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03/02/2023 15:35 SEI/IBAMA - 6985890 - Nota Técnica

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

NOTA TÉCNICA Nº 1/2020/COPROD/CGMAC/DILIC

PROCESSO Nº 02022.000244/2016-35

INTERESSADO: DILIC

I - INTRODUÇÃO
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), tratado da Organização das Nações Unidas ratificado
pelo Brasil em 1994, define como “espécie exótica” toda espécie que se encontra fora de sua área de
distribuição natural, e como “espécie exótica invasora” aquela cuja introdução e/ou dispersão fora de sua
área de distribuição natural possa ameaçar a diversidade biológica. A CDB orienta que cada parte
contratante deve, na medida do possível e conforme o caso, “Impedir que se introduzam, controlar ou
erradicar espécies exóticas que ameacem os ecossistemas, habitats ou espécies” - Art. 8º (h). Soma-se a
esta contextualização a publicação da Resolução CONABIO nº 7, de 29 de maio de 2018, que aprovou a
Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras. Outros documentos internacionais e nacionais
abordam a questão das espécies exóticas, cuja introdução é considerada uma das principais causas da
perda de biodiversidade no mundo.
Diante destes fatos, o IBAMA tem solicitado nos processos de licenciamento, para a adequada mitigação
e controle deste impacto ambiental a implementação do Projeto de Prevenção e Controle de Espécies
Exóticas - PPCEX. Este projetos se aplicam a todas as etapas do empreendimento, envolvendo desde
a  instalação a  operação do empreendimento, todas as embarcações envolvidas,  e as estruturas
existentes.
Com a  implantação  destas ações  de  controle  de  espécies exóticas invasoras (EEI) principalmente nas
atividades  de  petróleo e gás  licenciadas pelo IBAMA, diversas  exigências estão sendo realizadas pelas
operadoras de Petróleo, repercutindo em cascata em todo o mercado de apoio offshore e de prestadores
de serviço. Uma delas ganha destaque - a exigência de casco limpo das embarcações que irão operar em
suas atividades. 
Esta exigência muitas vezes, ocorre antes da própria contratação das prestadoras  de  serviço, como
critério  de  habilitação para participação nas licitações. Sendo assim, esta atividade  de  limpeza  destas
embarcações não está incluída no escopo do licenciamento ambiental, não permitindo seu tratamento
junto ao Processo do LAF, que já apresenta procedimentos próprio já estabelecido.
Esta Nota Técnica busca esclarecer  a competência para a atividade de autorização das remoções de
bioincrustação pelo IBAMA, que podem ocorrer pela DILIC, ou DBFLO, dependendo do caso.
Ressalto que esta Padronização poderá contribuir para o  Objetivo Específico 3 -  Estabelecimento e
implementação  de  medidas para prevenir a introdução e a dispersão do coral-sol em áreas não
afetadas na sua  Ação 3.4 - Propor e implementar medidas preventivas e de controle para os vetores e
vias de dispersão do coral-sol.
 
