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Teen Onn | ; eran ora " | Neoconstitucionalismo e Constitucionalizagao do Direito (O Triunfo Tardio do Direito Constitucional do Brasil) Luis Roberto Barroso" Suméro: odugao. 1. Nota pba. H. A forhagdo do Bstado constivcional de Shuuo Fore | Neoconstiucionaiomo etransformegies do cierto consttcioal Sontemporeneo. Mate histonco il Maze ston Il. Marco tesco 1. A force Tormativa da Constnagio. 2 A expanseo da juecigRo eanstrocone.& A nov Inurpretegae consttvconal Pete A conatihcionlizagao do Duct. Gene Tages Hf Ongam evolusbo do fenémeno il. A consticionalizagao do Divo ne Buon iO diet infaccnsttucienal na Const fuigao, 2A consteacionalizago oo tketo tnaconateuconal 3 Constucenalzasfo de Beto «seve meceniomes d6 stuagao piston 1V Algunasypostes da coneifusonaliaagao 80 Duet 1 Dey til 2 Diet edmsisrauv. 3 Beko pena Dee procosael edema amor A Consttveonalzago e uaiciobeaga oat rolsgbes sols. Conclsto Introdugao L Nota prévia 7 : “Chega de ago! Queremos promessas” Anénimo ‘Assim protestava 0 grafite,sinda em tinta frosea, inserito no muto de ima cidade, no coragao do mundo ocidental. A espirtuose inverséo da logica natural Gi conte de uma das mareas dessa gerago| a veloidede da transformagah 9 profusto de idéias, a multiplicagdo das novidades, Vivemos a perplexidadele a Englistia da aceloragao da vida, Os tompos nfo ancam propicios para doutsfas mae para mensagens de consumo rapido. Pata jingles, e no pare sinfoniab. O Diveto vive uma grave crise existoncil. Ndo conaeguo entregar 08 dois produtos que figeram aua reputagao ao longo dos séculgs. Do fao, a njustiga passeia pelas tas com passes flrmos! e a insegurenga 6 a Caracteristica da nossa era? | 1 son maloe parte, daapte mina estada na Usiversidads de Sen o USPON), Sou gato a etn Garvey pelo Gonvita = potter tornado a Wa raf de Bareloe ‘idaaie Pra do Seuss Neto por hover io on onginas formlago cricas #-nigeses ‘alosan, bem como a Bduaido Mendenga, Teresa Mao © Danielle Lins poe sjude estan pesauisa cna rvisto do toro | t Bowtold roche, Elogie da cnc. tn: Anologia poetic, 1977 : John Kenneth Galbraith, A era da incerteza, 1984. | Na afligae dessa hora, lmerso nos acontecimentos, néo pode o intémprete peneficiar-s¢ do distanciamento critico em relagdo ao fendmeno que lhe cabe ‘analiser. Ao Contatia, piacisa operat emi Meio a farmaga 6 a espuma TAIVET esi Seja, uma boa explicagao para o recurso recorrente 0s prefixos pos © noo: pés. médéinidade, pés-positivismo, neoliberalismo, neoconstitucionalismo. Sabe-se que velo depois e que tem a pretensao de ser novo. Mas ainda néo se sabe bem fo qué é. Tudo é ainda incerto. Pode ser avanco. Pode ser uma volta ao passado Pode ser apenas um mavimento circular, uma dessas guinadas de 360 greus © artigo que se sogue procura estudar as causas e 0s efeitos das transfor- ‘mages ocorridas no diseito constitucional contemporaneo, langando sobre elas uma’ visio positiva © construtiva. Procura-se oferecer consolo © esperanga ‘Alguém dira que parece um texto de auto-ajuda. Nao adianta: ninguém escapa do seu proprio tempo. IITA forMagao do Estado constitucional’dedireito © Estado de direito se consolida na Europa ao longo do século XIX, com a ‘adage ampla do modelo tornado universal pela Revolucao Francesa: separagao ‘de Poderes e protecdo dos direitos individuais, Na fase imediatamente anterior, prevalecia a configuragio pré-moderna do Estado, fundada em promissas tedri cas e em fatores reais diversos, £, na seqii@acia historica do Estado de direito tra dicional, ja na segunda metade do século XX, desenhava-ge uma nova formata- {g80 estatal, sob 0 signo das Constituigdes normativas. & possivel identificar, assim, ao longo dos tiltimos quinhentos anos, trés modelos institucionais diver- S08: 0 Estado pré-moderno, o Estado lagislativo de direito @ o Estado constitucio- vpal,de direito. Em cada um desses periodos, reservou-se para o Direito, para a ‘cléncia juridica e para a jurieprudéncia um papel espocifico.s £ O:Estado pré-moderno caracterizava-se pela pluralidade de fontes normati- ‘vas, pela tradigao romanistica de produgdo juridica @ pela natureza jusnatucalista ‘de sua fundamentagao. Doutrins e jurisprudéncia desompenhavam tum papel cria- tivo do Direito e, como conseqiiéncia, também normativo.4 O Estado legislativo de Tobroo tema, fncionando como fe condutr das isias dosse topo, v. Luigi Fer futuro del Estado clo derecho ln Miguel Carbone (org), Meoeensttucional.rn0 Vital Morea, © futuro da Contigo, In Bros Roberto Grau © Extucoe em homenagem a Palo Bonnvides, 2003, Pata um | Bstado 208 a ctica fisel, Ricngdo Lobe Torte, A sdéia do uberdade no Estado patrimonial # no Extn fsoa, 1694, Peer eee 1 No Betado pré. modem, a formagio do Die | da vain eradigao romanisticao taka ua valdade rundada na io, Veritas, non 3 eocenstivseionaisme e Consttucia (© Mune Taio do Dito Con direito, por sua vez, assentou-se sobre o mongpélio estatal da produgao juridica @ sobre o principio da legalidade.§ A norma legislada so converte em fator de uni ‘dade e estabilidade do Direito, cuja justiicagas passa a Ser de natureza positivis. ta. A partir dai, a doutrina iré desempenliar urn papel predominantemente descri- tivo das normas em vigor. B a jurisprudéncia se torna, antes e acima de tudo, uma fungo técnica de conhecimento, o nao de produgao do Direito ® (© Estado constitucional de direito desenvolve-se a partir do termina da 28 Guerra Mundial e se aprofunda no Ultimo quarto do século XX, tendo por carac teristica central a subordinacéo da legalidade @ uma Constituigao rigida. A vali dade das leis j4 nao depende apenas da forma de sua produgao, mas também da compatibilidade de seu contetido com as normas constitucionais, Mais que isso ‘a Constitulgao nao apenas impée limites ao legislador ¢ ao administrador, mas thes determina, também, deveres de atuagéo. A ciéncia do direito assume um ‘papel critico-e indutivo da.atuagao dos Poderes Puiblicos e a jurisprudéncia passa_| @ desompenhar novos papéis, dentre os quais se incluem a competéncia ampla para invalidar atos legislativos ou administrativos e pata interpretar as normas 15 A luz da Constituigao, Nesse ambiente se dolinearam as miltiplas categorias do novo direito e: titucional ¢ da constitucion: ie jul Parte I - Neoconstitucionalismo e transformagées do direito constitucional contemporéneo Nos trés tépicos que se seguem, empreende-se o esforgo de reconstituir, de nmianeira objetiva, a trajet6rla percorrida pelo direito constitucional nas «iltimas décadas, na Europa e no Brasil, levando em conta trés marcos fundamontais: 0 his- t6ric0, 0 tebrico @ filoséfico. Nelos