora estável O equipamento deve ser
eletroeletrônico
Adequado para juntas consideradas Não é possível auditar o ângulo de
críticas deslocamento
Risco zero para Torque Falso
Cada junta permite uma estratégia de
aperto particular e específica
Princípios de aperto

• Aperto por controle de força – “Yield Point”


Princípios de aperto

• Aperto por controle de força – “Yield Point”

Vantagens Desvantagens
Garante uma Força Tensora específica O equipamento deve ser
eletroeletrônico e dispor de
transdutor de ângulo e transdutor de
torque
Adequado para juntas consideradas Não é possível auditar o ângulo de
críticas deslocamento
Risco zero para Torque Falso
Possibilita a realização do aperto tanto
na região elástica quanto na região
elasto-plástica do parafuso
Princípios de aperto

Por que devemos controlar o torque a ser aplicado numa

junta parafusada?

Problemas decorrentes de aplicação de torque incorreto

Torque excessivo Torque insuficiente

• Espanamento da rosca • Afrouxamento do parafuso (vibrações)


• Quebra do parafuso • Falhas de vedação (vazamentos)
• Trincamento do parafuso • Operação de máquinas e equipamentos
• Empenamento do conjunto fixado comprometida
• Esmagamento de juntas e/ou gaxetas • Potencialização de acidentes e danos ao
(vazamentos) patrimônio
Princípios de aperto
• Qual a importância da sequência de aperto?

Evitar as interações elásticas

(crosstalk), efeitos que

afetam a pré-carga de

parafusos já apertados num

conjunto quando o aperto é

dado individualmente.
Princípios de aperto
• Testes apontam que as interações elásticas podem

reduzir a pré-carga dos parafusos em até 35%.

• As sequências de aperto visam diminuir a variação da

pré-carga nos conjuntos de parafusos, distribuindo-a

uniformemente.

Sequência de aperto Sequência de aperto


em espiral em padrão circular
(padrão não-circular)
Perguntas
Torquímetro

• Sabendo-se as especificações de aperto

para uma junta aparafusada, como saber

se a junta foi adequadamente apertada?

Que ferramentas e métodos utilizar?


Torquímetro

• A medição do torque pode ser realizada por dois métodos

distintos:

• Medição estática – realizada após a aplicação do

torque em uma junta

• Medição dinâmica – realizada durante a aplicação do

torque em uma junta


Torquímetro
• Medição Dinâmica (Torque Dinâmico)
• É o valor pico de torque medido em tempo real em
apertadeira (elétrica/eletrônica) com controle de torque durante
a operação de aperto.
• Os valores de torque obtidos são registrados eletronicamente
na apertadeira. Não pode ser checado após sua aplicação
(apenas monitorado).
• Quando empregado em apertadeira sem controle de torque, é
conhecido como o ‘Torque de “set-up”’ da apertadeira.
Torquímetro
• Medição estática (Torque estático ou residual)
• É o valor de Torque medido em apertadeira sem controle de
torque.
• O “set-up” da apertadeira corresponde ao valor do Torque
Dinâmico, e na sua ausência, geralmente, ao valor médio do
Torque Estático.
• O Torque Estático também é aplicado como ‘Torque de
Verificação’ quando da auditagem de Torques. Neste caso
corresponde ao Torque de Aperto requerido para iniciar a
quebra de uma fixação já efetuada.
Torquímetro

• Torquímetros são ferramentas manuais destinadas a

aplicação e verificação de torque em juntas roscadas a

partir de valores previamente estabelecidos.

• O tipo e a especificação da ferramenta são determinados

pela aplicação.
Torquímetro

• Fatores de conversão de unidades de medida de torque:

Conversão de Unidades de Torque


Unidade Unidade Procurada
Conhecida N.m Lbf.pé Lbf.pol Kgf.m Kgf.cm
N.m 1 0,7376 8,851 0,10197 10,197
Lbf.pé 1,3558 1 12 0,13825 13,825
Lbf.pol 0,11298 0,0833 1 0,01152 1,152
Kgf.m 9,807 7,233 86,795 1 100
Kgf.cm 0,09807 0,0723 0,868 0,01 1
Torquímetro

• Dentre os tipos de torquímetros os mais utilizados são:

• Vareta(barra flexível)

• Ponteiro (estrutura rígida)

• Estalo (click ou catraca)

• Indicador digital (ou sonoro)

• Angular (transferidor de graus)


Torquímetro

• Vareta (barra flexível)

• Funciona através da comparação do deslocamento da


• Cuidado ao observar a
escala (juntamente com a barra flexível) em relação à
posição do indicador
posição do indicador fixo
(erro de paralaxe)

• Deve ser substituido caso

ocorra o empenamento da

barra flexível
Torquímetro

• Ponteiro (estrutura rígida)

• Verificação do torque durante a aplicação através do

deslocamento do ponteiro e após a aplicação através da

posição do ponteiro de arraste.