II- CONSIDERAÇÕES
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Art. 29 da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que estabelece como crime matar, perseguir, caçar,
apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida;
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Art. 61 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que estabelece que disseminar doença ou praga ou
espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas, é
passível de pena com reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 38 Decreto nº 6.514, de 22.7.2008, que estabelece que é passível de multa introduzir espécies
nativas, exóticas ou não autóctones em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou licença do
órgão competente, ou em desacordo com a obtida.
Art. 7-XVII da Lei Complementar nº 140/2011, que indica como sendo uma das ações administrativas da
União controlar a introdução de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os
ecossistemas, habitats e espécies nativas.
Art. 22 do  Decreto nº 99.274, de 6.6.1990, que estabelece que “O Ibama, na análise dos projetos
submetidos ao seu exame, exigirá, para efeito de aprovação, que sejam adotadas, pelo interessado,
medidas capazes de assegurar que as matérias-primas, insumos e bens produzidos tenham padrão de
qualidade que elimine ou reduza, o efeito poluente derivado de seu emprego e utilização.”
A definição de Poluição, segundo Lei 6.938, de 31.8.1981, art 3º, que é “a degradação da qualidade
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente (c) afetem desfavoravelmente a biota."
Art.  47, inciso I, da Lei nº  12.305, de 2 de agosto de  2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos que,  proíbe a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos com o lançamento em
praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
Art. 12 da Resolução CONAMA nº 237, de 19.12.1997, que estabelece que o órgão ambiental competente
definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza,
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento.
Resolução CONABIO nº 05, de 21 de outubro de 2009, que estabeleceu a ESTRATÉGIA NACIONAL SOBRE
ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS
Art. 69-A da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que estabelece como crime elaborar ou apresentar,
no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou
relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão;
INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 8, de 14 de julho de 2017, que  estabelece os procedimentos para a
solicitação e emissão de Autorização para Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico (Abio) no
âmbito dos processos de licenciamento ambiental federal.
Art. 17, inciso I da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que institui o Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas
que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio
de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras.
 
LIMPEZA DE BIOINCRUSTAÇÃO - ATIVIDADE NÃO ELENCADA NA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 14 DE JULHO DE
2017 (ABIO)
 
A  INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 14 DE JULHO DE 2017 que  estabelece os procedimentos para a solicitação e
emissão de Abio no âmbito dos processos de licenciamento ambiental federal, para as seguintes hipóteses:
I - levantamento/diagnóstico de fauna terrestre e/ou biota aquática;
II - monitoramento de fauna terrestre e/ou biota aquática;
III - resgate e soltura de fauna terrestre e/ou biota aquática
 
A atividade de remoção de bioincrustação não atende a nenhum destes requisitos para ser enquadrada nos
procedimentos para emissão desta autorização no formato de ABIO. Porém, considerando a necessidade de
autorização da atividade pelo IBAMA, conforme  Decreto  nº 6.514, de 22.7.2008, art 38;  Lei Complementar nº
140/2011, art. 7º, XVII; e Decreto nº 99.274, de 6.6.1990, art. 22, sugerimos como alternativa a adoção dos critérios
constantes nesta Nota Técnica
 

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BIOINCRUSTAÇÃO COMO PASSIVO AMBIENTAL 
 
Foi  assumido  o princípio que a bioincrustação presente em superfícies submersas apresentam potencial de
degradação ambiental, e por este motivo pode ser considerados  como sendo um  Passivo Ambiental  de
competência do responsável pela estrutura, decorrendo assim, ser  exclusivamente  dele a obrigação de prevenir,
reduzir ou reparar um dano ambiental que possa advir desses substratos incrustados com espécies exóticas.
 
III - AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA
 
Como indicado na legislação em vigor é competência exclusiva do IBAMA a adoção de ações
para controlar a introdução de EEI,  (Lei Complementar nº 140/2011, art. 7-XVII), devendo exercer esta
regulação através de autorização ou licença específica (Decreto nº 6.514, de 22.7.2008, art. 38).
 
III.1 - COMPETÊNCIA PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA REMOÇÃO DE BIONCRUSTAÇÃO.
A solicitação de remoção de bioincrustação de determinada estrutura  deve ser feita  pelo responsável
pela embarcação/estrutura, ou qualquer pessoa, legalmente autorizada por ele, para este fim.
Quando esta estrutura fizer parte do escopo de empreendimentos licenciados, a solicitação de remoção
de bioincrustação deve ser realizada pelo Empreendedor citado na Licença Ambiental, visando o
aprimoramento da ferramenta de controle e monitoramento  dos possíveis impactos da atividade
licenciada e a rastreabilidade de seus passivos ambientais.
As solicitações realizadas por empresas prestadoras de serviço especializados, empresas de mergulho,
estaleiros e marinas, sem a indicação específica das estruturas  que serão limpas, não  poderão ser
analisadas em decorrência da inexistência de instrumento legal de aprovação  de equipamentos, e da
necessidade de estabelecimento de responsabilidade por um potencial impacto gerado por um passivo
ambiental.
Para os casos de estaleiros e marinas, que executam limpeza de casco, recomendamos que seja solicitada
ao órgão competente,  a inclusão  da atividade de "remoção de bioincrustação com espécies exóticas
invasoras" na suas Licença de Operação, fato que facilitará futuras análises de solicitação de limpeza de
casco que indiquem estes estaleiros/marinas como os responsáveis pela atividade em embarcações de
terceiros.
 