estado contidas: as idéias e as mudancas de para: fhe dominante jasquapres le seconde guerre mondiale, non seulement an Fa Europe’, como anata Louis Foveres, La place du Cones Cenatitutionne! dans fm 28 jul 2005, lager: extn € 0 principe eonvencion ma aftmarée ae prcinodalegaidade come aatma do esoahe Luis Raberto Bsetoso digma que mobilizaram a doutrina e a jurisprudéngia nesse periodo, criando uma nova percepeao da Constituigao e de seu papel na interpretagdo juridica em geral, 1, Marco historico © maico histérieo do nove dizota constitucichal, na urops continental, fo | © constitucionalismo do pés-guerra, especialmente na Alemanha e na Italia. No} Brasil, fol a Constituigio de 1988 e o processo de fedlemocratizagéo que ela alu dou a protagonizar. A séguit, bieve exposigdo sobte cada um desses processos, A reconstitucionaliza¢éo da Europa, imediatamente apés a 21 Grande Guerra e ao longo da segunda metade do séchlo XX, redefini o lugar da Constituigao e a influéncia do diteito constitucional sobre as instivuigées contem poréneas. A aproximacao das idéias de constitucidnalismo e de democracia pro- duaiu uma nova forma de organizacio politica, que atende por nomes diversos: Estado domocratico de diteito, Estado constitucionlal de dizeito, Estado constitu- cional democrético. Seria mau investimento de ternpo e energia especular sobre sutilezas semanticas na matéria.? A principal referéncia no desenvolvimento do hove dicelto constitucional é a Lei Fundamental de Bonn (Gonstituigao alema®), \de 1949, &, especiaimente, a ctiagio do Tribunal Constitucionel Federal, instalatio em 1951. A partir dai teve nicio uma fecunda produgao tesrica ¢ jurisprudertcial, responsdvel pela ascen- sho cientifica do direito constitucional no ambito dbs paises de tradigao romano. germénica. A segunda referéncia de destajue é alda Constituigéo da Itslia, de 1947, @ a subseqiiente instalagéo da Corte Constitiicional, em 1956. Ao longo da década de 70, a redemocratizagéo ¢ a reconstituci¢nalizagao de Portugal (1976) e da Espanha (1978) agregaram valor 0 volume ag debate sobre 0 novo direito constitucional No caso brasileiro, o renascimento do direite cahstitucional se deu, igualmen: te, no ambiente de reconstitucionalizagao do pafs, per ocasiao da discussao prévia, convocagéo, elaboragao @ promulgagao da Constituigao de 1988. Sem embargo de vicissitudes de maior ou menor gravidade no seu teito, ¢ da compulsdo com que tem sido emendada ao longo dos anos, a Constivulgao foi capaz de promover, de 7 Conceda-se ao lugar comum da citagio do Shakespeare, Rameu w Julieta, 28 at0! “O que ba em tum nome( Aquilo que chamamos rosa, tivesse qualquer altro nome, tela v mesmo petfune (Pradugao livre de criginal: “What's in a name (That which! we call rose. by any other name ‘would smell as eweo0t") A Constituigio alems, promulgada er 1849, tom a designagto originaria de "Lei Fundamental due sublinhava seu ceréter proviscrio, concomida que 1d) pare uma face de transigas A Conatituigao definitive s6 deveria ser ratifieaca depote quo d pals ecuperasse a unidase, Em 31 de agosto de 1990 fol assinado o Tatado de Unificagio, que regulou a adesio da Repiblica Democrética Alema (RDA) A Republica Fedoral ds Alemania (RFA) Apds a unuoagao née fo bromulgada nova Constnigde, Desde oda 2 de outubro del 1990 a Let Fundamental vigrs em toda a Alomanha Necconsttucionalisme # Constitueionalizagao do Diroite {0 Tinto Tecio do Dueto Consuituconal do Brest) maneira bem sucedida, a travessia do Estado brasileiro de um regime autoritario, intolerante e, por vezos, violonto para um Estado democratico de direito, Male que ieso: a Carta do 1988 tem propiciado o mais longo periodo de ésta~ pilidade institucional da historia republicana do pais. E nao foram tempos panais. Ag longo da sua vigéncia, destituiu-se por Impeachment um Presidente da Republica, houve um grave escéndalo enyolvendo a Comissao de Orgamento See eaenctos Deputacios, foram afastados Sonadores importantes no esayems ae oar aa Republica, foi eleto uin Prosidente de oposigéo e do Partidg dos Trabalhadores, suzgiram denincias estridenies envolvendo esquomas de finan- ciamento eleitoral e de vantagens para parlamentares, em meio a outros eis dios. Em nenhum desses eventos houve a cogitacdo de qualquer solugao qué néo fosse © sespeito & legalidade constituciona}, Nessa matéria, percorremos em pouco tempo todos os ciclos do atraso. s Sob @ Constituigao de 1988, 0 direito constitucional no Brasil passou da desimportancia ao apogeu em menos de unia geragao, Uma Constituigao sao & sé técnica, ‘Tem de haver, por tras deta, a capacidade de simbolizar conquistas ¢ Jaro imaginatio das pessoas para fovos avangos. O surgimento de um scarimence constitucional no Pais 6 algo qub merece ser celebrado. Trata-se de cin sontimento ainda timido, mas real e sine#ro, de maior respetto pela Lei Maier, a despoito da volubilidade de seu texto. B bm grande progresso. Superanjos & tonica indiferenga,ciu, historicamente, se inanteve em relagéo & Consttuigéo. para os que sabem, 6 a indiferenga, n&o o|édio, o contrario do amor, IL. Marco filoséfico © marco flosético do novo diito costitcional & o pés-positivismo. Gobet aaron do ua earacterizaga0 situa-ge na confluéncia das duas grandes aeons ago pensamonto que oferecem parailigmas opostos para o Direto: 9 ius soriemse © 0 positiviame. Opostos, mas! por vezes, singularmente cofpple ‘antares, A quadva atual 6 assinalada pola Superagio ~ ou, talvez, sublimagao ~ ‘dos modelos puros por um conjunto difusole abrangente de idéias, agrupadas sob 0 rétulo genérico de pés-positivismo. 10 °O jasnataratisme moderne, dosenvolvido a partir do século XVI, aprox! mote hide tarde’ tansformov-se na flogotie natural do Disoito, Fundado na distora de sucesso. In. Tomas de dro coneutucona, 1, 2002 wera CGionoton esse debate foram; Joba Rawle, A thoory of justice, 1980; Ronald sere, Franny sights anrouaty. 