You are on page 1of 30

Resumo

Considerações sobre o uso da


epidemiologia nos estudos em No Brasil, a Saúde Ambiental incorporou
como situações de risco questões como sa-
saúde ambiental* neamento, água para consumo humano,
poluição química, pobreza, eqüidade, con-
dições psicossociais e a necessidade de um
desenvolvimento sustentável para preservar
Notes concerning the epidemiologic as gerações futuras. As metodologias para

aspects of environmental health estudos epidemiológicos e ações de vigilân-


cia que dizem respeito à relação da saúde
studies com estas questões são necessariamente
mais diversas e complexas do que nas ou-
tras áreas da Saúde Coletiva. Neste docu-
mento são discutidas as informações sobre
as características da exposição e dos efeitos
à saúde que constituem os principais
substratos para a definição do desenho e da
factibilidade dos estudos epidemiológicos
voltados para o campo da Saúde Ambiental.
Também é enfatizado o uso da Epidemio-
logia no desenvolvimento de ações de vigi-
lância através da definição de indicadores
de saúde para um sistema de informação, e
do desenvolvimento de atividades de
monitoramento dos impactos das ações de
mitigação e controle. Finaliza realçando a
necessidade de um trabalho integrado
interdisciplinar e intersetorial, os preceitos
éticos que devem nortear estes estudos, e as
principais características que devem influir
na definição dos recursos humanos para a
formação das equipes científicas e técnicas.

Volney de Magalhães Câmara


Palavras-chave: Epidemiologia. Saúde
Departamento de Medicina Preventiva
Ambiental. Métodos. Vigilância. Monitora-
Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva
mento. Avaliação de Risco.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
NESC/CCS/UFRJ – 5º andar do HUCFF
Av. Brigadeiro Trompowsky s.n. - Ilha do Fundão
CEP 21941-590, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
volney@nesc.ufrj.br

Anamaria Testa Tambellini


Departamento de Medicina Preventiva e Núcleo de Estudos de Saúde
Coletiva
Universidade Federal do Rio de Janeiro
anatambe@nesc.ufrj.br

* Documento elaborado para a Oficina de Trabalho do GT Saúde e Ambiente da ABRASCO do


V Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Curitiba, Brasil, 2002.

Rev. Bras. Epidemiol.


95 Vol. 6, Nº 2, 2003
Abstract Introdução

This article emphasizes the fact that epide- As metodologias para estudos e ações
miologic studies on the relationship between que dizem respeito à relação da saúde com
health and the environment necessarily need o ambiente, tomado em sua globalidade ou
more diverse and complex methodologies restrito a um dado ambiente em particular,
than other areas of Public Health. This são necessariamente mais diversas e com-
thought also applies to the development of plexas do que nas outras áreas da Saúde
preventive actions and interventions. Infor- Coletiva. A diversidade do conceito de am-
mation on the characteristics of exposure biente amplia o número de questões/obje-
and outcome is the main substratum that tos de interesse, que exigem diferentes for-
defines the design and feasibility of epide- mas de abordagem metodológica.
miologic studies and surveillance actions. Nas Américas, a Saúde Ambiental, antes
Epidemiology also contributes for the metho- relacionada quase que exclusivamente ao sa-
dological elements for risk assessment pro- neamento e qualidade da água, incorporou
posed by institutions that deal with Environ- outras questões que envolvem poluição quí-
mental Health. In this manner, given the great mica, pobreza, eqüidade, condições psicos-
complexity of studying those topics, epide- sociais e a necessidade de um desenvolvi-
miologic studies demand an integrated theo- mento sustentável que possa garantir uma
retical-conceptual vision of the health/envi- expectativa de vida saudável para as gera-
ronment binomial in order to produce ções atuais e futuras. No Brasil, a partir dos
knowledge and environmental surveillance estudos em Saúde do Trabalhador que
actions in health; a work that contemplates, explicitavam a existência de outras popula-
in addition to community participation, the ções, além daquelas dos trabalhadores, ex-
articulation of different disciplines and insti- postas aos perigos gerados pela poluição pro-
tutions; the adherence to ethical principles; veniente das empresas, a área de Saúde Co-
and the definition of human resources for letiva começou a considerar a questão
establishing scientific and technical teams. ambiental entre as prioritárias a serem
equacionadas junto à saúde das coletivida-
Key Words: Epidemiology. Environmental des. Novos problemas foram descortinados
Health. Methods. Surveillance. Monitoring. ao se perceber que as considerações acima
Risk Assessment. apontadas não envolviam apenas o trabalho
na empresa, e sim, de forma mais ampliada,
todas as situações de risco originadas dos
processos produtivos, que incluem desde a
extração da matéria prima até a fabricação,
consumo das mercadorias e os passivos
ambientais gerados pelo desuso dos produ-
tos, dos instrumentos e dos meios de pro-
dução1.
Para a pesquisa em Saúde Ambiental exis-
te um campo em aberto e ainda bastante
inexplorado. Neste cenário, a prioridade
dada aos poluentes químicos ambientais,
enquanto causadores de doenças, pode ser
justificada pelo elevado número de substân-
cias químicas utilizadas nas diversas ativida-
des econômicas. Estes poluentes atingem os
trabalhadores e a população em geral, tra-
zendo à baila a contribuição indispensável

