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Capitulo 20 Acréscimos, Diferenciais e Aproximagao pela Reta Tangente 20.1 Introdugao Como ji vimos, a derivada f"(x) de uma fungi = f(x) pode ser definida como Ay = Ma ae nde A.r é uma variagio nio-mla na vardvel independente 2 6 A.y~ f(x + A) — I(x) 6a varagio comespondente em y. No Cop. 9 , introc otagio do Lichniz 4 para a derivada da funcio y = f(z) enlatizamos quo esta, notagao era apenas um simbolo ¢ nao uma fragio. No entanto, é verdade que 4 parcce uma fragéo, ¢, em alguns contextos fineiona como tall O exomplo mais importante disto se dé na regen da endein, que, usando-se a notacio de Leibniz, pode ser enuncinda, da seguinte maneira: dy _ dy dr Neste caso, a formula correta para a derivada de uma fungéo composta y(x(t)) parcce sor obtida cancclando-so de como se as derives 2 @-4f fossem de fata fraqion, O objetivo deste capitulo & dar significado aos terms dy e de, de tal modo que o seu quociente seja a derivuda f(z), Para iss 6 preciso estabclooer a elacao entre o aeéscino om incremento Ay 6 a derivada (taxa de-variacio) da funcio f . Neste capttulo, daremos wana resposta aproximada para esta questo, A resposta exata para esta pengunta 6 daca pelo teorema do valor méélo. 20.2 Aproximagao pela reta tangente Seja f uma fungio derivivel definida num intervalo fechado [a, 5]. O problema que se coloca & como estimar, de maneira ripida e simples, a variagio ocortida em y = f(z), quando 2 varia de um certo valor original 2p para um novo valor 79 + Ar. O valor exnto desta variagio, como sabemos, 6 0 incremento corresponddente cm y, dado por Ay=f(z0-+ 42) — f(a»), como mostra a figura abaixo, Nom sempre 6 possivel ealcular exatamente este valor. Por exemplo, soja f(x) — VTF. Para ealeular a variagio ocorrida em y = f(x), quando varin de zor0 a 0405, serin necessirio conhecermas © valor exato de VT05. Como 6 sompre fieil caleular valores de fungdes cujos griticos sao retas (para isto basta saber somar e multiplicar), a idéia 6 comparar a variagio ofetiva Ay com a alteragio que ocorreria no valor de y se a fungio f continnasse a variar A taxa fixa f'(e0), enquanto a variivel independente passasse de zo para xg + Ar, isto. aproximar a varingiio ocorrida 260 Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente nos valores de y pela variagio correspondente ocorrida sobre a reta tangente A curva y — f(z). Esta varingiio, que notaremos por dy, 6 chamada de diferencial de y. (Veja a figura absixo.) A ciferencial de y 6, portanto, a variagio ocorrida ua altura de um ponto que se move ao longo da reta tangente A curva y= (2), quando 2 varia de 9 ax + Ax, e 6 dada por dy = j'(2)Ax. Quando Ax 6 pequeno, a diferencial ‘dy 6 uma “boa” aproximacio para o ineremento Ay. Na figura acima, o erro que cometemos ap aproximarmos 1) por dy é a diferenga entre Ay ¢ dy. Observe, no diagrama abaixo, como este erro diminui A medida que Az tende a Als IZ / , y Assim, quando A 6 pequeno, temos que Ay = dy . Lembrande que Ay = f(a +A) — fav) ¢ dy = f'(t0) Az, temse que f(t + Ar) © fro) + #"(r0) A. Como Ar = —9 , tem-se ainda que L(x) S(0) + Feo) ~ 20) + (20.1) cesta aproximagio seri tanto melhor quanto mais perto 2 estiver de rp. Repare que o lado direito da expresso acim representa a equagio da reta tangente A curva y= f(x) no ponto (r9, f(20)). Por isso, dizemos que a reta tangente 6 ‘uma boa aproximagiio da fancio J para valores préximos no ponto de tangéneia, on que esta & a aproximagio linear da fungao f na vizinhanga do ponte # = x9. Vamos usar 0 S(e) = yE©m Neste easo, Ax — 0, ultado obtido acima para caleular un valor aproximado para V254. Para isso consideraremos 5 (porque 25 é o ponto mais proximo de 25.4 no qual sabemos caleular o valor cxato de f()). (ao) ~ 5-bgg @ forila nein fornece 25,4 = feo + Sx) © f(a) + f'(wo) Ae = VI + valor de 25,4 com 9 casas decimais, fornecido pelo Maple & > sqrt (25.4); 5.030841267 Conseqiientemente, 0 erro Eda nossa aproxima > Esabs (sqrt (25.4)-5.04) ; 6 dado por = .ooiss7s3 {que nao é de todo mal. Lembrese que a aproximagio acima s6 dove sor “boa” quando A. for muito pequeno Ar = 0,4 nio 6 muito pequeno. Se usarmes Ar — 0,1, obteremos 25,1 = 5,01, e 0 erro neste easo seri dado por abs (eqrt(25.1)-5.01); B= .998010-° Define-se 0 err absolufo em um valor medido ou aproximade como a diferenga entre o valor aproximado ¢ 0 valor verdadeiro, O erro relative on médio 6 n razain entre 0 erro absolnto © © valor verdadeiro. Assim, nos dois exemplos W.Bianchini, A.R.Santos 261 ‘anteriores, os respeetivos ertos relatives de 2-8 Az ot ‘em 2, conduzem a um erro relative no valor estimado de > Efe] abs (sqrt (25.4)-5.04)/sqrt (25.4); E, = 0003149563480 ede > Efe]-abs(sqrt(25.1)-5.01)/sqrt (25.1); #, = 1992019936 10-8 isto 6, 0,003 % ¢ 0,001 %, respectivamente. f natural perguntar por que a aproximagio dy = f'(xq) Ax 6 tio boa, como ficou mostrado nos exemplos acima, Como vimos no diagrama anterior, quanto menor for Ar, mais proximos da reta tangente estarae os pontos correspondentes na curva y= f(z). A diferenca entre as alturas de dois desses poutos para uma determinada escollia de Ax 6 dada por Ay — dy © coneluimos que Ay — dy tende para zero quando Ax 6 pequeno. Na realidade, a diferenca Ay — dy & pequena, mesmo em comparagio com Ase. Para mostrar esta alirmagio, hasta observar «ue Ay “i - —S'(@)=F(A2), portanto, lembrando a detinicio de derivada, podemos conchuir que o erro relative é uma fungao de A. que se aproxima Govero quando Az tende n zero, Assim, quando Ar tende a zero, o erro un aproximagio A y ~ dy uio é simplesmonte pequeno, mas duplamente pequeno, pois Ay — dy = E(Az) A é um miltiplo pequeno de um mimere pequen, isto 6 muito, muito poqucno. 