1977; Robert Alexy, THorla do Toe derechos fundamedsales, ceeee i albere Galsemighia, Pstposstivisme, Dogo 21208, 1008, p. 200: “En ur ciero|sent Hee eee iiics actuate pude Genominat ppsipositiviste procisemente porque muchas Aaa sca al postivigm han sido aceplades y Rey todos en un cierto spmtido see eeeitisstes {_) Donominaré. posipositvistas a las teotias contempordneas ave a eine os probiomas dela ndetermnacin del derecho y as celaciones este 61 erecho, le moral y le paltica FW ins Roberto Barioso, Doze anos da Constituigie brasileira de 1868; uma breve ¢ acide ‘iuis Roberto Barroso crenga em princpios de jotiga unworslment vidos, fl ¢ combonsel Ae a ey chogoo a0 apogeu. com je Consuigies Cee i06 1 revoagoes ira gorecesneataico o antiqioticn 0 ate nate ©) coesteagns Cormarger da historia pela ages 0 postive jie emporiado Pare ae bi busca de osjuvided cinta o postivigne Se no ina do eee afatono oe osotia © deeiscuesoas come GAO @ justiga e dominou © pensamento juridico da primeira metade do século XX.12 a usc o dominos pematicamente asociedy a derota do fascismo nae odo nazismo na Alemanha, regimes que prompyeram ‘a barbérie sob a prote 2 80 ar age. ho fm Ga 2 Guot, weed © 08 valores comegs ¢ rotor far ao Diteto . euperagée historica do jisnaturalismo e @fracesso police do positivism oer Mo om conjunto amploo ina inacabado ce eiexbes cere scam camino Par clos interpreta) pos-poaivisme Dusea 7 do Dain, ut an ig no despeun oct Posto; rosa emeToanan of da logalidad eit, mas som ecorrer a catggonias matfisica® A interprets Lr or 2 go xan iio 0 deer marae DO Se gto aplcate e sem corporat vumacejos os prsonalsos, S970 iutga, mas nto Pavone de suis ins o hepogéness gue promeay, Aon doo qradigma em constragao incioem-se a atribuigho 4e normatividade a3s nest Parag gan do oe ravages com yloee © reas ea aE eto ete montagto Juric: forrnago de uma nove Resend ca constitucional; e o desenvolvimenta de uma teoria dos direitos fundamentais edificada sobre o fundamento da dignidade humana. Nesse ambiente, promove- caine sovonimagao ents 0 Dicito ea flesctia.!* f FIT Bebe juenaturatismo, v. Norberto Bobbio, Lecko @ hineto natural, 1998. © Glusnacuraim © ‘positivisme giuridico, 1965, Guido ‘Fassd, Jusnatwealisyno, In: Norberte Bobbio. ‘Nicola Matteuest esis aur eno oo pata, 982: Hans Kleen Jui © 6 re ala | a oe ae ence dn a 0 CHS Er Eo, 18: Ane Fa ae A oe algunos chen ea Re 0 ea asap do ang me wo etre ora rai sian Nunes ei orignr hari area oi! 0 Cea ee Strains, Ida erica aor). Pepaceivas suai wala oon, sone, nat ee arin, Junrprconce, Pe and readings on tne posephy 0 1886, po. 118-290 1895, po 11830 co, Hane Keleen, Tena pur do iit, 179: Norbena Bab. Soe oe ae wotbera Hobbie, Nola Mateuccle Gtancanco Poet in. icing do sie eee Ta. Mart, Phe concept of It. 4988: George, Chas © Pack Marte poles TSOe Feat and readings onthe phiorophy af aw 1998 pp 292724 Jerepcudance: Te on arya co crt consctcional,finaneciro e eiburria: Valves ¢ v. Ricardo {oe sionals wincbror, 208, 3: yoo uns crn enos pac c# 28 inet coe ern cn pare 9 superagso doe positivismos. A partis oh {slorne 208 vlpramar de ‘rade harsiane’(kantsche Wende) isto 6, @ voha dint convenciona chan Gr fapronmagee enue stig s ceo, com e fundamen mi osoia de Rest. Sone atsonca ura fad no mpeacve catego, tip 8 B08 i Jenn Rave, publicado em £973, constta a certugao do reneeciment essan 16ias” ] ‘cooe) eprint purou owoo Aero oraed wos eLBr oP eyvrede UeFoMy/sUOe7 #466] TUDIONANEHOD JBUMAEAL eer aa abo apiontsuan €7 eHs0198 ep waI2D oprenha 9p sseiexd soweden sie “owt eens meaulon jowutdag oauloads® oe> 0 o1q0s 9 [e100 ensioodsied wo opreen € eices Benga reat ‘opsieansuog ep sovwatuepung "HI0¥ (Wt OUINOUED SOWPOTT A ‘esat oycloussd yp aucrjsodsip ans 8 @ uoiz860) er wisyenug orn "a1 “$002 “s)uornansuag 18 fr%D epeD *'10) meadion [RLONN Mt “HEAL ee erneeon te tata ap00 “OUeDE ia ALOU, euler © o1qos sOPLIEIBE: op oeDisocuaTy!e wis Hasan op entoosneur s8-opueiapiaven ‘srewwewepury soverp op sezopruereB sipuotans see ena ce nandoseid rougies nobau mouapruds nt ¢ oxsawou! found con sto BH EN, sBovoyy exoriog Heung “PEA "16Bt ‘OASIMIISUaD ep earreULsOU ebro} Y ‘ween ‘ensut wo cooen suan pe bg61 BP 4 SmeTals OP apepisioatun ep experro wy jpanenee: Tatar stuapuodcortoa“opwore feuu0 au "OHO: Q CBEL TEUOIANTSUaD OYDRLOP OP, sOHOE Gh upon ep eneusou riety 7 Sas0H PHIUGY aP 09 wHAHED wes euTIOS PETER, ond snieis|op sejouet sysor syenyuona se 9 eotie; epuptivar ep selouyrsunost9 se ‘oper onno op "9 ‘ope Gnep siuinssuoa op opeplaniewiou ap Sepstozaid se enue UreUli0} 9 anb sion -eyaaul sagsuel Se nourumys Ogu eUAyeUuT eu Jetotiepnadsunl o oueuunop o1veut ripauseop 0 onb rensi6a: oq ‘oxisedoxd y “opebioy owautiduino 9 "oEBeO sp soudoid yotusiresau so reiSeyep 9p ey elouyarosqots ens 9 ‘seorpim seuison se sepot op oinquie 9 énb ‘epepiariezeduit ap seperp ovs sreutotoriytisuos Seur cee aio en -segdteodsip sens ap OLPZEIGO o ontwe(nauts sorele9 Op "eAK aoe ou voioy one op ovuatinauuooas 0 oRSIRITISUCD wp opriisa op esslisexd 488 & nossed ‘owWeuneniy py euuedsg eu gi[eBnazeg ura 'eitiay) @ Sfeu wod “a gr PSI aL cercereror amie diode pyequouioTy eu eIdeUileloruy OPeLeATE 209 @ NgDoUIOD OF ven eneo jerpunyy €220N5 ¥2 @ oranaiqos ab ovdezijeuoFonanisuosss & WO} Sebmaisuop ep opreidoa op oybeztjear vu awenaterroded enbjend vypaxiuooe: 96 oes oleIAIPAT OY TOPENISTURIPE op. apeHeuIEUOIOLD “sip @ no 10pe{siBel op oBSeunojuoo ep apepractt ¥ BPRUEIO|PUSD squowrencueaut cheap sewodoid gens op opSezralaul0a ¥ scatand sorepog sop ogderie @ a eae ae reonqod extoUetouasse oxdournop wil oUro9 wists Ble OBSHNAAISUOD & nb ou ‘opeeted olnags op sopeau oye edoing ev nozo6tn anb ojepdu! 0 ‘wes vreenoedng eoxpuint BuLZoU Bp sMgeas Op [eUOTDMIASUOD BULOK ¥ OBbINGATE © 10} socomnope op obuor ce sepiuzo00 EUBIpered op sebuepAw sopuers sep IA opdimmstos ep Raryewt0u B5I0} WT eojep etn epea op wauions osiigu w B98 fy feuoIona “sues ovberardsew ep vonpuibop exou Buin ap c1uouarontezop 9 (0 :[oueIo mapsuco opStpsin ep opsuedxe e (q ‘opSinzasuoD ¢ eALEMIZON Pd20} pp ouenno sees [e qeuoyomtasuoo Oienp op oBBeantee oisouenete![eUC!DUaALOD ot ausoeies 0 uieznoncis sooBewio}eu0N SepuEA s9xi oouges oud ON i 0012991 OOFeIN “TI 9se1a op revorsmnsven one oP on ouamg op evbeatisuoronsfsuen 9 ous euoin secon SES Lule Robefto Datroso 0 debate acezca da forga normative da Constituigao s6 chegou ao Brasil, de maneira consistente, ao longo da década de 80, tendo enfrentado as resistencias previsiveis.1® Alem das complexidades| inerentes & concretizagdo de qualquer ordem juridica, padecia o pais de patologias crénicas, ligadas ao autoritarismo © & insinceridade constitucional. Nao @ surpresa, portanto, que as Constituigoes tives: sem sido, até entao, repositérios de promessas vagas e de exortagées ao legislador infraconstitucional, sem aplicabilidade direta @,imediata. Coube & Constituigao de 1988, bem como a doutrina e a jurisprudéncia que se produziram a partir de sua promulgagao, o mérito elevado de romper com a posigéo mais renogradd 2. A expanséo da jurisdigao constitucional ‘Antes de 1946, vigorava na maior parte da Europa um modelo de suprena cia do Poder Logisiativo, na linha da doutrina inglesa de soberania do Parlamento ce ee ncengde tancesa da lei como expresso da vontade geral.A parti do final Ga década de 40, todavia, a onda constitucional trouxe néo apenas novas consti> tuigées, mas também um novo modelo||inspirado pela experiéncia americana: © ga supromacia da Constituigdo."