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sé Preprints ‘ituagao: O preprint nao foi submetido para publicagao A CONSTRUGAO DE PROJETOS EM VALORES MORAIS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE VITORIA-ES. Mayara Gama de Lima, Heloisa Moulin de Alencar, Leandra Lucia Moraes Couto https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 Submetido em: 2021-06-22 Postado em: 2021-06-30 (verso 1) (AAAA-MM-DD) SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 ARTIGO Mayara Gama de Lima Dontora em Psicologia pelo Programa de Pés-graduagio em Psicologia (PPGP) da Universidade Federal do Espitito Santo (UFES). Professora Adjunto nivel I, em regime temporitio, do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento (DPSD) da UFES. Orci: hitps//oreid.org/0000-0002-9298-7732 Heloisa Moulin de Alencar Professor Tinalat do Departamento de Psicologia Social ¢ do Desenvolvimento ¢ do Programa de Pés- Graduacio em Psicologia da Universidade Federal do Espirito Santo. ORCID: Lt ft 5 Lendra Lticia Moraes Couto Psicéloga. Mestra e doutora em Psicologia pelo Programa de Pés-graduacio em Psicologia da Universidade Federal do Espirito Santo. ORCID: http: / /orcic.org/0000-0002-2706-6240 DESCRICAO DE CONTRIBUICAO DOS AUTORES As autoras abaixo relacionadas participaram efetivamente na elaboraco do manuscrito “Construgao de Projetos de Educagao em Valores Morais em uma Escola Municipal de Vitéria-ES”. Segue abaixo, a descrigao sobre as especificidades executadas por cada autora. 1+ Mayara Gama de Lima Administracio do Projeto, Analise Formal, Conceituagio, Curadoria de Dados, Escrita — Primeira versio, Revisio e Edigio -, Investigagao, Metodologia, Recursos, Validagio e Visualizacao. 2-Heloisa Moulin de Alencar Administracio do Projeto, Anslise Formal, Conceituaco, Escrita ~ Revisio e Edigdo - , Investigacao, Metodologia, Supervisio, Validagio e Visualizacio. 3 Leandra Leia Moraes Couto ‘Administracio do Projeto, Anilise Formal, Conceituagdo, Curadoria de Dados, Escrita ~ Revisio e Edigdo -, Investigagdo, Metodologia, Validagio e Visualizagio. Por ser verdade, firmo a presente declaragao. ARM ayaeo, Crome. de bate. Mayara Gama de Lima SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 DECLARACAO DE CONFLITO DE INTERESSE Nés, Mayara Gama de Lima, Heloisa Moulin de Alenear e Leandra Liicia Moraes Couto, autoras do manuscrito “Construgdo de Projetos de Educagdo em Valores Morais em uma Escola Municipal de Vitoria-ES”, que ndo possuimos conflito de interesse de ordem: financeiro, comercial, politico, académico e pessoal. Sendo assim, nio existe relagdes de qualquer tipo que possam levar a contlito de interesse. Por ser verdade, firmo a presente declaragio. TAM AoE Qyorne. ote Las ne Mayara Gama de Lima CONSTRUCAO DE PROJETOS DE EDUCACAO EM VALORES MORAIS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE VITORIA-ES. RESUMO: Este estndo teve por objetivo investigar se os educadores adquitiram conhecimentos teéricos ¢ metodolégicos para elaborar projeto de educacio em valores morais em consonincia com os que podem ser considerados por autores da tea como bem-sucedidos. Para tanto, houve orientacio na elaboracio do projeto de educacio em valores morais, que aconteceram durante oficinas realizadas em um curso de formagio. Nove profissionais de uma escola de ensino fundamental da rede municipal pauticiparam das oficinas. A anilise qualitativa do projeto indicou aspectos que sio pontnados pela literatura como necessatios para que a educacio em valores morais seja considerada bem-sucedicda. Isto posto, consideramos que as oficinas instrumentalizaram os profissionais para uma proposta de atuagio que considera o desenvolvimento moral do alno, ainda que sejam necessirios mais espagos de formacio dentro da carga horitia de trabalho para melhor desenvolvimento dessas acées. Palavras-chave: Formacao docente. Moral. Btica. Escola. CONSTRUCTION OF EDUCATION PROJECTS IN MORAL VALUES IN A MUNICIPAL SCHOOL IN VITORIA-ES ABSTRACT: This study aimed to investigate whether educators acquited theoretical and methodological knowledge to develop an education project based on moral values in line with those that can be considered successfil by authors in the field. To this end, there was gnidance in the prepasation of the education project on moral values, which took place during workshops held in a training course, Nine professionals fiom a municipal elementary school pasticipated in the workshops. The qualitative analysis of the project indicated aspects that are pointed ont by the literature as necessary for the education in moral values to be considered successful. That said, we consider that the workshops provided the professionals with an instrument for an action proposal that considers the moral development of the student, even though more training spaces are needed within the workload for better development of these actions. Keywords: Teacher training. Mozal. Ethic. School SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 CONSTRUCCION DE PROYECTOS EDUCATIVOS EN VALORES MORALES EN UNA ESCUELA, MUNICIPAL DE VITORIA-ES RESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo investigar si los educadores adquitieron conocimientos teéricos y metodolégicos para desarrollar un proyecto educativo basado en valores morales en line con. aquellos que pueden ser considerados exitosos por los antores en el campo. Para ello, se orienté en la elaboracién del proyecto de educacién en valores morales, que se levé a cabo durante los talleres sealizados en un curso de formacién. En los talleres participaron neve profesionales de una escuela primaria municipal. El andlisis cnalitativo del proyecto indicé aspectos que son sefialados por la literatura como necesatios para que la educacién en valores morales sea considerada exitosa. Dicho esto, consideramos que los talleres brindaron a los profesionales un instrumento para una