20.3. Diferenciais e fungées diferencidveis Costuma-se definir dr = Ar eserevendo-se, entio, a {érmula 20.1 como: I (a9 + dar) = Flar0) + F'(v0) de. Neste caso, dr 6 uma varivel independente, chamada diferencial dex. Definem-se, assim, as de Ae dy= f(a) Ar= fade Além disso, dizemos que uma fungio é difere definida na vicinhanga de zo , tais que iével em 7y quando existe uma fungio linear Ke uma fungio B, ara ((A2)+ArB(A2) onde Kas) ao Ar Como neste contexto as fungées lineares K’ so da forma K(A.2) =m Ax, onde m 6 uma constante, pelo que vimos nesto capitulo, m = f"(2a) © a igualdade acima significa dizer que a fmga0 f pode ser aproximada, localmente, pela rota tangente, Por causa desta propriedade, estas fungées sio ditas loealmente lineares. No easo em estudo, dizer que uma fingao ¢ diferencivel 6 equivalente a dizer que a fungi 6 derivivl. 262 Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente Da definigio de diferenciais, decorre, imediatamente, que as Hg) AE py B-f@G-re) Note que a expresso acima mostra que a derivada de uma fungio, de arordo com a notagiio de Leibniz, que uitilizamos até agora, é realmente a razéio entre duns quantidades: as diferencinis dy © dx Na realidade, Leibniz conecbeu a notagao diferencial visualizando incrementos “infinitesimais” dae dy, cuja razio seria 0 eoeficiente angular da reta tangente A curva y = f(), como mostra a figura A esquerda. A chave da descoberta de Leibniz na déeada de 1670 foi o seu entendimento de que, se dy e dr forem suficientemente Pequenes (infinitesimais), entao o segmento da curva y = f(x) ¢ o segmento de reta que une os pontos (7,1) © (e+ dz,y+dy) serio virtualmente indistingnfveis, como mostra a ampliagao & direita, ‘a forma conver A notagio diferencial nos fornece ante de escrever férmulas para derivadas. Por exemple, as rogras da soma, do produto © do quocionte de duns fungies u ev podem ser escritas, respectivamente, como: duu) = dut dv (uv) = udv + rdw a=" tee Além disso, se u= f(a) v= g(u), como dv = g'(u) due du = f(x) dx, obtém-so do =o (u)f'(2)de= 9 (Fl2)) fade. Assim, a rogra da eadeia pode ser obtida como se fosse o resultado de manipulagées puramente algébricas da notagio para diferenciais, O método das diferenciais é itil, em particular, na derivacao implicita. Suponha, por exemplo, que y seja uma fungi drivel de 5 ue fax a relagio ay! Podemos usar diferencinis para achar uma expresso para ££, Assim, caleulando » diferen Py! 2ry+5=0. cial de cada termo da equagao e usando as regras de derivagao, temas: Qay! de +x? By? dy —2yde—2 ndy =0, eda (822 y? — 22) dy — (2y—2ery!) de, ‘0 que conduz ao resultado: dy 2y~2ey3 y da Sry te 20.4 Exercicios 1. Nos ftens abaixo, determine a aproximacio linear para a funeio dada na vizinhanca de ui ponto 29 = 0: (a) (a) = Viee © t)=— (©) Wa) =(1=2) ——) Hla) = eas(2) (b) f(x) — (142)? @ tte 1 (f) (x) —sen(x) Wa 2. Uma formula de aproximngio padrio usida em fisiea 6 dada por sen(e) ar. Esta aproximagio vale quando: 20, Explique como esta formula est relneionacn com as idéins disentidas nesta, socio, W.Bianchini, A.R.Santos 263 3. Uma ontra férmula padrio de aproximagio @ dada por (1 42)" = 1412 e vale para pequenos valores de 2. Explique a validade desta formula tendo em vista a teoria que desenvolvemes acima. 4. Usando uma aproximagio linear, estime o valor dos seguintes nrimeros: (a) v3.7 () via (c) son(0, 5432) (b) 15) (a) cas(43°) (£) son(88°) 20.5 Problemas 1. Mecle-se 0 raio de uma bola esférica, obtendo-se em, com erro maximo de em. Qual é 0 erro maximo resultante no efleulo do volume desta bola? Com que precisio se deve medi o taio da bola para assegurar um erro méiximo de 1 ¢m* no céillceulo do volume? 2. A lei da gravitagio de Newton afirma que a forga F de atragio entre duas partfenlas de massa m, € m2 6 dada por F = 25", onde g 6 uma constante ¢ s ¢ a distancia eutre as particulas. Se s = 20 em, use diferenciais para obter tima aproximagio da variagio em s que aumente F em 10%. |. A Lei de Boyle alirma que, entre a pressio pe 0 volume 1 de um gas confinado, existe a relagio pv =e, onde & 6 uma constante. Mostre que entre dp © dt existe a relagio pda + p= 0. 4. © taio equatorial da ‘Terra é de aproximadamente 6378 km. Inmagine um fio fitmemente enrolado ao longo do equador terrestre, De quanto se deve aumentar 0 fio para que ele possa dar a volta & Terra, fixado no topo de ppostes de 10 metros de altura acima do solo? 20.6 Um pouco de hist6éria: Os mitos leibnizianos e 0 comego do calculo infinitesimal © conceito moderno de limite s6 apareceu no comego do séenlo XIX, e assim, nenhuma de ‘com a equagao » de derivada pareeida fy tng Aw dt Ano Ae cera possivel para Leibniz ¢ seus sucessores, A maior parte do pensamento matemético produtivo desse periodo estava baseada numa outra forma da nocdo de “infinitamente pequeno”. Leibniz entendia » equagio acima como o quociente de duas quantidades infinitesimais, denotadas por dy ¢ dr ¢ chamadas de diferenciais, Na imaginacio de Leibniz um infinitésimo era uma espécie particular de mimero que nio era nulo ainda assim era menor do que qualquer outro mimoro. Uma versio geométrica dessas idéias era aquela em que uma curva era pensada como um eonjunto infinite de segmentos de reta infinitamente pequenos. A reta tangente a uma curva era, portanto, uma reta que continha um desses mintisculos segmentos. ‘Talvez Leibniz tenba introduzido as diferenciais de e dy para denotar correspondentes van rey, Para se ter uma idéia de como essas diferenciais eram usadas, suponha que essas variivels estejam ligadas pela cquacao y = 22. Leibniz substituiria x ¢ y por x + dre y + dy para obter infinitesimais nas varidveis yt dy = (x4 dr)? = 2? 