® A {6rfmula envolvia a constitucionalizagao dos oe oP acasants, que fieavam imaizados em rolagho ao processo politico snajontério. sua protogao passava a caber ao Judiciério, Intmeros pajses euro pews vieram a-adotar um modelo proprio de controle de constitucignalidade, associado A criagao de tribunals constitucionais.2° “Assim se passou, inicialmaate, na[Alemanha (1951) ¢ na Italia (1956), como assinalado. A pattir daf, 6 modelo de tribunais constitucionals se injadiou por GOT Tale Roverto Barroso, A ofetvidade das norinas constituclonas: por que nfo uma ConstnnGde wea Calor In Anais do Congresso Nacianal do Procuradore do Esta, 1906: «tif forge ron ccivaigae: Elomentos para sefstvidade das normas constitucone's, 1967, rs de ido Betado do fo do Janeiro, publicada oob o titulo "7600 (data da 18 edigao). Ma década de fose Alonso da Siva gscioves sua tre doedneia aprosentada na Universidade Suis consureconal ea ofeuiigade de sis norms, Seale a converte movico por preocuagies dition SGiobe vne Aptcabildado das normas consiucionas, 1968. Fea ee aerscvcine now commanvresth mode of consttionalism, American Journ of yea i aast or 001, p Teng shows and catastrophe fare of se legislative Compara aay consunaionoiam so pvontcvalarias takeovers, and wo sear scale of Ser jon belre and during World Wri, meant Wa, lost without exceptions. aan a errors fora country to ake a fesh star and enact a new congtzuton, the aa a er opponts Amtevcan model wero adopted. (..) These included the eves Sa re ot ocmany (1940), aly (1948) ahd Japen (1947), Neste tex, Gantbai,prtessor a oe eda Galigmin, estuda, precsamente, ude experidncas que, de acjdo com st oe ea da onda do juice feview. Reino Unido, Nova Zeléndia © Canad ao. Rallse, Hearom de for gordo contol dl consigutonaldade fa Buropa oa Costu da Fe ioe guade com a rtorta constiuciona de 1929, Fartindo de ina perspe2- Ast oe essa dae picvolecey pos Estados Unidos, concebes oe ocpatole com a ore usonal endo ropemete como una atid cca Par nto, provi ae ne cos sgta eapeciico Mibucal Canutucenal~ enearagado de exis de mane ‘a concentrada. V. Luis Roberto Barroso, Olconteale ‘de constitucionalidade no direito brasileira, 3006, p18 Es bisa, de [stténcias Nooconstiucionalismo ¢ Constitueignalizagte do Diseito 0 Trunto Tudo do Duito Constusiona do Breil) vod a Europe continental A tendéaciaprossagit com Chipre (1960) Toraia (1961). No fluxo da democratizagao ocorrida na década de 70, foram instituidos ibunais constitucionais na Grécia (1975), na Espanha (1978) © em Portugal (1802) Etamném ne Belgica (198) Nos inj anos do sSeuo 3% foram ea fas cones consitucionats em pases do lste europe, corn Polonia (1985) Hungeia (980), Russia (1800) Ropiblica,Tehovs, (1982), Roméria. (192), Ropibita Bslovaca (1992) Bslovénia 1889). mosino se passow om pases a canoe, come Argéin (1089), Aca de Su!](1000) © Mogambeawe. (202) itualmontona Burop,alom do Reno Unig, yomente a Holanda 9 axombs"90 sinda maneim o padi de suprenaciabaragontar som adogdo de qlee modded de jira! review © caso franco fora cet de mengao pate Wo Brest, contclo de consttcionalice oxiso, om molds Hace dosde a pimoiza Gontinigaorepblicana, de 189. A denominada ao gene ce (ou, aunlmente, eg dvta).destinada ao entole pore pancial- atta toe concontraco to trocweia pola Emmonia Conetiacinal 16, 0 1965 Nada obstante, a jurisdigao constitucional expAndiu-se, verdadeiramente, a par- tir da Constituigao de 1988. A causa determinante foi a ampliagao do diteito de propositura 2 A ela somou-se a criagae de novos mecanismos de controle con- Bentrado, come a agdo delaateni de consttvionalidade® o 9 sgulamentagao targa de descomprimonto Go proceite fupdamental 2 Mo sistoma conaituctonal brow Surome Tribunal Fader] pode exe cero sontole do cnettuconaliae (om agfes de sia compatenca orginatia {Grease 102-0, i pr dia ce evarg ontario (C2 a 102) i} em peo cessos objetivos, nos quais se veicularh as agdes diretas.25 De 1988 até abril de S08 je aviam site ajizadae'4469 bbe fitetas. do inconsttuconalidage FF Sow toma, v Jorg Miranda, Menual de ito cons} eucena. 21956, pp. 303 $8. Gustavo Binentboym, A nara judg canttuconal brasinra|2001, pp 3940. Stephen Oardoaim, Te new commonwealth model ef conttusinalie, Amefican Journal of Comparative Law 4:70 Sool pp, 71616» tls Reber Barove, O contol de constucionaidada ro cre bes 200 #4 Beda sun cago até» configucagée que he fi dada pein Consist do 1989, 0 dicta 80 >opostra da “topresentagio do inconstisuionaldads” era monopeio do rocurede- Gece a FRopbtica, A Consutuiga de £988 rompuu com ese egemonin, prvendo um exprensive cl foaelagtimadon avon no sos at 103 {nvrodunta pola Emonda Constucioal n83, de 183] ainda, Ll n@9868.e 10.11.2858. | Vitor nt 3882, de 21299. Antor dai provalecao eeendmenta ce qu 0 mecanio Fao a solve i Ae agaosdiretas no eiyelo consituciona brasioireaBo a agio dives de inconstitcenaidage fate i02 1a) a agio declaratri de consituconalidade (arts. 102.19, 10,8) 0 gho die {2 ce inconstiocionaliade por emiseto (or 109, § 2) 14, inde, duashipéteses especiss fe Sato conconraco a agiigao ce descomprimento qe poco fadamnta (are 102.619) 83 Stuo dieiatorveniva (art. 3,1, Sabre o tema o dontoie de constteconaliade no cxeko Biasiozo, » dentte muon’ Giimar Foceira Mendes. Controle de constacionalicads 130 Ciamaroon Morin Clive. A fisvalizapGo abstata do constitucinalcade no diate ase, 709 Ronaldo Poletti. Gentol de eantecionaliade dala, 2001, Lan Lars Stock, Jura co Siuconel hermentutin, 2008 2en0 Veloso, Controle juradiional de conetecionldade, 208 Luis Roberto Barros, contre de consiucrnslidai no dizi Bras, 7006 tals Roberto Barts {abin), 9 agbes declaratorias de constitucionali#e © 69 argiuigées de descum- Coa a eee eg Brimeinarios interpostes para o Supremo “pibunal Foderal6 a Emenda cro reional ni 45, que procedeu a diversas modificagies aisciplina do coaeenadiciéro, criou a figura da repercusséo geval 0a questao constitucional ‘Biscutida, como requisite de admissibilidade do fecurso.2? 