You are on page 1of 31
MARSHALL BERMAN TUDO QUE . E SOLIDO (up. of) DESMANCHA NO AR A aventura da modernidade Tradugio Carlos Felipe Moisés ‘Ana Maria L. loriat Consultor deta edigo Francisco Foot Hardman 1 rinprais —— NHIADEBOLSS 1. O FAUSTO DE GOETHE: A TRAGEDIA DO DESENVOLVIMENTO A moderna sciedade burgues, wma sociedad gue é rg epee en oe tar que desencadeou com sus formar magica ‘Manifesto do Partido Conunista ‘Meu Deut... Ot garatereabeudes perderam ‘como! ‘Un oficial do exército em Alamogordo, Novo ‘Méaico, imediatamente 2pés a explosio da pri- ‘meira bomba atBmica, em jlho de 1945. Vivemos uma er fusca, destinada a enfrentar ‘Deve oo Diabo antes que tudo itz se compra, 0 Inevsével minério da autenscidade € mss tea cave para abrir a porte. ‘Norman Mailer, 1971 sor Quest CoMEgOW a pense em una ura moder 1 fur de Faso tem do un desea eri erie Nox qhatoséuor que nor separ do Fath de Johann Spies, S158, «da Hine ren de Deter Fert, de Chester “Matowa de 158, shist em sd contd recon iter sinaemere, em toss ingos mormas em todos seis Conbecido, da pers ao epetical demarontese or roc sonore rin en nga trolgico Resse fa ria, ahi de Fst promos sieve todos orp de ara em oo o mundo Er fora rena ssid mit formas «Spurs de Fast tem io sempre, praeamente roto cad io 6 un inte ttl confceta um nagind eum ender spt Em to | | des a ws ambi, maga oo conta Fausto “pede o controle” sobre suas energas mens use tir da adgitem vida prépria,dindmica e alamente exes ‘Quase quatrocentos anos apés sua entrada em cea, Fausto continua aatrair a imaginagio moderna. Por iss, 0 seman The New Yorker, em um editrial aninuelet logo apo cider, te de Three Mil Islnd, sponta Sigur de Fausto como sibo- Jo de iresponsaildade politica einciferenga vide" 10 fivstica que dispor da eternidade com suas mos humanase fives, nfo € tolerivel"' Enquanto isso, no outro enremo do expecta cultural, um mimero recente da evista din quadtinhos Capa Amérionanuncia “os designios maléfics do. Doutor Fatal © vio, que se asemelha exaordinaiamente a Orson Welles, sobrevoa 0 porto de Nora Yor: num dirigive. En quant obsermot, di clea das ar coment sade sas, "ese recipintss que contém meu engenhoso gs mental ex tarfo endo sfizados aos ejetoresespeciais do ssema de exist do meu dirghrel. Ao meu comando, os less [rbotizade] agen. tes da Forea Nacional comegardo inundara cidade com 0 pi tevando todos os homens, mulheres eerangs de Nova York 2 cafrem sob men absolutocmeole manta” Iso que dzctconfa. slo: na cima vez qu conseguiu agi, 0 Doutor Fausto confun- iu as mentes de todos os americans, lerando-os paranoicamen- "guage os os vos ea denoct oqo eon ° ‘Quem sabe o que esti em sus intengbes, gor? Nisso, um relutante Capito América interrompe soa paces vida de sposentado para enfrentaro isimigo. "E, por mas fora de mda qu io area ele dieser ares ds as 1970, "eu preciso fl, pela Nasio. A Amésica jamais poderd sera terra dos homens les = Fastocapartl cm sta aad Jha!” Quando ovildofiustco é finalmente derrotado, x atrrori rads Esse da Liberdde se sente i vontade para volar sort? © Fars de Goethe uleapassa todos os ontrs, em rigueta « profundidade de perspeciva hstrics, em imaginagio mora em inteligéncia politica, em seniildade e percepsio picalé- see le sbre novos caninhos no emegene autoconhecimen- Bet plemmo, que 0 mito do Fausto sempre exporos. Sa ima- ‘Sunda mension pens em sbrangénci eambigfo mas na Sato gente, evou Pachkin «chal de "ade da vida o- ‘ean? O eabtho de Goethe no tema do Fast comesou em tbimo de 1770, quand ele tinha 21 anos promegui intrmi~ {Gtemente por ss ano; le nio consideroa a ob trminada See T8BL, um ano antes de sa morte, as 83 anos sua publi ‘foto integral 9 sede gum tempo depois que ele morreu* A Sim, porto, fo coneebidneciada a0 longo de um dos pe- odes mais tarulentos e rvolcionirios da histria mundial Mato de uo rt des ri or eng es onagens soa volaexperimentam com gran itensdade Fos dos runs etnamas da hstria mundial qu propo ‘Goethe e seas contemporineos vveram; o movimento intel ‘Grebrareproduzo movimento mais amplo de todas sciedade ccidental 1 Ft comesa num perodo cj pesamentd sensibil- dade o letores do seat reconberernimdiatamente como