4 Dede 4 de? obteria, dn + cha? dy Neste estiigio Leibniz deseartava o termo dz*, e justifieava este passo argumentando que o quadrada de um uiimero infinitamente pequeno é “infinitamente infinitamente pequeno” ou um “infinitésimo de ordem superior” e portanto, inteiramente desprezivel. Assim, chegava a formula que conhecemos hoje ly = 2dr, ‘que, aps divisio por dr, toma a forma fraeioniria Para Leibu ser largamente conhecida como “ ,, 0 derivada era 264 Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente As idéins de Leibniz fancionaram efetivamente, quase como por milagre, ¢ dominaram o desenvolvimento do Cileulo das Ciencias Fisicas por quase 150 anos. No entanto, essas idéias eram falhas, ja que os infinitésimos, no sentido deserito jem, pois nio existe um urimero positive que seja menor que todos 0s outros nfimeros positives. Por todo esse periodo de tempo, © enorme sucesso do Céileulo como instrumento de resolucio de problomas era dbvio para todos, embora ninguém fosso capax de dar uma explicagio logicamente accitével do que era 0 Caleulo. Essa explicagio s6 foi dada no comego do séeulo XX, pela teoria elissica dos limites. Embora os argumentos usados por matemticos como Leibuiz, os Bernoulli, Euler, Lagrange e outros niio fossem rigorosos de ponto de vista moderno, esses pioneitos tiveram profundos sentimentos intuitivos sobre o que era ravosivel © correto nos problemas que estudavam e raramente se perdiam nas suas conclusées. As difereneiais de Leibniz foram eliminadas do Cileulo pela teoria dos limites; contudo, elas permanecem como uma parte da histéria do desenvolvimento da matemitica. ima, claramente nio ex 20.7 Projetos 20.7.1 O método de Euler e o para-quedista Como sabemos, a derivada de uma funcio [ num ponto zp determina a declividade da reta tangente & curva y = f(2) no panto (zp, go). Nosta sogio iusamas a rota tangonte para ostimar valoros de f em pontos préiximas ao ponto do tangéncia: para pontos préximos de xo, adiferencial dy é uma bon aproximagio para o valor exato Ay e para estimar f(a + Az) por f(a) + f(a) Ax. Esta técnica é especialmente stil quando os valores de f sio ditfceis de calcular. ‘A Tincari nigies diferenciveis tem ontra importante apleagin na resolugio dos problemas de walor inieial, Resolver um problema de valor 6 encontrar a Fangio f ou “reconstruie” seu grifico conhecendo-se a sta derivada j’(2) ¢ um ponto, o valor inieial, do sou grafic. © objetivo deste projeto 6 usar a reta tangente ¢ a lincaridade local das fumgdes diferencidveis para resolver problemas deste tipo, ‘Vamos primeiro esclarccer © que entendemos por reconstruir f. Em ver de procurarmos uma expressiio analitiea (formula) para f, construiremos uma tabela, que faré corresponder a cada valor de 2 escolhido © respective valor de J(z). Bstas taholas podem conter quantos pontos quisermos. escolha do miimero de pontos dependent da preciso ‘exigida para o resultado, do equipamento e tempo disponfveis ¢ da naturcza matemstica do problema. Assim, antes de comegar nossos célenlos, devemos decidir qual sera o tamanho da tabela a ser construda. Ustal- mente consideramos os valores de x que vao constituir o total de entradas da tabela, igualmente espagados. Neste ‘aso, 0 dominio da fungio (intervalo onde o problema ser4 resolvido) © 0 niimero de entradas escolhido determinam 0 valor de A.x (distiincin entre dois valores consocutivos de x na tabela). A tabela 6 consteuida da maneiea deserita a soguir. ‘A partir do ponto inicial (0, yo) © conhecendo-se o valor (zu), € possivel usar a reta tangente para caleular um valor aproximado de yr — f(21), onde 271 ~ 29+ Ar 6 0 proximo valor de 2 para o qual se quer caleular o valor da fungio, isto é a préxima entrada da tabela, Como a equagio da reta tangente i curva y = (2) no ponto (#9, uo) € dada por dade loeal das F(z) — feo) = f'(#0) (x — 20), wa valor aproximado para yy = f(¢1) sora dado por = S20) (21 — 20) + £20) ~ J'(20) M2 + 0, ‘Tendo-se calculado o valor de f(21) = 1, 0 par (x1, (x1) seré o préximo valor da tabela. Repete-se, entiio, 0 mesmo processo tomando-se agora o ponto (21, f(z1)) como 0 valor inieial. A partir deste ponto e conhecendo-se 0 valor de J"(21) € possivel usar a reta tangente, como anteriormente, para caleular um novo par (22, f(2)), ou seja, Sea) = ue = "(rr Ae f(a) que sera acrescentadlo a nossa tabela. Usamos este novo par (x2, {(22)) como o novo valor inicial ¢ repetimos todo 0 processo nté preenchermos toda a tabela. Este método de gerar novos valores de f numa tabela seguindo a diregio da reta tangente 6 conhecido como 0 étodo de Buler. A figura a seguir ilustra a construgio dos primeiros trés pontos de uma tabela gerada pelo método de Baler. W.Bianchini, A.R.Santos 265, solugio do problema de valor inicial + cos(27) s(0) =0 ‘a solucao aproximada obtida pelo método de Buler com o tamanho da tabela determinado pelas seguintes condigaes: (i) Tutervalo onde vai ser determinada a solugio do problema: de x ~ 0 até x — 8. (Gi) Niimero de entradas na tabela: 51 (50 valores calculados + 0 ponto inicial), 2 = 0,06 (iii) Tamanho do passo: Ax = % oF SIORURUE TVOTATETS EEE IEREE Vamos resolver o problema de valor inicial f'(x) = 2” — f(2)?, f(0) = 1 no intervalo [0,5; 1}, passo a passo, Para isso, aarbitramos 0 valor do paso: Az = 0,1. “A tabela a ser constrnida teri, portanto, 6 entradas: 1 valor inieinl + 5 ‘valores a serem estimados, ‘Temos entiio que: > Dé rex->x*2-(£(2))°2; 2 f(a)? > xf0]:+0.55 > £62(0]):=1.0; (5) = 10) > dxs=0.45 d= ‘Vamos agora enleular as préximas entradas da tabela: > x[t):=x[0]+ax; m6 > £GxE1]):=£(x[0]) +08 Cxfo]) ax; (6) = 925 > x (2) =x[t] 44x; mT > £G0(2]) sf rE) ) DE Lt 4a (7) = 8754375, > x[8}:=xL2l+dx; 266 Cap. 20, Aeréscimos, Diferen jais © Aproximacio pela Reta Tangente ry 8 > £G008]) :=£ Gr[2))+DE G2) #dx; x(a) s=x(3] +d; > £G0(4]) :=£ Gc13])+DE x3) 40x; > x(5]:=x(A)+dx; > £G005]) :=£ GLA) )+DE LAD Dae; (1.0) := .8603752720 ‘A nossa tabela esta pronta, Basta imprimir os sous valores desta forma: seq((x(i] ,£(x[1])] ,i-0..5)]; tabela == [L5, 10}, [ [1.0, .8503752720]] i, O25], 7, 8754375], 8, .8477984184], [9 8399 ‘ou desta outra: > array(1..6,1..2,tabela); 5 10 6 925 7 8754375 & SATTOSAIS4 9 8399222026 1.0. 