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A Avaliacao Escolar A avaliagdo é uma tarefa didética necesséria e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar paso a passo 0 processo de ensino e apren- dizagem. Através dela, os resultados que vio sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor € dos alunos so comparados com os Objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, ¢ reorientar © trabalho para as corregGes necessérias. A avaliagio é uma reflexiio sobre © nivel de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, sfio interpretados em relagzio a um padrio de desempenho expressos em juizos de valor (muito bom, bom, satisfatdrio etc.) acerca do aproveitamento escolar. A avaliagio € uma tarefa complexa que ndo se resume & realizagio de provas ¢ atribuigtio de notas. A mensuragdo apenas proporciona dados que deve ser submetidos a uma apreciagao qualitativa. A avaliagdo, assim, cumpre fungdes pedagdgico-diditicas, de diagnéstico e de controle em relagao as quais se recorre a instrumentos de verificagao do rendimento escolar. Neste capitulo serio tratados os seguintes temas: © uma definigdo de avaliagao escolar; 195 avaliagdo na pratica escolar; as caracteristicas da avaliagdo escolar; instrumentos de verificago do rendimento escolar; atribuigdo de notas € conceitos. oooa Uma definicao de avaliacgao escolar Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, a avaliagZo € uma apre~ ciago qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e apren- dizagem que auxilia 0 professor a tomar decisdes sobre o seu trabalho. Os dados relevantes se referem as varias manifestacées das situagdes didaticas, nas quais 0 professor e os alunos esto empenhados em atingir os objetivos do ensino. A apreciag&o qualitativa desses dados, através da analise de provas, exercicios, respostas dos alunos, realizago de tarefas etc., permite uma tomada de deciséo para 0 que deve set feito em seguida Podemos, entio, definir a avaliagio escolar como um componente do proceso de ensino que visa, através da verificago e qualificagio dos re- sultados obtidos, determinar a correspondéncia destes com os objetivos propostos e, daf, orientar a tomada de decisdes em relagiio 2s atividades didaticas seguintes. Nos diversos momentos do processo de ensino, sio tarefas de avaliagaio: a verificagdo, a qualificagao e a apreciagao qualitativa. © Verificagao: coleta de dados sobre 0 aproveitamento dos alunos, através de provas, exercicios ¢ tarefas ou de meios auxiliares, como observagao de desempenho, entrevistas etc. 0 Qualificagdo: comprovacdo dos resultados alcangados em relagio aos objetivos e, conforme 0 caso, atribuigao de notas ou conceitos. 0 Apreciag&o qualitativa: avaliagio propriamente dita dos resultados, referindo-os a padrdes de desempenho esperados. A avaliagdo escolar cumpre pelo menos trés fungdes: pedagégico-di- ditica, de diagnéstico e de controle. A fungdo pedagégico-didética se refere ao papel da avaliagao no cum- primento dos objetivos gerais e especificos da educacdo escolar. Ao se comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino, eviden- cia-se ou ndo o atendimento das finalidades sociais do ensino, de preparagao dos alunos para enfrentarem as exigéncias da sociedade, de inseri-los no processo global de transformagao social e de propiciar meios culturais de participagdo ativa nas diversas esferas da vida social. Ao mesmo tempo, favorece uma atitude mais responsavel do aluno em relagdo ao estudo, 196 assumindo-o como um dever social. Cumprindo sua fungdo didética, a ava- liagdo contribui para a assimilago e fixago, pois a corrego dos erros cometidos possibilita 0 aprimoramento, a ampliagiio e 0 aprofundamento de conhecimentos ¢ habilidades e, desta forma, 0 desenvolvimento das capacidades cognoscitivas ‘A fungio de diagnéstico permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuagiio do professor que, por sua vez, determinam modi- ficagées do proceso de ensino para melhor cumprir as exigéncias dos objetivos. Na pritica escolar cotidiana, a fungdo de diagnéstico € mais importante porque é a que possibilita a avaliag3o do cumprimento da fungio pedagégico-didética e a que dé sentido pedagégico & fungao de controle. A avaliagdo diagnéstica ocorre no inicio, durante e no final do desenvol- vimento das aulas ou unidades didéticas. No inicio, verificam-se as con- digdes prévias dos alunos de modo a prepard-los para 0 estudo da matéria nova. Esta etapa inicial ¢ de sondagem de conhecimentos e de experiéncias jé dispontveis bem como de provimento dos pré-requisitos para a sequiéncia da unidade didética. Durante 0 proceso de transmissio e assimilagio é feito o acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando os resultados, cotrigindo falhas, esclarecendo diividas, estimulando-os a continuarem tra- balhando até que alcancem resultados positivos. Ao mesmo tempo, essa avaliagdo fornece ao professor informagGes sobre como ele est conduzindo © seu trabalho: andamento da matéria, adequagdo de métodos e materiais, comunicagio com os alunos, adequabilidade da sua linguagem etc. Final- mente, é necessério avaliar os resultados da aprendizagem no final de uma unidade didética, do bimestre ou do ano letivo. A avaliacdo global de um determinado perfodo de trabalho também cumpre a fungdo de realimentaco do proceso de ensino. A fungdo de controle se refere aos meios e & freqtiéneia das verificagoes de qualificagio dos resultados escolares, possibilitando 0 diagnéstico das situag6es didéticas. H4 um controle sistemtico e continuo que ocorre no processo de interagao professor-alunos no decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permite ao professor observar como os alunos esto conduzindo-se na assimilagao de conhecimentos e habilidades no desenvolvimento das capacidades mentais. Neste caso, nao se deve quantificar os resultados. O controle parcial e final se refere a verificagdes efetuadas durante 0 bimestre, no