propuesta de accion, que considere el desarrollo moral del alumno, aunque se necesitan mas espacios de formacién dentro de Ja carga de trabajo para un mejor desarrollo de estas acciones, Palabras clave: Formacién docente. Moral. Principio moral. Colegio. SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 INTRODUGAO Esta pesquisa parte do seferencial te6tico da Psicologia da Moralidade, area dedicada aos estndos dos processos psicolégicos por meio dos quais os sujeitos legitimam xegras, principios, valores morais e, com isso, pautam suas deliberacdes e acdes (LA TAILLE, 2019). Piaget (1994) foi um dos pioneiros nos estudos empiricos do desenvolvimento da moralidade. A partir de suas investigacées, ele propés que o desenvolvimento moral é caracterizado por duas morais: a heteronomia, marcada pelo ‘tespeito unilateral e pelas relacdes de coacio; e a autonomia, caracterizada pelo respeito mituo e pela cooperacio. Piaget (1996) ressalta que nenhuma realidade moral é completamente inata e que o que existe sio disposicées ou tendéncias afetivas que, se deixadas de lado, tomnam-se e permanecem andiquicas. ‘Nio hé, portanto, desenvolvimento moral sem uma educacio moral. ‘Mas a quem cabe a responsabilidade pela educacdo em valores morais dos sujeitos? Desde o fim da disciplina Educacio Moral ¢ Civica’, a discussio a respeito da educacio moral dos alunos foi enfiaquecendo nas pantas educacionais, pois trazia o mal-estar da ditadnra sempre que o assunto era lembrado (LEPRE, 2019). Com isso, passou-se a defender que a familia era a tinica responsavel por ‘educar moralmente as ctiancas ¢ adolescentes (LA TAILLE, 2019). No entanto, para Goergen (2007), a educacio moral nfo se apresenta como tarefa exclusiva dos pais ou da escola, mas sim como um compromisso entrelacaclo da sociedade como um todo e suas instituicdes — sejam elas politicas, jnsidicas, midifticas ou edneacionais ___ Assim, a educagio em valores morais é um dever tanto da escola quanto da familia (ARAUJO, 2007; PUIG, 1998; TAVARES; MENIN, 2015) e a relacio entre ambas é fundamental para que ela seja bem-sucedida (ALENCAR et al., 2018; CARVALHO et al., 2004; VINHA et al, 2017; VIVALDI, VINHA, 2014). A escola, por sua vez, constitnindo-se como um espaco piiblico que proporciona interacio social com a diversidade, é um contexto privilegiado para educar em valores morais (ALENCAR et al., 2013, 2014, 2018; ARAUJO, 2014, 2016; DURKHEIM, 2012; GARCIA; PUIG, 2010; GOERGEN, 2007; LA TAILLE, 2009; OLIVEIRA; CAMINHA; FREITAS, 2010; PEREIRA et al., 2017; PIAGET, 1996, PUIG, 1998, 2007; PUIG et al. 2000; TAVARES; MENIN 2015; TOGNETTA, 2016, TOGNETTA; VINHA, 2011; VINHA et al., 2017). Além disso, a legislacao brasileira também prevé a educacio moral como uma atzibuicio dos educadores (BRASIL, 2000, 2007, 2013, 2017) — logo, estes devem se ocupar dela e, para tal, é preciso qne aja o dominio de competéncias passiveis de aprimoramento (GARCIA; PUIG, 2010). Nessa perspectiva a escola possui a responsabilidade de desenvolver competéncias cognitivas e sociomomais, favorecendo a formacio de sujeitos criticos, assertivos ¢ empiticos (VINHA et al,, 2017). Assumindo ou nao essa responsabilidade, ela exerce influéncia no desenvolvimento moral de sens alunos e transmite valores, mesmo que de forma nfo intencional (LA TAILLE, 2009; MARQUES; TAVARES; MENIN, 2017; MENIN et al., 2014; PEREIRA et al, 2017). Desse modo, a escola precisa manter-se atenta a quais contetidos e técnicas vigoram em seu cotidiano, pois dependendo da escolha ela pode favorecer a heteronomia ou a autonomia; isto é, mesmo que nfo intencionalmente, pode perpetuar valotes “relacionados ao destespeito, 4 violéncia, a injustica e que ferem 0 modo de convivéncia democritica, em que o didlogo ¢ a ferramenta principal para a sesolugio de conflitos” (MARQUES; TAVARES: MENIN, 2017, p. 11), Assim, é importante definir questes como objetivo e finalidades, bem como os métodos € procedimentos empregados para a pritica da educacio em valores morais. Embora todos possam educar em valores, é de extrema importincia a formacio adequada para que os profissionais sejam capazes de preparar e prever intervencées de maneira conjunta. Ou seja, sempre se educa em valores; contudo, faz se necessirio prestar aten¢io 4s competéncias que facilitam essa tarefa formativa (GARCIA; PUIG, 2010). © objetivo e a finalidade da educacio em valores morais € construir personalidades auténomas e com aptidiio ao exercicio da cooperacio (PIAGET, 1996). La Taille (2009) sublinha que a ‘ediacacio em valores morais contribu para a constmicio das personalidades éticas; isto é, para que valores SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 morais ocupem 0 centro das representagdes de si. Nesse sentido, ela deve favorecer que os sujeitos sejam capazes de pensar e agir criticamente no mundo que os cerca (PEREIRA et al, 2017). Pasa Puig (1998), a formacio moral deve facilitar o desenvolvimento de capacidades que influenciam nao apenas 0 juizo, mas a acio moral, coma finalidade de que os sujeitos possam se orientar de maneiza racional e auténoma ‘em simagées de contlito de valores. Isto posto, pode-se afirmar que a educacio em valores morias pode proporcionar que 0 individuo, além de orientar sas aces pessonis, toma-se capaz de avaliar o sistema noimativo de convengdes da sociedade (NUCCI, 2000) Os contetidos que podem constitnir essa forma de educaclo sto os mais variados (LA TAILLE, 2009, 2019), bem como os desafios da atualidade enfientados pelas escolas, tais como violéncia, indisciplinas, incivilidades e falta de respeito (ALCANTARA et al., 2019; LA TAILLE, 2019; VINHA et al,, 2016; VINHA; MORAIS; MOURO, 2017; VIVALDI; VINHA, 2014). Ressaltamos, no entanto, que temas como conilitos de convivéncia podem e devem ser trabalhados por meio dos valores (VINHA: TOGNETTA, 2009; VINEIA, 2013), uma vez que as causas desses conilitos decorrem, normalmente, pela