8508752720 Podemos ive tracar 0 “gréfico” da solugdo aproximada assim obtida ligando por segmentos de reta es pontos ealeulados: > plot (tabela) ; oF ve OF Para “suavizae” esta curva basta aumentarmos o nfimero de pontos usados na construgio da tabela. Evidentemente, ‘da mancira como calcnlamos os pontos da tabela acima, um anmento no mimero de pontos ou no tamanho do intervalo considerado acarretard um aumento considerdvel de trabalbo (pelo menos de digitagio de comandos), Por isto 6 recomendavel que automatizemos o procedimento, usando a estrutura for... from .. to .. do 0d: Por exemplo, para estender a solugio do problema acima ao intervalo (0,5;2,5], © que, eom o paso fixado em 0,1, gerard uma tabela com 21 entradas, basta calenlarmos os valores (2, f(x,) da seguinte mancira > for 4 from 0 to 19 do > xLitt] =xLil+ex; > £Gc[4t1]) =f GxLi] raeeDe LAD); > oa: > Novatabela:=[seq(fx[1] ,£(«[1])] ,i=0..20)]: > array(1..21,1..2,Novatabela) ; W.Bianchini, A.R.Santos 267 Gat 16 1.234034078 7 8754375 17 50067 8 SA77984184 ; i oe 9 “s39n222026 0 15 2.0, 1.679140800 24 L79T180477 1.2 9219622687 2.2 L.o1s200475 1.3 .9so960s262 23 2032401180 14 1.053 24 2148335730 earn 2.5 2262801080 15 1138097212 > plot (Wovatabela) ; 1.0 8503752720 1.1 S7R0614617 Ao dar entrada nos valores iniciais no esqueca de escrevé-los na forma decimal (ponto flutuante). © Maple caleula de formas diferentes f(1) € (1.0). Use o Método de Euler para resolver os problemas abaixo: 1. Uma cultura de Paramecium Caudatumn cresce de acordo com a lei P'(t) = (1,2875 — 0,0061P)P, onde P() é fo mimero de bactérias prosentes na colénia em cada instante de tempo t(horas). Sabendo que inicialmente a colénia era composta de & buetérias, construa uma tabela com valores estimados de £¢ P no intervalo [0,8] ¢ faca um grifico correspondento aos pontos calculados. 2. Um para-quedista pula de um avifio voando a 500 m de altitude, e cai livremente durante 5 s (durante este ‘tempo supac-se desprezivel a resisténcia do ar. Quando seu pira-quedas abre, a resisténcia do ar é proporcional A velocidade da queda. A partir deste momento, a velocidade da queda é governada pela lei v(t) — g—2,10(t), onde q 62 acclerngio da gravidade. Estime a velocidade de queda do paira-quodista. quando ele atinge o solo. 20.7.2 Aproximando fungées por polindmios - © polindmio de Taylor No Ezercicio 1 deste capitulo, vimos que a fingao y = 2 esta 6 uma boa aproximagio para valores dle x proximos de jancla os grificos destas duas fungées: uma aproximagao linear para a fungao y = sen() e que rero. Este fato pode ser visualizado tragando-se na mest > plot ([sin(x) x] ,x=-2ePi..2sPi,y=-1..1,color=[red, blue]; Na realidade, podemos provar que sen(x) 0. Para isso obsorve que a fungao f(x) anula para 2 = 0-0 6 no decreseente para > 0, pois a sua derivada J'(1r) 2 —sen(2) s0 1 —cos(2) 6 sempre maior ov igual a 268 Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente 1. Usando um racioeinio andlogo, mostre que, para 2 > 0 valem as seguintes desigualdades: (a) sen(z)+ 2-220 (b) -sen(z) + $y -4 +220 ‘Veja estas desigualdades ilustradas no gréfieo: mmbine as partes (a) ¢ (b) do item anterior para mestrar que, para 1 > 0, aoe 2-F Soon(e) <2 5+ 2. Use a estimativa obtida para mostrar que sen(1) = 324 com an erro miximo de gy 4. Observanco os grificos tragados, vente determinar para que valores de x 0 polindmio 2 — #2 fornece unna "boa" proximagiio para son(z)? Idem para o polindimio 2 — = + 2, Extimntivas deste tipo, envolvendo polindmios, perisitem que se calcule valores aproximados para fangs trigonométsicas co exponencias uilizanio-se apenas a8 quatro operagaes hiieas ~adigao, sabtracao, multiplicagaoe diviso, Como, nn verdad, estas slo as nies operates que satemos efptuar, qualquer efleulo algébrico deve, em tins andl, a redhuzir a estas operagies, por isso, etimativas obtidas vin polindmios so freqientemente utlizadas em ealculndoras, computadores ¢ rotinas computacionais para obter valores aproximados de varias Fingées. Por exemplo, quando aper” tamos a tecla sen na ealculadora ou quando utilizamos o eomando sin(z) do Maple para calculat o valor da fatgdo seno no ponto z = 1, o céleulo é feito utilizando aproximagoes por polinémios. Note também que aproximagoes siio necessras, pois ndmeros da forma x on V0 no nos dizerm nad, a tienos que sabanos calcar uma estimativa pa cles. Por exemplo, nfo & claro, w priori, que x < V0, mas esta desigualdade se torun Sbvin calculando-se aproximiagées Alecniais para cates nimoroe, como 6 foto a seguir corn a ajuda do. Maple. > eval (Pid; 3141592654 > sqrt (10.3: 3.162277660 0 objetivo deste projeto 6 construir polindmios que fornegam aproximagies para uma dada func. Além disso, © método empregado pormitira obter estas aproximagées com uma procisao prefixada. Como toi visto neste capitulo, a reta tangente A curva y= (x), euja equagio 6 dada por T(x) =f" (zo) (@ — 40) + S(#9), 8° aproxima da curva na vizinhanga do ponto de tangéneia (9, £(r9))- Além disso, da equagao da ret tangento, podemos conelnir imediatamente quo T(2)) = f(xy) ¢ que T'(t0) = f'(20), isto 6, a rota tangente coincide om a fungio no ponto de tangéncia e a inelinagio (derivada) desta reta coincide com a inelinagio (derivada) da earva naquele ponto, Assim, existe um polinomio de grau um, a saber Ti(r) = Co — Ci (2 — 20) tal que Ti(z0) = Co J (20) ¢ Ty(20) = Cr= f"(e0), que aproxima a enrva para valores de x, préximos ao ponto de tangéncia. Veja es dfirimagio ilustrada no grifco: Sora possivel construir polinémios de grau maior do que um que, de alguma maneira, generalize as propriedades da retin tangente e, portanto, fornega aproximagies melhores para a fungi y = {(2)? O exemplo estudade no inicio deste projeto indiea que a resposta a esta pergunta é afirmativa. Considere, portante, um polindmio de graa n, W.Bianchini, A.R.Santos 269 Tyl2) = Cy + Cre — 20) + Co (2 — a6)? +... $C y (@— 20)" [A qqestiin que se coloca é como escolher os cneficientes desse polinémio de forma a garantir que T(r) esteja préximo de f(r). Sabemos responder a esta pergunta quando n= 1. Neste easo, 0 polinomio (2) deve eoincidir eom a reta tangente & curva y= f(x) e, entio, Cia = {(z0) © Ci = J"(z0). Como queremos estender as propriedades da reta tangente a polindmios de gean maior que um, & razodvel supor que, para aproximar a curva na visinhanga de um onto 9, 0 polindmio que buseamos deve coincidir com a fungiio y= f(r) no ponte 79, ¢ todas as stias derivadas, até a.ordem n, calculadas no ponto x = zy, devem coincidir com as derivadas de f, até a ordem n, rospectivamente, neste ponto, 1. Determine as constantes C,, C1, C2 de tal modo que o polindmio de gran dois Tale) — Cy +1 (2 ~ 20) + C2 (2 20), verifique as seguintes propriedades: (a) Ta(z0) = flo) (b) Fa'(x0) =f’) (©) Ta"(x0) = f"(a0) 2. Aplique o resultado obtido para calcular o polinémio de grau dois associndo & fungiio cosseno © use 0 Maple para teagar na mesma jancla os grificas de cos(x) ¢ de Ts(2r), no easo em que 29 — 0. 