final do bimestre e no final do semestre ou ano, caso a escola exija 0 exame final Essas fungGes atuam de forma interdependente, ndo podendo ser con- sideradas isoladamente. A fungio pedagégico-didatica estd referida aos pré- prios objetivos do processo de ensino e diretamente vinculada as fungdes de diagnéstico e de controle. A fungdo diagnéstica se torna esvaziada se 197 nio estiver referida & fungdo pedagégico-didatica e se nao for suprida de dados e alimentada pelo acompanhamento do processo de ensino que ocorre na fungao de controle. A fungdo de controle, sem a fungao de diagnéstico € sem 0 seu significado pedagdgico-didatico, fica restringida A simples tarefa de atribuigdo de notas classificagao. Avaliagao na pratica escolar A pratica da avaliagao em nossas escolas tem sido criticada sobretudo por reduzir-se & sua fungio de controle, mediante a qual se faz uma clas- sificagdo quantitativa dos alunos relativa as notas que obtiveram nas provas. Os professores nao tém conseguido usar os procedimentos de avaliagiio — que, sem dtivida, implicam o levantamento de dados por meio de testes, trabalhos escritos etc. — para atender a sua fungo educativa. Em relagio aos objetivos, funedes e papel da avaliagdo na melhoria das atividades escolares e educativas, t&m-se verificado na pratica escolar alguns equivocos que convém explicitar. O mais comum é tomar a avaliagio unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. O professor reduz. a avaliagio & cobranga daquilo que 0 aluno memorizou € usa a nota somente como instrumento de controle. Ainda hoje hé professores que se vangloriam por deter o poder de aprovar ou reprovar. Quantas vezes se ouvem afirmagées inteiramente falsas sobre 0 que deve ser um trabalho docente de qualidade, como por exemplo: “O professor X é excelente, reprova mais da metade da classe”, “O ensino naquela escola é muito puxado, poucos alunos con- seguem aprovacdo”, Tal idéia € descabida, primeiro porque a atribui de notas visa apenas o controle formal, com objetivo classificat6rio e nao educativo; segundo, porque o que importa é 0 veredicto do professor sobre © grau de adequagio e conformidade do aluno ao contetido que transmite. Essa atitude ignora a complexidade de fatores que envolve ensino, tais como os objetivos de formagio, os métodos e procedimentos do professor, asituagao social dos alunos, as condigdes ¢ meios de organizagao do ensino, 0 requisitos prévios que tém os alunos para assimilar matéria nova, as diferencas individuais, 0 nfvel de desenvolvimento intelectual, as dificul- dades de assimilagio devidas a condigdes sociais, econémicas, culturais, adversas dos alunos. Ao fixar critérios de desempenho unilaterais, 0 pro fessor avalia os alunos pelo seu mérito individual, pela sua capacidade de se ajustarem aos seus objetivos, independentemente das condigées do ensino € dos alunos e dos fatores externos e internos que interferem no rendimento escolar. 198 © outro equivoco é utilizar a avaliag3o como recompensa aos “bons” alunos ¢ punigao para os desinteressados ou indisciplinados. As notas se transformam em armas de intimidagaio e ameaga para uns e prémios para outros. E comum a pratica de dare tirar “ponto” conforme o comportamento do aluno, ou a preocupacio excessiva pela exatidio da nota, as vezes re- provando alunos por causa de décimos. Nestas circunstincias, 0 professor exclui o seu papel de docente, isto é, o de assegurar as condigdes e meios pedagégico-didaticos para que os alunos sejam estimulados e aprendam sem necessidade de intimidacao. O terceiro equivoco & 0 dos professores que, por confiarem demais em seu “olho clinico”, dispensam verificagées parciais no decorrer das aulas. Neste caso, 0 prejuizo dos alunos é grande, uma vez que 0 seu destino costuma ser tragado logo nos primeiros meses do ano letivo, quando © professor estabelece quem passa e quem nao passa de ano. Os condenados a repeténcia sio isolados no canto da sala de aula e, nfo raro, abandonam a escola. © quarto equivoco € daqueles professores que rejeitam as medidas quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos. Consideram que as provas de escolaridade sio prejudiciais ao desenvolvimento aut6- nomo das potencialidades e da criatividade dos alunos. Acreditam que, sendo a aprendizagem decorrente preponderantemente da motivagio interna do aluno, toda situagdo de prova leva } ansiedade, 2 inibico e ao cercea- mento do crescimento pessoal. Por isso, recusam qualquer quantificago dos resultados. Os equivocos aqui apontados mostram duas posigdes extremas em relagdo 3 avaliago escolar: considerar apenas os aspectos quantitativos ou apenas os qualitativos. No primeiro caso, a avaliagio é vista apenas como medida e, ainda assim, mal utilizada. No segundo caso, a avaliagio se perde na subjetividade de professores ¢ alunos, além de ser uma atitude ‘muito fantasiosa quanto aos objetivos da escola ¢ a natureza das relagées pedagégicas. O entendimento correto da avaliagio consiste em considerar a relago miitua entre os aspectos quantitativos e qualitativos. A escola cumpre uma fungdo determinada socialmente, a de introduzir as criangas e jovens no mundo da cultura e do trabalho; tal objetivo social nio surge espontanea- mente na experiéncia das criangas jovens, mas supde as perspectivas tra- gadas pela sociedade e um controle por parte do professor. Por outro lado, a relagio pedagégica requer a interdependéncia entre influéncias externas € condigSes internas dos alunos; o professor deve organizar o ensino, mas © seu objetivo é 0 desenvolvimento autnomo e independente dos alunos. 