auséncia on caréncia de valores como justica (MENIN;, BATAGLIA, 2017), solidatiedade (MARTINS et al, 2017) ¢ sespeito (TOGNETTA; MARTINEZ; DAUD, 2017) no ambiente de convivéncia desses sujeitos Vale lembrar, entretanto, que a proposta de educacio em valores morais deve ser contextualizada ; ow seja, deve abordar questes que compdem o cotidiano escolar (MENIN; BATAGLIA, 2013; MENIN; BATAGLIA; ZECHI, 2013; TREVISOL; CORCETTI, 2013). Porisso, é necessitio realizar, antes de qualquer proposicio de projeto on experiéncia de educac: morais, 0 diagnéstico do contesto escolar, de modo que a proposta possa atender aos seus problemas sociomorais (MENIN; BATAGLIA, 2013). Diversas sio as possibilidades de métodos para sealizar diagnéstico do contesto, sendo eles entrevistas, grupos focais, observacio, escalas e questioniios (MORO; VINHA: MORAIS, 2019; VINHA et al., 2016; VINHA; MORAIS: MORO, 2017). No Brasil, dois instrumentos foram validados para anilise da realidade das escolas do pais: a Escala de adesio de valores (TAVARES; MENIN, 2015; TAVARES et al., 2016; MARQUES; TAVARES; MENIN, 2017) © 0 Questionario do clima escolar (BIDOIA, 2020; MELO; MORAIS, 2019; MORO; VINHA; MORAIS, 2019; VINHA; MORAIS; MORO, 2017; VINHA et al., 2016; VINHA et al, 2017; VINHA et al, 2018). Ambos os instrumentos sio destinados aos ahmnos e educadores, porém destacamos que além do rigor metodolégico, é importante considerar todos os agentes escolares (como alunos, gestores, docentes, familiares e comunidade) para que a avaliacio seja bem desenvolvida Percebe-se, assim, que o diagnéstico possibilita identificar tanto os pontos fortes quanto os pontos vulneriveis da escola, sinalizando quais as agdes que os educadores devem edificar (VINHA et al,, 2017). Portanto, o diagnéstico é eapaz de mobilizar a escola para desenvolver projetos e, além disso, contiibuir como forma de avaliacio durante e, também apés suas execucdes. O diagnéstico oferece, sob essa ética, um panorama do processo de transformacio da escola. A pattir de entio, tendo identificado as principais questdes do contento, ¢ importante escolher quais estratégias e meios serio empregados para colocat em pritica a educacio em valores morais. Assim como os temas, diversos sio os métodos que podem envolvem essa aplicagio. Piaget (1996) destaca que ao se estudar os procedimentos de educacio em valores morais é preciso levar em consideracio alguns aspectos: o tipo de tespeito ou relacées interindlividuais, e se recorrem ou nio A acio dda propria crianca, Referindo-se aos procedimentos de educagio moral, Piaget (1996) rita a existéncia de duas possibilidades: os procedimentos verbais e os métodos ativos. Para o autor, é possivel distingnix muitas vatiagdes do ensino da moral pela palavra: do mais verbal a0 mais ativo, do mais impregnado de concio adrlta 20 mais préximo da ctianca. Segundo Piaget, o método mais efetivo para a educacio em valores morais é 0 ativo, porque é por meio deste que a ctianca compartilha experiéncias morais no ambiente escolar. Isto ¢ importante, pois como salienta o autor, a crianca deve estar em contato com seus pares € ‘em sitnagées por meio das qusis ela seja capaz de praticar a cooperacio, o exercicio da democracia, do respeito mituo e, com isso, construir sua moralidade Além dos métodos verbais e ativos, a transversalidade também recebe destaque enquanto possibilidade de estratégia para a ectucacéo em valores morais. La Taille (2019) destaca que nesse método cada professor pode tcabalhar o tema dos valores morais tendo em vista as caracteristicas de sua em valores SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 disciplina, Assim, nio é preciso deixar a educacio em valores morais sob a responsabilidade de um s6 docente, o que limita a discussio moral a um horitio especitico. A educacio em valores morais é papel de todos os educadores e sens diversos aspectos podem ser apreendidos por intermédio dos variados tipos de conhecimentos que os sujeitos histéricos constroem. Por sua vez, Puig (PUIG et al., 2000; PUIG, 2007) defende que a escola deve trabalhar a educagio em valores morais em trés vias diferentes e, as vezes, inter-telacionadas: a via interpessoal, a cumticular € a institucional. A via interpessoal é 0 conjunto de influéncias educativas que derivam diretamente da maneita de ser e de fazer dos educadores, principalmente quando determina o tom da relacao pessoal com o aluno; logo, todo e qualquer momento eclucativo constitui este Ambito. A via curticular envolve o planejamento e a execucio de atividades pensadas para trabalhar a formacio moral dos alunos. Essas atividades sto condensadas em um recorte temporal especifico, como é 0 caso das disciplinas, ou ocorrem transversalmente em todas as matétias. Por fim, a via institucional é o conjunto de atividades que detivam da ouganizacio da escola e tem como pressuposto a participacio democritica de todos os agentes escolares. Essa via constitni-se de atividades como assembleias e foruns que visam dar espaco as tomadas de decisio coletivas por meio da patticipacio ativa e democritica, on seja, contribui para a construcio de um espaco escolar de convivéncia democtitica baseado no respeito e na jnstica. Dado a importincia da educagio em valores morais, o grupo de trabalho sobre psicologia da moralidade da Associacao Nacional de Pesquisadores ¢ Pés-graduacio (ANPED), entre os anos de 2009 © 2010, realizou um levantamento de experiéncias voltadas 4 educacio em valores morais dos alunos. A pesquisa coletow 1.062 questionstios preenchidos por profissionais da educacio da rede piiblica da edncagio bisica (ensino findamental — 6° 20 9° ano — e ensino médio) de todas as regides do Brasil (MENIN; BATAGLIA; ZECHI, 2013). A partir da literatura da area, as autoras estabeleceram alguns ctitétios necessitios para que seja possivel considerar a experiéncia de educagio em valores morais como bem-sucedida: 1) analisar