You are on page 1of 21

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/258232390

Qualidade no Projeto de Edifícios

Book · June 2010

CITATIONS READS
7 545

17 authors, including:

Márcio Minto Fabricio Sheila Ornstein


University of São Paulo University of São Paulo
197 PUBLICATIONS   833 CITATIONS    149 PUBLICATIONS   471 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Silvio Melhado Monica Santos Salgado


Université du Québec Federal University of Rio de Janeiro
314 PUBLICATIONS   1,098 CITATIONS    94 PUBLICATIONS   124 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Design to Production Complex Shapes View project

Intelligent Cities and Sustainability: Impact of the 4th Industrial Revolution on Architecture Management View project

All content following this page was uploaded by Silvio Melhado on 25 April 2021.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/258232390

Qualidade no Projeto de Edifícios

Book · June 2010

CITATIONS READS

7 114

17 authors, including:

Márcio Minto Fabricio Sheila Ornstein


University of São Paulo University of São Paulo
170 PUBLICATIONS   534 CITATIONS    114 PUBLICATIONS   309 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Silvio Burrattino Melhado Monica Santos Salgado


Université du Québec Federal University of Rio de Janeiro
296 PUBLICATIONS   894 CITATIONS    69 PUBLICATIONS   66 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Novas tipologiaspara novos gostos e necessidades urbanas e habitacionais View project

Evidence-Based Design for Healthcare Establishment View project

All content following this page was uploaded by Márcio Minto Fabricio on 12 August 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


CONCEITOS DE QUALIDADE NO
PROJETO DE EDIFÍCIOS

Márcio Minto Fabricio


Sheila Walbe Ornstein
Silvio Burrattino Melhado

INTRODUÇÃO
A qualidade representa, nos dias atuais, um conceito de extrema importân-
cia para a competitividade das empresas e para a sociedade em geral. Se, por um
lado, a palavra “qualidade” se torna cada vez mais utilizada, isto não significa que
todas as pessoas e organizações que a empregam tenham o real entendimento de
toda a sua abrangência e dimensões.
Em seu sentido genérico, qualidade está associada a atributo intrínseco de
coisas ou pessoas e nesse contexto não pode ser identificável e mensurável dire-
tamente, sendo identificada a partir das características que conferem qualidades
às coisas. Assim, o conceito “qualidade” é passível de diferentes interpretações
conforme seu uso e dependendo dos interesses de quem utiliza este conceito.
Segundo Shewhart (1931) apud Toledo (1993), sempre existem duas dimen-
sões associadas à qualidade:
dimensão objetiva – relativa às propriedades físicas próprias do objeto
em questão.
dimensão subjetiva – referente à capacidade que as pessoas têm de per-
ceber e mensurar as características objetivas ou subjetivas agregadas ao
objeto.

Esta conceituação traduz o ideário predominante nas décadas de 30 e 40,


principalmente entre técnicos e engenheiros que colocam a qualidade como “per-
feição técnica”, que está associada a uma visão objetiva (Toledo, 1993).
Nos anos 50 e 60, intensificam-se as publicações na área de garantia da
qualidade, por autores que hoje são chamados de “gurus da qualidade” (Juran,
Deming, Feigenbaum, Ishikawa), que focam sua atenção nos campos da Admi-
nistração e da Engenharia da Qualidade:
Deming (1950): qualidade do produto como máxima utilidade para o
consumidor;
Juran (1954): qualidade como satisfação das necessidades do cliente;
Feigenbaum (1961): qualidade como a máxima aspiração do usuário.
2 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

Ishikawa (1964): qualidade efetiva é a que realmente traz satisfação ao


consumidor.

