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UNDO SARC OMc usar) Sistema de Transmissao de um Veiculo Automotor Uma vez que o Sistema de Propulsdo, tendo como ator principal, o motor, produz a energia necesséria para movimentar o veiculo, torna-se necessdrio fazer com que essa energia chegue até as rodas do vefculo. O Sistema de Transmisséo € 0 Sistema Automotivo responsavel por transmitir a poténcia, 0 torque e 0 movimento do motor para as rodas do vefculo, Os dois principais componentes do Sistema de Transmissao 30 + Embreagem: é 0 dispositivo responsdvel por acoplar o volante do motor no cambio. Na Figura 1, & possivel visualizar um exemplo de embreagem por atrito aplicada em veiculos automotores. A esquerda, esta o platé da embreagem, ¢ & direita, o disco da embreagem; Figura 1 ~ Exemplo de embreagem — Plate disco Forte: ety ages + Cambio: é o dispositivo responsavel por transmitir 0 movimento e a potén- cia do motor para 0 eixo da roda do vefculo. Dependendo do tipo de cam- bio, em seu interior, podem se encontrar engrenagens ou polias ¢ correias Na Figura 2, é possivel visualizar um exemplo de engrenagens dentro de um cambio; Figura 2— Aspecto interno de uma caixa de engrenagens de um cémbio Fone Gety mages CruzeirodoSulVirwual Eaumosdtires + Diferencial: é o dispositivo responsavel por realizar 0 acoplamento do eixo do cambio com o eixo das rodas. Esses trés componentes principais, trabalhando em conjunto, permitem que a transferéncia de torque e a poténcia do motor para as rodas se mantenham da forma mais suave possivel. Na Figura 3, é possivel visualizar, de forma ilustrativa, a localizagdo da embrea- gem e do cambio, em relagao ao motor. vee at Anna ine N. | tnbnen cambio Figura 3 —Localizago da embreagem, cimbio e motor Fane: cero does Por que nao posso ligar o motor diretamente nas rodas? Durante a utilizagao de um veiculo automotor para executar tum determinado tra- Jeto, ocorrem diversas solicitagdes diferentes para o motor. Em alguns momentos, 0 veiculo precisa percorrer um trecho em aclive, por exem- plo, 0 que exigiré maior torque desse motor. Em outros momentos, esse mesmo veiculo precisaré percorrer trechos planos, ou em declive, 0 que permitiré maior velocidade ¢ exigira mais poténcia desse motor. Isso significa que, para atender todas essas demandas, é necessdrio alterar cons- tantemente a relacdo de transmissao entre 0 eixo virabrequim do motor e 0 eixo ‘onde da roda do veiculo. Por esse motivo, é necessario instalar um sistema de trans- missao entre o eixo do motor e 0 eixo da roda do veiculo. A seguir, vamos conhecer mais detalhes sobre a embreagem, 0 cAmbio e o diferencial Embreagem Como dito, a embreagem é o dispositivo responsavel para por o volante do motor no cambio do veiculo, UNDO SARC OMc usar) Alem disso, a embreagem permite que se desacople o motor do cambio quando necessario, Isso ocorre, por exemplo, quando existe a necessidade de troca da mar- cha no cambio manual. O principal tipo de embreagem utilizada em veiculos automotores é a Embreagem por atrito, que também é chamada de embreagem de fricgao. Esse tipo de embrea- gem utiliza 0 atrito entre superficies metalicas para transmitir a poténcia e o movimento. A seguir, vamos conhecer mais detalhes da embreagem por atito. Embreagem por Atrito A embreagem por atrito ou friccéo ¢ um dos tipos de embreagens mais utilizados nos sistemas de transmissao de veiculos automotores. Nesse tipo de embreagem, existem 2 componentes principais: o Plat de embre- agem e 0 Disco de embreagem. O disco de embreagem é fabricado utilizando um material abrasivo que serve para maximizar 0 atrito entre o disco e a chamada placa de pressao, que faz parte do plat de embreagem. Na Figura 4, é possivel visualizar um exemplo de disco de embreagem, Figura 4 ~ Exemplo de disco de embreagem Fonte Gtiy mages O Platé da embreagem, na