43, A nova interpretagao constitucional -interretagdo consitacional ¢ va modafidade de iterrekegie 5 pel crngtnncia # uma aecorrencia naturel da fprga normaly Constituigéo Ta cteunstncia gd que go nrmasconsitusionel oo Norse re into oe nde do cous auibutos, Poraue assip 6. SPCR inverprotae cenutitucional os elementos tradicionais de intorpretago do Direito, de Tonga Gata definidos como o gramatical, 0 historico, ¢ srgmatico e o teleot6gico. Cabe data os pnzo, pare adiante voltar#0 a0 tna, que O5 SoA tradicionais de solucao de eventuais confites normatives sao o hierarquico (lei superior Pré- Valece sobre a inferior), o temporal (let posterior prevalece sobre @ anterior) °° especial (lei especial prevalece sobre & geral). ' cal ok anpecotyve vo vom de aiar,o foto & eve as especie das ee acini supra} ivazam a doutfina © 2 nPrecer ja demu norms const onwolve? ou satematizar um elanco proprio de PACT aplicdvels tos anos a doeme ma Tas pages fe abees aE a interpre SupestosLogicoe mato¥coaieps on fnaisoos Ce aplicagio das vie mmas gonstitucionais. Séo eles, na ordenagao “tio 8e afigura mais adecuada pata norma pi bresiotes da supremacia da Consuls © presuncio do as Cequcionalidade das normas e atos do Poder PUPIICS. da interpretagao confor: me @ Constituigdo, 043 unidade, 0 da razoabilidade e © da efetividade?® Const te gat cumpre fazer uma savertencia. 2 im\Provd ius ca wg de ry drirndn ou super £m vn Oe ee feu Ambito que continua a ser resolvida Poa parte das questdes juridicas, prove: seu Amite a doles. Sucede, toda, dup o= opevadowes NT 126 Hicos do Diralto se deram conta, nos Sitimos thmpos, de uma situagao de caren cia: ag categorias tradicionais da interpreta dao juridica nao S80 inteiramente Cs csipna a solugdo de wim conjunto de problomas lisaoe @ realizagioida pre en nm ai do. 208 eS ° ‘oso ot eV ate do hance ical de Dass do eis Soi Sere agen ianapn,itaco am #200200) ioe go ori cm ee ea AEC 85/208 ona eee ce ng noo rea See tm co gu Wupa enamine a eatio We ee open Sn <5, 8 la manna de 2 wert. 26 S08 BEST a eestor prego #ahcpte dy Cons, 2008 Neaconstitueionalisine ¢ Coastitucionalizagto do Dirt (© Tiunio Terdio do Dieta Cofstitueional do Brasil) vontade constitucional. A partir dat deflaginu-se o proceso de etaboragéo dou trindria de novos conceitos e categorias, agtupados sob a denominagao de nova inverpretagéo constitucional, que se utiliza tie um arsenal tedrico diversifieado, em um verdadeiro sincretismo metodologicd.?9 Procede-se, a seguir, a uma breve comparagao entro 08 dois modelos {A intorpretagio juridica tradicional desenvolveu-se sobre duas grandes pre- missas: (9 quanto a0 papel da norma, cabe 4 ela oferecer, no seu relato abstrato, 4 solugéo para os problemas juridicos: (ii) yuanto ao papel do juiz, cabo a ele ‘dentificar, no ordenamento juridico, a norm aplicével ao problema a ser Toso do, revelando a solugao neia contida, Vale fizer: @ resposta pera 0s problemas esta integralmente no sistema juridico e 0 intérprete desempenha uma fungao técnica de conhecimonto, de formulagao de juizos de fato, No modelo convencio- nal, as normas sao percebidas como regras, /enunciados descritivos de condutas: a sorem sequidas, aplicaveis mediante subsung40.20 Com 0 avango do aieite constitucional, as premissas ideologicas sobfe a8 quais so erigiu 0 sistema de interpretacéo tradicional deixeram de ser integral mente satisfatérias. Assitn: (i) quanto ao pagel de norma, verficou-se que a s0kt- G80 dos problemas juridicos nem sempre sofoncontra no relato abstrato do texto hormativo. Muitas vezes 56 possivel produsir a resposta constitucionalnjente adequada a luz do problema, dos fatos relevantes. enalisados topicamente? 3 Gi) quanto a0 papel do juiz,j4 rio the cabera apenas uma fungéo de conhecimento [B Wotate brasilio, como no de oups paides ce codstinicionalizagéo recent, doutina e ups ‘ince ainda so encontvam om fare de laboragap o amadurecimento, fo que potencigiza a \tmportncio des felotencins estangeiras, Esta 6 dia eveuns:énciahistorica om a Samos ida, eviando dois exremos indesofveil @ subservinciainelac, imnporagao setts de formulas altos e, por que todo. incapncidedo do cotaxdo pr Soberba intelectoal pela qual se tjea aculp qug aac se tom. Nesse ambionte, no & passive! Claas model pues, concebidos ares, eee eforgat para vvera vida dos outros. O into mo desdn que conscione 6 coocenta~ cesta sondo ineviavel edesojvel. Em vi "Sitcmente dvoren wv Vtgilo Afoneo da Sve, Iniepretagao consutucionale sincretism Sologico. In, Vigite Afonso da Siva (org) Interpebeagse consutaciona, 2005. {denticada a nocme epicvel procede-te oo enqupdramento do fto no relato da eg usa tronunclane-ae 9 conchsao. Um raecinie, prtanc, de natareza slogiica, no qual ahora B1cpremsce maiz ofao elovanie 62 premisea spencr ca concluso é a sontenga 0 Chaaniwineim Conan, Persamerta sisal e concoto de sistema na eincia do Brot, 3002p 277 Embora o pensrmonto do autor sea fom principio ifens tpi, teconhice ee ue a voutivagio de normas de woxura aberta daespago A utizagao 60 fferido mod, se order de vets. contudo,a pitasia des conoxdds sstematicas quo conferem togitimidade & wterprotagde juice, Texualmente: “Nao ha, ars, wma aeraativa iga entre 0 pensamen. to nico 6 sistemdtio, nas antes una complergantagio mGtua. Qudo fonge vai to oto otwrminase, em tomes deciivoe, de acodo covh a medida das valoragtes jurcico-postvas emontes = asam se expicando também: facto de 0 vplca ogar um popel bastante maior em Store fotomente maveodos por cusulee geris como 9 Deo consivuional ou em reas ‘pulsdas de mode uit laennoso com o Dieta internacional privado do quo, po exemplo, no ‘ileus imobiir ou no Bitte dos ules e ero" Sobce a tOplea,especiiearente, Theodor Vichwveg. Tope 6 yarsprudincia, 1979 (a 1 adigio do onal Topik und Jursprudent & de 180) Vib, Paulo Rebate Soaes Mondongs, A tefiea 9 Suprema Tibuna Focal, 2003 Lisis Roberto Barroso| téenico, voltado para revelar a solugéo contida ne enunciado normativo. O inter: prete torna-se co-participante do proceso de criagao do Direito, completando ¢ trabalho do legislador, ao fazer valoracées de sentido para as clausulas abertas @ ao realizar escolhas entre solucées possiveis, Estas transformagoes noticiadas acima, tanto em relagao & norma quanto a0 intéxprete, séo ilustradas de maneira eloaiiente pelas diferentes categorias com! ‘as quais trabalha a nova interpretagao. Dentr¢ elas incluem-se as cléusulas Se eis os principio, as colisdes de normas covstitucionais, a ponderaglo © 4 Srgumensagde. Abaixa urna brove nota sobre cada wma delas | ‘As denominadas-cldusulas gerais ou conceitos juridicos indeterminados contém termos ou expresses de textura aberta, dotados de plasticidade, que fomecem um inicio de significagao a ser complementado pelo intérprete, lovan, em conta ‘ae eicunstincias co caso concietel A norma em abstrato nfo con) tam integralmente os elementos de sua aplicagao, Ao lidar com locugdes comq ordem publica, interesse social e boa-fé, dentre dutras, 0 intérprete precisa fazer 2 valoragao de fatores objetivos e subjetivos presentes na realidade fatica, de modo a definir 0 sentido e o alcance da norma. Como a solugao nao se encontra integraimente no enunciado normative, sus fungae nao podera limitar-se a reve acd do que la se coritem; ele toré de ir além, integrando o comando normative com a sua propria avaliagao.