Os autores mencionados anteriormente, entre outros, ajudaram a cunhar


uma acepção para a qualidade muito mais industrial e focada na avaliação de
parâmetros objetivos, mensuráveis e de valor para o usuário. O conceito conti-
nuou e continuará evoluindo.
Conforme observa Picchi (1993), o conceito “qualidade” é dinâmico e varia
com o tempo e com os interesses das pessoas ou organizações em que é empregado.
Para produção do ambiente construído e com uma perspectiva evolutiva
ampla, Voordt e Wegen (2005) propõem em um primeiro estágio que a qualida-
de seja conceituada como aquela que é percebida em termos dos seus significa-
dos culturais e simbólicos. Já Coelho (2000) associa a qualidade arquitetônica a
fatores funcionais, ambientais e sociais que devam proporcionar elevado nível de
qualidade (arquitetônica) dos ambientes do habitat humano, sejam estes interi-
ores ou exteriores. Ainda Voordt e Wegen (2005) expandem o conceito inicial de
qualidade (arquitetônica) como a síntese alcançada pelo ambiente construído, em
termos de originalidade e estímulo, e que consegue relações custo-benefício equi-
libradas, considerando-se forma, função e técnica.
Ainda, ao longo da produção e do uso do ambiente construído, diferentes
funções e características são consideradas conforme a percepção do agente en-
volvido. Verifica-se que o conceito de qualidade agrega diversas interpretações ao
longo do ciclo de vida do produto, conforme as expectativas e interesses dos di-
versos agentes envolvidos no processo de projeto, produção, comercialização e uso
de um produto.
Assim, por exemplo, na fase de lançamento e venda de um empreendimen-
to imobiliário, os critérios de avaliação da qualidade consideram aceitação do
produto pelos clientes e usuários finais, velocidade de venda, facilidade na
tramitação de contratos; em outra etapa do empreendimento, como a de execu-
ção das obras de um edifício, a qualidade é avaliada com base em critérios de
produtividade dos processos, atendimento às especificações dos projetos, segu-
rança e saúde do trabalho, e outros.
Durante o uso, a qualidade está associada ao desempenho da edificação, aos
custos e à facilidade de manutenção e ainda à valorização econômica do imóvel,
dentre vários aspectos.
Para os clientes e usuários finais de um edifício, a qualidade do empreendimento
tende a ser avaliada segundo uma dinâmica complexa e variável ao longo do tempo
de uso da edificação. No momento da compra, questões como capacidade de paga-
mento e expectativas relativas ao estilo de vida tendem a ser valorizados. Com o tempo
e a vivência na edificação outros aspectos ganham relevância e estão mais atrelados
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 3

ao desempenho das construções. Aspectos relacionados à manutenibilidade e à


habitabilidade, flexibilidade funcional ou mesmo à adaptabilidade espacial e ou tecnológica a
novos modos de uso e função do edifício, com base no ciclo de vida familiar, podem não
ser consideradas adequadamente no momento da compra do imóvel, por negligên-
cia, falta de parâmetros ou de capacidade técnica de julgamento por parte dos clien-
tes; mas, ao longo do tempo de uso e vivência no ambiente construído, assumem um
papel relevante na avaliação que os usuários farão do edifício.
Na verdade, cada interpretação dada para a qualidade reflete uma preocu-
pação mais ou menos parcial frente a um dado problema circunscrito no tempo
e, se admitirmos que a qualidade pode assumir diferentes significados de acordo
com a conveniência de cada agente e de cada processo, pode-se concluir que ao
longo do ciclo de vida do edifício diversos interesses são postos em jogo e com
isso a “qualidade” pode assumir diferentes dimensões, sendo a qualidade total
do empreendimento a ponderação dos resultados dessas diferentes dimensões.
Muitas dessas dimensões estão diretamente relacionadas ao processo de
concepção e projeto do edifício, que deve ser capaz de considerá-las e otimizá-
las conjuntamente, de forma a contribuir para a construção de empreendimen-
tos com qualidade para todos os agentes envolvidos na sua produção, uso e
manutenção e em todas as fases do seu ciclo de vida.
Melhado (1994), a partir de uma visão fundamentada na gestão da quali-
dade, destaca que o projeto do edifício pode ser compreendido como um
processo que, a partir de dados de entrada, deve apresentar soluções que respon-
dam satisfatoriamente às necessidades dos clientes1 a quem o edifício se destina.
Para tanto, tais necessidades devem ser traduzidas em parâmetros de entrada
(programa), e os dados de saída (projetos) devem contemplar soluções para o
produto e para sua produção.
Mais recentemente, Nelson (2006, p.4-5) evidencia que um programa de
qualidade em arquitetura significa a implementação de melhorias do nível ao qual
o projeto atende necessidades e expectativas e envolve três atividades principais:
planejamento da qualidade, melhorias continuadas e revisões da qualidade, sen-
do que estas últimas incluem identificação e reparos de erros e omissões antes
da finalização dos documentos na etapa de projeto.
Destaca-se também que o papel do usuário final na qualidade do ambiente
construído é central. Como vimos, a qualidade trata-se prioritariamente de um con-
ceito clássico, sinônimo de adequação ao uso e, nesta direção, ultrapassa em muito
o comprometimento do edifício como abrigo do homem em relação às intempéries.

1. “Clientes”, no plural, é uma expressão frequentemente usada em gestão da qualidade,


significando o conjunto de todos os clientes e partes interessadas; dessa forma, estão
entre os clientes do projeto os usuários, os construtores e os empreendedores envolvi-
dos naquela operação, apenas para citar os mais diretamente envolvidos.
4 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