smodcmos, mas cujscondiges materi e socio ainda me~ Glorais ¢obra termina em meio ds conturbagBen epituas © raters de ma revlugoindotia le pina no reolhi- tment do qeano de um intlcta, no abate old reno do penaamant;e acabe em meio un imensurivel eno de ro- ‘dalo e toca, gerido por gigantecas corporages«compleas “Gnpanzagdes que o penounento de Fausto ajnda scr € qb, frau he permtn car ontrs mat Na verso goethia- Tard tema do Fito, ose objeto de transformago nfo € ‘pens oer, mas 6 mundo inteio, O Fane de Goethe ex- treat dramatinao proves plo qual no fm do séeulo Xt © do segue um sera mondial espeiScamente moder- no vem le "A forgavial que anima o Fausto octane, que o dsingue dos antecesoresegera mito de sa tiquerae dinaso € un Smpulto que wow desgna com desjo Ge desroosimen, Fausto tema cnplear ese dese ao dab, porém i fel lo. Nes jados vier sobre os outros, fae 6 Fausto de Goethe diz a Mefissfles que, sim, cle desi todas e- sas coisas, mas nao pelo que els representa em si mesma. Entendamo-no: bem. Nis ponbo eu irs na posse do gue o mundo alcunba ges (0 que precise quero ¢atordar-me, Quer a embriagues de inemporecis dors, «voi do di, 0 arroubamento des semasafligis. Bsoucurado dds sees do saber; de ora em diame fs dares todas exancar e's. As semages da pce bumana em peo, queronaseu dentro de mi; ses bens, seus males ais atozes, mais intima, entranbem ‘aqui onde i vontade « mente rinks os abrace, statee; si me torme eu priprio a bumanidade; ee ea ay cabo perdi fr, me perere com ela. (1765-25) © que esse Fausto desja para si mesm i na. ale iri desgrags nas, simlandoas todas a0 seu intemindvel esimento interior a mesmo a dest doppia cus fis pare integrate do seu desenvolvimento. "Uma das ideas as origina frees do Fete de Goe- the ie respeito a afndade entre o ea eltaral do tesen- telvimento eo efstivo movimento socal ma di ‘atu connie Goce sala qu coe AD GesevolviesewodevevennnIa JURE, deem fundirse em * as, Quad v, Cana Ta, Anno Felsen de Cat, Rio de x iro, WME Jacooa Etre, 1946.05.08.) B ‘uma 6, antes que qualquer uma dessas modernas promessas ar {guetipicas wenha asercumprida ‘Oden mia de que oboe no provém da liberagio de tremendas energias humanas repri- midas, nfo 86 nele mesmo, mas em todos os que.ele toca e, tventualmente, em toda a sociedade a sua volta. Porém, 0 gran- {de desenvolvimento que ee inicia — intelectual, moral, econ nico, social — representa unm alssimo custo para o ser humano, Este €0 sentido da relago de Fausto com o diabo: os poderes Imumanos s6 podem se desenvolver através daquilo que Marx ‘chama de “os poderes ocultos”, negrase aterradoras energiss, {que podem inromper com forcatremenda, para além do contro- Te humano. O Fausta de Goethe € a primeire¢ ainda a melhor agidia do deserooaimenta, "A histria do Faisto pode ser acompanhada através de wrés _metamorfoss: ele aparece primeiro como © Sonhador, em se~ tude, gracas 4 mediagio de Mefisto, transforma-se em O Ams ‘dor,e finalmente, bem depois do desenlace da tragédia do amor, cle atingiréo climax de sua vida, como O Fomentador. PRIMEIRA METAMORFOSE: 0 SONHADOR (Quando as cortinas se abrem,* encontramos Fausto sozinho cm seu quarto, tarde da noite, sentindo-se trapaceado. “Ah! Es- farel ainda preso nesta jaula? Neste maldito buraeo higubre nas paredes! [..] De qualquer mado, hé um mundo imenso li for!” (298-99, 418) Essa cena devia chamar-nos a atengo: Fausto © insere em uma longa linhagem de herdis © heroinas modemos surpreendidos falando a si mesmos no meio da noite. Normal- ‘mente, porém, 0 falante ¢ jover, pobre, iexperiente — decer- two privado de experiéncis peas barreiras de classe, de sex0 00 de raga de uma sociedade cruel, Fausto no € apenas um homer ide meia-idade (€ um dos primeiros herdis de meia-idade na l- ss ceratrs moderna; ocapitio Ahab ler so segue), ns a _=-=sCtsisaitr no seu mundo. E reconheco eextimado como mic, a" fide clog, Sst, cents, profesor ¢adminisdor 8 tn. Surendene Ea cia debe one Stanosrto,pintrsedigrr,instumentos cence — toda parafendlia de ua vida cpr ben socedida.No e- ten, tudo quanto ele cnseguin soa vaio tudo em volta dele parece um monte de sca. Ele fal sess ces € Sig en er cep ae eleva Frsto