• Deve ser calibrado periodicamente

• Atentar para o erro de paraláxe


Torquímetro

• Estalo (click ou catraca)

• A aplicação do torque é realizada sem necessidade de

monitoramento de ponteiro ou mostrador

• Mediante ajuste prévio do valor desejado na escala da

ferramenta, ao atingir o torque ouve-se um click e o

acoplamento gira livremente, evitando que seja aplicado

um valor maior do que o ajustado.


Torquímetro

• Indicador digital (ou sonoro)

• A aplicação do torque é realizada da mesma forma que

no torquímetro de ponteiro, porém a verificação pode ser

feita através de mostrador LCD, LED’s ou ainda aviso

sonoro.
Torquímetro

• Indicador digital (ou sonoro)


Torquímetro

• Torquímetro Angular

• Aplicado em juntas TTY (“Torque to Yield”)


Torquímetro
• Cuidados especiais ao manusear torquímetros:

• Não aplicar valores de torque que excedam a capacidade da

ferramenta;

• Não utilizar o torquímetro para afrouxar ou apertar parafusos

previamente apertados;

• Não derrubar, pois pode afetar a precisão da ferramenta;

• Manter a ferramenta sempre calibrada, seguindo os períodos de

calibração periódica corretamente.


Parafusadeiras (apertadeiras)

• Ferramentas automáticas de aperto destinadas à

aplicação e monitoramento de torque em juntas roscadas

a partir de valores previamente estabelecidos.

• São divididas em 3 classes:

• Parafusadeiras de aperto contínuo

• Chaves de impacto

• Chaves de impulso
Parafusadeiras

• A especificação de uma ferramenta de aperto requer a

observação de alguns fatores:

1 Acessibilidade
2 Processo de aperto a ser utilizado
3 Criticidade, característica e componentes da junta parafusada
4 Número de apertos por produto e produção desejada
5 Necessidade de sistema a prova de erros
6 Uso de soquetes, extensões barras de reação e acessórios
7 Rastreabilidade
8 Ergonomia
9 Manutenção e calibração
10 Custo efetivo da ferramenta durante toda a sua vida útil
Parafusadeiras de aperto contínuo
• Maioria das parafusadeiras elétricas e pneumáticas, as

quais desenvolvem torque continuamente até atingir o

limite da ferramenta ou do ajuste.


Chaves de Impacto
• Baseiam-se no princípio do uso de um martelo para

golpear uma chave, desenvolvendo o torque somente no

momento do impacto.

• Ideais para desaperto de


Vantagens Desvantagens
parafusos e porcas
Capacidade elevadaoxidados e de ruído relativamente
de torque Nível
em relação ao peso e tamanho alto
da ferramenta
rustidos, em aplicações que não
Flexível e simples de usar Dificuldade no monitoramento
torque aplicado
requerem elevado nível de

precisão.
Chaves de Impulso
• Desenvolvem impulsos através de golpes aplicados a um

colchão hidráulico, desenvolvendo o torque somente no

momento do impacto até atingir o valor de torque pré-

estabelecido.
Vantagens Desvantagens
• Ideais para desaperto de parafusos e
Capacidade elevada de torque Dificuldade no monitoramento
em relação ao peso e tamanho do torque aplicado
porcas
daoxidados
ferramenta e rustidos, em
Flexível e simples de usar
Custo maior em relação às
aplicações que não requeremchaves
elevado
de impacto
Baixo nível de ruído e de
nível de precisão.
vibração
Parafusadeiras

• Elétricas
Parafusadeiras

• Pneumáticas
Parafusadeiras

• Uma das práticas mais

importantes ao utilizar

parafusadeiras pneumáticas é o

ajuste da pressão (dinâmica) de

trabalho, impactando

diretamente no torque final

fornecido pelo equipamento.


Acessórios

• Dispositivos utilizados em conjunto com torquímetros e

parafusadeiras dependendo da necessidade e da

ferramenta utilizada.

• Soquetes

• Cabos

• Mangueiras

• Prolongadores (extensões)
Perguntas

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