O arquiteto e o conjunto de projetistas, assim como os demais agentes en-


volvidos na produção do ambiente construído, devem procurar entender as ne-
cessidades e as expectativas do empreendedor e do usuário final e, especialmente
no caso deste último, prevalece a visão interdisciplinar do ambiente construído,
no qual comportamentos, ações e atividades a ocorrerem no decorrer do uso de-
vem ser consideradas pelos projetistas desde o projeto até a pós-ocupação. Se isto
não ocorrer, corre-se o risco até de antecipar a obsolecência de um bem imóvel
de custo elevado, seja qual for o seu uso.
Por outro lado, procedimentos técnicos ou avaliações de desempenho de-
vem ser cada vez mais perseguidos por projetistas e empresas de projeto, uma vez
que a promulgação do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Brasil, 1990),
no início da década de 1990, determinou que os usuários “consumidores” devam
ser atendidos satisfatoriamente quanto ao ambiente concebido, construído e em
uso, ou seja, com qualidade.
As avaliações de desempenho buscam minimizar erros e aproximar a con-
cepção projetual dos desejos efetivos dos usuários nas fases iniciais do projeto (por
ex. programa de necessidades) até os insumos realimentadores da etapa de Ava-
liação Pós-Ocupação (APO), permitindo definir bancos de dados de boas práti-
cas que possam subsidiar programas de manutenção dos próprios casos estudados
e, também, em futuros projetos. A recente NBR 15575 (ABNT, 2008), por exem-
plo, reforça a importância da avaliação de desempenho dos empreendimentos
habitacionais.
A importância da avaliação de desempenho continuada no processo de pro-
jeto já era colocada de forma enfática na década de 1970 pelos adeptos do pro-
cesso participativo de projeto (IMAI, 2010) que partiam da premissa (correta)
de que quanto mais contemplado o usuário final era nas etapas iniciais do pro-
cesso de projeto, menores os riscos de equívocos nas etapas seguintes (constru-
ção, uso, operação e manutenção), que são significativamente mais onerosas em
termos de manutenção corretiva.

A QUALIDADE NO PROCESSO DE PROJETO


A qualidade global do projeto depende da composição e do balanceamento
entre os múltiplos aspectos que influenciam na sua qualidade.
A qualidade do projeto pode ser vista por meio da perspectiva particular de
cada disciplina e agente envolvido. Em uma perspectiva do projeto enquanto um
serviço especializado, a qualidade é vinculada à soma das qualidades intrínsecas
a cada especialidade de projeto; mas, se olhamos para a totalidade do projeto, a
qualidade representa uma solução negociada, capaz de harmonizar e coordenar
as soluções das diversas especialidades da Arquitetura e da Engenharia, configu-
rando um processo amplo e holístico (abordagem integrada) que leve a soluções
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 5

que satisfaçam aos diversos clientes do projeto (construtores, empreendedores e


usuários finais).
A qualidade do projeto também pode ser perseguida ao longo das fases de
maturação do projeto: qualidade dos levantamentos de informação para o proje-
to, dentre os quais, o briefing e o escopo; qualidade do programa de necessida-
des; qualidade técnica das soluções projetuais; qualidade da apresentação do
projeto; qualidade de gestão do processo de projeto; e qualidade do processo ou
serviço de projeto (Quadro 1).
Segundo Melhado (1994), para garantir o atendimento aos múltiplos as-
pectos da qualidade do projeto, as saídas de projeto devem ser analisadas critica-
mente pelos seus participantes e validadas pelos empreendedores, projetistas e
construtores de forma a garantir a sua coerência com as metas propostas e com
o processo de execução subseqüente.
Em síntese, a qualidade do projeto é determinada primeiramente pela clare-
za e pela qualidade das informações de partida expressas no programa de necessi-
dades e nos levantamentos. Entende-se como programa de necessidades não só a
lista de ambientes e suas dimensões, mas também o leiaute de cada ambiente, suas
especificações técnicas e normas de desempenho a serem atendidas. As relações de
proximidade ou de distanciamento entre ambientes devem também acompanhar o
programa (HERSHBERGER, 1999; VOORDT; WEGEN, 2005). E a qualidade do
projeto também se relaciona com a qualidade dos demais serviços associados, que
compõem a qualidade do projeto, ao longo de todas as fases do empreendimento.
Outra questão colocada para a qualidade do projeto é o estado da arte das
disciplinas de projeto envolvidas e a disponibilidade de conhecimento adequa-
do para o tratamento dos desafios postos ao projeto. Assim, um projeto que am-
biciona feitos que transcendam a base de conhecimento existente, pode ter o
mérito de forçar novos avanços científicos, mas corre o risco de incorrer em so-
luções projetuais inadequadas, pois não basta o conhecimento existir. É necessá-
rio que os agentes envolvidos no projeto dominem e utilizem adequadamente tais
conhecimentos de forma a equacionar qualidade e custo das soluções.
Como destacam De Vries; De Bruijn (1989), a qualificação e competência
profissional dos projetistas são os principais fatores para a qualidade do projeto.2
Por outro lado, deve ser considerada a sua dimensão coletiva: em um em-
preendimento complexo como os de construção de edifícios, a forma de organi-
zação dos agentes e de gestão do processo também desempenham um papel
importante na qualidade global do projeto.

2. A qualificação dos projetistas é um tema bastante complexo que merece um tratamen-


to particular e aprofundado e não é diretamente analisado neste trabalho, que foca a
gestão do processo de projeto.
Quadro 1 Dimensões da qualidade do projeto.