ase ses tianfs como lio & qu, até esse momento fora pena conguisa david interior, opeass ‘Spirinalidade. Ao longo de anos através da meditagio a ex pevimenago, stressor das drogat le ame tana cepto verdad ad 6 qe human le sta tho ~, ele es tudo o qu pd pars apereigar sm capacade de pentar, sentir ever Apa dio, quanta massa inent expand, quanto mat ages torn ss sesTbldade, ais tlese solo mais pobre se toraram sa lage com on do exerior ~ suas relagds com outa pessoa, com anata ta, af mesmo com sua pps ncesdaes fora ats. ‘eros Fausto invocar sets posers méios e una expen darcia vio cami se deadbeat dss eds no) clon. Mas ce we sat do brio vsti: "Um grande pe Seal! Sin, ns apenas ua xpeelor. Avid cramp, ox mie ox mattis (or ube), matin 0 vk st shu lnga olga de um espetar aio, Fao ing er com o mando uma ia mais wa, a mesmo temp ms evo eae ata Natureza infinite, coms pore agarré-la? Onde esto suas tetas, fmt de toda vide .] por quem mex coraziovazi anseia. (855-60) ss Seas poderes mentas, interiorizando-se, voltaram-se contra lee se tommaramn sua pris. Ee lua para encontrar um meio de aver Folheando seu livro magi- co, encontra 0 simboto do Espirito da Terra imediatamente Observe sinto minbasforgas eexerem, replendeoembriagedo por rem vinko novo. ‘Sintacoragem de mergulbar no mundo, de carregar todas as doreseaegrias da term de lata cm a torment, de agarrar etre, de aperter a mandtbula dos méufrago jamais desis (462-7) El invoca 0 Espirito de Tera, quando ete se manifest, declr se preteeo com le on, o epi dele e de San apie csmiessediihe que proce oxo esp, Sots sou suas reas mercies. Ames que se denne lance dl o spr da Ter lang sabre aston epteo tsernecedoe que ter lg reson a era dos Scales Scpuimes Ubomen “Sper home wos ition pode ams tos re snr ee snl © gi mpora ai €0coneco metalic © mora em qe se a= feta pela primeira ve Goethe tre ona ease eres no tano preexpresara Ita stie do home meen mss fare seri qc mut dessa ext al colocadaO Expito Ua Te ds Faser "Porque, cm ver di, vot no sts pars $= tore um Mouh-— nn ste se mano? ‘Os problemas de Fuso nfo so apenas sen els drama- sam ersbes mas ample tara tt sods co Peis nos ner qu unecedem a Rea Frances ¢3 Revol {onda 4 vs socal do tabalnona Europa mers, {i Remscenga eda Reforma 4 tempo do propio Goethe, pro tha ra ws elase de prodtoes de cli is, rls amen independents, Exes expec em arse ccs, Tre flows ren soonpo de tesco se rian: tee dine cata mena, Por ox ado, ea mesa di 56 sio do trabalho, que propiciow a exstincia ¢ o desenvolvimento Sena ce peeps Neva potas Cosiesee fers Meo opel mend ese po ens "oa sot em sess orgs ne evn ofpinare nut desert, ur o Fro de Goce, so coms de mut sm mec permet no aon ei elms ane SBtsbre cents on tli os homens prc ar smn poses I cave ese CON SagUOSOINOMENTA REED. cars ee ape cies fulsdes por Mefiso, a "sar todos os meio dione Para Spades eles de vabaladores cents can recmpnsn oun eee Pgoc ns em tam our” (TESTO pont crcl a oper ‘pocnds nm ngs, pw porcine tos once tino oma se nes ¢o mur ao senso tora acon nto do we! ws en 9 ‘te hme pra nner aoe Ture ts humans cnt no dae fa coda pl poder Sree ut tj suave poder pesos rae peeps wu epee fans pl ‘bre a forga de trabalho. - Le a Levantem-1e da cama, meus sors! Todos os omens! [Deivem oboe feces contemplar meu plano eudacio ‘Apantem sus: ferramentas,agitem suas ps ecaoaderas! (qe foi planeada tem de ser imediatamentecumprido, le encontrou, afinal, um objetivo que preenche 0 seu es: pirito: (0 que cbeguei a pensar, me apres a cumprits A palacra do mstre, si2inbs, conti rel necesiade!. Para cocliro maior de tds o trabalbs, ima sé mene por milbares de mies — basta! (11 501-10) Mas, se ele pressiona seus trabalhadores, pressiona i mente a si mesmo, Se o sinos da igrejao chamaram de volta 3 vida, tempos aris, € 0 som das enxadas que ovivifica agora. Aos ‘medida que o trabalho avanga, vemos Fausto radiante ‘orgulho, Ele enfim atingiu a sintese de pensa- ‘devolvendo a terra a si prépri fronteiras para as ondas/ Colocando um anel em redor do oc no (11 541-3). E€ uma vitériacoleiva que « humanidade po- derd desfrutar, quando Fausto se for. De pé sobre uma colina ar- tilficial eriada pelo trabalho