3. Para que valores de 2 voc® acha que este polinémio fornece bons aproximagies da fingio eosseno’? 4, Seguindo o raciocinio anterior construa T(r) impondo que “-t(ro) = 4£(x0), para k = 0,12... Os polindmios desta forma siio chamados de polinémios de ‘Taylor de grau para f em torno de x9. 5. Determine os polinémios de Taylor de grau 3, 4 ¢ 5, em toro do zero, para as fungées y= sen(x) ey 6. Use o Maple para tragar, em eada easo, os gréificos das fungies dadas e de seus polindmios de ‘Taylor na mesina Jancla, © que vocé pode observar? 0? Bem toro de 7. Se f(r) = ay tay 2402422 +... +a, 2", qual o seu polinémio de Taylor em torno de x my =1? A questo agora é saber quo bons sao estes polindmios para aproximar hungées. Para responder a esta pergunta 6 nevessirio ealeular 0 erro que cometemes ao aproximarmos o valor de uma fungiio usando o seu polindxnia de Taylor, isto 6, procisamos calcular ou pelo menos estimar 0 valor de Ry(x) = f(r) —Tq(2). No caso mais simples (x = 0), 6 fécil estimar este valor. O polinémio de Taylor de gran zor0, To(x) 6 dado por To(z) = f(y). Assim, temos que Ro(z) = f(a) = (ao), © dat, aplieando-se o teorema do valor médio A fungi f(x), obtemos Ro(#) = (# — x0) {"(e). para ¢ entre 1 © 79 Mesmo niio canhecendo 0 valor de ¢, sabemos que | Ry | < [2 — 24] M, onde M ¢ tal que |f'(2)| taylor (sin (x) ,x,6); 0 termo "O( 2) represen arnio use o comando convert: > convert (%,polynom) ; o resto, Para remover este termo e converter o resultado anterior em um pol Para visualizar a convergéncia do método de aproximagiio, deserito neste projeto, trace um grifico na jancla [-8,8] « [-3,3], que mostre, em conjunto, as fungées sen(r), T3(), 5. Observando o gréfico tragado no item anterior, indique un intervalo no qual o grafico de T(x) pareca coincidir com 0 grifico de sen(2) ¢ um intervalo onde 6 grifico de Tir(2r) parega coincidir com 0 grafico de sen(x). Use a férmula do erro de Lagrange para estimar o erro eometido ao aproximarmos os valores de son(.) por Ts() 6 ‘Ti7(2), respectivamente, em cada um do tervalos que vooé achou. 6. Como T,(2) 6 um polindmio ¢ —1 < sen(2) <1, T,() pode ser uma boa aproximacdo para sen(r) para todos os valores de 7? 7. Por que io se pode usar f(z) = arcsen(son(xr)) no intervalo [—z, a]? 8. Ache o polindmio de Taylor que aproxima a fungio f(2) = sen(z) + #42) no intervalo [-3,3] eom erro méximo no superior a 0,5. ‘Trace na mesma jaucla 0 gréfico desta fungao e do polindmio de Taylor que voc caleulou para visualizar a aproximagio obtida, polindmio de ‘Taylor para aproximar_ a fungi. 20.7.3 Polinémios de Taylor - Aplicacées A fisica Polinomios de ‘Taylor (veia 0 projeto Aprozimanda fungdes por polinémios) sio usados com freqiéncia em Fisica. Cou o objetivo de compreeader melhor o feubmeno deserivo por wana duda funcio, os fscos em goralsimplificam esta fungio considerando apenas os dois on trés primeiros tormos de sua férmula de Taylor. Em otras palavras, os fisicos nisum 0 polindmio de Taylor para aproximar a fungin que modela o fendmeno ¢, em alguns casos, podem sina estimar 1 precisao desta aproximagio. O objetivo deste projeto 6 estudar alguns modelos fisicos que exemplificam como este tipo de apro neno estudado, iagiio ajuda a compreender o fe Radiagao de um corpo escuro, ‘Todo objeto emite radiagao quando aquocido, Um corpo escuro é um sistema que absorve toda a radiagao que incide sobre ele. A lei de Rayleigh-Jeans, do final do séeulo XIX, expressa a densidade de energin de radingio de um corpo ‘ocuro, de comprimento, de oniin, 3, por £0) = S427 , onde A 6 stedido'em metros, T'é a temperntura dasin emt rans Kelvins ¢ & 6 a constante de Boltzmann. A lei de Rayleigh-Jeans concorda com medidas experimentais para comprimentos de onda longos, mas discorda drasticamente para eomprimentos de onda curios. Neste caso, a lel preve que f(A) -+ 20 quando 1+ 0+, No entanto, experimentalmente, verifica-se que f(A) + 0. Este fato 6 conhecido como catéstrofe ultravioleta. Em 1900, Max Planck formulou um modelo mais fel para a radiagio de um corpo escuro, Smhe conocido hoje como lei de Planck. Por esta lei temos que f(A) = -FE>*—, onde hé a eonstante de Planck e 6 & ‘8 velocidade da. hur W.Bianchini, A.R.Santos a 1. Trace, na nest Para isso, use T 1K jancla, os gréficos das fungdes J dadas pelas duas Leis ¢ eon ‘5700 KC (temperatura do sol), h = 6.6262 10-4 Js, ¢ ente as semelhangas © diforengns 007923 108 m/s.@ k — 1.3807% 10 2. Usando 0 polindmio de Taylor, mostre que para comprimentos de onda longos, # lei de Planck fornece, aproxi- ‘madamente, os mesmos valores obtidos pela lei de Raylcigh-Jeans. Resistividade ‘A resistividade r de um fio condutor 6 o reciproco da sua condutividade © 6 medida em ohm por metros (82am). A resistividade de um determinado metal depende de sua temperatura de acordo com a lei r(t) = rao (2), onde £6 n temperatura em grans Celsius © rap a resistividade do material a 20°C. Bxistem tabelas que listam os valores do «, denominado eoeficiente de temperatura, © de rao, para diversos metais. Exceto em temperaturas muito baixas, a resistividade varia quase Hinearmente com a temperatura, sendo comum aproximar-se a expressiio para r(t) por polindmios de grau um ou dois em torno de r = 20. 1. Encontre expresses para estas aproximagdes linear e quadritica. 2, Para o cobre, as tabelns fornocem a = 0030 Ce rag = 1.7 10-8) Om. Fuga os gritficos da. resistividade do cobre de suas aproximagoos linear e quadrética para temperaturas entre —250 e 1000 graus Celsius. 