Aspectos
Etapa Aspectos relacionados
considerados
Pesquisas de mercado
Necessidades dos clientes e dos usuários finais
6 QUALIDADE NO PROJETO

Possibilidades e condições de
DE

financiamento
Áreas e documentação do terreno
Orientação solar do terreno
EDIFÍCIOS

Qualidade do
levantamento de Ventos predominantes
informações Informações básicas para
Caracterização do entorno urbano
projeto
Levantamento da legislação construtiva
referente à área (zoneamento,
Levantamentos topográficos

Pré-Projeto
Sondagens geotécnicas do terreno
Impactos ambientais
Hierarquisação das necessidades dos clientes e dos usuários
Tradução dos requisitos dos clientes em requisitos de desempenho
Qualidade do técnicos e funcionais
programa de Definição dos escopos dos projetos e contratos
necessidades do
empreendimento Definição de prazos
Equacionamentos econômico, financeiro e comercial
Coerência, clareza e exequibilidade das especificações de programa
Quadro 1 Dimensões da qualidade do projeto (continuação).

Aspectos
Etapa Aspectos relacionados
considerados
Atendimento ao programa
estrutural
ao fogo
Segurança
contra invasores
contra acidentes
conforto térmico
Atendimento a exigências conforto acústico
de desempenho Habitabilidade iluminação
: estanqueidade

Qualidade das ergonomia


soluções de projeto acessibilidade

Projeto
Durabilidade e desempenho ao longo
do tempo
Materias-primas especificadas
Rejeitos inerentes às especificações do
projeto e ao processo construtivo
adotado
Sustentabilidade
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO

Consumo de energia na produção


DE

Consumo de luz natural


energia na ventilação natural
utilização aquecimento de água
EDIFÍCIOS 7
Quadro 1 Dimensões da qualidade do projeto (continuação).

Aspectos
Etapa Aspectos relacionados
considerados
bacia sanitaria
Consumo de reaproveitamento de
8 QUALIDADE NO PROJETO

água água
DE

Sustentabilidade limpeza
Disposição de resíduos sólidos
EDIFÍCIOS

(possibilidade de coleta seletiva)

Qualidade das Disposição de resíduos líquidos


soluções de projeto Racionalização
Construtibilidade Padronização
Integração e coerência entre projetos

Projeto
Custos de execução
Atendimento às exigências Custos de operação
Econômicas Custos de manutenção
Custos de demolição / reabilitação
Projeto para produção
Qualidade dos Projeto para manutenção
serviços associados Serviços de consultoria
ao projeto Quantitativos e orçamentos (definição dos custos associados às
soluções dos projetos)
Quadro 1 Dimensões da qualidade do projeto (continuação).

Aspectos
Etapa Aspectos relacionados
considerados
Clareza e transparência das informações dos projetos
Detalhamento adequado dos projetos
Qualidade da Informações completas para construção, operação e manutenção dos
apresentação edifícios

Projeto
Facilidade de consulta (mídia do projeto, linguagem adequada ao
usuário, ordem das informações, tamanho de pranchas, etc.).
Planejamento da obra
Apresentação do projeto à obra
Acompanhamento e do projeto durante a obra
Qualidade do Documentação (as built) das obras
acompanhamento Planejamento de vendas e marketing
do projeto
Manual do usuário

Pós-Projeto
Entrega da obra e assistência dos projetistas durante a utilização do
empreendimento
Avaliação de Desempenho / Avaliação Pós-Ocupação
Seleção e qualificação dos Projetistas (Valorização dos projetistas)
Planejamento do Processo de Projeto
Coordenação das soluções de projeto (pró-ativa)
Compatibilização dos projetos (verificação e resolução de interferências
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO

Qualidade da
entre disciplinas)
DE

Gestão do Processo
de Projeto Gestão de Prazos dos projetos
Gestão do Escopo dos projetos

Gestão do Processo
Gestão da Qualidade dos projetos
EDIFÍCIOS 9

Validação dos projetos (entre etapas de maturidade do processo)


10 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

Como um processo exercido coletivamente e inserido em estruturas econô-


mico-produtivas, o projeto guarda um claro caráter social e as interações entre
os agentes são fundamentais para o resultado global do processo.
Para Melhado (2001), é preciso reconhecer que o projeto é um processo
interativo e coletivo que exige uma coordenação das atividades, compreendendo
momentos de análise crítica e de validação das soluções, sem com isto inviabilizar
o trabalho dos especialistas envolvidos e Bobroff (1999) destaca que “A excelên-
cia do projeto de um empreendimento passa pela excelência do processo de cooperação entre
seus agentes, que na qualidade de parceiros submetem seus interesses individuais a uma
confrontação organizada”.