III.2 - COMPETÊNCIA PARA E EMISSÃO DE AUTORIZAÇÃO OU LICENÇA PARA REMOÇÃO  DE
BIOINCRUSTAÇÃO
 
QUANDO A SUPERFÍCIE SUBMARINA A SER LIMPA FAZ PARTE DE ESTRUTURA OU EMBARCAÇÃO NÃO
RELACIONADA A NENHUMA ATIVIDADE LICENCIADA.
A solicitação é iniciada e analisada nos Núcleo de Bioidiversidade - NUBIO da Superintendência do
IBAMA no Estado onde a atividade será realizada, em observação às competências da Coordenação
de Gestão, Destinação e Manejo da Biodiversidade (Cobio) vinculada à Coordenação-Geral de
Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental (CGBio) da Diretoria de Uso
Sustentável da Biodiversidade e Florestas - DBFLO.
Observar DIRETRIZES BÁSICAS PARA ABERTURA  DE  PROCESSO  DE REMOÇÃO DE
BIOINCRUSTAÇÃO DE CASCO no Item IV - RECOMENDAÇÕES.
 
QUANDO A SUPERFÍCIE SUBMARINA A SER LIMPA FAZ PARTE DE ESTRUTURA OU EMBARCAÇÃO CITADA
EM PROCESSO DE LICENCIAMENTO VÁLIDO.

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A solicitação deverá ser realizada pelo empreendedor, junto ao Processo de Licenciamento


Ambiental da atividade que cita a estrutura ou embarcação a ser limpa.
Observar  MINUTA DE NORMATIVO PARA REMOÇÃO DE BIOINCRUSTAÇÃO  no  Item IV -
RECOMENDAÇÕES.
 
 
IV - RECOMENDAÇÕES
Ressaltamos que os pontos aqui apresentados são  recomendações baseadas nos direcionamentos já
pactuados e implementados pelo IBAMA em algumas atividades correlatas ao tema.
As normativas e diretrizes  definitivas serão dadas por algumas das  ações estabelecidas na Matriz de
Planejamento do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Coral-sol (Tubastraea spp.),
com destaque para:
Ação 2.2 - Propor normativas específicas para prevenção e controle de EEI por bioincrustação.
Ação 3.5 - Propor a inclusão de projetos e ações de prevenção e controle de espécies exóticas
invasoras por bioincrustação dentro dos processos de licenciamento ambiental
Ação 5.5 - Estabelecer diretrizes para medidas de erradicação incluindo os métodos que podem ser
utilizados
Ação 6.5 -  Estabelecer diretrizes para medidas de controle incluindo os métodos que podem ser
utilizados
Ação 6.8 - Elaborar diretrizes de controle e monitoramento do coral-sol no âmbito do licenciamento
ambiental
 
 
IV.1 - DIRETRIZES BÁSICAS PARA ABERTURA  DE  PROCESSO  DE REMOÇÃO DE
BIOINCRUSTAÇÃO DE CASCO
 
Responsável pela atividade:  A autorização para remoção de
bioincrustação  de  casco  de  embarcação, será expedido no nome da embarcação e do  seu
responsável junto a autoridade marítima. 
Responsável pela solicitação:  A AUTORIZAÇÃO PARA REMOÇÃO DE
BIOINCRUSTAÇÃO  DE  CASCO  pode ser solicitada pelo responsável da embarcação, ou qualquer
pessoa, legalmente autorizada para este fim, podendo ser por exemplo:  a empresa responsável
pela limpeza, empresa de consultoria ambiental, despachantes marítimos, etc.
Local  de  Solicitação:  Superintendências do IBAMA nos Estados, direcionado ao
Núcleo de Biodiversidade da Divisão Técnico-Ambiental.
 