3. Para que valores de ¢ a aproximagio li concorda com a expressiio exponencial con Velocidade de propagagao de ondas Se uma onda, de comprimento L, se propag: $ twh(2F4), onde tgh(e) gua com velocidade » ao longo de wma regio com profundidade d, © 6 a aceleragio da gravidade. 1 Seinen eta, nage os fF 2. Se a regio é rasa, use 0 polinémio de Taylor em tomo do zero para aproximar a fungio tanh(x) © mostre que v © Ved, ow seja, ex digas rasas a velocidade de propagacio da onda tende a ser independente do sex comprimento 3. Mostre que, se L > 10d, entio vd aproxima a velocidade de propagagio da onda com erro de 0,014 g L. 20.7.4 Polinémios de Taylor - Um algoritmo para calcular o seno A expansio da fincio f(2) = sen(x) pola férmula de Taylor permite caleular 0 valor do seno de um nimero real ‘qualquer ntilizanddo-se apenas as quatro operagies bisieas. No entanto, a formula de Taylor em torno deo, $6 6 wna ou aproximucio para a funcio f numa vizinhunca dese ponto. Por outro lado, sabemos que esta uproximagio seri, cada vex melhor, A medida em que considerarmos mais e mais termos na expansio. 1. Comprove, nnmericamonte, a. afir fungio seno em torno de 29 agio aekina const do os polindmios de Taylor de graus 1, 3, 5, 7.e 9 da 2. Caleule son(#) usando o Maple usando as aproximagées polinomiais que voc construin, O que vocé pode observis? 3. Faga o mesmo para calcular sen(49¥). O que aconteceu? Embora exista a altcrnativa de trocarmas o panto 29 em tomo do qual a.férmula esteja sendo calenlada, no caso do seno, em termios computacionais, é mais conveniente fazer a. expanssio em torno de 9 = 0 e explorar a periodicidade desta. fungao. roteiro dado a seguir para reprodvir a seq! Maple 6 ntilizado. Suponha que queremos caleular sen(z): de procedimentos efetuados quando o comando sin (.) do 1. Ache 2 em (0, 2x], tal que sen(2) sen(a*), caso to nfo se verifique i 2 Determine y* em (0, §], tal que |sen(+) | =sen(ye). Crie um mareador m para guardar a informagio do sinal de sen(x*) do seguinte modo: m= 1 se x € [0, x] em=—I se. € [x, 27]. 272 Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente 3. Sey € (0, 4], considere a fi férmula de Taylor para a fumeao casseno om torno de +p (Repare que, neste caso, * € [0,$))- Qual a vantag utilize a identidade cos(2} n de trabalhar com valores entre 0/e 4. Use a formula do resto de Lagrange para determinar 0 grau do polindmio necessério para calcular sen(r) com ferro menor do que 10°, isto & com oito digitos corretos. Otserve que as férmmulas de Taylor para as fangGes sono o cosseno envolvem termos da forma 2. Use a relagio para calular oa tcemos dos polinimlas de manclraeficinte. Por example: senna OS e podemos aproveitar cada termo — para age Ss (BE), Ba 28 BI 5 acc por dante Wy (i a ee in Sn i Basi poeta ena an nba ag pra oefleuloeficonte de von(2), onde 2 6 um nimor« real qualquer, com precsia do p digits ooreton. Assim, 7. Faga alguns testes com diferentes valores de 2, comparando os valores obtides pelo seu algoritmo com aqueles fornevidos usando-se a fungio sin(.) do Maple 20.7.5 Tangentes, érbitas e caos Escolha um mimero ro qualquer ¢ calcule 0 seu cosseno, Caleule o cosseno do resultadlo obtide. Repita esse procedi- mento um grande niimero de veres. Para isso utilize, em seqiiéncia, os comandos abaixo repetindo o riltimo um grande timero de vezos: > cos(xo); > cosh); © procedimento descrito acima é ilustrado na animagio (voja versio eletrénica) ¢ no gritico: 2 + 08 a a ae 7 1. O que voed pode eoneluir? Que equagio woe’ resolven? 2, Teste © métoco descrito no item anterior para caleular as raizes reais de 2? = x, tomando como valor inicial mo hen 2 Observe as animagies (versio eletrénica) e os grifioos a seguir para ajudidlo a tirar eonchasbes. Dizemos que um miimero p € um ponto fizo da funcéo y = f(x), quando f(p) =p. W.Bianchini, A.R.Santos 23 1. Qual 0 ponto fixe da fungi y — cos(z). 2. Que equuagao vocé resolven para achar este valor? Como é possivel encontrar, geometricamente ou graficamente, este valor? 3. Sabemos que zero 6 umn ponto fixo da fineo sen(r). Use o método deserito acima para tentar resolver a equacio sen(z) = 2, tomando como valor inicial xy = 0,5. 4. Qual o ponto fixo da fungio f(r) = el? 5. Escolha virios valores inicinis ro ¢ estude o comportamento da seqi onde f(x) = 60) cia de valores f(x0), /(F(x0)), f(F(F(20))), 6. O método deserito acima funciona para calcular pontos fixos de qualquer funcao? Entender 0 comportamento ¢ predizer 0 que acontece com repetidas iteragies de uma funcao € © objetivo deste projeto. Seja f uma fungi continua ¢ 29 un mvimero real qualquer, tomado como valor inicial. A érbita de rp & una seqiiencia s,, definida, a partir da fimeao f, da seguinte mancira: 80 = 0) 81 = F(0), $9 = S01) = FF (a0) = 2? (a0) 83 = (2) = F(F(F(20))) =F (0),---1 8m = F(En-a) = £* (20). 1. Prove que se ims}, = entao ! é um ponte fixo de f. © nosso objetivo agora 6 determinar condigtes sobre f que garantam a convergéncia da seqiiencia s,. Deste modo poderemos suber que equagées podem ou nivo ser resolvidas usindo-se o métode do ponto fixe, deserito cima. 1. © grifica ahaixo mostra que a oquagio e~* = tem uma tiniea raiz. Use a técnica de zooms sucessives para encontrar tim valor aproximado para esta raz, Observe que, nsindo esta téeniea (zooms stcessivos) & possivel observar como a fungio f(2) =e se comporta localmente. | | 4 = 2, Use moms sucessivos para determinar 0 comportamente local das fungées dos exemplos daclos neste projeto. 3. Que tipo de funcdes se comportam Jocalmente como uma reta? 4. Levando em conta o comportamenta local dessas fncdes, uma hoa pista para detorminar as condigaes de con- vergéncia da seqiiéneia s, deve ser obtida a partir do estudo do que acontece com esta seqiiéncin quando m+. (Por qué?) Assim, vamos tentar comecar a tirar conclusoes estudando os pontos fixos © a convergéncia das Srbitas para fungSes deste tipo. Quais os pontos fixos da fungio f(x) = mz +b? |. Use as animagdes acima para conjecturar em que easos a seqiiéncia s,, converge para o ponte fixo de f. Estude 8 casos om que m > 1, m <1em #0, m= 1,m=—1. O que voce pode concluir? O que acontece quando m. i? 6. Suponha que p seja o ponto fixo da funcio f(x) = mr +b, isto 6, f(p) = mp += p. Se s,, 6a m-ésima iteragio na érbita do valor inicial xp, prove que sn — p =m (2 — Sugestéo: Use indugio sobre n (veja Projeto O Maple e 0 Principio da Indugdo Matemdtica). 