a experiéncia em relacio a escola que a desenvolve, seu contexto possibilidades; 2) envolver a escola, a familia e a commnidade externa; 3) nao ser desenvolvido por um tinico profissional; isto é, a escola inteira deve estar comprometida com o andamento do projeto; 4) ter como objetivo a constmgio de valores morais e nio a adequacio social ou a obediéncia as regras; e 5) ser baseada em métodos e priticas democriticas, bem como na participacio ativa e ctiativa dos alunos. Nesse sentido, é importante, dentre outros aspectos, que a educacio em valores monais alcance o maior mimero possivel de espacos e de patticipantes escolares (MENIN et al., 2017; OLIVEIRA; MENIN, 2013) Além dos critérios necesséiios para que uma experiencia de educacio em valozes morais seja considerada como bem-sncedida a pesquisa anteriormente citada (MENIN; BATAGLIA; ZECHI, 2013) apresentou dados importantes a respeito da formacio docente voltada a educacio em valores morais. Dos 1062 patticipantes, embora 72% dos participantes jé tivesse composto projetos perpassados pela educacio em valores morais, apenas 29% destes disseram jé ter recebido alguma formacio para trabalhar com © tema. Percebe-se, portanto, que hi uma caréncia de formagio docente dixecionada 20 desenvolvimento dos sujeitos; formacio que seja capaz de offerecer suporte paz a compreensio das dimensdes cognitiva, afetiva, morale social e, assim, instrumentalizar os educadotes para que eles possam lidar com os conflitos na escola de forma a favorecer a autonomia ¢ a convivéncia democritica (BARRIOS; MARINHO-ARAUJO; BRANCO, 2011; MENIN et al., 017; MORO; VINHA; MORAIS, 2019; VINHA; TOGNETTA, 2009; VIVALDI; VINHA, 2014). No que se refere preparacio dos profissionais da educacio para educar em valores morais, defendemos que 0 conhecimento das teorias morais por parte dos professores pode instrumentalizé-los em prol de suas atuacdes, levando em consideracio o desenvolvimento dos alunos (LEPRE, 2019) Todavia, Lepre destaca que conhecimentos teéricos sobre determinados assuntos nfo significam necessariamente uma atuacio docente coerente, pois é preciso considerar “que a realidade, sobetudo a ética, sob a qual se desenvolve determinada prixis, é complexa ¢ multifacetada” (LEPRE, 2019, p. 07). Consideramos, por ontro lado, que a formacio continuada pode sex uma importante estratégia para instrumentalizar os profissionais no trabalho da educagio em valores morais. Principalmente se nio se restringir & transmissio de saberes simples conceitos sobre a moralidade (ALVORADO-PRADA; FREITAS; FREITAS, 2010; BARRIOS; MARINHO-ARAUJO; BRANCO, 2011), caminhando em SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 diregio a uma formacio centrada no desenvolvimento de competéncias que possibilitam a reflesio constante, cxitica das regras e principios morais socioculturais presentes no contesto; ofertando aos profissionais ferramentas para lidarem com o desenvolvimento moral dos seus alunos (MIDGETTE et al, 2018; NUCCI; CREANE; POWERS, 2015), e possibilitando, enfim, que estes compartilhem experiéncias, pensamentos ¢ ideias relacionadas 20 ensino e aprendizagem (COENDERS; NELLIE, 2018) Dado os pressupostos antetiormente apresentados, 0 Laboratério de Psicologia da ‘Moralidade (LAPSIM) da Universidade Federal do Espisito Santo (UFES) propés a uma escola da rede municipal de Vitéria, capital do estado do Espirito Santo, um programa de pesquisa que visava a formacio de profissionais da educacio, a fim de capaciti-los ao desenvolvimento de experiéncias e projetos sobre o tema na escola em que atuam. O curso de formacio foi dividido em dois Médulos. O ‘Médulo I buscou ofertar os seguintes subsidios tedticos e metodolégicos da educacio em valores morais: valores, moral ¢ ética; principais conceitos sobre o desenvolvimento humano e desenvolvimento cognitivo; desenvolvimento moral; educacio em valores morais: conceito, objetivos e contextos; temas ppara a educacio em valores morais no contesto escolar; priticas para a educacio em valores morais no contexto escola; elaboracio de projetos de educacio em valores mosais e fontes de informacio. Por sua ‘vez, o Médulo II, que seri relatado no presente artigo, consistitt em oficinas nas quais os participantes puderam discumis os temas do Médulo Ie com a mediacto das formadoras eleaboxarem um projeto de educacdo em valores morais adequado a0 contesto da escola. Assim, 0 presente estudo teve por objetivo investigar se os educadores adquiziram conhecimentos teéricas e metodolégicos para elaborar projeto de educacio em valores morais em consonincia com os que podem ser considerados por autores da area como bem-sucedidos. METODOLOGIA Participantes Participaram do Médulo II nove profissionais de educacio de uma instituigio de ensino da sede municipal de Vitéria - ES. Para que os profissionais estivessem aptos & patticipacio deste Médulo, deveriam ter conchiido 0 Médulo I do curso de formacio ofertado em 2017 pelos membros do LAPSIM. Os profissionais ocupavam as seguintes fincdes: disetor (n=l), estagidtio (n=1) e professor (n=7). Entre 0s professores, quatio ministravam as disciplinas do micleo comum para ensino fundamental Ie, os outros, encarregavam-se pelas sepuintes reas: Artes, Matematica e Educagio Especial. Dos nove ptofissionais que iniciaram 0 Médulo II, apenas trés 0 concluitam, a saber: as professoras do primeito segundo ano (fundamental I) e 0 professor de artes. Instrumento e Procedimentos O método utilizado duante 0 Médulo II foi a realizacio de oficinas que aconteceram na instituico durante oito encontros quinzenais — entre maio e agosto de 2018, em hortio combinado com os profissionais e a instituicio. Todos os encontros foram gravados em video e audio. Estavam puesentes em todas 2s oficinas duas pesquisadoras que ficazam reeponsiveis pelo registro de um difxio de campo. As oficinas tiveram por objetivo fomentar um espaco de discussio e reflexio