GESTÃO DA QUALIDADE EM EMPRESAS DE PROJETO


A implantação de sistemas de gestão e a busca de certificados de qualidade
são crescentes nas empresas do setor de Arquitetura, Engenharia e Construção.
Em um movimento impulsionado pela maior conscientização dos consumi-
dores e pelas políticas indutoras de importantes órgãos públicos como a CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo)
e a Caixa Econômica Federal (principal agente financeiro de habitações no Bra-
sil), as empresas de construção têm sido pressionadas a implantarem sistemas de
gestão da qualidade, certificados em acordo com o Sistema de Avaliação da Con-
formidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) do Pro-
grama Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).
Hoje, mais de mil e quinhentas construtoras brasileiras estão qualificadas
em algum dos diferentes níveis de certificação do Sistema de Avaliação da Con-
formidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil, segundo o website
do PBQP-H.3
Entretanto, o mesmo quadro não é verificado em outros segmentos da ca-
deia produtiva da construção civil, especialmente nas empresas de projetos de
arquitetura e engenharia civil.
No Brasil, a melhoria da qualidade de projetos requer ações setoriais coor-
denadas, com objetivos, metas e indicadores apropriados às suas particularida-
des e claramente estabelecidos. Vários diagnósticos apresentados em diversos
trabalhos sobre o tema mostraram que as deficiências no setor de projetos são,
em boa parte, decorrentes de deficiências empresariais, organizacionais e de for-
mação profissional.
Desde o início da década de 90, em que as primeiras empresas incorpo-
radoras e construtoras passaram a contratar o projeto como um serviço, dando

3. http://www4.cidades.gov.br/pbqp-h/resultados.php. Acessado em 23/04/2010.


CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 11

um passo decisivo para a sua inclusão no rol de processos submetidos à gestão


da qualidade, as empresas de projeto têm sido pressionadas a darem sua contri-
buição ao movimento pela qualidade na construção brasileira.
Em conseqüência, aumentaram as demandas voltadas à gestão da qualida-
de no processo de projeto internamente aos projetistas, que também foram in-
duzidos a mudanças organizacionais como resposta às novas e mais amplas
exigências.
Muitos profissionais de projeto reagiram a essas demandas de forma nega-
tiva, ao entender que a os processos criativos de projeto não poderiam se subme-
ter a procedimentos e controles rígidos de gestão. Essa interpretação não é nova,
nem particular dos profissionais brasileiros; referindo-se à experiência britânica,
Emmitt (2007) afirma que há uma visão estereotipada de que os projetistas cri-
ativos estão fora dos limites do controle gerencial: “Essa é uma imagem conveni-
ente para alguns que se escondem atrás dela, mas a realidade é que a maioria dos
projetistas criativos aprecia a gestão sensível e adequada à criatividade”.
Ainda segundo Emmitt, a criatividade é usualmente definida como a habi-
lidade dos indivíduos para fazer conexões incomuns entre idéias e/ou combinar
idéias de uma forma única, original. A própria gestão de projetos também é mui-
tas vezes detentora de criatividade.
Exatamente por se acreditar que criação e gestão podem se associar de for-
ma mutuamente benéfica, alguns trabalhos desenvolvidos com a participação de
pesquisadores e de profissionais de projeto trouxeram novas abordagens para fa-
cilitar a implementação da qualidade no ambiente próprio dos projetistas.
Apresentam-se a seguir algumas proposições formuladas por Melhado;
Cambiaghi (2006), como base para se estabelecerem ações com a participação das
principais entidades que congregam as empresas de projeto, os profissionais de
projeto e os contratantes de projetos.
Essas proposições associam: adesões e diagnósticos locais; evolução
organizacional das empresas; normalização de escopos de projetos e de coorde-
nação de projetos; ações de qualificação profissional; monitoramento de indica-
dores e metas; e implementação de sistemas de gestão da qualidade específicos
para o setor de projetos.
Pattiu-se do princípio de que se pode afirmar que qualquer melhoria pro-
posta para a qualidade dos projetos possui relação com o desempenho das em-
presas de projeto que os produzem.
Porém, se forem analisadas tais empresas, no setor da construção civil e, mais
especificamente, as que atuam no segmento de edificações, perceberemos que são,
na sua grande maioria, micro e pequenas empresas. Essa característica de porte
reduzido se justifica devido a diversos fatores: inconstância da demanda por ser-
12 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