%2 © reconhecimento de normatividade aos principios @ sua distingéo qualita, tiva em relagdo as regras é um dos simbolos| do pés-positivismo (v. supra), Principios nao 40, coma.as regras, comandos imediatamente descritivos de con; utas especificas, mas sim normas que consagram determinados valores ou ind- cam fins publicos a serem realizados por diferentes meios. A definigao do conteit do de cl4usulas como dignidade da‘pessoa humana, razoabilidade, solidarieda Ge e oficiéncia também transfere para o intérprete uma dose importante de dis; tricionariedade. Como se percebe claramente, a inenor densidade juridica de taig hormias impede que delas se extzaia, no seu reldto abstrato, a solugao complet das questées sobre as quais incidem. Também aqui, portanto, impse-se a atua- ‘gao do intérprete na definigéo concreta de seu sentido e alcance.%? ‘ at i 5a Au fants gers néo so uma categoria nove no Drgto~ do longa data eas intearam a teria nem ado prvatives do dieita consutoeienal ~ podom sor encontradas no die eee ee velco sdminmrative em outs dominos. Nao obstant, ela sf0 ums bom exompla ee re stamate ¢ copartcianie do prowesso de czingbo do Disco. Um exemplo ral oe coremre civelgad pola mpronsn quando 68 more de cantra Céasia Ele. dispuara aoe e de dans fine, aspera com cinco aoa, 0 gwd mateo w a companheia ds 3 Panes ocids pela Connitagso o pela lagilagio fo jie era odo atender so "mathor ite aera ema” gem o exame des elomantos do onsa concrete sua adeqvoda valorayso, do tra poosivel see init slugso do problems 2a TAREE S.ns'onemlo.c principe ee dignidade da poseoa humans @ vejaso a diveratncia ce ae Can icorpetagio,mantestada por dovr jusiatae da nove goragdo,eniados Do mesmo sae a eecownce, Ana Paula de Baroelos situa omijimo evistencial no &mbto da digniade fmumana e dele oval ax diet 4 educagSo fundamen fesatdnciano cus DeEEe tiga w ao scesao 8 usiga (A eect raed dos principio comstitucionss © pine Neoconstitucionalismo Constituctonalizagso do Di {© Thunlo Taro do Diewo Consitacional do Brasil) ‘A exioténcia do colsoes de normas conjticucionals, tanto as de principos como as de direitos fundamentais,%4 passou 4 ser percebida como um fenmeno Satural - até porque inevitavel ~ no consiitucionalismo contemporaneo.| As Constituig6es mocernas séo documentos dialéticos, que consagram bens jorid cos que se contrapéem. Ha choques potenciais entre promocao do desenvelvi- mento ¢ a protegao ambiontal, entre a livre-iniciativa ¢ a protegao do consumider No plano dos direitos fundamentais, a liberdade religiosa de um individue pode conflitar-se com a de outro, o direito de privacidade e a liberdade de expresso vivern em tenséo continua, a liberdade de reuniao de alguns pode interferir €om fo dircito de ir e vir dos demais.95 Quando duas normes de igual hierarquia coll- aaaeen arctrato,& intuitive que nao possam|fornecer, polo 60u rlato, a sokicéo do problema. Nestes casos, a atuagao do interprete criard o Direito aplicavel a0 caso concreto. : | ‘A existéncia de cotisdes de normas constitucionais leva a necessidade de ponderagao.%6 A subsungao, por dbvio, néo é capaz de resolver o problema,|por hao ser possivel enquadrar 0 mesmo fato ein normas antagénicas. Tampouco podem ser iiteis os critérios tradicionais de|solugao de conflitos normatives ~ rinarguico, eronologico e da especializagioy- quando a coliséo se dé entrois- posigdes da Constituigéo originaria. Neste cenério, a pondoragéo de northas. pens ou valores (v. infra) é a técnica a ser utilizada pelo intérprete. por via da tual ole () fara concessées rociprocas, procutando preservar o méximo possivel Sree Gr dos imereeses om dispute ou, np limite, Gi) proceders& escolPa do Gireito que ira prevaidcer, em concreto, por realizar mais adequadamente a yon Cie ae futtonal, Goncelto-chave'ga materia é 0 principio instrumental de rexoabilidade. . : = di Wignidads Ga pessoa Fariona, 2092, p OB). Deska posi diverge Davel Serena, or ‘bntender inadequada a escolhe de algumas prostagoes socials, com exclusio de outros que, @ sere do guatmente direitos fundamentls, coro o circto & "anide curaiva™ (Dirotek ha ‘amontaiee elapdes privadas 2008. p-11¢) Saran eh denon fndamemais que aster a forme do principios (iberdado.iualgscs) aoe ugranfareronigade da lel pena, diterioridado tbutéia). Ademas, he nc Si que nfo see divites fundamentais ivresniiaiva) ij aoe ane veesa das restos os etetos (unddentais, v. Jane Reis Gongatvos Fee Inewrpretagto constitucional direitos fandamantais, 205. Ronald Dworkin, Taking rights seriously, 1997; Robert Alexy: Teor‘a de Jos derechos fundamenta- sa toor,e Gonseutionl rights, belancing, and rationality, Ratio Juris 16°31 (arm dipon val om http/fepdp uab et /documenta/docencia/casanovas_pompeu/aleny3.pd,viitado em 2 sa Tho3) Kan tarene, Motodolopia do elncia do ere, 1957; Daniel Sarmenta, A ponderacdo 2E, dates na Consetagao Faeral. 2000 Ricardo Lobo Terres, Da ponderago de intoresies 20 tn aetna ponderayao, i Uivano Zilles (coord), Miguel Real. Estudos om homenagem 3 sts Ba ood ro. O44 « 22; Jone Maria Rodriguer ge Santiogo, La ponderacn debian int. resort erecho adminstrarive, 2000, Aaron Baran, Foreword: judge on judging: the je of ie vane Cour ins Demociacy Harvard Lavr Review, 1601, 2002; Matcos Masel Gowen, O seer edial das omandes admniserativas, 2003; Humberto Avila, Tera das principe (da Rape a aplieagso des prneipias juries), 2008/Ana Paula do Barcelios, Ponderacé, rations Iidado atirdade jansdcional, 2005 Luis Roberte Barroso Cchoga-se, por fim, & argumentagdo37 a rezio prética, 0 controle da radio naldade das deviates proferidas, mediante pondoragao, nos casos dies, ave Tao aqueles que comportam mais de uma solugdo possivel ¢ rezodvel, As doci sées que envolvem a atividade criativa do juiz potencializam o dever de funda- | montage, por nao estazem inteiramente legitimadas pela Légica da separagio ce Poderes por esta ultima, o juz limita-se a aplicer, no cago concroto, a decisto Epstata iomata pelo logislador Para asegurar a Jeitimidade o a racionalidade eave nverpretago neseas situagbes,o inérprete devera, em meio a outras com Siaeraydes: (i) reeondola sempre ao sistertajuridico, a uma norma constitucio, nal ou legal que Ihe sirva de fundamento - a legitimidade de uma decisao judi- + cial decorre de sua vinculacéo a uma deliberagao majoritaria, seja do constituin ! 