que pudesse ofertar aos educadores um espaco coletivo para a discussio das questées do contexto da escola e para qe eles pudessem elaborar juntos conhecimentos e estratégias apropriadas 20 contexto da escola, Cada oficina possnia um tema norteador que cortespondia a um tépico a ser incluido no projeto a ser elaborado pelos educadores, foram eles: 1) anilise do contesto escolar; 2) objetivos e finalidades do projeto; 3) temas e contetidos; 4) pasticipantes, parcerias e duraclo; 5) puiticas para a ecuucacio em valores morais (esse tema foi dividido em dois encontros); e 6) matetiais de apoio, cronograma e divulgacio do projeto. O material didatico para as oficinas foi elaborado pelas pesquisadoras e disponibilizado aos participantes sempre com quinze dias que antecediam o encontro. Nele, estavam inclusos uma atividade a ser feita antes do encontro (exercicio 1), e 0 texto bisico (Referéncia ser inserida apés a avaliagio cega). Alm desses, duzante as oficinas, entegévamos mais duas atividades: 0 exercicio 2e a atividade pés encontzo, que ausiliaram na discnssio e decisio dos tépicos do piojeto. Também disponibilizamos em uma pasta do Dropbox textos e artigos cientificos que poderiam contribuir para a formacio dos docentes. SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 © Médulo TI contava com carga horiria de 40 horas, sendo 24 horas presenciais e 16 nio presenciais. Cada participante que concluiu as atividades recebeu um certificado de curso de formacio. As oficinas tinham duracao de trés horas; parte do periodo era destinado a discussio, debate e definicio dos conteitdos a serem redigicios no projeto (atividacles que deveriam ser feitas em casa serviram como guias pata as discussdes). A outta parte destinava-se 4 redacio dos contetidos que foram decididos durante 0 encontro. A carga horaria nfo presencial foi planejada para leitura do texto bisico do encontro, realizacio do exercicio 1 e digitalizacio do contetido em um arquivo salvo no Dropbox. Por fim, vale ressaltar que seguimos todos os procedimentos éticos, conforme prevé a Resolucao 466/12 (BRASIL, 2012). A pesquisa obteve parecer favorivel do Conselho de Etica e Pesquisa da UFES (Parecer n° 2.182.097) ¢ da Secretaria de Educacio do Municipio de Vitéria - ES (SEME). Encaminhamos um pedido de antotizacio pata a instimicio em que foi realizada a pesquisa e os profissionais assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tratamento dos Dados O tratamento dos dados acontecen por meio da andlise qualitativa das oficinas e do projeto elaborado pelos profissionais. Os critérios de ayaliacto foram previamente estabelecidos conforme a literatura da érea (ALENCAR et al, 2013, ARAUJO, 2014; GARCIA; PUIG, 2010; LA TAILLE, 2009, 2019; MENIN; ZECHI, 2013; MENIN et al., 2013; MENIN et al., 2017; OLIVEIRA; MENIN, 2013; PUIG, 2007; PUIG et al, 2000; TREVISOL; CORCETTI, 2013; VIVALDI; VINHA; 2014). Sio eles: 1) se 0 projeto atende as questdes do contexto escolar (origem da proposta, se as respostas e estratégias, ‘buscadas vieram da necessidade da escola); 2) caracteristicas do projeto — quais os pasticipantes envolvidos (alunos, professores, comunidade externa), tempo de duracio proposto, imbitos dentro da instituigdo escolar que serio envolvidos (0 interpessoal, o curricular e o institucional); e 3) adequabilidade dos métodos e puiticas pedagégicas escolhidas (se incentiva a antonomia, a cooperacio dos envolvidos). RESULTADOS E DISCUSSAO Inicialmente, apresentaremos a andlise dos dados do projeto elaborado pelos profissionais e, quando pertinente a discussio, informacdes sobre as oficinas serio relatadas. Seguiremos os critérios de anilise previamente estabelecidos. Os trechos retirados do projeto de educacio em valores morais elaborado pelos profissionais serio apresentados entre aspas e em itilico . Depois, firemos uma reflexio sobre a avaliaco das oficinas, isto é, avaliaremos os dads sobre os problemas enfrentados e as iniciativas qe foram produtivas para o andamento do Médulo IL. 0 Projeto Atende as Questées do Contexto Escolar? O primeito aspect discutido nas oficinas, para iniciar a elaboracio e redacio do projeto, foi © diagnéstico do contexto da escola. Para tanto, haviamos realizado previamente um levantamento junto a educadores da instituicao sobre suas percepcdes em relacio a0 ambiente escolar, a qualidade das interagdes sociais © principais problemas da escola. Destacamos que diversas sio as possibilidades de metodologias ¢ instrumentos para se realizar andlise do contesto escolar (MORO et al., 2019; VINHA et al, 2016; VINHA; MORAIS; MORO, 2017). Aqui, utilizamos a entrevista semiestruturada. Os resultados deste levantamento foram divulgados em forma de artigo (teferéncia a ser insetida apés a avaliacio cega) e discutidos com os participantes. Este aspecto foi norteador para a elaboracio do projeto, uma vez que o diagndstico é relevante para que a proposta possa atender aos problemas sociomorais do contexto (MENIN et al., 2013). Dessa forma, as informagées apresentadas pelas pesquisadoras foram dispasadoras para a discussio acerca das principais questdes do contesto da instituigio. A partir das informacdes apresentadas ¢ do debate com os edincadores presentes na oficina, os profissionais descreveram no ppiojeto a instituicao como uma ‘escola de passagem’ e os seus alunos camo ‘passantes’ — isto é, esto lé ‘temporariamente porque no podem estar em ontra instituicio, nfo se identificam com aquele espaco e no se sentem pertencentes @ ele. Assim, a escola nao possui uma identidade de forma que professores, alunos e demais profissionais se identifiqnem e sejam acolhidos por ela; nio hi, entio, o sentimento de seguranca por meio do qual a institui¢ao é apreendida como um espaco também constituidlo pelos sujeitos que a ocupam. Dando sequéncia, na contextualizacio do projeto os profissionais destacaram que a escola possi “rérias dftuldades perante