viços, pois eles estão diretamente ligados à conjuntura econômica e setorial; re-
duzida valorização de mercado do produto projeto; desagregação da classe de
projetistas, que não constituem grupos organizados, dentre outros fatores.
Os requisitos essenciais para a qualificação de uma empresa de projeto es-
tão ligados a sua capacidade de considerar efetivamente, em seus projetos, os
requisitos do contratante e dos demais agentes envolvidos no empreendimento,
e de estabelecer confiabilidade na prestação de serviço, seja quanto ao cumpri-
mento de prazos, seja quanto à sua disponibilidade e capacidade de resposta,
quando solicitado.
Em uma empresa de projetos, para que essa capacidade se manifeste efetiva-
mente, é de suma importância que se melhorem todos os outros subsistemas da
empresa (recursos humanos, comercial, finanças, marketing, sistema de informa-
ções, etc.), além de outros elementos de gestão como estrutura organizacional, li-
derança e empreendedorismo, cultura organizacional, de forma a se reunirem as
condições mínimas para que o projeto seja desenvolvido com eficiência e eficácia.
Podemos afirmar que as ações organizacionais devem tratar de funções e
processos administrativos essenciais às empresas de projeto, sempre procurando
privilegiar a simplicidade e a flexibilidade dos procedimentos a serem desenvol-
vidos e controlados:
Estrutura organizacional;
Gestão da qualidade;
Planejamento estratégico;
Gestão de custos;
Gestão comercial;
Sistema de informações;
Gestão de recursos humanos;
Planejamento e controle do projeto;
Serviços agregados ao projeto;
Gestão da qualidade;
Avaliação de desempenho: do pré-projeto à pós-ocupação.

Essas funções e processos essenciais influenciam de forma significativa o


desempenho da atividade de projeto e sua melhoria é capaz de proporcionar as
condições ideais para que o projeto em si evolua.
O detalhamento desses processos pode ser encontrado em Oliveira (2005)
e Melhado; Cambiaghi (2006) e foi objeto de uma pesquisa-ação com três gru-
pos de empresas de projeto, com vistas ao seu aperfeiçoamento e difusão. Souza
(2009) descreve e analisa os resultados de dois desses grupos de implementação.
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 13

A realização dessa pesquisa-ação ocorreu no contexto do Programa de De-


senvolvimento Gerencial para Empresas de Projeto (PDGEP), coordenado pela
linha de pesquisa do processo de projeto do Departamento de Engenharia de
Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
As atividades referentes ao PDGEP foram iniciadas em 2006, com a forma-
ção do primeiro grupo de empresas. O trabalho foi realizado por meio de um
programa cooperativo entre empresas projetistas e pesquisadores, com objetivo
de avaliar a implementação de modelos de gestão no âmbito das empresas proje-
tistas participantes. Em 2007 e 2008, após a divulgação dos resultados desse
primeiro grupo, repetiu-se a iniciativa com dois novos grupos, a partir da adesão
de mais empresas interessadas.
O trabalho realizado junto ao primeiro e segundo desses grupos de empresas
de projeto teve como objetivo a implementação do modelo de gestão para pequenas
empresas de projeto de edifícios proposto por Oliveira (2005). Já o trabalho condu-
zido junto ao terceiro grupo, PDGEP 3, visou especificamente à implementação do
modelo de gestão da qualidade proposto por Melhado e Cambiaghi (2006).
Esse modelo de gestão da qualidade específico para empresas de projeto é
constituído de um estágio de preparação e dois de qualificação, além da indica-
ção de um terceiro estágio para atender demandas particulares. Na Figura 1 es-
tão apresentados, esquematicamente, os estágios propostos.
De forma geral, a falta de formação em gestão e de visão sistêmica dos titu-
lares e colaboradores, especialmente nas pequenas e médias empresas de proje-
to, é uma das principais deficiências constatadas. Tal deficiência foi diagnosticada
logo no início do trabalho em grupo, em praticamente todas as empresas, e é um
dos principais fatores que explicam as dificuldades para as empresas de projeto
na implementação de modelos de gestão da qualidade e sua posterior operacio-
nalização no cotidiano dos projetos.
Tais dificuldades têm origem na formação acadêmica, assim como na defi-
ciência de formação continuada, e impactam diretamente a qualidade do proje-
to, pois levam à desconsideração principalmente de certos procedimentos como
os de avaliação, análise crítica e retroalimentação do processo de projeto.
Ao final, os projetistas envolvidos nos três grupos de empresas que partici-
param do Programa de Desenvolvimento Gerencial anteriormente citado
(PDGEP) reconheceram os benefícios que os sistemas de gestão trazem para o
desempenho de suas empresas e de seus processos, a partir da sua experiência com
a implementação de tais sistemas, denotando uma clara evolução de postura, que
os motivou à continuidade do processo de desenvolvimento gerencial.
Assim, resultou dessa experiência uma mais clara compreensão do que cons-
titui, na prática, o conceito da qualidade e pôde-se concluir que esses dois “mun-
dos”, o “mundo” do projeto – fundamentalmente intelectualizado e definido por
14 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

práticas culturais e criativas, associadas ao domínio de conhecimentos especia-


lizados – e o “mundo” da gestão, em que predominam princípios e técnicas raci-
onais originadas na produção industrial, se aproximaram e se associaram, em
benefício de respostas mais ágeis e precisas às demandas sociais e econômicas da
realidade atual do setor.

Figura 1 Esquema geral do sistema de gestão da qualidade específico para empresas de


projeto.