verdade, é um conjunto formado por diversos compo- nentes, dentre os quais podem se destacar 3 principais: + Carcaga; + Placa de pressiio; + Mola diafragma. Na Figura 5, é possivel visualizar, de forma esquematica, os princip; tes do plato da embreagem componen- SS crureirodosutvirtuat _- Placa de Pressdo Figura 5 ~ Componentes princpais do plat de embreagem Font: Acero doconteuita Na Figura 6, é possivel visualizar um exemplo de platé de embreagem empregado na transmissao de vefculos automotores. Figura 6 - Exemplo de platé de embreagem Fonte: Getty Images Na Figura 7, & possivel visualizar uma ilustragdo esquemética na forma de vista explodida, na qual aparecem, além do disco de embreagem e de componentes do platé da embreagem, dois novos componentes: + Rolamento: montado no eixo do cambio; + Garfo da embreagem: é o dispositive que, ao ser acionado, pressiona o rola mento de forma a pressionar a mola diafragma do plat de embreagem. UNDO SARC OMc usar) Figura 7 — Vista esquematica explodida da embreagem Fane Adaptado de Wikimedia Commons Na Figura 8, é possivel visualizar 0s componentes principais da embreagem por atrito também em vista explodida. Porém, nessa Figura, 0s componentes sao reais. Volante do Disco Plats Motor Figura 8 — Componentes da embreagem Fane: eiptade Gey mages O funcionamento da embreagem em um vefculo com troca de marchas manual obedece as seguintes etapas: 1. O pedal de embreagem é acionado; CruzeirodoSulVirwual Eaumosdtires 2. O garfo da embreagem pressiona o rolamento que, por sua vez, aciona a mola diafragma; 3. Amola diafragma, ao ser acionada, afasta a placa de pressdo do disco de embreagem, causando o desacoplamento entre o movimento do volante do motor ¢ 0 eixo do cambio. Esse desacoplamento permite, por exemplo, que o motorista possa efetuar a tro- ca de marchas no cambio, visto que nado hé movimento nas engrenagens. Na Figura 9, é possivel visualizar, & esquerda, a posigdo dos componentes da em- breagem antes do acionamento do pedal de embreagem e, & direita, a posigso desses mesmos componentes, depois de o acionamento do pedal de embreagem, Embreagem Acoplada Embreagem Desaopada (OuEngatada) (OuDesengatada) Figura 9 ~ Funcionamento da embreagem Fae cre dott Em um Sistema de Transmissao que nao tenha pedal de embreagem, 0 aciona- mento do garfo de embreagem pode ser realizado por meio de um cilindro hidréulico acionado por valvulas com solenoid. Existem outros tinos de embreagens? Outros Tipos de Embreagens ‘Alem da embreagem do Sistema de Transmissdo do veiculo automotor, outros 2 tipos de embreagens ainda podem ser encontrados em outras partes do veiculo, Embreagem Viscosa ‘Também chamada de embreagem hidréulica. Esse tipo de embreagem utiliza a pressao do éleo em seu interior e 0 atrito viscoso para transmitir a poténcia e o movi- mento. E bastante utilizado em ventiladores de sistemas de arrefecimento de veiculos que nao possuem o motor elétrico para seu acionamento. Isso é muito comum em caminhées e énibus. Nesses casos, o acionamento do ventilador ocorre por meio do acoplamento do eixo do ventilador em uma polia que esté ligada ao eixo do motor. TIDE SUC RC IST) Nesse caso, o acoplamento ocorre por meio de uma embreagem que possui uma camara em seu interior que se enche de éleo de alta viscosidade, quando é necessa rio que ocorra a transmissdo de movimento e poténcia do motor para o ventilador. Nao contato entre as partes metélicas. Apenas o atrito entre as particulas do dleo efetuam a transmissdo de movimento. Na Figura 10, ¢ possivel visualizar um corte em um exemplo de ventilador de siste- ma de arrefecimento que utiliza embreagem viscosa. As estrias no disco representam. a cémara onde entra o éleo de alta viscosidade durante o acoplamento Piso ‘ameraonde Vendor ‘entra dleo Flange queé ligadana pli domotor ‘Valulaporonde entra dle nacémara Figura 10 —Exemplo