Rev. Bras. Epidemiol. Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental
Vol. 6, Nº 2, 2003
96 Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
da Epidemiologia para este campo da inves- No que se refere aos métodos de investi-
tigação. Podem ser também objetos de pes- gação pode-se afirmar que a metodologia
quisa epidemiológica os aspectos relaciona- epidemiológica é utilizada em Saúde
dos a situações causadas pelo ambiente físi- Ambiental para descrever, analisar ou inter-
co: alterações terrestres e do ecossistema ferir na relação entre a exposição a poluentes
aquático, e mudanças do clima do planeta ambientais e a ocorrência de efeitos adver-
que interferem na freqüência e na gravidade sos para a saúde das populações. Da mesma
de doenças, particularmente as de origem forma que nos outros campos de conheci-
infecciosa; desigualdades na distribuição da mento/atuação da Saúde Coletiva, descreve
renda e, como conseqüência, a pobreza de a ocorrência dos efeitos adversos para a saú-
parcelas significativas da população, causa- de, analisa a associação ou relação de causa-
das por processos não sustentáveis de de- lidade entre exposição a fatores do ambien-
senvolvimento econômico e social dos paí- te com índices de morbidade e mortalidade
ses; e alterações no perfil de morbi-mortali- ou contribui para ações/intervenções com
dade por oferecimento de água de consumo o intuito de mitigar ou prevenir estes efeitos
e saneamento ambiental de má qualidade. adversos. O que difere marcadamente no
Isto significa que, no plano das explicações caso da poluição de origem química é a ele-
das doenças na coletividade (estrutura e di- vada complexidade das metodologias/
nâmica dos agravos; perfis, distribuição e tecnologias utilizadas para avaliar a exposi-
gravidade das doenças) e ampliando as ex- ção e os efeitos e, muito mais grave, a ausên-
plicações ao domínio dos conceitos de qua- cia ou a precariedade dos conhecimentos
lidade de vida e saúde, torna-se imprescin- toxicológicos que possam definir métodos e
dível atualmente o aporte da questão técnicas para esta caracterização. Mesmo
ambiental, ou seja, da “categoria ambiente” quando o conhecimento toxicológico exis-
em suas múltiplas dimensões para a com- te, envolvem técnicas para monitoramentos
preensão integralizada destes problemas. ambiental e biológico que normalmente não
Este pensamento se aplica também ao fazem parte da rotina das equipes técnicas
desenvolvimento de ações e intervenções de interessadas. Requer também novas meto-
caráter preventivo. No caso particular da vi- dologias para a abordagem da população de
gilância em saúde, a Fundação Nacional de referência, tanto na avaliação quanto na co-
Saúde (FUNASA) estruturou o Sistema Na- municação das situações de risco originadas
cional de Vigilância Ambiental em Saúde pelo ambiente.
(SINVAS). Sua regulamentação através da Esta diversidade de objetos confere aos
Instrução Normativa No 1 do Ministério da estudos e ações em Saúde Ambiental – qual-
Saúde, de 25 de setembro de 2001, definiu quer que seja a ótica ou o tipo de método de
competências no âmbito federal, dos Esta- abordagem utilizado pelo interessado, ou
dos, do Distrito Federal e dos Municípios e, seja, a Epidemiologia, a Antropologia, a
para estes fins, apontou também como pri- Toxicologia, entre outras – uma maior com-
oridades para intervenção os fatores bioló- plexidade metodológica. Como uma conse-
gicos representados pelos vetores, hospedei- qüência lógica, na Saúde Ambiental, mais que
ros, reservatórios e animais peçonhentos; e nos outros campos da Saúde Coletiva, estu-
os fatores não biológicos, que incluem a qua- dos epidemiológicos para produção de co-
lidade da água para consumo humano, ar, nhecimento e ações de vigilância ambiental
solo, contaminantes ambientais, desastres em saúde exigem como principal estratégia
naturais e acidentes com produtos perigo- um trabalho integrado que contemple, além
sos. Isto cria necessariamente vínculos e ar- da participação da comunidade, a articula-
ticulações com todas as outras formas de ção de disciplinas e instituições de diversos
vigilância já definidas institucionalmente e setores. A discussão destas questões é o prin-
presentes no sistema de saúde vigente2. cipal objetivo deste artigo.

Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental Rev. Bras. Epidemiol.
Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
97 Vol. 6, Nº 2, 2003
Avaliação da exposição e dos toda a população e todos os grupos popula-
efeitos adversos para a saúde cionais, isto é, indivíduos de qualquer idade,
sexo, ocupação, condição sócio-econômi-
As informações sobre exposição e efei- ca, estado de saúde etc., podendo ainda ocor-
tos são os substratos e definem a factibilidade rer, dependendo dos objetivos do estudo,
no desenho de estudos epidemiológicos, por- uma prioridade para grupos especiais da
que estas variáveis influem decisivamente no população de maior susceptibilidade aos
tipo de estudo a ser desenvolvido (ver Qua- agentes e condições patogênicos: as crian-
dro 1), em sua duração, na escolha da popu- ças, por estarem em uma fase de desenvol-
lação alvo, nas variáveis a serem estudadas, vimento físico e psicológico que pode con-
na elaboração de instrumentos de pesquisa ferir diferentes níveis de absorção do
e no método para a coleta de amostras bio- poluente; mulheres em idade fértil, pela pos-
lógicas e ambientais 3. Entre os estudos sibilidade de transferência de substâncias
observacionais/descritivos destacam-se os tóxicas ao feto através da via placentária; e
de incidência para eventos agudos, como os os idosos, pela diminuição da resistência or-
acidentes e as intoxicações por poluentes gânica, entre outros4.
ambientais e os de prevalência para a maio- Por se tratar de ambiente, também as
ria das doenças, dado o seu caráter insidioso características sociais e físicas do local são
e crônico. Quanto aos comparativos, os eco- de grande importância, além de outros fato-
lógicos e seccionais explicitam associações res como condições meteorológicas, topo-
presentes entre a exposição a um determi- gráficas, hidrográficas e geológicas. Muitas
nado fator ambiental e o aparecimento do vezes, em locais fechados, as altas tempera-
efeito sobre a saúde, e os de tipo Coorte, turas volatilizam os poluentes depositados
Coorte-histórico e Caso-Controle oferecem no solo, poeiras ou paredes, aumentando sua
evidências de causalidade. Os Experimentais, concentração no ar e, logicamente, sua ca-
objetivam formas de intervenção nos gru- pacidade de absorção pela via respiratória.
pos populacionais para, entre outros, testar Existe uma grande cinética dos poluentes
drogas de ação terapêutica frente a quadros entre os diversos compartimentos ambien-
mórbidos condicionados pelo ambiente e tais. A dispersão dos poluentes pode ser de
tecnologias de controle da poluição particular interesse para avaliações de risco
ambiental. causado pela poluição atmosférica, ou sua
Para avaliar a exposição, as variáveis de deposição em compartimentos aquáticos,
interesse devem ajudar a responder ques- solos etc.
tões básicas para as investigações epide- Novas técnicas de georeferenciamento,
miológicas, tais como: quais as pessoas ou onde bases de dados sobre contaminadores
grupos mais expostos; qual o local, incluin- ambientais podem ser relacionadas a unida-
do os pontos de emissão, onde estão situa- des espaciais, oferecem à Epidemiologia
das as fontes de poluição e quais as caracte- análise da distribuição geográfica e de esta-
rísticas específicas deste local que podem tísticas destas informações5. Nos estudos
influir na exposição; qual a freqüência, mag- epidemiológicos, em geral a categoria espa-
nitude e duração desta exposição; e qual o ço é pré-definida abstratamente do ponto
risco de absorção das diferentes vias de ex- de vista da física e da matemática, constitu-
posição. Esta tarefa, como já foi citado, é indo-se em realidade concreta vazia à qual
dificultada pela ausência ou precariedade se apõem fatos, características e qualidades.
dos registros destas informações, cabendo Refere-se a um território delimitado/fecha-
ao interessado, na maioria das vezes, buscar do/contingente, onde se considera uma di-
os dados em estudos de campo. nâmica interna a ele enquanto conjunto iso-
A população de interesse para a Saúde lado que pode manter ou não relações com
Ambiental, diferentemente dos estudos do elementos externos. Por outro lado, nos es-
campo da Saúde do Trabalhador, abrange tudos de Saúde Ambiental, o espaço é defi-

Rev. Bras. Epidemiol. Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental
Vol. 6, Nº 2, 2003
98 Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
Quadro 1 - Características selecionadas dos estudos epidemiológicos sobre poluentes ambientais
Chart 1 - Selected features of epidemiological studies on environment pollutants