humano, ele contempla todo esse ‘novo mundo que ele trouxe& vida, e tudo parece bem. Ble sabe {qu fe pessoas sofrerem (“Sacrifcios hamanos ngravam/ Gri- ts de horror iriam fender a note."). Mas esté convencido de ‘queso as pessoas comuns, massa de trabalhadorese sofredo- Fes, que abterio 0 maximo beneficio dessa obra gigantesa. Ele substitu uma economia exaurida eestéril por outra nova e di- himica, que abriréexpago para muitos milhdes! Viverem, no ‘com seguranga, mas com liberdade para agir (igri) E umn texpago fico e natural, que, no entanto, foi criado através da or- ‘ganizaclo e da 2630 sociais. a Verdes a as campinas, fortes me alegria omens e rebonbasconvivem mesa no tera, “Assntades ao longo das abas da colina ‘Brguide pela audaz, operacavontade das masas, ‘Um verdad para terra adentr, Deizem agora asrepresas se moldarem plas ondas bravia, EE enquanto els se agitam, para corer com forca pena, ‘A vontade de tdosproonche or vazts¢carrgeo cur, ‘Bsa éa mais alta sabedoria queen pss, A melbor gue a bumanidade jamais conbecew; Liberdade vida sioobridassomente por agueles (Que aprendem a conguitlas de nwo a cada da CCercado gor exe pega cada wm se efores, rian, adult, iors — rods tem wna vida ave. [No meio dessa mld eu gestaria de eta, CCaminbar no cho ire ao lado de esas lors! (11 563-80) CCaminkindo um ter, Indo don pions do seu novo emprendimenta, Fro se sent mais &vontade do que tse srt do ovo ini mano diate tl Ears, agora, snows, io modernas quanto o propio Fusto Egrnteserefoginds de ta cena devs cr toes gicos egress da primeira pate do Fant — ee a ceptumd ps de rena abit m ul como Faust, senivse tig es para ag, ive Tene vo, Hes hogar jane psf en nara ipo de commidede uma smile que nose content tm oper ‘So da lve individualdade para manter um sitema soi oda do, ms sim nae alo conto, conn, para proteger ts fonts oles qu pete a ad indivi Sr gfe ies homent nove sete em as sa cana ec onguloas del er nanos pa coger avo capt tis comonitrics conte nei do proprio mar, certs de que ‘ence, Enews omens horns que ele judo aso narem 0 que sio— Fasto pode realizar um deseo que alimen- tou desde que desara cst puter: pertencer «uns auntie 8 ccomunidade, trabalhar com e para pessoas, usar sit mente: ‘aio em nome da vontade edo bem-estarcomuns, Assim, o pro- ‘esto de desenvolvimento econémico e social gera novos modos| ‘de autodesenvolvimento sitaago deal para homens e mulheres ‘que podem crescernesse emergente mundo novo. Finalmente, também, o proceso fornece um lar para o proprio fomentador. ‘Assim, Goethe encara a moderizagio do mundo material, ‘como uma sublime ralizacio espiriual; Fausto, éin sua ativida- {de como “O Fomentador” que pe o mundo em seu passo cero, um her6i moderno arquetipico. Todavia, o fomentador, como Goethe o concebe, éndo apenas herdico, mas trgico. Para com= preender a tragédia do fomentador, é preciso julgar sua visio de ‘mundo, ndo s6 pelo que ela revela — pelos imensos novos hori ‘ontes que abre para aespécie humana —, mas também pelo que tla esconde; pelasrelidades humanas que se recusa aver, peas potencialidades que nlo € capaz de enfrentar ‘manos. [rniarent, on agen decorteeatamente de seu de- {ojo de elimiar a tragedia da vida. A medida que Fast soperiions sea tablho toe a eido cemseureor st renova eta ua now sociedade€criada sue Serge, Apenas uma pequen org de er da costa permane~ emo erates. Eo €ocupaa pot Flemo e Baa, um velko esimpatco cas qu a eh empo sem cons Ele tem um pe- Gjeno chalé sobre as danas, una eapela com un pequeno sino, Aiur repleto de is ofrecer sda chosptaiade am ‘ners affngos esonhadores, Com o past ds anos, torma- Tames bu-amados como a nica fnte de vida ¢alegrianesa tera dsolada. Goethe toma de emprétimo seus names esta {Go das Metmorfs de Ori, em ue eles S008 ios a dat Frtpitaidade a Jépter e Merci, ditargades,e em recompen Sesoment cls io salvos quando os deuresinndam edestroem 2 term intia, Goethe Thes confer mas individualidade do Gue cles tém em Ovi, e abuses vires itidamente cis As: generosdade inocente,umilade,resignacao.Einvestene- Jes também, um patho ntidamente modemo, les representam a primeira encarnagdo litera de uma categoria de pessoas de lar- 2 repercusso