7. Use o resultado do item anterior para provar a conjectura feita para a convergéncia da seqiiéncia s,,, quando: S(z) = me +6. 8. Generalize suas conclusies para 0 caso de fungies localmente lineares ¢ aplique essas conelusies para expliear 0 qne avontece quando aplicamos este método A fungiio y= 6" oA Cap, 20, Aeréscimos, Diferenciais ¢ Aproximacio pela Reta Tangente 9. Explique por que possivel usar a fungio f(x) = "$4 para caleular uma aproximagio numérica para a raiz quadrada de um niimero positive R. 10, Use a fungio anterior para calcular uma aproximagio numérica para V/2 com seis casas decimais exatas. LL. Que eritério voo® usou para garantir a preciso do resultado? 12 Maatze qué 6 ponte tnis/da fingio'H{e)— 2 RE g's race Retin do Gina jpesitive a Biplane’. que contece com as érbitas desta fungio para valons de k= 9,4,5 ¢ 6 13, ‘Tente explicar por que 0 método do ponto fixo aplicado A fungi f = sen(x), converge mito lentamente ¢ por que esto mesmo método, quando aplicado A fungio f — Z5E, converge muito rapidamente parm VR. (k= 1) (K+ pols) 14. Explore os pontas fixos da fungio f(2] Por que as iteragées dessa funcio fimeionam to vo R? em para estimar o valor da i-ésima raiz do ntimero posit 15. Quais siio ox pontos fixos da fungio f(x) =} —12 Tente obter aproximagies para estes pontos fixos como limite das érbitas tomando diferentes valores para 29. O que vocé pode obscrvar? Mude a expresso da fimcao de iteragio para tentar achar todos os pontos fixos de f(r) = 16, Descubra qne fungées devem ser iteradas para obtermos, por esse método, as raizes da equagio 2? = 2", 17. Encontre aproximagées para as trés raizes ronis da equagio 21° = 2°, 18. Considere a funcao f(x) = 22? — 1, As solugdes da equagao f(x) = 2 sox enjo valor inieial é 2 ~0,5 conduz dirotamente (apés ap sagiio) no ponto fixe 2 — ‘Considere valores bem préximo de 9 =0,5, por exemplo 29 = 0,51, © examine © que acontoce com a érbita de 4 paraeste valor inicial. Examine também o comportamento das érbitas desta funcao para valores iniciais muito préximos do outro ponto fixe de f. =0,5. Como f(0,5) © comportamento das drbitas desta fungin nos fornece um exemplo do que comportamento cabtico. A sensibilidade dos sistemas casticos aos dados inicinis foi descrita por James Gleick no seu livro Chaos: Making a New Science (1987) como o “cfeito borboleta”, que serve para ilustrar a idéin do quao sensfvel 60 tempo do nosso planeta is condigies inicias que “o simples hate em Pequim, pode se transformar numa tempestade nos préximos meses em Nova York”. E) muito dificil para. 1nés soquer imaginarmos um sistema que tenha tm comportamento to frigil ¢ tao sensivel aos dados iniciais. Felizanente, on infelizmente, estamos nos eonscientizando cada vex mais de que o comportamento eabtico é una descrigao melhor do nosso mundo do que os sistemas bem comportados aos quais estamos acostumads. de ass de 19. Considere a fimgio f(x) = a2? — 1. Voce ¢ eapar de determinar quais valores de a determinam fungées que geram seqiiéncias eonvergentes, quais geram cielos ¢ quais geram segii@ncias eadticas? 20. Mostramos que 0 ponto fixo da fungio f(x) = Ztatn = 6a raiz k-ésima do mimero positive a. Apesar disto, vimos que para k > 3 nio & poss comportamento das drhitas desta funcao para k cirasir in Mrs pa nae aprotinin park eared, Waites 4ek=6 20.7.6 Crescimento de populagées - Gerenciando um pesque e pague A proposta do utilizar a matemstica para descrever o crescimento de uma populace comecou com © economista inglés ‘TR Malthus (1798). Malthus, em seu modelo, considerava que o ereseimento de uma populagao era proporeional & populacao presente em cada instante; desta forma, a populagao humana cresceria sem limite (por qué?) Este modelo propunha um erescimento de vida dtimo, sem fome, sem guerra, epidemias on qualquer outra catistrofe, onde todos os individuos seriam idéntieos, com o mesino comportamento, Q objetivo principal de Malthus ap formular este modelo foi o de chocar a opinii pibliea da época, uma vez que estabelecia um cre progresssio geométrica para a populagio, enquanto que a alimentagio erescia em progressio aritmética, Os mogllos matemiticos para deserever 0 crescimento de wma populagao prssaram por virias modifieagoes apse Malthus. Um dos modelos mais importantes ¢ eonhecidos 6 0 do sociélogo belga P. F. Vehulst (1838), que supé qualquer populagio ¢ predisposta a sofrer inibigdes naturais em sen ereseimento, devendo tender a um valor li constante com o transcorrer do tempo. Este modelo é mais significative e realista do ponto de vista bioligico. Sabemos que nenbuma populagio eresee indefinidamente, Existem limitagdes estahelocidas pela disponibilidade de alimentos, por falta de espago, por condighes mento em W.Bianchini, A.R.Santos 25 fisieas intoleraveis on por uma sévie de fatores que agem como mecanismos de controle. Todos estes elementos inibidores fazom com que uma populagao tenda a um maximo sustentével (ponto de equilibrio) quando o tempo aumenta. © objetivo deste projeto é apliear o método do ponto fixo, introduvide no projeto Tangentes, Orbitas ¢ Caos, para doterminar pontos de equilibrio para populagives eujo erescimento & regido pelo modelo de Verkulst, também couheeico ‘como lei logistica para 0 crescimento popudacional. © modelo de Verhuilst propée que a taxn de erescimento relativo da populagio em cada instante seja uma fungio da populagao, decrescendo linearmente quando a popnlagdo aumenta. Seja P(t) o niimero de individuas presentes na populagio em cada instante de tempo t. A hipétese acima pode ser expressa, matematicamente, pela equagio ‘on, equivalentemente, com a € 8, positivos. Considerando a populagio