de Ventilador de Sistema de Arrefecimento Font: Acrvodconteuita Embreagem Eletromagnética Esse tipo de embreagem utiliza um eletroima que produz um campo magnético que mantém unidas 2 superficies metélicas para transmitir a poténcia e o movimen- to. Esse tipo de embreagem ¢ bastante utilizado em sistemas de ar condicionado veicular, para acoplar a polia do eixo do compressor do ar condicionado a uma polia ligada ao motor do vetculo. Na Figura 11, é possivel visualizar um compressor de ar condicionado automotivo que utiliza embreagem eletromagnética. Figura 1 —Exemplo de compressor dear condcionado automotivo Fate ety naps SS crureirodosutvirtuat Cambio O cambio, ou ainda, a caixa de cambio, é o principal componente do sistema de transmissao do veiculo automotor. O cambio é o dispositive responsavel por transmi- tir o movimento e a poténcia gerada pelo motor do veiculo para as rodas de tragéo do verculo. Essa transmissao de movimento é realizada por meio de polias ¢ correias, engre- nagens e correntes ou, ainda, somente engrenagens. A cada combinagao entre duas engrenagens ou duas polias que transmitem o movimento de uma para a outra, com uma determinada relacdo de transmissio, é chamada de marcha do cambio. Dessa forma, cada relagdo de transmissdo diferente permitida por um cambio seré chamada de marcha. Assim, um cémbio pode ter varias marchas, ou seja, varias relagées de transmissao diferentes. Ao se desenvolver um motor de um veiculo, esse motor possui uma poténcia mé- xima e um torque maximo de trabalho, onde ocorre a maxima eficiéncia do moter. Essa maxima eficiéncia para o torque e para poténcia também tem relacdo com © niimero de rotacées por minuto do eixo virabrequim do motor. Dessa maneira, outra funcdo do cambio é permitir a troca de marchas, de tal forma que, nas diversas solicitagdes que ocorrem em um trajeto do verculo (subidas, descidas, trechos planos), a rotacao do motor se mantenha proxima dos valores ide~ ais para sia melhor eficigncia Existem 2 tipos principais de cambios: + Cambio manual: a troca de marchas ocorre de forma manual, ou seja, por meio do manuseio da alavanca de troca de marchas do cémbio pelo motorista. Na Figura 12, ¢ possivel visualizar um exemplo de alavanca de troca de marchas de um cambio manual. Veja que, na alavanca, estao indicadas as marchas do veiculo e como engaté-las. Esse cambio tem a marcha ré (0 veiculo de desloca para tras) e mais 5 marchas para frente. Figura 12 — Exemplo de alavanca de troca de matchas de um cimbio manual Fonte: ety mages + Cambio automatico: a troca de marchas ocorre de forma automatica, ou seja, uma vez. que o motorista posiciona a alavanca do cambio na posicao D (Drive COD OSRCur ee Ouc usu ou Dirigir), ele precisa somente pisar no acelerador, sem a necessidade de manu- seio da alavanca de troca de marchas do cambio. Esse tipo de cémbio também nao possui pedal de embreagem. Na Figura 13, é possivel visualizar um exemplo de alavanea de troca de marchas de um cambio automatico. Figura 13 — Exemplo de alavanca de troca de marchas de um cambio automitico Fante Getty mages A seguir, vamos conhecer alguns detalhes desses dois tipos de cambios. Cambio Manual cambio manual transmite 0 movimento e a poténcia gerada pelo motor do vefculo para as rodas de tragao do veiculo por meio de trocas manuais das marchas do veiculo. ‘Ao analisar a Figura 14, é possivel observar que o eixo que vem do motor (engre- nagem verde) acopla'se ao eixo secundario (rosa) através de um par de engrenagens. No eixo secundério, ha, ainda, dois pares de engrenagens, que constituem a Pri meira Marcha e a Segunda Marcha, também indicadas na Figura 14. Ao acionar a alavanca do cambio, o garfo do cambio iré movimentar o anel de sincronizago (roxo) que iré acoplar a engrenagem azul da primeira marcha ou da segunda marcha ao eixo que esta acoplado as rodas do