AVALIAÇÃO E RETROALIMENTAÇÃO DO PROJETO


Tanto a avaliação de desempenho físico como a aferição da satisfação dos
usuários futuros (retroalimentação interna a cada etapa: pré-projeto e projeto) e
em uso (APO) são conhecidos pela comunidade acadêmica como mecanismos
voltados a gestão da qualidade (FEDERAL FACILITIES COUNCIL, 2001;
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 15

ORNSTEIN; ONO, 2010), já que tratam-se de um conjunto de métodos e téc-


nicas que buscam fornecer insumos que fundamentam diagnósticos e recomen-
dações para as etapas preliminares e finais do processo de produção de ambientes
construídos, retroalimentando decisões sobre diretrizes de projeto e programas
de manutenção e de retrofit no caso de edifícios já em uso. Em ambos os casos,
considerando-se as tipologias estudadas em termos de porte, localização, condi-
ções climáticas, estudos de caso isolados ou em rede, além do perfil dos usuários
finais, podem ser adotados instrumentos como:
Na avaliação de desempenho físico (especialistas):
Entrevistas com pessoas-chaves;
Simulações (especialmente de conforto ambiental);
Checklists;
Observações de aspectos físicos;
Medições (especialmente de conforto ambiental)
Walkthroughs;
Mapeamento de fluxos e de atividades.

Na aferição da satisfação dos usuários:


Entrevistas com pessoas-chaves;
Grupos focais;
Questionários;
Observações de comportamentos;
Mapeamento cognitivo (desenhos).

Pinheiro; Günther, 2008; Imai, 2010; Preiser, Vischer (2005); Hershberger


(1999), dentre outros pesquisadores, consultores e projetistas4 descrevem e co-
mentam o potencial destes instrumentos em procedimentos realimentadores desta
natureza.
A aplicação de procedimentos realimentadores, especialmente a APO, para
nortear as intervenções em edificações em uso ou para estabelecer diretrizes de
projeto de futuras edificações semelhantes, são bastante conhecidas nos meios
acadêmicos, nacional e internacional. No Brasil, profissionais e empresas dos
setores público e ou privado devidamente treinados ou em parceria com as uni-
versidades, podem estabelecer programas de qualidade no projeto do edifício, nos

4. E, no Brasil, Grupos de Pesquisa vinculados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento


Científico e Tecnológico tais como o Prolugar (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e o Qualidade e Desempenho no Ambiente
Construído (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo).
16 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

quais a APO voltada à busca dos aspectos positivos e com possibilidades de ré-
plica em outros estudos de caso e, dos aspectos que devam ser melhorados, são
destacados nas boas práticas de projeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como visto, a qualidade do projeto no setor de Arquitetura, Engenharia e
Construção é um conceito complexo que envolve diferentes dimensões econômi-
cas, sociais e culturais, perpassando os entendimentos e interesses de diferentes
agentes, projetistas, construtores e usuários e, ainda, em um ciclo de vida dinâmi-
co em que a vivência com o edifício e com sua inserção na cidade vai se transfor-
mando.
Nas palavras de Gray; Hughes (2001): “a gestão do processo de projeto é
um problema sutil e complexo. Apesar de um contexto histórico do projeto em
que os projetistas eram também os gestores do processo, a complexidade das ta-
refas de gestão tem crescido”. Esses mesmos autores destacam que “mesmo as mais
experientes equipes de projeto podem falhar em gerir esse complexo processo de
projeto, e fornecer informações de baixa qualidade e em momentos inadequados”
e que “os empreendimentos de construção têm evoluído para uma maior ênfase
na gestão e coordenação”.
Acrecsente-se ainda que, a freqüente distância entre as premissas adotadas
em projeto e as reais expectativas dos usuários, a consideração apenas parcial das
dimensões da qualidade ao longo do processo de projeto e a limitada considera-
ção das demandas relativas ao uso, operação e manutenção, levam muitos proje-
tos a resultados muito aquém das expectativas de clientes e partes interessadas;
em última análise, prejudicando a própria sociedade.
Por outro lado, procedimentos de gestão do processo de projeto e de
retroalimentação continuada deveriam ser estimulados entre os projetistas, como
forma de minimizar erros e de reconhecer as boas práticas ao longo de todo o
processo de projeto, construção, uso, operação e manutenção de edifícios; desse
modo, beneficiando principalmente os próprios projetistas. O mesmo pode ser
dito dos investimentos em organização e gestão, internamente às empresas de
projeto.
Conclui-se que o processo de projeto está associado não apenas ao desen-
volvimento dos projetos de arquitetura e engenharia, os quais representam a con-
cepção espacial do produto e suas características técnicas e tecnológicas, mas deve
ser entendido de uma maneira mais abrangente, pela compreensão de suas rela-
ções com as várias fases do empreendimento e seus agentes.
Não é possível alcançar os potenciais níveis de qualidade do projeto se fo-
rem deixados em segundo plano a gestão do processo de projeto e o sistema de
gestão das empresas responsáveis pela sua criação. As demandas atuais exigem a
modernização dos instrumentos de gestão.
CONCEITOS DE QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS 17