Tipos Exemplos de Desenho do Estudo Factibilidade


Observacionais/Descritivos
Incidência Identificação de uma população exposta a um poluente Pouco factível. Estudo de longa
ambiental e acompanhamento desta população durante duração não indicado para
um período em que são registrados casos novos de doençascrônicas. Ideal para
intoxicação pelo poluente que se quer estudar. doenças agudas.
Prevalência Identificação de uma população exposta a um poluente Muito factível. Estudo rápido e
ambiental e cálculo imediato de todos os casos existentes indicado para doenças crônicas.
de intoxicação pelo poluente que se quer estudar.
Observacionais/Associação entre variáveis
Ecológico Correlação entre registros de uma determinada patologia Muito pouco factível pela
com registros de níveis de exposição a um poluente ausênciade registros.
ambiental por período de tempo.
Seccional Formar um grupo de pessoas expostas (censo ou uma Muito factível. Por ser de curta
amostra) ao fator ambiental (Grupo Estudo) e outro grupo duração, é indicado para efeitos
de pessoas não expostas (Grupo Comparação). Logo após, crônicos.
comparar a prevalência dos efeitos entre os dois grupos.
Observacionais/Comparativos/Evidência de Causalidade
Coorte Inicialmente formar dois grupos, Estudo e Comparação Pouco factível. Longa duração,
(igual aos estudos seccionais), e depois comparar a indicado para efeitos agudos e
incidência/mortalidade dos efeitos entre os 2 grupos populações estáveis.
num determinado período.
Coorte Histórico Através de dados de registro, os grupos de expostos Muito pouco factível pela
(Estudo) e não expostos (Comparação) são formados em ausência de registros.
um determinado momento do passado. Logo após,
compara-se as incidências/mortalidades do efeito a ser
estudado entre os dois grupos desde o passado até o
momento atual.
Caso-Controle Forma-se um grupo de pessoas que apresentam os Factível por ser de curta duração.
efeitos que se quer estudar (Grupo Estudo) e outro Ideal para doenças de baixa
grupo semelhante, que porém não apresenta este efeito prevalência. Necessita de
(Comparação). O segundo passo é comparar, logo após, registros confiáveis do efeito.
a proporção de pessoas expostas no passado entre os
dois grupos.
Intervencional
Experimental Exemplo: Selecionar grupo de pessoas que sofrerão um Pouco factível devido a questões
determinado tipo de intervenção – por exemplo, o uso de éticas. Ideal para avaliar impacto
medicamento a ser testado ou equipamento de proteção de novas drogas, tecnolo-gias
(Grupo Estudo), e um grupo semelhante, sem a intervenção metodologias, etc.
(Comparação). Acompanhar por um período de tempo
para comparar a incidência dos efeitos entre os 2 grupos.
Fonte/Source: Adaptado de Câmara (2002).

Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental Rev. Bras. Epidemiol.
Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
99 Vol. 6, Nº 2, 2003
nido pela dinâmica das relações que regu- de efeitos leves, até aqueles que causam dor,
lam as trocas do ecossistema, não estando sofrimento e morte, tais como, câncer, do-
conformados a priori num dado território enças crônico-degenerativas etc. Estes efei-
geopolítico, constituindo realidade concre- tos insidiosos e crônicos podem ainda ser
ta plena de relações complexas definidas fí- potencializados pela capacidade destas subs-
sica, vital e socialmente. Por exemplo, a dis- tâncias de serem cumulativas no organismo
persão atmosférica de um poluente pode e sofrerem transformações que podem au-
ultrapassar os limites geopolíticos de um es- mentar sua toxicidade. Na fase clínica ou de
tado ou país pela determinação, neste caso, efeitos, os sinais e sintomas tornam-se visí-
de condições abióticas presentes na realida- veis e órgãos ou aparelhos podem ser afeta-
de ecológica. dos, causando alterações em parênquimas,
A identificação das fontes de emissão dos sistema nervoso e pele; distúrbios no cresci-
poluentes é dificultada por sua variabilidade mento e no desenvolvimento, alterações
e dispersão. Normalmente, a população é imunológicas ou produção de lesões cance-
afetada por baixas doses e por tempo pro- rígenas, mutagênicas e teratogênicas.
longado de exposição a diversos poluentes, É difícil diagnosticar intoxicações por
sendo prejudicada a avaliação da freqüên- poluentes químicos porque não existe um
cia, magnitude e duração de cada um deles. quadro clínico “clássico” para a maioria das
O Epidemiologista deve buscar na Toxi- substâncias químicas. Além disso, como
cologia informações indispensáveis para mencionado anteriormente, a exposição
monitoramento da concentração da subs- costuma não ocorrer restrita a um único
tância, poder de volatilização, padrão de poluente, e sim extensiva a uma multipli-
ocorrência, cinética ambiental, capacidade cidade deles, que são associados aos mes-
do poluente de se transformar no ambiente, mos ou a diferentes sinais e sintomas. Cada
sua biodegradabilidade, persistência am- um dos órgãos do organismo humano pode
biental, etc. Também na Toxicologia o ser atingido por várias substâncias quími-
epidemiologista deve procurar as informa- cas, do mesmo modo que uma única subs-
ções para caracterizar os efeitos adversos tância pode lesar diferentes órgãos.
para a saúde. As variáveis se referem à toxi- Atualmente, novas pesquisas têm prio-
cocinética dos poluentes, sua toxicodinâmica rizado a identificação de indicadores
e principais manifestações clínicos. ambientais, biológicos e clínicos que possi-
Na toxicocinética residem as informações bilitem antecipar o desenvolvimento de si-
sobre a maneira como os poluentes pene- tuações que possam conduzir a poluições
tram no organismo humano, se transfor- ambientais danosas à saúde; identificar as
mam, são acumulados ou eliminados. Nesta exposições humanas a situações ambientais
fase ainda não ocorreram as primeiras rea- potencialmente patógenas aos seres vivos e
ções em âmbito molecular no organismo, particularmente ao homem; e diagnosticar
que vão originar as manifestações clínicas. as fases iniciais ainda inaparentes do pro-
Quando isto acontece, caracteriza-se a toxi- cesso da doença. Este último se torna evi-
codinâmica, que precede o aparecimento de dente quando ocorrem as primeiras intera-
sinais e sintomas que compõem o quadro ções do poluente com moléculas específicas
clínico das intoxicações6. Tanto para pesqui- que irão caracterizar uma fase preliminar
sas como para fins de vigilância deve-se de- ou de expressão precoce dos efeitos, que
finir quem é “caso” ou qual o “caso suspei- ainda não são aparentes7, sendo utilizado
to”. Mais uma vez, a primeira dificuldade como marcador ou indicador de efeito pre-
relaciona-se a escasso conhecimento toxi- coce. Este desenvolvimento do conhecimen-
cológico para a maioria destas substâncias. to da toxicodinâmica dos poluentes quími-
Pode-se incluir também a variabilidade do cos pode facilitar a aplicação de medidas que
grau de toxicidade, que, dependendo, entre tentem impedir a evolução do quadro clíni-
outros, de sua dose, podem determinar des- co.

