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Professor:
Me. Thanise Pitelli Paroschi
DIREÇÃO
04 18| PRECIFICAÇÃO
PRECIFICAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conhecer os custo de matéria prima alimentar e não alimentar.
•• Abordar sobre os custos de mão de obra, bem como seu respectivo cálculo.
•• Conhecer os custos que compõem os custos gerais e os principais encar-
gos tributários.
•• Avaliar os custos que incidem na produção de alimentos de modo a definir
o preço de venda, considerando a lucratividade.
PLANO DE ESTUDO
introdução
custos de matéria prima
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1,25 = 10kg
Peso Líquido
- Sobras: referente aos alimentos produzidos e não distribuídos, ou seja, aqueles que
não vão para a distribuição e sobraram na panela.
Por mais que a lei permita que estes sejam reaproveitados quando armazenados
corretamente, alguns alimentos perdem qualidade, ou às vezes, por incompatibili-
dade de cardápio ou falta de espaço, acabam sendo descartados.
Avaliar as sobras serve para medir a eficiência do planejamento, falhas de deter-
minação do número de refeições servidas, erros de porção, falhas de treinamento
em relação ao porcionamento, utensílio de servir inadequados, preparações incom-
patíveis com o padrão do cliente ou com seus hábitos alimentares.
Em um restaurante self-service, as sobras também podem avaliar a eficiência de
produção de alimentos, já que a sobra também se refere a uma má aparência ou
apresentação dos alimentos.
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Não existe uma porcentagem ideal de sobras. O restaurante deverá medir as sobras
ao longo do tempo e estabelecer um parâmetro próprio da unidade.
Exemplo:
Em uma unidade que serve 200 refeições por dia, produz 120 g de arroz cozido
por pessoa e adota como margem de segurança, um aumento de 10% na produção.
Qual o percentual de sobras do dia, considerando que a quantidade servida de
arroz cozido foi de 20 kg?
Exemplo:
Avalie o Índice de resto (%) considerando que em uma unidade que serviu 247
refeições, produziu 139 kg de feijão, distribuiu 135,19 kg e obteve 6,49 kg de resto.
Qual o valor do índice de resto?
Índice de resto (IR) = Peso da refeição rejeitada (PR) x 100
Peso da refeição distribuída (PRD)
Os custos de mão de obra fazem referência ao montante das despesas dos serviços
prestados pelos funcionários da empresa, sendo os funcionários envolvidos direta,
ou ainda, indiretamente na produção dos produtos. Como o custo de mão de obra,
normalmente, se situa entre 25 e 30% do faturamento total, pode-se considerar que
constitui um custo significativo e justifica a adoção de um rigoroso controle, na busca
de um retorno financeiro positivo. Por isso é necessário análise e controle constantes,
relacionando sempre o número de refeições servidas com o número de colaborado-
res que fazem parte do serviço (VAZ, 2002).
Devemos ressaltar que os recursos humanos são um dos principais patrimônios
de uma empresa e é de extrema importância, já que estão diretamente relaciona-
dos à qualidade dos serviços prestados.
Além do salário, o custo da mão de obra deve englobar os encargos sociais,
como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS), seguro contra acidentes de trabalho e os proventos (VAZ, 2006).
Segundo a mesma autora, os proventos são todos os rendimentos que o funcio-
nário obtém quer seja através do seu trabalho ou por direito, por exemplo: 13° salário,
férias, horas extras, adicional noturno, adicional periculosidade, adicional insalubri-
dade. Integram, ainda, esses gastos: acidentes de trabalho; reclamações trabalhistas.
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A insalubridade e a periculosidade são gratificações instituídas por lei, no
qual se compensa o risco, ou seja, a possibilidade de dano de vida ou à
saúde daqueles que executam determinados trabalhos classificados como
insalubres e/ou perigosos.
Insalubridade: o empregado deve estar exposto, em caráter habitual e per-
manente, a agentes nocivos à saúde, por exemplo substâncias químicas,
ruídos, exposição ao calor, que podem prejudicar sua saúde.
Periculosidade: engloba o fator “fatalidade”, ou seja, a submissão do empre-
gado a risco de vida, em função das suas atividades exercidas. Por exemplo,
temos o uso de explosivos, inflamáveis, substâncias radioativas, atividades
de segurança pessoal que exponham o empregado a roubos.
Fonte: Bejgel e Barroso (2001).
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A seguir, vamos calcular o custo unitário de mão de obra para se produzir refei-
ções com base no número de funcionários, com seus respectivos salários e tempo
para produzir tais serviços.