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
Ofício ao IBAMA com Solicitação de Autorização de Remoção de Bioincrustação de Casco, anexando
Procuração do responsável da embarcação, caso não seja o mesmo a realizar a solicitação.
 
Este Ofício deverá apresentar minimamente a capacidade de responder as seguintes perguntas:
Qual embarcação será limpa, e quem é o responsável por todas as atividades relacionadas a esta
embarcação?  -  Cópia do documento  de  Registro na Autoridade Marítima,  descritivo
básicos de suas atividades e sua área de atuação e operação.

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O quê será removido do  casco?  -  Descrição da Bioincrustação encontrada, indicando se existem
espécies exóticas ou não, baseado em laudo técnico.
Onde será realizada esta atividade  de  limpeza?  Local onde será realizada a  remoção da
bioincrustação do Casco - atividade molhada ou no seco; descrição precisa da localização em mapa
Georeferenciado.
Por onde a embarcação deverá passar para chegar ao local da limpeza? A rota a ser utilizada para
sua chegada ao Local.
Como será realizada a  remoção da bioincrustação  e o controle do material
gerado?  Memorial  descritivo da técnica a ser empregada para a atividade  de  limpeza, indicando
quantos mergulhadores, embarcações de apoio, cronograma e data previsto.
Para onde será destinado todo o resíduo gerado? Apresentar a destinação adequada e a estimativa
do resíduo gerado.
Quem irá acompanhar a execução técnica da  remoção da bioincrustação do  casco?  Técnico
Responsável pelo acompanhamento de limpeza e do gerenciamento do Resíduo Gerado.
 
Ressaltamos que a possível Autorização para Remoção de Bioincrustação de Casco,  não substituirá
alvarás, autorizações, licenças, outorgas e outros atos autorizativos exigidos por legislação
específica, tampouco exime o autorizado do cumprimento de outras normas em vigor, e que estas
Diretrizes Básicas poderão ser alteradas ou aprimoradas conforme evolução do Plano Coral-sol,
conforme definido em seus Objetivos e Ações.
 
 
IV. 2 MINUTA DE NORMATIVO PARA REMOÇÃO DE BIOINCRUSTAÇÃO EM EMPREENDIMENTOS
LICENCIADOS
Consta  no Processo 02001.117764/2017-13 tramite para avaliação de Minuta de Instrução Normativa
para o estabelecimento de  critérios mínimos para a execução das atividades de remoção de
bioincrustação em substratos artificiais de estruturas e instalações marítimas e costeiras, fixas ou móveis,
licenciadas pelo IBAMA.
Os embasamentos técnicos para esta proposta, foram dados:
- Parecer Técnico nº 103/2017-COPROD/CGMAC/DILIC (0671053)
- Parecer Técnico nº 53/2018-COPROD/CGMAC/DILIC (1985847)
- Nota Informativa nº 2038306/2018-COPROD/CGMAC/DILIC (2038306)
- Parecer Técnico nº 6/2019-DILIC (4597627)
- Parecer Técnico nº 99/2019-COPROD/CGMAC/DILIC (4660369)
E encaminhamentos favoráveis também já foram emanados pelos Coordenadores e Coordenador-Geral,
com destaque:
- Despacho nº 3972220/2018-CGMAC/DILIC
- Despacho n. 00034/2019/GABIN/PFE-IBAMA-SEDE (4151184)
- Despacho nº 5523888/2019-COPROD/CGMAC/DILIC
- Despacho nº 5762649/2019-CGMAC/DILIC
 
Segue abaixo, a MINUTA DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº  4159849  DE 14 DE  JANEIRO  DE 2019, que
apesar não estar oficialmente publicada, apresenta todos os argumentos técnicos e medidas de controle

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para a padronização e normatização específicas dos procedimentos e critérios técnicos e metodológicos


adotados no processo de licenciamento ambiental federal de empreendimento marinhos.
 