Rev. Bras. Epidemiol.


Vol. 6, Nº 2, 2003
100 Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental
Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
Em conseqüência disso, para as investi- de e de prevenção e controle de doenças
gações e notadamente as ações de preven- relacionadas ao ambiente2.
ção e mitigação, devem ser priorizados es- Para estes fins, é fundamental a criação
forços para o monitoramento destes poluen- de um sistema de informações que tenha
tes nas fases anteriores ao processo que vão como premissas o seu caráter contínuo e a
desde a exposição até os efeitos. Logica- hierarquia dessas informações8. Neste sen-
mente, a primeira escolha é o local onde está tido, a Epidemiologia, através da produção
situada a sua fonte de emissão, que, no caso de indicadores e índices (indicadores de im-
da Saúde Ambiental, é variada e dispersa. A pactos semelhantes agrupados) e do seu
segunda opção seria no ambiente, através método de análise das informações, é a dis-
da dosagem da substância de interesse nos ciplina chave desta vigilância.
diversos compartimentos ambientais, isto é, Os indicadores, têm a capacidade de re-
no ar, na água, em sedimentos, solos, poei- sumir em poucos números uma série de
ras, entre outros. Como terceira opção, in- dados e, segundo a Organização Mundial da
clui-se a dosagem da substância química em Saúde. devem ser9:
amostras biológicas do organismo (sangue, • De aplicabilidade geral, isto é, direcio-
urina, ar expirado, leite materno, unhas, ca- nados a questões específicas baseadas em
belos) ou seus marcadores de efeitos preco- uma associação entre saúde e ambiente;
ces. Finalmente, a última opção é a que ocor- • Cientificamente sólidos, ou seja, preci-
re com maior freqüência e representa o fra- sam ser validados, comparáveis indepen-
casso das medidas de intervenção: o monito- dentemente do tempo e espaço, basea-
ramento de efeitos clínicos6. Também é de dos em dados confiáveis, resistentes a
grande interesse para os interessados em mudanças em sua metodologia, impar-
desenvolver projetos e programas sobre este ciais e representativos das condições de
assunto avaliar a infra-estrutura disponível interesse;
para a obtenção dos níveis de exposição aos • Aplicáveis pelos usuários, garantindo sua
poluentes e os casos de pessoas doentes. fácil compreensão e aceitabilidade.
Para a definição dos casos, é decisivo o apoio Uma tentativa de hierarquizar os indica-
de um sistema público de saúde que realize dores de saúde e ambiente é proposta tam-
diagnósticos e registre as doenças. Estes as- bém pela Organização Mundial da Saúde9.
pectos interferem na escolha de determina- São cinco níveis de indicadores, que, em or-
dos tipo de estudos epidemiológicos. dem decrescente, são classificados como
Forças Motrizes, Pressão, Estado ou Situa-
A vigilância ção, Exposição e Efeitos. Para cada um des-
tes níveis correspondem ações específicas,
A Vigilância Ambiental em Saúde é defi- tais como, respectivamente, políticas eco-
nida pela Fundação Nacional da Saúde como nômicas, gerenciamento de riscos, melhoria
um conjunto de ações que proporciona o da qualidade ambiental, equipamentos de
conhecimento e a detecção de qualquer proteção individual e tratamento dos casos9.
mudança nos fatores determinantes e O planejamento de um sistema de infor-
condicionantes do meio ambiente que in- mações vem sendo desenvolvido pelo Siste-
terferem na saúde humana, com a finalida- ma Nacional de Vigilância Ambiental em Saú-
de de identificar as medidas de prevenção e de, através de estatísticas produzidas por meio
controle dos fatores de risco ambientais re- da interação de registros dos diversos siste-
lacionados às doenças ou outros agravos à mas existentes. Incluem informações para
saúde2. Compete ao sistema produzir, inte- vigilância sobre a qualidade da água de con-
grar, processar e interpretar informações sumo humano (SISÁGUA), já em operação
que sirvam de instrumentos para que o Sis- em vários estados; a qualidade do ar; a quali-
tema Unificado de Saúde possa planejar e dade do solo; os desastres naturais; e os aci-
executar ações relativas à promoção de saú- dentes com produtos perigosos. Domingues10

Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental


Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
101 Rev. Bras. Epidemiol.
Vol. 6, Nº 2, 2003
cita outras bases de dados de especial inte- ticos, da ocorrência de algum evento entre
resse para estudos epidemiológicos, tanto grupos populacionais expostos e não-expos-
para caracterizar os indivíduos expostos quan- tos (risco relativo, atribuível etc.) ou então
to para a definição dos que apresentam os entre doentes e não doentes (razão dos pro-
efeitos, tais como: dutos cruzados). Também contribui como
• O Sistema de Informações Hospitalares um dos elementos metodológicos em uma
(SIH/SUS), Sistema de Informações de das etapas das avaliações de risco elabora-
Mortalidade (SIM) e Sistema de Informa- das dentro do campo de relações ambiente/
ções Ambulatoriais do DATASUS; saúde, ou seja, aquelas propostas pela Agên-
• O Sistema de Notificação de Agravos cia de Substâncias Tóxicas e Registro de Do-
(SINAM), Sistema de Informações de enças (Agency for Toxic Substances and
Nascidos Vivos (SINASC) do Centro Na- Diseases Registry - ATSDR) e pela Agência
cional de epidemiologia (CENEPI); de Proteção Ambiental (Environmenatal
• O Sistema de Informações Tóxico- Health Protection – EPA).
farmacológicas da Fundação Oswaldo A metodologia da ATSDR tem como prin-
Cruz (SINITOX); cipal característica o fato de ser a única que
• Os censos Demográfico e Agropecuário, privilegia as preocupações da comunidade
bem como as pesquisas por amostras de na avaliação de risco. É realizada uma avali-
domicílios e as informações sistemáticas ação de saúde baseada na informação
sobre recursos naturais, fauna e flora da ambiental pertinente, nos dados sobre efei-
Fundação Instituto Brasileiro de Geogra- tos à saúde e, como já foi enfatizado, nas
fia e Estatística (IBGE); preocupações da comunidade associadas ao
• O Sistema Nacional de Informações em local onde ocorreu liberação de substâncias
Saneamento da Secretaria de Desenvol- perigosas. Indica populações que vivem e
vimento Urbano; trabalham próximas a locais poluídos por
• O Sistema de Informações Hidrológicas substâncias químicas, para as quais são re-
da Agência Nacional de Energia e Eletri- comendadas ações de saúde pública mais
cidade (ANEEL); aprofundadas. Baseia-se em informações
• As informações sobre imagens de satéli- tanto qualitativas como quantitativas e de-
tes e monitoramento de queimadas do termina as implicações para a saúde pública
Instituto Nacional de Pesquisas Espaci- no local e aconselha o início de atividades de
ais (INPE); seguimento em saúde11.
• As informações sobre recursos hídricos, Neste ponto, difere da metodologia da
qualidade dos assentamentos humanos, EPA, que caracteriza a natureza dos riscos à
biodiversidade, Amazônia Legal, e de po- saúde pública pela exposição a substâncias
líticas de desenvolvimento sustentável do perigosas, incluindo os seguintes componen-
Ministério do Meio Ambiente (MMA); tes: identificação do perigo, avaliação de
• Os sistemas de monitoramento do ar re- dose-resposta, avaliação da exposição e ca-
alizados por algumas instituições esta- racterização do risco12. O produto desta ava-
duais de meio ambiente, tais como a liação é uma estimação numérica que serve
Companhia Estadual de Tecnologia em para determinar limites de exposição a de-
Saneamento Ambiental (CETESB) em São terminadas substâncias que servem de
Paulo e a Fundação Estadual de Enge- parâmetros para a definição de limites de
nharia do Meio Ambiente (FEEMA) no exposição a serem definidos através de le-
Rio de Janeiro. gislação e contribuição para programas de
prevenção e controle da exposição a algum
As avaliações de risco poluente químico ambiental12,13.
A Epidemiologia também contribui para
A Epidemiologia avalia riscos, geralmen- o monitoramento da situação de saúde de
te através da comparação por testes estatís- determinadas populações na realização de