Assim, o custo unitário de mão de obra é calculado com base no custo de mão
de obra para determinada refeição, dividido pelo número de produtos produzidos.
Considerando os dados:
Quantidade de “pratos feitos” servidos no mês: 4000
Dias trabalhados: 30
Percentuais que incidem sobre o salário direto (referente aos encargos e be-
nefícios): 102,83%
2) Gás - outro custo presente que pode ser avaliado de maneira semelhan-
te ao gasto de energia.
3) Água – Estimadas por meio de uma quantidade padrão de água gasta por
refeição. Mezomo (2002) indica como parâmetro 42L de água por refeição.
Uma vez que todos com os componentes dos custos são calculados, é possível ter
o custo da refeição ou do produto.
Exemplo:
Vamos ver um exemplo de como ratear o custo do aluguel e inseri-lo como
parte do custo do produto.
Assim, se a empresa serve 6000 almoços a R$5,00, significa que tem como
custo direto R$30.000,00.
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R$30.000,00 – 100%
R$1.000,00 – x
x= 3,33%
Assim, a indicação é que deve ser acrescido 3,33% referente ao rateio do aluguel
no custo do almoço.
Vaz (2002) afirma que outro custo que incorre é a depreciação dos equipamentos
que apesar de não ser propriamente uma despesa ou gasto, é considerada como
custo por representar perda de valor dos bens pelo seu desgaste.
A depreciação é computada no custo, pois assim a perda gradativa do valor dos
bens pelo uso pode ser recuperada pelas receitas.
Para se calcular o valor da depreciação podem ser utilizados critérios estabelecidos
pelo regulamento do Imposto de renda e pelo tempo de vida útil estimada do bem.
Além dos componentes básicos de custo, Kimura (2003) afirma que não podemos
deixar de citar os gastos com os encargos tributários, que são bastante vastos e im-
pactam na definição do preço de venda e no lucro. Podem-se considerar custos com
encargos tributários, àqueles referentes aos impostos que a empresa paga sobre o
valor de faturamento nas vendas ou prestação de serviços de alimentação.
Os contratos feitos em base de prestação de serviços devem recolher impostos
sobre prestação de serviços: ISS (imposto sobre serviço para qualquer natureza).
Os contratos com preço fechado no qual o faturamento se dá pela venda de um
produto (refeição), devem recolher o ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias)
Deve-se, ainda, recolher o PIS (Programa de inclusão social) e o COFINS (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social) (SEBRAE, 2017).
Vale lembrar que estes variam de acordo com o enquadramento social da empresa,
o faturamento mensal e a cidade que está instalada (SEBRAE, 2017).
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Quer conhecer um pouco mais sobre os impostos que, geralmente, incidem
no ramo de alimentação e que foram citados acima?
ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços - Tributação
Estadual – incide sobre a venda do produto
PIS - Programa de integração social - tanto no caso de vendas como no caso
de prestação de serviços – Federal – incide sobre o faturamento
COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - vendas
e/ou prestação de serviços – Federal – incide sobre o faturamento
ISS - Imposto Sobre Serviço – Municipal – taxa administrativa
Fonte: SEBRAE (2017, on-line)1.
precificação
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Estabelecimentos que manipulam alimentos são tipos de empresas caracterizadas por alto
custo fixo e também variável, fazendo com que a margem de lucratividade fique estreita.
Para a produção de alimentos, podemos considerar que as empresas possuem despesas
administrativas que qualquer outro tipo de empresa possui, como água, aluguel, seguros,
combustíveis etc. Porém, muitos outros custos englobam as despesas de empresas que
manipulam alimentos. Dentre eles, a matéria-prima, que é necessária para a transformação
em preparações e representam um grande custo das empresas, já que quase a metade do
faturamento líquido da empresa acaba sendo consumido pelos gastos com as matérias-
-primas, que podem ser de origem alimentar ou de origem não alimentar. O custo com
matérias-primas ainda traz uma grande dificuldade, o seu controle, pois ocorre grande pos-
sibilidade de desperdícios, citando a possibilidade de sobras e restos quando o número de
refeições é menor que o esperado.
Além desses custos, têm-se, ainda, os custos com encargos tributários que também são
amplos e bastante variados. Portanto, para uma empresa ter lucro e continuar sobrevivendo
no mercado, é importante que o processo de precificação são seja calculado adequada-
mente, agregando todos curtos que fazem parte do serviço e avaliando-os frequentemente,
pois um dos maiores desafios da produção de refeições é que os consumidores buscam
um bom serviço, mas querem pagar pouco por isso.
material complementar
Pegando fogo
Ano: Ernest Cline
REFERÊNCIA ON-LINE