2 eo ee ero de um undamentejoriico ave poss 36 vendo aos casos equipardvets, que tenha pretensio de universaidade: deci pee juicais nao devem ser cosuistieas; (i levar em conta ae consequsncias prtioas gue sua deciséo produziré no mundo dos fos. | Tim dma, o neoconstitucionslismo ou novo diteito constitueional, na ace gto aqui desenvolvida, identifica wim conjunto amplo de transformagdes oeert Sas no Estado e no diteito constivucional, em mojo as queis podem ser assinala dor, {) come marco historic, a formagSo do Estado constiucional de dirito, via ccnsolagto se dew ao longo das décadas fnais do século XX; (i) como mared fhosbtco, 0 pos-positivismo, com.a centraldade dos direitos fundamentals @ # Tenpronimagao entre Digito © ética; e (i) come marco teérica, o conjunto de veapangas que inckuem a fra tormaliva da Constiuigdo, a expanséo da sis constitucional e o desenvolvimento d&uma nova dogmatica da interpretagao constitucional. Desse conjunto de fendmenos resultou um processo extenso ¢ prafundo do constitucionalizagao do Dircito. EET wma. v Chaim Portman ¢ Lucie OlbiechteTyreca, Tatado de argumaniagios A Aceh See 0 ea NSio do orginal Tose Targumentation: La nowvele chétonaue, HAA Rese eSTosmin, Tho exes of argumens, 1958, Nel Maccormic, Lega reasoning re oy eae Rober Aly, Too de in argumentacidn jriiea, 1988 (15 ease do Soe See aoreren Argumoncatin, 1978) Manuel Atenza, As raées do ieio, Teves“? scr chs purgian, 2002, Margarita Maia Lacombe Camargo, Hormensutea © 7000 S390, Anton Caies Cveeant ‘a Coon pe Coma orp 1988 988 una cicada de Conic, 18» Cad ger a er argumenrage rin o nova etic, 202 «Klas Gunter Rt Se reptnntagde no die 92 mora. 208 da agumentact no dof areton,Ponderato, acionaidade © aividade fii 2008 Sooreovema,w_Ano Tals ‘ria e metateoria del diritto, 1996. pp. 82-3; e Humberto ‘Avila, Teoria dos principias, 2003. p. 13. Luis Roberto Barroso manecendo a norma no ordenamento, Por esq mecanismo se reconciliam o prin- Cipio da supremacia da Constituigao e 0 principio da presungao de constitucio. nalidade. Naturalmente, o limite de tal interpretago esta nas possibilidades somAnticas do texto normativo 8% IV. Alguns aspectos da constitucionalizagao do Direito. 1. Direito civilse As relagées entre 0 direito constitucional e o direito civil atravessaram, nos ltimos dois séculos, trés fases distintas, que vao da indiferenga A convivencia intensa. O marco inicial dessa trajetéria é a Revolucao Francesa, que deu a cada um deles o seu objeto de trabaiho: ao direito constitucional, uma Constituigao escrita, promulgada em 1791; ao direito civil, a Cédigo Civil napolednico, de 1804 Apesar da contemporaneidade dos dois documentos, diteito constitucional 'e direito civil ndo se integravam nem so comunicavam entre si, Veja-se cada uma das etapas desse processo de aproximacao lenta e progressiva : 18 fase: Mundos apartados ' No inicio do constitucionalismo moderno, na Europa, a Constituigao era vista como uma Carta Politica, quo servia de referéncia para as ralagoes entre 6 Estado € 0 cidadao, ao passo que 0 Cédigo Civit era 0 documento juridico que regia as relagdes entfe particulares, freqlientemente mencionado como 4 “Constituigao do direito privado”. Nessagtapa historica, o papel cia Constituigao Jurisprudéncia do buon! Gonstuconel Federal alemio: “Ao jue no 6 permitido mediante “wiaspretagio conor a Constituicae’ darn signeado deren s neler cae wae ‘etulea evidence" (1 Bul 349(62<3 11 Jun 1958) na do Supremo Tribunal eel resonant Sinica interpretagio possvel para com i 65:23, 1999; A constitucionalizacto do dicta} ivi Revista de Dizeito Comparado Luso-brasiero 17°76, 1898; Danos & pesova hansane, Uo ae {gia elv-eonstitucionel dos danos moras. 2003: Coneeito de digmidade humana, Sebstiote swe \Baleo @ conteiide norinativo, In: Ingo Woligang Sarlet, Consteuigso, direitos tundamenars ¢ dizeto privado, 2008; Gustavo Tepedino: Temas de diviio civil. 2008, Probleme de crane crn Petspectivas do dieito civil brasleio para 0 préxima séculs, Revista ds Faculdich de tenn VERS, 1098-06; Teresa Negrvitos: Rindamentos para una intorprecapee, blo de boa f8, 1999; Tooria do contrato: Novos paradigmas, 2002, dusith ‘econstrugio do dreito privade, 2002: Paulo Laie Neto Lab, Cot Revista da Direto Comparado Luso-brasiloro 1786, 1969, Renan Lotto, Diro civil contac ‘al. cad, 3, 2602: Michel Verpeaux (org), Code Civil ee Cansticutionts), 2008 Neoconstivucionaisme ¢ Consttucionalizagao do Diseito {0 Tutto Taio do Diseuto Conattecional do Bras) cera imitado, funcionando como uina convocagéo a atuagao dos Poderes Piblicos, cia concretizagao dependia, como regra geral, da intermediago do legislador sahtas de fonga notmativa propria, néo destrutava de aplicabilidade direta & pagiats. Jd 0 aloito civil era herdeito da tradigéo milenar do direito romano. O Goaigo napoleénico realizava adequadamente ideal burgués de protecio da roptodatle 6 da iberdade de contratar, dando'seguranga jurdica 60s protage, eionus do neve regimne liberal: o contratante e o proprietério. Esse modelo inici@t de incomunicabilidade foi sendo progressivamente superado. ' 28 fase: Publicizacao do direito privado © Cédigo napolednico ¢ os modelos que ele inspirou — inclusive o brasiteita _ baseavam-se na liberdade individual, na igualdade formal entre as pessoas ¢ ns garantia absoluta do direlto de propriedade. Ao longo do século XX, com o adven- to do Estado social e a percepgao critica da desigualdade material entre os ind viduos, o direito civil comega a superar 0 individualismo exacerbado, deixando de der 0 reino soberano.da autonomia da vontade. Em nome da solidariedade social eda fungao social de instituigSes como a propriedade ¢ 0 contrato, 0 Estado come- aa interferic nas relagoes entre particvlares, inediante a introdugao de normas de Srdem publica. Tais normas se destinam, sobretudo, a protegio do lado mais fraco a relagao juridica, como o consimicdor, 0 lacatério, o empregado. B a fase do dit (gismo contratuzal, que onsclida a publicizagao do direito privado.®> | 1 3a fase: Constitucionalizagao.do direito civil -ntem os C&xigos; hoje as Constituigdes. A ‘rovanche da Grécia conta oma” 88 A fase atual é maicada pela passagem da Constituigao para o contro do sistema juridico, de onde passa a atuar como 0 filtro axiolégico pelo qual se a vo vero duoito civ. Hé regras especticas na Conetituigao, impondo 0 fim da supte no Gomes nrodupo ao dete cv, 995 p.26-"Acacacteseic do Duo Fivado "das normes dlaposvas, de mancice que a gronde maioia dels, principe ‘aualmiplas eiuagbes de impacto Gos valores CONSENTS. S ‘sobre o direito civil, os Mecifieamente, © sobre 0 dizeto privado em ger2) ‘81 Mas ha dois desenvolvimen- fos que merecem destaque, pela dimensdo das transformagoes que acarrotalm 'D primeito deles diz respeito 20 principio da dignidade da pessoa humana nna nove dogmatica juridica. Ao término da 2 Gusts ‘Mundial, tem inicio a 7a mserugdo dos direitos humanos,®® que se itradiem ® partir da dignidade da easoa humana, referencia que passer 2 Com ‘dos documentos internacio~ rere e das Constituigées democraticas.