na histéria moderna: pessoas que esto no cami- ‘hho —no caminko da histéria, do progresso, do desenvalvimen to; pessoas que sio clsificadas,e descaradas, como obsoletas Fausto se torna obeecado com o velho casa e sua pequens porcio de terra: “Esse casal de velhos devia terse afatado,/ Ex {quero tli sob meu controle, Pois ess poueas drvores que me sfo negadas/ Comprometem minha propriedade como wm todo (..] Por iso nossa alma se debraca sobre a cerca/ Para sent em meio 3 plenitude o que nos falta” (11 239-52). Eles precisam ser afistados para dar lugar dquo que Fausto passa a wee como a culminaclo do seu trabalho: uma torre de observa- ‘90, do alto da qual ele eos seus possam “contempla a dstincia {to infnito”,soberanes sobre o novo mundo que construe Ble oferece 2 Filemo e Biveis uma importincia em dinheiro ou sua transferncia para outra propriedade. Mas, na su idade, que fariam eles com dinheiro? E, depos de viver toda a soa vida a, prximos do fim da vida af, como poderiam comegar nova vide em outra parte? Eles se recusam a mudar, "Resisténci eteimo- sia asim/ Frostram o éxito mais glorioso/’ Af um ponto em ‘que lamentavelmente, ohomem comega a se cansar de ser jus- to." (11269-72). anes . room argu re casbaudeetnepyovn fe «vem a saber que a cas foi inoendiada e eles foram moreos. {Fausto se sente pasmo e ultrajado, tal como se sentra diante de s Gaetchen, Protest dizendo que no ordenara vilénci;chama ciate de monseve manda eros, O principe das reve se a eloantements como cavalo que & porem ri antes de ‘Sic Faso ina ing, lo 6 prt ues mas prs me Jae, gue podia car um nowo mundo com mis imps; ele in- Tse Se repro pacar» reponse sobre 4 uote eo slfinento humano que abrem o camino. Pineiro, firmou contrato com o trabalho sujo do desenvolvimento; agora Trans endenaoexcetante da ref, log sta Eu pride E camo se o proce de desenvolvimento ainda quando ‘Fonsorna terra vavi num deshambrante espago fico esac Traine a tcreaYzin no coraio do propio fomentador. Fa Sim que funciona raga do desenvolvimento. Goowado, existe anda um clmento de mistrio no sto mau de Fausto, Por que nfm, el of? Seré que realmente pre= Sea dagoclas was, duces drvores? Por que sua tore de Sheervalo € to importante? Porque os dois yehos io fo Simeagadoes? Mf no vé mini algun nis: “Aqui tam iim ocorreo que sempre ocores! Voce ouvia falar das v- nhs de Nabor(11286-)-A intengfo de Meso, invocando Specado do rei Acab em Reis 121, € mostrar que nfo nads ‘Tenove na estratégia de apropriagzo empregada por Faust: 0 ‘atetaticodesjo de poder, mais desenfreado nos mas pode Toton, € uma histrn antiga como 0 mundo. Ele sem divide lv, rests ainda outro motivo para o asassinato, que jecorre apenas da personalidade de Fausto, mas de um ‘movimento coletivo, impessoal, que parece ser endémico 3 mo- ‘demnizagio: © movimento no sentido de criar um ambiente ho- ‘mogéneo, um espago totalmente modernizado, no qual as mar~ ‘eas € 4 aparéncia do velho mundo tenham desaparecido sem deixar vestigio "Apontar para ess difusa necesidade moderna, porém, €ape~ nas ampliar 0 mistéro, Sentimo-nos incinados a empatizar com 16 ddio que Fausto nutre pelo viciado mundo gético,fechado € Tepressivo, em que todo comesou — o mundo que destruiu % Gretchen, © ela nao foi a primeira. Mas nessa altura, quando se rorna obcecado com Filemo e Biucia, ele aplica no mundo g6- fico um golpe mortal: Fausto brante edinimico, um sistem dbunncepr tay cutvon uma Catogoria de rabulhadoreeHrres¢cpreenedores que sm Seove mundo, que ariscrio sae vidas por ele, ue elo rons prs expr aoa fore eeu esi Comnisriescon- a gualguer megs. Fa Garo, panto que nee qualquer tied perigo de react. Sendo asin, porque Foun be sete Streszoo pelo mats nino vestgo do veo mundo? Goethe tcl, com exrsordniria pene os medos mais prone Gs do festa Ocal develon mo Gretchen, person fea ope de eliro velo mundo poe ofereer So dea to vlog, demas teowon ter demand extipides para alaptare mdr no, extant, so pessoas bliin, 0 Sater em que vivem, su elma enobreca qu dem Fat to incmodado, “Meu reno infatuated olan pels comms ca ouyo a soma” He sea que €nreteor tihar prs ts encarar velo mundo, “Se en vee me de Sb, plo cal, as sombre me