vetculo. Todos esses componentes podem ser visualizados na Figura 14. a oe Figura 14 ~llustragdo das marchas de um cémbio manual de duas marchas Fonte: Aeriodoconeuita a «=~ Na Figura 15, é possivel visualizar um exemplo de engrenagens que compoem um cambio manual utilizado em veiculos automotores. Figura 15 ~ Engrenagens de um cimbio manual Fonte ety ages Existem diferentes tipos de cimbios automatics? Cambio Automatico O cambio automatico transmite o movimento e a poténcia gerada pelo motor do veiculo para as rodas de tracéo do veiculo por meio de trocas automaticas das mar- chas do veiculo. Porém, de acordo com a maneira como essas trocas de marcha ocorrem automa- ticamente, 0 cambio automatico pode ser classificado em 3 tipos principais Cambio Automatizado Trata'se de um cambio com arquitetura e componentes similares ao cmbio ma- nual, porém, as trocas de marchas ocorrem por meio de atuadores e valvulas sole- noides. Esse tipo de cambio possui, por exemplo, uma embreagem similar & embre- agem de um cambio manual. Cambio Automatico com Conversor de Torque Esse tipo de cambio trabalha com engrenagens conhecidas como engrenagens planetarias, As transmissées com engrenagens planetarias so caracterizadas por uma engrenagem principal (solar) e, pelo menos 3 engrenagens que giram ao redor da engrenagem principal (engrenagens planetérias). Uma das vantagens desse tipo de transmisséo é a possibilidade de realizar grandes redugdes de velocidades. Na Figura 16, possivel visualizar a ilustragao de caixa de cambio automatico, na qual é possivel visualizar um conjunto de engrenagens planetarias. COD OSRCur ee Ouc usu Figura 16 — Engrenagens planetéras em um cambio automtico Fonte nage © acoplamento do cambio automatico ao volante do motor é realizado por meio de um dispositivo rotativo chamado de conversor de torque. Nesse tipo de transmissao, também é necessaria uma bomba de dleo para gerar alta presséo para movimentar os atuadores hidraulicos durante a troca de marchas. Na Figura 17, é possivel visualizar um exemplo de conversor de torque, com de- talhes do seu interior. “ Piccse: r] Figura 17 ~ Exempla de um convrsor de torque Forte, Wane Commons Cambio Automatico CVT Também é chamado de Transmissao Continuamente Variavel. Esse tipo de cém- bio trabalha com duas polias cénicas em eixo diferentes e paralelos, que estao interli- gadas por meio de uma correia metalica. Pelo afastamento ou pela aproximacao das 2 faces cénicas do canal das polias, podem ser simuladas infinitas marchas. Na Figura 18, é possivel visualizar uma ilustragao na qual a velocidade de rotagao da polia 1 (n,) permanece constante e a velocidade de rotacao da polia 2 (n,) sofre SS crureirodosutvirtuat variagées, & medida que ocorre o afastamento ou a aproximagao das 2 faces cénicas das polias, em contato com a correia. GS Pron Sy Figura 18 ~llustracdo do funcionamento de um cimbio CVT Fonte: Adaptadode Wikimedia Commons Por que é necessétio utilizar o diferencial no acoplamento entre o eixo do cambio @ 0 eixo das rodas? Diferencial O diferencial é 0 dispositive responsavel por realizar o acoplamento do eixo do cambio com o eixo das rodas. Apesar de parecer simples, o acoplamento do eixo do cambio com o eixo das r0- das apresenta algumas dificuldades técnicas. A principal é o fato de que um automé- vel, por exemplo, ao trafegar por uma curva, precisa ter velocidades diferentes nas rodas do lado esquerdo e direito, para evitar 0 escorregamento da roda que percorre uma distancia menor. Dessa forma, o diferencial possui engrenagens cénicas que permitem que ocorra esse desalinhamento nas curvas e, dessa forma, as rodas girem em velocidades diferentes. Na Figura 19, ¢ possivel visualizar um exemplo de diferencial utilizado em veiculos automotores. Figura 19— Exemplo de diferendal Forte ety ages

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