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Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1- GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA 1.1 -PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DOS ALTERNADORES © gerador de CA & 0 meio mais importante para a produgio da energia elétrica que usamos, atualmente. Como sabemos, a tensio CA ¢ usada na maioria das aplicagdes, devido & facilidade com que © seu valor pode ser modificado com o auxilio de transformadores, © tamanho dos geradores CA, ou altemadores, depende muito da energia que eles devem fornecer. Por exemplo, um dos 20 geradores existentes na usina hidrelétrica de Itaipu gera 700 MW (capacidade instalada ~ 14.000 MW). Por outro lado, os alternadores empregados nos modernos auloméveis geram comumente menos de 500 W Entretanto, independentemente do tamanho, todos os geradores, sejam de CC ou de CA, dependem para seu funcionamento da ago de um condutor (ou bobina) cortando um campo magnético. Desde que haja movimento relativo entre um condutor e um campo magnético, seré gerada uma tensio. Como vocé sabe, para que exista a condig’o acima, todos os geradores sio formados por duas partes mecdnicas: um rotor (parte mével — rotativa) e um estator (parte fixa ~ estatica), Os geradores elementares de CA © de CC diferenciando- tém © mesmo principio de funcionamento, spenas na forma como coletam a tenso induzida na armadura (que é sempre alternada), (c.c. Comutador 5@ QS (a) Gerador Elementar de CC. (b) Gerador Elementar de CA. Fig. 1-1 : A forma da tensio no comutador do gerador CC e nos anéis coletores do gerador CA. Conforme estudado nos geradores de CC, a saida do gerador é proporcional a intensidade do campo ¢ a velocidade com que as bobinas ¢ 0 campo interagem. Como os geradores de CA trabalham normalmente com velocidade constante para manter a freqiiéncia constante, 0 controle da tensio de safda € realizado por meio da variagdo da intensidade do campo. Aprendemos que no gerador de CC (dinamo) a parte rotativa é sempre a armadura. Contudo, em um gerador de CA (alternadores) isto ndo € 0 comum. Nos geradores CA o enrolamento da armadura — que € 0 enrolamento onde a tensdo elétrica vai ser induzida — pode estar posicionado tanto no rotor quanto no estator, sendo a configurago mais comum a de armadura estacionéria ¢ campo rotativo. Magquinas e Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Alternada Um gerador elementar consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que pode ser girada em um campo magnético uniforme. Este movimento causa a indugdo de uma tensio na espira, Para ligar a espira (fonte) a um circuito externo (carga) que aproveite a fem induzida, so usados contatos deslizantes. 05 pélos norte e sul do ima que proporciona o campo magnético so as pecas polares. A espira de fio que gira dentro do campo € chamada de armadura. As extremidades da espira sao ligadas a anéis, chamados anéis coletores, que giram com a armadura. Escovas fazem contato com os anéis coletores € ligam a armadura ao circuito externo. Na descri¢do do funcionamento do gerador, abaixo, imagine a espira girando dentro do campo magnético (contudo, é bom lembrar que, com a mesma facilidade, poderiamos fazer o ima girar). A medida que os lados da espira cortam as linhas de forga do campo, hé produgdo de uma fem induzida que provoca a circulagdo de corrente através da espira, anéis coletores, escovas, amperimetro de zero central ¢ resistor de carga ~ tudo ligado em série. O valor da fem induzida que é gerada na espira ¢, portanto, da corrente produzida, depende da posi¢o instantanea da espira em relagdo as linhas de flux do campo magnético. Posicdo: 180° Posigdo: 270° Fig. 1-2: Geragao de 1 ciclo de tensfio CA com um altemador de uma tinica espira 90° 180° 270° 360° Fig. 1-3 : Forma de onda da tensio de saida correspondente a uma rotagdo completa da espira. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1,2—TIPOS DE ALTERNADORES, Os geradores de corrente alternada também so chamados de alternadores. Praticamente toda energia elétrica consumida nas residéncias e industrias & fornecida pelos altemadores das usinas que produzem eletricidade. Um alternador simples & formador por: (I) um campo magnético forte constante; (2) condutores que giram através do campo magnético; e (3) alguma forma de se manter uma ligagdo continua dos condutores @ medida que eles giram (Fig. 1-4). O campo magnético é produzido pela corrente que flui pela bobina de campo estacionédrio ou estator. A excitagdo para a bobina de campo € fornecida por uma bateria ou qualquer outra fonte CC Enrolamenta de Campo Enrolamento da Armadura Anéis eEscovas > Excitagio do Campo Rotor Estator Fig. 1-4: Altemador monofisico na configuragdo de armadura rotativa e campo estacionério. Campo CC /~ Angis coletores Fig, 1-5: Altemador 39 (2 pélos) com estator de pélos salientes (campo) e rotor ranhurado (armadura) A armadura, ou rotor, gira dentro do campo magnético. Para uma dinica espira em volta do rotor, cada extremidade é ligada a anéis coletores separados, isolados do eixo. Cada vez que 0 rotor gira ¢ se completa uma rotagdo, processa-se um ciclo completo de corrente alternada (no caso de 2 pélos). Na pritica, um alternador contém varias centenas de espiras enroladas nas fendas (ranhuras) do rotor. Duas escovas so pressionadas através de molas contra os anéis coletores de modo @ manter uma Tigagio continua entre a corrente alternada induzida no rotor (bobina da armadura) e o circuito externo (carga). © pequeno gerador CA, baixas poténcias, geralmente & de armadura rotativa e campo estaciondrio (Fig, 1-4). Uma desvantagem, desta configuragdo, € que os contatos entre os anéis coletores € as escovas estdo em série com a carga, ou seja, a corrente da carga passa pelas escovas. Se essas partes se desgastarem ou ficarem sujas, 0 fluxo de corrente pode ser interrompido. