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Abstract: This paper aims to discuss the concept of the right to the city in the thought of Henri
Lefebvre and David Harvey and to make some considerations about their differences. To do so,
a critical review of the literature will be carried out, based on Henri Lefebvre's "The Right to the
City" (among others) and David Harvey's "Rebel Cities: from the right to the city to the urban
revolution"
Keywords: Right to the City; Urban Revolution; Reproduction of Social Relationships; Space
Production; Daily life.
1. INTRODUÇÃO
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Estudante de Pós-Graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail:
<danielebrandt@yahoo.com.br>
2 Carta resultante do Fórum Social das Américas de Quito em 2004, do Fórum Mundial Urbano
de Barcelona em 2004 e do V Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2005.
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3 Assim, como em outras partes do mundo, como o Occupy nos EUA, os Indignados na
Espanha, a Primavera Árabe no Oriente Médio, entre outros (MARICATO et al, 2013).
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4 De acordo com Harvey: “O conceito de heterotopia defendido por Lefebvre […] delineia
espaços sociais limítrofes de possibilidades onde 'algo diferente' é não apenas possível, mas
fundamental para a definição de trajetórias revolucionárias. Esse 'algo diferente' não decorre
necessariamente de um projeto consciente, mas simplesmente daquilo que as pessoas fazem,
sentem, percebem e terminam por articular à medida que procuram significados para sua vida
cotidiana” (HARVEY, 2014, p.22)
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Destaca que parte do valor excedente criado tem sido tributada pelo
Estado e, nas fases social-democratas, essa proporção aumentou
significativamente, com parte do excedente sob controle estatal. Contudo, na
fase neoliberal vem ocorrendo a privatização do controle do valor excedente
para impedir o aumento da parcela do Estado, assim como a criação de novos
modos de governança que integram os interesses do Estado e do capital e que
asseguram que o controle sobre a aplicação do excedente por meio do Estado
favoreça o capital e as classes dominantes na configuração do processo
urbano.
Para ele, “o aumento da parcela do excedente sob controle do Estado só
funcionará se o próprio Estado reformular-se e voltar a se colocar sob o
controle democrático do povo”, mas “cada vez mais, vemos que o direito à
cidade vem caindo nas mãos de interesses privados ou quase privados”
(HARVEY, 2014, p.62), o que relaciona seu conceito à disputa de hegemonia
sobre os processos de urbanização:
Harvey coloca que a história da luta de classes de base urbana tem vários
exemplos importantes, destacando o potencial das lutas anticapitalistas no espaço da
cidade. Para ele, a cidade funciona como um espaço importante de ação e
revolta política, devido às características ambientais mais propícias à eclosão
de protestos, bem como à capacidade de interromper a economia urbana. Mas
destaca que a cidade é mais do que um lugar passivo onde tais ações e
revoltas podem ocorrer, uma vez que estas não são meros efeitos colaterais
das aspirações humanas, mas têm a ver com as peculiaridades da vida urbana,
com potencial para fundamentar as lutas anticapitalistas.
O autor destaca que na tradição marxista as lutas urbanas tendem a ser
ignoradas ou repudiadas, consideradas desprovidas de potencial ou
importância revolucionária, interpretadas como questões de reprodução (e não
de produção) ou sobre direitos, soberania e cidadania (e não sobre classe).
Para ele, embora os movimentos sociais urbanos não possam ser enquadrados
na clássica concepção de proletariado (mas na de precariado) apresentam um
conteúdo de classe. Assim, propõe a revisão da clássica leitura do sujeito
revolucionário, descolando-a para os sujeitos produtores da urbanização, uma
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4. CONCLUSÃO
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5. REFERÊNCIAS
______. A Vida Cotidiana no Mundo Moderno. São Paulo: Ed. Ática, 1991.
Série Temas, V. 24, Sociologia e Política.
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