enceriam de met” Se ee paras, algo mito escro nes sombre o aprisnaia. “0 Petuen sino toca ¢cu me enfureg! (11233-55) [Ob snos da igre € clare, soprecareno so da culpa edo inferno, es ngs poss coc que deren 8 Jovem que le sma: quem podria condent-lo por tentaralen- arene som para sempre? Além din, ov sins de igre fran também o smn que ochamou de ola & vid, quo era « onto de mores Hil ial de a memo nese Sos ¢ maqute Tinndo do que cl stra de pena O mic ptr doe ice thiankd de Poco represents o pode que pls Fest econ tho com us propa nance Sen ee vnc ia como ps ‘do fone prndia de enegieopontineseprter de vier tie amas hepa a desenolve fog interior cap de tranfoar opresene¢ futuro Mas agora que ele ru sua ” plenaidentdade como desejo de mudanga ¢ como poder de sa Sisfrer ese desejo, aquele vinculo com o pasado o aterrorza. Apnea sno, o dace perfime daguels tas, ‘Me envlvem como wma igre ow vom temba. Para 0 fomentador, deixar de mover-se, petmangcer nas som- bias, ser envolvdo pelos velhos — & 0 mesmo que morrer. dobstante, para esse tipo de homem, trabalhar sob as explsivas pressies do desenvolvimento, torcurado pela culpa af implicita = promessa de paz do sino deve sour como bem-aventuranga, [Exatamente porque acha os sinos tio doces, as érvores tio en cantadoras, tado to escuroe profundo, € que Fausto élevado a se desfaer de tudo isso. ‘Comentadores do Fausto raramente se dio conta da resso~ nincia humana e dramética desse episodio. De fat, cle € capi tal para a perspectivahistrica de Goethe. A destruigio de Fi Tem c Blac’ por Fausto, vera ser o lima: onc aida dea Soo, ho mata cl Je vlos, el pronuncia spo . Tendo eliminado todos os vestigios de- les edo seu velho mundo, nfo lhe resta mais nada a fazer. Ago- ra le esté pronto para dizer as palavzas que selam de realizagio 8 sua vide e, por ist, o conduzem 4 morte: Veroele doc, du bist so scboen! [Pars instante que passa, és to formoso!] Por que Fausto deve morrer agora? As rezdes ofeecidas por Goethe se referem nfo somente & estrutura da segunda parte do Faust, ‘mas a toda a estrutura da histéria modern. I que esse fornentador co Em ‘uma sociedade por inteiro moderna, a tragédia da moderiza — incluindo sen trigico her6i — chege naturalmente @ um fim, “Tio logo se livra de todos os obsticulos no camino, o fomen- tador ¥é asi préprio no meio do caminho e deve ser afastado. As palavras de Fausto sf0 mais verdadeiras do que ele supunha: 0s sings de Filemo e Béucia tangem por ele, antes de mais nad Goethe nos mostra como a categoria de pessoas obsoletas, tio Jmportante para a modernidade, acaba por tragaraqoeles que the dio vide poder. Fausto quase se apercebe de sua propria ragéia — apenas quase. Enguanto, i meta-noite, observa do balcdo as runas que fi manhi seguinte dardo lugar & construgdo, a cena sibita € ‘issonantemente se altera: do concretorealismo do cantero de ‘obras, Goethe nos transport para a ambinca simbolita do ‘pundo interior de Fausto. De repente, quatro mulheres espee- tras, deca, es elas "Tadas elas so forgas que o programe de desenvolvimento de Fausto havia binido do mundo exterior, mas se inimaaram de volta como espectros dentro dele. Fausto esti perturbado, no en= tanto se mantém inflexvel e expee os trés primeirosespectos. “Todavia, 0 quarto, 0 mais vago e profundo deles, a Ansedade, ‘continu a persegui-lo. Hl diz: “Ainda nfo consegul abrir inte ramente 0 meu caminho em diregio & liberdade”. Quer dizer ‘comm isso que ainda & press de feticaria, magia, fantasmas da no te, Ironicemente, porém, a ameaca 2 liberdade de Fausto decor- re nfo da presenga dessasforgas sombrias, mas da ausénca que cde logo tenta impor a elas. O problema & que no pode oar de frente essa forgas ¢ conviver com elas, Fle se empenhou em criar um mundo isento de pobreza, neessidade e culpa; nem se- (quer se sente culpado por Flemo e Béucia — embora 0 episi 6 entristera. Contudo, nio & capaz de banir a ansiedade da pré- pria mente. Iso pode eventualmente torar-se fnte de frgai- terior, caso ele venha# enfrentar 0 fito. Porém, ele no & capaz de aceitar 0 que for que ponba sornbras ern seu trabalho e vide Juminosos. Fausto expuls a ansiedade de sua ments, como hava ‘expulsado 