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada Entretanto, se a excitago do campo for ligada ao rotor, as espiras do estator terdo uma corrente altemada induzida pasando por elas (Fig. 1-6). Pode-se ligar uma carga através dessas bobinas da armadura estaciondria sem ser necessdrio nenhum contato mével no circuito (anel coletor e escova). A corrente de exeitagio é fornecida ao campo rotativo através dos anéis coletores e das escovas. Uma outra vantagem do gerador CA de armadura estacionéria e campo rotativo esta na grande facilidade de se isolar as bobinas do estator, comparada com a isolagao das bobinas do rotor. Como sao freqiientemente geradas tensdes altas, da ordem de 18.000 a 20.000 V, esta alta tensdo ndo precisa ser trazida até os anéis de contato € as escovas, mas pode ser levada diretamente para a carga através de condutores isolados a partir da armadura estaciondria, Outro fator importante & a maior facilidade na troca de calor entre o enrolamento da armadura (no estator) ¢ 0 ar ambiente, uma vez que se a armadura estiver posicionada no rotor a dissipagdo de calor ser bem mais dificil Enrolamento da Armadura Enuclamento de Campo Anéis ¢ Escovas 7 Saida CA IIR 7 Excitagio do Campo Rator Estator Fig. 1-6: Altemador monofisico na configurago de armadura estacionaria e campo rotativo. / Estator /-Enrolamento da armadura Bobina polar Anéis coletores Fig. 1-7: Alterador /¢ ou 39 (4 pélos) com estator ranhurado (armadura) ¢ rotor de pélos salientes (campo). Nos geradores CA de armadura estacionaria e campo rotativo (Fig. 1-6) a tensio gerada ¢ retirada diretamente do enrolamento de armadura (neste caso 0 estator) sem passar pelas escovas. A poténcia de excitagdo destes geradores normalmente ¢ inferior a 5% da poténcia nominal. Por este motivo, o tipo de geradot CA mais utilizado € o de armadura estacionéria e campo rotativo, Maquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Alternada 1.3 -FREQUENCIA DA TENSAO GERADA valor da tensio gerada por um gerador CA depende da intensidade do campo e da velocidade do rotor. Como a maioria dos geradores funciona com velocidade constante (geradores sincronos), 0 valor da fem induzida (ou tensfo gerada) é controlado através da exeitagdo do campo. A freqiiéncia da fem gerada depende do nimero de polos do campo ¢ da velocidade do rotor, ‘como mostra a equacio abaixo: pen 120 onde: f > ffequéncia da tensdo gerada, Hz p> mimero total de pélos da maquina n= velocidade do rotor, rotagdes por minuto (rpm) fie ay 2POLOS 8POLOS Fig. 1-8 : Alternadores monofisicos com niimeros de pélos diferentes e mesma velocidade do rotor. Para uma maquina de um par de polos, a cada giro das espiras teremos um ciclo completo da tensio gerada. Os enrolamentos podem ser construidos com um nimero maior de pares de polos, que se distribuirdo alternadamente (um norte € um sul). Neste caso, teremos um ciclo a cada par de pélos. Os geradores da usina hidrelétrica de Itaipu possuem 78 polos ¢ giram a uma velocidade de 92,3 rpm. Note que o nimero de pélos da méquina tera que ser sempre par, para formar os pares de pélos. Na Tabela 1-1, so mostradas as velocidades sineronas correspondentes para as freqiiéncias ¢ polaridades mais utilizadas. Tabela 1-1 ; Velocidades sincronas em rotagdes por minuto, ‘Nimero de Polos =H f= 50H: 2 3.600 rpm 3,000 rpm. 4 1.800 rpm. 1.500 rpm. 6 1.200 rpm. 1,000 rpm. 8 900 rpm 750 rpm 10 720 rpm 600 xpm Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.4— ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS ALTERNADORES (TIPOS DE ROTOR) Quando a maquina priméria (do gerador) é essencialmente um acionador de baixa velocidade, como no caso de uma turbina hidréulica (usada em usinas hidrelétricas), requerer-se- um grande miimero de pélos. Como a ventilagio no é um problema a baixas velocidades, pode-se utilizar um rotor de polos salientes. Da mesma forma, se a maquina primaria for um motor a gasolina, éleo diesel, gas ou vapor, ou seja, numa maquina primédria de velocidade essencialmente moderada, utilizat-se-Jo pélos lisos (ou nao-salientes) em nimero de 4 a 12. No caso de méquinas primarias de velocidade elevada, como turbinas a vapor ou a gas (0 vapor podendo ser obtide a partir de caldeiras convencionais @ carvéo ou a dleo, ou a partir de reatores nucleares), usualmente utilizam-se pélos lisos. Em grande parte, a determinacao do tipo de construgdo de campo do gerador CA a ser utilizado é feita a partir da espécie de combustivel ou fonte de energia disponivel no local geogrfico onde se ira gerar eletricidade, Geradores CA de baixa velocidade © de pélos salientes requerem um estator de grande circunferéncia, no qual possam ser inseridos muitos condutores. Tais estatores requetem condutores, para os enrolamentos de campo ¢ da armadura, que tenham pequeno comprimento axial. Por outro lado, geradores CA de alta velocidade e de pdlos lisos (rankurados) tém uma pequena circunferéncia, requerendo condutores para os enrolamentos de campo ¢ da armadura de grande comprimento axial. Assim, pela diferenga marcante na aparéncia externa, podemos distinguir facilmente as maquinas sincronas de pélos salientes e de pélos lisos, mesmo sem observar o seu rotor como mostra a Fig. 1-9. recor Carey V4) eae Allta Rotagso = 1.200 rpm .ou.mais Baixe Rotagai 200 rpm ou menos Linhas de Forca Magnétices Eixo do Eixo do rotor rotor (@) Rotor de pélos nao salientes (rotor ranhurado), (b) Rotor de polos salientes, alta velocidade (Axial). bbaixa velocidade (Radial) Fig. 1-9: Aspecto geral das maquinas sincronas (geradores CA). Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.4.1 —Rotores de Pélos Lisos ¢ de Pélos Salientes Os geradores sincronos so construidos com rotores de pélos lisos ou salientes. co de POLOS LISOS: Sio rotores nos quais 0 entreferro é constante ao longo de toda a periferia do mi ferro. POLOS SALIENTES: Sao rotores que apresentam uma descontinuidade no entreferro ao longo da periferia do niicleo de ferro, Nestes casos, existem as chamadas regises interpolares, onde o entreferro muito grande, tornando visivel a saliéncia dos pélos. (a) Rotor de pélos lisos. (b) Rotor de pélos salientes. Fig. 1-10 : Perfil das chapas laminadas utilizadas nos nicleos magnéticos de rotores, 1.5 - CARACTERISTICAS DA TENSAO NOS TERMINAIS DO GERADOR CA. ‘A tensio de saida de um gerador CA 6 semelhante a de um gerador CC. No gerador CC, ha duas causas para a queda de tensdo intema: (1) a resisténcia da armadura; e (2) a reago da armadura. A Fig. 1-11 ea Eq, (1.2) indicam que ha agora trés causas para a “queda” de tensdo intema no gerador CA, que sio: (1) a resisténcia da armadura; (2) a reatincia da armadura; e (3) a reagdo da armadura. Além disso, para um alternador, enquanto os dois primeiros fatores sempre tendem a reduzir a tensdo, o terceiro (reagdo da armadura) pode tender a diminui-la ou aumenté-la. Assim, a regulago de tensio do gerador CA difere da do gerador CC, em dois aspectos importantes: (I) ha uma queda de tensio devida reatincia da armadura; e (2) 0 efeito de reagdo da armadura (dependendo do fator de poténcia da carga) pode produzir um aumento da tens gerada que tende a tomar mais elevada a tensdo nos terminais, Ra Xa Xe I, Reacito da Armadura Tensto Tensio Gerada, de Saida Fig. 1-11 : A tensdo nos terminais de saida do gerador CA é afetada por trés fatores (Rs, Xs ¢ Xe) Vi =V,-Ry Tp -X i, #X uy (2) ‘A variagio de tensdo causada pela reagio da armadura depende do fator de poténcia da carga, se 6 indutivo ou capacitive, A reagdo da armadura afeta a intensidade do campo CC de modo que, quando a carga é indutiva ela enfraquece o campo, e quando é capacitiva ela fortalece o campo aumentando V. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.6- REACAO DA ARMADURA NO GERADOR CA. Em vazio (com rotagdo constant), a tensdo de armadura depende do fluxo magnético gerado pelos pélos de excitagdo, ou ainda da corrente que circula pelo enrolamento de campo (rotor). Isto porque 6 estator ndo é percorrido por corrente, portanto & nula a reagao da armadura, cujo efeito é alterar o fluxo total. A relagdo entre tensio gerada e a corrente de excitagdo chamamos de caracteristica a vazio (Fig. 1- 12), onde podemos observar o estado de saturagdo da maquina (maximo fluxo e maxima tensio) te rracteristica a vazio (tensio gerada x corrente de excitagdo). Fig. 1-12: c: Em carga, @ corrente que atravessa os condutores da armadura cria um campo magnético, causando alteragSes na intensidade e distribuigiio do campo magnético principal. Esta alteragdo depende da corrente, do cos $e das caracteristicas da carga, conforme veremos a seguir: 1.6.1 — Carga Puramente Resistiva Se o gerador alimenta um circuito puramente resistive, é gerado pela corrente de carga um campo magnético proprio. O campo magnético da armadura (rotor) produz dois pélos, ver Fig. 1-13 (a), defasados de 90° geométricos (em atraso) em relago aos pélos principais (estator), ¢ estes exercem sobre 0s pélos da armadura uma forga contréria a0 movimento, gastando-se poténcia mecanica para se manter © rotor girando, © diagrama da Fig. 1-13 (b) mostra a alteragao do fluxo principal em vazio (gy) em relagdo ao fluxo de reagdo da armadura (#). A alteragto de gs & pequena, nao produzindo uma vatiagao muito grande em relagdo ao fluxo resultante ¢. Devido a queda de tensio nos enrolamentos da armadura serd necessario aumentar a corrente de excitagdo para manter a tenso nominal (Fig, 1-16). (a) Defasagem geométrica entre os campos. (b) Campo magnético resultante. Fig 1-13 : Reagdo da armadura para uma carga puramente resistiva. 1.6.2 — Carga Puramente Indutiva Neste caso, a corrente de carga (J) esta defasada em 90° elétricos (atrasada) em relagdo & tensio (B), © 0 campo de reagdo da armadura (gx) estard consegiientemente na mesma diregdo do campo principal (g:), mas em polaridade oposta. O efeito da carga indutiva & desmagnetizante, ver Figs. 1-14 (a) € 1-14 (b). As cargas indutivas armazenam energia em seu campo magnético ¢ a devolvem totalmente a0 gerador, nfo exercendo nenhum conjugado frenante sobre a armadura (rotor). Neste caso, s6 seré necessirio energia mecdnica para compensar as perdas. Devido ao efeito desmagnetizante sera necessario ‘um grande aumento da corrente de excitagdo para se manter a tensio nominal (Fig. 1-16). Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada (a) Defasagem geométrica entre os campos. (b) Campo magnético resultante. Fig. 1-14 : Reago da armadura para uma carga puramente indutiva. 1.6.3 — Carga Puramente Capacitiva ‘A corrente da armadura (J) para uma carga puramente capacitiva esta defasada de 90° elétricos (adiantada) em relagdo & tenso (E). O campo de reagio da armadura (9x) conseqilentemente estara na mesma dire¢do do campo principal (¢) © com a mesma polaridade. O campo da armadura (rotor), neste caso, tem um efeito magnetizante, ver Figs. 1-15 (a) ¢ 1-15 (b). As cargas capacitivas armazenam energia em seu campo elétrico e @ devolvem totalmente ao gerador, nao exercendo também, como nas cargas indutivas, nenhum conjugado frenante sobre a armadura (rotor). Devido ao efeito magnetizante sera necessério reduzir a carrente de exeitagdo para manter a tensio nominal (Fig. 1-16) zB o? % I (a) Defasagem geométrica entre os campos. (b) Campo magnético resultante. Fig. 1-15; Reagdo da armadura para uma carga puramente capacitiva 1.6.4 — Cargas Intermediérias Na pritica, © que encontramos so cargas com defasagem intermediéria, entre totalmente indutiva ou capacitiva ¢ resistiva. Nestes casos 0 campo de reagao da armadura pode ser decomposto em dois campos, um transversal © outro desmagnetizante (carga indutiva) ou magnetizante (carga capacitiva). Somente campo transversal tem um efeito frenante, consumindo desta forma poténcia mecénica da maquina acionante. O efeito magnetizante ou desmagnetizante é compensado alterando-se a corrente de excitagao. Fig. 1-16 : Caracteristica a vazio (tensdo gerada x corrente de excitagao). Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.7— GERADORES TRIFASICOS, 0 altemador trifasico, como seu nome sugere, possui trés enrolamentos monofiisicos dispostos de forma que as tenses induzidas fiquem defasadas de 120°, Um diagrama esquematico de um estator triffsico, mostrando todas as bobinas, fica muito complicado, tornando-se dificil ver o que realmente acontece, © diagrama esquemitico simplificado mostrado na Fig. 1-17 (a), mostra todas as bobinas de uma fase concentradas numa 6, Nas Figs. 1-17 (b) € 1-17 (c), temos a representagdo de um alternador triffsico com os enrolamentos do estator ligados em estrela € em tridngulo, respectivamente, Nao se representa o rotor para maior simplicidade. c (a) Enrolamento 39 da armadura. _(b) Ligago em estrela ou Y. (6) Ligago em tridngulo ou A. Fig. 1-17: Principais ligagdes dos enrolamentos da armadura para alternadores trifasicos. ‘As formas de onda das tensdes geradas em cada fase estio representadas na Fig. 1-18, defasadas de 120° elétricos no tempo. O altemador triffsico mostrado nos esquemas acima corresponde essencialmente a trés alternadores monofiisicos cujas tensdes estio defasadas de 120°, As trés fases so independentes entre si, v Fig. 1-18: Tensdes nos enrolamentos das trés fases de um alternador 39 (defasadas de 120° elétricos). 0 tipo de ligagdo mais comum nos geradores trifisicos € a ligagdo em estrela ou Y, pois neste tipo de ligagdo podemos alimentar facilmente as cargas monofisicas, devido a existéncia do fio neutro. Tabela 1-2 : Tensdes, correntes e poténcia para os prineipais tipos de ligagGes tifisicas TIGACAO | TENSAO DE LINHA | CORRENTE DE LINHA | POTENCIA TRIFASICA (VA) ¥ V, = 3 x¥, Ll, S=3xVp xl, A Vp 1, =V3x1p S=N3x¥, x1, Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1,8 —TIPOS DE EXCITACGAO DO CAMPO (POR ESCOVAS OU SEM ESCOVAS) Os enrolamentos de campo so ligados em série ou a ligagdo é mista. Em ambos os casos, os terminais extremos dos enrolamentos sdo ligados geralmente a anéis coletores montados no eixo do rotor. Independentemente do tipo de campo do rotor, usa-se a excitagdo independente, antigamente proporcionada por um gerador CC e atualmente proporcionada por um gerador CA, ambos com a fungdo de excitatriz, Nos grandes geradores CA a excitatriz & montada no mesmo eixo do gerador principal © fornecem corrente continua para a excitagdo do campo da maquina principal. Entretanto, em alguns geradores CA muito pequenos, o campo do rotor é produzido por um ima permanente, Basicamente, podemos ter trés situagdes para a excitago do enrolamento de campo nos geradores sincronos CA de armadura estaciondria e campo rotativo, que sio: 1. Gerador CC montado no préprio eixo do rotor da maquina principal (excitagdo com escovas © comutador); 2. Conversor estitico CA/CC ou retificador (exeitago com escovas e anéis coletores); 3. Gerador CA, de armadura rotativa ¢ campo estacionétio, montado no proprio eixo do rotor da maquina principal (excitagdo sem escovas ¢ com ponte de diodos, sistema “Brushless”; 1.8.1 — Geradores com Excitagdo por Escovas Nestes geradores 0 campo no rotor é alimentado em corrente continua através das escovas e anéis, coletores e a tensdo alternada de safda, para alimentagdo das cargas, éretirada do estator (armadura) (Fig. 1-19). Neste sistema normalmente 0 campo & alimentado por uma excitatriz chamada de excitatrz. estitica. A tensdo de saida do gerador é mantida constante dentro de suas caracteristicas nominais através do regulador de tensio, que verifica constantemente a tensio de saida e atua na excitatriz estitica Quando acionado na rotagio nominal ¢ com a excitatriz desconectada do rotor, 0 processo de escorvamento inicia-se pela pequena tensio residual do gerador. Algumas vantagens e desvantagens desse tipo de excitagao: VANTAGENS: Menor tempo de resposta “f,"" na recuperagio de tensio (aplicagio direta de corrente continua no rotor). NS: Exige manutengGo periédiea no conjunto escovas e porta escovas. Nao é aconselhavel a utilizagao em cargas sensiveis ¢ de telecomunicagdes, devido & possibilidade de gerar radio interferéncia em fungdo do contato das escovas ¢ anéis (possivel faiscamento). Por isso também no pode ser utilizado em atmosferas explosivas Carga Enrolamento de Armadura 1 Estator Corrente de Excitarao Entreferro Escovas Bobinas de EN a ] Excitapio . (Campo) Anéis Coletores Fig, 1-19 : Excitagdo do campo realizada através de escovas ¢ excitatriz estitica (conversor CA/CC). Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.8.2 — Geradores com Excitagdo sem Escovas (Brushless) Nesses geradores a corrente continua para alimentagdo do campo é obtida sem a utilizagao de escovas © anéis coletores, utilizando somente indugio magnética. Para isso 0 gerador possui_ um componente chamado excitatriz. principal, com armadura rotativa ¢ campo estacionario. A armadura dessa excitatriz. € montada no préprio eixo do gerador. Possui também um conjunto de diodos girantes (Circuito retificador), também montado no eixo do gerador, para alimentagao do campo principal em corrente continua. Este conjunto de diodos recebe tensio alternada do rotor da excitatriz. principal (armadura da excitatriz), tensio esta induzida pelo estator da excitatriz principal (campo da excitatriz), que é alimentado em corrente continua proveniente do regulador de tensio (automstico). Um esquema dos componentes montados no rotor de uma maquina com excitagdo brushless é mostrado na Fig. 1-20. Rotor da Excitatriz Principal (Armadura) Rotor da Maquina Principal (Campo) posta bossa — pee 4 FP 1 moo © 1 i boo bot 1 ! 