199 Desse modo, a quantificagio deve transformar-se em qualificagio, isto 6, numa apreciago qualitativa dos resultados verificados. verdade que a atitude de dar notas somente com base em provas escritas tem limitagGes. As provas freqiientemente so empregadas apenas para medir capacidade de memorizagio. Os livros didéticos e as tarefas dadas pelos professores estio repletos de exercicios desse tipo. Os profes- sores, por sua vez, tém dificuldades em avaliar resultados mais importantes do processo de ensino, como a compreensio, a originalidade, a capaci- dade de resolver problemas, a capacidade de fazer relagdes entre fatos e idéias etc. Entretanto, as provas escritas e outros instruments de verificago so meios necessérios de obtengdo de informagdo sobre o rendimento dos alu- nos. A escola, os professores, os alunos ¢ 0s pais necessitam da comprovacao 4uantitativa e qualitativa dos resultados do ensino e da aprendizagem para analisar ¢ avaliar o trabalho desenvolvido. Além disso, por mais que 0 professor se empenhe na motivago interna dos alunos, nem sempre con- seguir deles o desejo espontneo para o estudo. As criangas precisam de estimulagdo externa, precisam sentir-se desafiadas a fim de mobilizarem suas energias fisicas ¢ intelectuais, Portanto, se os objetivos e contetidos sio adequados &s exigéncias da matéria e &s condigdes extemas ¢ internas de aprendizagem dos alunos ¢ se 0 professor demonstra um verdadeiro prop6sito educativo, as provas dissertivas ou objetivas, 0 controle de tarefas € exercicios de consolidagio € outros tipos de verificagio sio vistos pelos alunos como efetiva ajuda ao seu desenvolvimento mental, na medida em que mostram evidéncias cconcretas da realizagio dos objetivos propostos. Caracteristicas da avaliagéo escolar Podemos, agora, sintetizar as carateristicas mais importantes da ava- Tiago escolar. Reflete a unidade objetivos-contetidos- métodos A avaliagdo escolar é parte integrante do processo de ensino e apren- dizagem, e nfo uma etapa isolada. H4 uma exigéncia de que esteja con- catenada com os objetivos-contetidos-métodos expressos no plano de ensino € desenvolvidos no decorrer das aulas. Os objetivos explicitam conheci- 200 mentos, habilidades ¢ atitudes, cuja compreensio, assimilagao e aplicagao, por meio de métodos adequados, devem manifestar-se em resultados obtidos nos exerefcios, provas, conversagao didatica, trabalho independente etc. Um aspecto particularmente relevante é a clareza dos objetivos, pois 08 alunos precisam saber para que esto trabalhando e no que esto sendo avaliados. Possibilita a revisdo do plano de ensino O levantamento das condigées prévias dos alunos para iniciar nova ‘matéria, os indicios de progresso ou deficiéncias detectados na assimilagao de conhecimentos, as verificagdes parciais e finais so elementos que pos- sibilitam a revisdo do plano de ensino eo encaminhamento do trabalho docente para a direg3o correta. Nao apenas nas aulas, mas nos contatos informais na classe e no recreio, 0 professor vai conhecendo dados sobre © desempenho e aproveitamento escolar e crescimento dos alunos. ‘A avaliago ajuda a tornar mais claros os objetivos que se quer atingir. No inicio de uma unidade didética, o professor ainda no esta muito seguro de como atingir os objetivos no decorrer do processo de transmissio € assimilagio. A medida que vai conduzindo o trabalho e observando a reago dos alunos, os objetivos se vio clarificando, 0 que possibilita tomar novas decisdes para as atividades subsequentes. Ajuda a desenvolver capacidades e habilidades Todas as atividades avaliativas concorrem para o desenvolvimento in- telectual, social ¢ moral dos alunos, e visam diagnosticar como a escola e © professor esto contribuindo para isso. © objetivo do processo de ensino ¢ de educagdo € que fodas as criancas desenvolvam suas capacidades fisicas ¢ intelectuais, seu pensamento independente e criativo, tendo em vista ta- refas tedricas e priticas, de modo que se preparem positivamente para a vida social. A avaliagao deve ajudar todas as criangas a crescerem: os ativos e os apéticos, os espertos € os lentos, os interessados e os desinte- ressados. Os alunos nao s4o iguais, nem no nivel sécio-econémico nem nas suas caracterfsticas individuais. A avaliagao possibilita 0 conhecimento de cada um, da sua posigao em relagdo a classe, estabelecendo uma base para as atividades de ensino e aprendizagem. 201 Voltar-se para a atividade dos alunos A avaliagiio do rendimento escolar deve centrar-se no entendimento de que as capacidades se expressam no processo da atividade do aluno em situagées didéticas. Por essa razio, é insuficiente restringir as verificagées a provas no final de bimestres. Ser objetiva A avaliago deve ter cardter objetivo, capaz de comprovar os conhe- cimentos realmente assimilados pelos alunos, de acordo com os objetivos € 0 contetidos trabalhados. Isso nao significa excluir a subjetividade do professor ¢ dos alunos, que esta sempre presente na relagio pedagé; mas a subjetividade nao pode comprometer as exigéncias objetivas ciais e didéticas — inerentes ao processo de ensino, Para garantir a exigén- cia de objetividade, aplicam-se instrumentos e técnicas diversificadas de avaliagao, Ajuda na autopercep¢do do professor A avaliagao é, também, um termémetro dos esforgos do professor. Ao analisar os resultados do rendimento escolar dos alunos, obtém informagies sobre 0 desenvolvimento do seu préprio trabalho. O professor pode per- ‘Meus objetivos estio suficientemente claros? Os contetidos esto acessiveis, significativos e bem dosados? Os métodos e os recursos auxi- liares de ensino estéo adequados? Estou conseguindo comunicar-me ade- quadamente com todos os alunos? Estou dando a necesséria atengio aos alunos com mais dificuldades? Ou estou dando preferéncia sé aos bem- sucedidos, aos mais déceis e obedientes? Estou ajudando os alunos a am- pliarem suas aspiragSes, a terem perspectivas de futuro, a valorizarem 0 estudo?”