as agtes que em parte no se concrtizam diante doe confltes que acorrem wa escola SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 relacionados & indiciplina, transeresstes, olincia verbal e fica, fures tz” (teecho do projeto). De acordo com as discussdes ¢ 0 contetido do projeto, essa dificaldade ocoue por conta da falta de: 1) organizagio administrativa da escola, que dificulta o trabalho em equipe, o didlogo para com os profissionais, a atuacio do Conselho de Escola ¢ a commnicacio da equipe gestora (diretora, coorclenadora e peciagogas); 2) apoio dos érgios competentes e de parcetias; 3) organizacio e otimizacio do espaco escolar que vise a abrangéncia de projetos na escola; 4) adesio da equipe docente para desempenhar tm objetivo comum; 5) empatia entre os pares (educadores) para com algumas situagdes vivenciadas entre os colegas; e 6) envolvimento da familia dos alunos no processo educativo. Podemos verificar que as caréncias do contexto, de acordo com os profissionais, dizem respeito a aspectos que influenciam a qualidade do convivio e do ambiente escolar, como a organizacio administcativa e pedagéeica, falta de apoio e parcerias extemas, organizacio e intraestrutura do espaco fisico, relagdes interpessoais e relacio entre a escola e a familia. De acordo com os eduicadores essa rotina, ‘organizacio e caracteristicas da escola afetam e resultam em outros problemas e contflitos de convivéncia escolar relacionados aos alunos; como indisciplina, transgressGes, violéncia verbal e fisica, furtos etc. Logo, os educadores entendem que esses problemas comportamentais vincilados aos ahinos sio causados também por questées ligadas & gestio e a qualidade do ambiente escolar — ou seja, a situacdes ‘vivenciadas na escola Dado 0 esposto, os profissionais elencaram que os problemas, que prejudicam a qualidade do convivio e do ambiente escolar, esto associados a conflitos de convivéncia e aos sentimentos de inseguranca e nfo pertencimento dos agentes escolares em relacio & instituicao. Desse modo, 0 projeto tem origem na necessidade de instaurar na institicio um ambiente e atmosfera escolar com bons selacionamentos, envolvimento ativo dos pais, espacos de didlogo e de trabalho coletivo para educadores, gestores e instituicdes externas. Isto para que, assim, tome-se possivel o desenvolvimento do sentimento de seguranga e pertencimento dos agentes escolares. Consideramos, portanto, que o projeto elaborado atende a uma questio contextual que foi elencada a partir das anilises e discussdes realizatias pelos profissionais da escola durante a oficina. O projeto se propée, entio, a trabalhar educacio em valores morais a partir das necessidades e caracteristicas da escola. Caracteristicas do Projeto Os préximos pasos para elaboracio do projeto foram definir os objetivos, temas, patticipantes, parcerias, Ambitos institucionais e curacao. Iniciamos pelos objetivos do projeto. A pattir da anilise do contexto e discussées na oficina, os patticipantes definiram o segninte objetivo: “Promover «a constrngo da identidade da escola com base em valores morais de forma que a comumidade escolar valorize a institute e sinta-se pertencente a ela” (txecho do projeto). Por sua vez, os objetivos especificos foram: 1) propor possiveis estratégias para o envolvimento e acolhida das familias no processo de ensino-aprendizagem; 2) trabalhar a autoestima, 0 autortespeito, a polidez ¢ a empatia junto 4 comunidade escolar; 3) envolver a commnidade e 0 entorno escolar no projeto; 4) mobilizar a comnnidade escolar para dialogar com o poder ptiblico; e 5) trabalhar valores com todos os profissionais da escola. Os temas elencados foram: respeito, justica (equidade igualdade), indisciplina, violencia (todos 03 tipos de violéncia, principalmente entre alunos e entre alunos ¢ pofessores) ¢ diversos valores morais (na redacio do projeto nao foram especificacios quais) Como discutem antores da Area, 0 cotidiano escolar tem sido cada vez mais tangenciado por problemas como agressées, indisciplina e violéncia (ALCANTARA et al, 2019; LA TAILLE, 2019; ‘VINHA et al, 2016; VINHA; MORAIS; MOURO, 2017; VIVALDI; VINHA, 2014). Esses problemas comprometem 0 bem-estar e a qualidade de vida dos alunos (ALCANTARA et al, 2019) e dos profissionais que atuam na instituicio. Portanto, é coerente que indisciplina e violéncia sejam apontadas como temas a serem abordados pelo projeto. No entanto, a resolucio desses conilitos sera bem-sucedida caso seja dado enfoque & discussio de suas causas ¢ 4s possiveis formas de se enfrentar as problemiticas citadas, por meio do trabalho de valores e regras que conttibuam para a convivéncia (VINHA; TOGNETTA, 2009; VINHA, 2013). Nesse sentido, a escola deve trabalhar os valores de justign polidez; bem como sentimentos de sespeito, empatia, autoestima e autonespeito, Isto é, trabalhar com temas ligados ao desenvolvimento da autonomia moral dos sujeitos (LA TAILLE, 2009, 2019; NUCCT, 2000; PIAGET, 1996; PUIG, 1998, 2007; PUIG et al., 2000) SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 Com vistas a contiibuir paca essa reflesto, destacamos que durante a oficina uma participante pontuou que a falta de justiga nas puiticas pedagogicas reflete em situagdes de indisciplina na escola Cousideramos que a concepcio da patticipante é coerente, visto que intexagdes que fetem aos principios de justica podem prejudicar a convivéncia escolar (MENIN; BATAGLIA, 2017) desencadeando contlitos como, por exemplo, a propria indisciplina. Sob essa dtica, é necessirio que a instituicio nto ‘tuabalhe apenas o valor da justica com a comunidade escolar, mas que a8 relacSes do ambiente em questio sejam baseadas em um convivio social pautado em principios e valores, como justia (MENIN; BATAGLIA, 2017), sespeito (TOGNETTA et al, 2017), solidaiedade (MARTINS et al, 2017; convivéncia democzitica (VINHA et al, 2017). Isto posto, consideramos que os objetivos