1 PAA 1 i Mo io 1 i Lt bo 1 i Lot io 1 i T—T bo 1 i io 1 i bot 1 i Lot io 1 i rT bo 1 i —t io 1 i bo bo 1 i Mo io 1 ' | | RAAT | : i Mo Lo 1 u 4 Conjunto dos Diodos Retificadores (Ponte Rotativa) Fig. 1-20: Esquema de excitagdo sem escovas “Brushless” (componentes do rotor), regulador de tensfo monitora constantemente a tenso de saida do gerador e atua no estator da excitatriz, Com isso mantém a tenséo de saida do gerador constante. A tensio altermada de saida do gerador, para alimentac3o das cargas, é retirada do seu estator principal (armadura) (Fig. 1-21) Nos geradores brushless, a poténcia para a excitagio (alimentago do regulador de tenso) pode ser obtida de diferentes maneiras, as quais definem o tipo de excitagdo da maquina, Esses tipos de excitagdo podem ser das seguintes formas: + Alimentagdo através de bobina auxiliar (ver Fig. 1-21), um conjunto auxiliar de bobinas, independente, alojado em algumas ranhuras do estator principal da méquina (armadura principal) Funciona como uma fonte de poténcia independente para regulador de tensio, ndo sujeita aos efeitos que acontecem no estator principal da maquina. O regulador reeebe tensio alternada dessa fonte © alimenta 0 campo da excitatriz principal com tensio retificada ¢ regulada, Em condig6 normais de operagio, na bobina auxiliar é produzida uma tenso monofésica na freqiiéncia nominal do gerador, sofrendo pequenas distorgdes na forma de onda dependendo do tipo de carga (resistiva, indutiva ou capacitiva), Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada Gerador Modelo GTA com Bobina Auxil 1" (padrao) Et av E22 EL — Resbmantagsn de tensso 31403 Aimortapo do gota do agar Fle)e ie) Sade detersin Cds egueder Regulador ‘4¢ Tenefo ESTATOR PRINCIPAL "ROTOR PRINCIPAL Diode (akan Greates Prieipa Fig. 1-21 : A alimentago de poténcia do regulador de tensio é feita pela bobina auxiliar + Alimentagdo através de excitatriz auxiliar a ims permanentes (ou PMG - “Permanent Magnets Generator”), que possui campo no rotor, a imas, montado no proprio eixo do gerador, e estator (armadura) fixado na tampa traseira do gerador ou na base, em compartimento separado do estator principal da maquina (ver Fig. 1-22). A excitatriz auxiliar também funciona como uma fonte de poténcia independente para o regulador de tensio, O regulador recebe a tensio trifisica alternada crada no estator da excitatriz.auxiliar (armadura da excitatriz.auxiliar), retifica, regula ¢ aplica-a no estator da excitatriz principal do gerador (campo da excitatriz principal). Gerador Modelo GPA com Excitatriz Auxiliar Et eGO—Realmeniago de tenso Rarn egpaetae ‘ACI, AC2 0 ACS Amano do gcnsa do eguador 4 aertoneto F[s) =F) Stila de tesa OC do raga — ‘oom Pineal ESTATOR PRINCIPAL ROTOR PRINCIPAL bs Diogo Freee betas (rates Principat boar Fig, 1-22 : A alimentagdo de poténcia do regulador de tensfo ¢ feita pela excitatriz auxiliar Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada + Alimentagio sem excitatriz auxiliar pelo préprio enrolamento de armadura da méquina, através de tap’s (para baixa tensdo) ou via TP’s (para alta tensGo), ou ainda, alimentagdo extema em locais onde ha presenga de rede (ver Fig. 1-23). O regulador de tensdo recebe tensio alternada de uma dessas fontes, retifica, regula e aplica-a no estator da excitatriz principal do gerador (campo da excitatriz principal) Gerador Modelo GSA sem excitatriz auxiliar e sem bobina auxiliar | ou£2¢.00- Resrertag de tenaio ACI, ACD @ ACS 3~Almeniagto de otra do regular Fie) eF)- Sai detersdo OC do regular Dioaos reson Girentes Principal Fig. 1-23 : A alimentagdo de poténeia do regulador de tensdo & feita pela tensdo de saida do gerador que conectada a um transformador, no caso de AT, para adequar & tensdo de entrada do regulador de tensdo. No gerador modelo GTA da WEG, a auto-excitagdo inicia-se pela tensio residual no estator e bobina auxiliar do gerador que & garantida pelos imas permanentes inseridos nos pélos do estator da excitatriz principal. © valor da tensio residual varia de gerador para gerador. A bobina auxiliar & responsivel pelo fornecimento de poténcia para o regulador de tensdo, independentemente da tensio de saida do gerador ou de variagdes de carga que possam ocorrer. O regulador de tensio, alimentado pela bobina auxiliar (Fig. 1-21), fornece poténcia para a excitatriz principal da méquina. Através da comparacio entre um valor tedrico (ajustado) e a tenso de referéncia (realimentagdo), 0 regulador controla a excitagdo do gerador mantendo a tensio de safda no valor desejado (ajustado), 1.9- REGULAGAO DE TENSAO NOS GERADORES CA A regulagdo de tensio de um gerador CA & 0 aumento percentual na tensio dos terminais a medida que a carga vai sendo redurida, desde o valor da corrente de carga maxima até zero, mantendo-s a velocidade ¢ a excitagio do campo constante, ou: Vout 5 Ya=Vrn 5 100% (13) Quando a tensio de saida ndo é constante, ocorre um pisca-pisea nas limpadas ¢ a televisio nao funcionard corretamente, Sio necessérios entio, aparelhos de regulagio de tensio autométicos para minimizar as quedas na tensio de saida aumentando-se a corrente de campo. A regulagio da tensio & geralmente uma fungio extema do gerador. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.9.1 —Regulador de Tens’o Automitico regulador de tensdo ¢ eletrénico ¢ automitico. Tem por finalidade monitorar a tensdo terminal do gerador e manté-la constante no valor ajustado, independente das variagdes da carga. Ele retifica uma tensio trifasica proveniente da bobina auxiliar, da excitatriz auxiliar, de TAP's da armadura da maquina principal ou até da rede, levando-a através de um transistor de poténcia ao enrolamento de campo da excitatriz principal, Possui também circuitos de ajustes e protegdes para assegurar um controle confiével do gerador, Gerador Chave Lig /Desl. Campo da Excitatriz Bobi Auxiliar Potencidmetro de Ajuste Exierno da Tenssdo Fig. 1-24: Esquema de ligaydo do regulador de tensio sendo alimentado pela bobina auxiliar. Como tempo de regulagem entende-se o tempo transcorrido desde o inicio de uma queda de tensio até o momento em que a tensdo volta ao intervalo de tolerdncia estaciondria (por exemplo #0,5%) € permanece estavel ("t,”, ver Fig. 1-25). O tempo exato de regulagem depende na pritica de inimeros fatores, portanto s6 pode ser indicado aproximadamente. 10000 =; 80005 ta: j a Poténeta nparente(leVs)—> io #0 300-400 S00 Gnd oO eB W00 ifens)—> Fig. 1-25: Intervalo de tolerdncia e tempo de regulagem aproximado para excitago com e sem escovas. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.10 — PRINCIPAIS COMPONENTES DO GERADOR SiNCRONO gerador completo pode ser dividido em uma série de unidades funcionais. As principais so mostradas a seguir. 1.10.1 — Estator da Maquina Principal As carcagas das miquinas da linha G so fabricadas em chapas de ago calandradas (formato tubular). Para a linha S, as carcagas so fabricadas em chapas de aco soldadas através de solda tipo “MIG”. Todo 0 conjunto da carcaga recebe um tratamento de normalizagdo para alivio de tensdes provocadas pelas soldas. O pacote de chapas do estator (ou nucleo do estator), com seu respectivo enrolamento, & assentado sobre as nervuras da carcaga (linha S) ou prensado na carcaga (linha G). As miquinas de baixa tensfo sdo produzidas com fios circulares e as de média tensio com fios retangulares, 0 isolamento padrdo das maquinas da linha $ & classe F e para a linha G ¢ classe H. As bobinas so fixadas as ranhuras por cunhas de fechamento, normalmente compostas de material isolante, ¢ as cabegas dos enrolamentos so fortalecidas para que possam resistir a vibragdes. As maquinas de baixa tensio da linha G s4o impregnadas por gotejamento ¢ da linha S por imersio. Maquinas de alta tensdo sio impregnadas pelo sistema VPI (Vacuum Pressure Impregnation). 1.10.2— Rotor da Maquina Principal 0 rotor acomoda o enrolamento de campo, cujos polos sdo formados por pacotes de chapas. Uma gaiola de amortecimento também € montada no rotor para compensagdo nos servigos em paralelo e nas variagdes de carga 1.10.3 — Estator da Excitatriz Principal A excitatriz principal é um getador trifésico de pélos salientes. Na linha G seu estator & fixado na tampa traseira do gerador ¢ dentro dele (Fig. 1-26). Na linha $ & posicionado fora da maquina ¢ é fixado na tampa trascira ou na base do gerador, dependendo da sua forma construtiva. Os pélos salientes acomodam as bobinas de campo, que so ligadas em série, sendo as suas extremidades conectadas a0 regulador de tensio diretamente (linha G) ou através de bornes na caixa de ligagio da excitatriz (linha S). 1.10.4 — Rotor da Excitatriz Principal ¢ Diodos Retificadores Girantes 0 rotor da excitatriz principal é montado sobre o eixo da méquina principal. O rotor é laminado e suas ranhuras abrigam um enrolamento trifisico ligado em estrela. O ponto comum desta ligagao estrela € inacessivel. De cada ponto da ligagdo estrela saem dois fios para os retificadores girantes, assentados nos suportes dissipadores. Dos dois fios, um & ligado ao retificador sobre o suporte positivo ¢ o segundo, a0 mesmo retificador sobre o suporte negativo. 1.10.5 — Excitatriz Auxiliar ‘A excitatriz auxiliar ou PMG (Permanent Magnets Generator) & um gerador trifésico com rotor constituido por imas, que sdo seus pélos de excitagdo, acoplado ao eixo da maquina principal. O estator, constituido de chapas, possui um enrolamento trifasico para alimentagdo do regulador de tensdo. Na linha G a excitatriz auxiliar é oferecida como opcional (sob pedido) e encontra-se no exterior da maquina, no Jado nao acionado, fixada na tampa do gerador. Na linha $ é utilizada ou no dependendo da aplicagio ou especificagdo do cliente e é fixada na tampa ou na base, dependendo da forma construtiva da maquina. Na linha G & conectada diretamente ao regulador de tenso e na linha S, através de bores na caixa de ligagdo da excitatriz auxiliar, 1.10.6 — Bobina Auxiliar (ou Enrolamento Auxiliar) Padrdo na linha G ¢ um conjunto auxiliar de bobinas, monofiisico, que fica alojado em algumas ranhuras do estator principal da maquina, junto com as bobinas de armadura, porém totalmente isolado delas. Sua fungio é fornecer poténcia para o regulador de tens4o alimentar 0 campo da excitatriz, principal, poténcia essa retificada ¢ controlada pelo regulador de tensio. Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada ; Tn [ Cm i t= g 3 sit aahi Bai, gi sas euGiiiiall 7 8 00008000 === Componentes Desenho Orientative (GTA 250) @) Fig, 1-26 : Os principais componentes de um gerador sincrono (Fabricante WEG). @ocmrie @ tarpa wescra @ veresions Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.11 —PERDAS E EFICIENCIA ‘As perdas de um gerador CA sdo andlogas as do gerador CC, e incluem: 1. As perdas no circuito elétrico: (a) as perdas no cobre do enrolamento da armadura;, (b) as perdas no cobre do enrolamento de campo. 