. Reflete valores e expectativas do professor em relagao aos alunos Os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os hdbitos, bem como a maneira de ser do professor, indicam as crencas e propésitos em relagio 202 0 seu papel social € profissional diante dos alunos. Se 0 professor €4 mostras de desateneo A crianga pobre ou mal-sticedida, isso pode estar indicando uma discriminago social com essa erianga. Se no se empenha tia organizagao dos alunos, nos hibitos de higiene, no relacionamento ent & as criangas, indica que ndo valoriza esses aspectos. Atitudes de favoritismo por certos alunos, de preconceito social, de itonia em relagio ao modo We 6 alunos se expressarem etc, si0 antidemocriticas. portanto deseducatives, A aviliagZo & um ato pedagégico. Nela o professor mostra as sus qualidades de educador na medida em que trabalha sempre com propésitys Gefinidos em relagio ao desenvolvimento das capacidades fisicas 2 in e- lectuais dos alunos face &s exigéneias da vida social. Eniretanto, 0 fa1o de © proceso de avaliagio ter como referéncia os objetivos do ensino ro significa que estes possam ser determinados apenas com base na matéia do programa oficial ou do tivro diditico. Os objetivos devem expressar também as reais possibilidades dos alunos de modo que estejam em con- digdes de cumprir as exigéncias colocadas pela escola. A avaliacdo escolar. portante. envolve « abjetividade e 4 subjetividace tanto em relag3o ao professor como aos alunos. Se somente levar em centa aspectas objetivas, acaba tornando-se mecanica e inuparciat; atendo-se 50- mente as necessidades ¢ condicdes internas dos alunos. pode comprometer 0 cumprineato das exigtacias sociais requetidas da escola. Para superar criativamente essa aparente ambiguidade entre 0 obje ivo © 0 subjetivo, o professor precisa ter convicgdes éticas. pedagdgicas e so- ciais. Ao fazer a apreciagdo qualitativa dos resultados escolares, levaria em conta os seus propésitos educativos. O fato de o afuno ser pobre nao justifica {olerincia com um desempenho escolar fraco, pois o professor deve exigir de todos uma sélida assimilagio de conhecimentos. Por outro lado, nio & democritico estabelecer objetivos cujo aleance esteja acima das reais 90s- sibilidades dos alunos, Nem por isso. postos determinados objetivos. de~ vemi-se rebuixar as exigéneias em termos de rendimento escolar. Instrumentos de verificacaio do rendimento escolar ‘Vimos que a avaliagio escolar é um proceso continuo que deve acorrer nos mais diferentes momentos do trabalho. A verificaciio e a qualifieacio dos resultados da aprendizagem no inicio, durante ¢ no final das unislades didaticas, visam sempre diagnosticar e superar dificuldades. corrigir tallias ¢ estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos. Sendo 203 uma das fungdes da avaliscdo determinar 0 quanto e em que nivel de qualidade esto sendo atingidos os objetivos. sio necesscirios instrumentos @ procedimentos de ‘etificacio adequacios. Por exemple. no inicio de uma unidade diditica deve-se fazer uma sondagem das condicbes prévias dos alunos. por meio de revisio de matéria anterior, correcdo de tarefas de casa. testes ripidos. breves dissertagdes. discussiio dingida, conversagio didética ete Durante o desenvolvimento da unidade acompanha-se 0 ren- Gimemo dos alwnas por meio de everefcios. estude dirigido. trabatho em grupo, observaydo de comportamento, conversas informats. recordagae da materia, ¢ fazem-se varificucdes formats por mato de provas dissertativas, provas de questdes objetivas. arguicde ora! No final dx uni ‘ou do bimestte so apiicadas provas de uprovel = diddtice jamemie Podemes constatar. port p2ess0 de avallagio snclui ins: teumenios = procedimentos diversificadas. Ante cipuis mnsirumentos ¢ procedimenias Je verificas2o ao rendiments escolar jos 08 pI observemos aigumas situagdes escoiares =O professor percorte 3 classe enguanto os aiunos resolvem exercicios gual ¢ 2 difieuidade. x cicio. procura ajuda-ta. v8 comt eta o procedimento de solusao do exer 2 O professor corrigiy evercicios de ortagratia e notou que siguns alunos comeieram muitos eros. Faz uma revisie » ditade ds matgria €, em seguids 10 de ides veio reciamar ao professor sobre dificuldades das angus nus arefas de casa, C professor explicu os seus obgettves, e abalnar contz come esis desenvolvendo o programa @ informa que as dificuidades em classe = Gassumte do dia em Cigncias ¢ Ae imerar a aus. milianizar os alunos com o tema, 3 professor pede @ ui familia tenny sigs vitime de “a cont © gue acommecets = Oproressoy deu wma olhads nos cadernos 2 repurou gue muitos estav desorgamizauos ¢ sujos. Na aula seguimte, dedicou um temo para ex plicar gos alunos. novamente, como queriz a apresemtagio aos ademas. = Nas alas de Histéna e Geografia as eriangas recoriam revistas para fazer uma colagem, Terminads a tarefa. 0 professor reserva um tempo para que seiam recathidos os pedagos de papel do chio pars jogé-los no lino, Nas vezes seguintes, as eriangas espontaneamente deixaram 4 saia limpa e a professor as elagiou. 204 u O professor estava ensinando substantivos. Explicou no quadro, dew exemplas ¢ exercicios. fez perguntas. Em seguida. preparou uma prova @. dadlas as notas, verificou que 0 rendimento fot dtimo. Os exemplos mostram que 0 process de avaliagio assume varias for- mas, umas mals sisteriiticas. outras menos. umas formais. outras mis informais. As diversas sisuagdes deseritas stio momentos de avaliagio ms guais no ha necessidade de se aplicar prova ¢ dar nota. O professor que compreende 2 us fungbes da avaliagde conciuind que, se © conduzido. as provas parciais ou finais ubalho Ou seya, os alunos quase sempre teri ados ¢ StO o§ estMulard ainda mats Para o estudo, process de ensino for by ie ape bons resui A partir dess consideractes. descreveremos os instrumentos mus Kea de gomuns de Veritica de prov endimemo esceia escritas dissertutivas. de questaes objetiwas ou priticas sie de cardter mats Tormal, Os procedimentos que visam © acompanhamento os alunos nas virias sttuagdes didirias. como abserVucho e & entrevista, +20 de carder menos forma, embora de grande valor na compreensio € apre "n= Sho Ga real aprendizs: emt de aiano. Prova escrita dissertativa Compée-se de um comunto de questdes ot temas gue devem ser es: pondigos pelos