Nesse contexto, a busca pela qualidade do projeto passou por um longo


processo de conhecimento e adaptação de modelos de gestão trazidos de setores
da indústria seriada, para posteriormente assumir um foco mais específico, le-
gitimado por experiências do próprio setor. Essa busca ainda está longe de che-
gar a um destino final. Para muitos projetistas e empresas, sobretudo no campo
da arquitetura, os procedimentos de certificação voltados à gestão da qualidade
no processo de projeto é tida como burocrática, de custo elevado. Muitas empre-
sas e profissionais ainda trabalham à margem de qualquer método de gestão,
embora esteja provado que as perdas de qualidade e aumento de prazos ocorrem
exatamente por falta dessa mesma gestão; assim, há ainda muito a ser feito.
Em suma, voltando à imagem inicial desta Introdução, sabemos que a qua-
lidade pode não ser facilmente identificável e mensurável; porém, quando a qua-
lidade do projeto efetivamente é alcançada, ela se torna visível, sensível e elogiada,
pois todos a percebem e se beneficiam dela.
Os autores esperam que as contribuições deste livro tragam fortes subsí-
dios para que os interessados em conhecer e praticar a qualidade do projeto te-
nham mais e melhores instrumentos para ajudá-los em sua jornada.

REFERÊNCIAS
Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT). NBR 15575: edifícios habitacionais de até
cinco pavimentos. Rio de Janeiro, 2008.
BRASIL. Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Lei n. 8078 de 11 de setembro de 1990.
São Paulo: Saraiva, 2004.
DE VRIES, F. M.; DE BRUIJN, J.J. Quality management process during design: rules and actions
required/basic considerations. In: LA QUALITÉ POUR LES USAGES DES BATIMENTS A TRAVERS
LE MONDE - CONGRES INTERNATIONAL, 11., Paris, 1989. Proceedings. Paris: CIB, 1989. v.1,
p.11-20.
BOBROFF, J. Réunion organisée le 22 octobre 1999 par le LET sur sa recherche : maîtrise
d’ouvrage et architecture - quelques observations. Paris, /não publicado/. 7p.
COELHO, António Baptista. Qualidade Arquitectónica Residencial. Rumos e factores de aná-
lise. Lisboa, Portugal: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2000. (Informação Técnica
Arquitectura ITA8).
EMMITT, S. Design Management for Architects. Oxford: Blackwell Publishing, 2007. 332p.
FEDERAL FACILITIES COUNCIL. Learning from Our Buidings. A State–of-the-Practice
Summary of Post-Occupancy Evaluation. Washington, DC: National Academy Press, 2001. 129p.
GRAY, C.; HUGHES, W. Building Design Management. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2001.
177p.
IMAI, César. O Sonho da Moradia no Projeto. O Uso da maquete arquitetônica na simulação
da habitação social. Maringá, PR: Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2010. 152p.
MELHADO, S.B. Qualidade do Projeto do Projeto na Construção de Edifícios: aplicação ao
caso das empresas de incorporação e construção de edifícios. 1994. Tese (Doutorado) – Escola Poli-
técnica da Universidade de São Paulo. São Paulo: EPUSP. 294p.
18 QUALIDADE NO PROJETO DE EDIFÍCIOS

MELHADO, S.B, Gestão, cooperação e integração para um novo modelo voltado à qualidade
do processo de projeto na construção de edifícios. 2001. Tese (Livre-Docência) – Escola Poli-
técnica da Universidade de São Paulo. São Paulo: EPUSP. 235p.
MELHADO, S.B., CAMBIAGHI, H. Programa setorial da qualidade e referencial normativo para
qualificação de empresas de projeto. São Paulo, Escola Politécnica – Universidade de São Paulo,
2006. 38 p.
NELSON, Charles. Managing Quality in Architecture. A Handbook for Creators of the Built
Environment. UK: Elsevier, 2006.
OLIVEIRA, O.J. Modelo de gestão para pequenas empresas de projeto de edifícios. 2005. Tese
(Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo: EPUSP. 256p.
ORNSTEIN, Sheila Walbe; ONO, Rosaria. Post-Occupancy Evaluation and Design Quality in Brazil:
Concepts, Approaches and an Example of Application. Architectural Engineering and Design
Management. V.6. UK: Earthscan, 2010, pp.48-67.
PINHEIRO, José Queiroz; GÜNTHER, Hartmut (org.). Métodos de Pesquisa nos Estudos Pessoa –
Ambiente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. 396p.
PREISER, Wolfgang F.E.; VISCHER, Jacqueline C. (edit.).Assessing Building Performance. UK:
Elsevier, 2005. 243p.
SOUZA, F.R. Implementação de modelo de gestão em empresas de projeto de edifícios. 2009.
Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo . São Paulo. 202p.
VOORDT, Theo JM van der; WEGEN, Herman BR van. Architecture In Use. An Introduction
to the programming, design and evaluation of buildings. UK: Elsevier, 2005. 237p.

View publication stats

You might also like