 

MINUTA DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4159849 DE 14 DE JANEIRO DE 2019

 
 
Dispõem sobre os critérios mínimos para a execução das atividades de remoção de bioincrustação em substratos
artificiais de estruturas e instalações licenciadas pelo IBAMA.
 
O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS – IBAMA, nomeado por Decreto de 09 de janeiro de 2019, publicado no Diário Oficial da
União de 09  de janeiro de 2019, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 23, parágrafo único,
inciso V do Decreto nº 8.973, de 24 de janeiro de 2017, que aprovou a Estrutura Regimental do IBAMA, e
entrou em vigor no dia 21 de fevereiro de 2017,e:
Considerando a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que estabelece como crime matar, perseguir,
caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida;
Considerando a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que estabelece que disseminar doença ou praga
ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas, é
passível de pena com reclusão, de um a quatro anos, e multa;
Considerando o  Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, que estabelece que é passível de multa
introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones em águas jurisdicionais brasileiras, sem
autorização ou licença do órgão competente, ou em desacordo com a obtida;
Considerando a Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, que indica como sendo uma das
ações administrativas da União controlar a introdução de espécies exóticas potencialmente invasoras que
possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas;
Considerando o Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, que estabelece que o IBAMA, na análise dos
projetos submetidos ao seu exame, exigirá, para efeito de aprovação, que sejam adotadas, pelo
interessado, medidas capazes de assegurar que as matérias-primas, insumos e bens produzidos tenham
padrão de qualidade que elimine ou reduza, o efeito poluente derivado de seu emprego e utilização;
Considerando a Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 que  define de Poluição, como  a degradação da
qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente afetem desfavoravelmente a
biota;
Considerando a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
e,  proíbe a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos com o lançamento em praias,
no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
Considerando a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, que estabelece que o  órgão
ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais,
observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento;
Considerando o disposto na Resolução CONABIO nº 05, de 21 de outubro de 2009, que estabeleceu a
ESTRATÉGIA NACIONAL SOBRE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS;
Considerando o estabelecido na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), texto aprovado pelo
Decreto Legislativo nº 2, de 3 de fevereiro de 1994, que estabelece como dever das Partes, impedir que
se introduzam, controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem os ecossistemas, habitats ou
espécies;
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Considerando o estabelecido na CITES - Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens
em Perigo de Extinção, ratificada pelo Brasil pelo Decreto n° 76.623, de 18 de novembro de 1975, e que
aprovou, em 2004, resolução relativa a espécies exóticas invasoras (Conf. 13.10 (Rev. CoP14)), que
estabelece,  a consulta à autoridade CITES do país importador acerca das exportações de espécies
potencialmente invasoras, para determinar se há medidas domésticas, no país de destino, regulando tais
importações;
Considerando a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e Decreto n° 6.514, de 22 de julho de 2018 que
estabelece como crime elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro
procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou
enganoso, inclusive por omissão;
Considerando a INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 8, de 14 de julho de 2017, que estabelece os procedimentos
para a solicitação e emissão de Autorização para Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico
(Abio) no âmbito dos processos de licenciamento ambiental federal;
Considerando a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que institui o Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas
que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio
de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras;
Considerando o disposto no Processo nº 02001.117764/2017-13; RESOLVE:
Art. 1º Estabelecer critérios mínimos para a execução das atividades de remoção de bioincrustação em
substratos artificiais de estruturas e instalações marítimas e costeiras, fixas ou móveis, licenciadas pelo
IBAMA.
§ 1º Os critérios deverão ser atendidos no decorrer de todo ciclo de vida do empreendimento
abrangendo sua instalação, operação e descomissionamento.
§ 2º O IBAMA, considerando a sensibilidade ambiental da região, a análise de risco da atividade e
demais informações apresentadas ao longo do processo de licenciamento, poderá alterar  os
critérios, requisitos e prazos estabelecidos nesta Instrução Normativa.
Art. 2º Os critérios mínimos aplicam-se a toda e qualquer atividade de remoção de bioincrustação de
unidades marítimas, embarcações, plataformas, sondas, monobóias, cais, piers assim como quaisquer
estruturas artificiais submersas que possam servir de substrato para fixação de espécies bioincrustantes,
que tenha relação com as atividades licenciadas pelo IBAMA, independente de seu objetivo, dimensões e
localização.
 