alunos com suas préprias palavrus. Cada questi deve ser formulada com cfatezis. mencionando ume habilidade mentai que se de eja que © aluno demonstre. Por evempio: compare. relacione. sintetize. ces- crevs, resolv. presente argumentos contra ou a favor ete A prova eserita dis ye fepitam somer o gue nas 0 objetivo du vgais dos alunos n, ertativa ndo pode testrngir-se a pedir aos altnos, ado ou © que estd no livro didatco, estar relacionadas com o contetido tr-ba- $ vetificar 0 desens oivimento das habilidsdes ia dos contetidos, Por exempior teci0- ius. clareza de expressio. otiginatidide. seidade de Tazer relaghes entre ftos. iddias @ coisas. canacidade de jo de conhecimentos et Hzagio Nao g demaus alertar que todas as questes pedidas ne prova devem; relerir-se a ohjetivos ¢ atividades que foram anteriormente trabalhados du- rante as aulas. Se durante as aulas ndo foi empregada uma metodologia adequada pars os alunos se expressarem correiamente, fazerem relazdes enire faros. coisas e idgias, exereicios priticos ete.. uma avaliagio eeste Aiper sera incl 205 Exemplos de questdes para provas escritas dissertativas: 1 _ Descrever as semethangas e as diferengas nas atividades difrias das ceriangas que moram na cidade © das eriangas que moram no campo. Por que as caixas-d’dgua de uma cidade precisam ser fluorizadas? Explicar com suas préprias palavras. 5 Explicar o que acontece com um peixe quando ele & retirado da égua € Por que isso acontece. 1 O que aconteceria se, durante uma semana, faltasse dgua em todas as casas de uma cidade? © Comparar caracteristieas da vegetacdo ¢ do clima na regio Nordeste € na regidio Sul, e descrever as suas conseqiléncias para a atividade dos trabalhadores rurais. AS dissertagdes serve ndo apenas pura verificar conhecimentos habilidades. mas também para avatiar atitudes das criangas. AS respostas dadas a questoes de Lingua Portuguesa, Ciéncias, Historia, Geografia ete. possibilitam ao professor detectar 0 que as criangas valorizam no seu co- tidiano. seus interesses imediatos e futuros, stia percepgao de pessoas ¢ coisas que as rodeiam, seu modo de enfrentar situagdes novas etc, Por exemplo, podem ser propostos temas de redagio como: @ Minha familia, Lugares onde gosto de ir ou estar. © que eu pense na hora de vir para a escola. 0 que penso quando cai uma chuva pesada, Por que fiquei doente, ooooo0 © que sei a respeito dos insetos. Alem disso, as provas permitem avaliar habitos, nilo s6 de organizagao do pensamento, mas também aqueles necessarios para o trabalho escolar: caligrafia, ordem, Timpeza ete. Algumas recomendagdes importantes para formular e corti escritas dissertativas: © Fazer uma lista de conhecimentos ¢ habilidades, de acordo com os objetivos, e selecionar o que sera pedido na prova. Levar em conta 0 tempo disponivel, considerando o nivel de preparagio da maioria dos alunos. Fas provas © Preparar um guia para corregio, indicando as respostas que podem ser consideradas corretas para cada questio. 2 Atribuir a cada questdo um peso (de 1 a 10), quando desejar valorizar mais uma questi do que outa. 206 © Preferentemente, corrigir pergunta por pergunta e ndo prova por pro*a, a fim de que as respostas possam ser comparadas entre si, tendo em vista 0 padrio de desempenho esperad. Quando a prova pedir dissertagdo sobre um s6 tema, em que no hé resposta certa” e 0 aluno se expressa espontaneamente. 0 modo cos7Rto de correcio € ler todas as provas, classificando-as em trés montes boas. suficientes e insuficientes. Em seguida, apés uma jeitura mais cottida, confere-se a primeira observagiio e di-se a avaliagho. 1% Deve-se tomar 0 cuidade de ter o maximo de objetividade na corregto. Prova escrita de questées objetivas Os objetivos deste tipo de prova ndo sto muito diferentes dos anteriores. Na forma de elaboragio, ao invés de respostas abertas, pede-se que 0 alin escolha uma resposta entre alternativas possiveis de respasta. As provas de questdes objetivas avaliam a extensao de conhecimentos © habilidades. Possibilitam elaborago de maior mimero de questee: abrangendo um campo maior da matéria dada. Por requererem respostas mais precisa é possfvel controlar mais a interferéncia de fatores subjeti* 0s. tanto do aluno quanto do professor. Possibilitam uma corregio mais rigrda, pois cada item, geralmente, apresenta apenas uma tesposta correta. Este tipo de prova tem algumas desvantagens, que devem ser supersdas pelo professor. Exige uma ténica apropriada de elaboragdo, recursos ma- teriais da escola (esténcil, datilografia, papel, mimedgrafo); por ser pa- tentemente ficil de elaborar, favorece a improvisagdo; ofereve ocasidw de © aluno escolher a resposta por palpite (“chute”). Questées certo-errado (C ou E) © aluno escothe a resposta entre duas ou mais altenativas. Cada item € uma afirmagdo que pode estar certa ou errada, Exemplos: 1) Assinale C ou E no paréntese: a) © Brasil € 0 maior produtor de café do mundo, ( ) b) Os seres vivos so aqueles que tém vida, Sio classificados coma seres animados e inanimados. ( ) ©) O Nordeste brasileiro € uma das regides que possuem os mais baixos indices de mortalidade infantil no Brasil, () 207 2) Assinale C ow E na afirmagdes abaixo sobre a ar: a) Nao podemos provar a existéncia do ar. () b) Os vegetais respiram 0 gis carbsnico. ( ) ¢) O ar no tem forma nem peso. () d) © gas que consumimos na respiragio & o nitrogénio. () e) Por meio do ar podemos medir a velocidade dos ventos. () Recomendagdes para a elaboragiio de questdes certo-errado: © As alternativas devem conter apenas uma afirmagao. A A afirmacdo deve conter uma idéia clara (ainda que errada) € no um palavreado deliberadamente confuso. Mesto a afirmagdo errada deve ser formuada de forma afirmativa. Nao se deve retirar do livro didatico uma frase isolada. pois pode acontecer que essa frase no contenha a idéia fundamental, mas parte dela. Nesse caso, o aluno pode assimilar erradamente um conhecimento. Devem-se evitar questées com