2. As perdas no cireuito magnético: (a) as perdas no ferro do nicleo do estator; (b) as perdas no ferro do nitcleo do rotor. 3. As perdas mecénicas (rotacionais): (a) as perdas por atrito nos mancais; (b) as perdas por atrito nas escovas; (©) as perdas por atrito com o ar. A cficiéneia (Ef) & a razdo entre a poténcia ttl de saida e a poténcia total de entrada: Poténcia de Saida Eficiéncia(’ x 100% a4) Poténcia de Entrada 1.12 ELEVAGAO DE TEMPERATURA E CLASSE DE ISOLAMENTO. 1.12.1 — Aquecimento do Enrolamento A poténcia util fomecida pelo gerador é menor que a poténcia acionante, isto é, 0 rendimento do gerador é sempre inferior a 100%. A diferenca entre essas duas poténcias representa as perdas, que so transformadas em calor, o qual aquece o enrolamento e deve ser dissipado para fora do gerador, para evitar que a elevagdo de temperatura seja excessiva, 1.12.2 - Vida Util das Maquinas Elétricas Rotativas Se ndo considerarmos as pegas que se desgastam devido ao uso, como escovas ¢ rolamentos, a vida dtil da maquina elétrica é determinada pelo material isolante Este material é afetado por muitos fatores como umidade, vibragdes, ambientes corrosivos © outros. Dentre todos os fatores o mais importante é, sem ditvida, a temperatura de trabalho dos materiais isolantes empregados. Quando falamos em diminuigdo da vida itil da méquina ndo nos referimos as temperaturas elevadas, quando o isolante se queima ¢ o enrolamento é destruido de repente. Vida itil da isolagdo, em termos de temperatura de trabalho, bem abaixo daquela em que o material se queima, refere- se ao envelhecimento gradual do isolante, que vai se tornando ressecado, perdendo o poder isolante, que no suporte mais a tenso aplicada e produza um curto-circuito. A experigncia mostra que a isolagdo tem uma durago praticamente ilimitada se a sua temperatura for mantida abaixo de um certo limite. Acima deste valor, a vida util da isolago vai se tomando cada ver. mais curta, & medida que a temperatura de trabalho & mais alta. Este limite de temperatura & muito mais baixo que a temperatura de "queima” do isolante e depende do tipo de material empregade. Das curvas de variagdo das caracteristicas dos materiais em dependéncia da temperatura determina-se a vida itil, que & reduzida pela metade a cada 8°C a 10°C de operagdo acima da temperatura nominal da classe. Esta limitago de temperatura se refere ao ponto mais quente da isolagao € ndo necessariamente ao enrolamento todo. Evidentemente, basta um ponto fraco no interior da bobina para que o enrolamento fique inutilizado. 1.12.3 — Classes de Isolamento Como foi visto acima, o limite de temperatura depende do tipo de material empregado. Para fins de normalizagao, os materiais isolantes ¢ os sistemas de isolamento (cada um formado pela combinagao de vérios matcriais) so agrupados em Classes de Isolamento, cada qual definida pelo respectivo limite de temperatura, ou seja, pela maior temperatura que o material pode suportar continuamente sem que seja afetada sua vida iti Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada As classes de isolamento utilizadas em maquinas elétricas e os respectivos limites de temperatura conforme a Norma NBR 7094 sio as seguintes: Classe A (105°C); Classe E (120°C); Classe B (130°C); Classe F (155°C); Classe H (180°C). ‘As classes B e F so as comumente utilizadas em motores normais. Jé para geradores as mais, comuns sio a F eH. A Fig. 1-27 ilustra @ elevagdo de temperatura no enrolamento sobre a temperatura do ar ambiente, Esta diferenga total, comumente chamada de “Elevago de Temperatura” ou simplesmente “AT”, 6 soma da queda de temperatura interna com a queda externa, Envolamerto Isolamento Ceacags alate At AMBIENTE AB cD Fig. 1-27: Ilustragio da clevagdo de temperatura em um gerador ou motor. projeto da maquina visa reduzir a queda interna (melhorar a transferéncia de calor) para poder ter uma queda externa maior possivel, pois esta é que realmente ajuda a dissipar o calor. A queda interna de temperatura depende de diversos fatores. As relagdes dos pontos representados na figura acima com a temperatura, so explicadas a seguir: A Ponto mais quente do enrolamento, no interior da ranhura, onde ¢ gerado 0 calor proveniente das perdas nos condutores; AB Queda de temperatura na transferéncia de calor do ponto mais quente (interior da bobina) até a parte externa da bobina. Como o ar é um péssimo condutor de calor, é importante que nao haja "vazios" no interior da ranhura, isto é, as bobinas devem ser compactas ¢ a impregnagdo deve ser perfeita; B_ Queda através do isolamento da ranhura e do contato deste com os condutores de um lado ¢ com as chapas do micleo do outro. © emprego de materiais modemos melhora a transmissio de calor através do isolante. A perfeita impregnacdo melhora o contato do lado interno, eliminando os espacos vazios, O bom alinhamento das chapas estampadas melhora o contato do lado extemo, eliminando camadas de ar que prejudicam a transferéneia de calor; BC Queda de temperatura por transmissdo através do material das chapas do niicleo; C Queda no contato entre o micleo ¢ a carcaga; CD Queda de temperatura por transmissdo através da espessura da carcaga Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.13 - FUNCIONAMENTO DE GERADORES EM PARALELO. Um sistema itil normalmente consiste de varias estagdes centrais geradoras (usinas), todas operando em paralelo, Em cada estago central pode haver varios geradores CA operando em paralelo. H4 numerosas vantagens na subdivisio de um sistema gerador em varias centrais menores, tanto do ponto de vista econémico quanto do ponto de vista estratégico. Estas vantagens também se aplicam a0 uso de varias unidades geradoras (geradores) menores, em lugar de uma tmica maquina maior, embora esta Giltima tenha um rendimento maior quando carregada a sua capacidade nominal ‘As principais vantagens da operago de geradores em paralelo so: 1. Se um iinico gerador de grande poténcia constitui uma estagdo geradora e, por uma razio qualquer, deixa de funcionar, com isto deixara de funeionar também a estago geradora; enquanto que, se um dos varios geradores menores necessitar de um reparo, os demais ainda estardo disponiveis para formecer 0 servigo necessétio. 