inieial, P(0) = conhecida, 0 objetivo & prever 6 que acontece com P(t) quando, teresee, A fungio {(P) = 22 6 uma paribola a nia coneavidade & voltada para baixo, que 6 zero quando P= 0.6 4 Portanto, intuitivamente, é ffeil prever que a partir de uma populagain inicial Py 4 0 © Py < $, a populacio P eresioe até ceapacidade limite do quando a soa taxa de éreselinonta #2 for aaro, em alg cio ambient. valor priximo de P—$, que é a Os parimetros « © 8 dove refletir o Into de que, para populagies pequenas, 0 erescimento & quase ilimitado, to que a competigio entre os membros de mn populagio grande forgard uma diminnigio gradual da taxn de ‘rescimento até que a eapacidade limite do meio ambiente seja atingida e o erescimenta da populagao se estabilize Varina ihodifiar wie pen 0 udeed wiodsle & stiedarés AP —P(P) =e P — f* wuide'r Sinn xia jackie, aque reficte a taxa étima (sem restrigées ambientais) de erescimento para a poptlagio P, ¢ L é a capacidade limite de um determinado meio ambiente. A variivel P, restrita nn intervalo [0, L], representa a fragio da. popnlagio limite atingida a cada perioda de tempo t. Assim, tomos que P, = Py + F(F)), Py = Py +F(Pi) ¢, de ma mancira geval, Pai = Px +F(P,). Raciocinando como anteriormente, a populagio estaré estabilizada quando a taxa de erescimento, F(B,), for igual a zero, Isto implica que P,..i = P,.. Mas, entao, teremos que P, = P, + F(P,) e caleular o limite atingido por uma determinada populagio se reduwz a encontrar os pontos fixos da fungia G(P) — P+ F(P). ‘Vamos, por exeimplo, exauinar 0 crescimento de uma populagio de coelhos com una taxa de ereseimento irvestrita de 80% ao ano, em uma reserva florestal com capacidade Tnnite de 10000. Para simplificar os esleulos, faremos 10000 coclhos igual a 1 unidade, Como vimos, 0 problema de determinar © comportamento da populagin de eoelhos ao longo do tempo se reduz a calcular 05 pontos fixos da equacio G(P) = 1,8P —0,8P?, isto 6, resolver a equacio P—1,8P —0,8P?. Esto processo pode ser visualizado na animagio (versio eletrdniea) eno geifico a. seguir, onde cada passo representa a fragio da capacidade limite atingida pela populagio em cada perfodo de tempo ixado, neste exomplo, um ano. Vemos claramente neste exemplo que nio importa qual seja a populagio inieial de coelhos: com o passar do. tempo esta populacao crescera até atingir a capacidade limite do meio ambiente (aqui 1 = 10000), estabilizando neste patamar. (Nos grificas, este 6 0 ponto de intersegio da paribola G(P) = 1,8 P — 0,8 P? com a reta y= P) Suponhiamos agora que queiramos liberar a caga de coclhos nesta reserva florestal. Precisamos estudar como a caga. afetaré 0 creseimento desta populagio, isto 6, 0 que acontecerii a longo prazo com a populagio levando-se em cont vsirios niveis possiveis de eaga, 1, Pense um ponco eexplique por que, se permitirmos que K coelhos sejam cacados por ano, a fungio GP), ane per- tnite detorminar o comportamento da poplacao com o passar do tempo seré dada por G(P) ~ 1,8 P ~ 0,8 P? — K ‘Observe 0 dingrama e repare 6 que avontece com o nrimero limite de coelhos A jeida que o valor de K aumenta, 76 Cap. 20. Acréscimos, Diferenciais © Aproximagio pela Reta Tangente “LK Ale 0 que ncontecerd, a lange prazo, com a poprlagio de coclhas, se for permitida a eaga de 2600 coclhos por ane? Se voot fosse defini a politica a ser segnida, qual o mimero maximo de enelhos que pertnitiria fossem cagadlos por ano? So esse nivel for mantido ao longo do tempo, qual sera a populngie limite de coclhos na reserva? Justifique sua resposta, 4, Vooé protende constrair na saa fazenda serrana um lage com capacidade de sstento para 20000 trutas © permitir a pesca no sistema pesque © pague, Para iniciar a sa criagio vor? eolora no Ingo 5 OX trutas, Antes que se permnita a pesca, ¢ necessirio que a populagn de trutas de lago esteja proxima populagi limite, Suponde que, inicialmente, nenuina pesca seja permitida, ¢ que a populagin de trutas, em ambiente favordvel (sem limitagirs), res a mina taxa de 7056 0 cada ano, deseavelva um sistema que inedcle 6 ereseinento da populagio de trutas ao longo do tempo. Quanto tempo evar para que a populagiv do lago atinjao limite de 20000 trutas? (Um dos seus sécios esta impaciente e nao quer esperar até que « populagio de trutas atinja o limite ambiental © entao sugere que se dé uma maoziniia A mie natureza, colocando-se no Iago, por algum tempo, wa populagao adicional de 5000 trutas por ano. Se isto for feito, quanto tempo pastaré até que a populagio de trutas atinja o seu valor limite? Se a pesca munca for permitida e se este niimero adicional de trutas eontinuar a ser colocado no Lago caila ano, o que acontecerd, a longo prazo, com a populagio de trutas do Iago? Faz sentido que este limite seja diferente da capacidade original do lago? 6. Apée muitas discusses, voo‘s colocaram no Iago 10 000 trutas © abriram o pesque e pague imediatamente. Vocés esperam que os visitantes pesquem 2508 trutas por ano. Qual ser4 o efeito deste nivel de pesca na populagin do Iago a longo prazo? Mantidas estas condigoes, poxerd a populagio de trutas sobreviver 4 um desastre eco¥igico que mate 50% dos peixes existentes no Tlago? 7. As condigies s¢ mostram favoriveis por dois anos © 0 seu pesqque © pague se torna umn sees, Come resultado mento de visitantes, sio pescadas agora 4000 trutaes por ano. Sea pea for mantida a est taxa © nonheme npo a popula de tratas do lage podera sobreviver? 8, Sou sécio pereche que as trutas eorretn a perio de se extingnir ¢ decide estabeloeer wn nimero maximo ce tratass aserem pescadas por ano, Qual o mimero maximo de trates que podem ser peseadas por ano a. fim de grantir cin da populagao do lago? Neste caso, qual sera a populagiio de cquilibrio para este sistema? a sobreviv 8, Se nenhuma catistrofe ambiental ocorrer nos priximos anes, para que passa ser permitida a pesen de 4500 trutas Por ano, quantas trates vores precisarin colorar no Ingo, por atl, para manter a estabilidade da popula?

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