e temas escolhidos atendem aos ctitétios de autores no que diz xespeito as definicées de um projeto bem- sucedido, uma vez que visa trabalhar valores morais importantes para o desenvolvimento moral dos alunos, como a justica (LA TAILLE, 2009, 2019; MENIN; BATAGLIA, 2017; PIAGET,1994) e questées que fazem parte do contexto da escola (MENIN et al., 2013). Por conseguinte, no tocante ao piiblico-alvo do projeto, os profissionais definiram que os seguintes agentes escolares deveriam pasticipar: professores, equipe gestora (diretora, coordenadora e pedagogas), demais profissionais (assistentes administrativos, ausiliares de servicos gerais, merendeiras, estagiitios, bibliotecria e porteiros), estdantes e suas familias. Os professores e a eqntipe gestora sto os organizadores e responsdveis, que idealizam, planejam e propdem 0 projeto. Os estudantes sto 0 grupo alvo, que recebem o que é idealizado pelos organizadoxes. Os demais fimcionitios e a familia desempenham 0 papel de apoio aos organizadores, sendo que a familia sexi convidada a prestigiar os eventos realizados, deisando sugestdes e opinides sobre eles, tendo também a fungi de contribuir para qe 0s alunos realizem as atividades de casa Durante a oficina em que foi debatido e definido quais seriam os participantes do projeto, um dos profissionais sessaltou que todo professor deveria trabalhar com educacio em valores morais, pois a legislacio brasileira prevé que essa pritica é uma de suas atribuicées. De acordo com o referido profissional, a equipe gestora nio deveria perguntar se 0 professor quer trabalhar no projeto pais isso deveria ser, 20 conttitio, uma imposigio. De fato, a legislacio brasileira prevé que a escola deve trabalhar com temas relacionados a valores (BRASIL, 2000, 2007, 2013, 2017, 2018). Além disso, estudiosos defendem que a escola é uum espaco privilegiado para a educacio em valores morais (ALENCAR et al. 2013, 2014, 2018; ARAUJO, 2014, 2016; DURKHEIM, 2012; GARCIA; PUIG, 2010; GOERGEN. 2007; LA TAILLE, 2009; OLIVEIRA et al., 2010; PEREIRA et al., 2017; PIAGET, 1996; PUIG, 1998, 2007; PUIG etal., 2000; TAVARES; MENIN, 2015; TOGNETTA, 2016, TOGNETTA; VINHA, 2011; VINHA et al., 2017). No entanto, a imposicio no é 0 método mais apropriado para buscar envolver os agentes escolares, pois desperta resisténcia e comompe o objetivo da educacio em valores morais, Devemos, entio, tabalhar por meio do convencimento, mostrando a importincia do trabalho © os argumentos que fiandamentam a proposta. Retomando as caracteristicas do projeto, além dos agentes anteriormente mencionados, os ediucadoxes idealizaram patcerias com instituicées extemas, tais como a SEME, centtos de assisténcia social, Unidade Bisica de Satide, Universidade Federal e hospital universitixio. As parcesias devem acontecer como um tabilho em rede em que as institnicdes externas ofertem apoio por meio de encaminhamentos, palestras e possiveis aces a serem desenvolvidlas em conjunto. Este aspecto atende a um fator que pode contribuir para que a experiéncia seja bem-sucedida: estabelecer parcerias com instimigdes da redondeza (GARCIA; PUIG, 2010). Por sua vez, no que conceme a sia extensio temporal, o projeto deveré acontecer anualmente, pasando por avaliacdes e revises, também anuais, que visam aptimorar as préximas acées. Além disso, devera envolver os Ambitos interpessoal, curricular e institucional. Ainda, os idealizadores objetivam torélo um projeto institucional assim que ele puder ser inserido no Projeto Politico Pedagégico (PPP) Ressaltamos que durante as oficinas os participantes relataram a dificuldade de propor um espaco novo para que 0 projeto pudesse ser trabalhado na escola — como, por exemplo, uma disciplina specifica. Eles destacam que possuem muitas attibuigdes e reservar um hovatio especifico para o projeto acaba configurando uma espécie de sobrecarga de trabalho. Portanto, defendem que o projeto seria vidvel caso fosse trabalhado em sala de attla, dentro do curriculo dos anos escolares. Isto demostra que, SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 devido iis condigdes do trabalho dos educadores, a dedicacio a projetos de educacio em valores morais pode ser vista como um actimulo de funcio que aumentaria uma carga hordtia de tabalho, em uma jomnada ja sobrecatregada (MENIN; BATAGLIA, 2013). Nessa perspectiva, a escola deve se organizar ¢ inclnir em seu PPP a proposta da educacio em valores moiais pata que ela perpasse todo o espaco escolar. Assim, consideramos qute 20 ser incluido no PPP, o projeto de educacio em valores morais pode ser compreendido como um principio institucional que visa proporcionar um convivio justo, sespeitoso e democtitico; principio pox meio do qual os valozes sejam elementos que contibuam para 0 desenvolvimento da autonomia dos sujeitos envolvidos no processo de formacio. O PPP da escola é um importante documento que estabelece os principios e as xegtas que xegem as puiticas pedagégicas de formacio dos alunos (TREVISOL; CORCETTI, 2013). Logo, consideramos que sua auséncia pode dificultar a organizagio e regulamentagio de normas e principios na escola, inclusive dos principios morais que potencializam a formacio do coxpo discente. Como exposto, o projeto elaborado preconiza a continnidade do trabalho de educacio em valores morais na escola por diversos anos (OLIVEIRA; MENIN, 2013; MENIN et al., 2017), assim como envalve os ambitos interpessoal, curricular ¢ institucional (PUIG, 1998, 2007, PUIG et al, 2000), abordando os contetidos de forma transversal (LA TAILLE, 2009, 2019) com vistas ao alcance de um maior mimero de agentes e espacos escolares (MENIN et al, 2013; MENIN et sl, 2017) Adequabilidade dos Métodos e Priticas Pedagégicas No projeto elaborado foram previstos métodos e praticas destinadlas aos professores e aos, alunos. Pata os professores foram preconizadas as atlas na modalidade de cursos de formacio e apetfeigoamento. Para