termos como todos, nunca, sempre. porgue © aluno descobrist que a maiaria delas sio erréneas. Também devem ser evitadas expressdes como geralmente, algunas vezes, porque freqiien- temente essas afirmagdes so corretas. Questées de lacunas (para completar) ‘Silo compostas por frases incompletas, deixando um espago em branco acuna) para ser preenchido com uma s6 resposta certa. As questdes podem apresentar mais de um espago em branco. no meio ou no final da afirmagae. A lacuna no deve aparecer no inicio da frase, Os espacos a serem preenchidos nao devem ser adjetivos, preposigdes. conjungdes (exceto em provas de gramdtica). Exemplos: © A Independéncia do Brasil foi proclamada por __. no ano de = As aves silo animais vertebrados que poem tém 0 corpo co- berto de possuem um . duas e pats Questées de correspondéncia Sio elaboradas fazendo-se duas listas de termos ou frases. Na coluna da esquerda (A) sdo colocados conceitos, nomes préprios ou frases. cada um com uma numerag2o, Na coluna da diteita (Bi colocam-se resposias 208 fora de ordem. para que 0 aluno numere a resposta que corresponde 2 numeraco ds coluaa a. A questo normalmente € redigida assim: “Numere a coluna B de acordo com 0 que pede a coluna A°. Exemplos: 1) Coloque dentro dos parénteses da coluna B o mimero corresponden & 2 capital do Estado que esti na coluna A: coluna A coluna B (4) Rio de Janeiro ©) Goias (2) Goidnia (©) Alagoas (3) Vitoria () Maranhio (4) Sio Luis © Minas Gerais (5) Porto Alegre () Rio Grande do Sul ( Espirito Santo (©) Rio de Janeiro () Pard () Pernambuco Coloque na coluna B a letra correspondente & fungdo desempenhala pelas partes da planta listadas na coluna A: coluna A colina B (A) permite a fixagdo da planta no solo () semente (B) fornece 0 suporte para quase todas as © flor partes da planta © tag (C) & responsavel pela germinagio © tronco Recomendagdes para elaboragdo das questdes de correspondéncia: © Ontimero de itens a numerar deve ser superior aos itens numerad.rs. Por exeniplo, se a coluna A tiver 5 itens, a B deve ter 8. 5 Os itens da coluna B devem ser respostas possiveis para quala-ier questo da coluna A. A lista da coluna B no deve conter sume resposta palavras no singtlar € noutra no plural: ov numa um substantivo e noutra um adjetivor £ evidemte que o tamanho das listas de itens depende do grau de escolaridade dos alunos. Nas séries iniciais do 12 grau devem ser listas pequenas. a Questées de miltipla escolha S20 compostas de uma pergunta, seguida de varias alternativas de respostas. Ha trés tipos: apenas uma alternative & correta; a resposta cor-eta 209 € a mais completa (nesse caso, algumas alternativas so parcialmente cor- tetas); hé mais de uma alternativa correta. Exemplos: Assinale a alternativa correta: » Dente os Estados mais populosos do Brasil esto: a) Rio de Janeiro e Sio Paulo. b) Rio de Janeiro ¢ Minas Gerais. c) Minas Gerais e S30 Paulo. 4) Si0 Paulo e Bahi Assinale as alternativas que caracterizam a populagdo urbana: 1. Populagdo cuja maioria trabalha em atividades secundiias ¢ twr- cia, Tl. Populugao cujo estilo de vida se caracteriza por intensas relagdes sociais e acentuada receptividade a inovagées, IIL, Populagio cujo estilo de vida ¢ preponderantemente conservador, muitas vezes resistente a inovagdes. IV, Populagao cuja maioria trabalha em atividades econdmicas pri miirias, So verdadeiros os itens: a) I, We Iv b) IL Whe IV. Otel dy iibe IV e) le IV Recomendagdes para elaboragdo de questées de miiltipla escolha: A questio deve ter de trés a cinco altermativas, Em cada questi deve-se mudar a posigao da resposta correta. Evitar que uma das alternativas seja todas as afirmagdes ou venhiwna das afirmagdes € correta. As alternativas deve ser redigidas em extensiio igual e com 0 mesmo cuidsdo, para que a resposta do aluno nfo seja induzida, assinalando como correta aquela redigida mais cuidadosamente. Na resposta correta evitar a repetigio de palavras-chaves contidas na questo, Questées do tipo “teste de respostas curtas” ou de evocacéo simples Alguns autores classificam como provas objetivas também testes que sio respondidos na forma de dissertacio, resolugio de problemas ou sir plesmente de recordagao de respostas automnatizadas. S50 os testes escolar’s comuns. Exemplos: oc Fabiana tem Cr$ 58,00 e Renata tem Cr$ 32,00. Quantos cruzeiros Renata tem @ menos que Fabiana? © que uma planta necessita para viver? Cite 5 alimentos ricos em proteinas. Passe para o plural a) A orelha do gato ¢ curta. bb} A cabega do menino ficou cheia de idétas, ©) A crianga chuow a bola. 2 Cite, pelo menos, 3 contribuigdes da populacZo rural para a populagio das cidades. 2 Quem foi Duque de Carias? Faga uma anilise sintdtica da seguinte frase: ticago comprou um jornal do menino. Questées de interpretacdo de texto Sto perguntas feitas com base num trecho escrito ou numa frese. Exemplo: Leia com atengao 0 texto (Segue 0 texto.) Agora responda com atensao das questoes abuaiva: a) Quem escreveu a histéria? b) Quais siio os personagens da histéria? ©) Por que Paulo gastava de ir a festas? 