Rev. Bras. Epidemiol.


Vol. 6, Nº 2, 2003
102 Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental
Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
avaliações do impacto de mudanças ambien- de rendimentos dos programas de saúde
tais produzidas por projetos econômicos e deles decorrentes.
sociais no próprio ecossistema local e na saú- Por outro lado, torna-se obrigatório
de das populações humanas para a tomada cumprir a resolução 196/96 do Conselho
de decisão sobre o desenvolvimento de pro- Nacional de Saúde sobre os procedimentos
jetos. Estas avaliações têm como finalidade éticos. Esta resolução determina que a co-
oferecer informações sobre os prováveis munidade – objeto de estudo/intervenção –
impactos e as possíveis medidas para miti- deve ser informada de todos os principais
gar/prevenir estas situações de risco14. momentos do estudo e do curso das inter-
venções, incluindo aí os resultados da pes-
Conclusões quisa. Interpreta-se esta determinação como
uma conquista da cidadania no sentido da
Postula-se que a confiabilidade, coerên- defesa da vida e da saúde, e que tem como
cia e adequação à realidade das explicações pressuposto a contribuição do conhecimen-
que os estudos em Saúde Ambiental ofere- to cientifico produzido e o seu uso pela soci-
cem repousam na adoção de uma visão teó- edade, democraticamente compartilhados.
rico-conceitual integrada do binômio saú- A definição de recursos humanos para a
de/ambiente e do uso de metodologias formação das equipes científicas e técnicas
compatíveis com esta premissa. Neste senti- nos estudos epidemiológicos é norteada pe-
do, para o desenvolvimento dos estudos las diferentes disciplinas necessárias para
epidemiológicos nesta área deve-se ter como pesquisas e ações em Saúde Ambiental. Do
principal ponto de partida que a complexi- ponto de vista da formação profissional de
dade presente nesta relação (saúde/ambi- cada um dos especialistas que integram as
ente) advoga a impossibilidade de um traba- equipes de trabalho, tais como os Epidemio-
lho científico solitário ou que possa estar li- logistas, Estatísticos, Toxicólogos, Ecolo-
mitado por um número reduzido de disci- gistas e outros, além de terem competência
plinas ou campos do conhecimento. Deve em sua área de origem e formação específi-
ser valorizada no desenho e planejamento ca, devem pertencer e compartilhar solidá-
de estudos e ações epidemiológicas uma ria e organicamente do campo da Saúde
abordagem integradora, onde cada discipli- Coletiva.
na ou campo do conhecimento possa ofere- Aceitas estas considerações, e sem que-
cer métodos ou técnicas específicas e com- rer fazer um julgamento de valor, estudos
plementares às outras, além de levar em con- epidemiológicos neste campo do conheci-
ta a necessidade de articulação dos diversos mento não devem ser realizados apenas por
setores públicos e privados e instituições “generalistas” da Saúde Coletiva, sob pena de
sociais relacionados com a Saúde Ambiental. serem produzidos conhecimentos parcia-
As possibilidades de ações (preventivas e lizados e de pouca profundidade. Em estu-
de controle) sobre as questões emanadas da dos com este tipo de condução (de genera-
relação ambiente/saúde em termos coleti- listas) é sabido que o instrumental de pesqui-
vos são de competência do Estado e dos go- sa utilizado pode não abranger os elementos
vernos. Neste sentido, o papel do Estado e encobertos da realidade sob investigação,
das instituições envolvidas na relação apon- dado que o uso de variáveis, categorias e indi-
tada é definido pela Constituição do Brasil e cadores que expressem a complexidade das
normatizado por diversas Leis, Decretos, relações sob estudo demandam um conheci-
Portarias e Normas Técnicas, entre outros. mento mais aprofundado que aquele detido
Todavia, o cumprimento da legislação, quan- pelo generalista. Mesmo nas disciplinas tra-
do realizado pelas instituições, tem sido ca- dicionais da área de Saúde Coletiva (Epide-
racterizado por uma dispersão e pulveriza- miologia, Planejamento, Ciências Sociais em
ção de atividades sem que haja uma real Saúde e Bioestatística) a especialização cada
integração entre elas, o que diminui o fluxo vez mais se impõe, sem perder de vista a ne-

Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental


Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.
103 Rev. Bras. Epidemiol.
Vol. 6, Nº 2, 2003
cessidade de uma visão geral. Cada vez mais mento atual, a constituição de quadros técni-
é indispensável a presença de médicos que cos e científicos de formação complexa e ex-
façam diagnósticos clínicos precisos, psicó- tensiva e, ao mesmo tempo, com alto grau de
logos que realizem testes neuropsicológicos especificidade que preencham um perfil pro-
para apoio diagnóstico, nutricionistas capa- fissional cujas principais características seri-
zes de realizar uma eficiente avaliação am: as capacidades de articulação e de espe-
nutricional, etc. Na Medicina, por exemplo, cialização nos planos interdisciplinar e técni-
especialidades como Endocrinologia, Neuro- co-político, mediadas pelo respeito às popu-
logia e Pneumologia tornaram-se indispen- lações e imbuídas de dignidade profissional.
sáveis para qualquer atividade de pesquisa que
abranja os efeitos mórbidos e que seja reali- Agradecimento
zada através da articulação interdisciplinar
Epidemiologia/Saúde Ambiental. Os autores agradecem à Dra. Claudia
Em resumo, torna-se necessário, no mo- Escosteguy pela revisão do texto.

Referências

1. Tambellini AT, Câmara VM. A temática saúde e 9. Corvalán C, Briggs D, Kjellstrom T. Development of
ambiente no processo de desenvolvimento da Saúde enviromental heath indicators. In: Briggs C, Corvalán
Coletiva: aspectos históricos, conceituais e C, Nurminen M (eds.). Linkage methods for
metodológicos. Ciência e Saúde Coletiva 1998; 3(2):47- environment and heatlh analysis. Geneva; 1996. World
59. Health Organization, United Nations Environment
Programme. p. 19-53.
2. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Vigilância
Ambiental em Saúde. Brasília, DF: Fundação Nacional 10. Domingues E. Sistemas de Informação para Vigilância
da Saúde; 2001. Ambiental em Saúde: Bases de dados e a construção
de indicadores. In: FUNASA: Curso Básico de Vigilância
3. Câmara VM. Epidemiologia e Ambiente. In: Medronho Ambiental em Saúde. Brasília: Fundação Nacional da
R (ed.). Epidemiologia. São Paulo: Atheneu; 2002. p. Saúde; 2001. p. 115-45.
371-83.
11. ATSDR - Agency for Toxic Substances and Disease
4. Asmus CIF. Avaliação do processo produtivo em Registry. Evaluación de Riesgos en la Salud por la
mineração de diamantes e suas repercussões sobre a Exposición a Residuos Peligrosos. Metepec. Edo. de
saúde dos adolescentes garimpeiros. [Tese de México: Centro Panamericano de Ecologia Humana y
Doutorado]. Rio de Janeiro: Coordenação dos Salud, ECO/OPS; 1992.
Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ;
2001. 12. EPA - Environmental Protection Agency. Evaluación y
manejo de riesgos: sistema para toma de decisiones.
5. Medronho RA. Geoprocessamento e saúde – uma nova Metepec. Edo. de México: Centro Panamericano de
abordagem do espaço no processo saúde doença. Rio Ecologia Humana y Salud, ECO/OPS; 1992.
de Janeiro: FIOCRUZ/CICT/NECT; 1995.
13. Brilhante OM. Gestão e avaliação da poluição, impacto
6. Lauwerys RR, Hoet P. Industrial Chemical Exposure. e risco na saúde ambiental. In: Brilhante OM, Caldas
Guidelines for Biological Monitoring. New York: Lewis LQ (eds.). Gestão e avaliação de risco em Saúde
Publishers; 1993. p. 1-3. Ambiental. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; 1999. p.
19-73.
7. Augusto LGS. Exposição ocupacional a organoclorados
em em indústria química de Cubatão, Estado de São 14. Canter LW. Environmental health impact assessment.
Paulo: Avaliação do efeito clastogênico pelo teste de Metepec, México: Pan American Center for Human
micronídios. [Tese de Doutorado]. Campinas: Ecology and Health. ECO/PAHO; 1986.
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade
Estadual de Campinas; 1995. Recebido em: 24/07/2002
Aprovação em: 05/03/2003
8. Corey G. Vigilancia en Epidemiologia Ambiental.
Metepec, México: Centro Panamericano de Ecología
Humana y Salud. Organización Panamericana de la
Salud; 1998. (Serie Vigilancia 1).

Rev. Bras. Epidemiol.


Vol. 6, Nº 2, 2003
104 Considerações sobre o uso da epidemiologia nos estudos em saúde ambiental
Câmara, V.M. & Tambellini, A.T.

You might also like