DAS INSPEÇÕES TÉCNICAS PARA CARACTERIZAÇÃO DA BIOINCRUSTAÇÃO
Art. 3º O  empreendedor titular da atividade licenciada  deverá realizar, previamente à execução da
remoção de bioincrustação, Inspeção Técnica nos substratos artificiais das estruturas submersas com o
objetivo de caracterizar as espécies  bioincrustantes, suas dimensões e distribuições da bioincrustação na
estrutura, indicando a presença ou ausência de espécies exóticas ou ameaçadas de extinção.
§ 1º Os dados e informações coletadas deverão ser consolidados em um Laudo de Inspeção Técnica,
assinado  por técnico responsável, apresentando obrigatoriamente data e local da  execução da
inspeção, descritivo da metodologia utilizada, e registro fotográfico.
§ 2º A inspeção técnica deve  abranger todas as estruturas submersas com potencial de
bioincrustação.
 
DA REMOÇÃO DE BIOINCRUSTAÇÃO NA AUSÊNCIA DE ESPÉCIES EXÓTICAS OU AMEAÇADAS DE
EXTINÇÃO
Art. 4º Caso a  Inspeção Técnica  indique a ausência de espécies exóticas ou ameaçadas de extinção, a
atividade de limpeza está autorizada por força desse ato normativo, e o  empreendedor titular da
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atividade licenciada  poderá planejar e executar a atividade de remoção de bioincrustação, devendo


atender obrigatoriamente os seguintes critérios:
I - A atividade de remoção de bioincrustação, somente poderá ser realizada com adoção das
melhores práticas de segurança e contenção de resíduos disponíveis, com o acompanhamento
(prontidão) de pessoa ou empresa especializada e com notória competência na realização destes
serviços, com a disposição de pessoal e equipamentos necessários para a tarefa;
II - Todos os resíduos gerados deverão ser devidamente identificados, pesados e adequadamente
destinados.
Parágrafo único - O empreendedor titular da atividade licenciada pelo IBAMA, ao qual as estruturas
artificiais submersas estejam relacionadas ou vinculadas, deve  garantir o arquivamento das
comprovações técnicas de atendimento destes critérios por, no mínimo, 5 (cinco) anos.
Art. 5º A  definição do local de realização da atividade de remoção de bioincrustação é de total
responsabilidade da empresa, sendo esta responsável por observar todas as limitações,  obrigações ou
proibições decorrentes.
Art. 6º O empreendedor titular da atividade licenciada deverá encaminhar ao IBAMA, no prazo máximo
de 30 (trinta) dias após a realização da atividade de remoção de bioincrustação, documento denominado
de Comunicado de Remoção de Bioincrustação.
§ 1º O Comunicado de Remoção de Bioincrustação deverá conter as seguintes informações:
a) localização (Coordenadas Geográficas SIRGAS 2000);
b) data (DD/MM/AAAA)
c) nome/descrição de estrutura;
d) tipo (Embarcação, SS, FPSO, monoboia, pilar, cais, etc)
e) empresa responsável pela estrutura (Conforme consta no Processo Licenciamento Ambiental da
atividade)
f) técnico responsável pela inspeção prévia (nome e nº do CTFA)
g) caracterização da bioincrustação (descrição da sua localização na estrutura, dimensões, espécies
principais e dominante)
h) empresa responsável pela elaboração do Projeto de limpeza (nome e nº do CTFA) 
i) empresa que realizou a limpeza (nome e nº do CTFA),
j) técnica de limpeza utilizada;
k) descrição da técnica, métodos;
l) nº de embarcações envolvidas na limpeza;
m) tempo de duração da atividade de remoção (em horas);
n) condições climáticas observadas (estado do mar, visibilidade da água, presença de nuvens)
o) número de pessoas envolvidas (nº);
p) resíduos gerados (em kg);
q) destino final do resíduo (nome da empresa recebedora e Coordenadas Geográficas SIRGAS 2000).
§ 2º O Comunicado de Remoção de Bioincrustação deverá estar relacionado a um arquivo digital em
formato de tabela contendo todas as informações relacionadas no § 1º.
 