2. Um tinico gerador, para operar com rendimento maximo, deverd ser carregado até sua capacidade nominal. E antiecondmico operar-se um grande gerador se as cargas supridas so pequenas. Varios geradores menores, operando em paralelo, podem ser removidos ou adicionados, de forma a atender as flutuagGes da demanda; cada gerador pode ser operado & sua capacidade nominal ou préximo dela, funcionando assim a estagdo no seu rendimento maximo. 3. Se hd necessidade de um reparo ou de uma parada geral para manutengdo, os geradores menores facilitam as operages, do ponto de vista de pegas de reposigo ou reserva, bem como dos servigos @ executar 4, Quando aumentar a demanda média do sistema ou da estagio geradora, instalar-se-Zo unidades adicionais para acompanhar o acréscimo da demanda. O capital empregado inicialmente seré menor e © seu crescimento corresponderd ao crescimento da demanda média 5. Ha limites fisicos e econdmicos pata a capacidade possivel de uma tinica maquina, Por exemplo, em uma determinada estagdo geradora, a carga pode chegar a 10 milhdes de kVA. Embora existam operando geradores de até centenas de milhares de kVA, ndo se constroem maguinas com capacidade suficiente para suprir toda demanda da estago geradora ou do sistema. A maioria das usinas elétricas possui varios geradores CA funcionando em paralelo a fim de aumentar a poténcia disponivel, Antes de dois geradores serem ligados em paralelo & preciso que: A) as tenses dos geradores sejam iguais; B) 0s angulos de fase das tensdes dos geradores sejam iguais; C) as freqiiéncias das tensdes dos geradores sejam iguais; e D) a ordem de seqiiéncia das fases nos pontos da conexo seja a mesma Quando forem atingidas estas condigdes, os dois geradores estardo funcionando em sincronismo. ‘A operagio de se colocar os geradores em sincronismo chama-se sincronizagdo. Bstas observagdes também sdo vilidas para a conexdo de geradores em paralelo com a rede da concessionétia. Ligando-se geradores em paralelo, a distribuigao da poténcia ativa depende do conjugado acionante (maquina priméria), enquanto que a distribuigao da poténcia reativa depende da excitagdo do campo de cada gerador. ‘As méquinas acionantes mostram uma tendéncia de queda na rotago com o aumento da poténcia ativa (carga). Isto & necessério para termos uma distribuigdo estivel da poténcia ativa, 20 Magquinas ¢ Acionamentos Elétricos - Geradores de Corrente Altermada 1.14- PLACA DE IDENTIFICAGAO E ESPECIFICAGOES TE “NICAS, Quando o fabricante projeta um gerador e 0 oferece & venda, ele tem que partir de certos valores adotados para caracteristicas da carga a ser alimentada condigdes em que o gerador id operar. 0 conjunto desses valores constitui as "caracteristicas nominais" do gerador. A maneira pela qual © fabricante comunica estas informagdes ao cliente € através da placa de identificagao (Fig. 1-28). Evidentemente € impossivel colocar na placa de identificagdo todas as informagdes por extenso, de modo que preciso recotrer a certas abreviaydes. Além disso, € preciso que os valores apresentados sejam objetivos ¢ ndo déem margens diversas sobre seu significado ou limites de variagio. Para isto, 0 fabricante recorre a Normas Técnicas que padronizam as abreviagdes € simbolos ¢ também estabelecem de uma s6 maneira o significado e os limites dos valores declarados, Os geradores WEG normais so fabricados segundo as normas ABNT (Associagdo Brasileira de ‘Normas Técnicas), IEC (International Eletrotechnical Commission), VDE (Verband Der Elektrotechnik), ‘Nema (National Electrical Manufacturers Association) e mediante consulta prévia podem ser fabricados conforme outras normas. Weg ® 7 = Gerador CA reffigerado a ar N° 6750616 Tipo ATR eee tnetetetaians Gale 0 3.600 sym ° ‘curs nero eigora Ipélos GDH: 3 fases itbdetmaomralea Ligaeio om estrelapara 13.200 (aon Fspecificapio 15.625 V4 12.500kW O8FP excitador 250 Armadura 654A Campo 183. Garantia de quea temperature nao excederé 60° C nearmachura pelo detector 80° C no campo pela resisténcia TT es ( © MAQUINA SINCRONA © Fig. 1-28 : Exemplos da placa de identificagao para geradores CA Dentre as informagdes padronizadas por norma que nao precisam ser declaradas por extenso na placa de identificago, estio as condigdes sob as quais o gerador foi feito para funcionar, ou seja, as “condigdes usuais de servigo". Se o gerador for adquirido para trabalhar em condigdes especiais, 0 fato deve ser claramente indicado na especificagao ¢ pedido de compra do mesmo, As condigdes usuais de servigo sao: ) Meio refrigerante (na maioria dos ¢ isento de elementos prejudiciais a0 b) Localizagao a sombra; ©) Altitude nao superior a 1000 m sobre o nivel do mar. sos 0 meio ambiente) de temperatura ndo superior a 40°C srador, (Os dados da plaqueta de identificagdo de um gerador CA tipico incluem o nome do fabricante, a série ¢ o niimero do tipo; rotagdo (rpm), nimero de polos, freqiiéncia da tensio de saida, niimero de fases e€ tensio maxima fornecida; especificagao da capacidade em quilovolt.ampéres ¢ em quilowatts para um fator de poténcia especifico e uma tensio maxima de saida; corrente do campo e da armadura por fase; € aumento maximo de temperatura nos enrolamentos da armadura e do campo. 21

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