0 deménio algum tempo atrés. Mas, antes de partir, cla sopra seu bafo sobre ele —e cega-o com ese bafo. Enquan- 10 0 toca, cla Ihe diz que esteve cego todo esse tempo; todas as sas ages e vsbes cresceram fora da escuridio interior. Aansie~ dade que ele jamais admiicialangou-o em profundidade muito além do seu entendimento. Fle destruiu 0 casal de velhos seu pequeno mundo —o mundo de sua prépriainfincia — para que » ‘ombito de sua visio e atividades pudesse ser infinito; a0 fim, a infinita “Mite Noite", cnjo poder ele se ecusaaenfrenta, é tudo juanto ele v8. ‘hai sia ceguera de Fausto, em sua skims cena na er confere-the uma grandiosidade mitcae arcaica: ele aparece co- mo um pareeiro de Fipo e Lear. Mas erata-se de um herd ni- tidamente modem, evo ferimento, a cegueira,2penas 0 impe- lee 20s seus operirios a concluir a tarefarapidamente: A nite profnda agora parece ear ainda mais profiendamente, ‘Mas ali dentro de mine rsplandece wma fz brilbante; que cheguc a pensar me apres a cmp; A para do metre, scinba,contém real necesidade! (11 499s) E asim tudo prossegue. E nese ponto, em meio a0 ruido da constrogio, que ele se detars plenamente vivo; logo, pronto para morrer. Mesmo no escuo, sua visio e energa contimuam Pulsando ele continua a ltr, desenvolvendo a si mesmo e 20 trundo em redo, acaminho do fim remedive, EPILOGO: UMA ERA FAUSTICA E PSEUDOFAUSTICA Que tragéia 6 essa afinal? Qual o seu verdadeiro lugar na longa histéria dos tempos modernos? Se tentarmos situa 0 tipo particular de ambiente moderno criado por Fausto, ficaremos perplexos, a0 menos de inicio. A analogia mais imediata parece Set'com 0 extrzordinéio impulso de expansio industrial vivido pela Inglaterra a partir de 1760. Lukes faz essa conexio © ma queo fem sua primeira fse industrial" O problema & aque, se prestarmos atengio 20 texto, veremos que 0s motivos € objetivos de Fausto so claramente ndo capitalists. O Mefisto goethiano, com seu oportunismo, sua exaltasdo do egofsma ein- finita falta de eseripuls,ajusta-se com perfeigio a cero tipo de ‘empresirio capitalist; mas o Fausto goethiano esté muito longe ' disso, Mefisto com freqincia assnala as oportuniades de faze? Saher, ns exquemas de desenvolvimento de Faso ods Faso, prs ferent aso, Quando cle di que preenda ‘ofrecer epago vital a mies Nao prov deprige, mas cre pas gern propria ray, et caro quo empreent theo 0 € moneda em sea propio inedano benef, tna vind so fare da Humana ong pene tencfici da alprinciberdade detodon que vit suis 1058 mit rempo depois que cles for Se temo edu proto de Fret ta pms na de a0 cpa frituremoso que a existe de mals nbre «origina Ore ororn genuiament gion Nevis de Goth, ois fando hore do desenvolvimento fc decor de seus je teas lero ede sus onus mai tetas, Se dsejamos star on dexgnone vies de Fst no tem eda hice de Goethe, deverernos volar steno no pars Felidae econdmise sca mar pare sot snos rae ¢ tripe, mais ind, fo para o caps dese tempo, as part owe scalsmo, Nom da ada de 1820, quando t Eine pins do Fann eva send composts, una das le tus forts de Goethe er jm presse Le Gl un dos gos de divulge do imovineato sit simonfano em ‘js pga fo canada a pale slime poocantes da ‘norte de Goethe em 1832" As Corona com Bde con tm uma serie de refetacia pleas de sdnirao plo ovens csztores de Le Gl, entre cs quis hava mates Gents ¢ opens, que parecer ter specia Goethe nto quanto loos presen, Una das carcass Gy asin como de todos os exits sit simonianos ero xo intermingvel de propos de projetordesenvchimenista em larga eal a longo prs. Ts projers extra muito aquém dos recursos nanos ¢ imainatves dos capitis di nso do seul 2 os quais— sored na Inger exjo aptamer @ tai dinmicn de todos ~ se oentevam primoriinen ha Sieg do empresrio invita da pis conqust de mer- talon, dab de acres medians Tampon exes pitas 0 cestavam interessados nas beneficos sociais que, segun novos upos de comunidade que onelariam o organicsmo medieval cate eneria ea acon fide moderas 'Nio suprecnde que 0s projetossinsimonianos fosem lescarados em sia quseftlidade como “tpics”. Mas fo tratament ese toplsmo qu stra magia do velo Goe- the Ero em 1827 enusasmad com o projet de um canal do Patan ¢deslembrado