%? tendo figurado na Carta brasileira do ai como am dos fandamentos da Repoblica (art. IH), A dignidade humana timpoe limites @ atuagdes positivas 20 Estado, ne ‘atendimento das necessidades itaig basicas.2! expressando-se em diferentes iaimensées.22 No tema especifico FTES Ts in, ustave Tapio or Protemas de die consituciona, 2000, ob¢a colet- Fe a canancinalieagio do G80 7 ‘petaind 0 ito wana. quae lags do Consus. PRS ia, Sabe0 0 to des chief porters, vane Juan Necne Cosa fe no cei privado, 1988 tema core dames ara ua erage Cnet) do prinepin da bow ts, 1098 Fe ec celerado taba de Celso Las A ronserete oo) “direitos humans. 1988. celebrate Cangac Tnaeds, & prorecae internacional ‘diceitos rumentos bisicos, 1991 ane com a realizaqao cos direitos fundamen oor amenos, nas suas trés dimensdes. naividuas, js Sobre 0 tom, vols tale ou oman clo, A feild dx pros © PC ignidade da pessoa $2 Ane aod Inge Sate, Dignidade ca passe Maman ¢ re undamentais, 200% José umane, 20 pied da pessostnana como Valo NS “Gemocracia, Revista do fons de Se arto 21200, 1078 Carmen Lisa Annas emt ‘peneipia da dignidade do Orie pumana e 2 ocho sei evista Interest FON an 2, 1998. Vojama0 dois exer besson Payor do enencimonse domunanta: Jot Cavan 1S ‘Andrade, Os direitos fonda ae onsutaigao Portugues, 1998. .102, TO] PRL gaa dignidede da pessoa nun tanta ra Cons o dain conettucanei ments COnSeaoNgs {doe direitos 0 liber naar na mae oo uet daw etios do parsiragao Folic So dos eabathad dades wadionel, tages sacs", © Danial SATOMI. A de inte cae & Tete par, 2000, 9p. 89-40, "0 principe Giang oo anumana represen: Const te geogic da oder cotaiuconalraGiande Sobre tod 0 ordenamento tao rand nao apes o Les eial, mas STAN 00) © Taurine de relagbes paiva indigo Peanvolvem fo soo da sociedade civil © do meroce as aun oo ep oaragao Orvoreal dos Dios Hamanos, de 900 ve Conettuigée tatiana de Goma, 09, na Doagae lem de 1848, aa Constwigbo portaavesa Se 1876 ¢ aa Constisigho espana de 1978. spam oe ae Ana Pau do Barcoils, A feta jridcn 08 Pe constcucionais: O prin: Son fade da pesos hurmana, 200, p. 205 © comes Po 9 nucleo essencial €o ci a aigntodo da pessoa humana, compote Pa a ‘crac, que consiste em Brine da eee atria mia ET Oo individu ‘cavonta em situago “Hj ca moponta ce conretizagéo do mine existe Gia, send em conta a ordom sae Gover incur 0s dreitos & educagao fu i eo basin, apitencsa po caso do neces Sa 609 TS A justia’ oe engin eotudo, Maria Celina Bodin de Moraes, Ooncote se dignidade humans: Substate Ein donee ¢ onteudo nocativo. In: Ingo Woligang Sater (Or) Gonstiuigdo, eioitos fanda Neoconstirusionalisine ¢ Constitucionslizagéo do Ditto (© Tiunto Turdio co Ditexe Constiscional do Bras aqui versado, o principio promove uma despatrimonializagao% e uma repersona. lizagao% do direito civil, com énfase em valores existenciais e do espirito, bem como no reconhecimento e desenvolvimento dos direitos da personalidade, tanto em sua dimensdo fisica quanto psiquica | O segundo desenvolvimento doutrindrio que comporta uma nota especial é @ aplicabilidade dos direitos fundamentais as relagées privadas.{5 © debate remonta a decisdo do, caso Luth (v. supra), que superou a rigides da dualidadé publico-privado ao admitir a aplicagao da Constituigao as relagdes particulares, iniciaimente regidas pelo Codigo Civil. O tema envolve complexidades e néo serd aprofundado aqui. As miitiplas situagSes suscétiveis de ocorrerem ne mundo, real ndo comportam solugao univoca.% Nada obstante, com excecao da jurispru: déncia norte-americana (e, mesmo assim, com atenuagées), hé razodvel consen, 50 de que as normas constitucionais se aplicam, em alguma medida, as relagdes entre particulares. A divergéncia nessa matéria reside, precisamente, na deter! mninagao do modo ¢ da intensidade dessa incidéncia. Doutrina e jurisprudéncia dividem-se em duas correntes principais: aes rio priv, Pia, Tacomipe 6 Caco acs da Tignes humana dm GN pins gle intagrade aca o mora (pce). Ravan stunt | O sete fl colhido em Pito Peiingien. area cnt en, 1961.» 2 Aparomemete, 3B ‘meiro a utilizé-lo fol Carmine Donisi, Verso 14 ‘depatrimonializzazione’ de : Fassopna ddirito ce 60,1960 conorme poss nacade or Datel Se damentais ereagoespevadas, 2008,» 145) lviz Edson Fachin @ Carlos Eduardo Plonovaki Ruzyt, Um projeto de Cédigo Civil na conttamso da Constituigdo, Revista Trimestral de Dirsito Civil 4243, 2000: "{A) alerigao da constitucional: dade do um diploma legal, diante da repersonalizacio imposta a partis de 1986, deve levar erm ‘considerecio a provaléncia da proiecio da cignidade humana em relagao as telagoes jridicas ppateimoniais™. A respeito de repersonalizagde do ditelto civil, v também Adriano do Cups Distt ella personalita, 1982. . Sobie este tema, v duas teses de doutorado desenvolvcias no Ambito do Programa de Pés-ge: ‘Guage om Diteite Publico da UERJ, ambas apzovacae com distingde e louvor 9 publicadas em ‘edigho comercial: Daniel Sarmento, Direitos fundamentaiso rlagées privadas. 2004, ¢ Jane Reis Gongatves Pevera, ntorpretapio constitucional a cieites fyndementais, 2005, Aliés, teabalhos de ‘excelente qualidado tém sido produrides sobre a matéria, dentre os quais Wilson Steinmetz, A vinulago dos particulares a direitos fondamentais, 200%, Ingo Wollgang Sarlet (or) Constituigé, direitos fundamentals e direito privado, 2003; Rocrigo Kaufmann, Dimonsées pers. octivas de eficheie horizontal dos dizetas fundamoncais, 2003 (diasertagio de mestrado apro. sentada & Universidade de Brasilia), Luis Virgito Afonso daSilva, A constitucionalizagso do aire £0: Os direitos fundamentais nas reiagéos entre particulares, 2008, mimeografado, tee de livre. docéncia apresentada na Universidade do Sdo Paulo - USP, André Rufino do Vale, Sicieia dos iretos funcamentais nas relayses privadas, 2004; ¢ Thiago Lvis Santos Sombra, A eiiedeia dos Uirecos fandamentais nas relagdesjuriico-privadas, 2004 Voyam-se, exemplificativamente,aigurmas delas: a) pode um clube de futebol impediro ingress | ‘om sou estilo de jornalistas de um detarminado veicule de conunicagéo que tenna fena ert | a8 a0 time (iberdade de trabalho e de imprensa)?; D) pode uma escola judaica impedit oingies. | 50 de crlengas nd judies (discriminazao em razao da teligido)?:c) pode o empregedor pever no. |

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