4) O que achou da conversa que 0s dois travaram? a Questdes de ordenagaéo A questao apresenta uma série de dados fora de ordem e o aiuno deve ordend-los na seqiléncia correta. Exemplo: Numere em ordem decrescente, na lista abaixo, as capitais mais po- pulosas de Estados brasileiro ) Fortaleza ae () Porto Alegre } Silo Paulo + i Rio de Janeiro: 4) Salvador init ©) Belo Horizonte ) Recife Belém Questées de identificagdo Questévs para idemtificar partes, por exempl (oun gra da flor. do corpo humano 10}, lacalizagilo de capitals ou acidentes geogréficos Observacées sobre as provas escritas As provas sio instrumentos de Verifieagao dos resultados Uo processe de ensino e aprendizagem, com o objetivn de avalis-io, Portanta. a avaliagio no se reduz as provas do final de bimesire ¢ de ano letive. © nem 2 simples atriduigdo de notas. Por isso mesmo, & finslidade no € aprovar ow reprovar. dar nota alta ou nota baixa. Trata-se de um processo de acor- panhamento sistemitico do desempenho escolar dos alunos em relagfo aos objetivos. para sentir © seu progresso. detectar as dificuldudes. retomar materia quando os resultados ndo sto satisfarsrios. © plano de ensino dividido em unidades diditicas. cada uma delas com as objetivos de ensino, ¢ indispensdvel para o proceso de aval Os objetivos estabelecem o critério de desempenho espersdo do aluno Durante o desenvolvimento da unidade didiitica, & necessirio que sejam empregados todos 0s recursos possfveis para que os alunos dominem so- lidamente a matéria. Nao é correto aplicar provas se n3o hi garntias de €xito da maiotia da classe. Pars isso. ¢ imprescindivel recordar a maiér'a, dar muitos exeteieios. aplicar provas parciais, observar © rendimento dos alunos ¢ fazer entrevistas para identificar causas de rendimento daixo. sempre oportuno relembrar os objetivos da unidade om todo 0 pro- eesso. bem como deixar muito claros os etitérios de avuiiagto. \ extenstio ds prov varia de acordo com a finalidade. verificagio de condicdes prévias. provas parciais. provas de consolidac39. provas fincis, As provas de consolidaciio e provas finais deve conier nao apenas quest de memorcagie 2 concertos. datas. fatos e férmulas, mas também qu de compreensio. de comparaeic, de aplicagio 2 situagdes diferentes éas que forum dadas em classe es claras & © professor deve dar instrugs seguras de como as questoes podem ser respondidas, Quando as criangas ndo estreeren hubituadas a responder provas objetivas. & conveniente que « primers questiio aparssa respondida na forma deseiads, como um modelo. O protessor deve também planejar o tempo de duraso Ua prova, Recomenda-se que. na fase de pla nejaiiento ¢ durante o desenvol mento das atias. 0 protessor 4 formula ido uma série de perguntas de modo que poss formar um argunso de guesties, Convén nia dutilogratar a prova sem antes fazer ums revistio goral do seu conietido, da forma dz redagio e di disposigao dus questdes, Se a prova for datilografada ox copiada Por outra pessoa além do professcr. & nocessiirio fazer 30 do esténcil ou do original ¢no caso de ser FkO~ sopiaday ‘ar as cOpias definitivas Procedimentos auxiliares de avaliagdo A observacao Os professores est sempre imeragindo com as criangas nas nais na sala de aula, no reereio, nas visitas & pas eos iu escola. & observapde dns alunos messas sttuacdes & um imporante pricedimento de avatiagao. Aiguns comportamentos chamam mais ater gio. como: criangas nervosas, agressivas. as que apresentam problemas de dis- ciphna. as mais faluntas: hd dueros que aparecem menos. no caso das crian- Gas mais retraidas ou das que no expressam externamente as suas difi- culdades. Com a experiéncia, o professor vai aprendendo a desenvalver sua capacidade de percepgio dos comportamentos manifestos ou nlo- manifestos dos alunos, 48 situaghes escolare: 213 A observagio visa investigar, informalmente, as caracteristicas indi- viduais e grupais dos alunos, tendo em vista identificar fatores que influenciam auprendizagem e o estudo das matérias e, na medida do possivel, modificé-los, Enive esses fatores podemos citar. as condigdes prévias dos alunos para enfrentar a matéria, o tipo de relacionamento entre professor e alunos. ¢ entre os alunos, as caracterfsticas sécio-culturais dos alunos. a linguagem 40 professor & dos alunos, as experiéneias vividas no mei familiar e social, a percepgio positiva ou negativa em relagio & escola e ao estudo ete, A observacio estd sujeita 4 subjetividade do professor e, portanto, a erros de percepgo e 2 tenidenciosidade. Por essa raztio no se deve tinat concludes na base de ocorréncias esporidicas e de julgamentos apressados. Da mesma forma, devent-se evitar interpretagdes preconceituosas de cunho Psicolégico como: crianga mimada, crianga bloqueada, erianca agressiva, crianga imatura ete, Hii criangas que se comportam assim, mas a tendén do professor & ver esses comportamentos como estiticos e estereotipados. como marcas definitivas do individuo, sem considerar os condicionantes econdmicos e sécio-culturais que estio por iris deles e sem levar em conta as possibilidades de que sejam modificados pela agao pedagdgico-didatica € pela prépria reagao das criangas. Para extrair da observagio dados que permitam um melhor conheci- mento dos afunos indinvidualmente e da classe camo grupo, para aperfeigoar © processo de ensino e aprendizagem. 0 professor deve ter uma atitude criteriosa, ou seja. apenas tirar conclusdes apés observar os alunos em Virias situagdes. de forma que resultado da ebservagio nao seja mera epinido, mas uma avaliagao findamentada. Apresentamos, a seguir, uma lista de comportamentos que podem au- siliar © professor na rarefa de observagio. Fregiientemente tais compona- mentos correspondem a objetivos espeefficos das matérias referentes at ha- bilidades, habitos e atitudes e manifestam-se nas atividades de assimilagdo ativa, Caso o professor deseje fazer uma avaliagdo mais sistendtica de alguns alunos, pode registrar a observag%o num ficha, Assim, cada vez que observa um aluno, assinala ao Jado de cada item uma apreciagdo que pode ser sempre, quase sempre, rarantente; ov muito bom, bont, satisfatério, insatis- jatorio. Dependendo dos objetivos da observagiio, seus resultados nao devem ser convertidos em notas nem repassados diretamente aos alunos. $30 de uso exclusivo do professor, para dar mais atengio a determinadas criamgas, para serem usados numa entrevista, para checé-los com outros professores, conversar com os pais ou para pedir ajuda ao supervisor ou orientador de ensino. 