com a perseciva de um glros tro de rogreso para Ameria. “Eu Beara choca se os Estados ‘Gals denser esapar de sas nos esa maga oportni- dade posse anever que es joven ag, com ea deidido for plo Ouse, ed ocedo, em int ou quarts 0s a- frestnsio deer lm das Monta Roches." “Vendo snds mas longe, Gos acrdia "que 20 longo da cosa dF one te ou a amps = ores, importantes edad comers 230 erguidas pou pouto, pro ineremento de wm grande inereimbo Enea Chine nds Orientals eos Esatlos Unidos". Com f emergnia de uma efers de sida ranspcse, *comuni- lesa pias etre cots exe eoete da Ameria do Nore [-] seo no apenas esevei, as indispensiveis™. Um Canal ease os oceanon, no Panag ou mas a0 not, dese penhard um pepe fundamental nese desevalviment. "Tudo Eso ott resctado para o fare e para um esto empreen- dln” Govt es arto de que “intimeros beneficis resul- taro pera todas raga humana” le sna: "Quer me dra vi- ter part vo Mas eu ndoo veri” (Ele extra com 78 an05 2 ‘ner de morte) Goethe vsunbra eno dos ours projetos de senolvimen, também asentadon pels suine-simonians: tm cal ene Dantbioe 0 Reno, eouto endo o iso de Sue "Ques me dea vver para er ns grandes obras! Vi ferns pena duar mais cglenta anos paraiso! Vemos Goe the af Cansformando os projets e progr sine-simonians 2 cm visio postica, a visio que seri concreizadae dramutizada no Slane ato do Faure, Goethe sintetiza esas dias deposita suas experangas na- quilo que chamarei de “modelo fiustico” de desenvolvimento “Tal modelo confere prioridade absouta aos gigantescasprojetos de energia e transporte em escala internacional. Seu objetivo € menos os ucros imediatos que o desenvolvimento a longo pra- 10 das forgas produtivas, as quais em itm instincia, ele are dita, gerario os melhores resultados para todos, Em vez de det sar empresirios etrabalhadores se desperdigarem em migalhas € stividades competitivas,o modelo propse a integrapio de todos, ‘Com isso criaré uma nova sintese histérica entre poder publico « poder privado, simbolizada na unio de Mefistfeles, 0 pirata « predador privado, que executa« maior parte do trabalho sujo, ¢ Fausto, o administrador piblico, ue concebe e dirige o traba- Iho como um todo, Isso abrir espaso, na histria mundial, para ‘pape excitantee ambiguo do intelectual moderno — Saint son chemou-o “O Or 2 te,0.m ari um novo tipo de auoridade, de Go da capaci do er em sister peitent neces dade ivimento aventureiro, aberto 20 infnito, renovado, do homem modern. os ‘Muitos dos jovens ssint-simonianos de Le Gabe chegaram a ‘se distinguir, em especial no reinado de Napoleio u, como bri- Ihantesinovadores na esfera das finangas e na indistria, Orga- nizaram o sistema ferrovirio francés; stabeleceram o Crédit “Mobiles, um banco de investimento internacional para fnan- ciara emergenteindistria mundial de energayerealizaram um dos mais earos sonhos de Goethe, o canal de Suez. Mas sen es- to ¢escalavsionérios foram no geral ofuscados mum periodo em que o desenvolvimento foi predominantemente privado € fragmentitio, os governos permaneceram nos bastidares(quase {sempre mascarando suas atividades econdmicas), ¢ a inicitiva piblics, © planejamento de longo prazo e o sistemitico desen a” aes dolvimento regional foram desdenhados como vestiis da in ere tnerantlista, £36 no sea x que 0 modelo fustico Sa a us forma plena, emergindo de modo mais intens0 no Seo captalioa, na prolferagag de autarguias pablies”esu- ramps concbids para orgizar mesos projetos cde cons eee sobretad em transports eenergia canal Ferovis, font rodovis repress estas de ria, wins hide [ene reaoresmuceaes novasidadese 2 exloragio does pe interplanetr. ‘Nu segunda metade do século x, em particular depots da Segunda Grande Guerra esas atargias foram responsiveis partum equlfro entre poder pablo eprvado", qu se Cor en uma frga decisiva no éxito eresimento capitalists” Fomentadores fausticos cio diferentes ene si como David Lix Tenth, Rebere Mose, Hyman Rickover, Robert McNamara {jean Monnet eizaram ese equlrio para tornar 0 capita fimo contemporineo muito mis imaginative flexvel do que ‘aap de um elo tri Maso desenvofimento fst coer igualmence ua fonga podeosa nas economia Estados

You might also like