Art. 7º Para as atividades de remoção de bioincrustação realizada com base em Inspeção Técnicas que
atestaram ausência de espécies exóticas ou ameaçadas de extinção, a empresa deverá encaminhar, junto
ao Comunicado de Remoção de Bioincrustação, cópia do Laudo de Inspeção Técnica conforme
estabelecido no art. 3º desta Instrução Normativa.
https://sei.ibama.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=8016007&infra_si… 8/10
03/02/2023 15:35 SEI/IBAMA - 6985890 - Nota Técnica

 
DA AUTORIZAÇÃO DE REMOÇÃO DE BIOINCRUSTAÇÃO COM PRESENÇA DE ESPÉCIES EXÓTICAS OU
AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
Art. 8º Caso a Inspeção Técnica indique a presença de espécies exóticas ou ameaçadas de extinção,
o  empreendedor titular da atividade licenciada  deverá apresentar previamente ao IBAMA, Plano de
Remoção de Bioincrustação para a avaliação e posterior emissão de autorização específica.
Parágrafo único. O Plano de Remoção de Bioncrustação deverá conter no mínimo as seguintes
informações:
a) Laudo de Inspeção Técnica;
b) local previsto para realização da atividade, descrevendo a rota de deslocamento caso a remoção
não seja executado na sua locação licenciada;
c) cronograma da atividade;
d) detalhamento da Técnica proposta;
e ) empresa e/ou equipe técnica responsável pelo projeto e pela execução da remoção
da bioincrustação;
f) demais informações que julgar necessárias.
 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 9  As informações repassadas nos  Comunicados de Remoção de Bioincrustação deverão ser
preferencialmente incluídas  no sistema de registros  desenvolvido no âmbito da Estratégia Nacional de
Espécies Exóticas Invasoras para o aprimoramento contínuo das ferramentas de gestão e políticas
públicas relacionadas. 
Art. 10 Estas orientações não eximem o empreendedor titular da atividade licenciada de contarem com
alvarás, autorizações, licenças, outorgas e outros atos autorizativos exigidos por legislação específica ou o
cumprimento de outras normas em vigor, para a execução das atividades de remoção de bioincrustação.
Art. 11 Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação.
 
 
 

Documento assinado eletronicamente por FERNANDO AUGUSTO GALHEIGO, Analista Ambiental,


em 18/02/2020, às 11:47, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por ITAGYBA ALVARENGA NETO, Coordenador, em


18/02/2020, às 12:49, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por BRUNO GRAFFINO DE OLIVEIRA, Analista Ambiental, em


18/02/2020, às 12:51, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.ibama.gov.br/autenticidade,


informando o código verificador 6985890 e o código CRC 90260430.

https://sei.ibama.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=8016007&infra_si… 9/10
03/02/2023 15:35 SEI/IBAMA - 6985890 - Nota Técnica

Referência: Processo nº 02022.000244/2016-35 SEI nº 6985890

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