os akmnos, por sta vez, foram mencionadas as rodas de conversa, dramatizacdes, filmes, palestras ministradas pelas instimigdes externas que sexo parceiras do projeto; e, enfim, assembleias de tunma (para dialogar, refletir e transfoumar a proposta do projeto). No que diz sespeito aos recnusos selecionados, 0 projeto prevé a utilizacio de sala de video, laborat6rio de informitica, biblioteca (atilizacio de livros que trabalhem os temas do projeto), anditério, qqnadica com jogos e sala de artes. Como materiais de apoio prevé documentitios, charges, repostagens, Fotografias e nmisicas. Sob essa ética, 0 projeto leva em consideracio os recursos disponiveis e 0 espaco fisico da escola, o que toma a escolha apropriada a0 contexto escolar. Como podemos observar, parte dos métodos citados sio predominantemente verbais ( como aulas e palestias), mas na descricio das atividades identificamos que estas buscavam incentivar a patticipacio ativa dos envolvidos valorizando o didlogo (PIAGET, 1996). Com isto, consideramos que ‘esses procedimentos podem favorecer a atttonomia e a cooperacio entre os envolvidos (PIAGET, 1994). No entanto, ao estabelecer quais estratégias e métodos serio utilizados no projeto, os educadores fazem a escolha de maneita pragmitica, recortendo a priticas pedagégicas jf utilizadas em sala de aula (MENIN et al, 2014; MORO; VINHA; MORAIS, 2019). Constatamos, dessa forma, que houve por parte do compo docente dificuldade para propor outras estratégias pedagégicas — que foram, inclusive, discutidas dante 0 curso de formacio, especialmente no Médulo I. Assim, é necessatio que além de discutix e refletir junto 20s profissionais sobre as possibilidades de métodos de educagio em valores morais, haja um acompanhamento da aplicacio em sala de aula, como fizeram outzos trabalhos (COENDERS; NELLIE, 2018; MIDGETTE et al., 2018). Esse acompanhamento pode acontecer por pesquisadores da universidades em parcerias com as unidades de ensino da educacio e com as proprias secretarias de ediucacéo, bem como com a contratacio de uma equipe multidisciplinar para amar de forma permanente € continua nas escolas. Consideramos que a escola pode ser favorecida com a presenca de profissionais de outras especialidades, como psicélogos (BARRIOS et al., 2011; MORO et al., 2019); bem como parcerias com universidades e instituicdes de formagio (MORO et al., 2019; VINHA et al, 2017), que sio capazes de oferecer suporte continno nos educadores na tarefa de educar. Além disso, no que diz respeito ao tema da educacio em valores morais, & possivel estabelecer parcerias com os educadores na elaboracio, implementacio e avaliagio de projetos e experiéncias sobre o tema ‘Alnda sobre os métodos e puiticas pedagégicas escolhidas pelos profissionais para compor © projeto, outras trés rellexdes so possiveis. Primeiso, o projeto se propée a traballar os txés émbitos sugetidos por Puig (PUIG, 1998, 2007, PUIG et al, 2000). No entanto, as atividades mencionadas como SCIELO Preprints - Este documento é um preprint ¢ sua situa¢o atual est disponivel em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2524 estratégias privilegiam mais 0 Ambito curricular em detsimento do interpessoal e institucional. Falta 20 puojeto propor acdes de convivéncia mais efetivas e estratégias que visem 2 oxganizacio institucional — como espacos democriticos para a discussio e formulacio das regras. A segunda teflexiio pertinente diz respeito 4 xelacio entte a escola e a familia. O projeto € as, discusses dos profissionais durante as oficinas sinalizam que o envolvimento da familia na cotina da escola é um problema do contexto da institui¢io, o que resultou em um objetivo especitico do projeto. No entanto, os profissionais propdem que esta desempenhe papel de apoio, prestigiando os eventos ¢ gaxantindo que os alunos realizem as atividades de casa. Nao hi proposta de pasticipacio ativa da familia duante 0 projeto, tanto que nao foram mencionadas métodos on estratégias pedagégicas que envolvessem tal priblico. Consideramos que essa é uma Incuna do projeto, ma vez que a telacio entre escola e familia é importante para a educacio em valores morais (ALENCAR et al., 2018; CARVALHO et al, 2004; VINHA et al., 2017; VIVALDI; VINHA, 2014), bem como para a constnicio de um ambiente escolar de qualidade (MARQUES et al., 2017; TAVARES; MENIN, 2015; VINHA et al, 2017). Assim, embora seja relevante buscar a colaboracio da familia no dia a dia dos alunos (ALENCAR et al, 2018; MENIN et al., 2017; VIVALDI; VINHA, 2014), a patticipacio e envolvimento dela no puojeto é pontual fato mencionado anteriormente 10s leva a terceisa reflexio: embora conste no projeto 0 objetivo de aproximar a comunidade da escola, esta no foi apontada como patticipante do refexido projeto e nao ha estratégia voltada para ela. Em ontras palavras: 0 projeto nao propée acées para viabilizar o envolvimento das familias e da comunidade, Além da familia, a escola precisa estabelecer parcerias com a comunidade (ARAUJO, 2007; BIDOIA, 2020; MENIN et al., 2017; OLIVEIRA; MENIN, 2013; VIVALDI; VINHA, 2014). Se o objetivo 6 constmair uma identidade de pertencimento da escola com 0 envolvimento das familias e da comunidade — pertencimento pot meio do qual pais e alunos sintam- Accesso em: 06 de agosto de 2020. BRASIL. Lei x. 13.663, de 14 de maio de 2018. 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Os autores declaram que a pesquisa que deu origem ao manuscrito seguiu as boas praticas éticas e que as necessdrias aprovacdes de comites de ética de pesquisa, quando aplicavel, estdo descritas no manuscrito. * Os autores concordam que caso o manuscrito venha a ser aceito e postado no servidor SciELO Preprints, a retirada do mesmo se dard mediante retratacao. * Os autores concordam que o manuscrito aprovado seré disponibilizado sob licenga Creative Commons CC-. 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