214 a Itens que podem ser objeto de observagdo: Desenvolvimento intelectua. Presta atengio nas aulas e no trabatho independente, E persistente na realizagiio das (arefas. Tem facilidade de assimilaggio da matéria, Demonstra atitude positiva em relagdo a0 estudo, Tem facilidade de expressio verbal Lé e escreve corretamente. Tem pensamento criativo e independente. Relacionamento com os colegas com 0 professor Tem facilidade em fazer amizades. E leal e sincero com os outros. Respeita os calegas e 0 professor. ‘Tem espirito de salidariedade ¢ cooperacio. Observa as normas coletivas de disciplina, Coopera com o professor e os colegas nas tarefas. Desenvolvimento afetivo: ‘Tem interesse e disposigio para o estudo. Resolve suas préprias dificuldades, E responsivel em relagio as tarefas de estudo, Controls suas emogdes € seu nervosismo. ‘Tem iniciativa Faz uma imagem positiva de suas proprias possibilidades. E bem-humorado e E expansivo e espont Organizagéto € habitos pessoas. Mantém em ordem seus cadernos ¢ materiais. Cuida da higiene pessoal (roupas, cabelos. unhas ete.). Tem presteza para iniciat as tarefas. Apresenta as tarefas no prazo soticitado, Tem boa postura do corpo, Tem boa disposiedo fisica e aparenta boa satide Tem habitos de urbanidade e cortesia. Aentrevista E uma técnica simples e direta de conhecer & ajudar a criange no desempenho escolar. Deve ter sempre um objetivo: ampliar os dados que 6 professor ja tem, tratar de um problema especifico detectado nas otser- us vagbes, esclarecer dividas quanto a determinadas atitudes e habitos da crianga, A entrevista requer um relacionamento amigével do professor com a crianga: colocé-la 2 vontade, fazer perguntas claras € compreensiveis, dei- xd-la falar a maior parte do tempo. Ficha sintética de dados dos alunos E uma ficha individual. de registro simples. Pode-se utilizar um caderno. comum e indicar, em cada folha, os itens necessirios. da seguinte forma: eae eee ESCOLA: ANO LETIVO: SERIE: TURNO: LL TE————E_EOEOEOe Aluno: = ss ntmnnnanar peli: | Data do Nascimento: . dade: Enderego: Tel Pai Idade: PrHOfSSHO! on | Mie: .. nel ade: .. Profissao: Como contatar os pais em caso de necessidade (local de trabalho, Vizinho, telefone de recado. patente) Wades dos itmd0s: 1) sor. 2)onuue Dune) snend) Quais estudam nesta escola sons | Outras observagdes (como vem e volta da escola, com quem mora, | doengas que jd 1eve ou tem ete.) DATA — ENTREVISTAS OU OCORRENCIAS | MEDIDA TOMADA Atribuicdo de notas ou conceitos \ avaliagio escolar tem também a fungdo de controle. expressando 0s resultados em notas ou conceitos que comprovam a quantidade e a qualidade des conhecimentos adquiridos em relagio aos objetivos. A andl-se dos resultados de cada aluno ¢ do conjunto de alunos permite determinar a eficicia do processo de ensino como um todo ¢ as reorientagdes neces- sitias As notas ou conceitos traduzem, de forma abreviada. os resultados 30 processo de ensino € aprendizagem. A nota ou conceito nio é 0 objet'vo do ensino. apents expressa niveis de aproveitamemto escolar em relacio 0s objetivos propostos O sistema de notas situs 0 aproveitamento do aluno numa escala u- mérica de 1 a 10, O sistema de conceitos usa mengdes (excelente, bem, satisfardrio, insatisfatério) ou letras (A, B, C, D). No sistema de conceios. as faixas em que sio situados 0S alunos sio mais amplas do que na escala numérica. iguafando os de rendimento escolar aproximado, A escola do sistema do registro depende da orientagao de eseotc. E possivel conjugar os dois sistemas, primeiro atribuindo notas e depois lo- calizando-as na escala de conceitos. Para tornar a avaliagao mais consistente € Mais justa, © professor deve assegurar a realizagao de varias verificagées parciais antes de uma prova final de bimesire. A atribuigio de nota somente apés dois meses ue aulas uma prética inadequada. pois ndo reflete o progresso do aluno nas multi alas formas de manifestagi¢ Go seu rendimemto escolar que se verificar do decorrer das aulas, No registro dos valores obtidos. © professor pode agrupar as verti cages parciais (provas. exercicios. pesquisas,relatdrios ete.) estabelecendo para elas um peso (por exemplo. 40%), que ser juntado & prova final. Por exemplo: Verificacies parciais média aritmética = 8.0 ; peso = 40%: nota ponderada = 8,0 x 4C% + 32 Verificagio finat nota = 6.0 ; peso = 60% ; nota ponderada 2+36=6; Recomenda-se que a nota final seja aproximada, de acordo com 0 se guimte critério 0 x 60% = 200 Nota final: 27 6.1 26.29 = 6.0 63.167 =65 68.169 =70 Nio € aconselhidvel, nas verificagdes parcitis, usar o sistema de con- ceitos. pois nao faz sentido somar e tirar média de conceitos, Na pritica. obtidas as notas das verificagdes parciais e verificagio final. situa-se 0 aiuno na escala de conceitos. Por exemplo: 9 € 10 = excelente ou muito bom: 7 a 8. bom: 5 a 6.5 = satisfutdrio; até 4.5 = insatisfatdrio. Tanto as natas como os conceitos t&m cardter relativo, podendo no corresponder ao nivel real de uproveitamento escolar, Se o trabalho docente € conduzido criteriosamente. com a articulagao de objetivos-contetidos-mé- todos As condigdes de aprendizagem dos alunos. tanto faz o uso de nots ‘ou conceitos. A nota e 0 conceito tém legitimidade quando a maioria ou todos os alunos experimenam a satisfagao do éxito e a alegria do bom aproveita- mento. condigo para que fortalegam 0 gosto pelo estudo, As notas devem ser comunicadas aos alunos de forma que as recebum come diagnéstico do seu progresso escolar, Devem servir também como diagnéstico do wabalho do professor, a fim de avaliar os aspectos peda- g6gico-diditicos. Sugestdées para tarefas de estudo Perguntas para o trabalho independente dos alunos © Por que a avaliacio escolar € um processo continuo? © Quais sto as relagdes entre verificagio © avaliag3o do rendimento escolar? 1 Fazer um grifico mostrando a interligagdo entre trés fungdes da ava- liagdo. © Como deve ser efetivada, na pritica, a aaliagtio diagnéstica? Tomar um livro didatico de qualquer matéria do ensino de 1? grau e elaborar perguntas para uma prova esctita dissertativa e para quatro diferentes tipos dz prova de questdes objetivas. Uma vez feito 0 exer 0, trocé-lo com os colegas para corresdo. 218

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